Território de Dão, Lafões e Alto Paiva Perspectivas de Desenvolvimento PR -00029 Julho de 2007 Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento SUMÁRIO EXECUTIVO No actual contexto Europeu, num ambiente e mercados sem fronteiras, a criação e implementação de estratégias baseadas na inovação é, seguramente, o caminho que permite gerar riqueza e desenvolvimento. A responsabilidade da implementação destas estratégias tem vindo a deslocar-se gradualmente do nível nacional para o regional e local, em consequência do reconhecimento da necessidade de adaptação das directivas nacionais às realidades e singularidades de cada território. O território da Associação de Desenvolvimento do Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) abrange os municípios de Viseu, Vila Nova de Paiva, Vouzela, São Pedro do Sul e Oliveira de Frades. Com uma localização estratégica favorável, devido à proximidade aos eixos de mobilidade nacional, o território da ADDLAP tem vindo a registar um progressivo crescimento populacional. Acompanhando o crescimento populacional, assinala-se o aumento do nível de ensino da população e o aumento dos postos de trabalho no sector terciário e secundário. Esta dinâmica positiva contraria o panorama demográfico sub-regional e confere ao território da ADDLAP uma estrutura socioeconómica forte e competitiva. Consciente deste cenário sociodemográfico favorável, e das assimetrias ainda existentes no seu território, a ADDLAP tem vindo a posicionar-se para os novos desafios, apostando em áreas essenciais para o desenvolvimento futuro, como são a educação, a preservação e valorização ambiental, o apoio social e a qualidade de vida. Reconhecida a importância de definir uma estratégia local sustentada, criando vantagens competitivas com base nos factores diferenciadores do seu território e em parcerias estratégicas, e explorando eficazmente as oportunidades existentes, a ADDLAP tomou a iniciativa de elaborar o Estudo estratégico “Território de Dão, Lafões e Alto Paiva – Perspectivas de Desenvolvimento” (adiante denominado como Plano de Desenvolvimento), tendo para essa finalidade contratado os serviços da Sociedade Portuguesa de Inovação, S.A. (SPI), que muito se orgulha de contribuir para esta nova fase de desenvolvimento do Território, em alinhamento com a Estratégia de Lisboa. O objectivo geral da elaboração do Plano de Desenvolvimento consiste, através de um processo partilhado, mobilizador e inspirado nas melhores práticas disponíveis (nacionais e internacionais), na identificação e envolvimento dos agentes locais na concepção de apostas estratégicas, indicadores de sucesso e carteiras de projectos estruturantes a desenvolver ao nível do território em análise. A elaboração deste Plano de Desenvolvimento implicou o desenvolvimento de quatro fases: FASE 1 – Diagnóstico FASE 2 – Definição de Posicionamento / Indicadores de Sucesso FASE 3 – Definição de Objectivos / Acções FASE 4 – Apresentação e Validação do Plano de Desenvolvimento A metodologia definida implicou um trabalho minucioso de recolha de dados, através da realização de workshops, entrevistas, “mergulho no território”, reuniões de trabalho, estudos de caso dos i Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento Concelhos, pesquisa bibliográfica e estatística e análise de boas práticas a nível nacional e internacional. O envolvimento da parte da SPI e das forças vivas locais na realização do presente projecto pode ser resumido através de um conjunto de indicadores de execução, resumido e ilustrado na Tabela I. Tabela I. Indicadores de execução do projecto . INDICADORES DE PROJECTO Nº Total Tipo de Evento • Workshop (4) • Entrevistas Eventos 8 • Estudos de caso • Mergulho no território (2) • Questionários (100) • Workshop (3) • Entrevistas Agentes Locais > 100 • Estudos de caso • Mergulho no território (2) Fontes de Informação Consultadas > 50 - Sites Consultados > 100 - Fonte: SPI. No âmbito deste estudo, foram também analisadas boas práticas internacionais em estratégias e projectos locais e regionais de diversos territórios. Estas estratégias e projectos foram seleccionados de acordo com critérios especificamente relacionados, entre outros, com a estrutura económica e sociodemográfica, as características territoriais e económicas e os níveis de inovação e competitividade, para que a sua análise permitisse a identificação de contributos relevantes para o Plano de Desenvolvimento do território da ADDLAP. Assim sendo, foram seleccionadas, entre outras, estratégias de desenvolvimento em Paducah em Kentuchy (EUA), Município/Região de Kardinska (Grécia) e na Região de Wallonia (Bélgica). Tendo por base o conhecimento da realidade local e dos contextos nacional e internacional, foi realizada uma análise SWOT, identificando pontos fortes, áreas de