Território de Dão, Lafões e Alto Paiva Perspectivas de Desenvolvimento

PR -00029 Julho de 2007 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

SUMÁRIO EXECUTIVO

NoactualcontextoEuropeu,numambienteemercadossemfronteiras,acriaçãoeimplementaçãode estratégias baseadas na inovação é, seguramente, o caminho que permite gerar riqueza e desenvolvimento. A responsabilidade da implementação destas estratégias tem vindo a deslocarse gradualmente do nível nacional para o regional e local, em consequência do reconhecimento da necessidadedeadaptaçãodasdirectivasnacionaisàsrealidadesesingularidadesdecadaterritório.

O território da Associação de Desenvolvimento do Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) abrange os municípiosde,VilaNovadePaiva,,SãoPedrodoSuleOliveiradeFrades.Comuma localizaçãoestratégicafavorável,devidoàproximidadeaoseixosdemobilidadenacional,oterritório da ADDLAP tem vindo a registar um progressivo crescimento populacional. Acompanhando o crescimentopopulacional,assinalaseoaumentodoníveldeensinodapopulaçãoeoaumentodos postos de trabalho no sector terciário e secundário. Esta dinâmica positiva contraria o panorama demográfico subregional e confere ao território da ADDLAP uma estrutura socioeconómica forte e competitiva.

Consciente deste cenário sociodemográfico favorável, e das assimetrias ainda existentes no seu território,aADDLAPtemvindoaposicionarseparaosnovosdesafios,apostandoemáreasessenciais paraodesenvolvimentofuturo,comosãoaeducação,apreservaçãoevalorizaçãoambiental,oapoio socialeaqualidadedevida.

Reconhecida a importância de definir uma estratégia local sustentada, criando vantagens competitivascombasenosfactoresdiferenciadoresdoseuterritórioeemparceriasestratégicas,e explorando eficazmente as oportunidades existentes, a ADDLAP tomou a iniciativa de elaborar o Estudo estratégico “Território de Dão, Lafões e Alto Paiva – Perspectivas de Desenvolvimento” (adiante denominado como Plano de Desenvolvimento), tendo para essa finalidade contratado os serviços da Sociedade Portuguesa de Inovação, S.A. (SPI), que muito se orgulha de contribuir para estanovafasededesenvolvimentodoTerritório,emalinhamentocomaEstratégiadeLisboa.

O objectivo geral da elaboração do Plano de Desenvolvimento consiste, através de um processo partilhado,mobilizadoreinspiradonasmelhorespráticasdisponíveis(nacionaiseinternacionais),na identificaçãoeenvolvimentodosagenteslocaisnaconcepçãodeapostasestratégicas,indicadoresde sucessoecarteirasdeprojectosestruturantesadesenvolveraoníveldoterritórioemanálise.

AelaboraçãodestePlanodeDesenvolvimentoimplicouodesenvolvimentodequatrofases:

FASE 1 –Diagnóstico

FASE 2 –DefiniçãodePosicionamento/IndicadoresdeSucesso

FASE 3 –DefiniçãodeObjectivos/Acções

FASE 4 –ApresentaçãoeValidaçãodoPlanodeDesenvolvimento

Ametodologiadefinidaimplicouumtrabalhominuciosoderecolhadedados,atravésdarealizaçãode workshops, entrevistas, “mergulho no território”, reuniões de trabalho, estudos de caso dos

i Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Concelhos, pesquisa bibliográfica e estatística e análise de boas práticas a nível nacional e internacional.

OenvolvimentodapartedaSPIedasforçasvivaslocaisnarealizaçãodopresenteprojectopodeser resumidoatravésdeumconjuntodeindicadoresdeexecução,resumidoeilustradonaTabelaI.

TabelaI.Indicadoresdeexecuçãodoprojecto .

INDICADORESDEPROJECTO NºTotal TipodeEvento

• Workshop(4) • Entrevistas Eventos 8 • Estudosdecaso • Mergulhonoterritório(2) • Questionários(100) • Workshop(3) • Entrevistas AgentesLocais >100 • Estudosdecaso • Mergulhonoterritório(2) FontesdeInformaçãoConsultadas >50 Sites Consultados >100

Fonte:SPI.

No âmbito deste estudo, foram também analisadas boas práticas internacionais em estratégias e projectoslocaiseregionaisdediversosterritórios.Estasestratégiaseprojectosforamseleccionados de acordo com critérios especificamente relacionados, entre outros, com a estrutura económica e sociodemográfica, as características territoriais e económicas e os níveis de inovação e competitividade,paraqueasuaanálisepermitisseaidentificaçãodecontributosrelevantesparao PlanodeDesenvolvimentodoterritóriodaADDLAP.Assimsendo,foramseleccionadas,entreoutras, estratégias de desenvolvimento em Paducah em Kentuchy (EUA), Município/Região de Kardinska (Grécia)enaRegiãodeWallonia(Bélgica).

Tendo por base o conhecimento da realidade local e dos contextos nacional e internacional, foi realizada uma análise SWOT, identificando pontos fortes, áreas de melhoria, oportunidades e ameaças.DestaanáliseresultaaconsciênciadequeoterritóriodaADDLAPdeverádistinguirsepela complementaridade entre o meio urbano e rural, potenciando as sinergias positivas. Este desígnio pretende dar continuidade à cultura organizacional, estratégia e orientação do rumo de desenvolvimentodesteterritório,quetemvindoaserprotagonizadopelaADDLAP.Aimplementação esucessodaestratégiadelineadadependedotrabalhoconcertadoentreinstituiçõesdeensinoeI&D, tecidoempresarial,administraçãopúblicaesociedadecivil,comumaapostaclaranasTecnologiasde InformaçãoeComunicação(TIC)enquantoferramentadedifusãoegestãodoconhecimento.

AestratégiaquesepropõeparaoterritóriodaADDLAPassumeaseguinteVisão:

“Território da ADDLAP: um interface vivo, inovador e criativo onde o rural e o urbano se complementam”

ii Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Esta Visão assume as complementaridades locais como vantagem competitiva para o futuro desenvolvimento intermunicipal. Pretendese portanto enfatizar as maisvalias associadas aos contextos socioeconómicos dos cinco Concelhos, tirando partido destas para gerar e potenciar factores diferenciadores e dinamizar a base económica, aproximandoos dentro de lógicas de verdadeiraparceria.AVisãoestratégicadoterritóriodaADDLAPdesdobrasedepoisesuportaseem trêslinhasdeorientaçãoestratégica:

I. Reinventar a economia da “terra”: a agricultura, agropecuária, fruticultura, vitivinicultura, floresta: mais inovação = mais valor acrescentado = mais riqueza, considerandoopotencialdosectorprimárioedosseusfactoresdiferenciadorescomoâncoras dasuareinvençãoeconómica;

II. Garantir uma “ruralidade” moderna, atractiva e competitiva: um “campo” de oportunidades para quem vive e quem visita,promovendoumespaçodequalidade,capazde atrairedereteroseucapitalhumano;

III. Promover a educação e a cultura como base de um novo ciclo: um território criativo, garantindoaregeneraçãosocioculturaleterritorial.

A concretização da Visão e linhas de orientação estratégica apontadas depende da mobilização de recursosemtrêsdomíniosdeacção:pessoas,sectoresestratégicoseinfraestruturas,sendoevidente que o sucesso do Plano de Desenvolvimento depende da capacidade de os organizar em torno de objectivos e projectos mobilizadores, conducentes a resultados convenientemente monitorizados, alimentadoresdeciclosdemelhoria(FiguraI).

Gestão de Meios Gestão de Resultados

PESSOAS

RESULTADOS SECTORES ESTRATÉGICOS INTEGRADOS

INFRA-ESTRUTURAS

Melhoria Acompanhamento

FiguraI.Modelounificadordaestratégia.

Fonte:SPI.

iii Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

AconcretizaçãodaestratégiadeDesenvolvimentoseráefectuadademodotransversalàstrêslinhas estratégicas,atravésdaimplementaçãodeumconjuntodeprojectosmobilizadores.Estacarteirade projectostentadarrespostaànecessidadedecriaçãodecondiçõesparafomentarodesenvolvimento integradodesteterritório,tendosidoutilizados,comofontedeinspiração,algunsexemplosdeboas práticas, nacionais e internacionais, devidamente documentados. A apresentação dos projectos mobilizadoreséorganizadaemconformidadecomaslinhasdeorientaçãoestratégicaecomostrês domínios de acção identificados – pessoas, sectores estratégicos e infraestruturas, tendo sido definidas matrizes de impactos dos projectos sobre as linhas de orientação estratégica e dos projectossobreosindicadoresdesucesso.

UmalistagemdacarteiradeprojectosmobilizadorespropostoséresumidanaTabelaII.

TabelaII.CarteiradeProjectosMobilizadores.

N.º Designação do Projecto Acrónimo Linha Estratégica P1 PólodeCompetitividadeeTecnologiaAgrorural CentrodaTerra I P2 MarketingeEscoamentodeProdutosEndógenos MercadoBio I P3 AtelierdeExperimentaçãodosProdutosdaTerra DeGostar I P4 PortaldeapoioàdinamizaçãodaBaseEconómicaLocal @gro.bel I P5 ParqueRurUrbano“Agricultorporumdia” Agrolândia I P6 AgroPlataformaLogísticaRegional AgroLogis I P7 RededeInfraestruturasBásicasdeSuporteàQualidadedeVida BASE II P8 RedeRuraleUrbanadeMobilidade–viasetransportes RUMO II ProgramadeFormaçãoeQualificaçãoparaaInovação, II P9 FOR.ICE CompetitividadeeEmpreendedorismo P10 ProjectoMultiServiçosMóveis MSM II P11 CentrodeExperimentaçãoeReconversãodeNegócios CERNE II P12 ProgramadeTurismoBemEstar(naturezaetermalismo) TNT II ProgramadeTurismoCultural(gastronomia/vinho,patrimónioe II P13 TuCul(toocool) artesanato) P14 Programadeinterpretação,valorizaçãoegestãoambiental GREENWAYS II ProgramadeIntervençãoparaaPrevençãodaExclusãoeAbandono 3IN´s(Integrar,Incluir, II P15 Escolar Intervir) P16 ProgramaEducativoparaumaCulturadeValoresEstratégicos PEPE III P17 ProgramadeEducaçãoparaepelaArte PénasArtes III P18 ProgramaEstratégicodeAtracçãodeCriativosEmpreendedores PEACE III P19 ProgramadeDinamizaçãoCultural Agendas III P20 ProgramasdeQualificaçãoeFormaçãoparaaCriatividade CRIArTE III P21 NúcleodeCriatividade,ExperimentaçãoeInovação N_CEI III P22 BarómetrodeDesenvolvimentoLocal BDL I/II/III

Fonte:SPI.

iv Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Os projectos apresentados prevêem o envolvimento de um conjunto alargado de entidades do territóriodaADDLAPedaRegião[autarquias,tecidoempresarial,instituiçõesdeensinoeformação, instituições de Investigação e Desenvolvimento (I&D), associações de municípios, sociedade civil e associações de desenvolvimento], num conjunto de acções, maioritariamente imateriais, tendo em vistaodesenvolvimentodecompetênciaseoestabelecimentoderedesdecooperação.Destaforma dáse prioridade, por um lado, a acções de educação, sensibilização e formação em criatividade, arte, inovação, competitividade e empreendedorismo, que permitam dotar a ADDLAP de capital humanocapazdeliderarecontribuirparaoprocessodedesenvolvimentoe,poroutrolado,aacções de criação de redes de cooperação, que fomentem a partilha de conhecimento em domínios estratégicos como o ambiente e o sector agrícola, tecnologias e outros recursos. As iniciativas propostasnãodeixamdeconsiderarigualmenteanecessidadedecriaçãodenovasinfraestruturas, geradorasdeumambientefacilitadordodesenvolvimentolocal.

NalinhaestratégicaIsãopropostosseisprojectos,quedãoumenfoqueespecialàvalorizaçãodos produtos endógenos, num ciclo de valor potenciado pela transferência de conhecimento, pelo desenvolvimentodeinvestigaçãoaplicadaaosectorepelainovaçãoeincrementodaexperimentação como suporte básico de uma nova economia agrícola. O projecto Centro da Terra é estruturante, tendocomoobjectivoamaterializaçãodaestratégiacolaborativaquesepretendeestimular.

NalinhaestratégicaIIsãopropostosnoveprojectosquevisamamelhoriadaqualidadedevidano território da ADDLAP. Existe uma aposta combinada de projectos essencialmente infraestruturais, como é o caso do BASE e do RUMO , com projectos estratégicos fundamentalmente imateriais que visamaorganizaçãoderedestemáticaseaestruturaçãodeacçõesentreagentesdedesenvolvimento local.Nesteúltimoconjuntoestãoporexemploosprojectos GREENWAYS , TNT ou TuCul .

Na linha estratégica III são também propostos seis projectos, que complementarmente pretendem criarasbasesparaaconsolidaçãodeumterritóriocriativoeempreendedor.Aformaçãoestámuito presente nestes projectos, sendo no entanto de destacar projectos fortemente relacionados com intervençõesfísicascomoéocasodo PEACE quepretenderevitalizarespaçosegentescomomote daArteeCriatividade.

O Barómetro de Desenvolvimento Local é um projecto transversal, que visa a criação, gestão e actualizaçãodeumabateriadeindicadores(verTabelaIII),esuaanáliseperiódica,comoformade monitorização e avaliação do sucesso alcançado na implementação da estratégia no território da ADDLAP.

Tendoemconsideraçãoadiversidadeeaescaladosprojectospropostos,estesforamagrupadosem duastipologias,deacordocomopapelqueaADDLAPirádesempenharnasuaimplementação:

Tipo1. ProjectosemqueaADDLAP temumpapeldeconcepçãoe gestão, justificado pelas potencialidades diagnosticadas a nível local, mas cujo sucesso depende da sua implementaçãoaumaescalaqueéessencialmenteintermunicipal.

v Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tipo2. Projectos em que a ADDLAP tem um papel essencialmente de coordenação e/ou agregação de esforços dos diferentes agentes, assegurando a complementaridade intermunicipaldosprojectosindividuais,essencialmenteconcelhios;

TabelaIII.BateriadeindicadoresdesucessoparamonitorizaçãodoDesenvolvimentoLocal.

N.º INDICADOR

PESSOAS 1 Níveldeinstruçãodapopulação 2 Abandonoescolar(no3ºcicloenapassagemdo3ºcicloparaosecundário) 3 Númerodepessoascomformaçãocomplementar(formaçãoaolongodavidanogrupoetário2564anos) 4 Númerodeiniciativasrelacionadascomeducaçãoeformaçãoparaosvaloresestratégicos

SECTORES ESTRATÉGICOS 5 Númerodesociedadescomerciaiscriadasemsectoresestratégicos(produtosendógenos,turismo,agroalimentar,cultura) 6 Númerodepostosdetrabalhocriadosnossectoresestratégicos 7 Quantidadedeprodutosendógenos(agropecuária–aves,vitela,cabrito;fruticultura;vitivinicultura;horticultura;floresta) 8 Númerodeentidadesedeprodutosendógenoscertificados 9 Volumedevendasdosprodutosendógenos(agriculturaepecuária) 10 Númerodeiniciativas/eventosnasáreasdacultura,desportoouturismo 11 Númerodeparceriasentreempresas,universidades/centrosdeinvestigação/outrasentidadesdoSCTN

INFRA-ESTRUTURA 12 Taxadecoberturadesistemasdeabastecimento,drenagemetratamentodeáguasequalidadedaságuasdoscursosfluviais 13 Númerodeserviçoscriadosparaapopulaçãoemmeiorural 14 NúmerodeinstituiçõesdeIDIedeserviçoseespaçosdeapoioàactividadeempresarialnosdomíniosestratégicos 15 Númeroderecuperaçõesdeconstruçõesemmeiorural

RESULTADOS INTEGRADOS 16 Populaçãoresidente 17 Númerodeiniciativassupramunicipais 18 Númerodecandidaturaselaboradaseaprovadasaprogramasdefinanciamentocomunitários 19 Númerodedesempregados 20 Indicadordopoderdecompra 21 DespesasMunicipaiscomaprotecçãodabiodiversidadeedapaisagem 22 Índicedesatisfaçãodoscidadãos 23 Índicedesatisfaçãodosturistas 24 Númerodeturistaseestadiamédia

Fonte:SPI.

Como corolário do trabalho executado, é definida, de modo pragmático, a estrutura de gestão e acompanhamentodoPlanodeDesenvolvimentoquesepropõe,visandocomissoajudaraalcançaro posicionamento e os objectivos estratégicos identificados, através de uma eficaz gestão da sua implementação.

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A estrutura de gestão e acompanhamento do Plano de Desenvolvimento da ADDLAP deverá ser composta por uma Comissão de Acompanhamento Estratégico, um Conselho Consultivo e duas Unidades de Apoio, cada uma responsável pelas duas tipologias de projectos existentes, de acordo comopapelqueaADDLAPdesempenharánasuaimplementação.

OsucessodaestruturadegestãoeacompanhamentodoPlanodeDesenvolvimentopressupõe:

• A existência de uma equipa empenhada, competente e capaz de envolver e mobilizar representantesdeforçasvivas;

• A liderança da ADDLAP, suportada por fortes parcerias internas e externas, públicas e privadas,comespecialimportânciaasparceriascomasautarquiasqueaconstituem;

• Aimplementaçãoderotinasdecontrolo,monitorizaçãoeevoluçãoarticulada,individual, sectorial e agregada do Plano de Desenvolvimento, com actualizações periódicas (trimestrais)deprogressoeamobilizaçãodetodososresidentesnesteterritórioparaa implementação efectiva, mantendoos envolvidos, constantemente entusiasmados e com vontadedeparticiparactivamentenasuaconcretização.

Coimbra,Junhode2007

ASociedadePortuguesadeInovação,S.A.

vii Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

AGRADECIMENTOS

Gostaríamosdeagradeceratodaspessoaseentidadesquegenerosamentesedisponibilizaramparaa discussãodetemasrelevantesparaestudo“TerritóriodeDãoLafõeseAltoPaiva–Perspectivasde Desenvolvimento”, contribuindo com a sua visão para uma análise multifacetada da realidade e facilitandosignificativamenteareflexãoapresentadanopresentedocumento.

Coimbra,Junhode2007

ASociedadePortuguesadeInovação,S.A.

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ÍNDICE

1. OBJECTIVOS DO TRABALHO ...... 1

2. METODOLOGIA ...... 2

2.1 METODOLOGIADE TRABALHO ...... 2

2.2 INDICADORESDEEXECUÇÃODOPROJECTO ...... 4

3. ENQUADRAMENTO ...... 5

3.1 AADDLAP ASSOCIAÇÃODE DESENVOLVIMENTODO DÃO ,LAFÕESE ALTO PAIVA ...... 6 3.1.1 O Percurso da ADDLAP – Actividades Desenvolvidas ...... 7

3.2 ENQUADRAMENTO SUPRA LOCAL ...... 13 3.2.1 Contexto Administrativo – Dinâmicas Institucionais ...... 13 3.2.2 Contexto Territorial ...... 16

3.3 ENQUADRAMENTO SOCIODEMOGRÁFICO ...... 21 3.3.1 Dinâmica Populacional ...... 21 3.3.2 Educação e Recursos Humanos ...... 26 3.3.3 Indicadores Sociais – Pobreza e Exclusão Social ...... 30

3.4 BASE ECONÓMICA LOCAL ...... 33 3.4.1 Dados Gerais ...... 33 3.4.2 População Empregada e Desempregada ...... 33 3.4.3 Dinâmica Empresarial ...... 37 3.4.4 Actividades Económicas com Potencial no Território da ADDLAP ...... 39 3.4.5 Iniciativas de Apoio à Base Económica Local...... 51 3.4.6 Rede de Apoio à Inovação da base económica local ...... 54

3.5 AMBIENTEEQUALIDADEDEVIDA ...... 58 3.5.1 Rede de infra-estruturas básicas ...... 58 3.5.2 Rede de mobilidade ...... 62 3.5.3 Rede de equipamentos de utilização colectiva ...... 64 3.5.4 Índice de Desenvolvimento Municipal ...... 65

3.6 OTERRITÓRIO :PATRIMÓNIONATURALEHUMANO ...... 68 3.6.1 Suporte físico ...... 68 3.6.2 Testemunhos da apropriação humana ...... 69 3.6.3 Estrutura e usos do solo...... 72

3.7 OMUNDORURALNOTERRITÓRIODA ADDLAP: IDENTIDADESESINGULARIDADES ...... 74 3.7.1 A cidade de Viseu ...... 74 3.7.2 A polinucleação territorial e especialização funcional ...... 75 3.7.3 Os produtos endógenos ...... 75 3.7.4 A saúde e bem estar - o termalismo e o património natural ...... 75 3.7.5 A cultura e identidade local – património arqueológico e artesanato ...... 76

4. DESENVOLVIMENTO LOCAL NO TERRITÓRIO ADDLAP ...... 77

4.1 ABORDAGEMLOCAL |MÉTODOSDERECOLHADEINFORMAÇÃO ...... 77

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4.2 ANÁLISE SWOT...... 83 4.2.1 Contributos dos workshops de diagnóstico...... 83 4.2.2 Pontos fortes ...... 84 4.2.3 Áreas de Melhoria ...... 87 4.2.4 Oportunidades ...... 89 4.2.5 Ameaças ...... 91 4.2.6 Síntese ...... 93

4.3 ESTUDOSDECASO ...... 95

5. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL ...... 98

5.1 INTRODUÇÃO ...... 98

5.2 SUPORTE ESTRATÉGICO SUPRA LOCAL |INSTRUMENTOS DE POL ÍTICA ...... 101 5.2.1 Programa de Desenvolvimento Rural ...... 101 5.2.2 Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013 ...... 103 5.2.3 Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013 ...... 105 5.2.4 Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território ...... 106 5.2.5 Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável ...... 108 5.2.6 Programa Estratégico Nacional do Turismo ...... 110 5.2.7 , Prospectiva das Actividades e dos Territórios ...... 113

5.3 VISÃO ...... 114

5.4 LINHASDE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA ...... 116 5.4.1 Reinventar a economia da “terra”: fruticultura, vitivinicultura, agropecuária, floresta (mais inovação = mais valor acrescentado = mais riqueza) ...... 117 5.4.2 Garantir uma “ruralidade” moderna, atractiva e competitiva: um “campo” de oportunidades para quem vive e quem visita ...... 119 5.4.3 Promover a educação e a cultura como base de um novo ciclo: um território criativo ...... 121 5.4.4 Síntese ...... 123

6. MONITORIZAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO ...... 127

7. CONCRETIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA – PROJECTOS MOBILIZADORES ...... 130

7.1 CARTEIRADEPROJECTOS ...... 130

7.2 BOAS PRÁTICAS |EXEMPLOS INSPIRADORES ...... ERRO ! MARCADOR NÃO DEFINIDO . 7.2.1 Estratégias locais e regionais ...... Erro! Marcador não definido. 7.2.2 Projectos ...... Erro! Marcador não definido. 7.2.3 Entidades “produtoras de conhecimento” ...... Erro! Marcador não definido.

8. ESTRUTURA DE GESTÃO E ACOMPANHAMENTO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO ...... ERRO! MARCADORNÃODEFINIDO.

8.1 CONDICIONANTESATEREMCONSIDERAÇÃOPARAAIMPLEMENTAÇÃODO PLANODE DESENVOLVIMENTO ....ERRO ! MARCADOR

NÃO DEFINIDO . 8.1.1 Estrutura de Acompanhamento e Gestão ...... Erro! Marcador não definido.

x Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

9. EQUIPA SPI ...... ERRO!MARCADORNÃODEFINIDO.

10. BIBLIOGRAFIA ...... ERRO!MARCADORNÃODEFINIDO.

10.1 RELATÓRIOSE ARTIGOS ...... ERRO! MARCADOR NÃO DEFINIDO .

10.2 INTERNET ...... ERRO ! MARCADOR NÃO DEFINIDO .

10.3 OUTRABIBLIOGRAFIACONSULTADA ...... ERRO ! MARCADOR NÃO DEFINIDO .

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura1:ObjectivosdoPlanodeDesenvolvimento....... 1 Figura2:OTerritóriodaADDLAPno Google Earth ....... 5 Figura3:DivisãoadministrativadoTerritóriodaADDLAP....... 6 Figura4:EnquadramentodaNUTIIIDãoLafões,aoníveldeNUTII(RegiãoCentro)....... 13 Figura5:OTerritóriodaADDLAP,aoníveldaNUTIII(DãoLafões)....... 13 Figura6:AcessibilidadesnoTerritóriodaADDLAP....... 17 Figura7:AeródromoOliveiradeFradeseAeródromoGonçalvesLobato....... 18 Figura8.Povoamentoeeixosinterioresnocontinente....... 19 Figura9:RededeinfraestruturastecnológicasnoSistemaNacionaldeInovação....... 20 Figura10:EstimativasdapopulaçãoresidentenosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP....... 22 Figura11:DensidadePopulacional,em2001,noTerritóriodaADDLAP....... 23 Figura12:DistribuiçãodaPopulaçãoResidenteporGruposEtáriosnoTerritóriodaADDLAP,em2001....... 24 Figura13:VariaçãodaPopulaçãoResidenteporGruposEtários,noTerritóriodaADDLAP,entre1991e2001....... 25 Figura14:DensidadePopulacionaleÍndicedeDependência,em2001,noTerritóriodaADDLAP...... 26 Figura15:TaxadeAnalfabetismo,noTerritóriodaADDLAP,em1991e2001...... 27 Figura16:DistribuiçãodaPopulaçãoResidenteporníveldeensino,entre1991e2001,noTerritóriodaADDLAP....... 27 Figura17:AbandonoEscolarPrecoce,noTerritóriodaADDLAP....... 28 Figura18:TipificaçãodassituaçõesdeexclusãonoTerritóriodaADDLAP....... 31 Figura19:IndicadordoPoderdeCompra per Capita ,noTerritóriodaADDLAP...... 33 Figura20:TaxadeActividadeeTaxadeDesemprego,noTerritóriodaADDLAPeNUTIII–DãoLafões....... 34 Figura21:IndicadordoPoderdeCompra per Capita e PopulaçãoEmpregadaporSectoresdeActividade,noTerritórioda ADDLAP....... 35 Figura22:PopulaçãoResidenteEmpregadaporNíveldeInstruçãonoTerritóriodaADDLAP....... 36 Figura23:DesempregoregistadonoTerritóriodaADDLAPsegundoogénero,tempodeinscriçãoesituaçãofaceàprocura deemprego....... 36 Figura24:TipologiasdasÁreasRurais–1ªVocaçãodosTerritórios....... 40 Figura25:UtilizaçãogeraldasterrasnoTerritóriodaADDLAP–1999....... 42 Figura26:ProdutosTradicionaisdeQualidade....... 44 Figura27:ProdutosTradicionaisdeQualidade....... 44 Figura28:DistribuiçãodasZIFnaRegiãoCentro....... 46 Figura29:TerritóriodaADDLAP....... 47 Figura30:Patrimónionatural,históricoeculturaldoTerritóriodaADDLAP....... 47 Figura31:DormidasnosestabelecimentoshoteleirosporConcelho,segundoopaísderesidênciahabitualnoTerritórioda ADDLAP–2004....... 48 Figura32:EstabelecimentosdeTurismonoEspaçoRural,noTerritóriodaADDLAP–2004....... 49 Figura33:TermasdeS.PedrodoSul....... 50 Figura34:NúmerodeProjectosaprovadospeloPRIMEnosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP,portipodeProjecto....... 52 Figura36:PopulaçãoservidaporinfraestruturasbásicasnoTerritóriodaADDLAP,enasNUTI,IIeIII....... 59 Figura37:DistribuiçãodasDespesasMunicipaisnaáreadoambiente....... 61 Figura38:DistribuiçãodasReceitasMunicipaisnaáreadoambiente....... 62

xii Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Figura39:RedededistribuiçãoprincipalnoDistritodeViseu....... 62 Figura40:PercursosdarededetransportespúblicosdepassageirosnoTerritóriodaADDLAP....... 64 Figura41:EquipamentosdeutilizaçãocolectivanoTerritóriodaADDLAP....... 65 Figura42:ÍndicedeDesenvolvimentoMunicipal....... 66 Figura43:ÍndicedeDesenvolvimentoMunicipal–AmbienteeQualidadedeVidaeServiçosdeApoioàPopulação....... 67 Figura44:EnquadramentodoTerritóriodaADDLAPnodistritodeViseu....... 68 Figura45:ModelodeapropriaçãodoTerritóriodaADDLAP....... 69 Figura46:ExemplaresdeelementospatrimoniaisclassificadosnoTerritóriodaADDLAP....... 69 Figura47:AglomeradosRurais,noTerritóriodaADDLAP....... 71 Figura48:EsquemadaanáliseSWOTcruzada....... 94 Figura49:AnáliseSWOTcruzadaparaoterritóriodaADDLAP....... 95 Figura50:InteracçãodedomíniosparaadefiniçãoeimplementaçãodeumaestratégiadeDesenvolvimentoLocal....... 98 Figura51:Relaçãoentreconcentraçãodesectoresdeactividade(cluster)eintensidadedeinvestigação,noTerritório ADDLAP....... 99 Figura52:Níveisdedefiniçãodaestratégiadedesenvolvimentolocal...... 100 Figura53:Cruzandoas“vagas”,pensandoemPortugalEnquadraraADDLAP....... 113 Figura54:Reinventaraeconomiada“terra”,agentesedinâmicasacriar....... 118 Figura55:Domíniosdeapostaparauma“ruralidade”moderna,atractivaecompetitiva....... 120 Figura56:CiclodesuporteaoTerritórioCriativo....... 122 Figura57:Modelounificadordaestratégia....... 123 Figura58:Enquadramentodosindicadoresdesucessonomodelounificadordaestratégia....... 129 Figura59:ProjectosMobilizadores....... 130 Figura60:Opapeldosprojectosmobilizadoresnomodelounificadordaestratégia....... 131 Figura61:EstruturadeGestãoeAcompanhamentodoPlanodeDesenvolvimentodaADDLAP. Erro! Marcador não definido.

xiii Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela1:Cronogramametodológico....... 3 Tabela2:Indicadoresdeexecuçãodoprojecto....... 4 Tabela3:AssociadosdaADDLAP....... 7 Tabela4:InteracçõesaPotenciar....... 16 Tabela5:PopulaçãoResidentenoTerritóriodaADDLAP,entre1981e2001....... 21 Tabela6:ÍndicedeEnvelhecimento,noTerritóriodaADDLAP,entre1998e2004....... 24 Tabela7:Estabelecimentosdeensino,noTerritóriodaADDLAP,em2002/03...... 29 Tabela8:RededeOfertadeCursosProfissionais–EscolasProfissionaisAnolectivo2004/2005....... 30 Tabela9:ProjectosnaÁreadaIntervençãoSocial,nosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP....... 32 Tabela10:PopulaçãoempregadaporsectordeactividadenoTerritóriodaADDLAPeNUTIII–DãoLafões....... 34 Tabela11:TipologiasdaDinâmicaEmpresarialnosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP....... 38 Tabela12:TipologiasdoVolumedeNegóciosnasSociedadesdaIndústriaTransformadoranosMunicípiosdoTerritórioda ADDLAP....... 38 Tabela13:MaioresEmpresaslocalizadasnoTerritóriodaADDLAP....... 39 Tabela14:SAUporexploraçãoeBlocoscomSAUporexploração,nosConcelhosdoTerritórioADDLAP1999....... 41 Tabela15:MododeProduçãoBiológico,naBeiraLitoral....... 42 Tabela16:Estabelecimentosecapacidadedealojamento,noTerritóriodaADDLAP–2001e2004....... 49 Tabela17:DistribuiçãogeográficadoinvestimentodirectoemI&DT,entre2000e2006....... 51 Tabela18:ProjectoseInvestimentoLEADER+noTerritóriodaADDLAP....... 53 Tabela19:IndicadoresdeImpactodoVector1–LEADER+,noTerritóriodaADDLAP....... 54 Tabela20:ZonasIndustriais....... 55 Tabela21:UnidadesdeI&DnoTerritóriodaADDLAP....... 56 Tabela22:Evoluçãodoconsumodeáguaportipodeusos....... 59 Tabela23:Correlaçãoentrecaudaisconsumidosedrenadospelarededeáguasresiduaiseentrecaudaisdrenadose tratadosemETAR....... 60 Tabela24:PontosderecolhaetratamentodeRSUnoTerritóriodaADDLAP....... 61 Tabela25:PatrimónioClassificadoeEmViasdeClassificação,noTerritóriodaADDLAP....... 70 Tabela26:Entidade/CooperativasdeArtesanato....... 72 Tabela27:PlanosMunicipaisdeOrdenamentodoTerritório(PMOT)....... 73 Tabela28:EntidadeseIndividualidadesEntrevistadas....... 77 Tabela29:ParticipantesnosWorkshops....... 78 Tabela30:Locaisvisitadosduranteos“mergulhosnoterritório”....... 80 Tabela31:Resumodospontosforteseáreasdemelhorialistadosnosworkshops....... 83 Tabela32:PrincipaisAcçõesapromovernoTerritórioADDLAP....... 84 Tabela33:EstratégianacionalePDR...... 102 Tabela34:SíntesedoQREN20072013,agendas,prioridadesePlanosOperacionais....... 104 Tabela35:POCentro(FEDER)....... 106 Tabela36:ObjectivosEstratégicoseObjectivosEspecíficosdoPNPOT....... 107 Tabela37:ObjectivosePrioridadesEstratégicasdoENDS....... 109 Tabela38:EixosdoPENT....... 110

xiv Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela39:ProjectosdoPENT....... 111 Tabela40:Matrizestratégicadedesenvolvimentodosprodutosnoterritório....... 112 Tabela41:MatrizdeCorrelaçãoentreasLinhasdeOrientaçãoEstratégicaeoPDReoPENT....... 124 Tabela42:MatrizdeCorrelaçãoentreasLinhasEstratégicasoQRENeoPOCENTRO....... 125 Tabela43:MatrizdeCorrelaçãoentreasLinhasEstratégicasdeOrientaçãoeoPNPOTeoENDS....... 126 Tabela44:BateriadeindicadoresdesucessoparamonitorizaçãodoPlanodeDesenvolvimento....... 127 Tabela45:Matrizdeimpactosdosindicadoresdesucessosobreaslinhasdeorientaçãoestratégica....... 128 Tabela46:TipologiadeprojectosdeacordocomopapeldaADDLAPnasuaimplementação....... 131 Tabela47.Matrizdeimpactosdosprojectosmobilizadoressobreosindicadoresdesucesso. ...... 132 Tabela48.Classificaçãodosprojectosdeacordocomasuaestimativaorçamental....... 132 Tabela49.ImpactoeComplexidadedaimplementaçãodosprojectos....... 133 Tabela50:Identificaçãodeforçasvivaslocais,parceirosNacionaiseInternacionaisrelevantesparaaimplementaçãodo PlanodeDesenvolvimento....... Erro! Marcador não definido.

xv Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

1. OBJECTIVOS DO TRABALHO

OobjectivogeraldaelaboraçãodeumPlanodeDesenvolvimentoconsiste,atravésdeumprocesso partilhado,mobilizadoreinspiradonasmelhorespráticasdisponíveis(nacionaiseinternacionais),na identificação e envolvimento dos agentes locais para a concepção de apostas estratégicas, indicadoresdesucessoeumacarteiradeprojectosestruturantesadesenvolveraoníveldoterritório daAssociaçãodeDesenvolvimentodoDão,LafõeseAltoPaiva(ADDLAP).

O Plano de Desenvolvimento terá como prioridades estratégicas o crescimento sustentado, o desenvolvimento económico e a coesão social e territorial da região de Dão, Lafões e Alto Paiva, considerandoasespecificidadesdoscincomunicípiosqueacompõem:OliveiradeFrades,SãoPedro do Sul, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela. Com base nestas prioridades serão desenhados uma estratégiaeumplanodeacçõesdireccionadosparaodesenvolvimentolocal,dandoespecialênfasea sectoresquesevenhamarevelarcomoestruturantes.

Boas Práticas Participação de Análise Territorial Nacionais/ Forças Vivas Locais Internacionais

REFLEXÃO ESTRATÉGICA

 Apostas Estratégicas  Indicadores de Sucesso  Carteira de Projectos Estruturantes  Monitorização

Figura1:ObjectivosdoPlanodeDesenvolvimento.

Fonte:SPI.

OestudoaefectuarincluiráumaanálisedasoportunidadesdedesenvolvimentonaregiãodaADDLAP, enquadrandoasnorumodefinidopelaspolíticasdedesenvolvimentosupramunicipalquesustentam as prioridades do próximo período de programação financeira (20072013). Tendo em consideração queaactividadedaADDLAPtemsidodesenvolvidafundamentalmentenaszonasrurais,noâmbitodo programaLEADER,éparticularmentepertinenteoenquadramentodosprojectosnafilosofiadoFundo EuropeuAgrícolaparaoDesenvolvimentoRural(FEADER)que,apartirde2007,éoinstrumentode financiamentodapolíticadedesenvolvimentoruraldaUniãoEuropeia.

1 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

2. METODOLOGIA

2.1 METODOLOGIA DE TRABALHO

Otrabalhodesenvolvidocompreendeu4fasesdistintas,comtarefasassociadasacadaumadelas:

FASE 1 –Diagnóstico

FASE 2 –DefiniçãodePosicionamento/IndicadoresdeSucesso

FASE 3 –DefiniçãodeObjectivos/Acções

FASE 4 –ApresentaçãoeValidaçãodoPlanodeDesenvolvimentoLocalparaoTerritório daADDLAP

A exequibilidade destas fases foi garantida por uma equipa de consultores da SPI com valências associadas às áreas temáticas consideradas fundamentais para o projecto, nomeadamente: PlaneamentoRegionaleUrbano,InovaçãoeCompetitividade,FormaçãoeQualificaçãodeRecursos Humanos,EstratégiaOrganizacional,PromoçãodeParceriaseAliançasEstratégicase Programasde Financiamento.

AmetodologiadefinidaenvolveuainteracçãodaequipadaSPI,aolongodasdiferentesfases,coma ADDLAPecominterlocutoreslocaisdasmaisvariadasáreasdeactividadesocialoueconómica,oque permitiudefinirumprogramacompatívelcomarealidadeenecessidadeslocais,epotenciadordos recursoslocais(verTabela1).

2 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela1:Cronogramametodológico.

Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Semana 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 FASE1 Recolhadeinformaçãorelevante 25 Identificaçãodeforçasvivas 25 Mergulhonoterritório(2dias) 25 07 14, 05 05 Entrevistas(13) 15 Realizaçãodeinquéritos(100) Workshopsdiagnóstico Workshop1 15 Workshop2 27 Workshop3 05 Workshop4 18 EstudosdeCaso(5) 13 Sistematização da infor mação recolhidaeproduzida FASE2 AnáliseSWOT Identificação e análise de boas práticas DefiniçãodeVisão,MissãoeLinhas deOrientaçãoEstratégica Definição de indicadores de sucesso RelatórioIntermédio Elaboração de draft de RelatórioIntermédio Análise de draft de Relatório Intermédio Elaboração de Relatório Intermédio Apresentaçã o e discussão do RelatórioIntermédioReunião FASE3 DefiniçãodeObjectivos DefiniçãodeumPlanodeAcções Identificação de oportunidades de cooperação Definição de linhas d e orientação relativas ao acompanhamento e avaliação da implementação do PlanodeAcções Sistematização da informação recolhidaeproduzida FASE4 Preparaçãodaversãopreliminar Apresentação da ve rsão preliminar –Reunião Preparação do Plano de DesenvolvimentoLocal ApresentaçãoPública Reunião EntregaRelatórioFinal Fonte:SPI.

3 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

2.2 INDICADORES DE EXECUÇÃO DO PROJECTO

A elaboração do Plano de Desenvolvimento implicou um trabalho minucioso de recolha de dados, atravésdarealizaçãodeworkshops,deentrevistas,de“mergulhosnoterritório”,dequestionários, dereuniõesdetrabalho,daanálisedeestudosdecasodoTerritório,doestudodeboaspráticasa nívelinternacional,bemcomodapesquisabibliográficaeestatística(Tabela2).

Tabela2:Indicadoresdeexecuçãodoprojecto.

INDICADORESDEPROJECTO N.ºTotal TipodeEvento

• Workshop(4) • Entrevistas Eventos 8 • Estudosdecaso • Mergulhonoterritório(2) • Questionários(100) • Workshop(4) • Entrevistas AgentesLocais >100 • Estudosdecaso • Mergulhonoterritório(2) FontesdeInformaçãoConsultadas >50 Sites Consultados >100

Fonte:SPI.

Aparticipaçãodosagenteslocaiséumindicadorimportantemasdifícildecalcularcomexactidão, umavezque,apesardeserpossívelapurarnúmerosexactosparaaparticipaçãonasentrevistas(14 interlocutores)enosworkshops(27agenteslocaisnoworkshopdodia15deFevereiro,26agentes locaisnoworkshopdodia27deFevereiro,e20noworkshopdodia5deMarço),háqueequacionar todos os contactos tidos com diferentes interlocutores durante os “mergulhos no território” e nas váriasvisitasaoTerritório.

Estimaseque,paraaconcretizaçãodoPlanodeDesenvolvimentoLocalparaoTerritóriodaADDLAP, foramconsultadosmaisdecem sites dediversosdomíniosemaisde50fontesdeinformação,entre asquaislivros,notícias,boletinsestatísticos,etc.

4 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3. ENQUADRAMENTO

Aelaboraçãodeumaestratégiadedesenvolvimentoimplicaoconhecimentoprofundodasrealidades locais como ponto de partida para a definição do plano de acção. A apreensão das dinâmicas e singularidades de um território é fundamental para a construção de modelos de desenvolvimento adaptados às necessidades reais, minimizando o risco de se criar uma ferramenta obsoleta ou desajustada.

TendoemconsideraçãoqueoTerritóriodaADDLAPémarcadoporumafortediversidadepaisagística esocioeconómica,procurousetraçarumretratogeral,emdetrimentodeumaanálisediscriminada por município, trabalhando sobre uma imagem de unidade e identidade, que permitisse, posteriormente, a definição de uma estratégia integrada. Assim sendo, são apresentadas neste capítulo,asanáliseselaboradasàactividadedaADDLAP,apresentandoadinâmicadestaassociação, ao enquadramento supralocal e geográfico da área de estudo, analisando interacções e complementaridades supralocais, ao enquadramento sociodemográfico, conhecendo o perfil da população deste território, à base económica local avaliando sectores de actividade existentes e emergentes e ao ambiente e qualidade de vida analisando vários indicadores caracterizadores ao níveldasinfraestruturas,serviçoseespaçosdisponíveis.

Figura2:OTerritóriodaADDLAPno Google Earth .

Fonte:GoogleEarth,2007.

A totalidade dos municípios que integram o Território da ADDLAP ocupa uma superfície de 1370,7 km 2,distribuídapelosConcelhosdeOliveiradeFrades(145,4km 2),S.PedrodoSul(349km 2),Vila NovadePaiva(175,5km 2),Viseu(507,1km 2)eVouzela(193,7km 2).Éesteoobjectodoestudoquea seguirseapresenta(Figura3).

5 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

VILA NOVA DE PAIVA

S. PEDRO DO SUL

OLIVEIRA DE FRADES

VOUZELA VISEU

Figura3:DivisãoadministrativadoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:SPI.

