Trabalho Final
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unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP FERNANDA BARINI CAMARGO NA SANTA, A DEVASSA: figurações do feminino em Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís ARARAQUARA – S.P. 2017 FERNANDA BARINI CAMARGO NA SANTA, A DEVASSA: figurações do feminino em Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre em Estudos Literários. Linha de pesquisa: Relações Intersemióticas Orientadora: Renata Soares Junqueira ARARAQUARA – S.P. 2017 Camargo, Fernanda Barini Na santa, a Devassa: figurações do feminino em Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís / Fernanda Barini Camargo — 2017 172 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) — Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Ciências e Letras (Campus Araraquara) Orientador: Renata Soares Junqueira 1. Manoel de Oliveira. 2. cinema. 3. literatura. 4. Agustina Bessa-Luís. I. Título. Ficha catalográfica elaborada pelo sistema automatizado com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). FERNANDA BARINI CAMARGO NA SANTA, A DEVASSA: figurações do feminino em Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre. Linha de pesquisa: Relações Intersemióticas Orientador: Renata Soares Junqueira Data da defesa: 20/ 12/2017 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Prof.ª. Drª. Renata Soares Junqueira (UNESP – FCL/Ar) Membro Titular: Prof. Dr. Pedro Maciel Guimarães (UNICAMP) Membro Titular: Prof.ª. Drª. Silvana Maria Pessôa de Oliveira (UFMG) Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras UNESP – Campus de Araraquara Dedico este trabalho às minhas mulheres mais amadas, Maria Jeanete Costa Barini, minha avó, e Susete Costa Barini, minha mãe, que intensamente o viveram. AGRADECIMENTOS À professora Doutora Renata Soares Junqueira, pela orientação precisa, paciente e competente, e pela sua amizade e confiança. Os seus ensinamentos e amor pela arte foram condições sine qua non para o desenvolvimento deste trabalho. À professora Cristiane Passafaro Guzzi e ao professor Bruno Gambarotto, cujas sugestões no Exame de Qualificação constituíram norteadores essenciais para o aprimoramento da pesquisa e o seu amadurecimento textual. Aos professores Silvana Maria Pessôa de Oliveira, Pedro Maciel Guimarães, Elizabete Sanches Rocha e Maria do Rosário Lupi Bello, pelas oportunidades de diálogo e recomendações, sempre enriquecedoras. Aos professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários, bem como aos funcionários da Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP, campus de Araraquara. À Fundação Eça de Queiroz, pela bolsa de estudos em seu curso internacional de verão que, providencialmente, deu origem ao meu projeto de doutorado. Aos colegas do Grupo de Pesquisas em Dramaturgia e Cinema (GPDC), especialmente à Mariana Veiga Copertino Ferreira da Silva, enquanto feliz ocorrência de conselhos acadêmicos pertinentes e conversas bem-humoradas. Às amigas da República do Quarto: Paola Agnelli, Bárbara Leme, Isabella Garcia, Cintia Coutinho, Laura Magalhães, Melissa Araújo, Luciana Silva e Laura Muglia, pelo carinho indescritível com que têm me acolhido nesses anos de amizade. Às demais amigas de Araraquara: Ana Cerrejón, Aura Rodrigues e Marion Penagos, com quem compartilhei os meus passos e o caminhar deste projeto. Às queridas Trícia Fuzió e Carolina Saraceni, que significam amizade, amor e lugar para onde sempre posso voltar. À Interação School, meus colegas de trabalho e alunos, os quais represento aqui pela minha diretora Andreia Panhan, cuja atuação docente impecável e liderança companheira fizeram de mim um ser humano melhor. À minha família, minha avó, Maria Jeanete Costa Barini, meu tio, Tarcísio Barini Júnior, minha mãe, Susete Costa Barini, e meu irmão, Renato Barini Camargo, esteio perfeito, que me fez possível. Caminante, son tus huellas el camino y nada más; Caminante, no hay caminho, se hace camino al andar. Al andar se hace el camino, y al volver la vista atrás se ve la senda que nunca se ha de volver a pisar. Caminante, no hay camino sino estrelas en la mar. (Antonio Machado) RESUMO A obra do longevo cineasta português Manoel de Oliveira (1908-1922) constitui um grande tributo à arte. Ao longo de sua carreira, o cineasta desenvolveu um cinema de relação visceral com a literatura em seus mais diversos gêneros, homenageando escritores portugueses e estrangeiros. Dentre as parcerias fundamentais para o entendimento de sua ficção está aquela que estabeleceu com a escritora Agustina Bessa-Luís (n. 1922), da qual resultou um trabalho criativo vulcânico, embora