melhoria, oportunidades e ameaças. Desta análise resulta a consciência de que o território da ADDLAP deverá distinguir-se pela complementaridade entre o meio urbano e rural, potenciando as sinergias positivas. Este desígnio pretende dar continuidade à cultura organizacional, estratégia e orientação do rumo de desenvolvimento deste território, que tem vindo a ser protagonizado pela ADDLAP. A implementação e sucesso da estratégia delineada depende do trabalho concertado entre instituições de ensino e I&D, tecido empresarial, administração pública e sociedade civil, com uma aposta clara nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) enquanto ferramenta de difusão e gestão do conhecimento. A estratégia que se propõe para o território da ADDLAP assume a seguinte Visão: “Território da ADDLAP: um interface vivo, inovador e criativo onde o rural e o urbano se complementam” ii Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento Esta Visão assume as complementaridades locais como vantagem competitiva para o futuro desenvolvimento intermunicipal. Pretende-se portanto enfatizar as mais-valias associadas aos contextos socioeconómicos dos cinco Concelhos, tirando partido destas para gerar e potenciar factores diferenciadores e dinamizar a base económica, aproximando-os dentro de lógicas de verdadeira parceria. A Visão estratégica do território da ADDLAP desdobra-se depois e suporta-se em três linhas de orientação estratégica: I. Reinventar a economia da “terra”: a agricultura, agropecuária, fruticultura, vitivinicultura, floresta: mais inovação = mais valor acrescentado = mais riqueza, considerando o potencial do sector primário e dos seus factores diferenciadores como âncoras da sua reinvenção económica; II. Garantir uma “ruralidade” moderna, atractiva e competitiva: um “campo” de oportunidades para quem vive e quem visita, promovendo um espaço de qualidade, capaz de atrair e de reter o seu capital humano; III. Promover a educação e a cultura como base de um novo ciclo: um território criativo, garantindo a regeneração sociocultural e territorial. A concretização da Visão e linhas de orientação estratégica apontadas depende da mobilização de recursos em três domínios de acção: pessoas, sectores estratégicos e infra-estruturas, sendo evidente que o sucesso do Plano de Desenvolvimento depende da capacidade de os organizar em torno de objectivos e projectos mobilizadores, conducentes a resultados convenientemente monitorizados, alimentadores de ciclos de melhoria (Figura I). Gestão de Meios Gestão de Resultados PESSOAS RESULTADOS SECTORES ESTRATÉGICOS INTEGRADOS INFRA-ESTRUTURAS Melhoria Acompanhamento Figura I. Modelo unificador da estratégia. Fonte: SPI. iii Território de Dão, Lafões e Alto Paiva - Perspectivas de Desenvolvimento A concretização da estratégia de Desenvolvimento será efectuada de modo transversal às três linhas estratégicas, através da implementação de um conjunto de projectos mobilizadores. Esta carteira de projectos tenta dar resposta à necessidade de criação de condições para fomentar o desenvolvimento integrado deste território, tendo sido utilizados, como fonte de inspiração, alguns exemplos de boas práticas, nacionais e internacionais, devidamente documentados. A apresentação dos projectos mobilizadores é organizada em conformidade com as linhas de orientação estratégica e com os três domínios de acção identificados – pessoas, sectores estratégicos e infra-estruturas, tendo sido definidas matrizes de impactos dos projectos sobre as linhas de orientação estratégica e dos projectos sobre os indicadores de sucesso. Uma listagem da carteira de projectos mobilizadores propostos é resumida na Tabela II. Tabela II. Carteira de Projectos Mobilizadores. N.º Designação do Projecto Acrónimo Linha Estratégica P1 Pólo de Competitividade e Tecnologia Agrorural Centro da Terra I P2 Marketing e Escoamento de Produtos Endógenos Mercado Bio I P3 Atelier de Experimentação dos Produtos da Terra DeGostar I P4 Portal de apoio à dinamização da Base Económica Local @gro.bel I P5 Parque RurUrbano “Agricultor por um dia” Agrolândia I P6 Agro-Plataforma Logística Regional AgroLogis I P7 Rede de Infra-estruturas Básicas de Suporte à Qualidade de Vida BASE II P8 Rede Rural e Urbana de Mobilidade – vias e transportes RUMO II Programa de Formação e Qualificação para a Inovação, II P9 FOR.ICE Competitividade e Empreendedorismo P10 Projecto Multi-Serviços Móveis MSM II P11 Centro de Experimentação e Reconversão de Negócios CERNE II P12 Programa de Turismo Bem-Estar (natureza e termalismo) TNT II Programa de Turismo Cultural (gastronomia/vinho, património e II P13 TuCul (too cool) artesanato) P14 Programa de interpretação, valorização e gestão ambiental GREENWAYS II Programa de Intervenção para
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