3.1 A ADDLAP - ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DO DÃO , LAFÕES E ALTO PAIVA

A ADDLAP foi constituída em 1994 e tem como área de intervenção 83 1,enquadradasemcincomunicípiosdaNUTIIIDãoLafões–Oliveirade Frades, São Pedro do Sul, Vila Nova de Paiva, Viseu e Vouzela. É importante salientar que a zona de intervenção da ADDLAP, para o programa LEADER II, excluiasfreguesiasdeAbraveses,CoraçãodeJesus,SantaMariadeViseueSão José e Ranhados, do Município de Viseu, e as freguesias do Candal, Carvalhais, Covas do Rio, Manhouce,S.MartinhodasMoitas,SantaCruzdaTrapaeSul,pertencentesaoMunicípiodeS.Pedro doSul.

Para além das câmaras municipais destes cinco municípios, a ADDLAP tem como associados outras entidades,cujalistagemseapresentanaTabela3.

A associação foi constituída pelos Concelhos e Instituições que a compõem, uma vez que “ a similaridade dos seus problemas os obriga à tomada de uma atitude colectiva que, embora salvaguardando uma ou outra especificidade, perspectiva um desenvolvimento harmonioso das suas populações, tendo por base as potencialidades endógenas capazes de introduzirem a diversificação das actividades económicas predominantes, com a consequente criação de riqueza e bem-estar .” 2. Este diagnóstico determinou assim a criação da ADDLAP, como uma associação sem fins lucrativos,

1ConsultarAnexoA–Enquadramento:AADDLAP.

2www.addlap.pt.

6 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

que“ tem como objecto promover o Desenvolvimento Rural Integrado, dinamizando e valorizando a intermunicipalidade num espírito de cooperação regional e nacional com entidades públicas e privadas que prossigam a mesma finalidade ”3.

Tabela3:AssociadosdaADDLAP.

AssociadosADDLAP

• CâmaraMunicipaldeViseu; • CâmaraMunicipaldeVouzela; • CâmaraMunicipaldeVilaNovadePaiva; • CâmaraMunicipaldeSãoPedrodoSul; Associadospúblicos • CâmaraMunicipaldeOliveiradeFrades; • RegiãodeTurismoDãoLafões; • FundaçãodaCâmaraMunicipaldeViseuparaaDefesadoArtesanato–Casa daRibeira. • ADRL–AssociaçãodeDesenvolvimentoRuraldeLafões; • ANJE–AssociaçãoNacionaldeJovensEmpresário–Viseu; • “OENLEIO”CooperativadeArtesanatodeTorredeita,CRL; Associadoscolectivosprivados • “OARADO”–CooperativaAgroPecuária; • ComissãoVitivinícolaRegionaldoDão; • AssociaçãodeDefesadoPatrimónio,AmbienteeConsumidorAmigosda Beira; • AssociaçãoAcadémicadeSantaCruz.

Associadosindividuaisprivados • EscolaProfissionaldeVouzela.

Fonte:www.addlap.pt

3.1.1 O Percurso da ADDLAP – Actividades Desenvolvidas

A actividade inicial da Associação centrouse na elaboração de um diagnóstico de necessidades da áreadeintervenção,com o objectivoprincipaldesecandidataraoProgramaLEADER IIeaoutras iniciativasquepromovamodesenvolvimentolocalintegrado.

De uma forma global o trabalho de animação traduzse nas seguintes componentes: pesquisa bibliográficaedocumental;realizaçãodevisitasaoterrenoereuniõescomsectoresespecíficosea populaçãoemgeral;divulgaçãoeinformaçãodapopulaçãodaáreadaintervenção;actualizaçãodo diagnóstico;levantamentodosrecursos,nomeadamentedopatrimónionatural,culturaleedificado; atendimento, orientação e acompanhamento de promotores individuais, colectivos e públicos; organizaçãoeparticipaçãoemeventos;egestãotécnicaefinanceiradosprogramasemexecução.

Assim,aADDLAP,passouadesenvolverdiferentesactividadesdasquaissedestacam:

• Elaboraçãodecandidaturas,dinamizaçãodosagenteslocais,trabalhosemcooperaçãocom diversos países, GALs e regiões de Portugal, importando experiências positivas para o território

3www.addlap.pt.

7 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

• ImplementaçãoeAcompanhamentodosdiversosprojectosemdiferentesáreas

• Formaçãoespecíficadeacordocomasnecessidadesdoterritório

• EntidadeGestoradoProgramadeIniciativaComunitáriaLEADERII–ADDLAP;

• Entidade Gestora do Centro Rural Norte de Lafões, no âmbito do PPDR (Promoção do PotencialdeDesenvolvimentoRegional);

• Entidade Promotora do projecto de formação profissional “Jovens Desafios” da Iniciativa ComunitáriaEmprego–Eixo Youthstart;

• Entidade Promotora de 31 Acções de Sensibilização, subordinadas ao tema “Introdução à GestãodaFloresta”,noâmbitodaMedida6–EducaçãoeFormação,doProgramadeApoioà ModernizaçãoAgrícolaeFlorestal(PAMAF).

DuranteoIIIQCAteveosseguintesprogramasemfuncionamento:

• EntidadeGestoradaIniciativaComunitáriaLEADER+/ADDLAP

Temcomoobjectivoprincipalapromoçãododesenvolvimentodaszonasrurais,atravésda implementaçãodoVector1–EstratégiasTerritoriaisdeDesenvolvimentoRural,Integradase CarácterPilotoedoVector2–ApoioàCooperaçãoentreTerritóriosRurais.

NoâmbitodoVector1,foramaprovados,até31.05.2007,167projectos,distribuídospelas seguintes submedidas: 1.1 – Investimento em Infraestruturas; 1.2 – Apoio a Actividades Produtivas; 1.3 – Outras Acções Materiais; 2.2 – Outras Acções Imateriais. O tipo de investimento aprovado tem impacto ao nível da melhoria das condições de vida das populações,davalorizaçãodosrecursosnaturais,dapromoçãodeactividadesartesanais,da recuperaçãodelocaishistóricos,dacriaçãodepequenasempresasedodinamismosociale cultural.

No âmbito do Vector 2 – destacamos os seguintes projectos promovidos pela ADDLAP, em parceriacomoutrasentidadesLEADEReinstituiçõesdoterritório: o “Região Solidária” projectodecooperaçãoqueperspectivanovasabordagens, tendoporbaseareinvençãoeaplicaçãotransversaldasolidariedade,atravésda concretização de actividades diversificadas que permitam a valorização das pessoas,culturaepatrimónio,economia,ambienteefuturo; o “CooperaremPortuguês”projectodecooperaçãotransnacionalcompaísesde expressão portuguesa quevisaatroca deinformaçõeseexperiênciassobreos processoslocaisdedesenvolvimento; o “Marketing Institucional” – projecto que perspectiva, em cooperação, a promoção e divulgação dos territórios, dos seus produtos endógenos e das Associações de Desenvolvimento Local (ADL), objectivando: a valorização dos

8 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

recursos locais; o reforço da identidade local e a dinamização das economias locais; o “MuseusNaturais”–esteprojectotemcomoobjectivoa valorizaçãoepromoçãodosterritóriosatravésdacriação de Centros de Interpretação e/ou Ecomuseus cuja riqueza patrimonial e natural favoreça a realização de actividadesculturaiseturísticasconjuntas; o “DãoVinhoseSabores”esteeventodecorreunoSolar do Vinhodo Dão, em Viseu,entreosdias2e4deDezembrode2005etevecomoobjectivoprincipal adivulgaçãodosvinhosdaregiãodoDãoassociadoaoconceitodovinhodoDão comoprodutoturístico; o “PortugalumDestinoRural”–queconsistiunarepresentaçãode16Gruposde AcçãoLocal (GAL)e respectivosterritórios numa Feira de Turismo em Sevilha (FERANTUR) e na produção de 1 catálogo denominado: “Portugal um Destino Rural”,compropostasdeprogramasturísticosde2diasparaoslocaisenvolvidos noprojecto; o “Qualificação do Turismo Activo – Worldaventure” – este projecto visa a promoçãoerealizaçãodeváriasacções,noâmbitododesenvolvimentoturístico dasZonasdeIntervençãoenvolvidasnoprojectoecompreendem as seguintes acções: consultadoria qualificada de empresas e programas turísticos; participaçãoemfeiraseelaboraçãodematerialdedivulgação; o ProjectoCentrodePromoçãodosTerritórios. • Entidade Gestora do Reforço do Centro Rural Norte de Lafões, no âmbito da Medida II.3 – AcçõesInovadorasdeDinamizaçãodasAldeias,doProgramaOperacional(PO)Centro; EnglobaseisfreguesiasdosconcelhosdeSãoPedrodoSuledeOliveiradeFradesetemcomo objectivo apoiar acções que incluem a implementação de pequenas infraestruturas de valorização da paisagem e dos aglomerados que a suportam; iniciativas de valorização e rentabilização de pequenos agrupamentos de apoio à actividade agrícola, em favor da comunidade local; acções de divulgação das acções do Centro Rural e de animação das comunidadesenvolvidas. • Entidade Gestora de 6 Planos de Intervenção, no âmbito da Acção 7.1 – Valorização do AmbienteedoPatrimónioRural,daMedidaAGRIS: 1. Plano de Intervenção (PI) de Alcofra, Carvalhal de Vermilhas e Fornelo do Monte (Vouzela); 2. PIdeDestriz,RibeiradioeReigoso(OliveiradeFrades); 3. PIdeCandal,Manhouce,S.CristóvãodeLafõeseValadares(SãoPedrodoSul); 4. PIdeSãoPedrodeFrance(Viseu); 5. PIdeFarminhão(Viseu); 6. PIdoRioMaueCovo(VilaNovadePaiva); Foramapoiados40projectosnasseguintesáreas:

9 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

o Requalificaçãodeespaçospúblicosempequenosaglomeradosrurais; o Recuperaçãodeconstruçõesruraisdetraçatradicional,nomeadamente,deinstalações relacionadascomactividadesagrícolaseflorestais; o Preservaçãoevalorizaçãopaisagísticadosespaçosrurais; o Dinamizaçãodeespaçosagroflorestaisparafinslúdicose/oupedagógicosrelacionados comaactividadeemmeioruralemelhoramentodascondiçõesdeacessoaoslocaisde interessecolectivo; o Criaçãodeespaçosmuseológicosdetemáticarural. • EntidadeGestoradoCentroRuraldoAltoPaiva,noâmbitodaMedidaII.3–AcçõesInovadoras deDinamizaçãodasAldeias,doPOCentro.Integra6freguesiasdosConcelhosdeVilaNova de Paiva e Castro Daire. Os objectivos enquadramse nos mesmos definidos para o Centro RuralNortedeLafões. • Candidatura aprovada a um Contrato de Aldeia para o Concelho de Vouzela, no âmbito da MedidaII.3–AcçõesInovadorasdeDinamizaçãodasAldeias,doPOCentroedinamizadapela Autarquiadestemunicípio. • Na área da Cooperação, está a desenvolver o projecto “Waterwaysnet”, aprovado no âmbito do INTERREG II B Arco Atlântico. Tratase de uma parceria que envolve franceses espanhóis, irlandeses e ingleses, em torno da protecção ambiental. TemcomoobjectivovalorizaropatrimóniodoRioVougaeseusafluentesnaregiãodeLafões eenvolveosmunicípiosdeS.PedrodoSul,OliveiradeFradeseVouzela.Deumaformageral oprojectopassapelainstalaçãodetrêscentrosdeinterpretação,implementaçãodevários percursospedestresinterpretativoseelaboraçãodeumguia/estudocientífico.Comestes investimentos pretendese auxiliar a população local e os visitantes a compreender os ecossistemasribeirinhoseaimportânciadasuaconservação;promoveroturismodenatureza edesenvolveracçõesdeeducaçãoambientalcomcrianças. • Entidade parceira com o Centro de Promoção Social para o desenvolvimento de cursos de formação“GuiasTurísticos”e“SaberesFazeresTradicionais”,candidatadosaoPOdoCentro EixoII–MedidaII.8–DesenvolvimentodosRecursosHumanosePromoçãodaCoesãoSocial, integradanoreforçodoCentroRuralNortedeLafões. • Entidade titular de um pedido de financiamento na área da Cozinha Tradicional para a deRibeiradio,ConcelhodeOliveiradeFrades,noâmbitodoEixo5,Medida5.3/ AcçãoTipo5.3.1.1doPOEFDS,comumtotalde1.548horas,anode2003/2004. Foram beneficiados 15 formandos, que no final do curso ficaram com competências para exercer actividades de ajudante de cozinha especialista com conhecimentos sobre a utilizaçãodeequipamentodecozinha,nutrição,alimentos,asuaaquisição,armazenamento,

10 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

gestão dos stocks , elaboração de ementas, preservação, confecção e apresentação de refeições, bem como o serviço de mesa e bar, podendo desempenhar funções em restaurantes,hotéis,empresasdeeventosecantinas. • EntidadetitulardeumcursonaáreadaProduçãoBiológicaeTradicionalparaafreguesiade Pendilhe, Concelho de Vila Nova de Paiva, no âmbito do PO Centro, Eixo 2, Medida II.8 DesenvolvimentodosRecursosHumanosePromoçãodaCoesãoSocial,comumtotalde900 horas,anode2004. Foram abrangidos 14 formandos que adquiriram conhecimentos sobre os princípios da Agricultura Biológica e sua aplicação prática, nomeadamente, na produção de hortícolas, frutícolaseplantasaromáticasemedicinais,identificaçãodasprincipaisplantasaromáticase medicinais, conservação e transformação de produtos hortofrutícolas, distribuição e comercialização de produtos biológicos, processamento de compotas, fabrico de queijo tradicional,certificaçãodeprodutosesuacomercialização. • Entidade titular de um curso de Técnico de Animação turística, no âmbito do PO Centro, Eixo 2, Medida II.8 Desenvolvimento dos Recursos Humanos e Promoção da CoesãoSocial,comumtotalde1350horas,anode2006/2007.Ocursodestinouseajovens desempregadosoucandidatosa1ºemprego,como11ºdeescolaridade. • EntidadetitulardeumpedidodefinanciamentonaáreadeCosturaBásicoeIndustrialparaa freguesia de Cavernães, Concelho de Viseu, no âmbito do Eixo 5, Medida 5.3 / Acção Tipo 5.3.1.1doPOEFDS,comumtotalde1200horas,anode2005/2006. • Frequentaram e finalizaram os cursos 14 formandos, que obtiveram competências para interpretardesenhos,elaborarosmoldesrespectivos,cortartecidos,confeccionarpeçasde vestuárioeoutras,bemcomooperarmáquinasdecosturaeoutrosequipamentos. • Implementação,emparceriacomaINDEeoProgride“CriarRaízes”doprojectoRECÍPROCO, noâmbitodoVector3doPICLEADER+,nomeadamenteaorganizaçãodosagricultores,dos consumidoresedistribuiçãodocabaz.ORE.CI.PRO.COtemporbaseaimplementaçãodeum sistema de agricultura sustentada pela comunidade. Traduzse na comercialização de cabazes, essencialmente, de produtos agrícolas, de uma forma regular, directamente do produtorparaoconsumidor,tendosubjacentetodaumasériedepráticaseprincípiosque levemàcelebraçãodecontratosdefidelizaçãoentreosintervenientes.Comestaformade comercialização os consumidores tem acesso a produtos frescos e saudáveis e o agricultor garante o escoamento dos seus produtos. Esta abordagem pode ser aplicada nos diversos sistemas rurais, mas tornase mais pertinente nas áreas rurais mais deprimidas, onde é importantediversificarasactuaçõeseasactividades.

11 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Na área de formação e qualificação, a actuação da ADDLAP tem por estratégia privilegiar, para a implementação das acções no terreno, a utilização dos recursos locais existentes.

12 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.2 ENQUADRAMENTO SUPRA -LOCAL

Neste ponto pretendese analisar as dinâmicas existentes entre a área de estudo e o exterior, ou seja, os factores exógenos que directa ou indirectamentecondicionamodesenvolvimentodoTerritóriodaADDLAP.

3.2.1 Contexto Administrativo – Dinâmicas Institucionais

Emtermosadministrativoseestatísticos,oTerritóriodaADDLAP,situasenaregiãoCentro(NUTII), nasubregiãodeDãoLafões(NUTIII),fazendofronteiracomassubregiõesdoBaixoVougaedeEntre DouroeVouga(verFiguras4e5).

Figura4:EnquadramentodaNUTIIIDãoLafões,aoníveldeNUTII(RegiãoCentro).

Figura5:OTerritóriodaADDLAP,aoníveldaNUTIII(DãoLafões).

13 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Anívelsubregional,comoactoreschaveparaodesenvolvimentoconcelhioeregional,destacamse osseguintes:

• A Associação de Municípios da Região Dão Lafões –comaconstituiçãojáaprovada,esta associação, que congrega todos os municípios da NUT III com o mesmo nome, surge do interessequeos15municípiosdemonstraramemseunirpara,maisfacilmente,articularem investimentos municipais de interesse intermunicipal, nomeadamente através da contratualizaçãodagestãodeprogramascomunitáriosnoâmbitodoQuadrodeReferência EstratégicaNacional(QREN)paraoperíodo2007/2013;

• A Grande área Metropolitana de Viseu (GAMVIS) – constituída com a associação de 21 municípios (Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Fornos de Algodres, Gouveia, , Moimenta da Beira, , Oliveira de Frades, Penalva do Castelo, , SantaCombaDão,SãoPedrodoSul,Sátão,Seia,,,,VilaNova de Paiva, Viseu e Vouzela), representou um esforço comum de desenvolvimento deste território alargado. Tendo como missão a prossecução de interesses comuns a estes municípios, a GAMVIS concretizou diversas iniciativas, sempre baseadas numa acção concertadaentreosdiferentesmunicípiosconstituinteseoutrosagentes,procurandodeste modo potenciar o desenvolvimento e a competitividade da Região. A elaboração de um planoestratégico:ProgramaDirectordeInovação,CompetitividadeeEmpreendedorismoé umdosexemplosdedestaquedessasiniciativas.Comestaentidadeimportaráanalisarasua continuidade;

• A Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão constituídapelosConcelhosde Aguiar da Beira, Carregal do Sal, Castro Daire, Gouveia, Mangualde, Mortágua, Nelas, OliveiradeFrades,OliveiradoHospital,PenalvadoCastelo,Sta.CombaDão,SãoPedrodo Sul,Sátão,Seia,Tábua,Tondela,VilaNovadePaiva,ViseueVouzela,foiresponsávelpela criação de um sistema integrado de gestão de resíduos sólidos urbanos, que permite encontrar soluções de valorização e tratamento dos mesmos, com vista à protecção do ambienteeàpreservaçãodabelezadaregião;

• A Lusitânia – Agência de Desenvolvimento Regional tem como principal objectivo a consolidação do desenvolvimento do território, através da participação em projectos de tipologiadiversa,envolvendonoseunúcleoentidadescomoAssociaçõesdeDesenvolvimento Local,AssociaçõesEmpresariais,EstabelecimentosdeEnsinoSuperioreEscolasProfissionais paraalémdoMunicípiodeTábuaetodososMunicípiosdaNUTIII–DãoLafões;

• O Viseu Digital , do qual a Lusitânia – ADR é a entidade promotora, inserese na rede de Cidades e Regiões Digitais. Este projecto actua nos seguintes eixos: 1 – Dinamização Regional: Descobrir e Divulgar a Região, Empreender na Região, Participar na Região; 2 – Governo Electrónico Local: Sítios Internet Autárquicos, Serviços Online, Intranet Autárquica,ComprasElectrónicas,DocumentFlow;3–Acessibilidades:PontosdeAcessoem BandaLarga;4–Infraestruturas:PlataformaTecnológicaRegional,RedeCamarária.Como subprojectospilotosurgemoDãoDigitaleoMuseuDigital;

14 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

• Associações de Desenvolvimento Local da Região Centro – ao todo são oito as entidades gestorasdoProgramaLEADER+naregiãodaBeiraLitoralequeemparceriacomaADDLAP têm promovido acções de desenvolvimento integrado desta área territorial: Associação de DesenvolvimentoLocaldaBairradaeMondego(ADELO);AssociaçãodeDesenvolvimentoda Alta Estremadura (ADAE); Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD); Associação de Desenvolvimento de Góis e da Beira Serra (ADIBER); Associação de Desenvolvimento de IniciativasCulturais,SociaiseEconómicas(ADICES);AssociaçãodeDesenvolvimentodoCeira e Dueça (DUECEIRA) e Terras de Sicó. Tendo em consideração as sinergias a potenciar à escaladaNUTII–RegiãoCentroéimportanteconsiderarasassociaçõesdedesenvolvimento localdaBeiraInterioreOeste,nomeadamente:AssociaçãodeDesenvolvimentoRuralEstrela Sul(ADERES),AssociaçãodeDesenvolvimentodaRaiaCentroSul(ADRACES),Associaçãode Desenvolvimento da Serra da Estrela (ADRUSE), Associação de Desenvolvimento do Pinhal InteriorSul(PinhalMAior),AssociaçãodeDesenvolvimentoIntegradodaRaiaCentroNorte (PRO RAIA), Associação de Desenvolvimento de Iniciativas Culturais, Sociais e Económicas (RAIA HISTÓRICA) Associação de Desenvolvimento Rural (RUDE) e Associação para o Desenvolvimento e Promoção Rural do Oeste (LEADER OESTE); Importa também ter em consideração as associações que, não fazendo parte do Centro, fazem fronteira com o territóriodaADDLAPecomotalsãoparceirosestratégicos,comoéocasodaAssociaçãode DesenvolvimentoRuralIntegradodasSerrasdeMontemuro,AradaeGralheira(ADRIMAG);

• Associações sectoriais e temáticas Associações com actuações em áreas diversas e que tenhamumpapelcrucialnamelhoriadacompetitividadedoterritórioemanálise.Deverão destacarse associações de apoio aos sectores económicos, à qualificação e animação sociocultural, cujo trabalho tenha resultado num incremento da qualidade de vida da população local. Tal como no caso das associações gestoras do LEADER é essencial o estabelecimentodeestratégiascolaborativascomassociaçõesqueactuemforadoterritório daADDLAPmasquecomestepossamgerarsinergiaspositivas;

• A cidade de Viseu – localizada no território de intervenção da ADDLAP, constituise como principalpólodeserviçosdaNUTIIIDãoLafõesinfluenciandodemodoincontornáveltodaa regiãodeDão,LafõeseAltoPaiva,aqualéfuncionalmentedependentedacidadedeViseu paradiversosserviços,nomeadamentesaúde,cultura,ensinoecomércio.

Constatase portanto que o Território da ADDLAP interage com uma multiplicidade de espaços envolventes,oquetraduzsimultaneamenteumaoportunidadeeumaameaça:

• Aoportunidadedecorredapossibilidadedegerarefomentardiferentestiposdeinteracção, dependendodosdomíniosdeintervençãoquepodemajudaraconsolidar;

• A ameaça decorre da dispersão de esforços e energias que a multiplicidade de relacionamentossupramunicipaispodeoriginar.

Sugerese portanto um modelo de posicionamento geoestratégico para o Território da ADDLAP que potencie a diversidade de interacções eficazes com as suas diferentes fronteiras geográficas e

15 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

agentes, consolidando o seu posicionamento dentro de uma lógica coerente, de modo a evitar dispersõesineficazesderecursoseatenção(Tabela4).

Tabela4:InteracçõesaPotenciar.

INTERACÇÕES A POTENCIAR

• Desenvolvimentoeconómico; • Acessibilidades; AssociaçãodeMunicípiosdaRegi\aoDãoLafões • Turismo; • Ambiente. • Valorizaçãoetratamentoderesíduossólidosurbanos; AssociaçãodeMunicípiosdaRegiãodoPlanaltoBeirão • Protecçãodoambiente.

• DesenvolvimentoLocal; Lusitânia • Floresta. • DinamizaçãoRegional; ViseuDigital • GovernoElectrónicoLocal; • NovastecnologiasdaInformaçãoeComunicação. • TurismoeAmbiente; • RecreioeLazer; AssociaçõesdeDesenvolvimentoLocaldaBeiraLitoral • Culturaeidentidadelocal; • DesenvolvimentoRural; • EnsinoeFormaçãoProfissional.

Associaçõessectoriaisetemáticas • Desenvolvimentoeconómico(agricultura,agropecuária,fruticultura,etc.).

• EnsinoSuperior; • ServiçosdeSaúdeEspecializados; CidadedeViseu • Tecnologia; • IDI; • ComércioeServiços.

Fonte:SPI.

3.2.2 Contexto Territorial

Localização e Acessibilidade Nacional e Regional

Noquerespeitaàsacessibilidades,oterritórioéatravessadonossentidosesteoestepelaA25(antigo IP5) que estabelece a ligação entre Aveiro e Vilar Formoso, e nortesul pelo IP3 que liga Viseu a CoimbraepelaA24queligaViseuaVilaReal(Figura6).Estasviasconstituemosprincipaiseixosde estruturação da circulação intra e interregional, uma vez que garantem a ligaçãoàA1eàfronteiracomEspanha(VilarFormosoeChaves).Estasviassão essenciais para o posicionamento estratégico da área em estudo, tornandoa próximadasprincipaisplataformasdetransportemarítimoeaéreodoPaís,mais especificamente, dos portos marítimos de Aveiro e de Leixões e do aeroporto internacionalFranciscodeSáCarneiro,noPorto.

Apesar dos Concelhos de Vila Nova de Paiva e São Pedro do Sul não usufruírem directamente das infraestruturasrodoviáriassupracitadas,foramrecentementeconstruídasestruturasquepossibilitam um melhor acesso a Viseu e aos nós da A25, A24 e IP3. Neste ponto destacase a construção da varianteVilaNovadePaivaSátãoeavariantedasTermasdeSãoPedrodoSulqueuneasededeste ConcelhoaoConcelhovizinhodeVouzela.

16 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Natemáticadas acessibilidadesrodoviárias,importaaindateremconsideraçãoprojectospensados paraumfuturopróximoecujaconcretizaçãoditaránovoscenáriosdedesenvolvimento,comoseráo casodaconcretização,emviarápida,daligaçãoCoimbraViseu(reformulaçãodoIP3).

LAMEGO A24 VILA REAL TAROUCA PENEDONO

MOIMENTA CASTRO DA BEIRA DAIRE SERNANCELHE VILA NOVA DE PAIVA

S. PEDRO DO SUL PORTO AVEIRO A25 SÁTÃO LISBOA VOUZELA VISEU PENALVA DO FORNOS DE CASTELO ALGODRES Dão - Lafões

IC12 MANGUALDE A25

TONDELA GUARDA NELAS GOUVEIA ESPANHA

LINHA DA CARRAGAL DO SAL BEIRA ALTA SANTA SEIA COMBA DÃO LINHA DO NORTE IP3 COIMBRA LISBOA

Figura6:AcessibilidadesnoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:SPI.

Noqueserefereàsacessibilidadesferroviárias,alinhadaBeiraAltaéocanalmaispróximodeste território,comaestaçõesdeMangualdeedeNelasaserviremdeinterfaceentreomodoferroviário erodoviário.Adistânciaàsestaçõeseamelhoriadasacessibilidadesrodoviáriastêmcontribuídopara apopulaçãolocaloptarpelostransportesrodoviáriosemdetrimentodomeioferroviário.

Apossibilidadedecriarumaligaçãoferroviária,deViseuaMangualde,seráumprojectodefuturo paraasustentabilidadedamobilidaderegional.

Relativamenteaotransporteaéreo,oTerritóriodaADDLAPdispõededoisaeródromos–oAeródromo Gonçalves Lobato localizado no Município de Viseu e que é um dos 6 aeródromos certificados 4 da RegiãoCentro,equeestáemprocessoderestruturação,eoAeródromoOliveiradeFrades,utilizados no combate aos incêndios florestais da região e para a prática desportiva, tendo capacidade para outras valências que possam contribuir para o desenvolvimento económico regional (Figura 7). De referirtambémaexistênciadeumHeliportoaprovadoemViseu(Hospital).

4INAC,CirculardeInformaçãoaeronauticadePortugal25/05de28deNovembro

17 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Figura7:AeródromoOliveiradeFradeseAeródromoGonçalvesLobato.

Fonte: www.pelicano.com .

Rede Urbana Envolvente (Região/ Sub-região)

A representatividade do tecido urbano regional é causa e consequência da sua capacidade empreendedora.Aproximidadeaoscentrosdedecisãopodeserumamaisvaliapodendo,seutilizada convenientemente,serumfactordeinversãonoprocessodeabandonopopulacionaleregressão,ou estagnação,dabaseeconómica.

A rede de cidades da Região Centro é policêntrica, destacandose Viseu, Coimbra, Aveiro e Leiria como principais pólos de desenvolvimento. As sedes distritais são, por força da concentração administrativa e de serviços de que foram palco, as cidades de média dimensão que polarizam a ocupaçãourbanadaRegião.OTerritóriodaADDLAPtemcomacidadedeViseuumvínculoregional forte, sendo os municípios envolventes dependentes desta para um vasto leque de serviços e actividadescomerciais,registandosetambémumadinâmicamigratóriasignificativaderesidentese trabalhadoresentreosmunicípiosdeS.PedrodoSul,OliveiradeFrades,VilaNovadePaiva,Vouzela eViseu.

Aproximidadeaoscentrosdedecisão,emespecialaViseupodeserumamaisvaliaparaosterritórios emperda,umavezque,seutilizadaconvenientemente,poderátraduzirsenumfactordeinversãono processo de abandono populacional. Por outro lado esta proximidade poderá ter um efeito de regressão, ou estagnação, da base económica dos Concelhos que gravitam em torno deste centro urbanopolarizador,porefeitodaofertadeserviçosfacilmenteacessíveis.

Com efeito, os últimos recenseamentos da população demonstram que se tem vindo a registar um movimentomigratóriodapopulaçãodosConcelhosvizinhosparaoConcelhodeViseu 5,contribuindo assimparaocrescimentodoespaçourbanodesteConcelhoàcustadadesertificaçãoeabandonoda sua envolvente rural. No entanto, o crescimento de um determinado território urbano não é equivalente ao reforço da sua competitividade, esta última está cada vez mais associada ao reforço da componente organizacional e da qualificação desses espaços urbanos, sendo também essencial a existência de políticas de desenvolvimento coesas .

5INE,Recenseamentogeraldapopulação1991e2001.

18 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

DeacordocomoProgramaNacionaldaPolíticadeOrdenamentodoTerritório(PNPOT)(Figura8),o território da ADDLAP encontrase em área intermédia e área de maior densidade populacional e é atravessada por um dos eixos dorsais do interior. Esta análise confirma o posicionamento geoestratégicodesteterritório,járeferidoanteriormente.

ADDLAP

Figura8.Povoamentoeeixosinterioresnocontinente.

Fonte:PNPOT

Rede de Infra-estruturas e Serviços de Apoio à Inovação, Competitividade e Empreendedorismo

Independentementedaescaladeanálise,acompetitividadeestácadavezmaisligadaaosfactores imateriais.O“saberfazer”associadoàdenominada “economiadoconhecimento”deveseraforça mobilizadoradosagenteseconómicose,énestecontextoquearededeinfraestruturasdesuporte ao upgrade dotecidoempresarialassumeumpapeldeterminante.

O Território da ADDLAP possui uma localização privilegiada no quadro das infraestruturas tecnológicas,noentanto,nasuaenvolventepróxima,nãoexistenenhumainfraestruturatecnológica doSistemaNacionaldeInovação(Figura9).Estasituaçãotemsidocolmatadacomaproximidadea doisimportantespólosdeconhecimento–Coimbra,AveiroeCovilhã,ondeestãosediadasinúmeras instituiçõesdeInvestigação,DesenvolvimentoeInovação(IDI),comosquaistêmsidoestabelecidas diversasparcerias.

19 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Figura9:RededeinfraestruturastecnológicasnoSistemaNacionaldeInovação.

Fonte: http://www.adi.pt/2300.htm .

ParaalémdasentidadesdoSistemaNacionaldeInovação,éimportantereferiraRegiãodeTurismo DãoLafões (http://www.rtdaolafoes.com/ ), a Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal ( http://centrodeportugal.blogspot.com/ ), o Instituto Superior Politécnico de Viseu, as Escolas Profissionais, a Escola Superior Jean Piaget, a Universidade Católica Portuguesa – Centro RegionaldasBeiras,eaindainstituiçõescomooCentrodeEstudosVitivinícolasdoDão,osCentros ExperimentaisdeCapriniculturaedeOvinicultura,aEstaçãoAgráriadeViseudaresponsabilidadeda Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, a Associação Industrial da Região de Viseu (AIRV), o Viseu Digital e o Centro de Formação de Viseu bem como as empresas locais cujo investimento em actividades de IDI seja significativo, podendo contribuir para um sistema local/regionaldeinovação.

20 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.3 ENQUADRAMENTO SOCIODEMOGRÁFICO

3.3.1 Dinâmica Populacional

População Residente

Em termos demográficos, o Território em análise apresenta uma dinâmica positiva. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no Território da ADDLAP, registouse, no último decénio intercensitário, um acréscimopopulacionaldeaproximadamente8.500residentes,correspondentea seis pontos percentuais. Esta dinâmica marca uma mudança na tendência registadanadécadaanterior(1981/1991),queésemelhanteàregistadanaNUTIII(Tabela5).

Tabela5:PopulaçãoResidentenoTerritóriodaADDLAP,entre1981e2001.

PopulaçãoResidente VariaçãodaPopulação UNIDADETERRITORIAL 1981 1991 2001 1981 1991 1991 2001

Portugal(NUTI) 9833014 9867147 10356117 0,3 5,0 RegiãoCentro(NUTII) 1.763.119 2.258.768 2.348.397 28,1 4,0 Dão Lafões(NUTIII) 295.094 282.462 286.313 4,3 1,4 TerritóriodaADDLAP 134.699 132 .735 141.225 1,5 6,4 VariaçãodaPopulaçãoResidente

7,0 6,4 6,0 5,0 Portugal (NUT I) 5,0 4,0 3,0 % 2,0 1,0 0,3 0,0 1,0 -1,5 2,0

19811991 19912001

Portugal(NUTI) TerritórioADDLAP

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–1981,1991e2001(ResultadosDefinitivos).

OMunicípiodeViseufoioquemaiscontribuiuparaestadinâmicapopulacionalentre1991e2001, comumcrescimentode11,8%.OsConcelhosdeOliveiradeFradeseVilaNovadePaivaapresentaram umquadroestabilizadoeosConcelhosdeSãoPedrodoSuleVouzelasofreramperdaspopulacionais naordemdos4,5%.

Noquedizrespeitoàdistribuição intraconcelhiadapopulação,ocenárioreforçaa importânciado Concelhosedededistrito–Viseu,comoprincipalpontodeconcentraçãopopulacional.ApesardeS. Pedro do Sul ser o segundo município mais populoso, o seu quantitativo populacional representa apenas13,5%dapopulaçãototal,emcomparaçãocomos66,2%doMunicípiodeViseu.

21 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

De acordo com as estimativas do INE (Figura 10), a tendência registada no último decénio intercensitário tem vindo a manterse, estimandose que em 2004 a população do território em análisefossesuperiora144.700habitantes.Ocrescimentodemográficopoderáestarrelacionadocom osmovimentosmigratóriosdasáreascircundantesparaoConcelhodeViseu.

160000

140000

120000

100000

80000

60000

40000

20000

0 2001 2002 2003 2004

Oliveira de Frades S. Pedro do Sul Vila Nova de Paiva Viseu Vouzela Figura10:EstimativasdapopulaçãoresidentenosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:INE,AnuáriosEstatísticosRegiãoCentro.

DensidadePopulacional

Em termos de densidade populacional, o território apresentava, em 2004, uma média de 83,18 habitantesporkm 2,muitoinferioràmédianacionalquesesituavanos114,3hab/km 2.Estadensidade média não permite, contudo, individualizar realidades muito diferentes como as que opõem os Concelhos de Viseu (190,9 hab/km 2) de Concelhos como Vila Nova de Paiva, que apresentam densidadesabaixodos40hab/km 2(Figura11).

22 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

27363756 578687191

Figura11:DensidadePopulacional,em2001,noTerritóriodaADDLAP.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–2001(ResultadosDefinitivos).

Taxa de Natalidade | Taxa de Mortalidade 6

Entre1998e2004houveumdecréscimosignificativodataxadenatalidadenoTerritóriodaADDLAP. DoscincoConcelhosemanálise,osConcelhosdeSãoPedrodoSuleOliveiradeFradesdestacaramse noperíodode1998/2004porteremregistadoumatendênciapositiva.

AtaxademortalidadenoTerritóriodaADDLAPnoperíodocompreendidoentre1998e2004registou um ligeiro decréscimo. Vila Nova de Paiva e S. Pedro do Sul contrariam a tendência, registando aumentosnataxademortalidade,oquesepoderágeneralizarpoisoíndicedeenvelhecimentotem tendênciaaaumentar.

Índice de Envelhecimento | Índice de Dependência 7

NoTerritóriodaADDLAP,oíndicedeenvelhecimento(relaçãoentreapopulaçãocom65oumaisanos eogrupodosquetêm14oumenosanos),entre1998e2004,émarcadoporumavariaçãopositiva superioràmédianacional(Tabela6).Em2004,existiamvaloresmuitodiferentesnoscincoConcelhos da ADDLAP. Enquanto em Viseu o valor deste índice não atingia os 100%, o que se traduz numa populaçãomaisjovem,emS.PedrodoSuleVouzelaessevalorerade168%.

6ConsultarAnexoA–Enquadramento–TaxadeNatalidade|TaxadeMortalidade.

7ConsultarAnexoA–Enquadramento–ÍndicedeEnvelhecimento|ÍndicedeDependência.

23 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Oenvelhecimentodapopulaçãoreflectesetambémnoíndicededependência 8.Odecréscimodeste último indicador, no período entre 1991 e 2001, de 63,3% para 57,4%, devese essencialmente à reduçãodapopulaçãojovem(0aos14anos),vistoqueonúmerodeidososaumentou.

Tabela6:ÍndicedeEnvelhecimento,noTerritóriodaADDLAP,entre1998e2004.

ÍndicedeEnvelhecimento( ‰) Variação 1998 2004 UNIDADETERRITORIAL 1998 2004 % Portugal(NUTI) 90,33 108,7 20,3 RegiãoCentro(NUTII) 115,98 138,2 19,2 Dão Lafões(NUTIII) 107,71 135,9 26,2 TerritóriodaADDLAP 92,1 115,5 25,5

160

140

120

100

80 60

40

20

0 1998 2004

TerritórioADDLAP DãoLafões(NUTIII) Portugal(NUTI)

Fonte:INE,AnuáriosEstatísticosRegiãoCentro.

Estrutura Etária

17 51 Território ADDLAP 15 16

20 50 Dão-Lafões (NUT III) 15 16

16 53 Portugal (NUT I) 14 16

0% 20% 40% 60% 80% 100%

014 1524 2564 65oumais

Figura12:DistribuiçãodaPopulaçãoResidenteporGruposEtáriosnoTerritóriodaADDLAP,em2001.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação2001(ResultadosDefinitivos).

8 O Índice de Dependência considera o cálculo de dois índices – Índice de Dependência de Jovens = População 014 anos / População1564anos;ÍndicedeDependênciadeIdosos=População65emaisanos/População1564anos.

24 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

A análise da estrutura etária 9 da população revela um predomínio da população activa (aproximadamente 66% da população encontrase em idade activa) essencialmente baseado no acréscimopopulacionalnasfaixasetáriasacimados25anos(verFigura12).Tambémnesteindicador, odestaquevaiparaomunicípiodeViseu ,queapresentaamaiorvariaçãopositivadoterritórioem análise(23%,napopulaçãoentreos25e64anose30,8%,napopulaçãocom65oumaisanos).

30

20

10

0

10

20

30

Total 014anos 1524anos 2564anos 65oumaisanos

TerritórioADDLAP DãoLafões(NUTIII) Portugal(NUTI) Figura13:VariaçãodaPopulaçãoResidenteporGruposEtários,noTerritóriodaADDLAP,entre1991e2001.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação2001(ResultadosDefinitivos).

Entre1991e2001,naáreaemestudoassistiuseàreduçãodonúmerodecriançasejovens,motivado sobretudopelatendênciadecrescentedataxadenatalidade,comojásehaviareferido.Comefeito, a população até aos 14 anos de idade diminuiu 19% (Figura 13). Os Concelhos com perdas mais acentuadas, neste grupo etário, foram S. Pedro do Sul e Vouzela, ambos com um decréscimo de 28,2%.

Apesar de estarmos perante um Território com uma dinâmica demográfica positiva, a tendência marcanteéoenvelhecimentopopulacional(grupo etáriodos65oumaisanosregistou,entre1991e 2001,umavariaçãopositivaemtodososConcelhos) eodecréscimodataxadenatalidade. Esteéum cenário pouco positivo para o desenvolvimento da região, uma vez quedetermina uma progressiva redução da população activa e consequentemente uma incontornável incapacidade de renovação geracional.

Na Figura 14, apresentase a correlação entre densidade populacional e índice de dependência, percebendose uma relação directa entre áreas menos densas a nível populacional e índices de dependênciamaiselevados(populaçãoidosa).Estacorrelaçãopoderáindicarasáreascommaiores problemasdeinclusãosocialedeisolamento.TambéméinteressanteverificarquesãoosConcelhos

9ConsultarAnexoA–Enquadramento:EstruturaEtária.

25 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

atravessadospelaA25queregistamosmenoresíndicesdedependência,podendosignificaropapel estruturantedestavianadinâmicademográficadestesterritórios.

Índice de Dependência: <50 50–60 >60

Densidade Populacional: 27363756 57 86 87 191

Figura14:DensidadePopulacionaleÍndicedeDependência,em2001,noTerritóriodaADDLAP.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–2001(ResultadosDefinitivos).

Perante este cenário é necessário equacionar o futuro, no sentido de fixar a população local e de atrair população de forma mais homogénea para todo o território da ADDLAP. As dinâmicas demográficas entre Viseu e os restantes Concelhos do Território em análise, também devem ser analisadas, de modo a que Viseu não se assuma como uma cidade ameaçadora para os espaços urbanos envolventes. A política urbana e a gestão urbanística destes cinco municípios deverão ser colaborativa e estrategicamente concertadas, para que este território seja um exemplo de excelência, onde o rural e o urbano se complementam, permitindo que as populações escolham concelhosmaisruraispararesidircontinuandoausufruirdascomodidadesoferecidaspelacidadede Viseu.

3.3.2 Educação e Recursos Humanos

Grau de Instrução da População

O grau de instrução da população é um factor determinante para o desenvolvimentoeconómicoesocial.Tendoemconsideraçãoestepressuposto debase,importaconhecerasituaçãodoTerritóriodaADDLAPrelativamentea estavariável.

Entre 1991 e 2001 registouse uma diminuição de cerca de quatro pontos percentuais na taxa de analfabetismo,de16,2%para12,6%,conformesevisualizanaFigura15.

26 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

16 14 12 10 8 6 4 Percentagem(%) 2 0 1991 2001

DãoLafões(NUTIII) TerritórioADDLAP RegiãoCentro(NUTII) Portugal(NUTI)

Figura15:TaxadeAnalfabetismo,noTerritóriodaADDLAP,em1991e2001.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–2001(ResultadosDefinitivos).

A distribuição da população, por nível de ensino (Figura 16)10 , mostra a predominância do nível de instruçãoprimário,seguidopelogrupodapopulaçãocominstruçãobásicade2ºe3ºCiclos.Ototalde habitantes com instrução secundária representa 13% da população do território em análise e o número de residentes com o ensino superior representa apenas 10,6%, valor próximo da média nacional(11%).Nestamatéria,oprincipalpontodeinflexãoregistadonesteperíodointercensitário foioaumentodapopulaçãoafrequentaroensinosuperior.

