De André Gonçalves E Os Programas De Pintura Do Barroco Quinto – Joanino
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O ‘LABORATÓRIO’ DE ANDRÉ GONÇALVES E OS PROGRAMAS DE PINTURA DO BARROCO QUINTO – JOANINO VOLUME I – TEXTOS Susana Patrícia Correia Isidro Dissertação de Mestrado em Arte, Património e Restauro 2014 1 UNIVERSIDADE DE LISBOA UNIVERSIDADE DE LISBOA 2 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA O ‘LABORATÓRIO’ DE ANDRÉ GONÇALVES E OS PROGRAMAS DE PINTURA DO BARROCO QUINTO – JOANINO VOLUME I – TEXTOS Susana Patrícia Correia Isidro Dissertação de Mestrado em Arte, Património e Restauro Orientação: Professor Doutor Vítor Serrão, Dr.º Miguel Cabral de Moncada Lisboa, Outubro de 2014 3 4 “ Gonçalves era extraordinariamente dotado, desenhava com facilidade e correcção e dava por vezes aos seus melhores quadros um colorido não isento de gosto nem de sentido decorativo.” Reynaldo dos Santos in História da Arte em Portugal, Vol. III, Portucalense Editora, S.A.R.L, Porto, 1953, p.147 5 PLANO VOLUME 1 Agradecimentos 8 Resumo – Abstracto 9 Siglas e Abreviaturas 11 Introdução 12 Objectivos de estudo 15 Metodologia 18 Estado da arte 22 I PARTE Cap.1 – A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição do Seixal 38 1.1 Memória Histórica – Corpus artístico 38 1.2 Papel da Igreja na salvaguarda da arte sacra 48 Cap.2 – O Portugal Tridentino (1540-1700) – O culto e a função da imagem em prol da pregação 56 2.1 Actos de devoção: Palavras que pintam, pinturas que falam 56 2.2 Salvaguarda das imagens sagradas: formas de controlo 64 Cap.3 – O Patronato Régio de D. Joanni V – O elogio pela internacionalização do ensino das artes 70 3.1 Situação política e histórica do Reinado do Magnífico 70 3.2 Lisboa privilegiada como “modelo” de paradigma romano 82 3.3 A recepção de novas ideologias artísticas: Ut Theologia Rhetórica 87 3.3.1 A unidade programática da Pintura e a Retórica setecentista em Portugal 87 3.3.2 O Palácio de Mafra – Um itinerário imagético da Retórica internacional Real 96 6 II PARTE Cap.4 – André Gonçalves (1685-1762) – O percurso para o domínio da Pintura 100 4.1 Biografia do mestre Ingenuo pintor Ulyssiponense 100 4.2 Conceito de “laboratório” na produção artística: a arte de copiar, a gravura, o valor da cor e os epígonos 126 4.3 Inventário cronológico do corpus artístico 150 4.4 A Carta Apologética de José Gomes da Cruz: a utopia artística e o estatuto social da Pintura 161 Cap.5 – As pinturas da Matriz do Seixal: Anunciação, Visitação São João Evangelista em Patmos e Sacrifício de Manoá 168 5.1 Fortuna História 168 5.2 Fortuna Crítica: enquadramento iconográfico e iconológico 174 a) Anunciação 174 b)Visitação 177 c)Sacrifico de Manoà 179 d) São João Evangelista em Patmos 182 5.3 Peritagem e atribuição do “laboratório” de André Gonçalves 184 a) Visitação 187 b) Anunciação 190 c)Sacrifício de Manoà 191 d) São João Evangelista em Patmos 193 5.4 Fortuna crítica 194 a) Anunciação 197 b)Visitação 201 c)Sacrifício de Manoà 203 d) São João Evangelista em Patmos 205 Considerações finais: André Gonçalves, um verdadeiro “laboratório” da arte imagética 207 Fontes bibliográficas 214 VOLUME II Anexos de documentos Anexo de imagens 7 Agradecimentos Foram numerosas as pessoas que contribuíram, de formas distintas, para a concretização deste trabalho fosse possível. Como tal gostaria de agradecer a todos os que na realidade a possibilitaram através da sua partilha de saberes: Em primeiro lugar, agradeço e manifesto um enorme reconhecimento para com os meus professores orientadores Professor Doutor Vítor Serrão e Professor Dr.º Miguel Cabral de Moncada que com toda a disponibilidade, empenho e permanente atenção, sempre orientaram a minha actividade docente nesta Faculdade, através de estímulos e aconselhamentos, com oportunas correcções e sugestões. Ambos os docentes constituíram, para mim, um incentivo para o meu desempenho e uma referência que guardo com a mais elevada estima. Também não posso deixar de manifestar a minha alta gratidão ao Padre Marco Luís, da Igreja da Nossa Senhora da Conceição no Seixal, que, com toda a sua simpatia e amabilidade, recebeu este trabalho, bem como com a sua generosa permissão para estudar o arquivo da sua igreja, para fins académicos, e à Drª Cristina Silva, por toda a sua ajuda em relação ao estudo do arquivo paroquial do Seixal. Destaco, também, as conversas e as sugestões bastante úteis do Doutor Nuno Saldanha, que me permitiram amadurecer e melhor argumentar os conceitos sobre a influência cultural de ideias e das mentalidades setecentistas, portuguesas e estrangeiras e sobre a construção imagética e simbólica presente na obra de André Gonçalves. Também, gostaria de agradecer ao investigador Rui Manuel Mesquita Mendes por todas as conversas que tivemos, desde que iniciei esta investigação e por toda a sua ajuda em relação a documentos relacionados com a história do Seixal. Por último, deixo o meu reconhecimento a todos os funcionários de bibliotecas e arquivos, com quem tive a oportunidade de cruzar opiniões, pois que, pela sua atitude ouvinte me ajudaram a formular e a reformular muitas das ideias que fui trabalhando. Assim como é o exemplo da Drª Celina Gomes (MNAA) e Dr.