Uma Travessia Pelas Pesquisas Sobre Mulheres E Gênero Entre Os Povos Indígenas Do Norte Amazônico Brasileiro1 Gicele Sucupira (UNIR)

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Uma Travessia Pelas Pesquisas Sobre Mulheres E Gênero Entre Os Povos Indígenas Do Norte Amazônico Brasileiro1 Gicele Sucupira (UNIR) Do Uaçá ao Iaco: uma travessia pelas pesquisas sobre mulheres e gênero entre os povos indígenas do norte amazônico brasileiro1 Gicele Sucupira (UNIR) A rota Percorrer brevemente pesquisas de pós-graduação da área de ciências humanas desenvolvidas com povos indígenas situados no norte amazônico brasileiro que se dedicaram a pensar mulheres e/ou gênero é o objetivo deste texto. O ponto de partida desta jornada são as teses e dissertações produzidas em universidades da região norte, isto é, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Quando pertinente, também serão mencionados trabalhos de graduação e especialização, bem como projetos de pesquisas e artigos com os quais nos deparamos na rota desse levantamento. Longe de ser uma revisão exaustiva, o levantamento iniciou no ano de 2012, ano em que fui viver na Amazônia e fiquei curiosa para conhecer as produções sobre gênero na região. O ponto de partida foi o Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES, antes da criação da Plataforma Sucupira.2 Prossegui, posteriormente, na plataforma, nos repositórios e endereços eletrônicos das universidades federais da região norte e nos hiperlinks das produções encontradas. Para a análise, busquei identificar as informações básicas como instituição, ano, programa de pós-graduação, como também a(s) etnia(s) pesquisada(s), a metodologia utilizada e as contribuições originais. O diálogo, existente ou não, com a etnologia indígena, com os estudos de gênero e com intelectuais indígenas, além das noções de gênero, de feminismo e de indígena também foram questões analisadas.3 Ao todo foram identificados 59 trabalhos, 29 produzidos no norte e 31 em outras regiões, especialmente, no sudeste. Dos 29 trabalhos no norte, 4 são pesquisas bibliográficas e críticas literárias, que preferi não incluir na análise e na tabela abaixo (Tabela 1). São 25 produções, 3 teses e 22 dissertações, 3 escritas por mulheres indígenas: Iranilde dos Santos Macuxi, Lea Ramos Macuxi e Eliene Rodrigues Baré. 1 44º Encontro Anual da ANPOCS, GT19 - Gênero e sexualidade pelo interior do Brasil: fronteiras e cartografias. 2 Uma versão preliminar deste levantamento foi apresentada em resumo no Encontro de Mulheres da Floresta (EMFLOR), em 2012. Agradeço à Solange Nascimento pelo incentivo e à Fátima Weiss e à Angela Sacchi pelos comentários. 3 Agradeço à Melissa Santana Oliveira, cujas aulas sobre Antropologia, Estudos de Gênero e Interseccionalidades me motivaram a continuar esse estudo. 1 Tabela 1: Teses e Dissertação sobre Mulheres Indígenas na Instituições de Ensino Superior (IES) no norte do país Ano Nome IES Programa Etnias 2002 a. SILVA, Socorro UFAM Ciências do Ambiente e Rio Negro Sustentabilidade na Amazônia 2003 b. MATOS, Maria UFAM Sociedade e Cultura na Sateré-Mawé Amazônia 2008 c. MAXIMINIANO, UFAM Sociedade e Cultura na Rio Negro Claudina Amazônia 2009 d. MATA, Nely da UNIFAP Desenvolvimento Regional Wajãpi e. ARAÚJO, Wagner 2010 UFAM Sociedade e Cultura na Sateré-Mawé Amazônia 2010 f. NASCIMENTO, UFAM Sociedade e Cultura na Sateré-Mawé Solange Amazônia 2010 g. SOUZA, Lady. UNIR Desenvolvimento Regional Várias 2011 h. BARROSO, Milena UFAM Serviço Social Sateré-Mawé 2011 i. CAMARGO, Leila UFRR Letras Macuxi e Wapichana 2012 j. TEIXEIRA, Nilza UFAM Antropologia Ticuna 2013 k. RAMOS, Léia * UFAM Sociedade e Cultura na Macuxi, Wapichana e Amazônia Patamona 2014 l. FRANK, Nelita UFRR Sociedade e Fronteiras Macuxi e Wapichana 2 2015 m. ALEIXO, Mariah UFPA Direito Várias 2015 n. MIRANDA, Vanessa UFAM Saúde, Sociedade e Endemias Sateré-Mawé na Amazônia 2016 o. LIMA, Lilian UFPA Antropologia Apinajé 2016 p. NASCIMENTO, UFAM Sociedade e Cultura na Sateré-Mawé Solange Amazônia 2017 q. FERREIRA, UFAM Antropologia Yanomami Maryelle 2017 r. RIBEIRO, Barbara. UFPA Educação e Cultura Assurini 2017 s. SANTOS, Iranilde UFAM Antropologia Macuxi dos * 2017 t. VIEIRA, Ivânia UFAM Sociedade e Cultura na Várias Amazônia 2018 u. BARATA, Camille UFPA Antropologia Indefinida 2018 v. RODRIGUES, UFPA Antropologia Xikrin e Assurini Eliene* 2019 w. MOURA, Luana UFRR Sociedade e Fronteiras Várias 2019 x. RODRIGUES, UFRR Antropologia Várias Karolayne 2019 y. XAVIER, Maria UFPA Antropologia Mebengokré/Kayapó' Fonte: das autoras (2020) 3 Mais da metade dos trabalhos encontrados, exatamente 13, foram produzidos na Universidade Federal do Amazonas(UFAM), 6 na Universidade Federal do Pará (UFPA), 4 na Universidade Federal de Roraima (UFRR) e apenas 1 nas Universidades Federais do Amapá (UNIFAP) e de Rondônia (UNIR). Nas Universidades Federais do Acre (UFAC) e do Tocantins (UFT) não localizamos sequer um trabalho sobre mulheres indígenas. Comparadas