Hispania, 2019, vol. LXXIX, n.º 261, enero-abril, págs. 11-39 ISSN: 0018-2141, e-ISSN: 1988-8368, https://doi.org/10.3989/hispania.2019.001 Uma nobreza não muito regional. O papel político e social dos infanções de Astorga na primeira metade do século XI (1028-1065) Jose Alexandre Sousa1 Universidade de Salamanca
[email protected] RESUMO: Através da documentação temos conhecimentode vários momentos de ins- tabilidade nas terras ocidentais do reino leonês depois da morte de Afonso V, em particular durante o intervalo que antecedeu a sagração do seu flho como o futuro Vermudo III. Contudo, alguns destes episódios já esta- riam a medrar em tempos anteriores no seio de diferentes actores sociais, entre os quais, certos membros de famílias condais, como Rodrigo Roma- niz, e alguns dos “infanzones terrae” de que nos falam esses mesmo docu- mentos, como Ecta Rapínatiz y Ero Salítiz. Estes membros das famílias da nobreza local que aqui escolhemos analizar e acompanhar caracterizam-se por deterem uma certa autori- dade nas suas áreas de infuência —sendo mesmo uma companhia fre- quente no séquito dos membros das famílias condais—, pela mobilidade da sua actuação política e pelo protagonismo em muitos e variados episó- dios que atentam contra o património alheio, particularmente clerical. A chegada ao trono de Fernando I trouxe uma certa ordem social aos diver- sos territórios do reino, com a devolução voluntária, e em certos casos forçada, das propriedades entretanto usurpadas. Palavras Chave: Vermudo III; infanções; usurpações; monasteiros; Ero Salítiz; Astorga. Una nobleza no muy regional. El papel político y social de los infanzones de Astorga en la primera mitad del siglo XI (1028-1065) RESUMEN: A través de la documentación tenemos conocimiento de varios momen- tos de inestabilidad en las tierras occidentales del reino leonés después 1 ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-2475-6665.