MERCADO E SISTEMA TRIBUTÁRIO CHINÊS: ANÁLISE ACERCA DA CONSTITUIÇÃO DE UMA POTÊNCIA

Cláudio Tessari é Mestre em Direito pelo Centro Universitário Ritter dos Reis – UniRitter Laureate International Universities. Pós-graduado em Gestão de Tributos e Planejamento Tributário Estratégico pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Professor livre docente dos cursos de: Pós-graduação em Direito Tributário do Centro Universitário Ritter dos Reis – UniRitter Laureate International Universities; Pós-gradução em Direito Tributário da PUCRS-IET; Pós- graduação da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS; Pós-graduação em Direito de Família e Sucessões da PUCRS; Pós-graduação em Direito e Gestão Tributária da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos; Pós-graduação em Direito de Família Contemporâneo e Mediação da Faculdade de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul – FADERGS; Pós-graduação em Direito de Família e MBA em Direito de Empresa com ênfase em Direito Tributário do Instituto de Desenvolvimento Cultural – IDC. Sócio do Instituto de Estudos Tributários – IET. Sócio do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM e membro da Comissão de Estudos Multidisciplinares. Sócio da Bernardon, Gerent & Tessari Advogados Tributaristas Associados S.S. Advogado Tributarista.

Área do Direito: Direito Tributário, Direito Empresarial, Direito Comercial Internacional.

Sumário: 1.Considerações iniciais. 2. O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) e a Organização Mundial do Comércio (OMC); 3. O que é dumping, o que significam as medidas antidumping, e a finalidade de proteger, de forma expressa (art. 3º, item 4 do WTO), os empregos e salários nas indústrias do país importador; 4. O Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, a regulamentação dos procedimentos administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping no Brasil, e a finalidade de proteger, de forma expressa (art. 30, § 3º, III, letras “c” e “d”, de tal Decreto), os empregos e salários das indústrias brasileiras; 5. Análise do mercado chinês, o que mais fomenta dumping no mundo, antes e após o ingresso da China na OMC; 6. Análise do sistema tributário chinês e da concessão benefícios às empresas dos tipos FES e FIES que estiverem localizadas numa das cinco special economic zones (SEZs); 7. Casos recentes de aplicação de medida antidumping no Brasil, contra a exportação de produtos oriundos da China, com fulcro no Decreto n. 8.058, de 26.07.2013; 8. Conclusão

Resumo: Um dos grandes desafios do Brasil, hodiernamente, é, sem dúvida, oferecer uma resposta ao seguinte questionamento: como conviver no âmbito do comércio internacional com a China, que passará a ser considerada uma economia de mercado a partir do ano de 2016, e, ao mesmo tempo, manter o nível de emprego, renda e salários da indústria nacional protegendo, de forma direta, os direitos laborais? E, sem dúvida, por meio do o Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, o Governo do Brasil não ignorou as características sociais, os padrões de comportamento real de seus cidadãos.

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Palavras-chave: Dumping; antidumping; mercado e sistema tributário chineses; Decreto-lei n. 8.058/2013.

Abstract: One of the great challenges of Brazil, in our times, is undoubtedly offer an answer to the following question: how to live in international trade with China, which will be considered a market economy from the year 2016, and, while maintaining the level of employment, income and wages of protecting domestic industry, directly, labor rights? And no doubt, through Decree n. 8,058, of 07.26.2013, the Government of Brazil did not ignore the social characteristics, the actual behavior patterns of its citizens.

Keywords: dumping; antidumping; Chinese market and tax system; Legislative Decree no. 8058/2013.

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A intensificação das trocas comerciais entre Estados se constitui num importantíssimo fenômeno das relações internacionais contemporâneas na medida em que deu origem a padrões de comportamento contraditórios por parte dos Estados e a criação de uma institucionalidade complexa e ambígua para governar e estimular o crescimento do comércio internacional.

Isso ocorre, porque, o comércio em muitas situações acaba cedendo às fortes demandas em nível mundial e, em consequência, pode esgotar os recursos naturais, explorar o trabalho humano, e causar uma divisão não equânime da riqueza entre os Estados.

O Direito é totalmente influenciado pela Economia na medida em que é limitado a sua competência territorial, assim em qualquer lugar que exista a convivência humana haverá, também, movimentação econômica que deverá ser regulada por normas.

Mas, se é verdade que o direito nasce com frequência em resposta a fenômenos econômicos e sociais, também é forçoso concluir que ele, direito, busca regulamentar esses fenômenos por meio da criação de órgãos como a CAMEX e o DECOM, em nível nacional, e como o GATT e a OMC, em nível mundial, que fomentam e aplicam normas e políticas públicas para promover a regulação, o desenvolvimento e a liberação do comércio de bens.

Contudo, a busca pela redução dos custos tributários e encargos sociais na fabricação de produtos destinados à exportação, muitas vezes, dá ensejo a violações dos direitos dos empregados, seja por meio de prática cada vez mais comum de transferência e criação de unidades produtivas para países ou regiões nos quais não são respeitados os direitos laborais, o que não é objeto do presente artigo, seja através da exportação dos produtos produzidos dessa forma a preços inferiores àqueles normalmente praticados no mercado interno do país exportador, provocando danos materiais ou inibindo o desenvolvimento da indústria doméstica

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do país importador, o que vem a ser classificado como dumping, constituindo-se no objeto do presente artigo.

O mercado chinês é o que mais fomenta dumping no mundo, antes e após o ingresso da China na OMC, sendo que o sistema tributário chinês concede grandes benefícios às empresas estrangeiras (FEs) e com investimento estrangeiro (FIEs) desde que estejam localizadas numa das cinco zonas de economia especial (ZEE) existentes naquele país, proporcionando que tais empresas produzam e exportem para o Brasil bens a preços excessivamente competitivos.

Diante dessa realidade, os governos buscam proteger seus países dessas práticas desleais de comércio internacional, em nível brasileiro, por meio do Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, e mundial, por meio do Acordo Antidumping, com a fixação e estabelecimento de medidas antidumping que consistem numa imposição paratarifária de direito econômico internacional, adicionado ao preço do produto importado capaz de produzir efeitos danosos na economia dos países importadores.

O Brasil, por sua vez, também com o Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, regulamentou os procedimentos administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping, medidas essas que são respaldadas pelas Resoluções exaradas pelo Conselho de Ministros da CAMEX e, bem mais que isso, com base nas disposições do art. 30, § 3º, III, letras “c” e “d”, do referido decreto, dispôs que se considera como dano, justificador do antidumping, os efeitos negativos reais ou potenciais das importações objeto de dumping sobre o emprego e salários da indústria brasileira, o que demonstra a preocupação do legislador nacional com a defesa dos direitos laborais em total consonância com o Acordo Antidumping (WTO).

2. O ACORDO GERAL SOBRE TARIFAS E COMÉRCIO (GATT) E A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC)

Passado o período da 2ª Guerra Mundial os países aliados, objetivando o fortalecimento da economia mundial que fora completamente mutilada pelas consequências da luta armada, buscaram o estreitamento de suas relações políticos-comerciais e, para tanto, idealizaram a criação de três instituições internacionais que colaborariam com esse objetivo, quais sejam, a Organização Internacional do Comércio (OIC), o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), sendo que a OIC tinha como principal objetivo “coordenar e supervisionar a negociação de um novo regime para o comércio mundial baseado nos princípios do multilateralismo e do liberalismo”1.

Através da Carta de Havana, originária da rodada de negociações comerciais multilaterais do GATT, foram delimitados os princípios e objetivos da Organização Internacional do Comércio (OIC), mas, infelizmente, a mesma não foi

1 BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Antidumping e Protecionismo, São Paulo, Edições Aduaneiras Ltda., 2004, p. 15. 3

ratificada pelos Estados Unidos da América, ao que tudo indica, para manter sua liderança no âmbito do comércio internacional.

Contudo, no ano de 1947, foi levado a efeito um acordo provisório que obrigava os 23 países signatários com relação ao tema – Política Comercial – que tratava das negociações de tarifas e regras gerais sobre o comércio, acordo esse que foi batizado de Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), que se tornou o foro mais importante de discussões sobre os temas relacionados com o comércio internacional, entre eles o dumping e o antidumping.2

Diversas foram às fases de negociações multilaterais, também chamadas de rodadas de negociações comerciais multilaterais do GATT, objetivando regular e ampliar o livre comércio entre as nações mundiais sendo que em 1986, no Uruguai, na cidade de Punta Del Este, teve início a 8ª rodada que se encerrou numa cidade do centro-sudoeste do Marrocos, também conhecida como a pérola do sul, ou seja, Maraqueche, no ano de 1994.3

A referida rodada recebeu o nome de Rodada Uruguai e teve como principal resultado à criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) que passou a exercer um papel de intermediadora do comércio multilateral mundial, fornecendo seu aparato jurídico, consubstanciado nos diversos acordos negociados entre os seus membros, acordos esses que refletem as realidades políticas e econômicas de cada país e regulam as relações econômicas comerciais, através de normas homogêneas para todos os seus participantes.4

Segundo a visão de Celso Lafer:

A OMC é a grande expressão do aprofundamento e do alongamento da lógica da globalização após a Gerra Fria. Esta lógica exprime-se, em primeiro lugar, pela nova abrangência ratione personae dos membros da OMC: países desenvolvidos, em desenvolvimento, antigos países socialistas em transição para uma economia de mercado.5

Assim, pode-se concluir que a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) é decorrência, direta, do resultado das negociações realizadas na Rodada Uruguai, promovida no âmbito do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT 1947), que se estendeu de 1986 a 1994. Em 01.01.1995, então, a OMC iniciou suas atividades.