nem sempre concordante. Certamente, o elo mais significativo entre as páginas da romancista e a tela do cineasta é o protagonismo de personagens femininas enigmáticas, cujas figurações assumem ora a máscara da santa, ora a da devassa. Assim, um estudo comparativo entre um díptico de Manoel de Oliveira, composto pelos longas- metragens O Princípio da Incerteza (2002) e Espelho Mágico (2005), e os seus respectivos textos de origem, Joia de Família (2001) e A alma dos ricos (2002) é o escopo deste trabalho. Pretendemos investigar a construção de sentidos orquestrada pela tradução intersemiótica do cineasta na (re)elaboração de suas personagens femininas, considerando as relações, que sistematicamente se estabelecem, na sua obra, entre cinema e literatura. A escolha do corpus a investigar justifica-se pela relevância do jogo de espelhos que os dois filmes, interligados, propõem: as protagonistas femininas (interpretadas por Leonor Silveira e Leonor Baldaque, musas do cineasta) oscilam entre a figura da santa e a da devassa alternadamente, constituindo deste modo uma espécie de síntese da concepção do universo feminino que perpassa muito significativamente todo o cinema de Oliveira desde O passado e o presente (1972). Palavras-chave: Manoel de Oliveira; cinema; literatura; Agustina Bessa-Luís; personagens femininas; estudos interdisciplinares. ABSTRACT The long-lived Portuguese film-maker Manoel de Oliveira’s oeuvre constitutes a great tribute to art. Throughout his career, the film-maker developed a literature-strongly-related cinematographic work, exploring various literary genres as well as honoring Portuguese and foreign writers. Among fundamental partnerships for his fiction understanding, there is the one estabilished with the novelist Agustina Bessa-Luís, from which resulted a creative volcanic work, though not always in agreement. Certainly, the most meaningful link between the novelist’s pages and the film-maker’s screen is the enigmatic female characters’ protagonism, whose archetypes assume either the female mask of the innocent, or the mask of the lover. Thus, a comparative study between a Manoel de Oliveira’s diptych, composed by the feature films The uncertainty principle (2002) and Magic mirror (2005), and their respective source novels, Joia de Família (2001) and A alma dos ricos (2002) is the aim of this work. We intend to look into their meaning-making, orchestrated through the intersemiotic translation by the film-maker in his own female characters’ (re)creation, considering the relations that systematically estabilish in his work between cinema and literature. The choice of the corpus to research is justified for the relevant set of mirrors which the two films, linked, propose: the female main characters (played by Leonor Silveira and Leonor Baldaque, the film-maker’s muses) alternately oscillate from the female archetype of the innocent up to the female archetype of the lover, constituting a sort of synthesis on the female universe conception that meanignfully crosses Oliveira’s whole film work since Past and present (1972). Palavras-chave: Manoel de Oliveira; cinema; literature; Agustina Bessa-Luís; female characters; interdisciplinary studies. ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 Edições do romance Madame Bovary (1887) 22 Figura 2 Capa do romance Vale Abraão (1991), de Agustina Bessa-Luís 22 Figura 3 Capa do DVD do longa-metragem Vale Abraão (1993) 22 Figura 4 Tableaux vivants em O princípio da incerteza (2002) 41 Figura 5 Tableaux vivants em O princípio da incerteza (2002) 41 Figura 6 Tableaux vivants em O princípio da incerteza (2002) 42 Figura 7 Tableaux vivants em O princípio da incerteza (2002) 42 Figura 8 Escultura como duplo de Camila em O princípio da incerteza (2002) 42 Figura 9 Escultura como duplo de Camila em O princípio da incerteza (2002) 42 Figura 10 Personagens falam de frente para a câmera em O princípio da 44 incerteza (2002) Figura 11 Personagens falam de frente para a câmera em O princípio da 44 incerteza (2002) Figura 12 Temporalidade fotográfica em Espelho mágico (2005) 45 Figura 13 Temporalidade fotográfica em Espelho mágico (2005) 45 Figura 14 Temporalidade fotográfica em Espelho mágico (2005) 45 Figura 15 Capa do romance Joia de família (2001), de Agustina Bessa-Luís 79 Figura 16 Pintura La madonna della seggiola (1513-1514), de Rafael 87 Figura 17 Capa do romance A alma dos ricos (2002), de Agustina Bessa-Luís 101 Figura 18 Fotografia do teatro de Manaus 105 Figura 19 Escultura Santa Ana ensinando a Virgem a ler (1784), de Joaquim 115 Machado de Castro Figura 20 Pintura Lady Hamilton como