Marvila Tem Muito Boa Gente…

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Marvila Tem Muito Boa Gente… MARVILA tem muito boa gente… Ficha Técnica Ana Cardoso, Ana Paula Silva, Vanda Neves Moradores e Moradoras entrevistados/as Carlos Ventura, Isilda Jerónimo, Nara Miranda, Rui Fonseca 2 Projecto Espiral Introdução O Projecto Espiral promovido pelo CESIS e financiado ao abrigo do Programa Contrato Local de Desenvolvimento Social definiu como zona de interven- ção os bairros da Flamenga e dos Lóios, ambos localizados na freguesia de Marvila. Dizem documentos produzidos pela Câmara Municipal de Lisboa que estes bairros realojaram, no final dos anos 70, famílias de bairros de barracas que se situavam nas proximidades, ou na própria freguesia, mas também em zonas dispersas da cidade de Lisboa. Ainda que estes bairros se mantenham principalmente como áreas de “mer- cado” de habitação social, sendo a maioria das edificações da responsabili- dade de organismos do estado, a promoção de habitação pelo sector coope- rativo tem alguma presença, em particular no bairro dos Lóios, tendo sido um contributo importante para o processo de transformação da imagem urbana da zona. Por outro lado, o regime de propriedade é actualmente bastante mais diversi- ficado do que a estrutura inicial, não só devido à construção privada mas tam- bém como consequência de uma política de alienação do património o que leva a um aumento progressivo da propriedade horizontal. Com a Expo98, Marvila conhece uma nova fase e aquilo que era, até então, uma freguesia “cortada” liga-se, finalmente, à cidade. A construção da “Linha Vermelha” e respectivas estações de Metro, sendo uma delas a da “Bela Vista”, que serve, nomeadamente o Bairro da Flamenga; a abertura da Av. Marechal António Spínola que prolonga a Av.Estados Unidos da América até à Av. Infante D.Henrique, passaram a estabelecer ligações essenciais com o resto da cidade. Apesar disso, Marvila e, muito em particular os seus “bairros sociais”, con- tinuam a ter uma imagem negativa que arrasta consigo a população que aí reside. A alteração da toponímia, há quase 10 anos, permitiu abandonar a identifica- ção despersonalizada dos bairros como “zonas”, recuperando os nomes das antigas quintas que aí existiram, numa lógica de “humanização e dignifica- ção” da imagem desta área da cidade. Mas este é um processo que carece de aprofundamento, pois as próprias pessoas residentes ainda baralham as suas referências predominando, no entanto, a memória do zonamento. É no Parque da Bela Vista que tem vindo a ter lugar o grande evento mediático que é o Rock in Rio, mas nem o facto de este parque se situar em pleno Bairro da Flamenga tem contribuído para desmistificar a suposta perigosidade da sua população e colocar o bairro, por razões positivas, no centro das aten- ções. A este nível, importa evidenciar as limitações que este evento coloca à vida dos/as residentes e a forma colaborante como estas pessoas as aceitam. À semelhança de outras iniciativas do Projecto Espiral, o objectivo deste Livro Digital é precisamente valorizar as pessoas dos Lóios e da Flamenga. Dar-lhes a palavra! Marvila tem muito boa gente 3 A intenção é, pois, revelar estas pessoas como cidadãs e cidadãos que contri- buem de forma activa para a sociedade, em geral, e para a vida dos seus bair- ros, em particular. Estando conscientes de alguns dos problemas dos bairros onde vivem sabem ver neles o melhor, e isso desenvolve-lhes uma forte von- tade de participar, algo que o Espiral tem potenciando. Foram quatro as pessoas com quem falámos e cujos testemunhos, na pri- meira pessoa, aqui são relatados. São dois homens e duas mulheres com ida- des compreendidas entre os 24 e os 52 anos e a palavra é delas… 4 Projecto Espiral E estas pessoas dizem sobre si… Vejo-me empreendedor Carlos “Vejo-me empreendedor, empreendo a cada dia (…) um empreende- dor cria o seu futuro a partir do seu presente”. Sou uma pessoa com muita força Isilda “Actualmente estou a atravessar uma situação difícil mas sou uma pes- soa com muita força, sou uma pessoa muito responsável, sou a trave da famí- lia… é um bocado isto”. Sou uma pessoa em processo de crescimento Nara “Sou uma pessoa em processo de crescimento e de aprendizagem; alguém que anseia por ser uma pessoa melhor (…).Tenho muito ainda que aceitar a meu respeito, de positivo e de menos positivo. Gostaria de aprender a ser mais amável e dócil comigo própria”. Sonhador, bom pai e bom cozinheiro Rui “Acho que posso dizer que já fui uma pessoa muito mais extrovertida. Agora acho que posso dizer que sou muito sonhador, estou sempre a sonhar (…). Acho que sou um bom pai, bom cozinheiro e gosto de ajudar.” Marvila tem muito boa gente 5 6 Projecto Espiral O trabalho como aprendizagem e… serviço A actividade profissional não parece ser um elemento importante na sua iden- tidade. Definem-se, como se pode ler, mais pelo