Cabe ressaltar que o sistema da OMC contém normas de comportamento e de organização, ou seja, normas que conduzem juridicamente à convergência dos Estados membros para a promoção de propósitos comuns, circunscrevendo a competência discricionária das soberanias nacionais, tendo por principal objetivo a

2 BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Op. cit., p. 16. 3 BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Op. cit., p. 16. 4 BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Op. cit., p. 16. 5 LAFER, Celso. A OMC e a Regulamentação do Comércio Internacional: Uma Visão Brasileira, Editora Livraria do Advogado, Porto Alegre, 1998, p. 103. 4

promoção dos interesses comuns por meio da expansão da produção e do comércio de bens e serviços.6

Assim, se é verdade que o direito nasce com frequência em resposta a fenômenos econômicos e sociais, também é forçoso concluir que ele, direito, tenta regulamentar esses fenômenos, através de criação de órgãos, como a OMC, que fomentam normas e políticas para promover o desenvolvimento e a liberação do comércio de bens, de serviços e a proteção aos direitos da propriedade intelectual a nível mundial contribuindo para o bem-estar socioeconômico.7

Contudo, o comércio em muitas situações acaba cedendo às fortes demandas a nível mundial e, em consequência, pode esgotar os recursos naturais, explorar o trabalho humano, e causar uma divisão não equânime da riqueza entre os Estados já que poucos conseguem muito e muitos conseguem pouco.8

No âmbito da OMC, o Preâmbulo do Acordo Constitutivo da mesma reconhece, expressamente, que os Países Membros objetivam:

[..] a elevação dos níveis de vida, o pleno emprego e um volume considerável e em constante elevação de receitas reais e demanda efetiva, o aumento da produção e do comércio de bens e de serviços, permitindo ao mesmo temo a utilização ótima dos recursos mundiais em conformidade com o objetivo de um desenvolvimento sustentável.9

Assim, a aceitação de um sistema de princípios fundamentais de comportamento humano pelos Governos e seus governados, como o da OMC, é o primeiro passo para a busca de uma partilha de valores comuns pela humanidade visando conter a crescente desigualdade entre os países.

3 - O QUE É DUMPING, O QUE SIGNIFICAM AS MEDIDAS ANTIDUMPING, DENTRE ELAS O ACORDO ANTIDUMPING (WTO), E A FINALIDADE DE PROTEGER, DE FORMA EXPRESSA (ART. 3º, ITEM 4, DO WTO), OS EMPREGOS E SALÁRIOS NAS INDÚSTRIAS DO PAÍS IMPORTADOR

O filósofo e economista escocês, Adam Smith, considerado o pai da economia moderna e o mais importante teórico do liberalismo econômico, autor de Uma investigação sobre a natureza e causa da riqueza das nações, a sua obra mais conhecida, foi quem, pela primeira vez, utilizou a expressão dumping, não obstante a tenha utilizado para identificar uma situação econômica que, hodiernamente, é conhecida por subsídio.10

6 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Dumping, subsídios e salvaguardas: revisitando aspectos técnicos dos instrumentos de defesa comercial. São Paulo: Singular, 2012, p. 57. 7 COSTA, Ligia Maura. OMC e Direito Internacional do Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Quartier Latin, 2013, p. 30. 8 COSTA, Ligia Maura. Op. cit., p. 30. 9 COSTA, Ligia Maura. Op. cit., p. 38. 10 ARRUDA, Gustavo Fávaro. Entendendo o dumping e o direito antidumping. Revista de Direito da Concorrência, n. 7, 0. 16, jul./set. 2005. 5

Já, o primeiro economista a qualificar o instituto do dumping como é conhecido atualmente foi o canadense Jacob Viner, um dos mentores e inspiradores do início da escola de Chicago de Economia na década de 1930, que ensinava:

[...] the one essential charateristic of dumping, iconted, is price-discriminatio between purchases in differente national makets”, ou seja, para a economia, o dumping é definido como discriminação de preços entre mercados.11

Entre as práticas desleais existentes no comércio internacional destaca-se aquela que se caracteriza pela introdução de um bem no mercado internacional com preço de exportação inferior ao valor normal praticado no mercado interno do país exportador, prática essa conhecida por dumping.12

Cabe ressaltar que os dicionários da língua inglesa trazem o significado do verbo dump como descartar (lixo), vender ou importar, a preço baixo, mercadorias supérfulas ou invendáveis, sendo que hoje, no âmbito internacional, dumping é compreendido como a venda de produtos ao exterior a preços abaixo do valor normal praticado no mercado interno dos países, assim, a prática desleal de comércio com a introdução de um bem no mercado doméstico do país importador a preço de exportação inferior ao valor normal, com sérios prejuízos à indústria doméstica, é o que caracteriza a acepção mais comum do significado da palavra dumping.13

Uma empresa ao utilizar práticas comerciais agressivas, visando conquistar determinado segmento de mercado, vendendo seus produtos por preços extremamente baixos, pretendendo, em curto espaço de tempo, eliminar os concorrentes, ficando sozinha no mercado, para, posteriormente, através de situação privilegiada, aumentar preços e atingir lucros decorrentes de uma atividade sem concorrentes, pratica dumping e, neste caso, legitima que o país importador adote medidas para proteger a sua indústria interna através da aplicação da legislação de defesa comercial.14

Tipos de dumping15 Objetivos da empresa exportadora Esporádico Sem intenção deliberada de praticar dumping Discriminação de preço16 Maximização de lucro

11 FERNANDEZ, Leandro. Dumping Social e o Comércio Internacional. Editora Síntese. Revista Síntese de Direito Empresarial: Ano 5, n. 27, Jul./Ago. 2012, p. 71. 12 CASELA, Paulo Borba. MERCADANTE, Aramita de Azevedo (coord.). Guerra Comercial ou Integração Mundial pelo Comércio? A OMC e o Brasil, São Paulo, LTr, 1998, p. 229 e 854. 13 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 201. 14 LEÃES, Luiz Gastão Paes de Barrosa. O Dumping como Forma de Abuso de Poder Econômico. Revista de Direito Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro, v. 32, n. 91, São Paulo, jul.-set. 1993, p. 5-15. 15 BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Op. cit., p. 31. 16 “Uma empresa que opere em dois mercados distintos e que tenha algum controle de preços em ambos pode achar vantajoso provocar alguma distorção quando da formação de seus preços para diminuí-lo no mercado estrangeiro e, assim, maximizar seus ganhos assim, a discriminação de preços em mercados distintos ocorrerá sempre que a demanda por um produto no mercado estrangeiro for mais elástica que no mercado nacional. A demanda elástica fica caracterizada pela alteração de demanda dos consumidores sempre que houver alteração de preços, ou seja, se a demanda no 6

Cobrir ao menos os custos variáveis ou assegurar níveis de Cíclico17 emprego em períodos de baixa demanda Minimizar perdas advindas do excesso de capacidade produtiva Defensivo18 para coibir ou desestimular a entrada de concorrentes Em escala19 Atingir uma economia de escala ou de capacidade total Estabelecer uma empresa como líder de mercado em relação a um Marketing produto novo recém-lançado Frontal20 Atacar um líder de mercado em um mercado de exportação Predatório21 Estabelecer um monopólio em um mercado estrangeiro

Importante asseverar que, a ocorrência de dumping não está condicionada a intuito predatório, ou ao fato de que os preços sejam inferiores aos custos de produção mas, sim, com o comércio exterior, ou seja, não caracteriza dumping a prática de underselling ou preço predatório na medida em que ocorrem, mercado estrangeiro for mais elástica que no mercado nacional significa que os consumidores do mercado estrangeiro tendem a alterar sua demanda no caso de alterações de preço, o que acaba por forças o exportador a manter.” (BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Antidumping e Protecionismo. São Paulo:Aduaneiras, 2004, p. 31). 17 “Pode ocorrer também que uma empresa opte por vender seus produtos a preço abaixo de seu preço de custo, percebendo prejuízo num curto prazo com vistas a um ganho em um longo prazo, representado pelo aumento de consumidores nesse mercado. Num período de baixa demanda, e empresa pode ainda optar por diminuir seus preços de forma que estes cubram apenas a média dos custos variáveis. Tal dumping cíclico é perfeitamente aceitável no caso da empresa ter expectativa de melhora futura do que os custos advindos de eventual demissão de empregados e diminuição na produção, que acarreta aumento no custo fixo médio. O alto custo trabalhista na demissão de empregados é uma das explicações de por que algumas empresas acabam praticando o dumping cíclico muitas vezes. Além disso, a manutenção de times de funcionários otimiza a produção, pois o tempo e o custo de treinamento de novos empregados é significativo para as empresas e, caso essas acreditem que retomarão a produção em um espaço de tempo razoável, podem optar por manter o atual quadro de funcionários do que dispensá-los e ter que, no momento em que a produção tomar volume novamente, contratar e treinar um novo time de empregados, time esse que demorará um certo tempo para dominar a técnica do trabalho e, consequentemente, desenvolvê-lo da forma mais eficiente possível.” (BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Antidumping e Protecionismo, São Paulo, Edições Aduaneiras Ltda., 2004, p. 32). 18 “No caso de dumping defensivo, o objetivo da empresa é deter a entrada de concorrentes nacionais no mercado estrangeiro por meio da diminuição de preços do seu produto.” (BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Antidumping e Protecionismo, São Paulo, Edições Aduaneiras Ltda., 2004, p. 32). 19 “O dumping escala pode ser a saída encontrada pelo exportador para atingir uma produção em escala. Nesse caso, a empresa opta por vender seus produtos em longo prazo por um preço abaixo de seu preço de custo até o momento em que a empresa atinge a produção em escala, que faz com que a média do seu custo de produção caia e que os trabalhadores otimizem seu trabalho. Dessa forma o dumping faz parte de uma estratégia de produção.” (BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Antidumping e Protecionismo, São Paulo, Edições Aduaneiras Ltda., 2004, p. 32). 20 “O dumping frontal foi muito utilizado pelos japoneses exportadores de semicondutores e produtos eletrônicos para os EUA e UE na década de 80. O objetivo aqui é atacar o líder de vendas no mercado estrangeiro e, para tanto, o exportador opta por exportar seus produtos a um preço que cubra nem mesmo seu custo marginal (isto é, o custo na produção de uma unidade extra de produto) e, assim, ao invés de maximizar os lucros opta por maximizar as vendas e sobrepor-se ao líder de marcado.” (BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Antidumping e Protecionismo, São Paulo, Edições Aduaneiras Ltda., 2004, p. 32/33). 21 “O dumping predatório se caracteriza na prática de atos comerciais de empresas estrangeiras, algumas vezes através de cartéis, buscando dominar o mercado abaixando seus preços a ponto de varrer do mercado seus demais concorrentes e, desta forma, estabelecer monopólio.” (BARROS, Maria Carolina Mendonça de. Antidumping e Protecionismo, São Paulo, Edições Aduaneiras Ltda., 2004, p. 33). 7

exclusivamente, dentro do mercado interno (nacional), e deverão ser rechaçadas, se for o caso, nos limites da competência do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE, através da lei antitruste brasileira.22

Assim, através das medidas antitrustes, busca-se assegurar que o consumidor tenha oferta de produtos a preços mais baixos, preservando-se a concorrência, sendo que com as medidas antidumping o que se objetiva é, sem dúvida, proteger a indústria do país importador para que, justamente, o exportador não alcance o seu objeto que, nesse caso, é eliminar a concorrência dos produtos nacionais.23

Tem-se que uma das formas dos governos protegerem seus países dessas práticas desleais de comércio internacional é a fixação de medida antidumping que consiste numa imposição paratarifária de direito econômico internacional, incidente sobre o preço do produto importado capaz de produzir efeitos danosos na economia dos países importadores.24

