Universidade De São Paulo Faculdade De Filosofia, Letras E Ciências Humanas Departamento De Geografia
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA LUIS ANTONIO BITTAR VENTURI Oriente Médio: o compartilhamento e a tecnologia revertendo a perspectiva de escassez hídrica e conflitos São Paulo Março de 2012 LUIS ANTONIO BITTAR VENTURI Oriente Médio: o compartilhamento e a tecnologia revertendo a perspectiva de escassez hídrica e conflitos Tese apresentada ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, como requisito parcial para a obtenção de título de Livre Docência. Área de concentração: Geografia Física São Paulo Março de 2012 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Foto da capa: mulheres transportando leite no rio Eufrates. Foto do autor, fevereiro de 2011. Ficha catalográfica ___________________________________________________________________ Dados técnicos: - Todas as traduções da língua francesa para a portuguesa e da língua inglesa para a portuguesa são de responsabilidade do autor. - Todas as imagens que não constam créditos são de autoria do autor. - A formatação do trabalho seguiu as orientações das Diretrizes para apresentação de dissertações e teses da USP: documento eletrônico e impresso (Parte I – ABNT e Parte III - ISO), disponibilizado no portal da Biblioteca Florestan Fernandes – FFLCH – USP. FOLHA DE APROVAÇÃO Nome: Luis Antonio Bittar Venturi Título: Oriente Médio: o compartilhamento e a tecnologia revertendo a perspectiva de escassez hídrica e conflitos Tese apresentada ao Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, como requisito parcial para a obtenção de título de Livre Docência em Geografia. Aprovado em: _____/_____/_____ Banca Examinadora Prof. Dr.....................................................................Instituição:..................................... Julgamento:........................................Assinatura:......................................................... Prof. Dr.....................................................................Instituição:..................................... Julgamento:........................................Assinatura:......................................................... Prof. Dr.....................................................................Instituição:..................................... Julgamento:........................................Assinatura:......................................................... Prof. Dr.....................................................................Instituição:..................................... Julgamento:........................................Assinatura:......................................................... Prof. Dr.....................................................................Instituição:..................................... Julgamento:........................................Assinatura:......................................................... AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, pelo auxílio financeiro que viabilizou meu estágio de pesquisa na Síria. Ao presidente da Universidade de Damasco, Dr. Wael Mualla, pelo convite a mim endereçado para realização de parte desta pesquisa. Ao professor doutor Bahjat Mohamad, pela supervisão, interesse e colaboração com parte desta pesquisa, acompanhando-a de perto. À Mohamad Ali Abdel Jalil, pelo empenho em viabilizar minha permanência na Universidade de Damasco. A Luiz Fernando Ary, pelo apoio e pelas traduções para a Língua Portuguesa de autores e documentos árabes. À Maria Alice Venturi, pela criteriosa revisão final dos textos. O rio chega ao oceano porque contorna os obstáculos (Mao Tsé-Tung) RESUMO Luis A. B. VENTURI. Oriente Médio: o compartilhamento e a tecnologia revertendo a perspectiva de escassez hídrica e conflitos (tese). São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia, 2011.285p. Ao se tratar de Oriente Médio, a água é tema central, seja pela escassez deste recurso em si, seja por relacionar-se à ideia de conflito. Com muita frequência, o primeiro aspecto associa-se ao segundo. Este esquema lógico: conflito como decorrência da escassez hídrica é tão amplamente utilizado e facilmente absorvido por qualquer um que se interesse pela região, que acaba se tornando um modelo explicativo. Porém, este paradigma deve ser rediscutido, uma vez que a realidade do Oriente Médio contemporâneo tem se alterado aceleradamente. Por um lado, os países que compartilham águas, como aquelas da bacia do rio Eufrates, parecem consolidar entendimentos deixando a ideia de conflito cada vez mais distante. Já, nos países do Golfo Pérsico, de extrema escassez natural, a inserção