Os Descendentes De Ero Fernandes (Séculos IX-XII)

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Os Descendentes De Ero Fernandes (Séculos IX-XII) Sobre a ascendência condal entre a aristocracia infancional: os descendentes de Ero Fernandes (séculos IX-XII) About the countly ascentry among the “infancional” aristocracy: the descendents of Ero Fernandes (IX th-XII th century) João Paulo Martins Ferreira Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade. Universidade do Porto RESUMO Na sequência dos trabalhos de José Mattoso, os infanções foram sendo descritos como uma classe aris- tocrática heterogénea de terratenentes, que se encontrava na dependência da nobreza condal ou, pelo menos, num patamar secundário em relação a ela. Contudo, o levantamento das linhas familiares pro- venientes de Ero Fernandes permite discernir um parentesco claro com os Baião, uma das linhagens infancionais fundadoras da nobreza portuguesa, e com os Celanova e Trava-Trastâmara, representantes de uma aristocracia condal galego-portuguesa mais recente. Com efeito, importa não só analisar estes laços de parentesco e hierarquia interna da antiga nobreza portucalense (condal e infancional), como também relacionar o sentido ascendente do percurso dos Baião, Celanova e Trava-Trastâmara, com a paulatina decadência da velha aristocracia condal, reequa- cionando a situação histórica de Pedroso enquanto último capítulo deste grupo social. PALAVRAS-CHAVE: Infanções; Aristocracia Condal; Ero Fernandes; Baião; Celanova; Trava-Trastâmara; Pedroso; Linhagem e Parentesco. ABSTRACT Following the works of José Mattoso, the “infanções” were described as a heterogeneous aristocratic group of landowners, that were dependents of the families of the old counts of Portugal and Coim- bra or, at least, in a secondary level towards them. However, the reconstitution of the family lines of descendents of Ero Fernandes allows us to assess a clear kinship with the Baião, one of the lineages of “infanções” that founded the Portuguese nobility, and with the Celanova and Trava-Trastâmara, members of a new aristocracy of Galician-Portuguese counts. For that reason, it is important to analyze these family ties and the internal hierarchy of the old nobil- ity of Portucale (both counts and “infanções”), as well as to link the ascendant path of the Baião, Cel- anova and Trava-Trastâmara, with the steady decay of the counts of Portucale and Coimbra, therefore repositioning the historical assessment of Pedroso as the last chapter of this social group. KEY WORDS: Infanções; Countal Aristocracy; Ero Fernandes; Baião; Celanova; Trava-Trastâmara; Pe- droso; Lineage and Kinship. Recibido: 25/06/2018 Revisado: 28/08/2018 Aceptado: 03/09/2018 1. ENTRE NOBREZA CONDAL E INFANÇÕES No seu seminal artigo A Nobreza Rural Portuense nos Séculos XI e XII (1969) 1, José Mattoso esboçou claramente a natureza incipiente da historiografia que, até então, se tinha produzido 1 MATTOSO, José. “A Nobreza Rural Portuense nos Séculos XI e XII”. Anuario de Estudios Medievales, 1969, 6, p. 465-520. ISSN 0214-736X 31 STUDIA ZAMORENSIA, Vol. XVII, 2018 João Paulo Martins Ferreira sobre a nobreza portucalense, limitando-se a aludir aos trabalhos de A. de Almeida Fernandes e de Emilio Saéz. Na verdade, as incursões deste último sobre a aristocracia condal portucalense e coimbrã surgem, acima de tudo, da interacção bidireccional da família de S. Rosendo com o espaço galego e portucalense/coimbrão2. A omnipresença da descendência de Ildoara Eriz (filha do conde Ero Fernandes3, senhor de Lugo) e do conde Guterre Mendes4 (filho do conde Hermenegildo Guter- res, presor de Coimbra) na documentação do mosteiro galego de Celanova5 justifica em grande medida este interesse6. Fundado por S. Rosendo e protegido pelos seus pais e irmãos, o mosteiro de Celanova tor- nou-se, desde cedo, num retrato de