A primeira nação mundial a editar uma lei específica para coibir a prática de dumping foi o Canadá, no início do século XX, já que, naquela época, o país construía uma ferrovia que cruzaria toda a sua extensão territorial, objetivando, é claro, implementar o comércio e o tráfego de pessoas.25

Aproveitando-se da situação, investidores norte americanos (US Steel Corporation) começaram e negociar aço para os fabricantes de estradas de ferro canadenses a preços que inviabilizariam a concorrência por parte das indústrias produtoras de aço no país importador (Canadá), o que ocasionou o domínio do mercado local com a quebra de indústrias nacionais, canadenses, acarretando expressivos índices de desemprego, situação, essa, que foi coibida através da adoção da primeira legislação antidumping do mundo.26

Naquela época, ano de 1904, o Ministro das Finanças Públicas canadense, asseverou:

We find today that the higt tariff countries have adopted that mathod of trade which has now come to be known as slaughtering, or perhaps the Word more frequently used is dumping; that is to say, that the trust or combine, having obtained command and control of its own market and finding that it Will have a surplus of goods, sets out to obtain command of a neighboring market, and for the purpose of obtaining control a neighboring market Will put aside all reasonable considerations with regard to the cost or fair price of the goods; the only principle recognized is that the goods must be sold and the market obtained (...). This dumping, then, is an evil, and we propose to deal with it.27

22 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 33. 23 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 35. 24 BAUMANN, Renato (Org.). O Brasil e a Economia Global. Rio de Janeiro: Campus 1996, p. 30-40. 25 FERNANDEZ, Leandro. Op. cit., p. 70. 26 FERNANDEZ, Leandro. Op. cit., p. 70. 27 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 27-28. 8

A medida ou direito antidumping significa um montante em dinheiro igual ou inferior à margem de dumping apurada e tem por finalidade exclusiva neutralizar os efeitos danosos das importações caracterizadoras da prática desleal, restabelecendo o equilíbrio de competitividade rompido no mercado interno, possuindo, ainda, a finalidade específica de intervenção no domínio econômico, objetivando disciplinar a concorrência afetada pela prática do preço desleal, através do dumping comercial que consiste na venda de mercadorias abaixo do seu preço normal, com o objetivo de conquistar ou assegurar fatia de mercado; e do dumping predatório que se funda na venda de mercadorias por preço abaixo do custo de produção.28

Assim, poderá ser aplicado o direito antidumping como compensatório para que o país possa exercer a defesa comercial dos interesses nacionais, sendo que dessa maneira, respeitados os acordos internacionais e as normas de defesa comercial interna, se assegura que a indústria mantenha o nível de emprego e os salários no país importador, tornando as transações comerciais mais equitativas.29

Portanto, o antidumping se caracteriza como um instrumento de defesa comercial legítimo e útil para a correção de abusos cometidos pelos países exportadores que acabam por comprometer a geração de emprego e renda na indústria nacional dos países importadores.

As medidas antidumping têm por finalidade impedir que práticas empresariais condenáveis, decorrentes da concorrência internacional, produzam seus efeitos prejudicando os interesses das indústrias dos países importadores, dos seus empregados, dos consumidores de seus produtos, e de toda comunidade cujas atividades encontram-se vinculadas à vida das indústrias.30

A preservação e a manutenção das indústrias existentes nos países importadores constitui preocupação constante dos dirigentes estatais das nações industrializados e em fase de industrialização, diante de sua importância econômica, tecnológica e social, sendo que as leis de defesa comercial, como o Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, são aplicadas com a finalidade precípua de defender a atividade industrial desenvolvida no país, assegurando, também, os direitos sociais e econômicos relacionados à existência das empresas, e a garantia do nível de emprego e renda no Brasil.31

Entende-se, pois, ser possível e necessária à utilização dos direitos antidumping no dumping predatório na medida em que a indústria nacional deve

28 BOLTUCK, Richard D. An Economic Analysis of Dumping. Journal of Word Trade Low. Twickenham, v. 21, n. 5, out. 1987, p. 45-54. 29 RODRIGUES, José Roberto Pernomian. O Dumping como Forma de Expressão do Abuso do Poder Econômico: caracterização e consequências. Tese de doutorado. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 1999, p. 284. 30 LAFER, Celso. Dumping Social. In: Direito e Comércio Internacional – estudos em homenagem a Irieneu Strenger. São Paulo: LTr, 1994, p. 163. 31 LEÃES, Luiz Gastão Paes de Barrosa. O Dumping como Forma de Abuso de Poder Econômico. Revista de Direito Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro, v. 32, n. 91, São Paulo, jul.-set. 1993, p. 5-15. 9

manter-se “a salvo” de competição estrangeira desleal, justamente, para manter os níveis de emprego e renda e, em decorrência, defender os direitos sociais, verbis:

AD is simply packaging of protectionism to make it look like something different. Bu calling sumping ufair, the presumption is that AD is fair thus a good thing. It levels the playing-field and what can be wrong with fair play? Unfortunately, AD is nota about fair play. Its goal is to tilt the playing-field. There hás benn a concerted attack on AD by economics during the last decade. AD is a major loophole in the Gatt, used strategically by firms. (...) – AD is an inferior intrument to address foreign market closure as it does not deal with the source of the problem, i.e. the government policies which artificially segment markets, or allow this to occur.32

A discriminação de preços se caracteriza numa prática muito comum no mundo de hoje, e acaba sendo utilizada como uma forma de estratégia comercial para qualquer empresa que, com atuação em vários mercados, busca maximizar a sua margem de lucro.33 Contudo, a ocorrência de dumping não pode, de forma alguma, ser confundida com a prática caracterizada pela venda de produtos abaixo do seu preço de custo, nominada de underselling, e com venda de produtos com preços extramente reduzidos, por óbvio, buscando eliminar a concorrência, batizado de preço predatório.34

A legislação antidumping trata da proteção da concorrência entre agentes econômicos, e o direito antidumping, mecanismo de defesa comercial, está amparado no Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) de 1994, mais especificamente no Acordo Relativo à Implementação do artigo VI do GATT, no bojo do qual o dumping é definido como:

1. The contracting parties recongnize that dumping, by which products o fone country are introduced into the commerce of another country at less than the normal value of the products, is to be condemned IF it cause or thereatens material injury to an established industry in the territory of a contracting party or materally retards the establishment of a domestic industry. For the purposes of this Article, a product is to be considered as being introduced into the commerce of an importing country at less than its normal value, IF the price of the product exported from one country to another. (a) is less than the comparable price, in the ordinary course of trade, for the like product when destined for consumption in the exporting country, or, (b) inte asence of such domestic price, is less than either (i) the highest comparable price for the like product for export to any third country in the ordinary course of trade, or (ii) the cost of production of the country of origin plus a reasonable addition for selling cost and profit.

Nota-se, pois, que segundo a definição do GATT para configuração do dumping deve estar presente, sempre, a situação de comercialização de produtos a valores inferiores aos tidos como razoavelmente praticáveis no mercado, e que a

32 HOEKMAN, Bernard, KOSTEKI, Michel. The Political Economy of the World Trade System – Fron Gatt to WTO. Oxford University Press, 1996, p. 177-178. 33 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 33. 34 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 33. 10

configuração do dumping condenável exigirá, ainda, a demonstração de danos aos agentes econômicos e nexo causal entre a conduta e o dano sofrido, ou seja, não se poderá sustentar a existência de dumping condenável em decorrência, apenas e tão somente, da venda de produtos a preços abaixo dos parâmetros praticados no mercado, num lapso temporal.35

Assim, até ao ano de 1960, as investigações antidumping eram levadas a efeito com fulcro nas disposições constantes do referido artigo VI do GATT, sendo que durante a Rodada Kennedy de negociações comerciais multilaterais do GATT, que ocorreu durante os anos de 1964 a 1967, começou a ser negociado o primeiro conjunto de normas destinadas ao assunto, dumping, o que deu ensejo à criação de um diploma legal separado do GATT, de adesão voluntária dos países membros.36

Esse diploma de anuência opcional, deu origem ao que se passou a denominar de Código ou Acordo Antidumping (WTO), cujas normas foram negociadas durante a Rodada Tóquio de negociações comerciais multilaterais do GATT, que ocorreu durante os anos de 1973 a 1979, sendo que ao iniciar-se a Rodada Uruguai de negociações multilaterais do GATT, que perdurou ao ano de 1986 a 1993, o mandato para tratar de antidumping ficou sob a instrução ampla de:

improve clarify or expand, as appropriate, Agreements and Arrangements negotiated in the Tokyo Round of Multilateral Trade Negotiations.37 38

Assim, ao final da Rodada Uruguai de negociações multilaterais do GATT, passou a viger o Código ou Acordo Antidumping (WTO) no seu formato atual, ou seja, de subscrição obrigatória para todos os países membros da Organização Mundial do Comércio – OMC, sendo considerado, hoje, um dos diplomas legais mais técnicos e complexos da OMC, sendo que a lógica da defesa da indústria já manifestada no primeiro marco normativo foi mantida, verbis:

[…] the Uruguay Round has not settled the policy debate on the rationale of anti-dumping measures. In fact, as illustrated but the absence of preambular considerations, on questions of fundamental objetives and principles of anti- dumping action the Uruguay Roud Agreement on Anti-Dumping is an agreement to disagree. Sooner or later this dabete is likely to be resumed in the WTO, perhaps in the broader framework of a consideration of the interrelationship between trade policy and competition law.39 40

35 FERNANDEZ, Leandro. Op. cit., p. 71. 36 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 39. 37 melhor esclarecer ou expandir, conforme o caso, acordos e convênios negociados na Rodada Tóquio de Negociações Comerciais Multilaterais (tradução nossa). 38 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 41. 39 A Rodada Uruguai não resolveu o debate político sobre a lógica das medidas antidumping. Na verdade, como ilustrado, mas a ausência de considerações preambulares, sobre questões de objectivos fundamentais e princípios de ação antidumping do Acordo do Uruguay Round sobre Antidumping é um acordo em discordar. Mais cedo ou mais tarde este debate é provável que seja retomado na OMC, talvez no quadro mais amplo de uma consideração da inter-relação entre a política comercial e direito da concorrência (tradução nossa). 40 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 41. 11

Importante observar, então, que o Acordo Antidumping (WTO) opta pela utilização de uma definição jurídica de dumping segundo a qual a prática de dumping se confirma quando da oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior ao seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto, ser inferior àquele praticado, no curso normal das atividades comerciais, para o mesmo produto quando destinado ao consumo do país exportador.41

O Acordo sobre a implementação do referido artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994 estabeleceu que medidas antidumping somente poderão ser aplicadas nas circunstâncias previstas expressamente, e conforme o Acordo Antidumping (WTO), as medidas serão aplicadas se uma investigação concluir pela existência de dumping e de dano decorrente de tal prática.