às outras universidades, há menos trabalhos sobre a questão indígena nestas duas universidades, provavelmente pelo fato dos programas de pós-graduação serem mais recentes (Santos, 2019). Pelo Amapá iniciarei a travessia. Do Uaçá ao Iaco Inicio o percurso no extremo no norte do Amapá, nas aguas do rio Uaçá, onde a pesquisadora indígena Ana Manoela Primo dos Santos Soares, indígena Karipuna, está produzindo a sua dissertação ‘Ser indígena e antropóloga: Tecendo pesquisas com as mulheres Karipuna do Amapá’ para o Programa de Pós- Graduação em Sociologia e Antropologia, sob orientação de Claudia Leonor López Garcés, na Universidade Federal do Pará (UFPA). Na mesma universidade, Ana Manoela [3] apresentou o trabalho de conclusão da graduação Ciências Sociais “Mulheres Karipuna do Amapá: Trajetórias de vida das Fam- Iela: uma perspectiva autoetnográfica”, com o apoio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à (PIBIC/CNPq), que se desdobrou em artigos interessantes (Soares, 2019ª; 2019b; 2019c; 2020). A dissertação de Ana Manoela será a primeira produzida por uma indígena, como também a primeira se debruçar especificamente sobre as mulheres indígenas em uma região que já foi chão de várias pesquisas produzidas por mulheres como as de Eneida Assis (2012). Mais de 30 anos se passou para a antropóloga e então professora na UFPA revisitar seus diários de campo, escritos nos anos 1970 aos anos 1996 durante sua pesquisa entre os povos Karipúna, Galibi e Palikúr. Eneida enfim problematizou a sua busca inicial pelo universo masculino que obscureceu, por algum tempo, a presença das mulheres no inicio, apesar de estarem sempre por perto. Como mostrarei nessa travessia, revisitas a diários e o retorno ao trabalho de campo com ou sobre mulheres e gênero também foi um movimento que fizeram outras antropólogas, que até então haviam tangenciado o tema em suas pesquisas. Antonella Tassinari (2016) é outro exemplo. A antropóloga acompanhou a sua orientadora Lux Vidal em pesquisa sobre indígenas no entorno do Uaça ainda nos anos 90 e 4 defendeu uma tese sobre os Karipuna em 1998. Após se aproximar de colegas que pesquisavam gênero e mulheres, passou a refletir sobre o tema a partir em uma pesquisa com Galibi-Marworno nos anos 2000 e em 2019 iniciou uma pesquisa sobre conhecimentos, técnicas e cuidados relacionados à gestação e parto entre os Karipuna e Galibi-Marworno do vale do Rio Uaçá, Oiapoque/AP (Tassinari, 2016). Pelas correntezas do Rio Oiapoque, Ariana dos Santos(2016), outra mulher indígena Karipuna do Amapá e ex-presidente da Associação na Associação de Mulheres Indígenas em Mutirão nos conduz a importantes reflexões sobre o trabalho comunitária das mulheres indígenas por meio do mutirões, trabalhos coletivos, e sobre a trajetória de algumas dessas mulheres em seu trabalho de conclusão de Educação Escolar Indígena pela Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Ariana também produziu outros artigos em coautoria com seu orientador Tadeu Machado (Santos e Machado, 2019). Na UNIFAP, encontrei apenas a dissertação (d) no mestrado Integrado em Desenvolvimento Regional escrita por Nely da Mata (2009). É uma pesquisa de cunho etnográfico, segundo a autora, baseada em observação e entrevistas semi-estruturadas com mulheres waiãpi de 31 a 74 anos. A pesquisadora teve como objetivo identificar as práticas e plantas medicinais utilizadas por essas mulheres. A descrição botânica ocupa a maior parte da dissertação e o termo “mulheres indígenas” é utilizado por vezes de um modo generalizador, ao incluir neste mulheres Waiãpi, referidas por vezes como “depoentes”, e mulheres de outras etnias. Generalização presente em outros trabalhos encontrados. Partindo da Terra Waiãpi, do alto do Rio Jari é possível se aproximar das Terras Indígenas Tucumaque e pelas águas do Rio Purus chegar à divisa com o Pará, onde vivem os Wayana. Povo estudado por Lucia Hussak van Velthem, pesquisadora do Museu Paraense Emilio Goeldi, durante mais de três décadas , mas explora brevemente a questão de gênero e das mulheres em artigo sobre as mulheres wayana (1995) que vivem no Rio Paru. No Pará também nos deparamos com as pesquisas das professoras da Universidade Federal do Pará: Ligia Simonian, Jane Beltrão, Beatriz Matos e Júlia Otero dos Santos. Ligia e Jane coordenam pesquisas amplas sobre mulheres amazônidas que envolvem as indígenas. Ligia escreveu a respeito da violência contra mulher e organização política (Simonian; 1994; 1999; 2001; 2009) a partir de pesquisas com indígenas em Rondônia, em Roraima e no Pará. Beatriz e Júlia, que dialogam mais intensamente com a etnologia indígena, revistaram 5 recentemente o campo para discorrer sobre gênero, constituição da pessoa, parentesco e ritual com Matses no Amazonas e com Arara Karo em Rondônia respectivamente (Santos, 2019, Matos, 2018, 2019). Duas das seis dissertações identificadas no Pará, de Mariah Aleixo (2015) e
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