uma intrincada rede de relações sócio-familiares, que, com o passar das gerações, foi agremiando em si figuras centrais da aristocracia condal galego-portuguesa e evoluindo em direcções muito díspares, ou seja, elevando-se, extinguindo-se ou, até, decaindo ao nível de infanções. Aparentemente, este último contexto – de evolução socialmente divergente dos ramos fami- liares provenientes de Ero Fernandes – afigura-se como contraditório em relação ao cenário teó- rico traçado por José Mattoso, que, em Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros, segmenta a nobreza medieval portuguesa do período condal em patamares relativamente estanques, constituídos por um corpo de magnates provenientes dos condes presores e por uma classe inferior de infanções (de origem autóctone ou externa), que se assumiriam como seus dependentes ou como detentores de uma autoridade meramente local7. 2 Bem expressa em SÁEZ, Emilio. “Los Ascendientes de San Rosendo. Notas para el Estudio de la Monarquía Astur-Leonesa durante los Siglos IX y X”. Hispania, 1948, 30, p. 5-133. 3 Protagonista de vários estudos como, por exemplo, SALAZAR Y ACHA, Jaime de. “Los Descendientes del Conde Ero Fernández, Fundador del Monasterio de Santa María de Ferreira de Pallares”. In Galicia en la Edad Media (Actas del Coloquio de Santiago Compostela de la Sociedad Española de Estudios Medievales). Madrid: Sociedad Española de Estudios Medievales, 1990, p. 67-86. 4 Sobre Guterre Mendes e sua descendência veja-se MATTOSO, José. A Nobreza Medieval Portuguesa. A Família e o Poder. Lisboa: Círculo de Leitores, 2001 [1981], p. 88 e seguintes. 5 Segundo a documentação deste cenóbio, a família de S. Rosendo, filho deste casal, ostentaria bens desde Bergan- tiños (Galiza) até ao vale do Mondego (ANDRADE, José Miguel. (ed.). O Tombo de Celanova. Santiago de Compostela: Conselho de Cultura Galega, 1995, 2 vols., docs. 1, 2, 4, 7, 75, 172, 179, 213, 218, 229, 256, 348, 357, 419, 453, 478, 493, 500, 508, 509, 510, 518, 568, 570 e 578). Apesar desta sua forte vinculação a Celanova, os descendentes de Ero Fernandes também participaram activamente na fundação de outras casas monásticas galegas de menor importância. Neste contexto, importa assinalar os casos de Ferreira de Pallares (vide nota 3) e de Chantada, principalmente devido à sobrevivência de memórias e tradições genea- lógicas alusivas aos seus patronos. Para o caso de Chantada, podemos recomendar que se veja MÉNDEZ PÉREZ, José. “La Familia de San Rosendo en la Fundación del Monasterio de Chantada”. Estudios Mindonienses, 2007, 23, p. 125-182; e MÉNDEZ PÉREZ, José. “El Problema de Ermesenda en los Primeros Documentos del Monasterio de Chantada. Una Nota Aclaratoria”. Rudesindus, 2012, 8, p. 75-86. 6 Até Mattoso, o lento desenvolvimento dos estudos sobre a aristocracia medieval portuguesa foi inversamen- te proporcional ao interesse nos processos de presúria. Ficam algumas referências que espelham bem esta realidade: SOARES, Torquato de Sousa. “O Repovoamento do Norte de Portugal, no Séc. IX”. Biblos, 1942, 18, p. 187-208; PINTO, Sérgio da Silva. Breves Notas sobre as Presúrias do Século IX na Terra Portugalense. A Respeito de Vímara Peres. Porto: Câmara Municipal do Porto, 1968; ou, mais recentemente, AMARAL, Luís Carlos. Formação e Desenvolvimento do Domínio da Diocese de Braga no Período da Reconquista (Século IX-1137). Dissertação de Doutoramento. Universidade do Porto, 2007. 7 Vide MATTOSO, José. Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros. A Nobreza Medieval Portuguesa nos Séculos XI e XII. Lisboa: Guimarães, 1998 [1982], p. 37-114. Contudo, importa salvaguardar que a sua aceitação da existência de um nível de dependência hierárquica das elites infancionais em relação à velha aristocracia condal surge da adaptação de esquemas teóricos centro-europeus ao contexto Ibérico, que, tal como o próprio Mattoso enfatiza, já tinham levado à produção de retratos mais latos sobre a sociedade feudal peninsular (como, por exemplo, GRASSOTTI, Hilda. Las Institu- ciones Feudo-Vasalláticas en León y Castilla. Spoleto: Centro Italiano di Studi Sull’ Alto Medioevo, 1969, 2 vols.). Com efeito, podemos verificar que esta mesma inspiração teórica também estimulou a historiografia espanhola das décadas de sessenta e setenta, que assumiu, com a mesma clareza, uma subordinação dos infanções e cavaleiros em relação aos estratos mais elevados da aristocracia peninsular (veja-se, por exemplo, PÉREZ DE TUDELA Y VELASCO, María Isabel. Infanzones y Caballeros: su Proyección en la Esfera Nobiliaria Castellano-Leonesa, Siglos IX-XIII. Madrid: Universidad Complutense, 1979). STUDIA ZAMORENSIA, Vol. XVII, 2018 32 ISSN 0214-736X Sobre a ascendência condal entre a aristocracia infancional No entanto, vários autores foram criando um cenário genealógico e social onde são recorren- tes as áreas de intercepção entre linhas da velha aristocracia condal e da emergente classe infancio- nal, ascendentes da nobreza fundacional portuguesa8. No que concerne aos descendentes de Ero Fernandes, esta intercepção surge através da ascen- dência de Arualdo Gondesendes (Baião) em Gondesendo Soares, filho de Soeiro Gondesendes e neto de Gondesendo Eriz, filho de Ero Fernandes e esposo de Enderquina Mendes Pala. Este encadeamento genealógico foi proposto primeiramente por Almeida Fernandes e aceite quer por José Mattoso quer por José Augusto de Sottomayor-Pizarro9, sem que, contudo, se tenham tirado as devidas ilações teóricas de tal associação. Por outro lado, do ramo frondoso de Ildoara Eriz (filha de Ero Fernandes) e do conde “coim- brão” Guterre Mendes sobressaem: Monio Guterres (911-959), pai do conde Gonçalo Moniz de Coimbra (928-981) e avô de Froila Gonçalves (994-1017), famoso aliado cristão de Almançor nas suas surtidas por terras cristãs (995-997)10 e figura que, segundo informações genealógicas do mosteiro de Sobrado, poderá ter sido pai de
Recommended publications
  • Timeline1800 18001600
    TIMELINE1800 18001600 Date York Date Britain Date Rest of World 8000BCE Sharpened stone heads used as axes, spears and arrows. 7000BCE Walls in Jericho built. 6100BCE North Atlantic Ocean – Tsunami. 6000BCE Dry farming developed in Mesopotamian hills. - 4000BCE Tigris-Euphrates planes colonized. - 3000BCE Farming communities spread from south-east to northwest Europe. 5000BCE 4000BCE 3900BCE 3800BCE 3760BCE Dynastic conflicts in Upper and Lower Egypt. The first metal tools commonly used in agriculture (rakes, digging blades and ploughs) used as weapons by slaves and peasant ‘infantry’ – first mass usage of expendable foot soldiers. 3700BCE 3600BCE © PastSearch2012 - T i m e l i n e Page 1 Date York Date Britain Date Rest of World 3500BCE King Menes the Fighter is victorious in Nile conflicts, establishes ruling dynasties. Blast furnace used for smelting bronze used in Bohemia. Sumerian civilization developed in south-east of Tigris-Euphrates river area, Akkadian civilization developed in north-west area – continual warfare. 3400BCE 3300BCE 3200BCE 3100BCE 3000BCE Bronze Age begins in Greece and China. Egyptian military civilization developed. Composite re-curved bows being used. In Mesopotamia, helmets made of copper-arsenic bronze with padded linings. Gilgamesh, king of Uruk, first to use iron for weapons. Sage Kings in China refine use of bamboo weaponry. 2900BCE 2800BCE Sumer city-states unite for first time. 2700BCE Palestine invaded and occupied by Egyptian infantry and cavalry after Palestinian attacks on trade caravans in Sinai. 2600BCE 2500BCE Harrapan civilization developed in Indian valley. Copper, used for mace heads, found in Mesopotamia, Syria, Palestine and Egypt. Sumerians make helmets, spearheads and axe blades from bronze.