O Acordo Antidumping (WTO) estabelece a definição da prática de dumping como a oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior ao valor normal, ou seja, o dumping ocorre quando o preço de exportação do produto é inferior àquele praticado no curso normal das atividades comerciais para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador.42

No âmbito da legislação nacional, a ata final que incorporou os resultados da Rodada Uruguai de negociações comerciais multilaterais do GATT foi aprovada pelo Decreto Legislativo n. 30, de 15.12.1994, e promulgada pelo Decreto n. 1.355, de 30.12.1994, ou seja, o Acordo Antidumping (WTO), ou melhor dizendo, o Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), foi incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro43 da seguinte forma, verbis:

Decreto n. 1.355/1994 Promulga a Ata Final que Incorpora os Resultados da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do Gatt.

O Presidente da República, no uso de suas atribuições, e

Considerando, que o Congresso Nacional aprovou, pelo Decreto Legislativo n. 30, de 15 de dezembro de 1994, a Ata Final que Incorpora os Resultados da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do Gatt, Assinada em Marraqueche, em 12 de abril de 1994;

Considerando que o Instrumento de Ratificação da referida Ata Final pela República Federativa do Brasil foi depositado em Genebra, junto ao Diretor- Geral do Gatt, em 21 de dezembro de 1994;

Considerando que a referida Ata Final entra em vigor para a República Federativa do Brasil em 1º de janeiro de 1995, decreta:

Art. 1º - A Ata Final que Incorpora os Resultados da Rodada Uruguai de Negociações Comerciais Multilaterais do Gatt, apensa por cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém.

41 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 202. 42 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 268. 43 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 269. 12

Art. 2º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 30 de dezembro de 1994; 173º da Independência e 106º da República. Diário Oficial da União de 31/12/94. (...) ACORDO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO ARTIGO VI DO ACORDO GERAL SOBRE TAFICAS E COMÉRCIO 1994

Os Membros, por este instrumento, acordam o seguinte:

PARTE I Artigo 1 Princípios Medidas antidumping só poderão ser aplicadas nas circunstâncias previstas no Artigo VI do Gatt 1994 e de acordo com investigações iniciadas e conduzidas segundo o disposto neste Acordo. As disposições a seguir regem a aplicação do Artigo VI do Gatt 1994 no caso de vir a ser iniciada ação ao abrigo de legislação ou regulamentos antidumping.

Artigo 2 Determinação de Dumping 1. Para as finalidades do presente Acordo, considera-se haver prática de dumping, isto é, oferta de um produto no comércio de outro país a preço inferior, a seu valor normal, no caso de o preço de exportação do produto ser inferior àquele praticado, no curso normal das atividades comerciais, para o mesmo produto quando destinado ao consumo no país exportador. (...)

Artigo 3 Determinação de Dano 1. A determinação de dano para as finalidades previstas no Artigo VI do Gatt 1994 deverá basear-se em provas materiais e incluir exame objetivo: (a) do volume das importações a preço de dumping e do seu efeito sobre os preços de produtos similares no mercado interno; e (b) do consequente impacto de tais importações sobre os produtores nacionais desses produtos. (...)

4. O exame do impacto das importações a preços de dumping sobre a indústria nacional correspondente deverá incluir avaliação de todos os fatores e índices econômicos relevantes que tenham relação com a situação da referida indústria, inclusive queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção, da participação no mercado, da produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada; fatores que afetem os preços internos; a amplitude da margem de dumping; efeitos negativos reais ou potenciais sobre o fluxo de caixa, estoques, emprego, salários, crescimento, capacidade para aumentar capital ou obter investimentos. A enumeração acima não é exaustiva, nem poderão tais fatores, isoladamente ou em conjunto, ser tomados necessariamente como indicação decisiva. (...) Artigo 9 Imposição e Cobrança de Direitos Antidumping 1. São da competência das autoridades do Membro importador a decisão sobre a imposição ou não de direito antidumping, quando estiverem preenchidos os requisitos necessários, e a decisão sobre o montante do 13

direito antidumping a ser imposto será a totalidade da margem de dumping ou menos do que esse valor. É desejável que o direito seja facultativo no território de todos os Membros e que seu montante seja menor do que a margem de dumping, caso tal valor inferior seja suficiente para eliminar o dano à indústria nacional. (grifou-se)44

Cabe ressaltar, contudo, que o Acordo Antidumping (WTO) regula, apenas e tão somente, a maneira pela qual os Governos dos países cuja indústria foi vítima do dumping poderão reagir da tal prática.45

Após, então, a sua internalização, a Lei n. 9.019, de 30.12.1995 estabeleceu em território nacional as condições para aplicação das medidas antidumping, e o Decreto n. 1.602, de 23.08.1995, regulamentou as normas que disciplinaram os procedimentos administrativos relativos à aplicação de medidas antidumping, em território nacional. Contudo, recentemente, o Decreto exarado pelo Poder Executivo, número 8.058, de 26.07.2013, publicado no Diário Oficial da União em 29.07.2013, página número 2546, estabeleceu e regulamentou toda a caracterização e aplicação de medidas antidumping no Brasil, substituindo a legislação anterior.

A OMC, sendo fiel ao seu principal objetivo que é, sem dúvida, a liberação comercial por meio da redução das tarifas, através do Acordo Antidumping (WTO) estabeleceu normas de conduta, determinando limites que não devem ser ultrapassados pelos Estados Membros na elaboração e aplicação das suas leis internas em matéria de comércio internacional.47

Assim sendo, conforme restou demonstrado principalmente pelas disposições constantes do art. 3º, item 4, do Acordo Antidumping (WTO), se considera como dano, justificador do antidumping, os efeitos negativos reais ou potenciais sobre emprego e salários da indústria do país importador, o que demonstra a preocupação da OMC com a defesa dos direitos laborais e sociais.

4. O DECRETO N. 8.058, DE 26.07.2013, A REGULAMENTAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS RELATIVOS À INVESTIGAÇÃO E À APLICAÇÃO DE MEDIDAS ANTIDUMPING NO BRASIL, E A FINALIDADE DE PROTEGER, DE FORMA EXPRESSA (ART. 30, § 3º, III, LETRAS “C” E “D”, DE TAL DECRETO), OS EMPREGOS E SALÁRIOS NAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS

Não obstante a dimensão econômica do dumping, em decorrência da globalização criou-se a necessidade de os governos estarem capacitados para proteger suas respectivas indústrias domésticas da concorrência externa, nos dias atuais, principalmente da China, razão pela qual surgiu a legislação nacional de defesa comercial, colocando em primeiro lugar o aspecto político do conceito de

44 GUEDES, Josefina Maria M.M. PINHEIRO, Silvia, M. Antidumping Subsídios e Medidas Compensatórias. 3ª Edição, São Paulo : Aduaneiras, 2002, p. 142/170. 45 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 38. 46 http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/D8058.htm, acesso em 10.02.2014. 47 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 57. 14

dumping, cristalizando definições jurídicos-políticas do mesmo, segundo as quais o dano causado à indústria doméstica no país importador por produtos importados vendidos a preços inferiores aos praticados no país de origem legitimaria a adoção de medidas antidumping.48

O principal desafio da defesa comercial brasileira se constitui em assegurar proteção à indústria nacional contra práticas desleais de comércio. Contudo, deve o fazê-lo com estrita observância da norma multilateral sobre a matéria.

Em decorrência da aprovação da ata final da Rodada Uruguai de negociações comerciais multilaterais do GATT através do Decreto Legislativo n. 30, de 15.12.1994, o Brasil editou a Lei n. 9.019, de 30.03.1995 e o Decreto n. 1.602, de 23.08.1995, que dispunham sobre a aplicação e a regulamentação de direitos estabelecidos no Acordo Antidumping (WTO), decorrente da referida Rodada de negociações.

Contudo, passou a viger no Brasil em 01.10.2013 (art. 200), o Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, publicado no Diário Oficial da União de 29.07.2013, página 25, que “regulamenta os procedimentos administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping”49, sendo que esse novo marco normativo substituiu toda a legislação anterior.

De acordo com o referido Decreto identifica-se a prática de dumping com a introdução de um produto no mercado doméstico brasileiro, inclusive sob as modalidades de drawback, a um preço de exportação inferior ao seu valor nominal (art. 7º), sendo que se considera valor nominal o preço do produto similar, em operações comerciais normais, destinado ao consumo no mercado interno do país exportador (art. 8º).

Já, o produto similar, acima referido, é o produto idêntico, igual sob todos os aspectos ao produto da investigação ou, na sua ausência, outro produto que, embora não exatamente igual sob todos os aspectos, apresente características muito próximas às do produto objeto da investigação (art. 9º).

Desta forma, poderão ser aplicadas medidas antidumping quando a importação de produtos objeto de dumping causar dano à indústria doméstica (art. 1º), tudo de acordo com as investigações iniciadas e conduzidas em conformidade com o disposto neste Decreto (art. 1º, § 1º).

Competirá, então, ao Conselho da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX, com base nas recomendações contidas em parecer do Departamento de Defesa Comercial da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento – DECOM, a decisão de:

I - aplicar ou prorrogar direitos antidumping provisórios ou definitivos;

48 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 25-26. 49 Disponível em . Acesso em 09.11.2014. 15

II - homologar ou prorrogar compromissos de preços; III - determinar a cobrança retroativa de direitos antidumping definitivos; IV - determinar a extensão de direitos antidumping definitivos; V - estabelecer a forma de aplicação de direitos antidumping, e de sua eventual alteração; VI - suspender a investigação para produtores ou exportadores para os quais tenha sido homologado compromisso de preços, nos termos do art. 67; VII - suspender a exigibilidade de direito antidumping definitivo aplicado, mediante a exigência de depósito em dinheiro ou fiança bancária, na hipótese da Subseção I da Seção III do Capítulo VIII, assim como determinar a retomada da cobrança do direito e a conversão das garantias prestadas; e VIII - suspender a aplicação do direito antidumping na hipótese do art. 109. (art. 2º).

Cabe destacar, ainda, que compete à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – SECEX:

I – iniciar a investigação antidumping; II – encerrar a investigação sem aplicação de medidas nas hipóteses do art. 74; III – prorrogar o prazo para a conclusão da investigação; IV – encerrar, a pedido do peticionário, a investigação sem julgamento de mérito e arquivar o processo; V – iniciar uma revisão do direito antidumping definitivo ou de compromisso de preços; e VI – extinguir a medida antidumping nas hipóteses de determinação negativa nas revisões amparadas pelo Capítulo VIII. (art. 5º).