técnica gera autonomia de abastecimento e anula as possibilidades de conflitos envolvendo recursos hídricos, exigindo dos geógrafos uma revisão dos padrões teórico- conceituais relacionados à água como recurso natural. Diante das novas realidades daquela região, esta pesquisa tem como objetivo central demonstrar a necessidade de uma revisão teórico-conceitual acerca do recurso hídrico. Como desdobramento deste objetivo, propomos um aperfeiçoamento do paradigma explicativo escassez- conflito e, ao mesmo tempo, uma maior acurácia conceitual acerca da água enquanto recurso renovável. Orientamos a tese pela hipótese geral de que, tanto o compartilhamento entre os países como o atual grau de inserção técnica na produção de água tornariam os atuais paradigmas explicativos e conceituais acerca do recurso hídrico pouco eficientes para a compreensão destas realidades eleitas para esta análise. O estudo baseou-se na análise evolutiva da história recente de dois contextos que, embora muito distintos, juntos, abrangem quase a totalidade do Oriente Médio, portanto, mais representativos da região. Esta análise pautou-se, em grande parte, pela escola da Geografia Regional, razão pela qual apoiamo-nos em autores como Raoul Blanchard, Emmanuel De Martonne, Paul Vidal de La Blache, W.B. Fisher, Pierre Gourou, Sir Laurence Dudley Stamp, mas também em Max Sorre, citados com frequência ao longo do texto. O primeiro contexto relaciona-se a uma situação de águas compartilhadas, representado pela bacia do rio Eufrates, envolvendo a Turquia (nascentes e alto curso), Síria (médio curso) e Iraque (curso inferior e foz). O segundo contexto refere-se ao Golfo Pérsico, focalizando pelo menos dois países, (Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita), devido sua representatividade na região que se caracteriza, entre outros aspectos, pelo forte estresse hídrico aliado ao alto desenvolvimento tecnológico voltado para a produção de água potável. Metodologicamente, conduzimos esta pesquisa sob a perspectiva hipotético-dedutiva, partindo-se de sentenças gerais dadas pelo paradigma escassez hídrica-conflito e pelo conceito de recurso hídrico. Tais elementos teóricos foram confrontados com a realidade empírica do Oriente Médio e, na busca de sua compreensão, foram falseados. Tecnicamente, apoiamo-nos em análise documental, entrevistas, registros fotográficos, produtos cartográficos e, sobretudo, em extensos trabalhos de campo que forneceram o lastro empírico necessário aos argumentos propostos. Palavras-chave: Recurso hídrico. Conflito. Compartilhamento. ABSTRACT Luis A. B. VENTURI. Oriente Médio: o compartilhamento e a tecnologia revertendo a perspectiva de escassez hídrica e conflitos (tese). São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia, 2011. 285p. When Middle East is the main issue, water plays an important role either by its scarcity or by bringing the idea of conflict, and quite often both sides are intertwined. This logical principle: a dispute, which is derived from scarceness, is widely used and easily understood by anyone who is interested in the region which will eventually become a model of account. Notwithstanding this paradigm must be reviewed once Middle East`s contemporary status quo has swiftly been changed. On one hand, countries which share water, as those in the Euphrates basin, seem to settle agreements leaving behind the specter of conflict. On the other hand, in the Gulf states, technological input in water production voids any likelihood of struggle for water resources given these countries autonomy of supply, requiring from geographers a conceptual review on water as natural resource. Facing the contemporary reality of that region, this research aims prove the need of a theoretical and conceptual revision referring to water. Consequently, we propose an improvement of the paradigm scarceness-conflict and more accuracy of the concept related to water. We oriented the research a general hypothesis that not only the interdependence between countries but also the high level of technological insertion into water production would became the actual theoretical premises insufficient to comprehend those realities chosen to this analysis. This report was based on the evolutive analysis of the recent history of two contexts that although quite distinct, together cover most of the Middle East and therefore better represent the region. This analysis was based, in considerable extent, on Regional Geography school and for this reason, authors as Raoul Blanchard, Emmanuel De Martonne, Paul Vidal de La Blache, W.B. Fisher, Pierre Gourou, Sir Laurence Dudley Stamp, but also Max Sorre, are constantly