    [Show full text]
  • Revista De Guimarães Publicação Da Sociedade Martins Sarmento
    Revista de Guimarães Publicação da Sociedade Martins Sarmento PORTUGAL NO PERÍODO VIMARANENSE (868-1128). FERNANDES, A. de Almeida Ano: 1972 | Número: 82 Como citar este documento: FERNANDES, A. de Almeida, Portugal no Período Vimaranense (868-1128). Revista de Guimarães, 82 (1-2) Jan.-Jun. 1972, p. 37-90. Casa de Sarmento Largo Martins Sarmento, 51 Centro de Estudos do Património 4800-432 Guimarães Universidade do Minho E-mail: [email protected] URL: www.csarmento.uminho.pt Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ Portugal no Período Vimaranense (8684128) (Continuada da página 254 do rol. XXXI) POI A. DE ALMEIDA FERNANDES V Do FASTÍGIO ÀQUEDA E À RUÍNA a) O mais alto grau do Poder Portzggaleflse. Entretanto, pontificava no mosteiro vimaranense como principal no corpo dos «dornnos de Vimaranes›› uma nova e ilustre condessa Mumadona, neta e inteira- mente homónima da fundadora. Filha de Diogo Mendes e de Ildôncia (DC 77), devia Ser já então viúva, sem isso significar que no mosteiro vivesse quando se tornou nele a do/fiifza principal. No meu actual entender, havia casado com o conde Telo Alvites, ainda parente seu (um primo direito do pai da dona, como sabemos) e bisneto do duo Lucídio Vimarâniz (1). Seu marido vivia ainda em meados de 985, (1) Qualquer opinião minha anterior em total ou parcial discrepância com esta (AFI 136-138) deve corrigir-se pelo que agora digo. Do conde não há qualquer notícia posterior a 985, e de forma nenhuma será possível supor que se trata de Telo Aldiâniz (suges- tão em FCP 16, obra que eu só conheci quando o cap.
    [Show full text]
  • Texto Completo (Pdf)
    Apresentação de Tese ● Mário de Gouveia Revista I SSN 1646 - 740X online Número 8|Julho - Dezembro 2010 Titulo: Apresentação de Tese O limiar da tradição no moçarabismo conimbricense: os “Anais de Lorvão” e a memória monástica do território de fronteira (séc. IX -XII). Tese de Mestrado em História Medieval, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 2008. Orientação do Prof. Doutor José João da Conceição Gonçalves Mattoso e do Prof. Doutor Luís Filipe Llach Krus.. Autor(es): Mário de Gouveia Enquadramento Institucional: Bolseiro de Investigação Científica da FCT/MCTES, ao abrigo do Programa Operacional «Ciência, Tecnologia, Inovação» (POCTI – Formar e FICHA TÉCNICA Qualificar); Membro do IEM, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa. Contacto: [email protected] Fonte: Medievalista [Em linha]. Nº8, (Julho 2010). Direc. José Mattoso. Lisboa: IEM. Disponível em: http://www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista/ ISSN: 1646-740X Medievalista online Nº 8|Julho - Dezembro 2010 © IEM - Instituto de Estudos Medievais 1 www2.fcsh.unl.pt/iem/medievalista Apresentação de Tese ● Mário de Gouveia Apresentação de Tese O limiar da tradição no moçarabismo conimbricense: os “Anais de Lorvão” e a memória monástica do território de fronteira (séc. IX-XII). Tese de Mestrado em História Medieval, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 2008. Orientação do Prof. Doutor José João da Conceição Gonçalves Mattoso e do Prof. Doutor Luís Filipe Llach Krus.. Mário de Gouveia Advertência prévia Apresenta-se seguidamente a lição proferida pelo signatário no âmbito da prestação de provas públicas para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História, na Área de Especialização em História Medieval, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
    [Show full text]
  • São Salvador E São Vicente Da Vacariça: O Domínio De Um Cenóbio De Fronteira No Ocidente Peninsular (Sécs
    UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS SÃO SALVADOR E SÃO VICENTE DA VACARIÇA: O DOMÍNIO DE UM CENÓBIO DE FRONTEIRA NO OCIDENTE PENINSULAR (SÉCS. X-XII) PEDRO ANTÓNIO ALEXANDRE GONÇALVES DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Orientado pelo Prof. Doutor Hermenegildo Fernandes e co-orientado pela Prof.ª Doutora Hermínia Vasconcelos Vilar, especialmente elaborada para a obtenção do grau de mestre em HISTÓRIA DO MEDITERRÂNEO ISLÂMICO E MEDIEVAL, na modalidade de dissertação 2020 São Salvador e São Vicente da Vacariça: o Domínio de um Cenóbio de Fronteira no Ocidente Peninsular UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS São Salvador e São Vicente da Vacariça: o Domínio de um Cenóbio de Fronteira no Ocidente Peninsular (Sécs. X-XII) Volume I Pedro António Alexandre Gonçalves, n.º 137 952 Dissertação de Mestrado em História do Mediterrâneo Islâmico e Medieval Dissertação de Mestrado elaborada sob a orientação do Prof. Doutor Hermenegildo Fernandes e co-orientação da Prof.