45 40 35 30 25 20 15

10 5 0

Semnível EB1 EB2,3 Ensino EnsinoMédio EnsinoSuperior ensino Secundário

TerritórioADDLAP(1991) TerritórioADDLAP(2001) Portugal(2001) DãoLafões(2001)

Figura16:DistribuiçãodaPopulaçãoResidenteporníveldeensino,entre1991e2001,noTerritóriodaADDLAP.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–1991e2001(ResultadosDefinitivos).

Não obstante a importância de uma abordagem geral ao território da ADDLAP, é interessante perceberqualainfluênciadoConcelhodeViseunosvalorestotais.Comefeito,casoseexcluísseo

10ConsultarAnexoA–Enquadramento:GraudeInstruçãodaPopulação.

27 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

ConcelhodeViseu(AnexoA–Enquadramento:GraudeInstruçãodaPopulação),ondeonúmerode habitantes com grau universitário é bastante superior ao dos restantes Concelhos do Território da ADDLAP,arepresentatividadedelicenciados(ouafrequentaroensinosuperior)seriaapenasde1,9%, afastandoseassimdovalordereferêncianacional(11%).

Abandono e Insucesso Escolar

Nosectordaeducaçãoumdosobjectivosestratégicoséocombateaoinsucessoeabandonoescolar. Os valores da Taxa de Abandono Escolar Precoce, em 2001, mostram cenários preocupantes nos municípiosdeVilaNovadePaiva(superiora4,1%)eVouzela(Figura17).Aoanalisarmososvaloresdo indicador Saída Antecipada do Sistema Escolar 11 (Anexo A – Enquadramento: Grau de Instrução da População), comparativamente com o valor médio nacional de 27,1%, todos os Municípios do TerritóriodaADDLAP,àexcepçãodeViseu,apresentamumapercentagemsuperiora30,5%.

1,7–2,8%2,9–4,1% 4,2–6%

MédiaNacional:3,02% Figura17:AbandonoEscolarPrecoce 12 ,noTerritóriodaADDLAP 13 .

Fonte:InstitutodaSegurançaSocial–TipificaçãodasSituaçõesdeExclusãoemPortugalContinental–Janeiro2005.

Tratandosedeumfenómenoqueocorrenaescolaridadeobrigatória,ofactodeexistiremestastaxas deabandonorevelaumproblemagravequesepodeconstituircomopontodebloqueiodosistema educativosenãoforemestabelecidasmedidasurgentes.

11 Totaldeindivíduos,nomomentocensitário,com1824anosquenãoconcluíramo3ºcicloenãoseencontramafrequentara escola,porcada100indivíduosdomesmogrupoetário.

12Oabandonoescolarprecocequantificaonúmerototaldeindivíduoscom10a15anos,quenãoconcluíramo3ºCicloenãose encontramafrequentaraescola,porcada100indivíduosdomesmogrupoetário.

13ConsultarMapadePortugalContinental(AnexoA–Enquadramento:GraudeInstruçãodaPopulação).

28 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Oferta e Procura da Rede de Ensino e Formação

A rede escolar existente no Território da ADDLAP abrange desde o ensino préescolar ao ensino superior,leccionadoseminstituiçõespertencentesàredepúblicaeprivada(Tabela7).

Tabela7:Estabelecimentosdeensino,noTerritóriodaADDLAP,em2002/03. ESTABELECIMENTOS DE ENSINO

Pré escolarpúblico 114 250 Pré escolarprivado 21 1ºCiclodoensinobásico,púb lico 207 1ºCiclodoensinobásico,privado 4 200 211 2ºCiclodoensinobásico,público 21 2ºCiclodoensinobásico,privado 3 3ºCiclodoensinobásico,público 19 150 3ºCiclodoensinobásico,privado 3 Ensinosecundáriopúblico 7 135 EnsinoProfissiona l,públicoeprivado 5 100 Ensinosuperiorpúblico 4 Ensinosuperiorprivado 7 50

24 7 22 5 11 TOTALDEESTABELECIMENTOS 415 0 Pré-Escolar 1ºCiclo 2ºCiclo 3ºCiclo Ensino Ensino Ensino Secundário Profissional Superior

Fonte:INE,AnuárioEstatísticoRegiãoCentro2004.

Relativamente ao ensino préescolar e ensino básico (1º, 2º e 3º ciclo), existem em todos os Concelhos, pelo menos, oito estabelecimentos onde são leccionados. O ensino secundário é asseguradoporseteescolas,distribuídaspelos5Concelhos:EB2/3/SOliveiradeFrades,EscolaS/3de S.PedrodoSul,ES/3deVilaNovadePaiva,ESAlvesMartins(Viseu),ESEmídioNavarro(Viseu),ES/3 deViriato(Viseu–freguesiadeAbraveses)eES/3deVouzela.

Ao nível do ensino profissional, vocacionado para a formação de técnicos com qualificações intermédias,existem5escolasProfissionaisnoTerritóriodaADDLAP:EscolaProfissionaldeCarvalhais (S. Pedro do Sul), Escola Profissional Mariana Seixas Castro Daire/Viseu (Viseu), ENSIPROF – Profitecla(Viseu),EscolaProfissionaldeTorredeita–Viseu(Viseu),eEscolaProfissionaldeVouzela (Vouzela), com cursos em diversas áreas de formação, como por exemplo informática, turismo e construçãocivil(Tabela8).

Importa ainda referir a existência de uma escola tecnológica no Território, a FORINO Escola de Novas Tecnologias, que tem instalações em Viseu, e em Mangualde, e que disponibiliza Cursos TecnológicoseCursosdeEspecializaçãoTecnológica(CET).

29 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela8:RededeOfertadeCursosProfissionais–EscolasProfissionaisAnolectivo2004/2005.

ESCOLA PROFISSIONAL CURSOS • T.deInformática/Gestão • T.deHotelaria/Restauração,OrganizaçãoeControlo EscolaProfissionaldeCarvalhais • T.deTurismo/ProfissionaisdeInformaçãoTurística • T.deBanca/Seguros • AnimadorSociocultural/Desporto • T.deInformática/Gestão • T.deMultimédia EscolaProfissionaldaFundaçãoD.Mariana • T.deComunicação/Marketing,RelaçõesPúblicasePublicidade Seixas–Viseu • T.deElectrónica/Audio,VídeoeTV/Hardware • T.deInformaçãoBAD/BibliotecaeserviçosdeDocumentação • T.deElectrónica/Telecomunicações • T.deSecretariado ENSIPROF–Profitecla–Viseu • T.deTurismo/Prof.deInformaçãoTurística • T.deContabilidade EscolaProfissionaldeTorredeita • T.deConstruçãoCivil • AnimadorSociocultural • T.deTurismo • T.deElectrónica/Audio,VídeoeTV EscolaProfissionaldeVouzela • T.deHotelaria/Restauração,OrganizaçãoeControlo • T.deContabilidade • T.deInstalaçõesEléctricas

Fonte:www.drec.minedu.pt/.

No que respeita ao ensino superior, é no Concelho de Viseu que se concentra toda a oferta (rede públicaeprivada).OInstitutoSuperiorPolitécnicodeViseu,pertencenteàredepública,contacom cincoescolassuperiores:EscolaSuperiordeEducação(ESEV),EscolaSuperiorAgrária(ESAV),Escola Superior de Tecnologia (ESTV), Escola Superior de Saúde (ESSV) e Escola Superior de Tecnologia e Gestão de . Ao ensino privado pertencem a Universidade Católica Portuguesa – Centro RegionaldasBeiras,oInstitutoPiagetEscolaSuperiordeEducação,EscolaSuperiorEnfermagemeo InstitutoSuperiordeEstudosInterculturaiseTransdisciplinares.Asáreasdeensinosãodiversificadas, permitindoassimaatracçãodeumgrandenúmerodeestudantesparaViseu.

3.3.3 Indicadores Sociais – Pobreza e Exclusão Social

A pobreza e a exclusão social são entendidas como fenómenos resultantes da escassez de recursos pararesponderàsnecessidadesbásicasepadrãodevidadasociedadeactual.Estessãofenómenos complexos, não podendo ser limitados apenas a questões económicas (e.g. rendimento), mas manifestamseemáreascomoahabitaçãoouoacessoaosserviçosbásicos.EmPortugalofenómeno temorigemnotipodedesenvolvimentoqueopaísconheceu,bemcomonomododeadaptaçãoao rápidoprocessodemodernizaçãoregistadonasúltimasdécadas 14 .Nestesentido,ainclusãosocialé umadasprioridadesaoníveldaUniãoEuropeiaedecadaumdos25EstadosMembros.

14 PlanoNacionaldeAcçãoparaaInclusão,20062008.

30 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Deacordocomoestudo“ Tipificação das Situações de Exclusão em Portugal Continental ”,elaborado pelo Instituto da Segurança Social, no ano de 2005, foram definidas tipologias de territórios, de acordocomosfenómenosdeinclusão/exclusão 15 .Tendoporbaseoestudosupracitado,osmunicípios queintegramoTerritóriodaADDLAPestãodivididosemduastipologias–Tipo1eTipo6(Figura18):

• Tipo 1 - Territórios Moderadamente Inclusivos : níveis de inclusão muito positivos nos domínios da educação (baixas taxas de abandono escolar e de saída antecipada) e da integraçãonomercadodetrabalho(baixodesemprego);

• Tipo 6 - Territórios Envelhecidos e Economicamente Deprimidos :oúnicosinalpositivoéa baixacriminalidade.Apequenapercentagemdeestrangeirosétambémumfactorfacilitador dainclusão.

OliveiradeFradeseViseuenquadramsenoperfildosTerritóriosModeradamenteInclusivos(Tipo1), osquaisnãoapresentamtraçosdeexclusãorelevantes.Opostamente,S.PedrodoSul,VilaNovade PaivaeVouzelaassumemcaracterísticasdaTipologia6TerritóriosEnvelhecidoseEconomicamente Deprimidos. As condições desfavoráveis são diversas, salientando o estudo que as áreas Tipo 6 apresentam défices de integração familiar (idosos sós e famílias de avós com netos), de formação escolar e de integração no mercado de trabalho. A pobreza é outro sinal evidente nesta tipologia, comelevadapercentagemdebeneficiáriosdoRendimentoMínimoGarantido(RMG)eumvalormédio das pensões muito baixo. Estas condições são comuns nos Concelhos do interior, tendo sido enfatizadososcasosdasNUTIII–TrásosMontes,DãoLafõeseAltoAlentejo.

Territóriosmoderadamenteinclusivos

Territóriosenvelhecidoseeconomicamente deprimidos

Figura18:TipificaçãodassituaçõesdeexclusãonoTerritóriodaADDLAP 16 .

Fonte:InstitutodaSegurançaSocial–TipificaçãodasSituaçõesdeExclusãoemPortugalContinental–Janeiro2005.

15 Indicadores para a construção da tipologia de inclusão/ exclusão: Taxa de pessoas institucionalizadas; Taxa de cobertura equipamentosdeapoioaidosos;Idososemfamíliasde1pessoa;Famíliasmonoparentais;Famíliasdeavóscomnetos;Criançasem amas e creches; Taxa de criminalidade; Estrangeiros na população residente; População com escolaridade menor ou igual à obrigatória; Taxa de analfabetismo; Saída antecipada do sistema escolar; Abandono escolar precoce; Desempregados de longa duração; Taxa de desemprego; População com profissões desqualificadas; Pessoas residentes em alojamentos não clássicos; Alojamentos sobrelotados; População com deficiência; População infectada com HIV; Irs per capita; Percentagem do Poder de compra; Famílias com 5 ou mais pessoas; Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido; Valor médio anual das pensões; Pensionistasfaceàpopulaçãoempregada.

16ConsultarMapadePortugalContinental(AnexoA–Enquadramento:IndicadoresSociais–PobrezaeExclusãoSocial).

31 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

A exclusão social é um fenómeno complexo, cujo combate deverá ser sustentado por políticas e estratégias de intervenção, viabilizando assim o desenvolvimento socioeconómico. Em 1997 foi criado,emPortugal,oprograma“RedeSocial”,comoobjectivodeerradicarapobrezaeaexclusão social através de acções concretas a diversas escalas, das quais se destaca a municipal. À escala municipal,esteprogramapretendeestimularaexistência deredesdeapoiosocial,objectivandoa coberturaequitativadoPaísemserviçoseequipamentossociaisatravésdaconjugaçãodeesforçosde diferentes entidades. Os Conselhos Locais de Acção Social (CLAS) e os Planos de Desenvolvimento Social(PDS)sãoosprincipaisinstrumentosdesteprograma.

Nos concelhos do Território da ADDLAP temse vindo a assistir à consolidação de estratégias de intervenção social para debelar as fragilidades existentes. Os municípios têm sido agentes activos, assumindodiversascompetênciasnocamposocialecriandoparceriascomosdemaisagenteslocais com vista a assegurar serviços de apoio social adequados às necessidades das suas populações (ver Tabela9).

Tabela9:ProjectosnaÁreadaIntervençãoSocial,nosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP. Instrumento

RedeSocial Comissãode Gabinetede UNIDADE TERRITORIAL Protecçãode Habitação Apoioao CriançaseJovensem Social Emigrante Perigo(CPCJ) (GAE) CLAS PDS

OliveiradeFrades Sim Sim Sim Sim Não SãoPedrodoSul Sim Sim Sim Não Não VilaNovadePaiv a Sim Sim Sim Sim Sim Viseu Sim Sim Sim Sim Emprojecto Vouzela Sim Sim Sim Sim Sim Fonte:CâmaraMunicipaldeOliveiradeFrades,CâmaraMunicipaldeSãoPedrodoSul,CâmaraMunicipaldeVilaNovadePaiva,CâmaraMunicipaldeViseu, CâmaraMunicipaldeVouzela–Marçode2007 .

32 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.4 BASE ECONÓMICA LOCAL

3.4.1 Dados Gerais

Adificuldadede,àescalaconcelhia,encontrarmedidasquantificadassobreo rendimentoouoconsumodasfamíliasnosistemaestatísticoportuguêslevou nos a adoptar o “Estudo sobre o poder de compra concelhio” do INE como documento de referência para a análise das dinâmicas económicas do TerritóriodaADDLAP.

120

100 100

78,9 77,7 80 74,2 77,4 68,27 64,66 66,13 59,44 60

40

20

0 1995 2000 2002 2004

DãoLafões(NUTIII) TerritórioADDLAP Portugal(NUTI) Figura19:IndicadordoPoderdeCompra per Capita 17 ,noTerritóriodaADDLAP.

Fonte:INE,EstudosobreoPoderdeCompraConcelhio–1995,2000,2002e2004.

Deacordocomesteestudo,oindicadordopoderdecompra(IpC)dosConcelhos18 doTerritórioda ADDLAPtêmvaloresinferioresàmédianacional.OvalordesteindicadorparaaNUTIIIDãoLafões temvindoaregistarsucessivosaumentosentre1995e2004.Ovalorregistadoparaoterritórioda ADDLAP (Figura 19) é, em todos os anos analisados, superior ao da NUT III, o que se deve exclusivamente ao Concelho de Viseu, uma vez que nos restantes concelhos (Oliveira de Frades, Vouzela,SãoPedrodoSuleVilaNovadePaiva)oIpCébastantemaisbaixodoqueodaNUTDão Lafões.

3.4.2 População Empregada e Desempregada 19

A taxa de actividade, na década intercensitária, sofreu uma evolução positiva (Figura20),registandoumavariaçãode8,0%noTerritóriodaADDLAP.

17OIndicadordoPoderdeCompra per Capita éumíndicecomovalor100namédiadopaís,quecomparaopoderdecompra manifestadoquotidianamente,emtermos per capita ,nosdiferentesConcelhoseregiões,comessevalordereferêncianacional. 18 ConsultarAnexoA–Enquadramento:BaseEconómicalocal:DadosGerais 19 ConsultarAnexoA–Enquadramento:BaseEconómicalocal:PopulaçãoEmpregadaeDesempregada.

33 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

60

50 50 52,2 44,5 40 41,2 37,5 30 32,9 20 10

percentagem% 0

HM H M HM H M

1991 2001

TerritórioADDLAP(TaxadeDesemprego) TerritórioADDLAP(TaxadeActividade)

Portugal(TaxadeDesemprego) Portugal(TaxadeActividade) Figura20:TaxadeActividadeeTaxadeDesemprego,noTerritóriodaADDLAPeNUTIII–DãoLafões.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–1991e2001(ResultadosDefinitivos).

Acompanhandoatendêncianacional,osMunicípiosdoTerritóriodaADDLAPtêmvindoaregistarum acentuado fenómeno de terciarização (ver Tabela 10), acompanhado por um ligeiro aumento dos activos empregues em actividades do sector secundário e uma significativa redução da população empregadanosectorprimário.Esteúltimosector,entreoperíodode1991e2001registouumaperda de16pontospercentuais,equivalentea7577activos.

Tabela10:PopulaçãoempregadaporsectordeactividadenoTerritóriodaADDLAPeNUTIII–DãoLafões.

Território da ADDLAP Dão-Lafões (NUT III) 1991 2001 1991 2001 v.a. % v.a. % v.a. % v.a. % CAE 0 12991 25 5414 9 29861 29 12545 11 CAE 1-4 14068 27 17670 30 31317 30 39102 35 CAE 5-9 24671 48 35406 61 43089 41 60489 54 Total População Empregada 51730 58490 104267 112136 Total População Activa 54634 62834 110151 120641

60 70

50 60 50 40 40

% 30 % 30 ADDLAP Portugal 20 20

10 10

0 0

CAE 0 CAE 1-4 CAE 5-9

TerritórioADDLAP1991 TerritórioADDLAP2001 Portugal(NUTI)2001

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–1991e2001(ResultadosDefinitivos).

34 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

AFigura21apresentaacorrelaçãoentreosectordeactividadeeoIpC,revelandoqueosmunicípios com o maior peso no sector Terciário são simultaneamente aqueles que apresentam valores mais elevadosdesteindicador.

PopulaçãoEmpregada: SectorPrimário SectorSecundário SectorTerciário IpC: 4051 5281 82100

Figura21:IndicadordoPoderdeCompra per Capita e PopulaçãoEmpregadaporSectoresdeActividade,noTerritóriodaADDLAP.

Fonte:INE.(Adaptado).

O Concelho de Viseu é o que apresenta a maior taxa de população empregue no sector terciário (68%), a menor taxa de activos empregues no sector primário (5%) e o valor mais elevado de IpC (91,6%,em2002).JánosMunicípiosdeOliveirade FradeseVouzela,osectorsecundárioemprega umapercentagemexpressivadosactivos,42%e43%respectivamente.

Apesar do significativo decréscimo de população empregue no sector primário, Vila Nova de Paiva registaaindaumvalorpróximodos20%,oque,tendoemconsideraçãoabaixacompetitividadedas actividadesprimáriasaquipresentes,sereflectenosbaixosvaloresdoIpC,cercade44,1em2002. Esta situação revela alguma divergência relativamente aos processos de urbanização e industrialização/terciarização 20 registadosnaenvolvente.

Aanálisedoníveldeinstruçãodapopulaçãoactivaempregadamostraquecercade62%dapopulação empregadatemapenasoensinobásico(maioritariamenteo1ºCiclo)e16,6%dosactivosempregados possuem um grau de ensino superior (Figura 22). Deste último grupo, destacamse as áreas da formação de Professores e Ciências da Educação, Letras e Ciências Religiosas, Saúde e a área das Ciências Sociais e do Comportamento. As áreas ligadas a determinados sectores de actividade potenciais, como por exemplo as Engenharias e Técnicas Afins, não são ainda muito visíveis como opçõesdeformaçãosignificativas.

20 Marques(2004),in“EstudosobreoAbandonoemPortugalContinentalAnálisedasdinâmicasdaOcupaçãodoSolo,doSector AgrícolaedaComunidadeRural”.

35 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

No Concelho de Viseu, o padrão do emprego é substancialmente diferente do registado nos outros quatroconcelhos,comumasignificativataxadepopulaçãoempreguecomumgraudeensinosuperior (20,4%).

70

60 50 40 30

20 Percentagem(%) 10 0 Sem nível de ensino Ensino Básico Ensino Secundário Ensino Médio Ensino Superior TerritórioADDLAP Portugal(NUTI) Figura22:PopulaçãoResidenteEmpregadaporNíveldeInstruçãonoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaPopulaçãoeHabitação–2001(ResultadosDefinitivos).

No Território da ADDLAP a taxa de desemprego em 2001 rondava os 6,9%, valor semelhante ao registadonaNUTIIIDãoLafões(7%),afectandopredominantementeosexofeminino.Aevoluçãodo fenómeno do desemprego, entre a década intercensitária, é preocupante, principalmente no MunicípiodeVilaNovadePaiva,emquehouveumacréscimode8,2pontospercentuais.

Dados mais recentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mostram que o desempregotemumcaráctermuitoinstável,sendomarcadoporavançoseretrocessosprogressivos (Figura 23). Dos 6981 desempregados que, em Dezembro de 2006, estavam inscritos no centro de emprego,85,9%estavamàprocuradenovoemprego,comumtempodeinscriçãonoIEFPinferiora umano.Asmulheressãoasmaisafectadasporestefenómeno,aproximadamente60%dototal.

8000

7000 6453 6325 6000 6000 5785 5358 5000

4000

3000

2000 764 851 981 1000 668 681

0 Janeiro 2005 Junho 2005 Janeiro 2006 Junho 2006 Dezembro 2006

SituaçãofaceaoEmprego 1ºEmprego NovoEmprego H M Figura23:DesempregoregistadonoTerritóriodaADDLAPsegundoogénero,tempodeinscriçãoesituaçãofaceàprocuradeemprego.

Fonte:IEFP,2007.

36 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.4.3 Dinâmica Empresarial 21

TendoporbaseainformaçãodoINE,organizadapelosCódigosdeActividades Económicas (CAE .22.), verificase que entre 2000 e 2004 houve um aumento dasactividadesterciáriasrelacionadascomoComércioporGrossoeaRetalho (CAE G), acompanhado pelo aumento das empresas ligadas ao sector da Construção Civil (CAE F), do Alojamento e Restauração (CAE H) e das ActividadesImobiliárias,AluguereseServiçosPrestadosàsEmpresas(CAEK).

Numa análise mais detalhada 23 observamos que, em 2004, era no Concelho de Viseu que se concentravamaproximadamente68%dasempresase74,4%dassociedadessediadasnoTerritórioda ADDLAP.AdinâmicaempresarialpresentenesteConcelhoestá,emgrandemedida,relacionadacom asualocalizaçãocentralnopontodeintersecçãoentreeixosdemobilidadeinternacional(IP3,A24e A25)epelaconcentraçãodemassacríticaedeserviçosdesuporteàactividadeeconómica.Defacto, o Concelho de Viseu tem vindo a registar um aumento do investimento exógeno (estrangeiro, mas também nacional), funcionando como catalisador dos investimentos que se dirigem, em termos do mercadodeprodutosfinais,dematériasprimasedemãodeobra,aocentrointeriorNortedoPaís. NoConcelhodeVilaNovadePaiva,noanode2004,emoposiçãoaodescritonoparágrafoanterior, estavam sediadas apenas 4% das empresas e 2,5% das sociedades, sendo este o Concelho onde a dinâmicaempresarialémenosexpressiva.

Nãoobstanteteremsido registadosdecréscimosemváriossectoresdeactividade,assistiuseaum aumentodonúmerodeempresase,principalmente,desociedades(aumentode44%,entre2000e 2004), a que correspondeu um incremento do volume de negócios, em grande parte derivado aos aumentosregistadosnasactividadesdoCAEKeCAEMaO. No mesmoano,associedadesinscritasno CAEGeramresponsáveisporcercade 852237 000Euros,oqueequivalea41,9%dovolumetotalde vendasregistadonoterritórioemanálise.

Emtermosdepostosdetrabalho,noanode2003,destacavaseoComércioporGrossoeaRetalho; ReparaçãodeVeículosAutomóveis,MotociclosedeBensdeUsoPessoaleDoméstico(CAEG)como maiorempregadornoTerritóriodaADDLAP(6955trabalhadores),seguidopelosectordasIndústrias Transformadoras(CAED)com6613trabalhadoresepelosectordaConstruçãoCivil,responsávelpor 4267postosdetrabalho.

21 ConsultarAnexoA–Enquadramento:DinâmicaEmpresarial.

22 ClassificaçãodasActividadesEconómicas(CAE): N.I .NãoIdentificadaActividadesmaldefinidas, AAgricultura,ProduçãoAnimal,CaçaeSilvicultura, B–Pesca, C Indústrias Extractivas, DIndústriasTransformadoras, EProduçãoeDistribuiçãodeElectricidade,deGásedeÁgua, F–ConstruçãoCivil GComércioporGrossoeaRetalho;ReparaçãodeVeículosAutomóveis,MotociclosedeBensdeUsoPessoaleDoméstico, HAlojamentoeRestauração(RestauranteseSimilares), ITransportes,ArmazenagemeComunicações, J Actividades Financeiras, KActividadesImobiliárias,AluguereseServiçosPrestadosàsEmpresas, LAdministraçãoPública,Defesae SegurançaSocialObrigatória, M–Educação, NSaúdeeAcçãoSocial, OOutrasActividadesdeServiçosColectivos,Sociaise Pessoais, PFamíliascomEmpregadosDomésticos, QOrganismosInternacionaiseoutrasInstituiçõesExtraTerritoriais

23 ConsultarosdadosporConcelhoemAnexoA–Enquadramento:DinâmicaEmpresarial.

37 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Ao analisarmos cada Concelho, constatase que, à excepção de Oliveira de Frades, todos os Municípios apresentam como sector predominante o CAE G (ver Tabela 11). Apesar da significativa dimensão do espaço rural no Território da ADDLAP, somente o Município de Oliveira de Frades apresenta um número expressivo de empresas ligadas ao sector primário (22,1%), explicado pela importânciadealgumasunidadesdeproduçãoanimal(sectoravícola)aílocalizadas.

Tabela11:TipologiasdaDinâmicaEmpresarialnosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP. Volumedenegócios Pessoalaoserviço Empresascomsede Sociedadescomsede nassociedades dassociedades SECTOR UNIDADETERRITORIAL PREDOMINANTE 1º 2º 1º 2º 1º 2º 1º 2º TerritóriodaADDLAP CAEG CAEF CAEG CAEF CAEG CAED CAEG CAED CAEG OliveiradeFrades CAEG CAEA+B CAEG CAED CAED CAEG CAED CAEF CAEG CAED SãoPedrodoSul CAEG CAEF CAEG CAED CAEG CAED CAED CAEG CAEG VilaNovadePaiva CAEG CAEF CAEG CAED CAEG CAEF CAEG CAEF CAEG Viseu CAEG CAEF CAEG CAEF CAEG CAEF CAEG CAED CAEG Vouzela CAEF CAEG CAEG CAEF CAED CAEG CAED CAEF CAEG Fonte:INE,AnuáriosEstatísticos–RegiãoCentro,2004,2004,2003e2003(Adaptado).

Sendo a indústria transformadora 24 a segunda maior empregadora e geradora do segundo maior volumedevendasdoTerritóriodaADDLAP,éimportanteconhecerquaisosramosqueapresentam maior potencial. Destacamse as Indústrias Metalúrgicas de Base e de Produtos Metálicos (CAE DJ) comumvolumedevendasnaordemdos137412000Euros(32,5%dovolumedevendastotal)eas IndústriasAlimentares,dasBebidasedoTabaco(CAEDA)quegeramumvolumedevendasnaordem dos94189000Euros,cercade22,4%dototal(Tabela12).

Tabela12:TipologiasdoVolumedeNegóciosnasSociedadesdaIndústriaTransformadoranosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP.

Sociedadescomsede UNIDADETERRITORIAL 1º 2º 3º SECTOR % SECTOR % SECTOR % TerritóriodaADDLAP DJ 32 DA 22 DI 9 OliveiradeFrades DJ 64 DA 22 DN 9 SãoPedrodoSul DA 58 DJ 16 DD 7 VilaNovadePaiva DN 31 Viseu DA 25 DI 13 DJ 13 Vouzela DA 20 DI 11 DH 5 Fonte:INE,AnuáriosEstatísticos–RegiãoCentro,2003(Adaptado).

Aimportânciadaindústriametalúrgicaestá,essencialmente,associadaàpresençadamultinacional Martifer Group, empresa especializada em construções metalomecânicas, projecto, fabrico e montagemdeestruturasmetálicas,localizadanoConcelhodeOliveiradeFrades.

24 ClassificaçãodasActividadesEconómicas(CAE):

DAIndústriasAlimentares,dasBebidasedoTabaco;DBIndústriaTêxtil;DCIndústriadoCouroedosProdutosdoCouro;DD IndústriasdaMadeiraedaCortiçaesuasObras;DEIndústriasdePasta,dePapeleCartãoeseusArtigos;EdiçãoeImpressão;DF FabricaçãodeCoque,ProdutosPetrolíferosRefinadoseCombustívelNuclear;DGFabricaçãodeProdutosQuímicosedeFibras Sintéticas ou Artificiais; DH Fabricação de Artigos de Borracha e de Matérias Plásticas; DI Fabricação de Outros Produtos Minerais Não Metálicos; DJ Indústrias Metalúrgicas de Base e de Produtos Metálicos; DK Fabricação de Máquinas e de Equipamentos, N. E.; DL Fabricação de Equipamento Eléctrico e de Óptica; DM Fabricação de Material de Transporte; DN IndústriasTransformadoras,N.E.

38 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

OsectordasIndústriasAlimentares,dasBebidasedoTabacoapresentaumaimportânciasignificativa devido à forte presença de empresas ligadas à actividade avícola, como a AVICASAL Sociedade AvícolaS.A.emSãoPedrodoSulouaCAMPOAVESemOliveiradeFrades.

Para além dos sectores de actividade, importa também referir que se encontram sediadas no Território da ADDLAP algumas empresas de grande dimensão que contribuem para o aumento da produtividadeeempregonestaregiãoequepoderãodesempenharumpapelestratégiconacriação deumabaseeconómicacentradaem clusters (Tabela13).

Tabela13:MaioresEmpresaslocalizadasnoTerritóriodaADDLAP. EMPRESAS MUNICÍP IO Martifer S.G.P.S.S.A. OliveiradeFrades Martifer ConstruçõesMetalomecânicas,S.A. OliveiradeFrades Artifel SociedadeElectronicaeElectromecanica,S.A. Viseu Edivisa –EmpresadeConstruções,S.A. Viseu Viatel TecnologiadeComunicações, S.A. Viseu Visabeira SociedadeTécnicadeObraseprojectos,Lda. Viseu Brintons IndústriadeAlcatifas,Lda. Vouzela

Fonte:COFACE,2004.

Em matéria de exportações, de acordo com os dados do INE, em 2004 o Território da ADDLAP apresentou um saldo positivo de 2 535 000 Euros no comércio internacional (Consultar Anexo A – Enquadramento: Dinâmica Empresarial), situação que é inversa à da média nacional. Entre 2003 e 2004oterritórioemanáliseapresentouumavariaçãode16%nassaídase10%nasentradas.

Emtermosdedistribuiçãogeográficadasempresasexportadoras,osdadosde2004revelamqueos Concelhos onde se regista um maior volume de expedições e exportações são Viseu e Oliveira de Frades.

3.4.4 Actividades Económicas com Potencial no Território da ADDLAP 25

Paralelamente à análise geral dos sectores de actividade, importa fazer uma abordagem individualizada aos sectores que, pela representatividade diagnosticada,sãoconsideradosestratégicos.Antesdessaanálisedetalhada,é feita uma breve referência ao “Estudo sobre o Abandono em Portugal ContinentalAnálisedasdinâmicasdaOcupaçãodoSolo,doSectorAgrícolae da Comunidade Rural” 26 do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, considerado umdocumentodeelevadointeresseparaacompreensãodasdinâmicaslocaiseparaadeterminação depossibilidadesdedesenvolvimentodesteTerritório.

25 ConsultarAnexoA–Enquadramento:ActividadesEconómicascomPotencialnoTerritóriodaADDLAP.

39 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Dinâmica das Áreas Rurais

Noestudosupracitado,sãodefinidasoitotipologiasdasáreasrurais,definindootipodeagricultura dominanteemcadaConcelho:1Agriculturadeproduçãoespecializadaeelevadorendimento 27 ;2 Agriculturaextensivacomvantagensambientais;2a)–emterritóriohomogéneo;2b)–emterritório diversificado;3Agriculturadeordenamentoequalidadeambiental;3a)emmeioflorestal 28 ;3b) em meio de montanha; 3c) em meio urbano; 4 Agricultura de serviços rurais; 4a) em áreas periféricas;4b)emáreasdinâmicaseconfusas 29 .

Tipo 1 - Agricultura de produção especializadaeelevadorendimento

Tipo 3a - Agricultura de ordenamentoequalidadeambiental, emmeioflorestal

Tipo 4b - Agricultura de serviços rurais, em áreas dinâmicas e confusas

Figura24:TipologiasdasÁreasRurais–1ªVocaçãodosTerritórios.

Fonte:EstudosobreoAbandonoemPortugalContinentalAnálisedasdinâmicasdaocupaçãodosolo,dosectoragrícolaedacomunidaderural.

De acordo com este estudo (Figura 24), apesar dos casos positivos de Oliveira de Frades, que se destaca como um território onde domina uma agricultura especializada, associada a rendimentos muito elevados em relação à média do país, e de Viseu, onde a agricultura é diversificada na produçãoenaocupaçãodosoloesuportaumconjuntodeserviçosruraiscomprocuraporparteda população urbana próxima, o território da ADDLAP encontrase numa posição frágil no domínio agrícola 30 , predominando a tipologia 3a. Esta tipologia corresponde a áreas onde a agricultura de produçãoéresidualeencontraseemregressão,comaocupaçãodosolodominadaporoutrosusos que não a produção agrícola, mais concretamente a ocupação florestal e com uma reduzida densidadepopulacionaleumapopulaçãoenvelhecida.Destemodoéfundamentaloordenamentodo territórioeapreservaçãodaqualidadepaisagística,comosserviçosruraisaassumirumpotencialpor explorar.

26 Estudo realizado ao abrigo do Protocolo de Colaboração assinado em Novembro de 2004 entre o Ministério da Agricultura, DesenvolvimentoRuralePescaseaUniversidadedeÉvora.

27Estessãoterritóriosqueapresentamosseguinteslimiares:OrientaçãoTécnicoEconómico(OTE)7,10,11,12,16,17;ouPesoda MBT/UTA>200%damédianacional(100);MargemBrutasemajudas(ligadasedesligadas)>80%daMBT.

28Estes sãoterritórios queapresentamosseguinteslimiares: Pesodototal dosmatose florestas > 40%da superfícietotaldo Concelho;Pesodaáreaagrícola<60%dasuperfícietotaldoConcelho;Pesodaflorestadegradada(324)>10%dasuperfícietotal doConcelho;DensidadePopulacional<80(habitantes/km2);Índicedeenvelhecimento>115.

29 Estes são territórios que apresentam os seguintes limiares: Densidade populacional 80 – 1000 (habitantes / km2); Dimensão médiadaexploração<10ha;MargemBrutasemajudas(ligadasedesligadas)>70%daMBT;PesodaSAUmaisprodutivanaSAU> 60%;Pesodaáreaagrícola>20%dasuperfícietotaldoConcelho;ÍndicedeEnvelhecimento<170. 30 ConsultarMapadePortugalContinentalAnexoA–Enquadramento:DinâmicadasÁreasRurais.

40 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Sector Agrícola

OTerritórioemanáliseinseresenoâmbitodeactuaçãodaDirecçãoRegionaldeAgriculturaePescas do Centro 31 (DRAPC) e está integrado na Zona Agrária de DãoLafões. A constituição recente da DRAPC,quenoterritóriodaADDLAPveiosubstituiraDirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraLitoral (DRABL),fazcomquemuitosdosdadosestatísticoseanalíticosapresentadossejamreferentesaesta antigadivisãoadministrativa–BeiraLitoral.

A Beira Litoral destacase pela diversidade edafoclimática, o que se traduz em zonas com características agroecológicas e socioeconómicas distintas. O território em análise inserese em quatrozonasagroecológicasAltoVougaePaiva(ConcelhodeVilaNovadePaivaesecçãonortedos Concelhos de Viseu e São Pedro do Sul), Dão (zona Sul e Sudeste do Concelho de Viseu), Lafões (Concelhos de Vouzela, São Pedro do Sul e Oliveira de Frades) e Caramulo (zona Sul e de maior altitudedosConcelhosdeVouzela,OliveiradeFrades).

EstruturadasExplorações

NoterritóriodaADDLAPaáreaagrícola/florestalestendesepormaisde37585ha,distribuídospor 9211explorações,dosquaiscercade47,6%estãoafectosaousoflorestal(17904ha)ecercade48,8% ausoagrícola(18358ha)(Figura25). Umaanáliseaosindicadoresde“SAUporExploração”e“Blocos deSAUporExploração”(Tabela14)revelaumaaproximaçãoaovalormédiodaRegiãoAgrária,sendo dedestacaroConcelhodeVilaNovadePaivaondeexistemáreasconsideravelmentesuperiores.

Tabela14:SAUporexploraçãoeBlocoscomSAUporexploração,nosConcelhosdoTerritórioADDLAP1999.

Blocos com SAU por SAU por exploração UNIDADE TERRITORIAL exploração (ha/exploração) (nº/exploração) Beira Litoral (Região Agrária) 2,13 6,62 Oliveira de Frades 1,63 6,43 São Pedro do Sul 1,97 6,34 Vila Nova de Paiva 3,24 13,88 Viseu 1,88 5,67 Vouzela 1,98 7,63

Fonte: INE, Recenseamento Geral da Agricultura - 1999 .

Dautilizaçãodasterras( ConsultarAnexoA–Enquadramento:EstruturadasExplorações )destacamse asproduçõesdecereaisparagrão,ospradostemporárioseculturasforrageiras,ashortasfamiliarese avinha.

31 AgrupamentodasantigasDRABL(DirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraLitoral)eDRABI(DirecçãoRegionaldeAgriculturada BeiraInterior)

41 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 74,4

30% 53,6 49,2 48,8 20% 10% 0% Portugal (NUT I) Dão-Lafões (NUT III) Beira Litoral (Região Território ADDLAP Agrária)

SAU MataseFlorestas SAUnãoUtilizado OutrasSuperfícies

Figura25:UtilizaçãogeraldasterrasnoTerritóriodaADDLAP–1999.

Fonte:INE,RecenseamentoGeraldaAgricultura1999.

Quantoaoefectivoanimal,oprincipalnúmerodeexploraçõesestárelacionadocomaproduçãode aves(15,1%),seguidadasavesgalinhaspoedeirasereprodutoras(13,7%)edasuinicultura(10,6%).

Omododeproduçãobiológico 32 éhojeumapráticaemcrescimento,comefeitosimportantesnãosóa níveleconómicomastambémambiental.OsvaloresdiminutosdestatipologiaprodutivanaRegiãoda Beira Litoral (ver Tabela 15), comparativamente com outras regiões devem ser avaliados, uma vez que,ofactodeexistirumaproduçãoagrícoladominanteemcondiçõespróximasdaculturabiológica, sem recurso a químicos revela um potencial ainda por explorar. Assumir o processo de produção biológico como um novo desafio seria uma maisvalia para a população agrícola, uma vez que atribuiriaummaiorvaloracrescentadoaosseusprodutos.

Tabela15:MododeProduçãoBiológico,naBeiraLitoral.

ProduçõesVegetais ProduçãoAnimal REGIÕESAGRÁRIAS N.ºdeOperadores Produções(ha) N.ºdeOperadores Produção 2000 2005 2000 2005 2003 2005 2003 2005 Alentejo 391 622 25404 139449 94 304 43968 130551 Algarve 23 30 753 1849 3 5 1302 1461 BeiraInterior 132 272 16600 48808 112 166 38261 55843 BeiraLitoral 15 51 104 268 3 9 3118 15340 E.D.M. 10 72 232 1067 5 15 384 1484 R.Oeste 38 151 646 23468 14 40 8353 34448 TrásosMontes 154 379 6259 18549 28 47 4332 6176

Fonte:DRABLDirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraLitoral.

32 «A Agricultura Biológica é um sistema de produção holístico, que promove e melhora a saúde do ecossistema agrícola, ao fomentar a biodiversidade, os ciclos biológicos e a actividade biológica do solo. Privilegia o uso de boas práticas de gestão da exploração agrícola, em lugar do recurso a factores de produção externos, tendo em conta que os sistemas de produção devem ser adaptados às condições regionais. Isto é conseguido, sempre que possível, através do uso de métodos culturais, biológicos e mecânicos em detrimento da utilização de materiais sintéticos .»CodexAlimentariusComission,FAO/WHO,1999.

42 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

PopulaçãoAgrícola 33

Em 1999 no Território da ADDLAP existiam cerca de 9000 trabalhadores agrícolas, dos quais 63% pertenciamaosexomasculino,comumclaropredomíniodasfaixasetáriascommaisde40anos.O ConcelhodeVilaNovadePaivaapresentavaosvaloresmaiselevadosdoíndicedeenvelhecimentoda populaçãoagrícola34%comidadesuperiorouiguala65anos,eoConcelhodeOliveiradeFrades, na situação oposta, possuía uma população agrícola muito jovem, com 14,4% dos produtores com idadecompreendidaentre25a39anos.

O envelhecimento, o baixo nível de instrução dos agricultores, o baixo nível de associativismo e a fragilidade dos circuitos de comercialização têm implicações claras na baixa produtividade das exploraçõesenobaixovalordasproduções.Aacrescentaraestesfactores,encontraseodecréscimo substancialdapopulaçãoempreguenestesector,nasúltimasdécadas.

ProdutosRegionaisdeQualidade

Na agricultura é importante salientar a existência de vários produtos endógenos de qualidade reconhecidanoTerritóriodaADDLAP,amaioriadelescertificados 34 ,sendolhesatribuídoIndicações de Proveniência Regulamentada (IPR), Indicações Geográfica Protegida (IGP) e Denominações de OrigemControlada(DOC)eProtegida(DOP).

33ConsultarAnexoA–Enquadramento:PopulaçãoAgrícola. 34 VerProdutosCertificadosnoTerritóriodaADDLAPConsultarAnexoA–Enquadramento:ProdutosRegionaisdeQualidade.

43 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Figura 26 : ProdutosTradicionaisdeQualidade .

Fonte:DRABLDirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraLitoral.

NaviniculturaaDOC“Dão”éumdosprodutosdedestaque,inseridonaRegiãoDemarcadadoDão,à qual pertence o Concelho de Viseu (parcialmente). Para produção da IPR “Lafões” contribui a vinicultura do Vale do Vouga, abrangendo os Concelhos de Oliveira de Frades, São Pedro do Sul e Vouzela.

Figura27:ProdutosTradicionaisdeQualidade.

Fonte:DRABLDirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraLitoral.

NosprodutosfrutícolasodestaqueéaDOP“MaçãBravodeEsmolfe”,produzidafundamentalmente nosConcelhosdeViseu,SãoPedrodoSuleVilaNovadePaiva.Estamaçãtemumaprocuraelevadae têmsidodesenvolvidosváriosestudossobreestavariedadedemaçãs.

Emboranãosendoumaespécieautóctone,amaçãdaBeiraAlta(IGP),comvariedadescomo Golden , Gala, Red Delicious , Starking , Jonagold , Granny Smith , Jonared eReinetas(espéciesimportadasda América),éproduzidaemtodoodistritodeViseueGuarda.