Desta forma, pode-se concluir que o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) é o órgão responsável por aplicar as medidas antidumping; o Departamento de Defesa Comercial da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – (DECOM) é o órgão responsável pela investigação e condução do processo administrativo; e a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (SECEX) é o órgão responsável por iniciar, prorrogar, revisar e encerrar a investigação do dumping.

Para fins de apuração de dumping considera-se país exportador como sendo o país de origem declarado das importações do produto objeto da investigação (art. 11), e como operações comerciais normais todas as vendas do produto similar realizadas pelo produtor ou exportador sob investigação no mercado interno do país exportador ou para um terceiro país (art. 12).

O principal objeto do processo administrativo de investigação de dumping é fazer uma comparação entre o valor normal e o preço de exportação do produto, considerando as vendas realizadas no período de investigação de dumping, assim a margem de dumping constitui a diferença entre o valor normal e o preço de exportação (art. 25, caput) e será apurada com base na comparação entre: I – o 16

valor normal médio ponderado e a médica ponderada dos preços de todas as transações comparáveis de exportação, ou II – os valores normais e os preços de exportação, comparados transação a transação, (art. 26, I e II).

Para fins do referido Decreto é considerado dano, justificador da aplicação de medida antidumping: I – o dano material à indústria doméstica; II – a ameaça de dano material à indústria doméstica; ou III – o atraso material na implantação da indústria doméstica, (art. 29).

A determinação de dano à indústria doméstica é estabelecida através de elementos de prova e incluirá o exame objetivo do: I - volume das importações objeto de dumping; II - efeito das importações objeto de dumping sobre os preços do produto similar no mercado brasileiro; e III - consequente impacto de tais importações sobre a indústria doméstica. (art. 30, I, II e III), sendo que no exame da situação fática prevista no inciso I, acima, será considerado se houve aumento significativo das importações nessas condições, tanto em termos absolutos quanto em relação à produção ou ao consumo no Brasil, (§ 1º, do art. 30).

Para determinarem-se os efeitos das importações objeto de dumping sobre os preços do produto similar no mercado brasileiro, será considerado se: I - houve subcotação significativa do preço das importações objeto de dumping em relação ao preço do produto similar no Brasil; II - tais importações tiveram por efeito deprimir significativamente os preços; ou III - tais importações tiveram por efeito suprimir significativamente aumento de preços que teria ocorrido na ausência de tais importações, (§ 2º, do art. 30).

Por fim, o exame do impacto das importações objeto de dumping sobre a indústria doméstica incluirá avaliação de todos os fatores e índices econômicos pertinentes, relacionados com a situação da referida indústria, inclusive:

I - queda real ou potencial: a) das vendas; b) dos lucros; c) da produção; d) da participação no mercado; e) da produtividade; f) do retorno sobre os investimentos; e g) do grau de utilização da capacidade instalada. II - fatores que afetem os preços domésticos, incluindo a amplitude da margem de dumping. III - os efeitos negativos reais ou potenciais sobre: a) fluxo de caixa; b) estoques; c) emprego; d) salários; e) crescimento da indústria doméstica; e f) capacidade de captar recursos ou investimentos. (§ 3º, do art. 30).

17

Faz-se necessário demonstrar que, por meio dos efeitos do dumping, as importações objeto do mesmo contribuíram significativamente para o dano experimentado pela indústria doméstica (art. 32, caput), sendo que essa demonstração do nexo de causalidade deve basear-se no exame: I – dos elementos de prova pertinentes apresentado (art. 32, § 1º, I).

O termo indústria doméstica será interpretado como a totalidade dos produtores do produto similar doméstico (art. 34, caput), e quando não for possível reunir a totalidade dos referidos produtores e desde que devidamente justificado, o termo poderá ser definido como o conjunto de produtores cuja produção conjunta constituía proporção significativa produção nacional total do produto similar doméstico (art. 34, § único).

A investigação para determinar a existência de dumping, de dano e nexo de causalidade entre ambos deverá ser solicitada mediante petição escrita, apresentada pela indústria doméstica, ou em seu nome (art. 37, caput), petição essa que será analisada no prazo de quinze dias, contado da data de seu protocolo (art. 41, caput), sendo que deverão ser protocoladas simultaneamente um versão confidencial e uma versão não confidencial da petição (art. 41, § 5º) e os documentos protocolados sem indicação confidencial ou restrito serão tratados como públicos (art. 41, § 6º).

A petição será analisada quanto aos indícios da existência de dumping, de dano à indústria doméstica e de nexo da causalidade entre ambos (art. 42, caput), e a investigação de dumping será feita com base nos dados detalhados de impostação fornecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e do Ministério da Fazenda (art. 43, caput).

A SECEX publicará ato de início de uma investigação e o DECOM notificará as partes interessadas conhecidas do início da investigação (art. 45, caput), e serão consideradas partes interessadas:

I – os produtores domésticos do produto similar e a entidade de classe que os represente; II – os importadores brasileiros que importaram o produto objeto da investigação durante o período da investigação de dumping e a entidade de classe que os represente; III – os produtores ou exportadores estrangeiros que exportaram para o Brasil o produto objeto da investigação durante o período da investigação de dumping e a entidade de classe que os represente; IV – o governo do país exportador do produto objeto da investigação; e V – outras partes nacionais ou estrangeiras afetadas pela prática investigada, a critério do DECOM. (art. 45, § 2º, I, II, III, IV e V).

O período de investigação de dumping compreenderá doze meses encerrados em março, junho, setembro ou dezembro (art. 48, § 1º), e as partes interessadas disporão de ampla oportunidade para a defesa de seus interesses (art. 54, caput), e serão realizadas, a pedido de uma ou mais partes interessadas ou por 18

iniciativa do DECOM, audiências com as partes interessadas, a fim de permitir o exercício do contraditório e ampla defesa (art. 55, caput).

Assim, no prazo de cento e vinte dias, e nunca inferior a sessenta dias, contado da data do início da investigação, o DECOM elaborará a determinação preliminar, na qual constarão todos os elementos de fato e de direito disponíveis quanto à existência de dumping, de dano e de nexo de causalidade entre ambos (art. 65, caput), sendo que a eventual recomendação quanto à aplicação de direitos provisórios será encaminhada à CAMEX que, imediatamente após a decisão sobre sua aplicação, publicará o ato correspondente (art. 65, § 6º).

As medidas provisórias antidumping somente poderão ser aplicados se:

I – uma investigação tiver sido iniciada [...]; II – houver determinação preliminar positiva de dumping, de dano à indústria doméstica e do nexo de causalidade entre ambos; e III – a CAMEX julgar que tais medidas são necessárias para impedir que ocorra dano durante a investigação (art. 66, I, II, III).

O valor da medida antidumping provisória não poderá exceder a margem de dumping (art. 66, § 1º), será aplicada na forma de direito provisório ou de garantia, cujo valor será equivalente ao do direito provisório (art. 66, § 2º), e sua vigência será limitada a um período não superior a quatro meses, exceto nos casos em que, por decisão do Conselho de Ministros da CAMEX e a pedido de exportadores que representem percentual significativo do comércio em questão, poderá ser de até seis meses (art. 66, § 6º).

O referido decreto lei trouxe, ainda, a possibilidade das partes estabelecerem um compromisso de preços através do qual a investigação poderá ser suspensa sem aplicação de medidas provisórias ou de direitos definitivos para os produtores ou exportadores que tenham assumido voluntariamente compromisso de revisão dos seus preços de exportação ou de cessão das exportações a preço de dumping destinadas ao Brasil, desde de que as autoridades referidas no art. 2º considerem o compromisso satisfatório para eliminar o dano à indústria doméstica causado pelas importações a preço de dumping (art. 67, caput), compromisso esse que deverá ser celebrado perante o DECOM, submetido à homologação do Conselho de Ministros da CAMEX (art. 67, § 1º). Cabe ressaltar, contudo, que os exportadores somente poderão oferecer compromissos de preços ou aceitar aqueles oferecidos pelo DECOM durante o período compreendido entre a data da publicação da determinação preliminar positiva do dumping, de dano à indústria doméstica e do nexo de causalidade entre ambos, e o encerramento da base probatória (art. 67, § 6º).

As investigações de dumping serão concluídas no prazo de dez meses, contado da data do início da investigação, exceto em circunstâncias excepcionais, quando o prazo poderá ser prorrogado por até dezoito meses (art. 72, caput), e o DECOM só recomendará a aplicação de direitos antidumping quando tiver alcançado

19

uma determinação final positiva de dumping, de dano à indústria doméstica e de nexo de causalidade entre ambos (art. 75, caput).

Em relação à aplicação e cobrança do direito antidumping, o referido decreto determina que será aplicado na forma de alíquota ad valorem ou específicas, fixas ou variáveis, ou pela conjugação de ambas (art. 78, § 4º), e que a alíquota ad valorem será aplicada sobre o valor aduaneiro da mercadoria, em base Cost, Insurance&Freigth – CIF (art. 78, § 5º), e a alíquota específica será fixada em moeda estrangeira e convertida em moeda nacional (art. 78, § 6º).

Por fim, esclarece que a aplicação de medidas antidumping vigentes poderá ser estendida a importações de produtos originários de terceiros países, e importações de partes, peças e componentes do produto sujeito à aplicação de medida antidumping, caso constada a existência de práticas comerciais que visem a frustrar a eficácia das mesmas, observadas as disposições relativas à revisão anticircunvenção (art. 79, caput).

Poderá ocorrer, ainda, a cobrança retroativa do direito antidumping apenas nos casos de determinação final positiva de dano material à indústria doméstica (art. 84, caput), e quando demonstrado que a ausência de medidas antidumping provisórias teria feito com que os efeitos das importações objeto de dumping tivessem levado a uma determinação positiva de dano material à indústria doméstica (art. 84, § único), sendo que não serão cobrados direitos aplicados às importações cuja data do conhecimento de embarque seja anterior à data de início da investigação ou de violação do compromisso de preços (art. 89, § 1º).

Os direitos antidumping e compromissos de preços permanecerão em vigor enquanto perdurar a necessidade de eliminar o dano à indústria doméstica causado pelas importações objeto de dumping (art. 92, caput), e todo direito antidumping definitivo será extinto no prazo de cinco anos, contados da data da sua aplicação ou da data da conclusão da mais recente revisão que tenha abrangido o dumping, o dano à indústria doméstica e o nexo de causalidade entre ambos (art. 93, caput).