ª Doutora Hermínia Vasconcelos Vilar Lisboa 2020 1 São Salvador e São Vicente da Vacariça: o Domínio de um Cenóbio de Fronteira no Ocidente Peninsular 2 São Salvador e São Vicente da Vacariça: o Domínio de um Cenóbio de Fronteira no Ocidente Peninsular A meus pais, António e Maria da Conceição 3 São Salvador e São Vicente da Vacariça: o Domínio de um Cenóbio de Fronteira no Ocidente Peninsular 4 São Salvador e São Vicente da Vacariça: o Domínio de um Cenóbio de Fronteira no Ocidente Peninsular Índice Resumo…………………………………………………………………………………. 9 Abstract………………………………………………………………………………... 11 Critérios usados para a transcrição do árabe………………………………………...13 Abreviaturas…………………………………………………………………………...14 Abreviaturas de fontes consultadas………………………………………………..…15 Índice de mapas………………………………………………………………………..17 Índice de tabelas……………………………………………………………………….17 Índice de gráficos………………………………………………………………………18 Apresentação e agradecimentos………………………………………………………19 0.
    [Show full text]
  • Guimarães E Portucale, Entre O Passado E a Memória *
    FORUM 28, Jul-Dez 2000, Pág. 3-42 Guimarães e Portucale, * entre o passado e a memória Maria da Conceição Falcão Ferreira Não posso deixar de agradecer, de imediato, o convite que me foi endereçado pelas Instituições responsáveis por esta iniciativa: o Conselho Cultural da Universidade do Minho, na pessoa do Senhor Professor Lúcio Craveiro da Silva; a Câmara Municipal de Guimarães, na pessoa do Senhor Dr. António Magalhães e a Sociedade Martins Sarmento, na pessoa do Doutor Santos Simões. Um obrigada do tamanho destes mil anos à cidade que, com tanta estima, tem acolhido a minha investigação. À Professora Manuela Martins, cujas palavras só podem entender-se à luz da profunda amizade que nos une, o meu grato e sentido reconhecimento. Ao contrário do que tanta vez acontece, hoje, a dimensão da apresentadora excede, em muito, a da conferencista. Cumpre-me confessar, também, que não obstante os afazeres de um quoti­ diano académico que me vem confiscando os dias, me é sempre muito grato falarde Guimarães. É com efeito a cidade que venho estudando sistematica­ mente, em toda a minha vida útil de investigação. À procura dos homens, os feitores da história, e à procura do espaço que moldaram, tenho perseguido a cidade medieval, nas suas mais variadas facetas. Razão de ser desta minha presença, ainda que muitos outros, que à terra vêm dedicando aturado labor, o pudessem fazer, e por certo melhor. • Texto da conferência proferida em Guimarães, em 12 Julho 2000, por iniciativa do Conselho Cultural da Universidade do Minho, da Sociedade Martins Sarmento e da Câmara Municipal de Guimarães, integrada na comemoração do Milenário da cidade.
    [Show full text]
  • Da Representação Documental À Materialidade Do Espaço Território Da Diocese De Braga (Séculos IX-XI)
    da .Sem sobre a sobre do espaço. do clássico casal: uma unidade O ARQUES prosopografia M A ANGELIST V . Corunha, Medieval Historia de 2008 (Premio RÉ E ormação da rede paroquial.ormação da rede actualmente, Trabalha egrado do IEM (FCSH-UNL) e colaborador do CITCEM egrado do IEM (FCSH-UNL) e colaborador do ncreto) sobre os problemas que a representação a representação que os problemas sobre ncreto) segunda propõe uma reflexão aplicada (a um corpus uma reflexão segunda propõe ilizado pelos redactores medievais para classificar pelosilizado redactores outor em História pela História em U.outor (2012). Porto A sua XI, a pondo foi livro a este conduziu que a investigação da organização social do espaço na Alta Idade Média, Idade Alta da organização espaço na social do t onflitos no territórioonflitos portucalense (séculos IX-XI), e está a o Concebida inicialmente como um estudo um estudo como inicialmente Concebida os séculos IX entre organização espaço minhoto social do e prévios que problemas de um conjunto descoberto importava estudar, em assentar a construção pena sob de fundações frágeis. os modelos estavam De um lado transmissão de textos e as circunstâncias dos discursivos espaço deste documental moldaramque a representação regional; outro, do a morfologia espaço organizado do e articulado(paisagem) (território), a analisar dentro pelo escrito. impostos registo constrangimentos dos O vai que assim no arco construiu-se estudo de objecto AND D da história rural no âmbito desenvolveu-se investigação e à história pontuais incursões da Igreja e ao problema com da f da FCT, bolseiro como pós-doutoramento de projecto num de e mecanismos resolução de judiciais processos sobre c a 1101 anterior da documentação ultimar o inventário portugueses.conservada arquivos em Investigador int CEHR (UCP).(UP) e do de É autor morfologicamente espaciais.