44 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Importa também mencionar a produção animal, da qual se destacam a Vitela de Lafões (IGP) e o Cabrito da Gralheira (IGP). A área geográfica de produção abrange os Concelhos de Oliveira de Frades,Vouzela,S.PedrodoSul,eViseu.

Tal como os produtos primários, a transformação destes bens origina uma diversidade de produtos muito apreciados, e.g. enchidos, queijos de cabra, queijos de ovelha, frutos secos. Para além dos produtosreferidos,oTerritóriotemtambémoutrosprodutosdequalidade–variedadesregionaisde fruteiras, raças autóctones de pequenos ruminantes, frangos do campo, plantas aromáticas e medicinaiselinho,muitosdestesproduzidosemcondiçõespróximasdaculturabiológica.Oscitrinos de Sejães e de Valadares (S. Pedro do Sul), no Concelho de Oliveira de Frades, a “Pêra Passa” do Município de Viseu e as Ovelhas de Raça “Musgas” de Vila Nova de Paiva são alguns exemplos de referência.

Paraalémdosprodutoscertificadosreferidos,existemoutrasproduçõescertificadasnoterritórioda ADDLAPque,nãosendo“solares”,têmimportânciatantopeloprodutoemsicomopelasrelaçõesque revelamcomosterritórioscircundantes.SãoexemplosacarnedeVacaArouquesa,oBorregodaSerra daEstrelaeoQueijodaSerradaEstrela.

Todos os produtos mencionados são de elevada qualidade, no entanto, verificase que a sua comercializaçãoéaindaescassa,oqueemgrandemedidasedeveànãoestruturaçãodeprocessos adequadosdeescoamento.

Exploração Florestal 35

AimportânciadaflorestaedosectorflorestalparaoTerritóriodaADDLAPéinquestionável,pelasua extensãoterritorialerelevânciaeconómica,ambiental,socialecultural.ComoobservamosnaFigura 25,asMataseFlorestasocupam17904ha(47,5%dasexploraçõesdoTerritóriodaADDLAP).Comotal, aflorestaconstituiumimportanterecursonaturalerenovável,assegurandoaexistênciadeemprego eriqueza.

SeguindooexemplodetodooPaís,oespólioflorestaldoTerritóriodaADDLAPencontrasedividido porpequenosproprietáriosprivados,oquedificultaasuarentabilizaçãoegestão.Estefacto,aliado aoabsentismodosproprietários,aoindividualismoeàausênciadeacçãocomum,temfacilitado a degradaçãonaturaldafloresta(nomeadamenteatravésdosincêndios)ea“invasão”deespéciesde crescimento rápido como o eucalipto, em detrimento de espécies autóctones e susceptíveis de salvaguardarosequilíbriosecológicoseambientais.

OTerritóriodaADDLAP,segundoosanuáriosestatísticosdoINE,apresentou,entre1999e2003,um aumentode20,2%nonúmerodeocorrênciasrelacionadascomincêndiosflorestaisede195%daárea ardidaque,em2003,atingiuos1449ha.OscasosmaispreocupantessãoosdeSãoPedrodoSule

35 ConsultarAnexoA–Enquadramento:ExploraçãoFlorestal.

45 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Vouzela com acréscimo significativos em ambos os indicadores. Neste contexto, a valorização dos resíduosflorestaiseareduçãoeficazdascondiçõesdepropagaçãodeincêndiossãoduasprioridades paraosectorflorestal.

AdefiniçãodasZonasdeIntervençãoFlorestal(ZIF)éumimportantepassoparapermitiraintrodução do conceito de economia de escala na floresta portuguesa, assim como para o ordenamento e a gestão florestal. No Território em análise ainda não está constituída nenhuma ZIF, estando a ZIF Torredeita/BoaAldeia,noConcelhodeViseu,emfasedeaudiênciafinal,aZIFCaparrosa/Silvares, noConcelhodeVouzela,emfasederequerimento,asZIFPenoitaemConsultaPréviaeaZIFAlcofra emConsultaPública.OConcelhodeSãoPedrodoSul,apesardospreocupantesproblemasemtermos deincêndiosflorestais,aindanãoconstituiunenhumaZIF(Figura28).

Figura28:DistribuiçãodasZIFnaRegiãoCentro 36 .

Fonte:MinistériodaAgricultura(http://www.dgrf.min agricultura.pt/).

Refirase também o uso múltiplo da floresta nomeadamente a caça , existindo sete associações de caçaepescaepotencialidadesnestaáreaemVilaNovadePaivaeos cogumelos que,noOutono,se encontramàvendanosmercadoslocaiseempratosconfeccionadosnosrestauranteslocais.

Turismo

O sector terciário apresentou na última década intercensitária um crescimento de 13 pontos percentuais,noTerritóriodaADDLAP.Nestesector,oTurismoapresentaumfortepotencialparao desenvolvimentoeconómicolocal,umavezqueépossívelencontrarnestaregião,pelomenoscinco (TurismodeNegócios/Reuniões,TouringCulturalePaisagístico,ToursdeVinhoeGastronomia,Golf

36 LEGENDA: 6AlvaeAlvoco;8Alfátima;10Dornelas;11Penaverde;12AguiardaBeiraeSequeiros;16Cortiçada; 17SoutodeAguiardaBeira;19RiodeMoinhos,SilvadeCimaeDecermilo;20Caparrosa/Silvares;21Mortágua[Secção A];22Castelo;24Romãs;25Torredeita/BoaAldeia;26AldeiadeEiras;28;30Serra;31Aravil;36 Avelal;37TábuaNordeste;38ZIFLourosa;39Moura/Alva;40Ortiga;41Amieira;42Sátão;43Dão;46S.Josédas Matas; 50 Cordinha; 51 Terra Chã; 52 Tábua/Alva; 53 Tábua/Mondego; 57 Penhascoso Norte; 58 Penedos; 60 Sarzedas/Magarefe;61Sarzedas/Estacal;62MonfortedaBeira/MalpicadoRibatejo;64Almaceda;65SulAlbergaria; 66Alcofra;67RibeiradoAlvito;68Lisga;69Penoita;71CabeçaGorda;72PenhaGarcia.

46 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

TraveleSaúdeeBemEstar)dosdezprodutosdefinidospeloPlanoEstratégicoNacionaldoTurismo (PENT) que, entre outros desígnios estratégicos pretende “ concentrar actuação em produtos, mercados e instrumentos promocionais estratégicos ”.

Osectordoturismoéumdosmaisimportantesdaeconomiaportuguesa,representandoentre7%a8% do PIB e garantindo perto de 10% do emprego nacional. Os Concelhos do Território da ADDLAP encontramseassociadosàRegiãodeTurismodeDãoLafõeseàrecentementeconstituídaAssociação Regional de Promoção Turística (ARPT) do Centro de Portugal. A região possui um diversificado património cultural (e.g. Centro Histórico de Viseu, Igreja Matriz de Vouzela, aldeias tradicionais), natural (e.g. Reserva Botânica do Cambarinho), arqueológico (e.g. Monumento Nacional Dólmen de Antelas,MonumentoNacionaldosJuncais/AntadeQueiriga),arquitectónicoepaisagístico(e.g.áreas de cultivo de vinha, Maciço da Gralheira, Rios), passível de ser reabilitado e valorizado, nomeadamenteatravésdacriaçãoderotasemotivaçõesturísticastemáticas.

Figura29:TerritóriodaADDLAP.

Fonte:SPI–“MergulhonoTerritório”–Janeiro/Fevereiro2007.

Ovisitantepodeaindadesfrutardeumagastronomiatradicionalricaevariada,completadacomos vinhosregionaisdereconhecidaqualidade.ArotadovinhodoDão,queoMunicípiodeViseuintegra, eazonadeproduçãodovinhodeLafõessãoapenasdoisatractivosaoníveldoturismovitivinícola.

Figura30:Patrimónionatural,históricoeculturaldoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:SPI.

47 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Oturismocultural,comumafortevalênciadeinvestigação,encontranoTerritóriodaADDLAPuma possibilidade de expansão expressiva, dada a diversidade e abundância de elementos patrimoniais históricos, de possível interesse científico, como por exemplo os diversos monumentos megalíticos/românicos 37 .

DadosGerais

O sector do Turismo desempenha um papel estruturante para a economia local, pela população empregue e pelos efeitos multiplicadores que induz em várias áreas. O destaque vai para os MunicípiosdeS.PedrodoSuleViseu,oprimeirodevidoàsTermasdeS.PedrodoSuleosegundo mais relacionado com turismo urbano/cultural associado ao património do seu centro urbano e envolvente.

DeacordocomasestatísticasdoINE,em2004,registaramsecercade124mildormidasdeturistas noTerritóriodaADDLAP.Destes,aesmagadoramaioria(84%)eramportugueses.Osrestantesturistas são, na sua quase totalidade, provenientes de países da União Europeia dos 15 (sobretudo de Espanha,comgrandedestaqueparaosprovenientesdeSalamanca,deacordocominformaçãodos rsidentesnesteterritório)eapenas3,8%dosvisitantesdepaísesnãoeuropeus.OconcelhodeViseu destacasepelasignificativaproporçãodehóspedesestrangeiros(18%).

250000

200000

150000

100000

50000

0 Total UE25 TotalUE15

DãoLafões(NUTIII) TerritórioADDLAP€

Figura31:DormidasnosestabelecimentoshoteleirosporConcelho,segundoopaísderesidênciahabitualnoTerritóriodaADDLAP– 2004.

Fonte:INE,AnuáriosEstatísticos.

Contudo,éimportantereferirqueestesvalorespoderãoestaraquémdosvaloresreais,umavezque as estatísticas são somente relativas a estadias em estabelecimentos hoteleiros classificados na Direcção Geral do Turismo, não estando contabilizadas as várias ofertas de alojamento turístico informal.

Aanálisecomparativadosvaloresde2001ede2004,referentesaonúmerodeestabelecimentose capacidade hoteleira revela um c rescimento acentuado deste segundo parâmetro, ou seja, a construçãodetrêsnovasunidadescorrespondeuaumaumentode564camas(Tabela16).

37 ConsultarTabela22–Ponto3.6.3Testemunhosdaapropriaçãohumana.

48 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela16:Estabelecimentosecapacidadedealojamento,noTerritóriodaADDLAP–2001e2004.

Estabelecimentos CapacidadedosAlojamentos UNIDADETERRITORIAL 2001 2004 2001 2004 Portugal(NUTI) 1781 1954 228665 253927 Centro(NUTII) 254 398 20099 34418 DãoLafões(NUTIII) 40 48 3470 4439 TerritóriodaADDLAP 21 24 1916 2480 Fonte:INE,AnuáriosEstatísticos. A NUT III de DãoLafões apresentava, em 2004, uma capacidade de alojamento de 15,3‰. Uma análise à escala concelhia evidencia as discrepâncias existentes, dentro do Território da ADDLAP, entre Concelhos como Viseu e São Pedro do Sul, com uma capacidade hoteleira significativa, e os restantesconcelhosdaADDLAP.

AofertahoteleiraclassificadacomoTurismonoEspaçoRural(TER)temasseguradoarevitalizaçãodo tecido económico rural, possibilitando a recuperação do património construído e a mostra e comercializaçãodealgunsprodutosendógenos,taiscomooartesanatoeosprodutosagrícolasfrescos etransformados.

Noanode2001,oTerritóriodaADDLAPtinha18espaçosTER.Àsemelhançadeoutrastipologiasde alojamento,énovamenteoMunicípiodeS.PedrodoSulaqueleondeexisteamaiorconcentração.O ConcelhodeVilaNovadePaivanãotinhanenhumaunidadedeTERem2001,situaçãoquesecontinua averificarem2007.

Noanode2007,segundoaRegiãodeTurismodeDãoLafões,houveumacréscimode10unidades, destacandoseapresençadenovastipologiascomooTurismodeAldeiaeoHotelRural(Figura32).

2007

2001

0 5 10 15 20 25 30

TurismoRural TurismodeHabitação Agroturismo HotelRural TurismodeAldeia Figura32:EstabelecimentosdeTurismonoEspaçoRural,noTerritóriodaADDLAP–2004.

Fonte:INE,AnuáriosEstatísticos/RegiãodeTurismodeDãoLafões(www.rtdaolafoes.com/pt).

49 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

ActividadeTermal

O turismo termal tem como principal função a terapia pela água com propriedades medicinais específicas. Os tratamentos termais utilizam águas quentes e com elevados níveis de pureza bacteriológicaefísicoquímica,devidoàprofundidadeemquesãocaptadas.

Apesardaactividadetermalcomeçaraserreformuladacomoactividadedelazerebemestar,numa lógica reinventada de SPA (do latim “ sanus per aqua”), continua a ser o termalismo tradicional o predominante.

Figura33:TermasdeS.PedrodoSul.

Fonte:www.termasdeportugal.pt.

NoTerritóriodaADDLAPencontramsedoiscomplexostermaisasTermasdeS.PedrodoSul(Figura 33),localizadasnoMunicípiocomomesmonome,easTermasdeAlcafache,localizadasnafronteira doConcelhodeViseu.

AsTermasdeSãoPedrodoSul,cujaságuasmineromedicinaistêmcaracterísticascurativas,dispõem deequipamentomodernoedeváriasestruturasdelazer,sendoumadasprincipaisestânciastermais do País. Em 2004, os seus visitantes representaram cerca de 28% da frequência termal total em Portugal,bemcomo28,7%dosdividendos.Nodecénio1994–2004,segundodadosdaDirecçãoGeral deGeologiaeEnergia–MinistériodaEconomiaeInovação,asTermasdeS.PedrodoSultiveramuma variaçãopositivadecerca50%,evoluindodeumafrequênciade16880para25237visitantes.

AsTermasdeAlcafache,emViseu,sãotambémelementodeimportânciaturísticanoTerritórioem análise,tendotido3587visitantesem2004.

As propriedades terapêuticas das águas termais e o enquadramento natural da região garantem a continuidadedestesdestinos,emboraovisitanteestejamaisinteressadonosaspectospreventivose lúdicos, do que propriamente curativos. A inovação deste sector revelase fundamental, devendo apostar na oferta de múltiplos serviços que as termas lhe podem oferecer – e.g. saunas, banhos turcos,terapiasaeróbias,aromaterapias,acupunctura,massagens,ousejaexpandirasuaactuação para a variante dos “SPA” complexo turístico com actividades de lazer saudáveis. As Termas de Alcafache,porexemplo,fizeramumaapostarecentena“CuradaUva”,umprocessodetratamento designado“Vinoterapia”,concentrandováriastécnicastermaiscomautilizaçãodeprodutosvinícolas comresultadoscontraoenvelhecimentocutâneo.

50 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.4.5 Iniciativas de Apoio à Base Económica Local

A cooperação pode trazer vantagens alargadas à base económica local, ajudandoa a aumentar a sua competitividade, nomeadamente através da inovação, principalmente quando confrontada com o processo acelerado de mudança estrutural, a emergência da economia digital e a intensificação da concorrênciaedaglobalização.

ÉpossívelidentificarnoTerritóriodaADDLAPredesdecooperaçãoentreempresas,formalizadaspor associações como a Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV), Associação Comercial do Distrito de Viseu, Associação Empresarial de Lafões, Associação Nacional de Jovens Empresários – Viseu(ANJE).associaçõesflorestaiseassociaçõesdosectoragroalimentar,entreoutras,quevisam promover o associativismo empresarial, a criação e o desenvolvimento de grupos económicos regionais.

Registamse algumas interdependências naturais, resultantes do próprio ciclo produçãoconsumo, designadamente no que toca à dependência dos Concelhos satélite de Viseu face ao centro. No entanto, não existe uma tradição forte no estabelecimento de relações de cooperação entre empresas e entre estas e as instituições destinadas à formação de profissionais e transferência de conhecimentoetecnologia.

Programa de Incentivos à Modernização da Economia – PRIME

Analisando o investimento total apoiado pelo Programa de Incentivos à Modernização da Economia (PRIME), entre 2000 e 2006, foi possível verificar que todos os Concelhos do Território em análise receberamapoios. Cercade69%doapoiofoicanalizadoparaoMunicípiodeViseu,emcontrastecom o Concelho de Vila Nova de Paiva onde tiveram apoio 9 projectos, com um montante de financiamentocorrespondenteaapenas1,3%dototal(verTabela17).

Tabela 17 :DistribuiçãogeográficadoinvestimentodirectoemI&DT,entre2000e2006.

Território OliveiradeFrades S.PedrodoSul VilaNovadePaiva Viseu Vouzela ADDLAP ANO Projectos (n.º) (€) (n.º) (€) (n.º) (€) (n.º) (€) (n.º) (€) (n.º) (€) 2000 0 0 0 0 0 0 23 943995 0 0 23 943995 2001 7 558170 15 2057773 1 53830 86 10537201 9 394015 118 13600990 1 2002 4 2380039 0 3196164 2 624309 26 11449644 2 103999 44 17754156 2003 7 1681197 7 1776564 0 0 28 10160474 1 41097 43 13659331 2004 3 3010222 2 5172941 0 0 13 11055337 1 12836 19 19251336 2005 3 533705 1 773600 4 797974 25 25944003 2 9416558 35 37465839 3 2006 13 3735144 4 834235 2 124364 49 14214892 13 363083 111 19271718 TOT AL 37 11898477 69 13811277 9 1600477 250 84305546 28 10331589 393 121947366

Fonte:Prime,Marçode2007.

51 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Noperíodoanalisadoforamaprovados393projectos,referentesauminvestimentode121947366€. Alguns dos beneficiados do PRIME foram Associações locais (e.g. C.A.V. Cooperativa Agrícola de Vouzela, C.R.L.; Associação Empresarial da Região de Viseu AIRV), órgãos estatais (e.g. Câmara MunicipaldeViseu,CâmaraMunicipaldeS.PedrodoSul)eempresas(e.g.VISABEIRASoc.Técnica deObraseProjectos,Lda.;MARTIFERConstruçõesMetalomecânicas,SA;AVILOUROSAExploração AvícoladeLourosa,Unipessoal,Lda.).

Noperíodoentre2000e2006,oanode2001foiaqueleemqueforamaprovadosummaiornúmerode projectos–118,masfoinoanode2005quefoiafectoomaiormontanteparaoTerritóriodaADDLAP –37465839€,paraumtotalde35projectos.

SIPIE; 149

URBCOM; 74

Formação Profissional; 31

Infra-estruturas Associativas; 4

Infra-estruturas URBCOM UAC; 9 Energéticas; 10 SIUPI; 1 Internacionalização; 2 SIVETUR; 3 SIME; 70 QUADROS; 6 PIFC; 2 NITEC; 5 MAPE; 27 Figura34:NúmerodeProjectosaprovadospeloPRIMEnosMunicípiosdoTerritóriodaADDLAP,portipodeProjecto.

Fonte:Prime,Marçode2007.

De acordo com os 3 Eixos do PRIME, do total de investimento apoiado, aproximadamente 81,7% enquadrase no Eixo 1 Dinamização das Empresas, e somente 16,6% no Eixo 3 – Dinamização da EnvolventeEmpresarial.Umaobservaçãodetalhadadadistribuiçãodofinanciamentoportipologiade programa(verFigura34)demonstraaquaseinexistênciadeinvestimentonaáreadeI&D,umavez queoprogramaNITEC(SistemadeIncentivosàCriaçãodeNúcleosdeInvestigaçãoeDesenvolvimento Tecnológico no Sector Empresarial) representou apenas 0,74% do financiamento total. Este financiamentoesteveafectoacincoprojectosnosConcelhosdeViseu,OliveiradeFradeseSãoPedro doSul.

A aposta na Inovação pressupõe disponibilidade não só de recursos financeiros, mas também de competências adequadas, sendo por isso essencial o investimento na formação e qualificação dos activos. O investimento relacionado com a melhoria do capital humano (Eixo 2 Qualificação dos Recursos Humanos Formação profissional) representou apenas 1,7% do investimento apoiado. O Programa Quadros (Eixo 1), também com actuação neste âmbito, teve 6 projectos implementados, correspondentesa0,1%doinvestimentototal.

52 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Ligação entre Acções de Desenvolvimento da Economia Rural – LEADER +

No contexto rural, o Programa LEADER+ é um instrumento crucial no apoio e dinamização da base económicalocal.Tendoporbaseodesenvolvimentosustentável,oLEADER+,paraoperíodode2000 2006, objectiva “(...) diversificar as actividades económicas dos territórios rurais mediante a aplicação de estratégias de desenvolvimento territorial inovadoras, integradas e participativas” 38 . Este instrumento dividese em três vectores, interessando neste momento perceber o Vector 1 Estratégiasterritoriaisdedesenvolvimentorural,integradasedecarácterpiloto.

Deacordocomesteinstrumento,aADDLAPaplicouoseuPlanodeDesenvolvimentoLocal,noâmbito doVector1,atravésdasseguintesmedidas:Medida1–Investimentos(Submedida1.1Investimentos eminfraestruturas,Submedida1.2Apoioaactividadesprodutivas,Submedida1.3Outrasacções materiais); Medida 2 – Acções imateriais (Submedida 2.1 – Formação profissional, Submedida 2.2 – Outrasacçõesimateriais);Medida4–DespesasdefuncionamentodosGAL.

Tabela18:ProjectoseInvestimentoLEADER+noTerritóriodaADDLAP.

N.º ComparticipaçãoPública ComparticipaçãoPrivada Código Domínio de Intervenção Investimento Projectos € % € % 121 InvestimentosnaSilvicultura 2 33822,62 16911,31 50 16911,31 50 132 ServiçosdesubstituiçãoedeapoioàGestão 1 3110,00 1555,00 50 1555,00 50 133 ComercializaçãodeProdutosAgrícolasdeQualidades 4 25861,49 25861,49 100 0,00 0 134 Serviçosdebaseparaaeconomiaruralepopulação 7 273084,89 230821,39 85 42263,50 15 136 Diversificaçãodasactividadesagrícolaseconexas 1 107000,00 53500,00 50 53500,00 50 137 Fomentodeactividadesdeturismo 8 349429,70 268167,67 77 81262,03 23 138 Fomentodoartesanato 2 30416,60 18510,47 61 11906,13 39 139 Preservaçãodoambiente 5 101018,13 57366,44 57 43651,69 43 161 AjudasàsPMEeartesanatoInvestimentoscorpóreos 9 334223,48 167111,72 50 167111,76 50 164 AjudasàsPMEeartesanatoServiçoscomunsàsempresas 3 131107,87 122887,39 94 8220,48 6 171 TurismoInvestimentoscorpóreos 2 29580,00 29580,00 100 0,00 0 172 TurismoInvestimentosincorpóreos 2 29475,60 22575,15 77 6900,45 23 220 Integraçãosocial 22 464191,43 325223,85 70 138967,58 30 Desenvolvimentodaeducaçãoedaformaçãonãoligadasa 230 umsectorespecífico 1 17000,00 16813,00 99 187,00 1 240 Adaptabilidade,espíritodeempresaeinovação 8 335553,58 167776,79 50 167776,79 50 Telecomunicações e sociedade de informação Serviços e 324 aplicaçõesparaasPME 2 26921,90 13460,95 50 13460,95 50 351 Ordenamentoerequalificaçãodezonasindustriaisemilitares 1 20000,00 20000,00 100 0,00 0 353 Protecção,requalificaçãoerenovaçãodoambientenatural 10 532049,55 509462,24 96 22587,31 4 354 Manutençãoerestauraçãodeherançasculturais 45 656231,78 507401,72 77 148830,06 23 360 Infraestruturassociaisedesaúde 26 667123,17 492988,62 74 174134,55 26 999 AssistênciaTécnica 6 674333,31 674333,31 100 0,00 0 TOTAL 167 4841535,10 3742308,51 77,3 1099226,59 22,7

Fonte:ADDLAP,Maiode2007.

AanálisedaTabela18,referenteaosprojectoseinvestimentosaprovadospeloLEADER+Vector1, noperíodoentreJaneirode2001eMaiode2007,paraaáreadeintervençãodaADDLAP,revelaum

38 UniãoEuropeiahttp://europa.eu/scadplus/leg/pt/lvb/g24208.htm .

53 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

investimentototalde4841535,10€paraumtotalde167projectos,sendo77,3%comparticipação pública. Os projectos do LEADER+ Vector 1 incidiram essencialmente no domínio “Manutenção e restauraçãodeherançasculturais”,com45projectos,seguidododomínio“Infraestruturassociaise de saúde”, e do domínio “Integração social”. Ainda a referir os dez projectos aprovados para o domínioda“Protecção,requalificaçãoerenovaçãodoambientenatural”.

Entre 2001 e 2007, os projectos LEADER+ Vector 1 criaram 42 novos postos de trabalho e preservaramcercade351empregos.Osexofemininocomidadecompreendidaentreos25eos45 anos foi o que mais beneficiou da implementação dos projectos (73,3%). O impacto de criação ou manutençãodeempregofoimaioritariamentegeradoatravésdeprojectosresultadodasSubmedidas 1.2e1.3,englobadosnaMedida1(verTabela19).

Tabela19:IndicadoresdeImpactodoVector1–LEADER+,noTerritóriodaADDLAP. <25 >=25e<=45 >45 INDIVÍDUOS TOTAL Fem. Mas. Fem. Mas. Fem . Mas. SUB MEDIDA1 .1 EmpregosNovos 0 0 0 0 0 0 0 EmpregosPreservados 0 0 0 0 0 0 0 Sub total 0 0 0 0 0 0 0 SUB MEDIDA1 .2 EmpregosNovos 3 2 14 5 3 1 28 EmpregosPreservados 2 1 228 72 4 0 307 Sub total 5 3 242 77 7 1 335 SUB MEDIDA1 .3 Empre gosNovos 2 0 10 0 0 0 12 EmpregosPreservados 3 0 32 1 1 2 39 Sub total 5 0 42 1 1 2 51 TotalMedida1 10 3 284 78 8 3 386 SUB MEDIDA2 .1 EmpregosNovos 0 0 0 0 0 0 0 EmpregosPreservados 0 0 0 0 0 0 0 Sub total 0 0 0 0 0 0 0 SUB MEDIDA2 .2 Empre gosNovos 1 1 0 0 0 0 2 EmpregosPreservados 0 0 0 0 0 0 0 Sub total 1 1 0 0 0 0 2 TotalMedida2 1 1 0 0 0 0 2 SUB MEDIDA4 .0 EmpregosNovos 0 0 0 0 0 0 0 EmpregosPreservados 0 0 4 1 0 0 5 Sub total 0 0 4 1 0 0 5 TotalMedida4 0 0 4 1 0 0 5 TOTAL 11 4 288 79 8 3 393

Fonte:ADDLAP,Maiode2007.

3.4.6 Rede de Apoio à Inovação da base económica local

Aexistênciadeumambienteestruturadodeapoioàactividadeeconómicaé essencial para a atracção de investimento. Como ambiente estruturado e atractivo entendese não apenas as áreas de localização empresarial como também os serviços de apoio à inovação e à criação de valor na base

54 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

económicalocal.

Noqueserefereainfraestruturasdelocalizaçãoindustrialouempresarial,estasdeverãoserespaços dequalidadeurbanainquestionável,servidasporboasacessibilidades,portodasasinfraestruturas básicaseporserviçosdesuporteàgestãoeoperacionalizaçãodasdiferentesvalênciasqueaípossam existir.Asvantagenscompetitivasdaconcentraçãoempresarialnumalógicadeclustersãoessenciais aodesenvolvimentoeconómicodoterritóriodaADDLAP.

Tabela20:ZonasIndustriais . Área Naturezada Áreatotal Númerode MUNICÍPIO Zonaempresarial Entidadegestora ocupada actividade (m 2) empresas (m 2) ZonaIndustrialde CâmaraMunicipalde Indústria 1350400 794042 64 OliveiradeFrades OliveiradeFrades OliveiradeFrades ZonaIndustrialde CâmaraMunicipalde Indústria 107436 107436 12 Reigoso OliveiradeFrades ZonaIndustrialde CâmaraMunicipalde Indústria/ 29380 10285 6 Bordonhos SãoPedrodoSul Comércio S.PedrodoSul ZonaIndustrialdoAlto CâmaraMunicipalde Indústria/ 313504 110195 13 doBarro SãoPedrodoSul Comércio Indústria/ ParqueIndustrialdeVale CâmaraMunicipalde VilaNovadePaiva Comércio/ 70580 62105 13 doForno VilaNovadePaiva Serviços Indústria/ ParqueIndustrialde CâmaraMunicipalde Comércio/ 609437 393000 62 Coimbrões Viseu Serviços Viseu ZonaIndustrialde CâmaraMunicipalde Seminformação Seminformação Seminformação Seminformação Abraveses Viseu ZonaIndustrialdo CâmaraMunicipalde Indústria/ 125600 100000 15 Mundão Viseu Comércio Pólo3daZonaIndustrial CâmaraMunicipalde Seminformação Seminformação Seminformação Seminformação deMonteCavalo Vouzela Vouzela ZonaIndustrialde CâmaraMunicipalde Indústria/ 326280 236347 10 Campia Vouzela Serviços

Fonte:AssociaçãoEmpresarialdePortugalAEP.

Todos os Concelhos do Território da ADDLAP têm zonas e parques industriais próprios (Tabela 20), onde se encontram instaladas diversas empresas com forte impacto na economia local. Quando comparadas,diagnosticaseumaheterogeneidadesignificativa,queraoníveldainfraestruturaçãoe qualidadedosespaços,queraoníveldalotação.

Deentreasestruturasexistentesdeapoioaoempreendedorismodestacamseduas:

• Parque Industrial de Coimbrões Negócios, Inovação e Tecnologias (NIT), localizado em Viseu,equeéumcentroempresarialdeiniciativapúblicavocacionado paraaincubaçãode empresas,ondeseencontraumserviçodeapoioefomentoaoempreendedorismolocal;

• GabinetedeEmpresasdoIAPMEI,emViseu,direccionadoparaasmicro,pequenasemédias empresasdossectoresindustrial,comercial,deserviçoseconstrução.

55 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

NoquerespeitaàInovação,asinstituiçõesdeensinosuperiorsãoespaçosprivilegiadosparaaprática de actividades de I&D. Como se pode confirmar pela Tabela 21, no Território da ADDLAP existem várias unidadesdeI&Dligadasàsinstituiçõesdeensinosuperioraí sediadas.Asáreascientíficase tecnológicas abrangidas são sobretudo as das ciências humanas e sociais e das ciências agrárias e veterinárias.

Tabela21:UnidadesdeI&DnoTerritóriodaADDLAP.

CentrodeEstudosVitivinícolasdoDão Domínio CiênciasAgráriaseVeterinárias InstituiçãodeAcolhimento DirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraInteriordoMinistériodaAgricultura,DesenvolvimentoRuraledasPescas CentroExperimentaldeOvinicultura Domínio CiênciasBiológicas;CiênciasAgráriaseVeterinárias;Economia;Sociologia InstituiçãodeAcolhimento DirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraLitoraldoMinistériodaAgricultura,DesenvolvimentoRuraledasPescas EstaçãoAgráriadeViseu Domínio CiênciasAgráriaseVeterinárias InstituiçãodeAcolhimento DirecçãoRegionaldeAgriculturadaBeiraLitoraldoMinistériodaAgricultura,DesenvolvimentoRuraledasPescas EscolaSuperiorAgráriadeViseu Domínio CiênciasAgráriaseVeterinárias InstituiçãodeAcolhimento EscolaSuperiorAgráriadoInstitutoPolitécnicodeViseu EscolaSuperiordeEducaçãodeViseu Domínio Física;CiênciasBiológicas;CiênciasdaEducação InstituiçãodeAcolhimento EscolaSuperiordeEducaçãodoInstitutoPolitécnicodeViseu UniversidadeCatólicaPortuguesaViseu Domínio Matemática;CiênciaeEngenhariadosMateriais;ArquitecturaeUrbanismo InstituiçãodeAcolhimento UniversidadeCatólicaPortuguesaBeiras CentroInteruniversitáriodeEstudosGermanísticosCIEGNúcleodeViseu Domínio Linguística;HistóriaeArqueologia;EstudosLiterários InstituiçãodeAcolhimento UniversidadeCatólicaPortuguesaBeiras CentrodeLiteraturaeCulturaPortuguesaeBrasileiraCLCPBNúcleodeViseu Domínio CiênciasdaEducação;Linguística;HistóriaeArqueologia;Est.Literários InstituiçãodeAcolhimento UniversidadeCatólicaPortuguesaBeiras InstitutoUniversitáriodeDesenvolvimentoePromoçãoSocial Domínio Economia;Gestão;Sociologia;Psicologia;HistóriaeArqueologia InstituiçãodeAcolhimento UniversidadeCatólicaPortuguesaBeiras UnidadedeInvestigaçãoeFormaçãoAvançadaemArquitectura,ArtesePatrimónio Domínio HistóriaeArqueologia;ArquitecturaeUrbanismo;EstudosArtísticos InstituiçãodeAcolhimento InstitutoSuperiordeEstudosInterculturaiseTransdisciplinaresdoInstitutoJeanPiaget UnidadedeInvestigaçãoeFormaçãoAvançadaemLinguísticaeEstudosLiterários Domínio Linguística InstituiçãodeAcolhimento EscolaSuperiordeEducaçãodoInstitutoJeanPiaget UnidadedeInvestigaçãoeFormaçãoAvançadaemPsicologia Domínio Psicologia InstituiçãodeAcolhimento InstitutoSuperiordeEstudosInterculturaiseTransdisciplinaresdoInstitutoJeanPiaget UnidadedeInvestigaçãoeFormaçãoAvançadaemTeoriaeDesenvolvimentoCurricular Domínio CiênciasdaEducação InstituiçãodeAcolhimento EscolaSuperiordeEducaçãodoInstitutoJeanPiaget

56 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

UnidadedeInvestigaçãoemEpistemologiaeDidácticadasCiências Domínio CiênciasdaEducação InstituiçãodeAcolhimento EscolaSuperiordeEducaçãodoInstitutoJeanPiaget FaculdadedeLetras Domínio CiênciasdaEducação;Linguística;HistóriaeArqueologia;EstudosLiterários InstituiçãodeAcolhimento EscolaSuperiordeEducaçãodoInstitutoJeanPiaget UnidadedeInvestigaçãoemEconomiaeDesenvolvimento Domínio Economia;Gestão InstituiçãodeAcolhimento UniversidadeCatólicaPortuguesaBeirasdaUniversidadeCatólicaPortuguesa UnidadedeInvestigaçãoemMetodologiaseTécnicas Domínio CiênciasdaSaúde;CiênciasdaEducação InstituiçãodeAcolhimento InstitutoSuperiordeEstudosInterculturaiseTransdisciplinaresdoInstitutoJeanPiaget

Fonte:OCES,Março2007.

A transferência de conhecimento entre unidades de IDI e tecido empresarial tem vindo a ocorrer nalguns dos domínios económicos estratégicos, com especial tradição no sector agrícola. Territorialmente podese referir a excessiva centralização das plataformas de IDI no Concelho de Viseu.

AscarênciasexistentesemIDIsãonesteterritóriocolmatadaspelaproximidadeatrêsimportantes pólos de conhecimento nacionais Porto, Aveiro e Coimbra, facilitando o estabelecimento de sinergiaserepresentandoumaoportunidadeparaasempresaseinstituiçõesregionais.

57 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.5 AMBIENTE E QUALIDADE DE VIDA

Uma estratégia de desenvolvimento local equivale a uma aposta clara nas pessoas,produtividadeeemprego.Numterritórioessencialmenterural,como o da área de intervenção da ADDLAP, onde problemas como a perda e envelhecimento populacional assumem proporções inquietantes, assistese ao despertar de um novo ciclo de políticas, assumindose como fundamental a ofertadeumambientedequalidade.

Numambientemarcadamenterural,polarizadopelacidadedeViseu,têmseregistadomovimentos migratórios,nasuamaioria,favoráveisaestepólourbano,factoessencialmenterelacionadocoma diversidadedotecidoeconómicourbanoepelamultiplicidadedeofertasdeequipamentoseserviços aíexistente.Asoportunidadesdetrabalhoedeformaçãotêmestadotradicionalmenteassociadasà cidadedeViseu,queconsequentementesetemafirmado como local de eleição para residir. Este processo de excessiva polarização começa paulatinamente a ser alterado, havendo uma nova abordagemaosespaçosruraiscomoespaçosdeexcelênciapararesidiretrabalhar.

Este novo ciclo de vida dos espaços rurais deve ser um processo integrado, valorizando as potencialidadesdestesespaçoscomoalternativaaoambienteurbanodasgrandescidades.Garantir padrões elevados de qualidade de vida (infraestruturas, espaços públicos, habitações, actividades culturais, serviços e comércio) e fortalecer os laços Homemnatureza são os alicerces para uma estratégia diferenciada e diferenciadora, capaz de inverter o cenário demográfico negativo, mantendoapopulaçãolocaleatraindonovoshabitantes.

Neste capítulo é apresentada uma breve análise a alguns indicadores estatísticos que retratam a realidadedoTerritóriodaADDLAPemmatériadeambienteequalidadedevida.

3.5.1 Rede de infra-estruturas básicas

Oacessoàsredesdeinfraestruturasbásicasécondiçãoessencialparaqueum territórioestejapreparadoparanovosdesafiosdedesenvolvimentoeparaque se consiga envolver activamente a população, uma vez que esta sente que as suas necessidades básicas foram alcançadas percebendo assim a premência de umapolíticapúblicaorientadaparanovasáreasdeactuação.

DeacordocomosdadosdoInstitutoNacionaldeEstatística(INE)econformeseilustranaFigura36, houveumaevoluçãopositivanapercentagemdepopulaçãoservidapelossistemasdeabastecimento água, de tratamento de águas residuais e também por estações de tratamento de águas residuais (ETAR).EmrelaçãoaosistemadeabastecimentodeáguaapercentagemdepopulaçãodoTerritório daADDLAPservidaera,em2004,deaproximadamente90%,valorligeiramenteinferioraoregistado nasNUTIIeIII.

58 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

120%

100%

80%

60%

40%

20%

0% 2003 2004 2003 2004 2003 2004

Populaçãoservidaporsistemasde Populaçãoservidaporsistemasde Populaçãoservidaporestaçõesde abastecimentodeágua drenagemdeáguasresiduais tratamentodeáguasresiduais(ETAR)

DãoLafões(NUTIII) TerritórioADDLAP Centro(NUTII) Portugal(NUTI) Figura35:PopulaçãoservidaporinfraestruturasbásicasnoTerritóriodaADDLAP,enasNUTI,IIeIII.

Fonte:INE,AnuáriosestatísticosdaregiãoCentro,2003e2004

Osistemadedrenagemdeáguasresiduaisservia,tambémem2004,cercade72%dapopulaçãodo Território da ADDLAP (mais de 100 000 habitantes), cenário que mostra uma evolução positiva, à semelhançadoregistado anívelnacionale regional.Relativamenteaossistemasdetratamentode águas residuais, a realidade do Território da ADDLAP não difere da realidade nacional e regional, havendo uma cobertura na ordem dos 63%, valor que, apesar de estar longe do que seria ideal, é superioraoregistadonaNUTII.

Para além dos valores globais é importante a análise à escala concelhia, diagnosticandose heterogeneidadesnoTerritóriodaADDLAP.Aanálisedosvaloresestatísticosdacoberturadosistema deabastecimentodeáguaentre2001e2004mostraumaevoluçãopositiva,havendoConcelhosque se destacam pela quase total cobertura, como são os casos de Vila Nova de Paiva e Oliveira de Frades. No conjunto dos cinco Concelhos, é São Pedro do Sul que apresenta o cenário mais desfavorável,comumacoberturaque,em2004,rondavaos79%.

A água consumida no Território da ADDLAP é fundamentalmente para uso residencial (Tabela 22), havendoumpesosignificativodousoindustrialnosConcelhosdeViseueOliveiradeFrades,assim comoexisteumapercentagemsignificativaque,nosConcelhosdeOliveiradeFrades,SãoPedrodo SuleVouzela,éconsumidanoutrosusos(serviços,comércio,agriculturaporexemplo).

Tabela22:Evoluçãodoconsumodeáguaportipodeusos. Consumodeáguaparauso Consumodeáguaparauso Consumodeáguaparaoutros UNIDADETERRITORIAL residencial industrial usos 2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004 Portugal(NUTI) 75% 74% 75% 75% 16% 16% 15% 15% 9% 10% 10% 10%

Centro(NUTII) 79% 76% 74% 77% 15% 15% 13% 13% 6% 8% 13% 10%

DãoLafões(NUTIII) 81% 76% 79% 82% 14% 15% 14% 14% 5% 9% 7% 4% TerritóriodaADDLAP 76% 75% 77% 77% 17% 17% 16% 16% 7% 8% 8% 8%

Fonte:INE,AnuáriosestatísticosdaregiãoCentro,2001a2004.

59 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Aanálisedasestatísticasreferentesaossistemasdedrenagemdeáguasresiduaisrevelaumaforte heterogeneidade no Território da ADDLAP. Existem Concelhos onde a população servida por esta infraestruturabásicaoscilaentreos30eos40%,comosãooscasosdeOliveiradeFrades,SãoPedro doSuleVouzela,eoutrosondeapopulaçãoservidaésuperiora85%,comosãooscasosdeVilaNova dePaivaeViseu.

Este panorama agravase quando se analisa a percentagem de população servida por estações de tratamentodeáguasresiduais(ETAR).Esteindicadortem,emtodososConcelhos,umvalorinferior aodapopulaçãoservidapelaredededrenagem,oquerevelaumasituaçãoambientaldesfavorávele comprometedoradoequilíbrioambiental.

Aanálisecomparativa mostranosqueapercentagem deefluentedrenadoquenãoéencaminhado para uma estação de tratamento, sendo os valores mais díspares registados nos Concelhos de Vila NovadePaivaedeSãoPedrodoSul.

Efectuandoacorrelaçãoentrecaudaisconsumidosedrenados,resultamosvaloresapresentadosna Tabela23equemostramdoistiposdesituaçãoproblema:

• Adrenagemdecaudaismuitoinferioresaosconsumidosrevelaoelevadovolumedecaudal nãotratadodescarregadoaleatoriamente;

• Adrenagemdecaudaissuperioresaoscaudaisabastecidosindicaaexistênciadevolumes elevados de água utilizada, proveniente de captações particulares (furos artesianos) que posteriormente é drenada pela rede pública. Esta situação registase na água usada para uso industrial (em 2003 em Vouzela o caudal drenado foi correspondente a 244% do consumido) e para uso residencial e serviços (em Vouzela registamse os valores mais elevados).

Tabela23:Correlaçãoentrecaudaisconsumidosedrenadospelarededeáguasresiduaiseentrecaudaisdrenadosetratados emETAR. Drenagemdecaudaisefluentesde Drenagemdecaudaisefluentes Tratamentodeáguasresiduaisem UNIDADE origemresidencialeserviços deorigemindustrial ETARefossassépticasmunicipais TERRITORIAL (%doconsumo) (%doconsumo) (%drenagem) 2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004 2001 2002 2003 2004 Portugal(NUTI) 87% 91% 91% 98% 90% 88% 104% 88% 76% 73% 82% 86% Centro(NUTII) 74% 79% 77% 82% 55% 77% 89% 65% 89% 87% 88% 90% DãoLafões(NUTIII) 84% 83% 86% 89% 56% 43% 48% 51% 94% 91% 89% 89% TerritóriodaADDLAP 92% 93% 92% 93% 67% 62% 87% 81% 92% 90% 87% 96% Fonte:INE,AnuáriosestatísticosdaregiãoCentro,2001a2004.

O sistema de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) é da responsabilidade da AssociaçãodeMunicípiosdoPlanaltoBeirão,constituídacomoobjectivodeevitarqueaprodução elevada de resíduos possa comprometer o equilíbrio e a beleza natural da região. Sediada em Tondela, é neste Concelho que se localiza o centro integrado de tratamento de resíduos sólidos urbanos.