Porém, a duração do direito antidumping de que trata o art. 93 poder ser, por meio de uma revisão de final de período amparada por esta Subseção, prorrogada por igual período, caso determinado que a sua extinção levaria muito provavelmente à continuação ou à retomada do dumping e do dano dele decorrente (art. 106, caput). A aplicação de uma medida antidumping poderá ser estendida, por meio de uma revisão anticircunvenção (art. 121), que se constitui numa prática comercial que vise a frustar a eficácia de medida antidumping vigente por meio da introdução no território nacional, a que faz referência o art. 121 (art. 122).

Por fim, estabelece o decreto que os atos e termos processuais não dependem de forma especial e as partes interessadas deverão observar as instruções deste Decreto e as expedidas pela SECEX para a elaboração de petições e apresentação de documentos em geral, sob pena de não serem juntados aos autos do processo (art. 170). 20

Em casos em que o Brasil tenha sido autorizado pelo Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial de Comércio – OMC, a suspender concessões ou outras obrigações dos Acordos da OMC, a suspender concessões ou outras obrigações dos Acordos da OMC, dispositivos deste Decreto poderão, por decisão do Conselho de Ministros da CAMEX, deixar de ser observados, no todo em parte (art. 196, caput).

Assim sendo, conforme restou demonstrado principalmente pelas disposições constantes do art. 30, § 3º, III, letras “c” e “d”, do Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, considera-se como dano, justificador do antidumping, os efeitos negativos reais ou potenciais das importações objeto de dumping sobre o emprego e salários da indústria brasileira, o que demonstra a preocupação do legislador nacional com a defesa dos direitos laborais e sociais em total consonância com o Acordo Antidumping (WTO).

5. ANÁLISE DO MERCADO CHINÊS, O QUE MAIS FOMENTA DUMPING NO MUNDO, ANTES E APÓS O INGRESSO DA CHINA NA OMC

O Direito é totalmente influenciado pela Economia, pois sofre uma limitação de sua competência territorial, já que em qualquer lugar que haja um conjunto de pessoas convivendo, há movimentação econômica, além de normas a serem cumpridas para manter a harmonia social tão almejada por todas as pessoas imersas no mercado.

Em razão dos recursos escassos e da constante necessidade humana em consumir, a linha interdisciplinar entre Direito e Economia fica tênue quando é buscada uma sobrevivência econômica em situações de verdadeiros ataques hostis em matérias concorrenciais.50

Nesse sentido é importante observar que qualquer empresa ou pessoa que produza, venda, trabalhe ou compre está sujeita ao Fator China que é definido pela influência cada vez mais profunda da China nos preços e nas ofertas de produtos, serviços e salários, no preço de matérias-primas, na divisão internacional do trabalho, na direção dos investimentos, nos padrões de competitividade, na distribuição internacional de forças econômicas, políticas e militares, no meio ambiente e em tantas outras esferas da vida, ou seja, ninguém está livre de sua influência.51

Deixar de levar em consideração o Fator China por não representar uma ameaça imediata, é um erro estratégico, na medida em que empresas e até mesmo setores produtivos inteiros surgem com muita rapidez naquele país, fazendo com que outras empresas não tão bem preparadas e estruturadas no mundo apenas

50 LONGO, André Koller Di Francesco. O planejamento tributário como alternativa para defesa concorrencial em operações de importação com o mercado Chinês. Revista Tributária e de Finanças Públicas n. 110. Ano 21. 2013. Editora Revista dos Tribunais, p. 369. 51 QUARESMA, Henry Uliano. O Fator China. São Paulo. Editora Aduaneiras, 2012, p. 10. 21

assistam a tomada de seus mercados pelos chineses, com perplexidade e certa indignação, sendo que o referido Fator China deve estar presente em todos os momentos no planejamento das empresas e tem que ser identificado com precisão e monitoramento.52

A China tornou-se um fenômeno que desafia, há tempos, a lógica convencional da política e da economia já que é dona de uma história milenar na condição de império dominante da Ásia, e em passado distante, ficou estagnada e fora do comércio mundial durante séculos, sendo que a partir de 1990 resolveu acordar modificando suas políticas internas e externas, acabando com a fome em larga escala, muito comum em seu território há menos de 40 anos, para a condição de segunda maior economia do mundo, e com perspectivas de tornar-se a primeira, numa simbiose entre socialismo e capitalismo.53

De acordo com as disposições constantes da Constituição Chinesa de 1982:

A República Popular da China é um Estado Socialista sob a ditadura popular democrática dirigida pela classe trabalhadora e embasada na aliança dos trabalhadores e camponeses. A China permanecerá no estágio inicial de Socialismo por um longo período. A atribuição fundamental do Estado é concentrar esforços na modernização do Socialismo em direção à construção do Socialismo com Características Chinesas. Sob a liderança do Partido Comunista da China e guiado pelo Marxismo-Leninismo, Maoísmo e pelas teorias de Deng Xiaoping, os chineses de todos os grupos étnicos continuarão a aderir à ditadura popular democrática e ao caminho socialista, a apoiar as reformas e a abertura ao mundo, constantemente melhorar as instituições socialistas, desenvolver uma economia de mercado socialista, promover a democracia socialista, melhorar o sistema legal socialista e trabalhar duro e de maneira auto-confiante para modernizar a indústria, agricultura, ciência e tecnologia e defesas nacionais passo-a-passo, o que resultará em uma nação democrática socialista fortalecida, próspera e culturalmente avançada.54

O crescimento da economia chinesa constitui, hoje, motivo de grande atenção por parte de toda a comunidade internacional sendo que a expansão continuada da China nos últimos 30 anos, à taxa anual média de 10%, elevou o país à condição de segunda maior economia mundial e de potência global, uma vez que, de acordo com projeções de agências internacionais, no ano de 2027, a China passará à frente dos Estados Unidos da América, tornando-se a maior economia do mundo, projetando a Ásia do Leste como o possível novo centro dinâmico da economia internacional.55

As consequências desse crescimento, sentidas em todo o mundo, são enormes para a economia brasileira já que a China ocupa, desde 2009, a posição de principal parceiro comercial do Brasil; representa o maior mercado potencial para nossas exportações, é nosso segundo maior fornecedor e principal fonte de fluxo de

52 QUARESMA, Henry Uliano. Op. cit., p. 10. 53 QUARESMA, Henry Uliano. Op. cit., p. 12. 54 QUARESMA, Henry Uliano. Op. cit., p. 28. 55 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. China o Retorno à Liderança Mundial. Editora Aduaneiras, São Paulo, 2012, prefácio. 22

novos investimentos no país, o que pode ser comprovado com os seguintes números: o país asiático respondeu, em 2011, por 15,9% do comércio global brasileiro (17,3% das exportações e 14,5% das importações totais), sendo que o comércio bilateral alcançou US$ 77,1 bilhões (um acréscimo de 36,7% em relação a 2010, contra um crescimento de 6,6% do comércio mundial), com exportações de US$ 44,3 bilhões (um aumento de 28,1%), já o superávit brasileiro foi de US$ 11,5 bilhões (um incremento de 122%), equivalente a 38% do superávit global do Brasil, representando o mais alto superávit em todo o comércio exterior brasileiro em 2011.56

Em termos de PIB, a China é a segunda potência mundial, tendo ultrapassado potências econômicas como Espanha, Canadá e também o Brasil, sendo que um informe da Organização das Nações Unidas sobre o investimento indicou que mais de 400 das 500 maiores corporações do mundo têm investido em aproximadamente 2.000 projetos na China, o que ocasionou o deslocamento da produção de várias empresas transnacionais para a Ásia, como a Cannon, Técnicas Reunidas, Nutrexpa, Alsa, Fermax, Indra, entre outras.57

A FORÇA DO DRAGÃO58 Indicadores Socieconômicos da 2010 Observações China População (bilhões de habitantes) 1,31 País mais populoso do mundo. PIB Nominal (US$) 5,88 Segundo maior PIB mundial. Maior taxa de crescimento do mundo, mantida Crescimento Real do PIB (%) 10,3 nesses níveis há 30 anos. Mantida sob controle com mão de ferro pelo Inflação (preços ao consumidor) 4,6 governo. Exportações (US$ trilhões) 1,57 A China é o maior exportador mundial. Importações (US$ trilhões) 1,39 Segundo maior importador do mundo. As reservas cambiais cresceram 268% em Reservas Internacionais (US$ trilhões) 2,87 quatro anos. A dívida aumentou somente 32% em quatro Dívida Externa Total (US$ bilhões) 428,4 anos. A taxa de câmbio se aprecia muito lentamente, Câmbio (Rmb/US$) 6,62 mantendo a competitividade da indústria chinesa.

O principal mecanismo bilateral que rege as relações entre o Brasil e a China é a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concentração e Cooperação (COSBAN), cuja edição em fevereiro de 2012, permitiu a adoção de diversas iniciativas tratadas por 11 Subcomissões: diálogo político, cooperação econômico- comercial, financeira, inspeção e quarentena agrícola, ciência e tecnologia e inovação, espacial, energia e mineração, indústria e tecnologia da informação, cultural e educacional.59

56 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., prefácio. 57 LONGO, André Koller Di Francesco. Op. cit., p. 391. 58 QUARESMA, Henry Uliano. Op. cit., p. 27. 59 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., prefácio. 23

Alguns dos melhores experts em comércio internacional, inclusive brasileiros, desde 1998, não acreditavam que a China pudesse resistir à crise asiática, e acabasse decretando também a desvalorização da sua moeda para sustentar a exportação, mantendo elevada a taxa de crescimento econômico, no entanto, a China resistiu, enfrentando enormes dificuldades internas e externas, mas terminou superando mais essa etapa para voltar a figurar entre os líderes do comércio mundial.60

A partir do ano de 1997 vários países asiáticos, entre eles Coréia, Indonésia e Malásia, desvalorizaram suas moedas objetivando, justamente, preservar as exportações, ou seja, os exportadores passam a receber mais dinheiro local pelos produtos embarcados, encarecendo consequentemente as importações, sendo que tais atos de desvalorização acabam causando graves desdobramentos em toda a economia do país provocando a inflação, o aumento da dívida interna atrelada ao dólar, o aviltamento dos salários, a redução do preço em moeda estrangeira das empresas estatais privatizáveis.61

Contudo, a China, bem ao contrário dos demais países asiáticos, já no acertado rumo da economia de mercado, ao invés de depreciar o Yuan (ou renmimni, também conhecida como a moeda do povo), preferiu adotar os meios clássicos para estimular suas vendas para o exterior, adotando o modelo já aplicado pelas maiores potências exportadoras, ou seja, Estados Unidos, Alemanha, Japão e Holanda.62