ª Gabriela Cordeiro (PNM). Uma palavra especial vai também para os familiares, com especial carinho aos meus pais, e amigos que me acompanharam ao longo de todo este percurso, dando-me sempre força para atingir o seguinte patamar. A todos, o meu obrigado. 8 Resumo A presente tese sob o título O ‘Laboratório’ de André Gonçalves e os programas do Barroco quinto-joanino, visa suprir o ainda insuficiente reconhecimento da historiografia da arte nacional a sujeito da produção artística de um dos mais importantes pintores do Barroco português, André Gonçalves (1685-1762), criador de uma vasta escola com discípulos e epígonos. Com pretensão de se apresentar as quatro telas atribuídas à fase madura da sua carreira (c.1730-1740), que se encontravam na penúria do conhecimento dos historiadores de arte e da comunidade científica em geral. Estuda-se o conceito de “Laboratório” apoiado numa oficina portuguesa do século XVIII e as suas prerrogativas de trabalho e difusão de modelos. As telas representam a Anunciação, a Visitação, São João Evangelista em Patmos e o Sacrifício de Manoá, medem cerca de 200 cm de altura por cerca de 175 cm de largura, são pinturas a óleo e encontram-se actualmente a ladear a capela-mor da igreja da Nossa Senhora da Conceição, no Seixal. Com base na informação dos Boletins da Academia Nacional de Belas Artes, sobre a exclaustração e dispersão de bens dos conventos, desconfia-se que tenham sido “vítimas” da lei de 1834, e que seriam provenientes, como tudo leva a conjecturar, dos acervos de algum dos antigos conventos do concelho de Vila Franca de Xira. Para compreender as condições de aprendizagem e de produção em que o mestre auto intitulado Pintor ingénuo Ulyssiponense laborou, e se estabeleceu como um dos que mais prosperou na actividade no tempo, estudam-se as linhas da evolução pictórica, os estilemas e as linhas da continuidade discipular que prosseguem até ao último quartel de Setecentos, com nomes como José da Costa Negreiros, João dos Santos Ala, Joana do Salitre e Joaquim Manuel da Rocha. Em paralelo, é importante assimilar o impacto do uso recorrente de gravuras europeias de áureos pintores, como os desta oficina, as quais contribuíram como fontes de unidades iconográficas para o pintor André Gonçalves, o qual transporto-as como modelos para traduzir os valores plásticos, bem como divulgar preceitos artísticos em função de satisfazer uma elite setecentista portuguesa conquistada pelas Academias estrangeiras. Palavra-Chave: Século XVIII, Barroco, Laboratório, Gravura, Pintura a óleo, D. João V, Seixal, André Gonçalves. 9 Abstract The follow thesis titled as André Gonçalves’s ‘Laboratory’ and the Programs of Baroque Quinto-Joanino, aims to supply the still weak recognition of national historiography of art, assigned at the artistic pictorial assets by one of the most important painters of Portuguese Baroque, André Gonçalves (1685-1762), the creator of a vast school with disciples and epigonus. With the pretention to present four new canvas dating to the mature fase of this career (c.1730 – 1740) which were found in the penury of knowledge of art historians and the scientific community in general. Was set to study (develop) the concept of “Laboratory” based in a Portuguese eighteenth century workshop and is prerogative of work and diffusion of models. The canvas represents the Annunciation, the Visitation, the Saint John Evangelist at Patmos and The Sacrifice of Manoah, with measures about 200 cm in height and 175 cm in width, these are oil paintings and currently stand alongside the chapel major at Our Lady of the Conceptions Church, in Seixal. Based on the information retrieved from the Bulletins of National Academy of Fine Arts, which refers about exclaustration and dispersion of convents property, leads to suspicions that these paintings have been “victims” from the law of 1834, originally came, how it all leads to conjecture, from the patrimony of a certain ancient convent of the council of Villa Franca de Xira. To comprehend the conditions of learning and the productions in which the master self-titled Pintor Ingénuo, Ulyssiponense, labored and established as one of the most prosperous active painters in his time, studying the guidelines of the pictorial evolution, and the guidelines of the disciple continuity, that extended until the last quarter of the seven hundred, with well-known references like José da Costa Negreiros, João dos Santos Ala, Joana do Salitre and Joaquim Manuel da Rocha. In parallel, its important to assimilate the impact of recurrent use of master European painter’s engravings, like in this workshop, which source contribute as a iconographic unit for the painter André Gonçalves, as well he reassemble them as standard models for their works, as an effort to try to translate the plastic values, and divulge artistic precepts in a way to satisfy a seven hundred portuguese elite conquered by foreign Academies.