60 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela24:PontosderecolhaetratamentodeRSUnoTerritóriodaADDLAP.

CentroIntegradodeTratamentodeRSU UNIDADETERRITORIAL Ecopontos Ecocentro Tondela TerritóriodaADDLAP 406 5 OliveiradeFrades 26 1 SãoPedrodoSul 63 1 VilaNovadePaiva 22 1 Viseu 261 1 Vouzela 34 1

Fonte:http://www.amrplanaltobeirao.pt/rsu.php.

EmtodososConcelhosdoTerritóriodaADDLAPestãoinstaladosecopontoseumecocentro(Tabela 24),garantindoarecolhaetratamentoselectivodosresíduosproduzidos.

Porfim,tendoporbaseainformaçãodisponibilizadapeloINE,apresentasenaFigura37aevolução dasreceitasedespesasmunicipaisemmatériadeambiente,que,deacordocomesteinstituto,estão divididasemtrêsáreas:gestãodeáguasresiduais,gestãoderesíduoseprotecçãodabiodiversidadee dapaisagem.

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Portugal Centro Dão Território Portugal Centro Dão Território Portugal Centro Dão Território Portugal Centro Dão Território (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTIII) (NUTIII) (NUTIII) (NUTIII)

2001 2002 2003 2004

Gestãodeáguasresiduais Gestãoderesíduos Protecçãodabiodiversidadeedapaisagem Figura36:DistribuiçãodasDespesasMunicipaisnaáreadoambiente.

Fonte:INE,AnuáriosestatísticosdaregiãoCentro,2001a2004.

ConformesevisualizanaFigura37sãoasinfraestruturasbásicas(águasresiduaiseresíduossólidos) asresponsáveispelaquasetotalidadedoinvestimentomunicipalemmatériasambientais.Asdespesas com a protecção da biodiversidade e da paisagem, independentemente da escala de análise, são aindaumaparcelaínfimadoinvestimentomunicipal.NoconjuntodoscincomunicípiosdoTerritório daADDLAP,destacaseVilaNovadePaivaqueem2004aumentousignificativamenteoinvestimento naprotecçãodabiodiversidadeedapaisagem,equiparandooemtermospercentuaisaoinvestimento na gestão de resíduos. Em termos absolutos, é o município de Viseu que afecta os valores mais elevadosaesteitem,cercade500000Euros.

Asreceitasmunicipaisnaáreadoambienteacompanhamastendênciasdasdespesas,sendodagestão deáguasresiduaisqueprovêmosmontantesmaissignificativos(Figura38).

61 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Portugal Centro Dão Território Portugal Centro Dão Território Portugal Centro Dão Território Portugal Centro Dão Território (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTI) (NUTII) Lafões ADDLAP (NUTIII) (NUTIII) (NUTIII) (NUTIII)

2001 2002 2003 2004

Gestãodeáguasresiduais Gestãoderesíduos Protecçãodabiodiversidadeedapaisagem Figura37:DistribuiçãodasReceitasMunicipaisnaáreadoambiente.

Fonte:INE,AnuáriosestatísticosdaregiãoCentro,2001a2004.

3.5.2 Rede de mobilidade

A facilidade de deslocação, a proximidade e rapidez de chegar ao destino pretendidoésemdúvidaumfactorbasilarnaescolhadolocalderesidência.A rede de mobilidade é um elemento fundamental do espaço humanizado, determinando o grau de influência e o seu desenvolvimento. Por rede de mobilidadeentendeseasinfraestruturasdesuporteeosmeiosdetransporte quepossibilitamasdeslocaçõesnumdeterminadoterritório.

Como já foi referido anteriormente, o Território da ADDLAP tem como principais eixos de atravessamentoeligaçãoaoexterioraA24(IP3)eA25(IP5).Estesdoiseixosestruturantesgarantem umalocalizaçãoprivilegiadaàescalanacional,constituindosecomovantagenscompetitivasdeum territórioqueoferececondiçõesexemplarespararesidiretrabalhar.

Figura38:RedededistribuiçãoprincipalnoDistritodeViseu.

Fonte:EstradasdePortugal,PRN2000 .

62 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

NointeriordoTerritóriodaADDLAP,umespaçomarcadamenterural,asligaçõesviáriassãofactores determinantesnaexpansãodosaglomerados,funcionandocomofioscondutoresdaexpansãopontual e individual. A difícil morfologia deste território ditou a estrutura da rede viária, cujos eixos de suportesão:

• EN16queligaSãoPedrodoSulaVouzela,cujaligaçãoentreOliveiradeFradesaVouzela temaclassificaçãodeER16;

• EN228queligaMortáguaaoIP3,atravessandoosConcelhosdeVouzelaeSãoPedrodoSul comaclassificaçãodeER228;

• ER326quegarantealigaçãodeSãoPedrodoSulaolimitedodistritonoCercal;

• EN329queligaVilaNovadePaivaanorte(ER225).

Existemfreguesiasmaisremotas,cujosacessossefazemporestradasecaminhosmunicipais,nalguns casosemdeficienteestadodeconservação.

AredeferroviáriadeixoudeexistirapartirdomomentoemqueaCPdesactivoualinhadoVouga.No entanto,existeligaçãoàlinhadaBeiraAlta,localizadaaproximadamentea20kmdesteterritório, comligaçãoviaautocarroatéMangualde.

Comojáfoireferidoanteriormente,aexistênciadedoisaeródromos(ViseueOliveiradeFrades),o deViseuéumaeródromocertificadocompossibillidadederecebervoosSchengen 39 semnecessidade de qualquer tipo de requisição ao INAC. Neste momento são peças chave para o combate aos incêndioseparapráticadesportiva.

A rede de transportes públicos é apontada como uma área de melhoria pela população local, registandose as maiores carências nas freguesias mais distantes das sedes de Concelho, onde os acessossão maisproblemáticose atopografiaémaisacidentada(zonasassinaladas avermelhona Figura40).

39 Estudo“SIStemaaeroportuárionacional,MercerConsulting,2006

63 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Serviço de transporte Serviço de condici on transporte condicion

Serviço de transporte condicion

Figura39:PercursosdarededetransportespúblicosdepassageirosnoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:DirecçãoGeraldeTransportesTerrestres(DGTT).

À excepção da cidade de Viseu, onde existem transportes públicos urbanos (STUV Serviços de TransportesUrbanosdeViseu),orestanteterritórioéservidoporcarreirasdiáriasdetransportesde passageiros,que,comosevisualizanaFigura40,fazemoseupercursopelasestradasprincipais,não servindoaspovoaçõesmaisdistantesecadavezmaisisoladas.

3.5.3 Rede de equipamentos de utilização colectiva

Aexistênciadeumarededeequipamentosdeutilização colectiva é um factor determinantenaescolhadolocalderesidênciaeumagarantiadaqualidadede vida e satisfação da população local. Às zonas rurais estão tradicionalmente associadas diferentes necessidades de equipamentos e serviços, determinados fundamentalmentepelomododevidadiferenciadodomeiourbano.Osespaços públicos têm papéis de socialização diferentes e os equipamentos, à excepção doseducativoseram,atéhábempoucotempo,peçasinexistentesnoquotidianorural.

Estadiferenciaçãovincadaentremododevidaenecessidadesurbanaseruraisfoiseesbatendo,as populaçõespassaramaserasmesmas,oslocaisdetrabalhodesconcentraramseepassouseatera perfeitanoçãodequeoruraleourbanosãoduaspeçascomplementareseindissociáveis.Manterou atrairapopulaçãoparaomeioruraldependeemgrandemedidadosequipamentoseserviçosqueaí estiverem disponíveis, nomeadamente creches, jardinsdeinfância, equipamentos escolares, desportivoseculturais.

Independentementedaheterogeneidadedemográficaeurbanadesteterritório,existeumacobertura da rede de equipamentos de utilização colectiva adequada às necessidades locais. É possível encontrarnoTerritóriodaADDLAPumaredeescolarque,frutodoseureordenamento,temsidoalvo desucessivasmelhoriaseumarededeequipamentosdeapoiosocialondesãoprestadosserviçospara ainfânciaeparaaterceiraidade.Paraalémdisso,emquasetodasasfreguesiasépossívelutilizar equipamentosdesportivos,eosespaçosculturaissãoelementospresenteseminúmeroslocais.

64 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Figura40:EquipamentosdeutilizaçãocolectivanoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:SPI–“MergulhonoTerritório”–Janeiro/Fevereiro2007.

Fruto do esforço da ADDLAP e da administração local, assistiuse a um exemplar trabalho de construção de espaços e equipamentos públicos, tornandoos elementos presentes nos centros urbanos e nas localidades mais rurais. Estes espaços estão disponíveis a toda a população, com a maisvaliadeseremespaçosintegradosnomeionaturalehumano,comvínculosfortesàidentidadee costumeslocais.OsprojectosdeequipamentosdesenvolvidosparaoscincoConcelhos,noâmbitodos centrosruraisdoAltoPaivaeNortedeLafões,nosplanosdeintervençãoenosprogramasLEADERII, LEADER+ e INTERREG foram determinantes para o alcance dos actuais níveis de cobertura de equipamentosculturais,desportivosederecreioelazer.

3.5.4 Índice de Desenvolvimento Municipal

O índice de desenvolvimento municipal 40 é uma medida de referência que permiteconheceroposicionamentodosmunicípiosemdiferentesmatérias,uma vez que o seu cálculo advém de um somatório de indicadores sectoriais 41 relacionados com o potencial demográfico, serviços de apoio às populações, ambienteequalidadedevida,dinamismoeconómico,capacidadedeinfluenciar oexterior,cidadaniaefinançaslocais.

Nestecapítuloimportafazerumaanálise,nãoapenasaosvaloresglobaisdoIDM,mastambém,aos valoresdosindicadoressectoriaisAmbienteeQualidadedeVidaeServiçosdeApoioàPopulação.

40http://www.guiadeportugal.pt/default.aspx?Parametro_Accao=Conteudo&Parametro_Conteudo=conteudos/IDM.ascx&Parametro_ClassID=28.

41http://www.guiadeportugal.pt/docs/IDM/IDM.pdf.

65 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

1º–100º 101º199º 200–250º

Figura41:ÍndicedeDesenvolvimentoMunicipal.

Fonte:GuiadePortugal,MunicipiaS.A.

NatabelageraldoIDM,emprimeirolugarsurgeoConcelhodeLisboa,comvalorde593,9,seguido porCoimbra(282,7).OsConcelhosdoTerritóriodaADDLAPdistribuemseaolongodatabela,estando Viseuem8ºlugaranívelnacionaleem1ºaníveldistrital,VilaNovadePaivaeOliveiradeFrades ocupamo124ºeo151ºrespectivamente,Vouzelao201ºeno244ºlugarapareceoConcelhodeSão PedrodoSul(Figura42).

No que se refere ao indicador Ambiente e Qualidade de Vida, são considerados parâmetros como densidade populacional, densidade habitacional, peso das despesas de ambiente nos orçamentos municipaisepesodasdespesasdeprotecçãodabiodiversidadeepaisagensnasdespesasdeambiente eataxademortalidadeinfantil.Anívelnacional,oConcelhodeArraiolosocupao1ºlugardoranking comumvalorde667,6seguidopeloConcelhodeAlpiarçacomumvalorde627,5.NoTerritórioda ADDLAPosvaloresvariamentreos165,4eos55,oquedemonstraumaelevadadisparidadeinterna (Figura43).

DestacaseaindaoestudoapresentadopelaDECO 42 emJulhode2007sobreaqualidadedevidanas cidades portuguesas e que, simultaneamente, foi elaborado à escala europeia. A cidade de Viseu destacaseno1ºlugaranívelnacionaleno17ºlugaraníveleuropeu.ParaaconstruçãodoÍndicede qualidade de vida, foram avaliados indicadores nas seguintes areas: Habitação, Saúde, Avaliação globaldaeducação,Mobilidade,Paisagemurbana,Empregoemercadodetrabalho,Meioambiente, Segurança e criminalidade, Comércio e serviços, Cultura, lazer e desporto e Planeamento e administraçãodacidade.

42 http://www.deco.proteste.pt/map/src/487991.htm

66 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

500

250 193 131,5 133 165,4 119,9 55 0 106,1 68 114,6 84,5 100 250

500

750

1000

1250 1337,3 1500 Oliveirade SãoPedrodoSul VilaNovade Viseu Vouzela Frades Paiva

Ambiente e Qualidade de Vida Serviços de Apoio às Populações Lisboa (1º) - Serviços de Apoio às Populações Lisboa (1º) - Ambiente e Qualidade de Vida Figura42:ÍndicedeDesenvolvimentoMunicipal–AmbienteeQualidadedeVidaeServiçosdeApoioàPopulação.

Fonte:GuiadePortugal,MunicipiaS.A.

NoindicadorServiçosdeApoioàPopulaçãosãoponderadososserviçosdesaúde(n.ºdemédicos,n.º de farmácias e n.º de centros de saúde por 1000 habitantes), de educação (escolas do ensino básico/população 0 aos 14 anos e escolas do ensino secundário/população dos 15 aos 19 por 1000 habitantes),deapoiosocial(centrosdedialares/populaçãocommaisde65anos,crechesjardinsde infância por 1000 habitantes) e serviços culturais (n.º de bibliotecas e de cinemas por 1000 habitantes).TambémnesteindicadorsãoobservadasdiferençasnoTerritóriodaADDLAP,registando seosvaloresmaisbaixosnosConcelhosdeSãoPedrodoSuleViseu,68e84,5respectivamenteeos maiselevadosemVilaNovadePaivacom114,6eOliveiradeFradescom106,1.OConcelhodeViseu, queocupao1ºlugarnosindicadoresreferidosanteriormente,encontraseameiodatabela,comum valornaordemdos100.

67 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.6 O TERRITÓRIO : PATRIMÓNIO NATURAL E HUMANO

3.6.1 Suporte físico

Asformaseidentidadedeumdeterminadoterritórioestãorelacionadascomos factores naturais e humanos que condicionaram o seu desenvolvimento. O conhecimentodosuportefísicodeumdeterminadoterritórioedasdiferentes formas de apropriação que foi sofrendo pode ser determinante para perspectivarrumosdeintervenção.

Aglomerados urbanos

Figura43:EnquadramentodoTerritóriodaADDLAPnodistritodeViseu.

Fonte:www.apm.pt

Como se esquematiza na Figura 44, o Território da ADDLAP é marcadamente de montanha, influenciadopelaSerradaGralheiranoConcelhodeSãoPedrodoSul,SerradeLeomilnoConcelhode VilaNovadePaivaepelaSerradoCaramuloasul,influenciandooConcelhodeOliveiradeFrades. Geologicamente, a maior extensão do território é composta por granitos, existindo também, ainda queemmenorpercentagem,formaçõesquartezitasegneissesdoprécâmbricoearcaico.

Afortepresençadaáguafoiumfactordeterminanteparaaocupaçãodestasterras,umavezque, sendo uma garantia de fertilidade, permitia a prática agrícola, senão como principal fonte de rendimento,comoactividadecomplementar.OsriosVouga,PaivaeDãosãoaslinhasdeáguamais representativas,sendonoentantodereferirqueoterritóriodeintervençãodaADDLAPédensamente irrigado.

Sendo os recursos naturais (agricultura e floresta) a principal fonte de rendimento da população destasáreas,orespeitoeocuidadocomasuapreservaçãocomoelementosessenciaisàmanutenção socioeconómica são uma evidência no processo de humanização dos cinco Concelhos. A leitura da apropriaçãodoterritóriodánosaconhecerumapopulaçãocomfortesvínculosàterra,queaolongo dostemposfoiconstruindoosseusespaçosderesidênciadeformanucleada,libertandovastasáreas paraocultivo.

68 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Asnovasviasforamditandomodeloslineareseasviasdedistribuição,emespecialaA25(antigoIP5) foram os motores de funções industriais e comerciais, cada vez mais organizadas em zonas especificamentetratadasparaasacolher(Figura45).

Figura44:ModelodeapropriaçãodoTerritóriodaADDLAP.

Fonte:GoogleHearth,2007.

3.6.2 Testemunhos da apropriação humana

A presença humana neste território é remota. Os inúmeros exemplares do património cultural são o testemunho dos diferentes momentos de vivência queaquiestiverampresentes.

Deacordocom aLein.º107/2001de8deSetembro,integramopatrimónio culturaltodososbensque,sendotestemunhoscomvalordecivilizaçãooude cultura portadores de interesse cultural relevante, devam ser objecto de especial protecção e valorização.Ointeresseculturalrelevante,designadamentehistórico,paleontológico,arqueológico, arquitectónico, linguístico, documental, artístico, etnográfico, científico, social, industrial ou técnico, dos bens que integram o património cultural reflecte valores de memória, antiguidade, autenticidade,originalidade,raridade,singularidadeouexemplaridade.

OrcadosJuncais Igrejade Vouzela DolmendeAntelas PontedeManhouce MuseuGrãoVasco Figura45:ExemplaresdeelementospatrimoniaisclassificadosnoTerritóriodaADDLAP.

69 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela25:PatrimónioClassificadoeEmViasdeClassificação,noTerritóriodaADDLAP.

ImóveldeInteresse MonumentoNacional ImóveldeInteressePúblico Emviasdeclassificação Municipal OliveiradeFrades • PedradoRastodosMouros • • PedradasFerradurasPintadas AntapintadadeAntelas • • • PelourinhodeOliveiradeFrades PedradosCantinhos AntadaArca • IgrejaparoquialdePinheirode Lafões,Adro,CemitérioePonte Ferroviária(conjunto) SãoPedrodoSul • ConventodeSãoCristóvãoeIgreja deLafões • Construçãoconhecidapor • CastrodeBanhoouCastrodeBeirós PiscinadeD.AfonsoHenriques • ConventodosFranciscanos • CastrodeNossaSenhorada • PaláciodeReriz Guia • PedraEscrita • SolardosMalafaias • CapelaerespectivoAdroda • PontedaBarreirasobreaRibªde SenhoradaGuia(abrangido Vessa pelaclassificaçãodo"Castrode • N.ªSr.ªdaGuia) PontedeManhouce • CastrodaCárcoda • IgrejaMatrizdeCarvalhais VilaNovadePaiva • AntadePendilhe • • PelourinhodeAlhais OrcadosJuncaisouAntada • Queiriga PelourinhodeVilaCovaà Coelheira • PelourinhodeFráguas Viseu • QuatroLagares • IgrejadeSãoFranciscodoMonte • CapeladeN.ªSªdaVictória • CapeladaSrªdaSaúde • PelourinhodePovolide • TroçodaEstradaRomanade Almargem • CasadosPrimes • • AntadeMamaltardoValede IgrejadeSantoAntóniodoantigo • Fachas ConventodasfreirasBeneditinas FonteSetecentistaestiloD. • • JoãoV CavadoViriato Casasenhorial,apoiadasobreas • • • muralhasdeViseu SolardosPeixotos CasadaVilela SédeViseu • • • • CasadeSãoMiguel CasadoConselheiro IgrejaParoquialdeCavernães EdifíciodoAntigoSeminário AfonsodeMelo • • • CasadeTreixedo IgrejadaMisericórdiadeViseu MuralhasePortasAntigasda • CasadoLoureiro • Cidade • CastrodeSta.Luzia QuintadeChãodeSão • • FranciscoeCapeladeNossa CasadaRuadeD.Duarte CasadaCalçada SenhoradosEscravos • TroçosdeantigasviasdoConcelho deViseu • TroçodeViaRomanaentre RanhadoseCoimbrões • CapeladeSãoJoãodaCarreira • AntadoRepilau • Antanº1daLameiradoFojo • PelourinhodeCoutodeBaixo • PelourinhodeBarreiros Vouzela • CastroemPaçosde • RuínasdoCastelodeVilharigues Vilharigues • IgrejadeSãoJulião,paroquialde • • CasaSolardaIgreja IgrejadeSantaMariaoude Cambra NossaSenhoradaAssunção, • EdifíciodosPaçosdoConcelho • CapeladaCasadePrazias matrizdeVouzela • EdifíciodoMuseuMunicipalde • IgrejaMatrizdeFataunços Vouzela • PelourinhodeVouzela • CastrodoCabeçodoCouço Fonte:IPPAR,Marçode2007.

70 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Écombasenestadefiniçãoqueseassumecomoprincipalfontedeinformaçãoabasededadosdo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), da qual constam elementos patrimoniais desdeoperíodoneolítico(OrcadosJuncaisemVilaNovadePaivaporexemplo)atéaoséculoXX(Ver Figura46eTabela25).

Paraalémdovaliosíssimoespóliodepatrimónioarquitectónicoearqueológicoclassificado,sãovários osconjuntosdearquitecturavernacularqueaquiseencontram.Cadaaglomerado,mesmojátendo sidoalvodeváriasesucessivasalterações,preservatraçosderuralidadequemarcamaidentidade local(Figura47).

Figura46:AglomeradosRurais,noTerritóriodaADDLAP.

Fonte:SPI –“MergulhonoTerritó rio” –Janeiro/Fevereiro2007 .

Opatrimónioculturalétambémumcampodereferênciadaidentidadelocal,comdestaqueparaa gastronomiaeoartesanato.

Os produtos endógenos de qualidade são a base deste universo tão rico e reconhecido além fronteiras.Nagastronomia asiguarias são muitas: “Ricaevariada,agastronomiatradicionaldesta regiãoéumdosseusprincipaisatractivos.OssaboresdaSopadaBeiraoudoCaldoVerde,dasMigas àLagareiro,doArrozdeCarqueja,doRanchoàModadeViseu,daVitelaAssadaàModadeLafões,do BacalhauoudoPolvoAssadosàLagareiro,doCabritoAssado,doArrozdeLampreia,dasTrutasdo Paiva, do Arroz de Pato, do Presunto, dos Enchidos (morcela, chouriça, farinheira), etc., fazem a delícia dos apreciadores. As variedades de pão, pão de mistura, de centeio, broa de milho, acompanhamarefeiçãoouoQueijodaSerra.Combaseemreceitasantigas,odocepodeserleite creme ou Arroz Doce à Moda da Aldeia, Pudim de Requeijão ou de Pão, Papas de Milho, ou uma variedadedebolinhosepastéistradicionais“decomerechorarpormais”,ondeseincluemosPastéis deVouzela,CastanhasdeOvosdeViseu,CaçoilinhosdoVouga,Beijinhos,Cavacas...” 43 .

Oartesanatoétambémvariado,reflexodeumpovohábilquesempresoubeaproveitarosmateriais que a natureza lhe disponibilizou para tornar o seu diaadia mais confortável. Materiais como o granito, a madeira, a lã ou o linho foram trabalhados para produzir objectos utilitários que actualmenteassumemumcaráctermaisdecorativofundamentalmentecomercializadoscomopeças de artesanato. Actualmente é a existência de algumas cooperativas de artesanato que permite disseminarestesaberfazer(Tabela26).

43 Retiradode http://www.rtdaolafoes.com/pt/gastronomia.asp .

71 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela26:Entidade/CooperativasdeArtesanato.

Entidade Características Concelho Oficinas, exposição e venda de tecelagem, produtos de azulejaria, AssociaçãodeArtesãosdeSãoPedrodoSul SãoPedrodoSul raízes, cortiça e madeira, doçaria regional Oficinas, exposição e venda de CasadaRibeiraFundaçãoCMVparaaProtecçãodoArtesanato Viseu artesanatoregional Fabricoartesanaldepapeleobjectosa Vouzela MoinhodaCarvalhaGorda partirdefibrastêxteis OEnleio CooperativadeArtesanatodeTorredeita RendasdeBilros Viseu Fonte:RegiãodeTurismoDãoLafões,Marçode2007.

3.6.3 Estrutura e usos do solo

O ordenamento do território é uma actividade recente que permitiu a identificação e regulamentação de classes de uso do solo. Gerir epromover o equilíbrioentreaactividadehumanaeomeionaturaldesuporteéoprincipal objectivodoplaneamentoeordenamentodoterritório.

O instrumento de ordenamento do território que abrange todo o território concelhioéoPlanoDirectorMunicipal(PDM).DeacordocomoRegimeJurídicodosInstrumentosde GestãoTerritorial(D.L.380/99de22deSetembro),oPDMestabeleceomodelodeestruturaespacial do território municipal, constituindo uma síntese da estratégia de desenvolvimento e ordenamento localprosseguida,integrandoasopçõesdeâmbitonacionaleregionalcomincidêncianarespectiva áreadeintervenção.

Na Tabela 27 são apresentadas as áreas afectas aos diferentes usos urbanos em cada um dos Concelhos da ADDLAP, sendo de referir que todos os Concelhos têm os seus PDM em processo de revisão.Deacordocomosvaloresdisponíveis,ototaldasáreasurbanasrepresentacercade12%do totaldaáreadeintervenção,valorqueoscilaentreos6%noConcelhodeSãoPedrodoSuleos19% noConcelhodeViseu.

Estes dados demonstram a representatividade dos solos agrícolas e florestais como elementos fundamentaisdestesterritórios.

72 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela27:PlanosMunicipaisdeOrdenamentodoTerritório(PMOT).

UsosdoSoloidentificadosnosPMOT(ha) Áreatotal Equipamentose Concelho Totaláreas Urbano parques Industrial Turismo (ha) urbanas urbanos Continente 9211700,5 605129,7 474580,2 37784,6 74367,1 18397,8 Centro 2819800,7 237653,0 196512,1 9671,8 28210,6 3258,4 DãoLafões 348900,0 35449,6 31781,9 803,9 2736,3 127,6 Territórioda 136901,7 16474,2 14850,1 414,5 1116,2 93,5 ADDLAP

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Portugal(NUTI) Centro(NUTII) DãoLafões(NUTIII) TerritórioADDLAP

Urbano Equipamentoseparquesurbanos Industrial Turismo

Fonte:INE,AnuárioestatísticodaregiãoCentro,2005.

73 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

3.7 O MUNDO RURAL NO TERRITÓRIO DA ADDLAP: IDENTIDADES E SINGULARIDADES

O território de intervenção da ADDLAP apresenta um conjunto de factores diferenciadoresqueconcorremparaasuaafirmaçãocomoespaçodemúltiplas oportunidades.

Àanálisedasituaçãoactual,descritaaolongodospontosanteriores,acrescea leituradoPlanodeDesenvolvimentoLocal(PDL)elaboradoem2001,noqualsão definidososobjectivosespecíficoseoperacionaisdeintervençãodaADDLAP.Odenominado“tema federador” do PDL2001, preconiza o principal factor diferenciador da área em estudo: “Rural e Urbano,UnidadenaDiversidade”.

O território da ADDLAP, como se apresentou ao longo detodooenquadramento,éumespaçode contrastesecomplementaridades.Neleépossívelencontrarumdosprincipaiscentrosdaredeurbana nacional e regional – a cidade de Viseu, com fortes interdependências aos espaços envolventes caracteristicamenteruraisou,pelaforçadasdinâmicasurbanasqueextravasamoslimitesdacidade, seassumemcadavezmaiscomorururbanos.Arealidadeaquiencontradaéoexemploevidentedas novas lógicas de organização e funcionalidade dos padrões de apropriação humana, nas quais se encontram exemplos como o rural industrializado, o rural não agrícola das áreas de segunda residência ou de 1ª residência dos que trabalham na cidade, o rural profundo onde tudo parece permanecerdesdeaorigemouaindaoruraldabaseeconómicaespecializada.

NaáreadeIntervençãodaADDLAP,ondeseregistaumsaldopopulacionalpositivonoúltimodecénio intercensitário, registase também a progressiva diferenciação e interdependência funcional, temporaleterritorialdasfunçõesdodiaadia,ouseja,atendênciadedissociaçãoentreespaçosde trabalho,residênciaerecreioelazeréumfenómenoglobalizado,que,naáreaemanáliseassume especialimportânciacomopotencialderevitalizaçãoereinvençãodarururbanidade.

Tendoemconsideraçãooexposto,acapacidadedepotenciarosaspectosdiferenciadoresexistentes nasuaáreadeintervençãoéumpontodeterminanteparaosucessodaestratégiaqueseapresenta nocapítuloseguinte.

3.7.1 A cidade de Viseu

AcidadedeViseufuncionacomoâncoradedesenvolvimentodetodooterritório envolvente, afirmandose fundamentalmente como pólo prestador de serviços naáreadaeducação(inclusivéensinosuperior),saúde(Hospitaldistrital),IDI, administrativos,culturais,entreoutros.OsbonsacessosdetodososConcelhos da ADDLAP ao centro urbano de Viseu permite uma troca bilateral, possibilitando a complementaridadeentreespaçosdiversificadosderesidência,trabalhoelazer.Actualmenteainda se observa um fenómeno migratório essencialmente a favor da cidade de Viseu, no entanto, a proximidadecomanatureza,adisponibilidadedeespaçoedetempodequalidadetendeacriaruma culturadediferentesvalores,ondeespaçosruraiseurbanossetenderãoaajustaraosrequisitosdas

74 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

novaspopulaçõesdelineandooseuperfildeespecializaçãofuncional.OsConcelhosdaADDLAPtêma maisvaliade,aumadistânciamáximade30minutos(cercade35kmnocasodeOliveiradeFrades) teremacessoatodoo portfolio urbanodacidadedeViseu.

3.7.2 A polinucleação territorial e especialização funcional

Independentemente do efeito polarizador da cidade de Viseu, é importante VISEU referir que o território é caracterizado por uma rede urbana tendencialmente polinucleada e funcionalmente especializada. Queremos com isto afirmar que, emcadaumdosmunicípiosqueconstituemoterritóriodaADDLAP,existeuma estrutura urbana bem definida e que, independentemente do grau de dependênciadacidadedeViseu,começaaestruturarumperfilfuncional:emOliveiradeFradesa actividadeindustrial,emSãoPedrodoSulaactividadetermaletodososserviçosquegravitamem torno dela, em Vouzela o turismo cultural associado a um vasto conjunto de elementos arquitectónicosenaturaise,emVilaNovadePaiva(ConcelhomaisdistantedoIP5)ondeaecologiae aruralidadeestruturamapolíticadedesenvolvimentomunicipal.

3.7.3 Os produtos endógenos

Segundoaanálisequefoipossívelefectuaraolongodotrabalho,oterritórioda ADDLAPpodebeneficiardeumaapostanosseusprodutosendógenosquemais se destacam pela qualidade a nível regional, como sejam o vinho do Dão, a maçãbravodeesmolfe,aviteladeLafõeseocabritodaGralheira.Emtorno destesprodutos,cujaqualidadeéreconhecidapelaDOC,DOPeIGP,têmvindoa ser estruturadas algumas actividades de investigação que, deverão ser potenciadas abarcando diversas vertentes, que poderão passar pelo fomento de novos campos de investigação científica e tecnológicaepelaidentificaçãodenovosprodutos/áreasemquepodemseraplicados.Relativamente aoutrosprodutos,poderáhavertambéminteresseemestruturarasuaproduçãoecomercialização, promovendoporexemplooassociativismodosprodutores,deformaabeneficiardealgumefeitode escala,massemdesfocalizaratençãoerecursos.

3.7.4 A saúde e bem estar - o termalismo e o património natural

Na área de intervenção da ADDLAP encontramse duas unidades termais, as Termas de São Pedro do Sul e as Termas de Alcafache. As primeiras são de origemremota,havendotestemunhoscastrejosencontradosnasuaenvolventee que provam a antiguidade deste local como espaço de tratamentos, pelas propriedadesdassuaságuas.

75 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

“Depois da vinda de D. Afonso Henriques e do êxito que as águas haviam produzido aos seus males, aumentou o número de nobres e plebeus, de ricos e pobres, que procuraram a cura para os seus achaques na água termal da “Vila do Banho ”.” 44

ConstituídopelosbalneáriosD.AfonsoHenriqueserainhaD.Amélia(oprimeiroestáaseralvode obrasdemelhoria),sãodisponibilizadososmaismodernosequipamentosetécnicasdetratamentoe bemestar, que anualmente são procuradas por mais de 25000 aquistas (as mais frequentadas da PenínsulaIbérica).

AsTermasdeAlcafachefuncionamdesde1962etêmvindo,progressivamente,aadaptarseàsnovas tendências do mercado do bemestar. Para além do termalismo clássico, são disponibilizados tratamentosdeVinoterapiaedeSPA,garantindoainovaçãoeaaberturaanovospúblicos.

3.7.5 A cultura e identidade local – património arqueológico e artesanato

A singularidade deste território, no domínio identitário e cultural, provem da ancestralidadedosregistosdepovoamento.Osvestígiosarqueológicossãosem dúvidaolegadodemaiorvalorqueaquiseencontra,atraindonãosóturistas como a comunidade científica, importando realçar a sua dispersão por toda a áreadeintervençãodaADDLAP.Oartesanatoétambémumpontofortedestas paragens, a tecelagem e a transformação em trajes serranos (capuchas) ou elementosdecorativoseofabricodeutensíliosagrícolasaindamantêmatraçaoriginal.Noentanto, aqualidadedasmatériasprimaseasapiênciadosartistasmaisexperientessãoopontodepartida paraareinvençãodasfunçõeseainovaçãonestedomínio.

44http://www.termasspsul.com/historia.htm

76 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

4. DESENVOLVIMENTO LOCAL NO TERRITÓRIO ADDLAP

4.1 ABORDAGEM LOCAL | MÉTODOS DE RECOLHA DE INFORMAÇÃO

Encontrar um rumo de desenvolvimento e um quadro de suporte estratégico à consolidação do desenvolvimentolocal,pressupõeumamplotrabalhodeinteracçãocomosagenteslocais.Paraqueo Plano de Desenvolvimento Local seja um instrumento conducente a resultados de sucesso, foram assumidosdiferentesmomentosdeaproximaçãoàrealidadelocal,dosquaissedestacamentrevistas, workshops, actividades de “mergulho no território”, inquéritos e estudos de caso. Todos estes momentos de recolha de informação foram efectuados ao longo da elaboração do trabalho em estreitacolaboraçãocomaADDLAP.

Asentrevistastiveramumaimportânciatransversalaolongodasdiferentescomponentesdoâmbito da análise, enquanto instrumento privilegiado de obtenção de informação de natureza qualitativa. Estas foram desenvolvidas em moldes semidirectivos, com o apoio de um guião elaborado para orientar a auscultação das entidades no domínio do desenvolvimento local. Para a realização das entrevistasforamcontactadasentidadeseindividualidadesquesedefiniramcomorepresentativasde diferentessectoresdeactividade.Nototalforamentrevistadas14forçasvivaslocais(Tabela28).

Tabela28:EntidadeseIndividualidadesEntrevistadas.

Nome Município Entidade/Cargo Dr.FernandoRuas Viseu PresidentedaC.M.deViseu ePresidentedaANMP

Eng.VítorBarros S.PedrodoSul PresidentedaCompan hiadasLezírias

Dr.TelmoAntunes Vouzela PresidentedaC.M.deVouzela

Dr.GuilhermeAlmeida Viseu PresidentedaADDLAP

Sr.ManuelCustódio VilaNovadePaiva PresidentedaC.M.deVilaNovadePaiva

Prof.AdelinoB.Soares OliveiradeFrades Presi dentedaAssembleiaMunicipaldaC.M.deOliveiradeFrades

Dr.AlmeidaHenriques Viseu PresidentedaAssembleiaMunicipaldaC.M.deViseu

Eng.CarmoBica Vouzela PresidentedaADRL

Dr.LuísVasconcelos OliveiradeFrades PresidentedaC.M.deOlive iradeFrades Vice PresidentedaC.M.deS.PedrodoSul ePresidentedaRegiãode Prof.AdrianoAzevedo S.PedrodoSul Turismo Dr.HenriqueMorgado VilaNovadePaiva PresidentedaAssembleiaMunicipaldaC.M.deVilaNovadePaiva

Eng.FranciscoFernandes Viseu EstaçãoAgráriadeViseu

Eng.LuísPaiva Viseu PresidentedaAssembleiadaAIRV

Dr.ªFátimaPinho S.PedrodoSul VereadoradaC.M.deS.PedrodoSul

Fonte:SPI–“Entrevistas”–ADDLAP2007.

Foramrealizadosquatroworkshopscomapresençadeumconjuntoalargadoderepresentantesdas forçasvivasdoscincoconcelhos,quefavoreceramodiagnósticodasituaçãoactualdoTerritórioda

77 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

ADDLAP e a estruturação de ideias sobre propostas de desenvolvimento para o futuro. Nestes workshopsparticiparamoitentaenove(89)pessoas 45 (Tabela29).

Tabela29:ParticipantesnosWorkshops.

Nome Entidade Cargo 15Fevereirode2007 MariaEsterVargas ConfrariadosGastrónomosdaRegiãodeLafões PresidentedaDirecção Filo menaSantos RádioVouzela Jornalista LurdesPereira Notícias deVouzela Jornalista AdrianoAzevedo CâmaraMunicipalSãoPedrodoSul Vereador MiguelMartins AssociaçãodeDesenvolvimentoRuraldeLafões –ADRL Técnico CarmoBica ADRL Direcção MariaR aquelMarquesFerreira AgrupamentodeEscolasdeVouzela PresidentedoConselhoExecutivo FernandaSantos JuntadeFreguesiadeS.PedrodoSul Assistenteadministrativa MariadeLurdesFernandes AssociaçãodeSolidariedadeSocialdeLafões AssistenteSo cial/Coordenadora António AssociaçãoAcadémicadeSantaCruz Presidente JoséManuel BandadeMúsicaOliveiradeFrades VogaldaDirecção P.Marques BandadeMúsicaOliveiradeFrades Tesoureiro AntónioLopesRibeiro CooperativaAgro PecuáriadeS.P edrodoSul Presidente HenriqueR.Rocha CooperativaAgro PecuáriadeS.PedrodoSul Tesoureiro JoséNicolau PredialdasTermas Gerente EuricoAlmeida HoteldoParque Gerente GlóriaCarvalho AgrupamentodeEscolasdaCampia PresidentedoConselhoExec utivo AntónioBranco EscolaProfissionaldeCarvalhais DirecçãoPedagógica GilFerraz AEL –AssociaçãoEmpresarialLafões PresidentedaDirecção NunoMourinho AEL –AssociaçãoEmpresarialLafões DirectorExecutivo AbílioSilva CâmaraMunicipaldeOlive iradeFrades Vereador JoãoTaborda CâmaraMunicipaldeVouzela Vereador TelmoAntunes CâmaraMunicipaldeVouzela Presidente JoãoRodrigues CooperativaMaisAlém Gerente ManuelCondeOliveira CentrodeEmpregodeS.PedrodoSul Director MariaSatra QuintadoPendão/AdegaCooperativadeLafões Proprietária/Tesoureira LuísPereira MisericórdianaSenhoradosMilagres –OliveiradeFrades TOC 27Fevereirode2007 FernandoSantosMarques JuntadeFreguesiadeS.MigueldoMato Presidente PauloCésar MendesR. JuntadeFreguesiadeQueira Presidente FernandoTeixeira JuntadeFreguesiadeFataunços Presidente CelestinodeJesusVaz JuntadeFreguesiadedeAlcofra Presidente ManuelPereira JuntadeFreguesiadeCarvalhaldeVermilhas Presidente Ma nuelLopes JuntadeFreguesiadeVouzela Presidente AntónioFerreiraSilva JuntadeFreguesiadeCambra Presidente JoséAntónioG.daRocha JuntadeFreguesiadePaçosdeVilharigues Presidente

45 AnexoBDesenvolvimentoLocalnoTerritórioAddlap.

78 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

AbílioAzevedo JuntadeFreguesiadeOliveiradeFrades Te soureiro JoséManuelMartins JuntadeFreguesiadeSejães Presidente AntónioManuel Tavares JuntadeFreguesiadeArcozelodasMaias Tesoureiro JoséJorgeP.Santos JuntadeFreguesiadePinheirodeLafões Presidente AntónioJoséLopesSoares Juntade FreguesiadeSoutodeLafões Presidente ArménioRodrigues JuntadeFreguesiadeS.VicentedeLafões Presidente AugustoNogueira JuntadeFreguesiadeRibeiradio Presidente SílvioD.Serra JuntadeFreguesiadeArca Secretário ArmandoFerreira Junta deFreguesiadeS.JoãodaSerra Presidente AntónioJoséAlves JuntadeFreguesiadeSul Secretário ManuelMouroPinto JuntadeFreguesiadeVilaMaior Presidente ManuelAmadeuF.Pinto JuntadeFreguesiadeFigueiredodeAlva Presidente ÁlvaroJoséAl meidaJesus JuntadeFreguesiadeCruzdaTrofa Secretário JoãoRodriguesGonçalves JuntadeFreguesiadeValadares Presidente CarlosAlbertoSoares JuntadeFreguesiadeS.CristóvãodeLafões Presidente FernandoJoaquimPinto JuntadeFreguesiadePin delodosMilagres Presidente CarlosAlbertoMarquesCruz JuntadeFreguesiadeSerrazes Presidente JoséCarlosMouraAlmeida JuntadeFreguesiadeS.PedrodoSul Secretário 05Marçode2007 PauloSilva CEDRUS Técnico JorgeOliveira ESAV PresidenteCo nselhoDirectivo JoséAugustoCalçada CâmaraMunicipalVilaNovadePaiva Técnico ArturMorais EstalagemMiraPaiva Gerente AdolfoMarques AgrupamentodeEscolasVilaNovadePaiva Vice Presidente A.LopesPires ASSOL Presidente AnabelaFerreira Lusit ânia –ADR Técnica FátimaFigueiredo AIRV Técnica FranciscaPeixoto AIRV DirectorGeral PedroCastroLopes IAPMEI Técnico Guálter ACDV Presidente AntónioLopes ACGBA Presidente AntónioManuelCaseiro ACGBA Tesoureiro FernandoEsteves CentrodeEmpr egodeViseu Director AntónioJoséC.Lopes DRAPC TécnicoSuperior AntónioM.RibeiroT avares JuntaFreguesiadeVilaNovadePaiva Presidente CarlosdoValeMartins InstitutoPiaget PresidentedoISEIT –Viseu CláudiaReginaCarmoPereira APIDÃO Técni ca MariaLúciaAguiar APIDÃO Técnica CarlosMassano IEFP –CentrodeFormação Coord.Plan.TécnicoSuperior 18deAbril JoãoTaborda CâmaraMunicipaldeViseu Vereador FilipeNogueira A.S.B.M.R Presidente FernandaMariaBorgesNery FVC Presidente Má rioPereira ASSOL Director CéliadeFátimaGuimarãesLuís AEL Colaboradora

79 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

TeresaTorres AEL Colaboradora NunoMoutinho AEL DirectorExecutivo FátimaMarques AssociaçãodeArtesãos Presidente MariaFátimaF.Carvalho ProjectoCriarRaizes TécnicadeT urismo RosaMariaLourenço ProjectoCriarRaizes EngenheiraAgrónoma AntónioFerreira Associação Presidente FernandoMatos ADDLAP Técnico AbílioSilva CâmaraMunicipaldeOliveiradeFrades Vereador GuilhermeAlmeida ADDLAP Direcção JúliaCarvalho AD DLAP Técnico

Fonte:SPI –“Workshops” –Janeiro/Fevereiro/Março2007.

UmterceiromomentoderecolhadeinformaçãosobreoTerritóriodaADDLAPfoiconcretizadopelas visitas ao território – “mergulho no território”, nas quais, a equipa da SPI e da ADDLAP, em colaboraçãocomasautarquias,contactoudirectamentecomosagentesecomarealidadelocal.Nos mergulhosforamvisitadoslocaisdeinteresseemtodososconcelhos,oqueproporcionouumavisão abrangente sobre os espaços naturais, espaços com potencial turístico, espaços de localização empresarial,acessibilidadesintraconcelhias,rededeespaçosurbanosecaracterísticassingularesdo território.Comesteobjectivo,foramvisitadosdiversoslocais,dosquaissedestacamosapresentados natabelaseguinte.