ser e não tanto pelo fazer. Rui “Sou motorista de táxi profissional. Gosto de conduzir e o táxi dá-me uma espécie de independência, pois não tenho ninguém a dar-me ordens, nem colegas a fazerem coisas que não gosto, nem eu a fazer coisas que eles não gostem. E depois conheço muita gente… aprendo muito. Transporto pessoas de todas as classes, de todas as profissões, de todos os países e aprendo muito. Aprendo muito com as pessoas… eu gosto muito de falar com as pessoas”. Nara “Actualmente trabalho no Projecto EIS, um projecto de 6 meses finan- ciado pela Câmara Municipal de Lisboa no âmbito do Programa Bip Zip e pro- movido pelo CESIS, no Bairro da Flamenga. Trabalho como Animadora Sócio- Cultural. Aquando do processo de candidatura a este posto de trabalho eu já me encontrava desempregada há mais de um ano. Para além disso, era um projecto que também me interessava, pois envolvia trabalhar de perto com as pessoas, com a comunidade: estar ao serviço das pessoas, trabalhar e desen- volver coisas com elas, no sentido de melhorar e valorizar as suas vidas e a vida do bairro. Era um projecto de serviço, contribuição e valorização, e isso atraiu-me”. Carlos “Trabalho num restaurante italiano. Desde os 11 anos que me apai- xonei por esta área. Tendo uma grande amiga que me deixou este bichinho, desde a Expo 98, onde ajudava no seu restaurante. Nada de muito pesado, limpava talheres e cortava cebolas”. É preciso fazer alguma coisa! A ideia de acomodação ao desemprego e de dependência face a benefícios sociais não se coaduna com a realidade destas pessoas. E mesmo quando o desemprego, já sem protecção, acontece, manifesta-se uma capacidade para aproveitar saberes e recursos próprios: “Neste momento estou desempre- gada e estou a fazer uns salgadinhos, para ver se a coisa se compõe… O sub- sídio de desemprego já acabou e uma pessoa não vive do ar, nem a roubar! E como tenho actualmente grandes problemas familiares esta é uma forma de conciliar a vida familiar com a necessidade de ganhar algum dinheiro. É pre- ciso fazer alguma coisa!”. Conversas e comidas – elementos de alguns sonhos profissionais Apesar de serem reconhecidas algumas dificuldades, sobretudo no que diz respeito ao acesso ao crédito, há sonhos profissionais que, em alguns casos, começam a ser concretizados: duas pessoas já fizeram uma forma- ção em empreendedorismo na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e estão a ser acompanhados pelo Espiral, no sentido da elaboração de um plano de negócios. Marvila tem muito boa gente 7 Tanto os projectos em curso, como aqueles que ainda ficaram no domínio do sonho, revelam uma vontade de associar a comida ao convívio, tendo subjacente a noção de bem-estar comum – o meu e o dos outros. Nestes projectos, subentende-se um sonho de abundâncias (talvez como estratégia para ignorar privações passadas): abundância na mesa mas também abun- dância de relações, sorrisos e afectos. Carlos “Estou a trabalhar, com a ajuda do João Silva, num projecto de res- taurante completamente diferente dos que há aqui. Inspirei-me em Espanha onde quando se vai tomar uma bebida se serve também os pinchos. Apaixonei-me pela restauração porque é uma área em que damos a cara ao público, falamos com as pessoas, divertimo-nos, tratamos as pessoas como se fossem praticamente da família. Com o meu projecto também conto mudar um pouco a mentalidade portuguesa, pelo menos a lisboeta: não devemos ser tão agarrados, ou seja, devemos ser mais dados”. Nara “Gostaria de abrir um negócio próprio. Um negócio que não só contri- bua para um melhor bem-estar financeiro para mim mas que também tenha em conta a valorização das pessoas e da comunidade à minha volta. Pensei numa casa de pão onde acontecessem algumas iniciativas culturais. Já tomei alguns passos para isso; já fiz formação sobre empreendedorismo e agora terei outros patamares a alcançar, que incluem outras formações mais espe- cíficas na área de negócio que considero abrir; finalizar o plano de negócio, pedir financiamento e pôr a ideia a funcionar”. 8 Projecto Espiral Rui “Gostava de ter um restaurantezinho, uma coisinha pequenina, uma sali- nha para 15, 20 pessoas, ter uns clientes certinhos… Gostava que gostassem da minha comida, sim, que eu gosto de inventar! Gostava de cozinhar e de estar a falar com eles (clientes). Ter uma casinha no Bairro Alto, uma coisi- nha? Mas pouco a pouco com ajuda talvez de familiares, ou isso, pode ser que o negócio se concretize. Não é impossível”. Afinal, no sonho como na vida: “trabalhar para podermos ter o nosso luxo que é abrir o frigorífico; é abrir e não nos faltar nada e conseguirmos estar em família. É o nosso luxo. Quem sabe…” Caminhos para Marvila Os passados destas pessoas são distintos e diversas as razões que as levaram para a freguesia mas é, em geral, a vida em família que as faz estar aqui agora.
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