    [Show full text]
  • Ponte 25 De Abril Com Risco De Colapso
    ANNÉES 57 | ÉDITION #45 | MERCREDI 14 MARS, 2018 DIRECTEUR: MANUEL DE SEQUEIRA RODRIGUES GRELHADOS SOBRE CARVÃO GRELHADOS SOBRE CARVÃO BR AS IRO 8261 BOUL. ST-LAURENT 1851 ONTARIO E. MTL, H2K 1T6 Prop.: Elvis Soares 514-389-0606 514.563.1211 | AQUINTA.CA PONTE 25 DE ABRIL COM RISCO DE COLapSO Ponte 25 Abril precisa de obras urgentes: há fissuras, brechas Mário Centeno, ao seu pedido para fiscalização que apontou no mesmo e “parafusos” sem aperto a necessitar de intervenção imediata. libertação de verbas para as obras, sentido”, confirmou à fonte oficial A A conclusão consta de um documento secreto do Laboratório no caso, €20 milhões. do gabinete do secretário de Estado Nacional de Engenharia Civil. O secretário de Estado das Infraestru- Por ser uma intervenção de maior das Infraestruturas. Neste momen- turas admite que terá de ser feita a empreitada e já pediu autorização escala e por obrigar a uma despesa to, admite a mesma fonte, ainda não para gastar €20 milhões. Falta só a luz verde das Finanças. que vai prolongar-se por mais de está tudo pronto para se avançar: “O O Governo tem em mãos um rela- medidas urgentes e não se avance um ano (plurianual), tem de ter luz Governo desenvolve atualmente os tório explosivo do Laboratório Na- para uma intervenção de reparação, verde das Finanças. Agora o relató- necessários procedimentos adminis- cional de Engenharia Civil (LNEC): poderá ser preciso restringir-se o rio do LNEC veio dar mais urgência trativos com vista à realização das a Ponte 25 de Abril precisa de obras tráfego de pesados e de comboios ao pedido do governante que tutela obras mencionadas.” Ou seja: falta a imediatas e urgentes.
    [Show full text]
  • Uma Nobreza Não Muito Regional. O Papel Político E Social Dos Infanções De Astorga Na Primeira Metade Do Século XI (1028-1065)
    Hispania, 2019, vol. LXXIX, n.º 261, enero-abril, págs. 11-39 ISSN: 0018-2141, e-ISSN: 1988-8368, https://doi.org/10.3989/hispania.2019.001 Uma nobreza não muito regional. O papel político e social dos infanções de Astorga na primeira metade do século XI (1028-1065) Jose Alexandre Sousa1 Universidade de Salamanca [email protected] RESUMO: Através da documentação temos conhecimentode vários momentos de ins- tabilidade nas terras ocidentais do reino leonês depois da morte de Afonso V, em particular durante o intervalo que antecedeu a sagração do seu flho como o futuro Vermudo III. Contudo, alguns destes episódios já esta- riam a medrar em tempos anteriores no seio de diferentes actores sociais, entre os quais, certos membros de famílias condais, como Rodrigo Roma- niz, e alguns dos “infanzones terrae” de que nos falam esses mesmo docu- mentos, como Ecta Rapínatiz y Ero Salítiz. Estes membros das famílias da nobreza local que aqui escolhemos analizar e acompanhar caracterizam-se por deterem uma certa autori- dade nas suas áreas de infuência —sendo mesmo uma companhia fre- quente no séquito dos membros das famílias condais—, pela mobilidade da sua actuação política e pelo protagonismo em muitos e variados episó- dios que atentam contra o património alheio, particularmente clerical. A chegada ao trono de Fernando I trouxe uma certa ordem social aos diver- sos territórios do reino, com a devolução voluntária, e em certos casos forçada, das propriedades entretanto usurpadas. Palavras Chave: Vermudo III; infanções; usurpações; monasteiros; Ero Salítiz; Astorga. Una nobleza no muy regional. El papel político y social de los infanzones de Astorga en la primera mitad del siglo XI (1028-1065) RESUMEN: A través de la documentación tenemos conocimiento de varios momen- tos de inestabilidad en las tierras occidentales del reino leonés después 1 ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-2475-6665.