Tabela30:Locaisvisitadosduranteos“mergulhosnoterritório”.

Concelho Local Visitado 25Janeiro2007  Inauguradoem2001;  A decoração do interior do Museu foi pensada para ser atractiva e cada sala adaptada às suas exposições;  Visitantes:escolas,turismosénior; MuseuRural  Trabalhamemparceriacomo“MoinhodaCarvalhaGorda”,paraacolhervisitantesegarantirum programadeumdia;  Melhorpeçadomuseu:veadodebronze;  Temasdomuseu:arqueologia,agricultura;  Auditório,salasdeexposições.  Exemplar da arquitectura do Século XX, necessita de obras, para estar adaptado às actuais necessidades; Cineteatro  Asaladeespectáculoséumdosmelhoresespaçosnacionaisemtermosacústicos; OliveiradeFrades  Vãorecomeçaralgunsespectáculosdeteatro;  AcicloviainicianaCasa“Lago”(antigaestaçãodecomboio),localondesepretendequevenhaa serimplementadoumpostodebicicletas; EstaçãodeCaminhode  Na envolvente encontrase a antiga igreja matriz, a ser restaurada e que integra uma rede Ferro:Ciclovia museológicadeartesacra.  Nofuturopoderáserumlocalparaespectáculosdemúsicasacra,barroca,etc.  LocalizadonaBibliotecadeOliveiradeFrades;  Estãodefinidos6percursos–seráelaboradoumdesdobrávelparaquecadavisitantepossafazero percursosozinho; CentrodeInterpretação  Direccionadosparaescolasdo1ºCiclo,masaintençãoéalargaratéao12ºano; Ambiental  Estáaserelaboradoumcalendárioparasecomeçarafazervisitascomespecialistas;  ProjectoMonitorizaçãoAmbiental–ProjectoLagarto;  ProjectodeMuseusNaturais(aliadosaocentrodeinterpretação);  A empresa surgiu para dar apoio técnico na área da gestão e implementação de novas práti cas florestais;  ApoiadospeloLEADER; EmpresaCastaneaSativa  Áreas deactuação: cartografia, georeferenciação;elaboraçãoeexecução técnica de projectosde Vouzela plantaçãoelimpeza,jardinagem;  Nofuturovãoterumpostodevendasdeprodutosfitofarmacêuticos;  Clientes:juntasdefreguesia,autarquias,privados; ReservaBotânicado  Foicriadoumpercursodeinterpretação –PercursoCambarinhoeconstruídoumpassadiçoaolongo

80 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Cambarinho doribeiro,ondeseencontrammoinhosdeágua;  Posteriormentehaveráumcentrodemonitorização;  Turismogastronómico –pratostradicionais; RestauranteEiradaBica  ApoiadopelaADDLAPprogramaLEADER;  PossibilidadedeconstruçãodeTER,aaguardarfinanciamento; AssociaçãoEmpresarialde  PrestaçãodeapoioaempresasdeVouzela,Oliv eiradeFradeseS.PedrodoSul; Lafões  ExemplodeProjectos:URBCOM,UAC;  PatrimónioArquitectónico; CentroHistóricodeVouzela  Doçaria:PasteldeVouzela;  Grandedinamismo; TermasdeS.PedrodoSul  Gerafluxosdeempregosazonal,essencialmentedecorrentesdaactividadetermalehoteleira.  Inserido no Projecto CRIAR RAÍZES, corresponde a um posto de venda de produtos agrícolas e artesanatodoconcelhodeS.PedrodoSul;  Criaram o CABAZ: Cabaz de produtos da época seleccionados, directamente do produtor (ex.: Projecto“TerrasdeS.Pedro aromáticas e ervas de chá, fruta e legumes) em que o cliente pode escolher quais prefere e as doSul” quantidades(fichadeinscriçãocommapadascolheitas) S.PedrodoSul  O principal objectivo do projecto é o escoamento dos produtos agrícolas de modo a trazer mais rendimentoaosagricultores,contribuindoparaqueapopulaçãosemantenhanaszonasdeorigem– Serraeoferecendoaoclienteprodutosdequalidade;  Da responsabilidade da Associa ção de Artesãos de S. Pedro do Sul, está localizada na antiga EstaçãodaC.P.emSãoPedrodoSulquefoirecuperadaparaalbergarumateliereumapequena EstaçãodeArteseSabores saladechá  Noespaçodeateliertemtambémamostradosprodutosparavenda. 07Fevereiro2007  EspaçodoGrupoMontebeloocupa230ha:Golfe,SPA,Piscinas,CentroHípico;  Actualmenteocampotem18buracos.Nofuturovaiter27buracos,epassaasero3ºmaiorem PortugalContinental;  Dista20a25kmdocentrourbanodeViseu; CampodeGolfeMontebelo  ProjectocomoDesportoEscolar(escolasdeViseu);  Visitantes:mercadoportuguês(Coimbra,Viseu,Leiria,Porto)eespanhol;  ProcuraémaisintensanosmesesdeVerão;  FoiumprojectoapoiadopeloPRIME;  Aldeiacom32casas,restaur ante,bar,lojadeconveniênciaediversosespaçosexteriores(piscina, horta,percursospedonaistemáticos)  6casasparaTurismoRurale16casasvendidaspara2ªhabitação; Viseu PóvoaDão  Aindaexistem6casaspararecuperar;  Investimentoprivadode850milcontos;  Naquintafazemproduçãohortofrutícola,queéconsumidanoempreendimento,havendotambém umprojectoparacomercializaçãodediversosprodutoscomamarcaPovoaDão(ex.Doces)  Alémdaproduçãodaquinta,oproprietáriocompraaoutros produtoreslocais;  ApoioMinistériodaAgriculturaedoprogramaLEADERpararecuperaçãodeumahabitaçãopara QuintadoPerdigão espaçodeprovaseacolhimentoaosvisitantes;  VendaparaaregiãodeViseueparaoBrasil;  MuseuRural eEtnográfico como Cicl odoLinhoecomumnúcleo dinamizadoporumacooperativa de22mulheres; FreguesiadeCalde  Barragem:abastecimentodeáguaatodaaaldeia;  Percursopedestre:sófaltaasinalética,baseadoem5moinhosdeáguarecuperados;  Espaço abandonado do Ministério da Agricultura, em funcionamento está apenas o Centro de ViveirosdeValeCabaças Caprinicultura;  AntigoviveirodaJuntaAutónomadeEstradas(JAE);  ACMVNPrealizou,hácercade6anos,umprotocolocomaJAE,paracedênciadoespaçodurante 20anos; ParqueBotânico“Arbutosdo  ApoiodoINTERREG; Demo”  Nestemomentotêmcercade800espécies,sónaparteinicialdoparque;  Objectivos a curto prazo: fins científicos e aumentar a produção; parque de merendas; centro de apoioaaves;centrodeinterpretaçãoambiental; Disser KartingeCampode  Duas estruturas desportivas no concelho. O Campo de tiro é dinamizado pelo Clube de Caça e Tiro PescadeVilaNovadePaiva; VilaNovade  Praiafluvial,parquedemerendasepolidesportivo,co nstruídoscomapoiodoLEADER; Paiva PraiaFluvialdeFráguas  ComumenquadramentopaisagísticosingularéumlocalmuitovisitadonosmesesdeVerão;  AfreguesiadePendilhemantémumfortetraçoderuralidade;  AintervençãodaADDLAPatravésdosfinanciamentosdoprogramaAGRISeLEADERpermitiua recuperaçãodoconjuntodeespigueirosexistentesnumaeiracentraldoaglomeradoeaconstrução MuseuRuraldePendilhe deumaestruturaedificadadeestilocontemporâneoondeviraaserinstaladooMuseuRural;  Noutropontoda freguesia, junto à igreja local foi construídoumanfiteatro ao ar livre – espaçoa dinamizar;  LocalizadonocentrodaviladeVilaNovadePaiva,possuiumanfiteatrocomcapacidadepara220 CentroCulturaldeVilaNova pessoas(cinemaeteatro),biblioteca,museu,espaçosparaexposição; dePaiva  Aqualidadedesteespaçoéumamaisvaliaregional. EstalagemdeVilaNovade  Estalagemde4estrelas,construídacomapoiodoPRIME –SIME;

81 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Paiva  Capacidade de 23 quartos, tendo a maior procura no período do Verão e n a época natalícia (emigração);  Nacionalidadesdosvisitantes:português,espanholeholandês;  Aprocuratemaumentado;  Objectivos:aumentaronúmerodequartos,saladeeventos(casamentos,episcina.

Fonte:SPI–“MergulhonoTerritório”–Janeiro/Fevereiro2007.

Finalmente,econformeserádescritomaisàfrente,foramelaboradosestudosdecasosobrealgumas dasentidadesque,peloseudinamismoepotencial,representamexemplosemmatériadeafirmação dodesenvolvimentolocalnoTerritóriodaADDLAP:

• ASSOL–AssociaçãodeSolidariedadeSocial;

• CastaneaSativa,Lda.;

• MoinhodaCarvalhaGorda,PapelparaasArtes,Lda.;

• ParqueBotânico–“Arbutos do Demo ”;

• PóvoaDão,S.A.;

• ProjectoCriarRaízesPROGRIDE;

• QuintadoPerdigão;

• TermasSulfurosasdeAlcafache,S.A..

82 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

4.2 ANÁLISE SWOT

O conhecimento da realidade local, baseado na interpretação dos documentos e dos dados estatísticosdisponíveis,enosváriosmomentosdecontactocomosagentesdedesenvolvimentolocal (entrevistas,workshops,inquéritos,“mergulhonoterritório”,estudosdecaso),permitesistematizar matrizes de pontos fortes eáreas de melhoria, oportunidades e ameaças, com especial ênfase nas questõesrelacionadascomodesenvolvimentolocal.

Iremos, num primeiro momento, apresentar as principais conclusões dos workshops de diagnóstico promovidosnoTerritóriodaADDLAPeemseguidaapresentaraanáliseSWOTdoprojecto,resultante docruzamentodosváriosmomentosdeaproximaçãoaoterritórioedereflexãosobreasdinâmicas instaladas.

4.2.1 Contributos dos workshops de diagnóstico

Como resultado do desafio lançado nos workshops para, de forma estruturada, se identificar um conjunto de pontos fortes e áreas de melhoria, apresentase na Tabela 31 um resumo do que se identificoucomopontosdevistapartilhadospelamaioriadosparticipantes.

Tabela31:Resumodospontosforteseáreasdemelhorialistadosnosworkshops.

PONTOSFORTES ÁREASDEMELHORIA

Acessos internos; rede de transportes, rede ferroviária (ligação Localizaçãogeográfica;localizaçãoestratégica/centralidade, AveiroVilar Formoso), transportes aéreos, ligação rodoviária a centrourbanodeViseu, CoimbraemAutoEstrada,ligaçãoferroviáriaàlinhadaBeiraAlta Estraté giaregional:trabalhoemparceriaentreagentespúblicose Redeviária(A25,IP3,A24) privados, articulação entre municípios, maior entreajuda entre diferentesentidades Infra estruturas: saneamento, estrutu ras hoteleiras e outras de Paisagem fortemente humanizada, afabilidade dos habitantes, apoio social/serviços, equipamento geriátrico, espaços para hospitalidade reuniões,infantários,melhoresemaiscentrosculturais Turismo:manu tençãodospontosturísticosdemaiorimportância, Paisagemnatural:montanha,serra,espaçosverdes,rios,fileira sinalética geral, marketing e divulgação/promoção turística florestal,energiasalternativas integrada, museus, turismo sénior de montanha, turismo activo, TER,qualificaçãoderecursoshumanosemactividadeturística Incentivosàpreservaçãodepaisagem,dosprodutostradicionaise do património construído (aldeias, estradas,...), promoção de Aspectosculturais:gastronomia,produtostípicos,artesanato produtos regionais e tradicionais, estruturas para passeios pedestres,caminhosrurais, Património: edificado, histórico, etnográfico, arqueológico, Recursos naturais (água) meio ambiente/poluição, planos de naturalearquitectónico. ordenamentodoterritório Sustentabilidadedomeiorural:desertificaçãorural,lojaseoficinas de produtos e técnicas tradicionais, aposta num espaço de Turismo: estruturas hoteleiras, termas, diversidade (há muito promoção dos produtos tradicionais, empreendedorismo rural e para ver na região), eventos ligados ao desporto aventura, agrícola,reordenamentoagroflorestal,pecuárioecinegético,falta TurismoActivo/Cultural/Rural de incentivo à instalação de jovens agricultores, melhoria dos regadiostradicionais Formação profissional e cívica, falta de quadros superiores, Qualidadedevida,instituiçõesnaáreasocial(centrossociais), captação de recursos humanos qualificados, incentivos para a estruturasassociativas,ofertaformativa permanênciadejovens,formaçãovocacionadaparaossectores

83 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Actividades Económicas: Zona industrial, pecuária, mão de Maisindústria,criaçãodeemprego,inexistênciadeactividadesde obra disponível, agricultura, fruticultura, vitivinicultura e elevado valor acrescentado, pouca propensão para o risco e avicultura, diversificação industrial, reordenamento agro iniciativa empresarial, microempresas de origem familiar, pecuárioecinegético investimentoempresarialqualificado Sociedade da informação e conhecimento, empreendedorismo, inovação e internacionalização da actividade económica, falta de Ruralidade/urbanidade estruturas de investigação e desenvolvimento, ciência e investigação,captaçãodeinvestimentotecnológico

Fonte:SPI–“Workshops”Janeiro/Fevereiro/Março2007.

Depois de identificados os pontos fortes e áreas de melhoria, os participantes foram desafiados a elencaracçõesque,noseuentender,seriafundamentalconcretizarnoTerritóriodaADDLAP(Tabela 32).

Tabela32:PrincipaisAcçõesapromovernoTerritórioADDLAP.

Acções Votos

Promoverincentivosparacriaçãodealojame ntoturísticonasaldeias 10 Formação 10 PromoçãoedivulgaçãodamarcaLafões 9 RequalificaçãodaEN16 8 Parceriaentretodososagentesdedesenvolvimentolocalnadefiniçãodeumaintervenção/solução 8 Maiorligaçãoentreempresas/autarquias/associ açõesdedesenvolvimentoeinstituiçõesdeensinosuperior 8 Projectosintermunicipaisdedesenvolvimentolocal 5 Dinamizaçãoecomercializaçãodosprodutosregionais 5 Apoioamicroempresas 5 CentrodeInvestigaçãoeDesenvolvimento 5 Cooperaçãodo patrimónioculturalcomosdiversosagentesdedesenvolvimentoevice versa 5 Envolventeempresarial(melhoriadofuncionamentoemparceria) 5 Dinamizaçãoturísticaarticulada(e.g.pacotesrotaseitinerários) 5 Novasunidadesindustriaisdevaloracr escentado 4 Melhorsaúdenaregião 4 Maisindústria 4 CriarassociaçãodemunicípiosdeLafõesparaarticularpolíticasdeplaneamentoedesenvolvimento 4 Marketingepublicidadedosprodutos 4 Certificaçãodepacotesturísticos 4 Criaçãodeumpólo tecnológico 4 Actualizarasinaléticaturística 4

Fonte:SPI–“Workshops”–Janeiro/Fevereiro/Março2007.

Avotaçãofinaldasacçõesdeterminoucomoprioritáriasasintervençõesnodomíniodoincentivoà actividadeturística,davalorizaçãodosprodutosendógenos,edadefiniçãodeestratégiasentreas diversasentidades/agentesaactuarnoterritório.

Conjugando estes elementos com toda a informação e reflexão efectuada, construiuse a análise SWOTqueseguidamenteseilustra.

4.2.2 Pontos fortes

Aanáliseediagnósticodetodaainformaçãorecolhidapermiteidentificarosseguintespontosfortes doTerritóriodaADDLAP.

84 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

ENQUADRAMENTOREGIONAL

OTerritóriodaADDLAPpossuiumalocalizaçãoprivilegiadanaRegiãoCentro,ocupandoumaposiçãode charneiraentreoCentroLitoraleaEuropa(Espanha).AsligaçõesLitoralEspanha,peloIP5A25enorte sulpeloIP3A24atribuemaoterritórioumposicionamentoestratégicoefacilitamoestabelecimentode relaçõescomerciaisefinanceirascomoexterior.

CIDADEDEVISEU

A cidade de Viseu é o centro gravitacional de todo o território da ADDLAP. Apesar de se assumir como polarizadora de serviços, a sua dinâmica socioeconómica pode, e nalguns casos já o faz, gerar spin-off paraaenvolvente,quecomeçaaespecializarsenumalógicadecomplementaridadefuncional.

PROXIMIDADEAOSSERVIÇOSEINFRAESTRUTURAS

Decorrente da sua posição geoestratégica, o Território da ADDLAP tem acesso facilitado a um vasto conjuntodeserviçosedeinfraestruturasdisponíveisnacidadedeViseuenasregiõesdoPorto,Aveiroe Coimbra,ondeaapostaemIDIéelevada.

QUALIDADEDEVIDAESEGURANÇA

AescaladacidadedeViseueaexistênciadeumarededevilasealdeiasnoseuraiodeinfluência,fazem comquesejapossívelterumacessoprivilegiadoàváriosserviçoseequipamentospúblicos.Aproximidade casatrabalho, a mobilidade facilitada, a escala urbana (urbanismo), a segurança e o espírito de comunidadeaindaexistentesãoalgumasdascaracterísticaspositivasdesteterritório.

CRESCIMENTOPOPULACIONAL

Registouseumaumentosignificativodapopulaçãonoúltimoperíodointercensitário(19912001),cercade 6,5%.Estecrescimento,emgrandemedidasustentadopelacidadedeViseupodeserumamaisvaliapara todaaáreaemanálise.

DIMINUIÇÃODOÍNDICEDEDEPENDÊNCIA

Apesarde,noTerritóriodaADDLAP,apopulaçãodependentecontinuaraterumpesosignificativo(idosa), o aumento da população nas classes etárias mais jovens, com especial ênfase na população em idade activa,fezcomque,entre1991e2001,setenharegistadoumadiminuiçãodoÍndicedeDependência.

OFERTAEDUCATIVA

AoníveldaofertaeducativaosMunicípiosapresentamumnúmerosignificativodeinstituições,comoferta em todos os níveis de ensino. A diversidade de cursos de formação profissional, bem como de nível superioréumamaisvaliaparaoTerritório,umavezquepossibilitaaformaçãodetécnicosquegarantam

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acontinuidadeequalidadedossectoresestruturantesdabaseeconómicalocal.

DIVERSIDADEDERECURSOSNATURAIS(MATÉRIASPRIMAS)

OTerritóriodaADDLAPéricoemrecursosmineraisnãometálicos,dosquaissedestacaogranitocomo elementopredominante.Aflorestaétambémumafontederecursos,deelevadaimportância(madeira, biomassa,etc.),queseencontrainsuficientementeexplorada.Outrorecursodeelevadovaloréaágua, exploradaessencialmentenaactividadetermal.

SECTORESDEACTIVIDADECOMPOTENCIALCOMPETITIVO

Existem alguns sectores de actividade com potencial competitivo e que neste momento já possuem empresasdedestaqueanívelnacional,comoosectormetalúrgicodebaseedeprodutosmetálicoseo sectoragroalimentar.Sectorescomooturismosurgemcomopotenciaisapostas.

DIVERSIDADEDEPRODUTOSENDÓGENOSDEQUALIDADE

OvinhodoDão(DOC),ovinhodeLafões(IPR),amaçaBravodeEsmolfe(DOP),amaçãdaBeiraAlta(IGP), aviteladeLafões(IGP),ocabritodaGralheira(IGP)sãoosprodutosendógenosdequalidadereconhecida comdenominaçõesdeorigemeprotecçõesgeográficas.Noentantoapanópliadeprodutostradicionaisé muitomaisvasta(variedadesregionaisdefruteiras,raçasautóctonesdepequenosruminantes,frangosdo campo, plantas aromáticas e medicinais e linho) sendo de salientar que a sua produção é feita em condiçõespróximasdaculturabiológica,semrecursoaquímicos.

TERMALISMO

Asestânciastermaisaquiexistentes–SãoPedrodoSuLeAlcafache–paraalémdeelementoschaveparaa apostanoturismo,constituemindividualmenteumelementodeatracçãosazonalrelacionadocomasaúde preventivaequepoderáserutilizadocomoâncoranumaestratégiaintegradaparaamobilizaçãodenovos residentesparaoterritóriodaADDLAP.

VALORESPATRIMONIAIS

Adiversidadedopatrimónioarquitectónico(e.g.IgrejaMatrizdeVouzela,aldeiastradicionais),natural (e.g.ReservaBotânicadoCambarinho,MaciçodaGralheira),arqueológico(e.g.DólmendeAntelas,Anta deQueiriga),cultural(e.g.áreasdecultivodevinha,artesanato,gastronomia).

RIQUEZADOPATRIMÓNIONATURAL

OsistemamontanhosodaregiãoconstituídopelasSerrasdeArada,Freita,Montemuro,LeomileCaramulo, aliado aos diversos cursos e linhas de água (Vouga, Dão e Paiva) propiciam uma paisagem natural de distinção. Apreservaçãoedivulgaçãodasespécies autóctonestemsidoumtrabalhovaliosoparaque a identidadelocalsetransmitaàsgeraçõesfuturas.

86 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

COMPLEMENTARIDADEURBANORURAL

A diversidade de ambientes urbanos que é possível encontrar no território da ADDLAP é quase única. A distânciadequalqueraglomeradodaáreadeestudoàcidadedeViseuépercorridanumtempomáximode 30 minutos (Viseu é uma cidade média, ainda não assolada por problemas viários característicos das grandesmetrópoles),oquetornapossível,sehouverumapolíticaurbanaintegrada,inverteratendência migratóriaactual.Trabalharnacidadeevivernocampo,usufruirdetodososserviçosurbanoseviverna calmaenosossego,sãorealidadespossíveisempoucoslocais,masqueseconseguemaqui.

POTENCIALPARAASENERGIASRENOVÁVEIS

OTerritóriopelascaracterísticasfísicasqueapresenta,temumbompotencialparaproduçãodeenergiaa partirdefontesrenováveis.Comefeito,aproximidadedasserraspermiteoaproveitamentodestaspara produçãodeenergiaeólicaesolar,oscursosdeáguaparaproduçãodeenergiahídrica,eaflorestapara produçãodebiomassa.

4.2.3 Áreas de Melhoria

Comoprincipaisáreasdemelhoriasãoidentificadasasseguintes:

IDENTIDADENOTERRITÓRIODAADDLAP

Aforçainstitucionaldesejáveléameaçadapelafragilidadeidentitáriaprovocadapeladiferenciaçãovincada entrearegiãodeLafões(S.PedrodoSul,OliveiradeFradeseVouzela)eosmunicípiosdoterritórioDãoe AltoPaiva(ViseueVilaNovadePaiva).

REDESDEINFRAESTRUTURASBÁSICAS

Acoberturadetodooterritóriopelarededeinfraestruturasbásicaséumaprécondiçãoimportantequanto aocrescimentoedesenvolvimentosustentado.Naáreadeestudoimportacompletaremonitorizararedede tratamento de águas residuais e a rede de abastecimento de água, garantindo soluções de tratamento adequadasàrealidadelocal.

DESENVOLVIMENTOHETEROGÉNEODOSCONCELHOSDOTERRITÓRIODAADDLAP

OTerritóriodaADDLAPapresentaumaheterogeneidadededesenvolvimentointerna.OConcelhodeViseu apresenta valores de indicadores ao nível das zonas mais desenvolvidas do país, contrastando com os concelhosenvolventesondeexistemsituaçõesproblemáticasaonívelsocioeconómico.Atítulodeexemplo, vejase o contraste entre Viseu e Vila Nova de Paiva, em que o primeiro é densamente povoado e predominamossectoresdaindústriaedosserviços,eosegundo,decarizmarcadamenteruralencontrase praticamenteestagnado.

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MIGRAÇÕESDAPOPULAÇÃOPARAACIDADEDEVISEU

Ainexistênciadeumapolíticaurbanaintegradaeintermunicipaltemcontribuídoparaoesvaziamentodos territórioslimítrofesàcidadedeViseu,comodemonstramosúltimosrecenseamentosdapopulação.

ENVELHECIMENTOPOPULACIONAL

Apesar da dinâmica demográfica positiva, a tendência registada, no Território da ADDLAP, é de envelhecimento populacional e decréscimo da taxa de natalidade. Pormenorizando, pode referirse o constrangimento gerado pelo envelhecimento da população no sector agrícola, fenómeno que pode comprometerestesectorcomelevadopotencial.

QUALIFICAÇÃODOSRECURSOSHUMANOS

O baixo nível de escolarização dos recursos humanos, nomeadamente ao nível técnico e superior e as elevadas taxas de abandono e analfabetismo são factores que fragilizam esta região e comprometem fortementeoseudesenvolvimentoeconómicoesocial.

REDESDEMOBILIDADE

Amobilidadeédeterminanteparaocrescimentopopulacionaleeconómicodoterritório.Adebilidadedos acessos internos nalgumas zonas deste território, nomeadamente nas áreas de serra e a inexistência de transporteferroviáriosãoduassituaçõesquedeveriamsersolucionadas

TAXADEDESEMPREGOEMCRESCIMENTO

A evolução da taxa de desemprego na última década intercensitária é preocupante, tendo havido um acréscimode1,5pontospercentuais.Estefenómenoéacompanhadopelaincapacidadelocaldefazervingar ossectoresdaeconomiatradicionalcomoaagricultura.

ENCERRAMENTODESERVIÇOSPÚBLICOS

Oencerramentodeváriosequipamentospúblicosnaáreadoensino,saúdeeadministraçãopública,éuma medida que afecta directamente grande parte do território da ADDLAP e que pode determinar o desaparecimentodealgunsaglomerados.

RISCOSAMBIENTAIS

DaqualidadedoambientenaturaldependepartedaestratégiadedesenvolvimentodoTerritóriodaADDLAP. Apoluiçãoatmosférica,visual,contaminaçãodaslinhasdeáguaeosfogosflorestaissãoosprincipaisriscos aprevenir.Aactividadeindustrialeagropecuáriaexistentenosconcelhostemdeserorientadaegeridade formacoerente,demodoanãoinviabilizarodesenvolvimentointegradodoterritórioemestudo.Asserrase osriossãooselementosmaiscríticos,nãopodendosernoentantonegligenciadoorestanteterritório.

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DESARTICULAÇÃODAOFERTATURÍSTICA

Apesardopotencialedasiniciativasturísticaspontuais,aindanãoexisteumplanointegradoquecongregue todas as actividades desenvolvidas, que organize as diferentes ofertas e as planeie temporal e territorialmente.

BAIXONÍVELDECOOPERAÇÃOEMPRESARIALEINSTITUCIONAL

Acooperaçãoentreempresas,sejaaonívellogístico,comercial,marketing,I&DeInovaçãoououtroéainda incipiente. Assistese já, no entanto, a algumas iniciativas interessantes apoiadas por associações de empresas. Persiste também uma baixa articulação entre as instituições da Região, nomeadamente instituições de ensino, formação e I&D e empresas, que se manifesta na oferta pouco adequada às necessidadesdotecidoempresarial,relativamenteaosrecursoshumanoseàtecnologia.

DINAMIZAÇÃODASESTRUTURASSOCIOCULTURAISERECREATIVAS

Os novos equipamentos e infraestruturas culturais e recreativas, as inúmeras intervenções no espaço público qualificaram todo o território da ADDLAP, no entanto assistese ainda a um desequilíbrio entre a reabilitação e revitalização, ou seja, a construção de novos espaços não foi acompanhada por uma programaçãodasuautilizaçãooupelaconstituiçãodeequipasdedinamizaçãoquetrabalhassemparalhes darvida.

INVESTIMENTONAPRESERVAÇÃOEVALORIZAÇÃODABIODIVERSIDADEEPAISAGEM

Oinvestimentoemmatériadeambienteéessencialmenteafectoàsinfraestruturasbásicas,sendoquase residualoinvestimentonapreservaçãoevalorizaçãodapaisagemedabiodiversidade.Estarealidade,tendo emconsideraçãoopatrimónionaturalexistenteeasuaimportâncianasustentaçãodeactividadescomoa agriculturaeoturismo,podecomprometerodesenvolvimentolocal.

4.2.4 Oportunidades

Importa também identificar os condicionalismos externos que influenciam positivamente o desenvolvimentodoterritório,ouseja,asrespectivasoportunidades:

QUADROINSTITUCIONAL/CONTEXTOREGIONAL

A diversidade institucional existente é uma fonte de possibilidades de cooperação e criação de redes em diversosdomínios:Turismo(RegiãoTurismoDãoLafões,ADDLAP,ADRL,ARPTCentro),Floresta(Lusitânia– Agência de Desenvolvimento Regional), Desenvolvimento Local e Rural (Associação de Municípios de Dão Lafões,ADDLAP,ADRL,ADRIMAG)eAmbiente(AssociaçãodeMunicípiosdaRegiãodoPlanaltoBeirão).

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APOSTAEUROPEIAEMESTRATÉGIASCOLABORATIVASPARAODESENVOLVIMENTORURAL

A temática do Desenvolvimento Rural é um ponto central nas políticas de desenvolvimento da União Europeia.Arededeespaçosdeinovaçãoparaodesenvolvimentorural(ex.C@R,collaborationa@rural)éum instrumentoimportanteateremconsideraçãoparaaADDLAP.

APOSTANACIONALNOSECTORDOTURISMO

PortugalpossuiumavocaçãoclaraparaapostanoTurismoenquantosectorchavedeactividadeeconómica, tendosidocriadosrecentementeoPlanoEstratégicoNacionaldoTurismo(PENT),comoprincipaldocumento deorientaçãodosector,oConselhoparaaDinamizaçãodoTurismo,aComissãoNacionaldeGastronomiae aAgênciadePromoçãodoTurismodaRegiãoCentro.NoPENTsãoidentificadosdezprodutoschaveparao territórionacional,entreosquaisestão:Natureza,SaúdeeBemEstar,Golfe,City/ShortBreakseMICE,que épossívelencontrarnoterritóriodaADDLAP.

CRESCIMENTODAPROCURADOTURISMOVERDE/ACTIVOETERMAL

OTurismoactivoassociadoaespaçosnaturaisvisaconciliarousufrutoepreservaçãodosvaloresnaturaise culturais com o desenvolvimento de uma actividade turística sustentada. Neste incluemse diversas modalidades de alojamento e de actividades e serviços complementares de animação ambiental, que permitamcontemplaredesfrutaropatrimónionatural,paisagísticoecultural,tendoemvistaumproduto integradoediversificado.Actualmenteassisteseaumaumentodaprocuradestatipologiadeturismoque seencontraemconsonânciacomosprincípiosdasustentabilidadeambientalesocial.Noqueserefereao termalismo, registase não só um aumento da procura desta tipologia de turismo, como também as estatísticasdaAssociaçãodasTermasdePortugaldemonstramqueaprocuratermalcomeçaaestarcada vez mais associada a motivos de bemestar e relaxamento. Do universo de seis mil clientes das termas portuguesasem2006,assistiuseaumaumentode4%(em2003)para22%destatipologiadeclientes.

APOSTANACIONALNAVALORIZAÇÃOAMBIENTALEIDENTIDADESREGIONAIS

A política nacional assume o ambiente e o ordenamento do território como pilares fundamentais para o desenvolvimentodopaís.AreorganizaçãodoInstitutodeConservaçãodaNatureza,aEstratégiaNacionalde ConservaçãodaNaturezaedaBiodiversidade,aEstratégiaNacionaldeDesenvolvimentoSustentável(ENDS) eoProgramaEstratégicoNacionaldeTurismoeoPlanoEstratégicoNacionaldaAgricultura,sãoalgunsdos instrumentos nacionais que operam para garantir a sustentabilidade dos espaços naturais, visando o desenvolvimentopotencialdosdiversosterritórios.Apardapreservaçãoambientalapostasenavalorização dopatrimónioespecíficodecadaregião,comopilardereposicionamentodaeconomialocalnumcontexto deconcorrênciaglobal.

90 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

CRESCIMENTODAPROCURADEPRODUTOSDIFERENCIADOS

Asnecessidadesdosconsumidoresorientamsecadavezmaisparaosprodutosdiferenciadoseinovadores.A diferenciaçãoéumfactordeatractividadeparaos consumidoresemqualquersector,desdeoturismoao agroalimentar. O mercado dos produtos da terra, da agricultura biológica e a investigação ligada à sua valorização (potenciais utilizações, propriedades medicinais, nutricionismo, alimentos funcionais e nutricêuticos)encontramseemdesenvolvimentoemtodooMundo.NoterritóriodaADDLAP,aexistênciade váriosprodutosdequalidadesãoaprovadequeépossívelexplorarestecaminho.

APOSTANACIONALNOSECTORAGROALIMENTAREFLORESTAL

Ainvestigaçãoproduzidanosectoragroalimentartemumaforteexpressãonaeconomianacional,havendo diferenciações regionais claras que importa incorporar nas políticas e apostas locais. O sector florestal é tambémumdos clusters nacionaisparaosquaissedireccionamasapostasdeinvestimento.

REDESCOMOSISTEMACIENTÍFICO,TECNOLÓGICOEDEINOVAÇÃO

AproximidadeaAveiroeaCoimbrarepresentaumaoportunidadeparaasempresaseinstituiçõesregionais estabelecerem ligações com as inúmeras instituições de IDI aí sediadas. Estas ligações poderseão materializaratravésdaextensãodosserviçosexistentesnaquelasregiõesnoTerritóriodeDão,LafõeseAlto Paiva, potenciando as sinergias e evitandose assim uma duplicação de infraestruturas e de serviços prestadosaestenível.

COOPERAÇÃOTRANSFRONTEIRIÇACOMORGANIZAÇÕES/EMPRESASDEESPANHA

A proximidade do Território a Espanha, sobretudo com o encurtar da distânciatempo, permite o estabelecimento de relações de cooperação entre empresas de ambas as regiões. Actualmente, é ainda muito limitado o intercâmbio entre estas, havendo poucas relações formais estabelecidas. O Norte de Espanhaéencaradoprincipalmentecomoumaameaçaenãocomoumaoportunidade,apesardeconstituir ummercadoconsumidordeconsideráveldimensão,faceàrealidadeportuguesa.Paraalémdeempresas,a cooperação pode ser estabelecida aos mais diferentes níveis, e.g. ambiente, energia, comunidades científicaseestudantis,etc.

4.2.5 Ameaças

A envolvente também implica ameaças, ou seja, aspectos negativos exteriores que podem comprometerasvantagenscompetitivasdoterritório:

91 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

DEBILIDADESECONÓMICASDOPAÍS

O País vive, desde há algum tempo, algumas debilidades económicas que têm condicionado o desenvolvimento regional. O Território em análise temse ressentido também desta conjuntura, principalmenteemdeterminadosconcelhos,cujasfragilidadesaonívelderecursosecaracterísticastornam aregiãomaispermeávelàsoscilaçõeseconómicas.

CONCORRÊNCIADETERRITÓRIOSMAISCOMPETITIVOSEATRACTIVOS

Éinevitávelaconcorrênciadeoutrosterritóriosnaatracçãodeinvestimentosedepopulação,algunsdeles com vantagens comparativas em termos de acessibilidades, infraestruturas de apoio e qualificação de recursoshumanos.Frequentementeapopulaçãoprocuraregiõescommaiordinamismoeconómicoeondeé maioremaisdiversaofertadeemprego.

COMPLEXODEINTERIORIDADE

AtendênciainstaladadelitoralizaçãodoinvestimentolevoualgumasdasáreasdoterritóriodaADDLAP a assumira suacondiçãoperiféricacomoobstáculointransponível.Noentanto,écadavezmaisconsensual que a competitividade não está dependente apenas das conexões físicas, mas também de factores imateriais,ondealocalizaçãogeográficadeixaderepresentarumqualquertipodedesvantagem.

RISCOSDEDESLOCALIZAÇÃODEEMPRESAS

A deslocalização de empresas tem sido um fenómeno que se tem vindo a registar em Portugal, com particularincidêncianaregiãoNortedoPaís.Estãoinstaladasalgumasempresasestrangeiras,naenvolvente enoterritóriodaADDLAPinclusive.Casoestasindústriassigamatendênciadedeslocalização,teráimpactos altamentenegativosparaaRegião,dadoquejásecriouumasériededependênciasemseuredor,querem termosdeempregabilidade,capacidadeexportadora,consumodematériasprimas,quernoutrosaspectos.

AESCALAINTERNACIONALDEABORDAGEMAOSECTORDOTURISMO

O turismo como sector estratégico encara novos desafios. A procura, a escolha de um destino turístico é tomada não há escala nacional, mas cada vez mais, à escala mundial. Os territórios como o da ADDLAP competem directamente com destinos em vários pontos do globo onde a oferta turística se foi especializandodeacordocomastendências.

92 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

4.2.6 Síntese

Emsíntese,podemosentãoilustraraAnáliseSWOTdoseguintemodo:

PONTOS FORTES ÁREAS MELHORIAS  IDENTIDADENOTERRITÓRIODAADDLAP  ENQUADRAMENTOREGIONAL  CIDADEDEVISEU  REDESDEINFRAESTRUTURASBÁSICAS

 PROXIMIDADEAOSSERVIÇOSEINFRAESTRUTURAS  DESENVOLVIMENTOHETEROGÉNEODOSCONCELHOS DOTERRITÓRIODAADDLAP  QUALIDADEDEVIDAESEGURANÇA  MIGRAÇÕESDAPOPULAÇÃOPARAACIDADEDE  CRESCIMENTOPOPULACIONAL VISEU

 DIMINUIÇÃODOÍNDICEDEDEPENDÊNCIA  ENVELHECIMENTOPOPULACIONAL

 OFERTAEDUCATIVA  QUALIFICAÇÃODOSRECURSOSHUMANOS

 DIVERSIDADEDERECURSOSNATURAIS(MATÉRIAS  REDESDEMOBILIDADE PRIMAS)  TAXADEDESEMPREGOEMCRESCIMENTO  SECTORESDEACTIVIDADECOMPOTENCIAL  ENCERRAMENTODESERVIÇOSPÚBLICOS COMPETITIVO  DIVERSIDADEDEPRODUTOSENDÓGENOSDE  RISCOSAMBIENTAIS QUALIDADE  DESARTICULAÇÃODAOFERTATURÍSTICA  TERMALISMO  BAIXONÍVELDECOOPERAÇÃOEMPRESARIALE  VALORESPATRIMONIAIS INSTITUCIONAL

 RIQUEZADOPATRIMÓNIONATURAL  DINAMIZAÇÃODASESTRUTURASSOCIOCULTURAISE RECREATIVAS  COMPLEMENTARIDADEURBANORURAL  INVESTIMENTONAPRESERVAÇÃOEVALORIZAÇÃO  POTENCIALPARAASENERGIASRENOVÁVEIS DABIODIVERSIDADEEPAISAGEM

OPORTUNIDADES AMEAÇAS  QUADROINSTITUCIONAL/CONTEXTOREGIONAL  APOSTAEUROPEIAEMESTRATÉGIASCOLABORATIVAS • DEBILIDADESECONÓMICASDOPAÍS PARAODESENVOLVIMENTORURAL • CONCORRÊNCIADETERRITÓRIOSMAIS  APOSTANACIONALNOSECTORDOTURISMO COMPETITIVOSEATRACTIVOS

 CRESCIMENTODAPROCURADOTURISMO • VERDE/ACTIVOETERMAL COMPLEXODEINTERIORIDADE

 APOSTANACIONALNAVALORIZAÇÃOAMBIENTALE • RISCOSDEDESLOCALIZAÇÃODEEMPRESAS IDENTIDADESREGIONAIS • ESCALAINTERNACIONALDEABORDAGEMAO  CRESCIMENTODAPROCURADEPRODUTOS SECTORDOTURISMO DIFERENCIADOS

 APOSTANACIONALNOSECTORAGROALIMENTARE FLORESTAL

 REDESCOMOSISTEMACIENTÍFICO,TECNOLÓGICOE DEINOVAÇÃO

 COOPERAÇÃOTRANSFRONTEIRIÇACOM ORGANIZAÇÕES/EMPRESASDEESPANHA

93 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Aanálisecruzadadasquatroáreassupracitadaspermiteobteralgumasorientaçõescomplementares:

• Potencialidades – A análise cruzada das forças internas, conjugadas com as oportunidades externas,resultanadefiniçãodaspotencialidadesnasquaissedevemconcentraresforços;

• Constrangimentos–Aanálisedasoportunidadesexternasquepodemserdesperdiçadas,caso asfraquezasinternasnãosejamtomadasemconsideração;

• Vulnerabilidades–Aanálisecruzadadoriscoaqueestãosubmetidasasforçasinternascom asameaçasexternas;

• Problemas – A análise das ameaças externas, que se possam combinar com as fraquezas internasconduzemàidentificaçãodosmaioresproblemasqueaRegiãodeveráultrapassar;

Oportunidades Ameaças

PontosFortes Potencialidades Vulnerabilidades

ÁreasdeMelhoria Constrangimentos Problemas

Figura47:EsquemadaanáliseSWOTcruzada.

94 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

FACTORES EXTERNOS

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

FACTORES INTERNOS Potencialidades: Vulnerabilidades: OFERTATURÍSTICADIVERSIFICADA AINTERNACIONALIZAÇÃODOSECTOR comprodutosidentificados,anível TURÍSTICOLOCALéumavulnerabilidade nacional,comoapostasestratégicas. desteterritório,tendoemconsideraçãoque aescaladeabordagemdestesector Aexistênciadeprodutosendógenosde passouasermundialequea qualidadealiadaàapostanacionalno competitividadepassapelaincorporaçãode PONTOS FORTES sectoragroalimentarpossibilitao novasvariáveis. INVESTIMENTONESTESPRODUTOS VOCACIONADOSPARANICHOSDE APERDADEIDENTIDADEétambémuma MERCADOquevalorizemoseuelevado vulnerabilidadeseoriscodedeslocalização valoracrescentado. deempresaseaconcorrênciadeterritórios maiscompetitivoslevarànãoconsideração ATRACÇÃOPOPULACIONALtendopor dospontosfortesrelacionadoscomos baseaofertadeespaçosruraiseurbanos valoresnaturaisepatrimoniaisea complementarescomelevadospadrõesde diversidadedeprodutosendógenosde qualidadedevida. qualidadecomovantagenscompetitivas. Constrangimentos: Problemas: Aapostanacionalnosectordoturismo, Tendoemconsideraçãoosprocessos acompanhadapeladesarticulaçãodos sociodemográficoslocaiseocomplexode diferentesprodutosturísticosedobaixo interioridadeenraizadoanívelnacional níveldecooperaçãoinstitucionalneste surgecomoproblemaoriscode territóriolevaàPERDADE DESERTIFICAÇÃO. COMPETITIVIDADEDESTESECTOR ÁREAS DE MELHORIA DEVIDOÀDISPERSÃODE ObaixoníveldequalificaçãodosRH,eo ESFORÇOS. baixoníveldecooperaçãoempresarial associadoàsdebilidadeseconómicasdo Obaixoníveldecooperaçãoinstitucional paíseàconcorrênciadeterritóriosmais eainexistênciadeunidadesdoSCTN competitivospodeditarumaBASE dificultaoacompanhamentoeintegração ECONÓMICAMONOFUNCIONALE nasredesnacionaisentreempresase DEPENDENTEdeumúnicosectorde unidadesdeinvestigação, actividade. FRAGILIZANDOABASEECONÓMICA LOCALNODOMÍNIODAIDICOMA CONSEQUENTEPERDADE COMPETITIVIDADE.