Objetivando, então, competir com os produtos dos vizinhos asiáticos, agora com preços mais baixos, a China aperfeiçoou todo o seu sistema de exportação, começando com investimentos para fomentar a produção e, posteriormente, estruturando as vendas no mercado externo aumentando a lucratividades ao longo da produção/comercialização, permitindo as empresas exportadoras manterem ou ajustarem as cotações de seus produtos no mercado internacional.63

Assim, os investimentos externos no setor exportador passaram a gozar de ampla isenção tributária, permitindo-se a remessa de lucros/dividendos ao exterior logo no primeiro ano de investimento, sendo que verbas para os financiamentos à produção foram aumentadas e as taxas reduzidas ao menor nível internacional (dos Eximbank dos EUA e Japão), tendo sido autorizada, também, a participação de empresas estrangeiras na parte de seguros e câmbio, mas sobre estreita vigilância do Banco Popular da China (o Banco Central do país).64

Cabe ressaltar, além disso, que o sistema de isenção fiscal foi aprimorado, passando a abranger todos os impostos e taxas, diretos e indiretos, que incidam

60 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 147. 61 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 147. 62 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 148. 63 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 148. 64 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 148. 24

sobre as exportações, instituindo-se uma devolução automática de até 17% (dezessete) por cento do valor pago a título de tributos.65

No que concerne às operações de embarque na exportação, o governo chinês decidiu acelerar o plano que prevê a renovação e construção de cerca de mil novos portos/terminais por todo o extenso litoral do país, abrangendo ilhas e rios, promovendo, conjuntamente, a modernização dos antigos complexos de Xangai e Cantão e a ampliação e melhorias das instalações dos portos de Dalian, Tianjin, Xiamen, Ningbo, Fuzhou, Zhangjiagang, Qingdao, entre outros.66

Autorizou-se a participação de grupos empresariais estrangeiros na construção e administração dos portos, tendo como modelo os portos de Yangpu, na Zona Econômica da ilha de Hainan, que recebeu investimentos externos acima de US$ 2,5 bilhões, sendo que atualmente a China possui dois entre os dez maiores portos do planeta, o de Xangai (3º) e o ultraprivatizado de Hong Kong, sendo este último líder mundial na movimentação de contêineres, com 14 milhões de unidades/ano, superando em três vezes o total de exportação do porto de Roterdã e em dez vezes o de todo o Brasil.67

Em decorrência dessas medidas e providências, após o primeiro semestre de 1999, as exportações começaram a reagir, retomando e até superando os índices recordes de antes da crise asiática, sendo que no próprio mês de julho, daquele ano, cresceram 7,5%; em agosto, 17,8%; em setembro, 20%; e, em outubro, 23,8%.68

Assevera-se, pois, que são três as fontes de sustentação dessa expressiva e continuada expansão econômica: (a) os investimentos externos; (b) a qualificação da mão de obra; (c) a elevação da produtividade.69

No âmbito do poder executivo a China está organizada da seguinte forma:

a) Conselho de Estado, com no máximo dois mandatos consecutivos de cinco anos cada; b) Presidente (Chefe de Estado): é escolhido a cada Congresso do Partido Comunista, de cinco em cinco anos. Sua função é a de promulgar leis criadas pelo Congresso Popular Nacional (Poder Legislativo), além de escolher todos os membros do poder legislativo, criar decretos, declarar guerra e estado de emergência, sendo que desde os anos de 1990, o presidente também vem sendo escolhido como chefe do Partido Comunista Chinês e, nessa função, sua principal atividade é de criar políticas gerais a serem adotadas em seu governo, além da política externa. c) Premiê (Chefe de Governo): escolhido pelo presidente, é responsável por implementar, na prática, as políticas gerais por ele estabelecidas. d) Banco Popular (Central) da China: é controlado pelo Conselho de Estado, sendo responsável pela política monetária e a prevenção e resolução de problemas de risco financeiro, resguardando a estabilidade monetária no país.

65 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 148. 66 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 148. 67 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 148. 68 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 149. 69 OLIVEIRA, Carlos Tavares de. Op. cit., p. 150. 25

e) Governos Regionais: apontados pelo presidente, são divididos em: - Vinte e dois Governos Provinciais (subdivididos em municipalidades). - Quatro Municipalidades sob a administração direta do governo central: . (Pequim); . Xangai; .Tianjin; Chogqing. -Cinco Regiões Antônomas . Xinjiang (Etnia Uyghur); . Tibete; . Mongólia Interior; . Guangxi (Etnia Zhuang); . Ningxia (Etnia Hui).70

A China criou em seu território um número de Zonas Econômicas Especiais (ZEE) sujeitas a regimes legais, aduaneiras e tributárias particulares, nas quais uma política mais aberta de mercado tem sido praticada desde 1979, incluindo 5 Zonas Econômicas Especiais; 6 cidades abertas ao longo do Rio Amarelo; 22 capitais provinciais; e 13 cidades fronteiriças. 71

Não obstante tal situação fática, depois de 15 anos de amplas negociações, em 11 de dezembro de 2001, na Conferência Ministerial de Doha, os membros da OMC formalmente decidiram que a China tornar-se-ia o 143º país membro daquela Organização, sendo que, provavelmente, nenhum outro membro concordou em fazer tantas concessões como a China para passar a integrar esse seleto grupo de países que, conjuntamente, formam a OMC, através de um Protocolo de Acessão72, sendo que além de não ter podido negociar as regras a que hoje se vincula, sofreu grande pressão por concessões amplas durante seu processo de acessão, e os pontos de destaque do referido Protocolo são:

. Não condicionar vantagem governamental para atração de investimento, por exemplo, a transferência de tecnologia (o que os demais membros podem fazer);

. Em matéria de antidumping, as comparações de preços para fins de aplicação da medida, quando a China for objeto de investigação, não serão feitas com base no mercado chinês (como ocorre, mutatis mutandis, com outros membros quando são investigados), mas com base num terceiro mercado – e assim se procederá por um período significativo de 15 anos, a contar de 2001. Também regras especiais para comparação de preços para fins de aplicação de medida compensatória estão previstas, e do mesmo modo se aplicam apenas à China por um período de 15 anos, a contar de 2001;

. Admitir que a Argentina, os países que formam a Comunidade Europeia, Hungria, México e Eslováquia, mantivessem proibições, restrições

70 QUARESMA, Henry Uliano. Op. cit., p. 28-29. 71 SHEN, Noronha Luo Pang. A China Pós-OMC. 2ª Edição. São Paulo:Observador Legal, 2004, p. 19. 72 A documentação completa relativa ao resultado do processo de acessão chinês (incluindo-se as listas de compromissos – schedules – para bens e serviços) pode ser encontrada em Word Trade Organization. Protocol on the Accession of China. Cambridge: Cambridge University Press, 2003 (v. I, 1.061 páginas). 26

quantitativas e outras medidas contra importações chinesas que, a rigor, seriam incompatíveis com as regras da OMC;

. Submeter-se, anualmente, a um mecanismo de revisão de implementação do Protocolo de Acessão, o que não foi exigido de nenhum outro membro da OMC, através de verificações feitas pelos seguintes órgãos subsidiários da OMC: Council for Trade in Goods; Council for Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rigths; Council for Trade in Services; Committees on Balance-of-Payments Restrictions; Market Acess (coverging also ITA); Agriculture, Sanitary and Phytosanitary Measures; Technical Barriers to Trade; Subsidies and Countervailing Measures; Anti-Dumping Measures; Customs Valuation, Rules of Origin; Import Licensing; Trade-Related Investment Measures, Safeguards; Trade in Financial Services, sendo que esse processo de revisão anual perdurará por oito anos, a contar de 2001.73

Pois bem, a revisão e a análise, anual, das políticas e normas comerciais chinesas tem como objetivo identificar violações do país às normas da OMC por parte dos demais membros, sendo que a preocupação com a acessão da China na OMC é tão grande que os Estados Unidos da América, além de autuarem no âmbito da própria OMC na avaliação do cumprimento das obrigações assumidas, desenvolveram também um mecanismo unilateral paralelo para este fim, qual seja, no contexto do seu Trade Policy Staff Committee, foi criado um Subcommittee on China’s WTO Compliance.74

Tal Subcommittee foi instaurado em 2001, e é coordenado pelo United States Trade Representative (USTR), e promove reuniões mensais para avaliar o cumprimento das regras da OMC pela China, avaliação essa feita através de representantes de vários ministérios dos EUA, como do Tesouro, do Comércio, da Agricultura, além do Departamento de Estado.75

Além da referida iniciativa, o Departamento de Estado norte-americano criou uma força tarefa para avaliar o cumprimento das normas da OMC pela China, através de um WTO Implementation Coordination Commitee, instalado na Embaixada no EUA na cidade de Pequim, capital da China, cujas atribuições são investigar e analisar mudanças nas normas chinesas que afetem seus compromissos assumidos perante a OMC.76

Cabe ressaltar que o retorno da China à ordem mundial era de fundamental importância já que um país com os interesses internacionais do porte da China não poderia estar afastado da principal organização multilateral de natureza econômica, na medida em que tal afastamento impedia, de um lado, que o país fizesse sua opinião ser considerada na formação da ordem econômica internacional e, de outro lado, o deixava numa posição de vulnerabilidade no campo das trocas internacionais

73 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Brasil China Comércio, Direito e Economia. São Paulo:Lex Editora, 2005, p. 38-40. 74 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 41. 75 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 41. 76 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 41. 27

já que, constantemente, era vítima de tratamentos arbitrários e discriminatórios, sem poder utilizar-se de uma instância de defesa.77

Contudo, vários analistas de comércio internacional são bastantes críticos em relação à acessão chinesa ao sistema multilateral de comércio da OMC, sendo que Nicholas Lardy observa que:

China’s WTO commitmenents, on market acces and on rules-based issues, far suspass those made by founding members of the Word Trade Organization, and, in some cases, GO beyond those made by countries that have joined the organization since its founding in 1995.78

E, não obstante todos esses cuidados, durante o período compreendido entre aos anos de 1995 e 2011, foram aplicadas as seguintes medidas antidumping definitivas contra produtos importados da China no âmbito da OMC.79*

ANO PRODUTO DATA APLICAÇÃO 1995 Ventilador de mesa 21.08.1995 1995 Cadeado 29.12.1995 1996 Alho 18.01.1996 1997 Lápis de mina de grafite e de cor 26.02.1997 1998 Cogumelo 02.01.1998 1998 Pneumático de bicicleta 02.01.1998 1998 Ímã de ferrite em forma de anel 02.06.1998 1998 Broca helicoidal de aço 24.12.1998 1999 Ampola de vidro 21.07.1999 1999 Garrafa térmica 21.07.1999 2003 Glifosato 12.02.2003 2004 Magnésio em pó 11.10.2004 2004 Magnésio metálico 11.10.2004 2007 Ferro elétrico de passar 28.06.2007 2007 Talha manual 24.08.2007 2007 Armação de óculos, com ou sem lentes corretoras 08.10.2007 2007 Chapa pré-sensibilizada de alumínio 08.10.2007 2007 Pedivela para bicicleta 11.10.2007 2007 Broca de encaixe SDS Plus 21.11.2007 2007 Alto-falante 13.12.2007 2007 Escova de cabelo 13.12.2007 2008 Resina de policloreto de vinila – PVC-S 29.08.2008 2009 Eletrodos de grafite 09.04.2009 2009 Fibras de viscose 09.04.2009 2009 Pneus de carga 18.06.2009 2009 Pneus de automóveis 09.09.2009 2009 Seringas descartáveis 18.09.2009 2009 Fios de viscose 16.12.2009 2010 Calçados 05.03.2010 2010 Caneta esferográfica 29.04.2010

77 SHEN, Noronha Luo Pang. Op. Cit., p. 21. 78 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 40. 79 HEES, Felipe. VALLE, Marília Castañon Penha. Op. cit., p. 433-438. 28

2010 Cobertores de fibra sintética não elétricos 29.04.2010 2011 Objetos de vidro 01.03.2011 2011 Malha de viscose 08.04.2011 2011 Garrafas térmicas 12.07.2011 2011 Tubos de aço 08.09.2011 2011 Sal grosso 08.09.2011 * Adaptado ao trabalho.