    [Show full text]
  • Março 2012 Tese De Doutoramento Em História Medieval Incursões
    Incursões Nórdicas no Ocidente Ibérico (844-1147): Fontes, História e Vestígios Hélio Fernando Vitorino Pires Tese de Doutoramento em História Medieval Março 2012 Tese apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em História Medieval, realizada sob a orientação científica de João Luís de Lima e Silva de Sousa e Maria da Graça Videira Lopes Apoio financeiro da FCT e do FSE no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio Aos meus Antepassados, em particular ao meu avô paterno, que faleceu quando eu estava na Galiza AGRADECIMENTOS A presente tese é fruto não só do trabalho individual do seu autor, mas também do contributo essencial de várias pessoas. A elas devo, por isso, a minha homenagem e profundo agradecimento. Em primeiro lugar, aos meus pais, que sempre me apoiaram e tornaram possível a minha ida para a Suécia, onde, pela primeira vez, estudei o tema das incursões nórdicas no ocidente ibérico. Ao meu querido amigo Ricardo Ferro, que, de Coimbra para Uppsala, forneceu-me informação vital para esse trabalho, assim como a Alexandra Sanmark, que foi cordenadora do meu Mestrado e tutora no estudo de vikingues. A ela agradeço também por me ter enviado cópias de documentos vitais para a presente tese e que não se encontram disponíveis em Portugal. O meu obrigado a Bernardo Vasconcelos e Sousa, que foi a primeira pessoa com quem contactei para elaborar o meu projecto de Doutoramento, e ainda aos meus dois orientadores, João Silva de Sousa e Graça Videira Lopes, cuja supervisão foi inestimável. Os meus agradecimentos vão também para os que, ao longo dos três anos de pesquisa, puseram ao meu dispor as suas bibliotecas pessoais, confirmaram referências bibliográficas em bibliotecas estrangeiras ou enviaram cópias de excertos de obras a que, de outra forma, eu não teria tido acesso célere.
    [Show full text]
  • O Essencial Sobre a Analística Monástica Portucalense (Séc . XI ‑XII)*
    Lusitania Sacra . 25 (Janeiro-Junho 2012) 183‑226 O essencial sobre a analística monástica portucalense (séc . XI ‑XII)* M ário de G ouveia Instituto de Estudos Medievais – Universidade Nova de Lisboa gouveia .mnc@gmail .com Resumo: O objetivo deste artigo é apresentar uma síntese dos principais vetores que sumariam a historiografia monástica portucalense dos séculos XI e XII . Palavras‑chave: Alta Idade Média (séc . IX‑XII); Entre‑Minho‑e‑Mondego; Monaquismo; Historiografia; Analística; Representações Sociais . Abstract: The purpose of this essay is to present a synthesis of the main vectors that summarize the Portuguese monastic historiography of the 11th and 12th centuries . Keywords: High Middle Ages (9th‑12th centuries); Entre‑Minho‑e‑Mondego; Monasticism; Historiography; Annalistic; Social Representations . * Palavras especiais de agradecimento a José Mattoso (FCSH‑UNL); Luís Krus † (FCSH‑UNL); Bernardo Vasconcelos e Sousa (FCSH‑UNL); Christophe Picard (Université de Toulouse‑Le‑Mirail); Stéphane Boissellier (Université de Poitiers); Carlos Gutiérrez Cuartango, OCSO; Salvador Toro Jiménez, OCSO; e Juan González Salvador, OCSO . 183 M ário de G ouveia Siglas e abreviaturas utilizadas AG Anais de S. Salvador de Grijó (c. 1111); AL Anais de S. Mamede de Lorvão (c. 1118); ant. anterior(es) a; APV “Annales portugalenses veteres”, in Pierre David, Études historiques sur la Galice et le Portugal du VIe au XIIe siècle, Lisboa – Paris, Livraria Portugália Editora – Société d’Édition “Les Belles Lettres”, 1947, p. 257 ‑340; ASC I Anais de St.ª Cruz de Coimbra I (c. 1169); AST Anais de St.º Tirso de Riba de Ave (c. 1079); c. cerca de; cf. conferir, confrontar; d.c.