Figura48:AnáliseSWOTcruzadaparaoterritóriodaADDLAP.

Fonte:SPI.

4.3 ESTUDOS DE CASO

Numa estratégia de desenvolvimento local, tão importante como a abordagem a casos de sucesso externoséaidentificaçãodeexemploslocais,casosquetodosconhecemeque,pelasuaproximidade efamiliaridade,podemserimportantesfontesdeinspiração.Tendoconsciênciadasexternalidades positivasquesepodemgerarpeloconhecimentodestetipodeiniciativaslocais, apresentaseuma síntese dos pontoschave que fundamentam a selecção destes casos, como ilustrativos do

95 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

desenvolvimentosocioeconómiconoTerritóriodaADDLAP.NoanexoBsãoapresentadasasfichasde EstudodeCasocompletasdecadaumdeles:

SECTOR: Acção Social ASSOL Associação de Solidariedade Oliveira de CONCELHO: Social deLafões Frades

• Prestaçãodeserviçosemvalênciassociaisdiversas; PONTOS CHAVE: • Pioneirismometodológico; • Promoçãodocidadãocomdeficiência.

Floresta / SECTOR: Jardinagem Castanea Sativa, Lda. CONCELHO: Vouzela

• Sensibilizaçãodapopulação–educaçãoambiental; PONTOS CHAVE: • ProduçãodeCartografiaDigital; • Relaçãodeproximidadeeapoiocomeaosclientes.

Produção de SECTOR: Papel Moinho da Carvalha Gorda, Papel para Artes, Lda. CONCELHO: Vouzela

• Técnicatradicionalcomcaracterísticasdemodernidade; • Diferenciaçãoestética; PONTOS CHAVE: • PromoçãoRegional;

• Consciencializaçãoambiental.

SECTOR: Botânica Parque Botânico

CONCELHO: Vila Nova de Paiva “Arbutus do Demo”

• Valorizaçãodosrecursosendógenos; PONTOS CHAVE: • Dinamizaçãodosroteirosnaturaiseculturais; • Promoção de investigação em domínios das ciências biológicas.

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SECTOR: Turismo de Aldeia Póvoa Dão, S.A. CONCELHO: Viseu

• ProjectopioneirodeTurismodeAldeia; PONTOS CHAVE: • Excelêncianaprestaçãodeserviços;

• Recuperaçãodealdeiadesertificada.

Produção/Comercial SECTOR: ização de Vinhos – Eno-Turismo Quinta do Perdigão CONCELHO: Viseu

PONTOS CHAVE: • Projectopessoalinovador; • Vinhotopodegamamundial–vinhospremiados; • Serviçosdeenoturismo.

SECTOR: Desenvolvimento Rural Projecto Criar Raízes

CONCELHO: S. Pedro do Sul Loja Terras de S. Pedro do Sul

• Desenvolvimentodosespaçosrurais; • Combateàdesertificaçãodapopulação; PONTOS CHAVE: • Criar mecanismos de escoamento de produtos agrícolas e dequalidade.

SECTOR: Turismo - Bem Estar Termas Sulforosas de Alcafache, CONCELHO: Viseu S.A.

• Empreendedorismodos promotores;

PONTOS CHAVE: • ApostaemProgramasSPAinovadores;

• Característicasdaágua.

97 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

5. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

“...A estratégia implica deixar de pensar o urbano e o rural como lugares geograficamente delimitáveis, mutuamente exclusivos e identificáveis,..., num contexto em que o quadro de mobilidade das pessoas, dos bens, da informação, dos fluxos financeiros, etc., é cada vez mais complexo. Essa complexidade corresponde a um menor atrito do espaço geográfico por efeito da ultrapassagem das barreiras físicas, transformando os efeitos geográficos do isolamento ou da exclusão em efeitos de relação” Domingues,A.,1992

5.1 INTRODUÇÃO

A elaboração do plano de desenvolvimento tem como principal desígnio a construção e implementação de estratégias de desenvolvimento local, alinhadas com os novos paradigmas e modelos de competitividade. A concretização territorial destas apostas exige um esforço global de conhecimento das dinâmicas supramunicipais, das apostas regionais em IDI e da articulação institucional entre administração (local, regional, nacional), tecido económico ( clusters ) e instituiçõesdeensino,formaçãoprofissionaleinvestigação(Figura50).

Quadro estratégico de políticas públicas

DESENVOLVIMENTO LOCAL Tecido Sistema de Educação económico /Investigação (Clusters)

Figura49:InteracçãodedomíniosparaadefiniçãoeimplementaçãodeumaestratégiadeDesenvolvimentoLocal.

Fonte:SPI.

A estratégia de desenvolvimento local proposta terá portanto viabilidade de concretização fortementecondicionadapelocontextointermunicipalepelocontextoexterior,umavezqueestes poderãosermaisoumenosfacilitadoresdoseusucesso.

Assim sendo, para além do conhecimento da realidade local e respectiva análise SWOT, é fundamentalparaaestruturaçãodasapostasdedesenvolvimentoestratégico,conhecerosdomínios deinvestigaçãomaisfortesanívelregional,comespecialenfoqueparaasinstituiçõesexistentesno territórioemanáliseecomasquaismaisfacilmentesecriariamparceriassólidaseduradouras.Neste

98 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

âmbitodestacamse,emViseu,oInstitutoSuperiorPolitécnico,aUniversidadeCatólicaeoInstituto Piaget.

A proximidade geográfica às cidades de Aveiro e Coimbra e o prestígio das instituições de ensino superioraíexistentesjustificatambémumapreocupaçãonaanálisedasapostasestratégicasdeIDI que, entre outras, as próprias Universidades de Coimbra, Aveiro e Beira Interior, e o Instituto PolitécnicodeCoimbratêmprivilegiado,demodoabeneficiar/facilitaratransferênciade know-how eaaplicaçãopráticadainvestigaçãocientíficaproduzida.

Deacordocomodescrito,apresentasenaFigura51arelaçãoentreaconcentraçãodesectoresde actividadenoterritóriodaADDLAPeaintensidadedeinvestigaçãoproduzida,comenfoqueespecial nasinstituiçõessediadasemViseu.

Concentraçãode Clusters noTerritórioADDLAP - + Investigação/Ensinono Cluster Agro- Investigação/Ensinoem Educação e industrial estãoalinhados Cultura dominante + + Aposta:focarnaeficiênciaetransferência Aposta:focarnodesenvolvimentodo doconhecimentono Cluster Agro- Cluster da Educação e Formação industrial

Região Fragilidadeno Cluster das Indústrias Criativas Cluster do Turismo dominante

- - - Aposta:focaremtudonoCluster das Aposta:FocarIDI

IntensidadedeInvestigação/Ensinona Indústrias Criativas

- +

Figura50:Relaçãoentreconcentraçãodesectoresdeactividade(cluster)eintensidadedeinvestigação,noTerritórioADDLAP.

Fonte:ComunidadesCriativaseInovadoras,CCDRC(2005)–adaptadoSPI.

A definição da Visão e linhas de orientação estratégica do Plano de Desenvolvimento procura enfatizar as possibilidades de cooperação e parcerias com instituições de IDI e com outras instituições, numa perspectiva de fortalecimento do capital intelectual e incremento de uma economiabaseadanoconhecimento.

Aestratégiadedesenvolvimentodefineumabateriadeindicadoresdesucessoquesepretendevira constituircomométricadeavaliaçãodaimplementaçãodosprojectosmobilizadoresparaoterritório daADDLAP,resultantesdaanáliseediagnósticoefectuadoàrealidadelocaledocontextodepolítica nacional e internacional. A criação de um sistema de acompanhamento e gestão do Plano de Desenvolvimentoéoúltimopatamardoprojectoequeasseguraasuaexequibilidade,monitorização econtrolo(Figura52).

99 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

VISÃO

LINHAS DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA

INDICADORES DE SUCESSO

PROJECTOS MOBILIZADORES

SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E GESTÃO

Figura51:Níveisdedefiniçãodaestratégiadedesenvolvimentolocal

Fonte:SPI.

AVisãocorrespondeaocenáriodedesenvolvimentofuturo,oobjectivocentralquesedefinecomo linhacondutoradetodaaestratégiadedesenvolvimentolocalpropostaparaoTerritóriodaADDLAP. DadefiniçãodaVisãodecorreaidentificaçãodasLinhasdeOrientaçãoEstratégica,correspondentesà objectivação nas várias áreas de actuação e das metas que se pretende alcançar através da concretizaçãodoPlanodeDesenvolvimento.

100 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

5.2 SUPORTE ESTRATÉGICO SUPRA LOCAL | INSTRUMENTOS DE POL ÍTICA

Em paralelo com a abordagem ao território em análise, a definição de uma estratégia de desenvolvimento local tem de ser articulada com as estratégias de desenvolvimento supralocais, garantindo a coerência da programação proposta. Tendo em consideração este prérequisito, são sistematizados os documentos de política supramunicipal mais relevantes para a concretização do Plano de Desenvolvimento para o Território da ADDLAP, bem como as suas principais linhas de orientação.

PDL=∑(PDR+QREN07/13+POCENTRO07/13+PNPOT+PENT+ENDS+∞)

5.2.1 Programa de Desenvolvimento Rural

A filosofia do Plano Estratégico Nacional (PEN) e do Programa de DesenvolvimentoRural(PDR)contempladeformaextensivaavalorizaçãoda vertente do desenvolvimento rural e a perspectiva da competitividade das produçõesdoComplexoAgroFlorestal.Naópticadapertinênciaerelevância dasprioridadesdaEstratégiareflectidasnaconstruçãodosEixosPrioritários doPDR,umavisãodeciclopermiteconstatarqueéactualmentepossívelapostarnumanovageração deinvestimentonasactividadesprodutivas,relacionadasedesuportenaszonasrurais.Essaapostaé possível, com um grau de exigência diferente, dado existir um lastro de investimento material consolidado (infraestruturas de regadio, electrificação, caminhos rurais, emparcelamento, novas exploraçõesecapitalprodutivoprimárioedeagrotransformação,ofertadealojamento,animaçãoe serviçosdeproximidade,…),mesmoquecarecendoderequalificaçãoeumconjuntodeagentesde iniciativacomcapacidadedeinvestimento,comlógicasempresariaisedemercado,ecompráticas produtivas sustentáveis que funcionam como exemplo de aproveitamento viável de recursos e oportunidades,emsistemaseactividadessignificativamentecompetitivas .

Tendoemconsideraçãoodiagnósticodetalhadodasituaçãonacionaleoenquadramentonoquadro depolíticasdedesenvolvimentoruralsupranacional,foramdefinidasasprioridadesdeintervenção, estruturadas em subprogramas, medidas e acções baseados nos objectivos estratégicos nacionais e comunitários(verTabela33).

101 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela33:EstratégianacionalePDR.

OBJECTIVOS PDR FEADER OBJECTIVOS e PRINCIPAISPEN Subprogramas Medidas Nacionais

Aumentaroconhecimentoe PROMOÇÃODO 4.2Informaçãoeformaçãoespecializada melhoraropotencial CONHECIMENTOE 4.3Serviçosdeapoioaodesenvolvimento humano DESENVOLVIMENTODE 4.1Cooperaçãoparaainovação Promoverainovação COMPETÊNCIAS

1.1Inovaçãoedesenvolvimento Aumentara empresarial competitividadedos 1.2Cooperaçãoempresarialparao Reestruturaredesenvolver sectoresagrícolae mercadoeinternacionalização opotencialfísico florestal 1.3Promoçãodacompetitividadeflorestal PROMOÇÃODA 1.5Instrumentosfinanceirosedegestão Melhoraraqualidadeda COMPETITIVIDADE deriscoedecrises produçãoedosprodutos 1.6Regadioseoutrasinfraestruturas agrícolas colectivas 1.7Projectosdeimpactorelevante 1.4Valorizaçãodaproduçãodequalidade

Protegervaloresambientais epaisagísticosemzonas agrícolaseflorestaisda RedeNATURAeoutras 2.2Valorizaçãodemodosdeprodução Protegerosrecursos 2.3Gestãodoespaçoflorestaleagro Promovera hídricoseosolo florestal sustentabilidadedos GESTÃOSUSTENTÁVEL 2.4Intervençõesterritoriaisintegradas espaçosruraisedos DOESPAÇORURAL Contribuirparaaatenuação 2.5Investimentosderequalificação recursosnaturais dasalteraçõesclimáticas ambiental 2.1Manutençãodaactividade Contribuirparaouso continuadoesustentável dasterrasagrícolasem zonasdesfavorecidas Diversificaraeconomia 3.1Diversificaçãodaeconomiaecriação Rural deemprego Revitalizareconómica 3.2Melhoriadaqualidadedevida Melhoraraqualidadede esocialmenteas 3.3Aquisiçãodecompetênciaseanimação vidanaszonasrurais zonasrurais DINAMIZAÇÃO doterritórioparaodesenvolvimento ECONÓMICADASZONAS local Desenvolvercompetências RURAISEABORDAGEM 3.4Implementaçãodeestratégiasde naszonasrurais LEADER desenvolvimentolocal Valorizaro potencialde 3.5CooperaçãoLEADERparao Melhorara desenvolvimentolocal desenvolvimento governançadas Melhoraragovernançalocal 3.6FuncionamentodosGAL,aquisiçãode zonasrurais competênciaseanimação

Fonte:PDR(adaptado).

102 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

5.2.2 Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007-2013

“O Quadro de Referência Estratégico Nacional assume como grande desígnioestratégicoaqualificaçãodosportuguesesedasportuguesas, valorizandooconhecimento,aciência,atecnologiaeainovação,bem comoapromoçãodeníveiselevadosesustentadosdedesenvolvimento económicoesocioculturaledequalificaçãoterritorial,numquadrode valorizaçãodaigualdadedeoportunidadese,bemassim,doaumento daeficiênciaequalidadedasinstituiçõespúblicas.”QREN0713.

O QREN assume como prioridades estratégicas a promoção da qualificação dos portugueses, a promoçãodocrescimentosustentado,agarantiadacoesãosocial,aqualificaçãodoterritórioedas cidadeseoaumentodaeficiênciadagovernação.Aconsagraçãodestasorientaçõeseprincípiosna organização operacional do QREN concretizase pelo estabelecimento de Agendas Operacionais Temáticas potencial humano, os factores de competitividade da economia e a valorização do território, que configuram uma racionalidade comum entre as intervenções financiadas pelos ProgramasOperacionais(PO)TemáticosepelosPORegionais,semprejuízodeumaclarademarcação dasrespectivastipologiasdeintervenção(vertabelaseguinte).

DesalientaraindaoscincoprincípiosestruturantesparaaconcretizaçãoesucessodoQRENePO,que aliásdeverãoserorientadoresdaspolíticasdedesenvolvimentoaqualquerescaladeintervenção:a concentraçãoderecursosedetipologiasdeacçõesestruturaisapoiáveispeloQREN,aselectividade naescolhadasacçõesaapoiar,aviabilidadeeconómicofinanceiradosprojectosdeinvestimento,a coesãoevalorizaçãoterritoriaisquepotenciemosfactoresdeprogressoespecíficosdecadaregiãoe contribuamparaodesenvolvimentosustentáveleregionalmenteequilibradodetodoopaíseporfim, agestãoemonitorizaçãoestratégicadasintervenções.

103 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento

Tabela34:SíntesedoQREN20072013,agendas,prioridadesePlanosOperacionais.

PLANOSOPERACIONAIS TEMÁTICOS REGIONAIS AgendasTemática RegiõesConvergência Região Prioridadesoperacionaistemáticas Factoresde Valorizaçãodo Região Phasing (POTemáticos) PotencialHumano Competitividadee Competitividade Território Out –Algarve (FSE) Norte,Centroe Emprego–Lisboa (FEDER) (FEDER+FC) (FEDER) Alentejo(FEDER) (FEDER) 1.QualificaçãoInicial 2.AdaptabilidadeeAprendizagemaoLongodaVida 3.GestãoeAperfeiçoamentoProfissional PotencialHumano 4.FormaçãoAvançadaparaaCompetitividade 5.ApoioaoEmpreendedorismoeàTransiçãoparaaVidaActiva 6.Cidadania,InclusãoeDesenvolvimentoSocial 7.PromoçãodaIgualdadedeGénero 1.ConhecimentoeDesenvolvimentoTecnológico 2.InovaçãoeRenovaçãodoModeloEmpresarialedo PadrãodeEspecialização 3.FinanciamentoePartilhadeRiscodaInovação Factoresde 4.ReduçãodosCustosPúblicosdeContexto Competitividade 5.AcçõesColectivasdeDesenvolvimentoEmpresarial 6.EstímuloaoDesenvolvimentodaSociedadedaInformação

7.RedeseinfraestruturasdeApoioàCompetitividadeRegional

8.AcçõesInovadoras 1.ReforçodaConectividadeInternacional,dasAcessibilidadese daMobilidade ValorizaçãodoTerritório 2.ProtecçãoeValorizaçãodoAmbiente 3.PolíticadeCidades 4.Redes,InfraestruturaseEquipamentosparaaCoesão TerritorialeSocial

Fonte:QREN(adaptado).

104 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.2.3 Programa Operacional Regional do Centro 2007-2013

DeacordocomodiagnósticoprospectivoeaanáliseSWOTforamidentificados osprincipaisproblemasdestaregiãoesistematizadasasprioridadesestratégicas paraoperíodo2007/2013:

 Aformaçãodosrecursoshumanos,umavezquenestaRegiãoseverifica,aomesmotempo, um problema de escassez de recursos humanos qualificados e um problema de falta de absorçãopelomercadodosrecursosexistentes.Comotal,justificaseumaapostaforte no ensino técnico, para responder a uma parte essencial das necessidades das empresas; na melhoria da qualidade da formação profissional e da sua adequação às necessidades do mercado do trabalho; na promoção da integração de recursos humanos altamente qualificados nas empresas; na promoção da formação especializada de quadros superiores paracolocararegiãonafronteiramaisavançadanocampodatecnologiaedosmétodosde gestãodasorganizaçõesenapromoçãodaformaçãodepessoalqualificadaparalidarcom problemaseconómicosesociaisespecíficos(porexemplo,aruralidade).

• Oreforçodainovaçãoedacompetitividade,quepassapelapromoçãodoempreendedorismo dirigido essencialmente para as pequenas empresas, promoção da inovação nas empresas existentes, desenvolvimento de clusters com elevado potencial na região (é consensual a relevânciadasactividadesrelacionadascomafloresta–produçãodamatériaprimaesuas diferentesutilizações,incluindoaenergia,asaúdeebiotecnologia,ohabitatcerâmicae materiaisdeconstrução,têxteislar,utilidadesdomésticas,produtosdecorativos,etc.,eas indústriasdomar).Importaainda,nesteâmbito,equacionarespecificamenteasprioridades em matéria de internacionalização e a necessidade de promover o ordenamento e a qualificaçãodeáreasdelocalizaçãoempresarial.

 Avalorizaçãodoterritório,umavezquearegiãoCentrosecaracterizaporumaestrutura urbana policêntrica com um fraco desenvolvimento dos sistemas urbanos. Os domínios prioritáriosdeverãoser:oscentrosesistemasurbanos(regeneraçãourbana,qualificaçãodos centros urbanos, promoção da competitividade das cidades, promoção da constituição de redes,promoçãodacooperaçãointermunicipal),aqualificaçãodosespaçossubregionaisnas zonas de baixa densidade dotandoos de equipamentos e infraestruturas essenciais que ainda não disponham, a protecção de zonas ambientalmente sensíveis e valorização de recursosespecíficosdaregião,mobilidadeintraeinterregional(construção/qualificaçãode plataformaslogísticasemelhoriadasacessibilidades)eporúltimoaconclusãodasredesde saneamentoassegurandoacoberturadetodooterritório.

 A cooperação territorial deverá assegurar, essencialmente a cooperação entre regiões portuguesas,acooperaçãoentreregiõesNUTIIdepaísesvizinhosnoqueconcerneàszonas quenãosãodefronteiraeacooperaçãocomespaçosexterioresàUniãoEuropeia.

105 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Tendoemconsideraçãoaestratégiadescrita,sãodefinidoscincoeixosprioritáriosatravésdosquais sepretendeinterviremdiversasáreas.Atabelaseguinteéasíntesedaprogramaçãoestratégicapara aregiãoCentronoperíodo20072013.

Tabela35:POCentro(FEDER).

Financiamento Eixos Áreasdeintervenção (milhões€) 1.1. Criaçãodemicroepequenasempresasinovadoras; 1.2. ProjectosdeI&D,emparticularprojectosdecooperaçãoentremicroepequenas empresaseentidadesdoSistemaCientíficoeTecnológico; 1.3. Projectos de investimento produtivo para inovação em micro e pequenas empresas; 1.Competitividade, 1.4. Qualificaçãodemicroepequenasempresas; Inovaçãoe 1.5. Desenvolvimento da Sociedade do Conhecimento; Redes de ciência e Conhecimento 577 tecnologia(programascientíficosetecnológicos,instalaçõeseequipamentos); 1.6. Áreasdeacolhimentoparaainovaçãoempresarial(ALE,parquestecnológicos, incubadoraseparquesdeCiênciaeTecnologia); 1.7. Acçõescolectivasdedesenvolvimentoempresarial; 1.8. Intervenções complementares em redes de energia (Unidades Autónomas de Gáseligaçãoàredeeléctricadelocaisdeproduçãodeelectricidadecombase emfontesrenováveis). 2.Desenvolvimentodas 2.1. Parceriasparaaregeneraçãourbana; Cidadesedos 250 2.2. Redesurbanasparaacompetitividadeeinovação; SistemasUrbanos 2.3. Mobilidadeurbana. 3.Consolidaçãoe 3.1. Valorizaçãoderecursosespecíficosdoterritório; Qualificaçãodos 3.2. Qualificaçãointegradadeespaçossubregionais(redesdemobilidade, 468 EspaçosSub equipamentoseinfraestruturasparaacoesãosocialeterritorial). Regionais 4.1. Prevençãoegestãoderiscosnaturaisetecnológicos; 4.2. Gestãoderecursoshídricos; 4.Protecçãoe 4.3. GestãoactivadaRedeNaturaeBiodiversidade; Valorização 211 4.4. ValorizaçãoeOrdenamentodaOrlaCosteira; Ambiental 4.5. Protecçãoevalorizaçãodeoutraszonassensíveisequalificaçãodapaisagem; 4.6. Estímuloàreciclagemereutilizaçãoderesíduos 5.1. Assistênciatécnica; 5.Governaçãoe 5.2. Governoelectrónicoregionalelocal; Capacitação 196 5.3. Facilitararelaçãodasempresasedoscidadãoscomaadministração Institucional desconcentradaelocal; 5.4. Promoçãoinstitucionaldaregião.

Fonte:ProgramaOperacionalRegionaldoCentro(adaptado).

5.2.4 Programa Nacional de Política de Ordenamento do Território

OProgramaNacionaldePolíticadeOrdenamento do Território (PNPOT) visa concretizar a estratégia de ordenamento, desenvolvimento e coesão territorial do País, constituindose o guia orientador do sistema de gestão territorial e da política de ordenamento do território, visto que enquadra os restantes Instrumentos de Gestão Territorial(IGT).

OPNPOTtemcomoprincipaisobjectivos:

• Definir o quadro unitário para o desenvolvimento territorial integrado, harmonioso e sustentáveldoPaís,tendoemcontaaidentidadeprópriadassuasdiversasparcelaseasua inserçãonoespaçodaUniãoEuropeia;

106 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

• Garantir a coesão territorial do País, atenuando as assimetrias regionais e garantindo a igualdadedeoportunidades;

• Estabeleceratraduçãoespacialdasestratégiasdedesenvolvimentoeconómicoesocial;

• Articularaspolíticassectoriaiscomincidêncianaorganizaçãodoterritório.

Este instrumento territorial está organizado através de um conjunto de objectivos estratégicos, objectivosespecíficosemedidasquedefinemumcaminhoparaPortugalnohorizonte2025(Tabela 36).

Tabela36:ObjectivosEstratégicoseObjectivosEspecíficosdoPNPOT. OBJECTIVOESTRATÉGICO OBJECTIVOSESPECÍFICOS

1. Desenvolverossistemasdeconhecimentoeinformaçãosobreoambienteeosrecursosnaturais. 2. Aperfeiçoareconsolidaro sregimes,ossistemaseasáreasfundamentaisparaprotegerevalorizar abiodiversidadeeosrecursosnaturais. 3. DefinireexecutarumaEstratégiaNacionaldeProtecçãodoSolo. 4. Promoveroordenamentoeagestãosustentáveldasilviculturaedosespaç osflorestais. OBJECTIVOESTRATÉGICO1: 5. Executarapolíticadegestãointegradadaágua. Conservar e valorizar a biodiversidade, os 6. Definir e executar uma política de ordenamento e gestão integrada da zona costeira, nas suas recursos e o património natural, paisagístico e componentesterrestreemarítima. cultural, utilizar de modo sustentável os 7. ExecutaraEstratégiaNacionalparaoMar. recursos energéticos e geológicos, e prevenir e minimizar os riscos 8. Definireexec utarumapolíticadegestãointegradadosrecursosgeológicos. 9. ExecutaraEstratégiaNacionalparaaEnergiaeprosseguirapolíticasustentadaparaasalterações climáticas. 10. Protegerevalorizaraspaisagenseopatrimóniocultural. 11. Avaliar e preven ir os factores e as situações de risco, e desenvolver dispositivos e medidas de minimizaçãodosrespectivosefeitos. 1. Afirmar a dimensão atlântica do País, consolidando o papel estratégico das Regiões Autónomas comoplataformasintermédiasentreocontinenteeuropeueoscontinentesamericanoeafricano. 2. Melhorar os sistemas e infra estruturas de suporte à conect ividade internacional de Portugal no quadroibérico,europeu,atlânticoeglobal. OBJECTIVOESTRATÉGICO2: 3. Reforçar a capacidade de as cidades se afirmarem como motores de internacionalização e Reforçar a competitividade territorial de desenvolvimento. Portugal e a sua integração nos espaços 4. Promoverpólosregionaisdecompetitividadeequalificaroemprego . ibérico, europeu, atlântico e global 5. Promover um maior equilíbrio na distribuição territorial da população e assegurar condições de atracçãodepopulaçõescomníveiselevadosdequalificação. 6. Implementar uma estratégia que promova o aproveitamento sustentável do potencial turístico de Portugalàsescalasnacional,regionalelocal. 1. Reforçar os centros urbanos estruturantes das r egiões, em particular nas regiões menos desenvolvidas. 2. Estruturaredesenvolverasredesdeinfra estruturasdesuporteàacessibilidadeeàmobilidade, OBJECTIVOESTRATÉGICO3: favorecendo a consolidação de novas centralidades urbanas e de sistemas urbanos mais Promover o desenvolvimento policêntrico dos policêntricos. territórios e reforçar as infra-estruturas de 3. Promover um desenvolvimento urbano mais compacto e policêntrico no Continente, contrariar a suporte à integração e à coesão territoriais construçãodispersa,estruturaraurbanizaçãodifusaeincentivaroreforçodecentralidadesintra urbanas. 4. Promover um desenvolvimento rural ajustado à diversid ade dos territórios, considerando em especialasnecessidadeseaespecificidadedasáreasmaisvulneráveisedespovoadas. 1. Promoveroordenamentodasredesdeeducaçãodopréescolar,doensinobásicoedosecundário, da formação tecnológico/profissionalizante e da educação e formação de adultos, e implementar critériosderacionalidadenoordenamentoterritorialdoensinosuperior 2. Desenvolverumaredenacionaldeprestaçãodecuidadosdesaúdequegarantaauniversalidade OBJECTIVOESTRATÉGICO4: deacessoeracionalizeaprocuradoServiçoNacionaldeSaúde(SNS),valorizandooscuidadosde Assegurar a equidade territorial no provimento saúdeprimáriosearespostaaosgruposmaisvulneráveis. de infra-estruturas e de equipamentos 3. Desenvolver programas e incentivar acções que melhorem as condições de habitação, colectivos e a universalidade no acesso aos nomeadamentenoqueserefereaosgrupossociaismaisvulneráveis. serviços de interesse geral, promovendo a 4. Dinamizar redes de equip amentos colectivos e programas para responder com eficácia às coesão social necessidadesdosdiferentes grupos sociais e das famílias, promovendoa integraçãodosgrupos maisvulneráveisfaceàpobrezaeàexclusãosocialegarantindoasegurançaatodososcidadãos. 5. Desenvolverumarede supramunicipal articuladadeequipamentosdesportivosedelazeractivoque valorizeamotricidade,aprofundeaequidadedeacessoequalifiqueaevoluçãodosistemaurbano. 6. Dinamizarumarededeequipamentosculturaisquevalorizei dentidades,patrimónioseformasde

107 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

expressão artística num quadro de aprofundamento da educação para a cultura e de reforço da equidadedeacessoedaparticipaçãonasactividadesculturais. 7. Desenvolverosserviçosdeabastecimentopúblicodeágua,ede recolha,tratamentoereutilização deáguasresiduaisederesíduos,estruturandoagestãonaópticadacoresponsabilidadesociale melhorandoosníveiseaqualidadedeatendimento. 8. Desenvolver as redes de infra estruturas, de equipamentos e de serviç os de suporte à acessibilidadeeàmobilidade,reforçandoasegurança,aqualidadedeserviçoeascondiçõesde equidadeterritorialesocial. 9. Planear e implementar uma rede integrada de serviços de Justiça, definindo a distribuição e implantação geográfica dosequipamentos públicosde Justiça,nomeadamente tribunais, julgados depaz,conservatórias,prisõesecentroseducativos. OBJECTIVOESTRATÉGICO5: 1. Alargar o apropriação económica e social das Tecnologias de Informação e Comunicação Expandir as redes e infra-estruturas avançadas (TIC).acessoà Internet deBandaLargaemtodoopaísepromoverumarápidaeefectiva de informação e comunicação e incentivar a 2. PromoverasTICco moinstrumentofundamentaldedesenvolvimentoterritorialedecoesãosocial, sua crescente utilização pelos cidadãos, generalizando a sua utilização na difusão de informação e na oferta de serviços de interesse empresas e administração pública público. OBJECTIVOESTRATÉGICO6: 1. Produziredifundiroconhecimentosobreoordenamentoeodesenvolvimentodoterritório. Reforçar a qualidade e a eficiência da gestão 2. Renovarefortalecerascapacidadesdegestãoterritorial. territorial, promovendo a participação 3. Pro mover aparticipação cívica e institucional nos processos de ordenamento e desenvolvimento informada, activa e responsável dos cidadãos e territorial. das instituições 4. Incentivarcomportamentospositivoseresponsáveisfaceaoordenamentodoterritório.

Fonte:PNPOT(adaptado).

NoqueserefereaoterritóriodeDãoLafões,asopçõesdedesenvolvimentoapontadaspassampor:

• Sustentar o dinamismo de Viseu, reforçando a sua articulação com as cidades do Centro Litoral, e valorizar o seu papel estratégico para a estruturação de um eixo de desenvolvimentoqueseprolongueparaointerioratéàGuarda;

• Reforçaradinâmicaindustrialdosistemaurbanosubregional,deformaasuportarabase económicado“territóriodeViseu”;

• AssegurarqueaapostadeViseunoensinosuperiorconduzàexploraçãodesinergiasentreas suas várias componentes (universitário, politécnico, público e privado) para estimular um ambiente favorável à investigação e ao empreendedorismo e para desenvolver infra estruturasdesuporteaactividadesintensivasemconhecimentoetecnologia,emarticulação comasUniversidadesdolitoraleasregiõesfronteiriçasdeEspanha;

• ExploraraposiçãoestratégicadeViseunarededetransportesnacionaletranseuropeia;

• Preservarascondiçõesdegenuinidadedosprodutosregionaisdequalidadeereforçarasua projecçãoeimagemnosmercadosnacionaiseinternacionais.

5.2.5 Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável

A Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável (ENDS), para o período 2005/15, objectiva “Fazer de Portugal, no horizonte de 2015, um dos países mais competitivos da União Europeia, num quadro de qualidade ambiental e de coesão e responsabilidade social ”.Estaestratégiaestáorganizadaemtornodeseteobjectivos,desdobradosnumconjuntode Prioridades Estratégicas e estas, por sua vez, em Vectores Estratégicos (Tabela 36). Com base na

108 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

definiçãodestesfoielaboradooPlanodeImplementação–PIENDS,queconcretiza,atravésdeacções emedidas,aestratégia,organizadaempainéissectoriais:Pescas,Agricultura,DesenvolvimentoRural e Florestas, Transportes, Economia, Ambiente e Ordenamento do Território, Aspectos Sociais e QuestõesFinanceiraseFiscais.

Tabela37:ObjectivosePrioridadesEstratégicasdoENDS. OBJECTIVOS PRIORIDADESESTRATÉGICAS 1. Consolidação do ensino básico e expansão da educação e formação de nível secundário, garantindoamelhoriadaqualificaçãodebase PRIMEIROOBJECTIVO: 2. Melhoriadaqualidadeeestímuloàmobilidadenoensino superior Preparar Portugal para a “Sociedade do 3. Aceleraçãododesenvolvimentocientíficoetecnológico Conhecimento” 4. Dinamizaçãodaaprendizagemaolongodavida(ALV),aumentandoosníveishabilitacionaisede qualificação 5. Mobilizaçãodasociedadeparaumamaiorcriatividadeartísticaecultural 1. Umnovoimpulsoàinovaçãoempresarial 2. Uma economia, competitiva à escala global, orientada para actividades de futuro e criadora de SEGUNDOOBJECTIVO: emprego Crescimento sustentado, competitividade à 3. Uma sociedade e uma economia preparadas para tirar partido das tecnologias da informaçãoe escala global e eficiência energética comunicação 4. Crescimentoeconómicomaiseficientenousodeenergiaerecursosnaturaisecommenorimpacto noambiente,designadamentenasalteraçõesclimáticas 1. Combateàsalteraçõesclimáticas 2. Gestãointegradadaáguaeseuaproveitamentoeficiente 3. Gestãointegradadoar 4. Actividades agrícolas e florestais desenvolvidas em base sustentável, compatibi lizadas com a TERCEIROOBJECTIVO: conservaçãodanaturezaeavalorizaçãodapaisagem Melhor Ambiente e Valorização do 5. Conservaçãodanaturezaedabiodiversidadearticuladacomaspolíticassectoriaisedecombateà Património Natural desertificação 6. Aproveitamentodosoceanoscomofactordediferenciaçãoedesenvolvimento 7. Gestãodosriscosnaturaisetecnológicosmobilizandoaparticipaçãodapopulaçãointeressada 8. Gestãointegradaderesíduos 1. Equidade,melhorprestaçãoesustentabilidadefina nceiradossistemasdeprotecçãosocial QUARTOOBJECTIVO: 2. Reforçodaprevençãoereabilitaçãoorientadasparaganhosemsaúde Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coesão Social 3. Dinâmicadeempregoquepromovaaqualidadedevidanotrabalhoeaintegraçãosocial 4. Sociedadeinclusivaquepromovaredesdesolidariedadee comunidadesdinâmicas 1. Melhorconectividadeinternacionaldopaís QUINTOOBJECTIVO: 2. Acessibilidades que contribuam para a coesão territorial e para um modelo territorial mais Melhor Conectividade Internacional do País e policêntrico Valorização Equilibrada do Território 3. Cidadesatractivas,acessíveisesustentáveis 4. Apoiosreforçadosaregiõescommaisgravesdéficesdedesenvolvimento 1. Fortalecimento da posição de Portugal no contexto da cooperação para o desenvolvimento internacional SEXTOOBJECTIVO: 2. Estruturaçãodeumaredederelaçõesprivilegiadascoma Europa Um Papel Activo de Portugal na Construção 3. Reforçodasrelaçõescomoutrasregiõesinovadorasedinâmicasdomundo Europeia e na Cooperação Internacional 4. Fortalecimento dos laços entre os estados de língua portuguesa e reforço da sua intervenção internacional 5. Valorizaçãodascomunidadesportuguesas 1. Domíniodeinformaçãoereflexãoestratégica 2. Reestruturaçãoda administração SÉTIMOOBJECTIVO: 3. Reformadosregimesdafunçãopública Uma Administração Pública mais Eficiente e 4. Modernização dos sistemas e processos, com uso intensivo das tecnologias de informação e Modernizada comunicação 5. Qualificaçãoevalorizaçãodoserviçopúblico 6. Modernizaçãodossistemasdeeducação,saúdeeju stiça

Fonte:ENDS(adaptado).

109 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.2.6 Programa Estratégico Nacional do Turismo

O Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) define objectivoselinhasdedesenvolvimentoestratégicoparaosector do Turismo no período 20062015, materializados em 5 eixos estratégicos.

O PENT define a seguinte Visão para o Turismo nacional Portugal deverá ser um dos destinos de maiorcrescimentonaEuropa,atravésdodesenvolvimentobaseadonaqualificaçãoecompetitividade da oferta, transformando o sector num dos motores de crescimento da economia nacional, o qual ambiciona: contribuir mais para o PIB nacional; aumentar o emprego qualificado e acelerar o crescimentodoturismointerno.

A implementação da Visão é estruturada em 5 eixos: Território, Destinos e Produtos; Marcas e Mercados; Qualificação de Recursos, Distribuição e Comercialização e Inovação e Conhecimento. A concretizaçãodos5eixos(verTabela38)requeraimplementaçãode11projectos(verTabela39).

Tabela38:EixosdoPENT. EIXO OBJECTIVO ACÇÕES • Dinamizaçãode clusters regionais Desenvolvernovospólosdeatracção • Planossectoriais EixoI: turística:Alqueva,LitoralAlentejano, • Acessoserededetransportescompetitivos Território, Destinos Oeste,Douro,SerradaEstrela,Porto • e Produtos “Viarápida”paraprojectosdeelevadovaloracrescentado SantoeAçores • Novoquadrodeincentivos • Calendáriodeanimaçãoregular • Campanhascentradasem opinion leaders nosmercados • Eventos top of mind deprojecçãointernacional AfirmaraMarcaPortugalTurismo • Iniciativasculturaisdeelevadaqualidade • Promoçãocruzadacomprodutosportuguesesdeexcelência:vinho, design,arquitectura EixoII: • Estratégiasempresariaisdeinternacionalizaçãodemarcas Marcas e • Mercados Reforçodasparceriaspúblicoprivadasparaconsolidação • dosmercados • Dinamizaçãodemercadosdeproximidadeparaatenuarassimetrias Consolidaredesenvolvermercados • Parceriasinternacionaisparaacessoanovosmercados • Ferramentasdeaproximaçãoaosmercados(emarketing,CRM, contact center ) • Atenuaçãodebarreirasdeacessoaopaís(vistos) • Sistema“RótuloEcológicoEuropeu” CertificaçãodeQualidade:serviçose • Projecto“SinalizaçãoTurística” destinos • Programa“MelhorInformaçãoaoTurista” • Calendárioanualde“AnimaçãoTurística” • Prémiosdeboaspráticas • Planosdeformaçãoparagestoreseempresários EixoIII: • Novasáreasdeformaçãodeexcelênciaemprodutosestratégicos Qualificação de QualificarosRecursosHumanos • InovContacto Recursos • Intercâmbiocomescolasdeprestígiointernacional • Reforçodaligaçãoescola/empresa • “ViaRápida”paraprojectosdealtovaloracrescentado • Redede guichets integradosdeapoioaoempresário Desburocratizar • Balcãoúnicodelicenciamentosdeempresasdeanimaçãoturística • Apoioàcriaçãodemicro/pequenasempresasemáreasqualificadas • “PortaldoEmpresário” EixoIV: • Reforçodapresençaonlinedosdestinos Ajustarempresasedestinosaosnovos Distribuição e • Acessodasempresasaoscanaisdedistribuiçãoelectrónica modelosdenegócio Comercialização • Reposicionamentodosportaisdedestinoparaonegócio • Aliançasestratégicascomgrandesdistribuidoresonline

110 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

• ContaSatéliteparaoTurismo • Sistemaintegradodemonitorizaçãodaactividadeturística Gerarconhecimentoparadecisão • Barómetrosdeavaliaçãodoposicionamentocompetitivo EixoV • Parceriasinternacionaisparaavaliaçãodeperformance Inovação e • Ferramentasdeinformaçãogeográficaparaagestãodoterritório Conhecimento • AgendadeinvestigaçãoparaoTurismo • Centrosdecompetência:eturismo,ambienteemarketing OTurismoeoPlanoTecnológico • CooperaçãointernacionalemI&D • Apoioaprojectosdeinovação • PrémioInovaçãoemTurismo

Fonte:PENT(adaptado).

Tabela39:ProjectosdoPENT. PROJECTOS AMBITODEINTERVENÇÃO I.1 Desenvolvimentodaoferta/ clusters deserviçosparaosprodutosestratégicos I.2 Requalificaçãodedestinos,comprioridadenoAlgarve I–Produtos,DestinosePólos I.3 Conceitoeplanodeviabilidaded ospólosturísticos I.4 Desenvolvimentosustentadodepólosturísticos I.5 Atracçãodeinvestimentoedeinvestidoresdereferência IntervençãoemZonasTurísticasdeInteresse,assegurand oaofertaeexcelênciadefactores II–IntervençãoemZTIs II.1 qualificadores(ex:conservaçãodemonumentoseedifícios,limpezaedespoluiçãodosolo, (urbanismo,ambienteepaisagem) arborizaçãodosespaços) II.2 Facilitaçãodeintervençãomultidisciplinar/multi entidade DesenvolvimentodefactoresdistintivosdePortugal(ex:história,cultura,gastronomia, III.1 literatura) III–DesenvolvimentodeConteúdos III.2 Promoçãodosfactoresdistintivosnasprincipaisatracçõesturísticas distintivoseinovadores Desenvolvimentodeconteúdosparaosite móvel(informaçãoe III.3 acompanhamento/enriquecimentodaexperiência) IV.1 Captaçãode1 2megaeventoscada10anos IV.2 Promoçãodecalendáriode10eventosdeprojecçãoInternacional IV–Eventos IV.3 Organizaçãodecalendáriodeeventosregionais(+30eventosnototal) IV.4 Dinamizaçãodeanimaçãolocal Aumentodonúmeroereforçodacompetitividadedasligaçõesdirectasdosaeroportos V–AcessibilidadeAérea V.1 nacionaisaosprincipaismercados/regiõesemissoras VI.1 MonitorizaçãoeaferiçãodaestratégiadepromoçãoedistribuiçãofaceaosobjectivosPENT VI.2 Visãoeactuaçãointegrada,pormercadoemissor,lideradapeloTurismodePortugal VI–Marcas,Promoçãoe VI.3 PromoçãodoTurismointerno Distribuição VI.4 Reforçodapresençano canalinternet VI.5 Actualizaçãodeconteúdos/ofertaemmeiosdegrandedivulgação(ex:guias,sites) VII.1 Promoçãodaqualidadeaolongodos“momentosdeverdade”(interacçãocomoturista) Desenvolvimentodeconcei toinovadorparainternetmóvel(acompanharoturistacom VII.2 informaçãoeconteúdos) VII–ProgramadeQualidade VII.3 Implementaçãodeselodequalidade VII.4 Desenvolvimentodeumaculturadequalidade VII.5 Lançamentodeprémiosdeexcelência VII.6 Discriminaçãopositivanad ivulgaçãoepromoção VIII.1 CriaçãodeEscoladeGestãoTurísticainternacional(licenciaturaemestrado) VIII.2 Desenvolvimentodeumarededeescolastécnicas(umaporregião) VIII–ExcelêncianoCapital IntroduçãodatemáticaTurismo emcursossuperiores(ex .:Arquitectura,História,Engenharia VIII.3 Humano Civil,Ambiente) VIII.4 DesenvolvimentodeparceriasEscolas Empresas VIII.5 Valorizaçãodasprofissõesnosectoreincentivoaoempreendedorismo IX.1 Reforç odoconhecimentoaníveldosturistas/mercadosemissores MonitorizaçãodaactividadeturísticaedaexecuçãodoPENTcombaseemindicadores IX.2 IX–ConhecimentoeInovação chave IX.3 IdentificaçãoedivulgaçãodasmelhorespráticasetendênciasnoTurismo IX.4 Estimuloàinv estigaçãoedesenvolvimentoepráticasdeinovação X–Eficáciadorelacionamento X.1 SimplificaçãodoprocessoderelacionamentoEstado Empresa(pontoúnicodecontacto) Estado–Empresa X.2 Reforçodaeficiênciaetransparênciadoprocessodelicencia mento XI.1 Incentivoàmodernizaçãoempresarial XI.2 Desenvolvimentodacapacidadedegestãodasempresasdosector XI–ModernizaçãoEmpresarial Disponibilizaçãodesoftwaredeacessoaoscanaisdedistribuiçãoelectrónica(gestãode XI.3 capacidade,gestãodeserviços)

Fonte:PENT(adaptado).