    [Show full text]
  • Os “Anais De Lorvão” E a Memória Monástica Do Território De Fronteira (Séc
    Medievalista Online 8 | 2010 Número 8 O limiar da tradição no moçarabismo conimbricense: os “Anais de Lorvão” e a memória monástica do território de fronteira (séc. IX-XII) Tese de Mestrado em História Medieval, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 2008. Orientação do Prof. Doutor José João da Conceição Gonçalves Mattoso e do Prof. Doutor Luís Filipe Llach Krus Mário de Gouveia Edição electrónica URL: http://journals.openedition.org/medievalista/470 DOI: 10.4000/medievalista.470 ISSN: 1646-740X Editora Instituto de Estudos Medievais - FCSH-UNL Refêrencia eletrónica Mário de Gouveia, « O limiar da tradição no moçarabismo conimbricense: os “Anais de Lorvão” e a memória monástica do território de fronteira (séc. IX-XII) », Medievalista [Online], 8 | 2010, posto online no dia 01 dezembro 2010, consultado o 15 setembro 2020. URL : http://journals.openedition.org/ medievalista/470 Mediavalista está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Apresentação de Tese ● Mário de Gouveia Revista I SSN 1646 - 740X online Número 8|Julho - Dezembro 2010 Titulo: Apresentação de Tese O limiar da tradição no moçarabismo conimbricense: os “Anais de Lorvão” e a memória monástica do território de fronteira (séc. IX -XII). Tese de Mestrado em História Medieval, apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em 2008. Orientação do Prof. Doutor José João da Conceição Gonçalves Mattoso e do Prof. Doutor Luís Filipe Llach Krus.. Autor(es): Mário de Gouveia Enquadramento Institucional: Bolseiro de Investigação Científica da FCT/MCTES, ao abrigo do Programa Operacional «Ciência, Tecnologia, Inovação» (POCTI – Formar e FICHA TÉCNICA Qualificar); Membro do IEM, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa.
    [Show full text]
  • História De Portugal A
    HISTÓRIA DE PORTUGAL A. H. de Oliveira Marques volume 1 VOLUME 1 DAS ORIGENS ÀS REVOLUÇõES LIBERAIS A. H. DE OLIVEIRA MARQUES HISTÓRIA DE PORTUGAL DESDE OS TEMPOS MAIS ANTIGOS ATÉ AO GOVERNO DO SR. PINHEIRO DE AZEVEDO Manual para uso de estudantes e outros curiosos por assuntos do passado pátrio PALAS EDITORES - LISBOA 7ª Edição - Março 1977 - 10 000 ex. PREFÁCIO Esta História tem uma pequena história. No Verão de 1967, passei dois meses em Nova York, leccionando na Universidade de Columbia. Pouco antes de partir para a Europa, já em férias, almocei com três colegas americanos, todos eles interessados por temas portugueses. Falou-se em histórias de Portugal em inglês, nos três ou quatro manuais existentes, contra os quais eu me insurgi com veemência. Enfaticamente declarei que nada havia de recomendável, nada, em boa verdade, que um professor de história de Portugal pudesse aconselhar aos seus alunos como obra de conjunto. Nem em inglês, nem em português, acrescentei. Isto passou-se. De regresso aos Estados Unidos, nos meados de Setembro desse ano, fui encontrar uma carta da Imprensa da Universidade de Columbia, convidando-me a escrever um manual de história de Portugal em um volume, atendendo à falta notória de manuais actualizados em língua inglesa. O meu nome fora-lhes sugerido, pelo Prof. Bradford Burns, um dos participantes no tal almoço. Colhido de surpresa, enredado nos meus próprios argumentos, não pude dizer que não. Pus de parte ou afrouxei os diversos trabalhos que tinha entre mãos - um estudo pormenorizado da cidade de Lisboa na Idade Média em colaboração com Maria Teresa Campos Rodrigues; uma antologia de textos medievais hispânicos; etc.
    [Show full text]