111 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

O PENT aposta em dez produtos diferenciados (Tabela 40), dos quais existem cinco produtos tradicionais,arequalificar:MICE,Golfe,Sol&Mar, CityShort breaks , Touring culturalepaisagísticoe cinco produtos inovadores a implementar: Gastronomia e Vinho, Saúde e Bemestar, Turismo de Natureza,TurismoResidencial,eTurismoNáutico.

Tabela40:Matrizestratégicadedesenvolvimentodosprodutosnoterritório. Regiões/ Dest inos Turísticos Produtos Portoe Centro Lisboa Alentejo Algarve Açores Madeira Norte TouringCulturale Paisagístico ●●● ●●● ●●● ●●● ● ●● ●● SaúdeeBemEstar ●●● ●● ●●● ●● ●●● ●● ●● Golf Travel ● ● ●●● ● ●●● ● ●● TurismodeNatureza ●●● ●●● ● ●● ●● ●●● ●●● Tours deVinhoe Gastronomia ●●● ●●● ●● ●●● ● ● ● City short breaks ●●● ●●● ● TurismodeNegócios/ Reuniões ●●● ● ●●● ● ●● ● ●● TurismoSol&Mar ●● ●● ●● ●●● ●●● ●●● TurismoNáutico ●● ●● ●●● ●● ●●● ●●● ●●● TurismoResidencial ●● ● ●●● ●● ●●● ● ● ●●● MuitoAlto ●● Alto ●Limitado

Fonte:PENT.

DeacordocomoPENT,oretratodaRegiãoCentroédeumafortedependênciadomercadonacional, com um crescimento baseado nos turistas nacionais, uma taxa de ocupação estável, mas com a hotelaria sob pressão, um grande peso de pensões na oferta de alojamento e só um hotel de 5 estrelasdecadeiasinternacionais.

ParaaregiãoCentroem2015apontamsecomoobjectivosocrescimentopara2,2e2,3milhõesde dormidasdeestrangeiros,aumataxamédiaanualde7,3%eoaumentoanualde6,2%emnúmerode turistas (hóspedes estrangeiros). Neste período, as receitas (proveitos totais em estabelecimentos hoteleiros)deverãocresceraumritmoanualde10%.

OTurismonaregiãoCentrodeverácresceremnúmerodeturistaseemvalor.Aestratégiaprevêo cross-selling comaregiãodeLisboaedoPortoeNorte.Aatracçãodeturistasestrangeirosseráfeita através dos produtos Touring Cultural e Paisagístico, Turismo de Natureza e Tours de Vinho e Gastronomia .

112 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.2.7 Portugal, Prospectiva das Actividades e dos Territórios

“Queactividadesterãocondiçõesparaemergire/oufloresceremPortugalnumhorizontetemporal de 1015 anos?”. É esta a questão central do Diagnóstico Prospectivo elaborado pela Direcção de ServiçosdeProspectivadoMinistériodasFinanças,intituladoFoconoFuturo.

Da análise e diagnóstico elaborado para os vários clusters , tendencialmente regionais, são identificadas as cinco forças motrizes da mudança: demografia, geoeconomia, energia, ambiente e tecnologia. A interacção destas forças vai “puxar” por um conjunto de actividades que prometem ganharoumanterumfortecrescimentodaprocuraanívelmundial,emergindoassimasdenominadas “Vagas”,ousejaasactividadesquepoderãosermaisinteressantesparaPortugal,tendoemcontaos seus clusters hoje dominantes e as potencialidades reveladas pelas actividades emergentes identificadas e pelos pólos de I&D mais significativos do País (Figura 53). Como principal limitação que Portugal defronta para poder explorar as áreas de actividade incluídas nestas “Vagas” que acabamosdereferiréoníveldequalificaçãodasuapopulaçãoactiva.

Pensando no território da ADDLAP

Figura52:Cruzandoas“vagas”,pensandoemPortugalEnquadraraADDLAP.

Fonte:DGPP,MinistériodasFinanças,2004.

113 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.3 VISÃO

O território da ADDLAP deverá distinguirse pelo seu carácter de interface urbanorural, pela valorizaçãodosseusrecursosnaturaisedasactividadeseconómicasnelesbaseadas,pelaclaraaposta nainovaçãoenquantodinâmicaderegeneraçãoerevitalizaçãodeumabaseeconómicaforteecom produtosdeelevadovaloracrescentadoepelapromoçãodaqualidadenaeducaçãoeformaçãodas suasgentesparaumanovageraçãocriativa,queinvistaevalorizeasuaterra.

Estes novos desígnios implicam uma mudança profunda na cultura organizacional, trazendo para o mesmo palco todos os agentes de desenvolvimento local, do sector público e privado, que se comprometememgarantirosucessodestanovaagenda.Estamudança,jáiniciada,deveoperarse nas lógicas funcionais e organizacionais, através da difusão de uma cultura de inovação e trabalho concertadoentreinstituiçõesdeensinoeIDI,tecidoempresarial,administraçãopúblicaesociedade civil,comumaapostaclaranasTICenquantoferramentadedifusãodoconhecimento.

Apesar dos requisitos na transferência de conhecimento e no estabelecimento de parcerias público privadas, o rumo de desenvolvimento proposto reitera as preocupações e a abordagem integradora adoptada no PDL que precede o que agora está a ser elaborado. A Visão que propomos para o território da ADDLAP, no que respeita ao seu desenvolvimento estratégico, pode ser definida do seguintemodo:

TERRITÓRIO DA ADDLAP:

UM INTERFACE VIVO, INOVADOR E CRIATIVO

ONDE O RURAL E O URBANO SE COMPLEMENTAM

AestratégiadedesenvolvimentoquesepropõeparaoterritóriodaADDLAPassumeassingularidades locaiscomovantagenscomparativasparaodesenvolvimento,dandoespecialênfaseàmultiplicidade de realidades nele existentes, que o tornam num interface por excelência. Pretendese, portanto, enfatizar as maisvalias associadas ao contexto socioterritorial dos cinco Concelhos e tirar partido destas para a promoção da competitividade e dinamização do tecido económico. As palavras de ordemsãoinovar,criarevitalizarnumespaçodetransferênciadeconhecimentoeamenidades.

114 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Paraquetalsuceda,importatrabalhardemodoacriar:

• Uma dinâmica intermunicipal, onde seja cultivado o espírito cooperativo e o trabalho de equipa,minimizandoosproblemasorganizacionaiseestruturaisefomentandoacriaçãode umaidentidadecapazdefortaleceropoderreivindicativodaADDLAP;

• Umapolíticapúblicadinâmica(aonívellocal,associativoecentral),capazderesponderem tempo útil às necessidades da sociedade civil e do tecido empresarial, premiando o empreendedorismo,ainovação,acriaçãoderiquezaeaeducaçãodassuasgentes;

• Umtecidoempresarialmaisempreendedorecompetitivo,comumaorganização,produçãoe gestãomodernizadas,atentoàsmudançasetendênciasdomercadoglobalecomcapacidade parainovareparatrabalharemparceriacominstituiçõeslocaisesupralocais.

• Umarededeensinoedeformação,simultaneamente,adequadaàrealidadeenecessidades locaiseabertaaoexterior,reconhecendonestainteracçãoabasedaqualidadeformativae a estrutura de suporte à criação de parcerias com instituições de IDI, facilitando a transferência de know-how e de tecnologia e possibilitando a inserção em redes de conhecimentonacionaiseinternacionais.

115 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.4 LINHAS DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA

OcumprimentodaVisãoimplicaaexistênciadeumcontextofavorável,incluindoaafirmaçãodeuma cultura integradora de desenvolvimento estratégico, que possa estenderse a todos os sectores da sociedade, em particular às empresas, instituições de ensino e formação, instituições de I&D e à administraçãopública.

A promoção do desenvolvimento local deverá centrarse nas pessoas e em sectores de actividade seleccionados, com especial ênfase naqueles a que, alinhado com os desígnios nacionais, está associado um maior potencial competitivo, sejam eles sectores já perfeitamente implantados ou sectores emergentes, que possam beneficiar, para o seu crescimento, das condições favoráveis existenteslocalmente.Acooperaçãoentreentidadesmunicipaisesupramunicipais,entreempresas, administração e instituições de ensino e IDI é um factor indispensável para que se consolide uma economiadeconhecimentodebaseregional/concelhiaesedinamizeomercadodetrabalho.

Actualmente, a competitividade tem de ser equacionada através de uma perspectiva de mercado global.Comotal,acriaçãoderedesentreempresasassumeespecialrelevâncianodesenvolvimento demassacrítica.Oassociativismoé,aonívellocal,osinalevidentedacapacidadedeorganização institucional em torno de um objectivo comum. Sendo o objecto de estudo um território intermunicipal,éfundamentalfomentaracriaçãode redesentreos concelhosqueo constituem e entreestesearegiãoenvolvente.

Assim, tendo em consideração o enquadramento supramunicipal, quer no domínio das políticas públicas, quer no domínio das redes de criação e transferência de conhecimento, e as realidades locais,épossívelencontrarvectoresestratégicos,emtornodosquaissedeveinvestirparacriare reforçarumadinâmicadedesenvolvimentonoTerritóriodaADDLAP.

AVisãoestratégicaparaoterritóriodaADDLAPpodesersuportadaeafirmadaemtornodetrêslinhas estratégicasquenosparecemserfundamentais:

1. Reinventar a economia da “terra”: a agricultura, agropecuária, fruticultura, vitivinicultura, floresta (mais inovação = mais valor acrescentado = mais riqueza)

2. Garantir uma “ruralidade” moderna, atractiva e competitiva: um “campo” de oportunidades para quem vive e quem visita

3. Promover a educação e a cultura como base de um novo ciclo: um território criativo

116 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.4.1 Reinventar a economia da “terra”: fruticultura, vitivinicultura, agropecuária, floresta (mais inovação = mais valor acrescentado = mais riqueza)

A análise e diagnóstico da realidade local, o enquadramento da rede regional de ensino e IDI e o quadroestratégicodeacçãosupralocal,conduziramàidentificaçãodasseguintessingularidades:

• Existência de um vasto conjunto de produtos endógenos de qualidade, e registo de uma crescenteprocuradestesnomercadonacional;

• Apesar de não ser um sector expressivo em termos de postos de trabalho “oficiais”, a actividadeagrícolatemumaimportânciainquestionávelnadinâmicasocioeconómicalocal.A população mais idosa continua a ter na agricultura a sua principal fonte de rendimento, sendoocultivofeitoemmoldessemelhantesaosdaagriculturabiológica;

• A inexistência de canais de escoamento dos produtos acessíveis ao pequeno produtor, faz comquesejaimpossíveldeterminararealofertaeprocuradasproduçõeslocais,havendo umaeconomiainformalcomfortepresença.

• Aexistênciadeinstituiçõesdeensinoeunidadesdeinvestigaçãoondeéclaraaapostano sector primário. Os cursos superiores na área da engenharia agroalimentar e zootécnica, leccionadosnaEscolaSuperiorAgráriadoInstitutoPolitécnicodeViseuenoInstitutoPiaget, a Estação Agrária de Viseu e os Centros Experimentais de Caprinicultura e Ovinicultura e Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão da responsabilidade da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPCentro) são algumas das estruturas existentes que sustentamaapostanestesector.

Foiassimpossívelidentificarosectorprimárioeossubsectoresdeactividadeseguidamenteilustrados (Figura54)comovitaisedeapostaprioritária.

Reinventaraeconomiada“terra”,éumaapostanaproduçãolocalenosseusprodutosendógenos comoelementosdiferenciadoresediferenciadosdesteterritório.Paraestareinvençãodaeconomia relacionada com o sector primário deverão ser parceiros estratégicos os produtores, as entidades públicas e privadas relacionadas com a produção e escoamento dos produtos e as instituições de ensinoeunidadesdeinvestigaçãoquepossibilitemacriaçãodevaloreainovação.

117 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Outros organismos Quadro legal IDI; (UE, PT) Universidades

IDI IPV: (Agro-indústrias) Escola Superior Agrária de Viseu ADDLAP Produtores DRAP-Centro: Estação Agrária de Viseu; Associações Centro Experimental de de Caprinicultura e Ovinicultura AGENTES desenvolvime nto local e Tecido regional Empresarial

Poder local (5 municípios)

Fruticultura = Maçã

Economia da “terra”

(produtos endógenos Agropecuária de qualidade) Floresta = Vitela Cabrito Aves Vitivinicultura= Dão Lafões

Figura53:Reinventaraeconomiada“terra”,agentesedinâmicasacriar.

Fonte:SPI.

Comoseapresentanafigura54,queilustraestalinhaestratégica,éfundamentalcriarumprocesso de transferência de conhecimento ao longo da cadeia de produção, entre os decisores locais, os produtores, os empresários, as associações de desenvolvimento e a rede de ensino e investigação. Comestatrocadesaberprocuraseencontrarosmecanismosadequadosàpromoçãodainovaçãoe geração de valor acrescentado nas diversas produções, sendo que para tal propõese o desenvolvimentodeumprocessocontínuoassentenosseguintespatamares:

• Estruturaçãodoprocessodeproduçãoedeescoamentodosprodutos; • Criaçãoderedesdeinvestigaçãoedetransferênciadeconhecimento(instituiçõesdeensino, unidadesdeinvestigação,associaçõesdeprodutores,etc.); • Elaboração de estudos de mercado – definição do posicionamento das produções e das necessidadesdeinovação; • Desenvolvimentodeplanosdemarketingedeconstruçãodeimagem; • Criaçãodesistemasdeavaliaçãodospadrõesdequalidadedasproduções; • Monitorizaçãodasnecessidades(procuraeoferta)edefiniçãodeajustesestratégicos.

118 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.4.2 Garantir uma “ruralidade” moderna, atractiva e competitiva: um “campo” de oportunidades para quem vive e quem visita

Na base da afirmação da estratégia de desenvolvimento local surge o território, que deverá estar organizado de forma a facilitar o sucesso das apostas aqui propostas. Quando se fala aqui em território,estecompreendeespaçosresidenciais,serviçoseequipamentos,meionatural,canaisde mobilidadeeacessibilidade,actividadesculturais,desportivaseserviçosdesaúde,ouseja,todosos factoresquedirectaouindirectamenteinfluenciamaescolhadeumespaçoemdetrimentodeoutro, pararesidirouparadesfrutarocasionalmente,pelaqualidadeproporcionada(Figura55).

DodiagnósticoelaboradoparaoterritóriodaADDLAP,importareterasseguintesconclusões:

• Éfundamentalcompletareencerrarociclodeinfraestruturaçãobásicaemtodooterritório daADDLAP,sendoquesóassimsepodegarantirocompromissogeraldapopulaçãoparao desenvolvimento de uma estratégia focada na criação de valor, potenciando os elementos locaisdiferenciadores;

• Operíododeprogramaçãofinanceiraqueagoraterminougarantiuaqualificaçãodosespaços rurais,construindoespaçospúblicoseequipamentosdequalidade,noentanto,asuataxade ocupaçãoestámuitoaquémdodesejável;

• A diversidade de recursos naturais e culturais, passíveis de serem valorizados no campo económicoenaperspectivadolazererecreio,éumavantagemcompetitiva;

• Aproximidadeecomplementaridadeentreo“campo”ea“cidade”earededemobilidade supralocaldeterminamumavariedadedeoportunidadesedenovaslógicaspossíveisparaa atracçãodenovoshabitanteseparaamanutençãodosresidentescomelevadospadrõesde qualidadedevida;

• Apesar de se verificar a existência de vários domínios de oportunidade é necessário estruturar a diversidade para que não haja desperdício de esforços e para que mais facilmenteseassegureaatractividadeeacompetitividadedestaregião.

Deacordocomodisposto,apresentamsenafigura55,deformaesquemática,osdomíniosparaos quais se devem direccionar as apostas de valorização integrada da ruralidade do território da ADDLAP.Tendoemconsideraçãootrabalhonecessárionamanutençãoealcancedospadrõesbásicos dequalidadedevida,asapostasestratégicasparaesteterritóriopassampor:

• RecreioeLazer–tendoemconsideraçãoopatrimónionaturaleconstruídoéessencialasua valorização possibilitando o seu usufruto como espaço colectivo para os residentes e visitantes;

• Turismo Temático – com um carácter mais sazonal, as actividades turistas neste território podemgravitaremtornodetrêstemas–CulturaePaisagem,SaúdeeBemestare,Vinhoe Gastronomia;

119 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

• Qualidade urbana – Passando pela intervenção nos espaços rurais, pela identificação de tipologiashabitacionaisadaptadasaosespaçosondeseinseremequepossamiraoencontro das necessidades de diferentes públicos, pela oferta e diversificação dos serviços para os actuais e futuros residentes (abandonar a tradicional tipologia de moradia, diversificar públicos,atrairporexemplojovensartistasquevalorizemocontactocomanatureza,criar serviçosmóveisdesaúde,cultura,comércio,etc.);

• Empreendedorismo – Diversificando e contrariando a imagem préconcebida dos grandes centros urbanos como palco único de oportunidades, criar uma rede de espaços de experimentação de ideias de negócio vocacionados para sectores estratégicos (agricultura, pecuária,turismo,bemestar,etc.)emtodooterritóriodaADDLAP.

Infra - Sistemas de Saneamento estruturas (drenagem e tratamento), Padrões ambientais abastecimento de água, BÁSICOS de recolhadeRSU,etc . qualidade de vida Infra - Educação (inicial e estruturas contínua), Saúde, Apoio sociais social,acessíveisatodos.

APOSTAS DE VALORIZAÇÃO INTE GRADA: um “campo” de oportunidades

Recreio e Lazer Turismo temático Qualidade urbana Empreendedorismo | | | | • Recursos • Culturale • Espaços • Espaçosde naturais Paisagístico residenciaisem experimentaçãode • Património • SaúdeeBem meiorurale negócios arquitectónico estar urbano • Criaçãode • Artesanato • Vinhoe • Serviçosrurais emprego Gastronomia

Figura54:Domíniosdeapostaparauma“ruralidade”moderna,atractivaecompetitiva.

Fonte:SPI.

120 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.4.3 Promover a educação e a cultura como base de um novo ciclo: um território criativo

“Culture can be used to renew or revitalize municipalities, regions, even a country. It can build community identity and pride, strengthen bonds, improve quality of life on all socioeconomic levels, and engage children and youth in education and their environment. Culture can be the catalyst for positive change, engaging all ages and communities. Diversity can be embraced through culture, building trust and understanding. And culture can act as the economic engine that drives municipalities toward growth and prosperity. Making the case for culture is a series of six papers that detail the “how and why” culture is key to our betterment .”

Making the Case for Culture , http://creativecity.ca/ .

O desenvolvimento de um determinado território depende de um vasto conjunto de factores, nomeadamentedosqueserelacionamcomaexistênciadeestratégiasdeensino(dopréescolarao superior)emquesecultiveovalordoimaterial,doarriscar,doconhecer,eemqueseestimulee premeieacriatividadeeosseusresultadospráticos.Abriraescolaaomeioenvolvente,fomentaro fluxodeinformaçãosobreasnovasnecessidadesdotecidoempresarial,sobreosnovosdesafiosda identidadeedaculturasociallocalesobreasnovastecnologiasdeacessoàinformaçãoefomentara cooperaçãoinstitucional,sãoalgumasdaspremissasparaqueabaseeconómicalocalnãocristalize (Figuraseguinte),masantesparaqueserenoveereinventeatravésdacriação,captaçãoeretenção detalentohumanonoterritóriodaADDLAP.

Nestaterceiralinhaestratégicaassumemsequatroáreasdeactuação(Figura56):

• EDUCAÇÃO – O desafio é assumir a escola, desde o ensino préescolar, como meio privilegiado para incutir o prazer da descoberta, do fazer, da novidade: “ Inovar no pré- escolar é garantir a novidade das actividades, das estratégias, dos espaços, da quebra de rotinas, da antecipação do conhecimento, do questionamento permanente, do fomento da curiosidade, da exploração, da experiência reflectida e crítica, do exercício de solidariedade, da partilha e da tolerância, da liberdade de crescer, do desenvolvimento de valores, do respeito por si mesmo e pelos outros, da criatividade ”. 46 .

• FORMAÇÃO–Apostandonacriaçãodenovostalentosculturais,deagentesdedinamização sociocultural do território da ADDLAP, que possam dar a conhecer a sua identidade além fronteiras.Existemcursosdeformaçãotécnicoprofissionalesuperiornalgumasinstituições deensinoaquiexistentesquedisponibilizamcursosnaáreadaanimaçãocultural,literatura, arquitectura,etc.);

• IDENTIDADE E VALORES CULTURAIS – Finalizado o ciclo de construção de espaços, importa agora criar uma agenda cultural baseada, essencialmente, no cruzamento das novas vagas

46 Moreira,A.“Terrabatida,juncoselousa;linóleo,cloroePDAs:atitudeseinovação”emInovar.tenº1Out/Nov06. 121 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

culturais com os valores identitários desta região. Colocar a inovação na agenda pode ser umaapostaarriscada,masbemsucedida;

• IDI–perceberassuasorigens,conheceroseupassadocomobasedoprocessocriativo,éum pontofulcralparaaapostanacriatividadecomo“sectoreconómico”dofuturo.

Validandoestalinhaestratégicapodesereferirque,segundorevelaoestudo“AEconomiaCultural naEuropa”( http://ec.europa.eu/culture/eac/index_en.html ),osectorculturalecriativocontribuiu para2,6%doProdutoInternoBrutodaUniãoEuropeiaem2003,maisdoqueossectoresimobiliárioe deprodutosalimentaresebebidas.

Território que aposta na IDI ASSOCIADA À CULTURA E À IDENTIDADE LOCAL:

Arquitectura,ArtesVisuais, Multimédia,Línguase Território que aposta na Literatura,etc. EDUCAÇÃO (desde o pré escolar)

paraacriatividade,inovação, Território que aposta na sua competitividade, IDENTIDADE E VALORES TERRITÓRIO empreendedorismo, CULTURAIS : dinamizarasinfra sustentabilidade,partilhasocial

estruturasconstruídas, CRIATIVO estabelecerumaagendacultural apelativaefortementevincada

Território que aposta na FORMAÇÃO DE NOVOS AGENTES CULTURAIS (artesãos,escritores, companhias/actoresdeteatro, escultores,pintoresrecursoslocais (landartists),...)

Figura55:CiclodesuporteaoTerritórioCriativo.

Fonte:SPI.

122 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

5.4.4 Síntese

AVisãoeaslinhasdeorientaçãoestratégicaestabelecemseemestreitacorrelaçãocomaspolíticas nacionaiseregionaispréestabelecidas,assegurandooalinhamentocomasmetasdedesenvolvimento definidas à escala supralocal e, para as quais devem contribuir. Nas tabelas 41, 42 e 43 é apresentada a matriz de correlação das linhas propostas com as linhas e objectivos de diferentes instrumentosdepolíticadedesenvolvimento.

AconcretizaçãodaVisãoedaslinhasdeorientaçãoestratégicaapontadasdependedamobilizaçãode recursosemtrêsdomíniosdeacção:pessoas,sectoresestratégicoseinfraestruturas,sendoevidente que o sucesso do Plano de Desenvolvimento depende da capacidade de os organizar em torno de objectivos e projectos mobilizadores, conducentes a resultados convenientemente monitorizados, alimentadoresdeciclosdemelhoria.

Gestão de Meios Gestão de Resultados

PESSOAS RESULTADOS SECTORES ESTRATÉGICOS INTEGRADOS

INFRA -ESTRUTURAS

Melhoria Acompanhamento Figura56:Modelounificadordaestratégia.

Fonte:SPI.

Nos pontos seguintes do presente relatório, tendo por base a Visão e as linhas de orientação estratégicapropostas,sãoidentificadasasmétricasaplicáveisàmonitorizaçãodosucessodoPlanode Desenvolvimento, da carteira de projectos e sua implementação e do sistema de gestão e acompanhamento que é proposto. Os três domínios de acção identificados – pessoas, sectores estratégicos e infraestruturas, estarão sempre presentes na organização da correspondente informação,emconformidadecomomodelounificadoracimaretratado.

123 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Tabela41:MatrizdeCorrelaçãoentreasLinhasdeOrientaçãoEstratégicaeoPDReoPENT.

PDR PENT Dinamização Intervenção Promoçãodo Gestão económica Desenvolvimento Eficáciado Produtos, emZTIs Marcas, Programa Excelência conhecimentoe Promoçãoda sustentável daszonas deConteúdos Acessibilidade Conhecimento relacionamento Modernização Destinose (Urbanismo, Eventos Promoçãoe de noCapital desenvolvimento competitividade doespaço ruraise distintivose Aérea eInovação Estado Empresarial Pólos Ambientee distribuição Qualidade Humano decompetências rural abordagem inovadores Empresa Paisagem) LEADER Reinventara economiada “terra”: agropecuária, CRIATIVO, fruticultura, Medidas Linha Medidas Medida Medida vitivinicultura, 1.1|1.2.|1.5 4.2|4.3|4.1 2.2|2.1 3.1|3.2 1 floresta:mais |1.4 inovação=mais valor acrescentado= maisriqueza Garantiruma “ruralidade” moderna, Âmbitode atractivae Âmbitode Âmbitode intervenção Âmbitode Âmbitode âmbitode Linha Medida Medida Âmbitode competitiva:um intervenção intervenção 7.1|7.3| intervenção intervenção intervenção 2.4|2.5 3.1|3.2 intervenção3.1 2 “campo”de 1.1 6.3 7.4|7.5| 8.5 9.3 10.2 oportunidades 7.6 paraquemvivee quemvisita Promovera

ONDEORURALEOURBANOSECOMPLEMENTAM educaçãoea Âmbitode Âmbitode Medida Âmbitode Âmbitode Âmbitode Linha culturacomo intervenção intervenção 3.1|3.2| intervenção3.1| intervenção intervenção basedeumnovo 4.2|4.3| 8.2|8.3| 3 3.3 3.3 9.3|9.4 11.1|11.2 ciclo:umterritório 4.4 8.4|8.5 TERRITÓRIODAADDLAP:UMINTERFACEVIVO,INOVADORE criativo

Fonte.SPI.

124 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Tabela42:MatrizdeCorrelaçãoentreasLinhasEstratégicasoQRENeoPOCENTRO.

QREN POCENTRO

Competitividade, Desenvolvimentodas Consolidaçãoe Protecçãoe Governaçãoe Valorizaçãodo PotencialHumano FactoresdeCompetitividade Inovaçãoe CidadesedosSistemas QualificaçãodosEspaços Valorização Capacitação Território Conhecimento Urbanos SubRegionais Ambiental Institucional Reinventaraeconomiada “terra”:agropecuária, Linha fruticultura,vitivinicultura, Áreadeintervenção Áreade 1.1|1.2|1.3|1.4| intervenção 1 floresta:maisinovação=mais 1.7 4.5 valoracrescentado=mais

riqueza Garantiruma“ruralidade” moderna,atractivae Áreade Linha Áreadeintervenção Áreadeintervenção Áreadeintervenção competitiva:um“campo”de intervenção 2 1.1|1.2|1.4|1.6 2.1|2.2|2.3 3.1|3.2 oportunidadesparaquemvivee 4.3|4.5 COMPLEMENTAM quemvisita Promoveraeducaçãoea Áreade Linha Áreadeintervenção

ECRIATIVO,ONDEORURALEOURBANOSE culturacomobasedeumnovo intervenção 3 1.5 ciclo:umterritóriocriativo 4.6 TERRITÓRIODAADDLAP:UMINTERFACEVIVO,INOVADOR

Fonte.SPI.

125 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Tabela43:MatrizdeCorrelaçãoentreasLinhasEstratégicasdeOrientaçãoeoPNPOTeoENDS.

PNPOT ENDS Conservare Expandiras Assegurara Reforçara valorizara redeseinfra equidadeterritorial qualidadeea biodiversidade,os estruturas Reforçara Promovero noprovimentode eficiênciada recursoseo avançadasde Melhor UmPapel competitividade desenvolvimento infraestruturase gestão Crescimento Melhor patrimónionatural, informaçãoe MaisEquidade, Conectividade Activode Uma territorialde policêntricodos deequipamentos territorial, Preparar sustentado, Ambientee paisagísticoe comunicaçãoe Igualdadede Internacionaldo Portugalna Administração Portugaleasua territóriosereforçar colectivosea promovendoa Portugalparaa competitividade Valorização cultural,utilizarde incentivarasua Oportunidades Paíse Construção Públicamais integraçãonos asinfraestruturas universalidadeno participação “Sociedadedo àescalaglobale do modosustentável crescente eCoesão Valorização Europeiaena Eficientee espaçosibérico, desuporteà acessoaos informada, Conhecimento” eficiência Património osrecursos utilizaçãopelos Social Equilibradado Cooperação Modernizada europeu,atlântico integraçãoeà serviçosde activae energética Natural energéticose cidadãos, Território Internacional eglobal coesãoterritoriais interessegeral, responsáveldos geológicos,e empresase promovendoa cidadãosedas prevenire administração coesãosocial instituições minimizarosriscos pública Reinventara economiada “terra”: agropecuária, Obj.Específico Prioridade Linha fruticultura, Obj.Específico Obj.Específico Obj.Específico Prioridade Prioridade Prioridade Prioridade 1.1|1.2|1.3| 3.4|3.5| vitivinicultura, 2.4|2.5 5.1|5.2 6.2 1.2 2.1|2.2|2.4 4.3 6.3 1 1.10 3.8 floresta:mais inovação=mais valoracrescentado =maisriqueza Garantiruma “ruralidade” moderna,atractiva Obj.Específico Obj.Específico Obj.Específico Prio ridade Linha ecompetitiva:um Obj.Específico Obj.Específico Obj.Específico Prioridade Prioridade Prioridade Prioridade 2.3|2.4|2.5 3.1|3.2|3.3| 4.2|4.3|4.4| 5.2|5.4| “campo”de 1.2|1.31.10 5.1|5.2 6.1|6.2 1.2 2.1|2.2|2.4 3.5 4.3 2 |2.6 3.4 4.5|4.7|4.8 5.3 oportunidadespara quemviveequem visita Promovera educaçãoea Prioridade Prioridade Linha culturacomobase Obj.Específico Obj.Específico Obj.Específico Prioridade Prioridade 1.5|1.1| 3 deumnovociclo: 4.1|4.6 5.1|5.2 6.4|6.3 4.4 7.6

TERRITÓRIODAADDLAP:UMINTERFACEVIVO,INOVADORE 1.3 CRIATIVO,ONDEORURALEOURBANOSECOMPLEMENTAM umterritório 2.3 criativo

Fonte.SPI.

126 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

6. MONITORIZAÇÃO DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO

De acordo com o conhecimento das dinâmicas e da estratégia de desenvolvimento local que se pretende concretizar no Território da ADDLAP, adiantase aqui uma bateria de indicadores de sucesso, destinada a permitir estabelecer objectivos e monitorizar o sucesso de implementação da referida estratégia. Assim, com base no diagnóstico do desenvolvimento concelhio, bem como nos indicadores de Inovação, Competitividade e Empreendedorismo utilizados a nível internacional (Estratégia de Lisboa, Scorecard de Inovação da União Europeia, Global Entrepreneurship Monitor (GEM), etc.), e em alinhamento com a estratégia definida, sugerese a construção do seguinte barómetrodemonitorizaçãodosucessododesenvolvimentolocalnoTerritóriodaADDLAP:

Tabela44:BateriadeindicadoresdesucessoparamonitorizaçãodoPlanodeDesenvolvimento. N.º INDICADOR FONTE PERIODICIDADE VALORREFERÊNCIAACTUAL (entidadesresponsáveis) PESSOAS 2001: SemníveldeEnsino 21933

CâmarasMunicipais; EnsinoBásico 84756 1 Níveldeinstruçãodapopulação Anual AgrupamentosdeEscolas EnsinoSecundário 18665 EnsinoMédio 857 EnsinoSuperior 15014 Abandono escolar (no 3º ciclo e na passagem do 3º 2 AgrupamentosdeEscolas Anual cicloparaosecundário)

Número de pessoas com formação complementar EscolaseEntidades 3 Anual (formaçãoaolongodavidanogrupoetário2564anos) Formadoras Número de iniciativas relacionadas com educação e ADDLAP; 4 Anual formaçãoparaosvaloresestratégicos CâmarasMunicipais SECTORESESTRATÉGICOS Númerodesociedadescomerciaiscriadasemsectores ADDLAP; 5 estratégicos (produtos endógenos, turismo, agro Semestral CâmarasMunicipais alimentar,cultura)

Número de postos de trabalho criados nos sectores ADDLAP; 6 Semestral estratégicos CâmarasMunicipais Quantidade de produtos endógenos (agropecuária – ADDLAP; 7 aves, vitela, cabrito; fruticultura; horticultura; Anual MADRPDRAPC vitivinicultura,floresta) Número de entidades e de produtos endógenos 8 MADRPDRAPC Anual certificados ADDLAP; Volumedevendasdosprodutosendógenos(agricultura MADRP–DRAPC; 9 Anual epecuária) Associaçõesde Produtores ADDLAP; Número de iniciativas/eventos nas áreas da cultura, 10 CâmarasMunicipaise Anual desportoouturismo Associaçõesculturais Número de parcerias entre empresas, ADDLAP; 11 universidades/centros de investigação/outras entidades Anual CâmarasMunicipais doSCTN INFRA ESTRUTURA Populaçãoservidapor sistemasde 88,9% abastecimentodeágua Taxa de cobertura de sistemas de abastecimento, INE; Populaçãoservidapor 12 drenagemetratamentodeáguasequalidadedaságuas INAG; Anual sistemasdedrenagem 72% doscursosfluviais CCDRC deáguasresiduais Populaçãoservidapor estaçõesdetratamento 63% deáguasresiduais

127 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

(ETAR) Númerodeserviçoscriadosparaapopulaçãoemmeio 13 ADDLAP Anual rural

NúmerodeinstituiçõesdeIDIedeserviçoseespaços 14 de apoio à actividade empresarial nos domínios ADDLAP estratégicos ADDLAP; 15 Númeroderecuperaçõesdeconstruçõesemmeiorural Anual CâmarasMunicipais RESULTADOSINTEGRADOS ADDLAP; 16 Populaçãoresidente Anual 141225(2001) CâmarasMunicipais ADDLAP; 17 Númerodeiniciativassupramunicipais Anual CâmarasMunicipais Número de candidaturas elaboradas e aprovadas a 18 CCDRC,MEI,ADDLAP Anual programasdefinanciamentocomunitários 19 Númerodedesempregados IEFP Semestral 6981(Desemprego2006)

20 Indicadordopoderdecompra INE Anual 77,7(2004) Despesas Municipais com a protecção da 21 INE Anual 4074€/1000hab.(2004) biodiversidadeedapaisagem ADDLAP; 22 Índicedesatisfaçãodoscidadãos Anual CâmarasMunicipais RTDL; ADDLAP; 23 Índicedesatisfaçãodosturistas Semestral CâmarasMunicipais RTDL; ADDLAP; 24 Númerodeturistaseestadiamédia Anual CâmarasMunicipais

Fonte:SPI.

Definidaabateriadeindicadores,éidentificadaumamatrizdeimpactosqueserelacionamcomas linhasdeorientaçãoestratégicaspropostasparao Plano deDesenvolvimento,ilustrandooimpacto queaevoluçãotemporaldecadaindicadorvaireflectirsobreosucessodaimplementaçãodaslinhas deorientaçãoestratégica.Comestamatrizdeimpactoséaindapossívelaferirquaisosindicadores mais influentes, associados à monitorização da implementação de cada uma das três linhas de orientaçãoestratégica.

Tabela45:Matrizdeimpactosdosindicadoresdesucessosobreaslinhasdeorientaçãoestratégica. Indicador 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 Linhas estratégicas I                     II                         III                     Elevado Médio

Fonte:SPI.

128 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Gestão de Meios Gestão de Resultados

PESSOAS 1,2,3,4 RESULTADOS INTEGRADOS SECTORES ESTRATÉGICOS INTEGRADOS 5,6,7,8,9,10,11 16,17,18,19,20 21,22,23,24

INFRA -ESTRUTURAS 12,13,14,15

Melhoria Acompanhamento

Figura57:Enquadramentodosindicadoresdesucessonomodelounificadordaestratégia.

Fonte:SPI.

129 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

7. CONCRETIZAÇÃO DA ESTRATÉGIA – PROJECTOS MOBILIZADORES

7.1 CARTEIRA DE PROJECTOS

Aconcretizaçãodaestratégiadedesenvolvimentoseráefectuadademodotransversalàstrêslinhas estratégicas,devendoserdadaprioridadeainiciativasquesetraduzamem inputs positivosnomaior número de sectores e recursos estratégicos. Os projectos mobilizadores no domínio dos sectores estratégicos sãoparticularmenterelevantesaeste nível,aoterpor objectivodotaro territóriode capacidade de produção de conhecimento e de capacidade tecnológica orientada para as necessidadesdabaseeconómicalocal.

TERRITÓRIO DA ADDLAP: UM INTERFACE VIVO, INOVADOR E CRIATIVO ONDE O RURAL E O URBANO SE COMPLEMENTAM

I. II. III. Reinventar a economia da Garantir uma “ruralidade” Promover a educação e a cultura “terra”: a agricultura, moderna, atractiva e como base de um novo ciclo: um agropecuária, fruticultura, competitiva: um “campo” de território criativo vitivinicultura, floresta: mais oportunidades para quem vive inovação = mais valor e quem visita acrescentado = mais riqueza

P1 P7 P16 Centro “da terra” BASE PEPE P8 RUMO P2 P1 7 Mercado Bio P9 Pé nas Artes FOR.ICE P3 P10 P18 MSM DeGostar PEACE P11 P4 CERNE P19 Agendas @gro.Bel P12 TNT P5 P13 P20 Agrolândia TuCul (too cool) CRIArte P14 P6 GREENWAYS P21 AgroLogis N_CEI P1 5 3IN (Integrar, incluir, intervir)

P22 BDL

Figura58:ProjectosMobilizadores.

130 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Gestão de Meios Gestão de Resultados

PESSOAS P15,P16, P17, P20 RESULTADOS INTEGRADOS SECTORES ESTRATÉGICOS P1, P3, P14, P18, P2, P5, P9, P12, P13 P19, P21, P22

INFRA -ESTRUTURAS P4, P6, P7, P8, P10, P11

Melhoria Acompanhamento

Figura59:Opapeldosprojectosmobilizadoresnomodelounificadordaestratégia.

Fonte:SPI.

Nacarteiradeprojectosmobilizadorespropostaéimportantedestacaraexistênciadeduastipologias deprojectos(Tabela46),consoanteopapeldaADDLAPnasuaimplementação:

Tipo1. ProjectosemqueaADDLAP temumpapeldeconcepçãoe gestão, justificado pelas potencialidades diagnosticadas a nível local, mas cujo sucesso depende da sua implementaçãoaumaescalaqueéessencialmenteintermunicipal.

Tipo2. Projectos em que a ADDLAP tem um papel essencialmente de coordenação e/ou agregação de esforços dos diferentes agentes, assegurando a complementaridade intermunicipaldosprojectosindividuais,essencialmenteconcelhios.

Tabela46:TipologiadeprojectosdeacordocomopapeldaADDLAPnasuaimplementação.

Tipologia P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 Tipo 1. Tipo 2.

Fonte:SPI.

Para além da importância de relacionar os projectos mobilizadores com as linhas de orientação estratégica (Figura 59), importa relacionar estes projectos com os indicadores de sucesso, pois é fundamentalparaamonitorizaçãodaimplementaçãodaestratégiadedesenvolvimentoidentificaras trajectórias de evolução nos indicadores de sucesso decorrentes da concretização dos projectos mobilizadores.

131 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

Tabela47.Matrizdeimpactosdosprojectosmobilizadoressobreosindicadoresdesucesso. Projectos P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 P19 P20 P21 P22 Indicadores 1                      2             3                    4                 5                 6               7          8         9            10              11                 12        13                  14         15           16                       17                       18                      19                  20                       21       22                       23             24         Elevado Médio

Fonte:SPI.

Emseguida,descrevemseosProjectosMobilizadorespropostos,elencando,paracadaumdeles,os objectivos,umadescriçãosucinta,asactividadesadesenvolver,asentidadesaenvolver,aduração, aestimativaorçamentaleasmétricasdosucessodeimplementação.

Aestimativaorçamentalapresentadaéindicativaefoiefectuadadeacordocomintervalosdevalores quepermitemclassificarosprojectosdaseguinteforma:

Tabela 48. Classificação dos projectos de acordo com a sua estimativa orçamental.

Tipo Intervalo orçamental

A > 200 000 € e < 1 000 000€ B >100 000 € e < 200 000 € C <100 000 € Fonte:SPI.

Os projectos propostos englobam acções integradas, que pretendem intervir em vários domínios, criandoumciclosustentadodevalornossectoresestratégicos.

Natabelaseguinteé apresentadooimpactoeacomplexidadedaimplementaçãodos projectos.O impacto, dividido por escalas temporais, está directamente relacionado com a existência de projectos já a ser desenvolvidos e que directa ou indirectamente podem contribuir para que as transformaçõessepossamsentiracurtoprazo.Aimplementabilidadesubdivideseeminvestimentoe

132 TerritóriodeDão,LafõeseAltoPaiva–PerspectivasdeDesenvolvimento

complexidade, dependendo das estimativas orçamentais e, por exemplo, dos agentes que é necessárioenvolvernoprocesso.

Tabela49.ImpactoeComplexidadedaimplementaçãodosprojectos.

>Impacto >Implementali bi dade CurtoPrazo LongoPrazo Investimento Complexidade + + + + P1 Centro daTerra P2 Merca doBio P3 DeGostar P4 @gro.bel P5 Agrolândia P6 AgroLogis P7 BASE P8 RUMO P9 FOR.ICE P10 MSM P11 CERNE P12 TNT P13 TuCul(toocool) P14 GREENWAYS P15 3IN(Integrar,Incluir,Intervir) P15 PEPE P16 PénasArtes P17 PEACE P18 Agenda P19 CRIArTE P20 N_CEI P21 BDL Fonte.SPI.

Segueseentãoumalistagemdainformaçãoacimareferida.

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