6. ANÁLISE DO SISTEMA TRIBUTÁRIO CHINÊS E DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS ÀS EMPRESAS DOS TIPOS FES E FIES QUE ESTIVEREM LOCALIZADAS NUMA DAS CINCO SPECIAL ECONOMIC ZONES (SEZS)

A política fiscal Chinesa foi um dos principais meios para fomentar a absorção de investimentos estrangeiros, resultando na aprovação de leis tributárias específicas e aplicáveis, apenas e tão somente, às empresas com investimento estrangeiro (Foreing-Ivested Enterprises – FIEs) e às empresas estrangeiras (Foreing Enterpries – FEs), que possuem alíquota menor de imposto de renda, e incentivos fiscais mais amplos em comparação com as outras empresas chinesas.80

A administração das receitas decorrentes dos tributos é dividida entre os governos local (Administração Tributária Local - Local Tax Bureau) e central (Administração Tributária Central - Central Tax Bureau), sendo que este último possui a competência de recolher o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive das empresas com investimento estrangeiro (FIEs) e das empresas estrangeiras (FEs).81

Os impostos incidentes sobre as atividades realizadas pelas FIEs e pelas FEs, na China, são: a) imposto de renda; b) imposto sobre as receitas/vendas; c) imposto sobre propriedades; d) imposto de importação/exportação.82

De acordo com a Lei das Sociedades Chinesa são permitidas no país três formas societárias: a) as empresas com participação completa do Estado (State Owned Companies – SOEs); b) a sociedade de responsabilidade limitada (Limited Liability Companies): e c) as sociedades anônimas (Companies Limited by Shares).83

Diante da legislação específica (a do imposto de renda e dos incentivos fiscais) aplicável às FIEs e às FEs, torna-se importante relacionar as principais formas societárias chinesas que permitem a presença de um sócio ou investidor estrangeiro:

i) Empresas com investimento estrangeiro (Foreing-Investment Entreprises – FIEs) se referem aos:

80 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 164. 81 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 165. 82 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 165. 83 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 167. 29

a) consórcios de patrimônio sino-estrangeiros (Chinese-foreign equity joint ventures – EJV)84; b) consórcios contratuais sino-estrangeiros (Chinese-foreign contractual joint ventures – CJV)85; e às c) empresas totalmente pertencentes a sócios estrangeiros (Wholly Foreign-Owned Entreprise – WFOE)

ii) Empresas estrangeiras (Foreign Entreprises – FEs) corresponde às empresas estrangeiras que: a) têm estabelecimento ou local de produção na China e que exercem as suas atividades empresariais na China; ou b) que, não tendo estabelecimento ou local de produção na China, possuem rendimentos originários dentro do território da China.86

Importante destacar que o Governo Chinês permite às empresas de capital estrangeiro e às empresas chinesas que possuam participação em sociedades do tipo offshores87 remeter os lucros, dividendos e bônus para os países respectivos onde estão situados, sendo que tal remessa não precisa ser previamente aprovada por qualquer órgão público ou agência reguladora.88

O imposto de renda das pessoas jurídicas chinesas, ou o Entreprise Income Tax, possui dois marcos reguladores: a) a Lei do Imposto de Renda da República Popular da China às Empresas com Investimento Estrangeiro e às Empresas Estrangeiras (Income Tax Law of the People’s Republic of China for Enterprises with Foreign Investment and Foreign Enterprises), de 09 de abril de 1991; e b) e as Regras de Implementação da Lei do Imposto de Renda da República Popular da China às Empresas com Investimento Estrangeiro e às Empresas Estrangeiras (Rules for the Implementation of the Income Tax Law of the People’s Republic of China for Enterprises with Foreign Investment and Foreign Enterprises), de 1º de julho de 1991.89

A alíquota do imposto de renda para as pessoas jurídicas é de 30% (trinta por cento) sobre os rendimentos das FIEs e das FEs, adicionado o percentual de 3% (três por cento) a título de imposto de renda local (Local Income Tax), totalizando uma alíquota geral de 33% (trinta e três por cento), sendo que apenas e tão somente os rendimentos da FEs, originários dentro da China, é que serão tributados pelo

84 Os consórcios de patrimônio sino-estrangeiro correspondem a uma sociedade de responsabilidade limitada pertencentes a investidores chineses e estrangeiros, em que a participação do sócio estrangeiro deve ser acima de 25% do total do capital social. Esta forma societária possui personalidade jurídica, conforme a legislação chinesa, e é a mais utilizada pelos investidores estrangeiros na China. (FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Brasil China Comércio, Direito e Economia. São Paulo, 2011, Lex Editora, p. 168) 85 Os consórcios contratuais sino-estrangeiros são sociedades regidas por um contrato entre uma sociedade estrangeira e uma sociedade chinesa. Em princípio, esta forma societária não possui personalidade jurídica. O consórcio contratual sino-estrangeiro difere do consórcio de patrimônio sino- estrangeiro, já que no consórcio contratual pode haver maior flexibilidade na sua constituição e na distribuição de lucros às partes-contratantes. (FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Brasil China Comércio, Direito e Economia. São Paulo, 2011, Lex Editora, p. 168). 86 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 167. 87 Fora das margens (tradução nossa. 88 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 275. 89 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 168. 30

imposto de renda, cujo exercício fiscal se encerra em 31 de dezembro de cada ano, e o prazo para a entrega da declaração anual de imposto de renda é 30 de abril do ano seguinte.90

O regime de apuração do imposto de renda chinês pode se levado a efeito de duas formas, a saber: a) Actual Basis, semelhante ao regime do lucro real brasileiro, de acordo com a seguinte fórmula: Rendimento Tributável = [(Receita total) – (Custos + despesas + perdas)]; b) Deemed Profit Basis, semelhante ao regime do lucro presumido brasileiro, que é admitido em casos bastante limitados, dependendo do ramo de atividade da pessoa jurídica.91

Os seguintes rendimentos de uma FIE ou de uma FE estão sujeitos à tributação na China: a) aqueles decorrentes da atividades das FIEs e das FEs com estabelecimento ou filial na China; b) juros; c) aluguéis; d) royalties; e) demais rendimentos originários dentro e fora da China relacionados às FIEs e aos estabelecimentos ou filiais das FEs, sendo que o rendimento de uma FIE que tiver sua sede administrativa na China é tributado em bases mundiais, ou seja, as rendas originárias dentro e fora da China, conforme determina o art. 3º da Lei do Imposto de Renda da República Popular da China às Empresas com Investimento Estrangeiro e às Empresas Estrangeiras, de 9 de abril de 1991:

Art. 3º. Any enterprise with foreign investment which establishes its head Office in China shall pay income tax on its income derived from sources inside and outside China. Any foreign enterprise shall pay income tax on its income derived from sources within China.92 93

De outra ponta, os seguintes rendimentos obtidos através de FEs que não possuam estabelecimento ou filial na China estão sujeitos à tributação na China: a) lucros/dividendos provenientes de empresas na China (excluindo-se as FIEs); b) juros sobre depósitos, ou empréstimos bancários, originários na China; c) rendimentos de aluguel de imóvel a locatários situados na China; d) royalties provenientes de marcas, direito autorais, patentes utilizados na China; e) ganhos obtidos na venda de imóveis localizados na China; e demais rendimentos originários na China e especificados pelo Ministério das Finanças.94

Os prejuízos fiscais acumulados podem ser compensados nos exercícios seguintes, pelo período máximo de cinco anos, sendo que se admite a depreciação linear de bens, equipamentos e ativos imobilizados, devendo-se obter, para tanto, uma autorização da Administração Tributária, e os bens que não correspondam aos equipamentos (bens de produção) cujo valor não exceda RMB 2.000,00 (renminbi significa moeda do povo e a sua unidade básica é o yuan) que

90 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 170. 91 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 171. 92 Qualquer empresa com o investimento estrangeiro que estabelece a sua sede na China deve pagar imposto de renda sobre os seus rendimentos provenientes de fontes dentro e fora da China. Qualquer empresa estrangeira deve pagar imposto de renda sobre os seus rendimentos provenientes de fontes dentro da China. (tradução nossa) 93 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 171. 94 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 172. 31

corresponde a aproximadamente USS 250,00, ou bens cuja vida útil não ultrapasse dois anos, poderão ser contabilizados como despesas.95

Em relação à amortização de valores decorrentes dos investimentos em patentes, propriedade de tecnologia, marca, direitos autorais e websites permite-se a adoção do método linear durante o período previsto no contrato e, caso esse seja silente a propósito, pelo prazo não superior a dez anos, sendo que em relação aos prédios e imóveis a depreciação deverá ocorrer em 20 anos; trens, navios, e equipamentos de produção, em dez anos; e, os demais equipamentos, em cinco anos.96

Cabe ressaltar que na China existe a possibilidade da concessão de isenção da alíquota de imposto de renda (Tax Holiday) pelo período de dois anos, sendo possível nos três anos seguintes a redução da alíquota de 30% para 15% para FIEs comprometidas na produção pelo período mínimo de dez anos, sendo que para as empresas agrícolas, florestais, ou as que estiverem estabelecidas em áreas remotas a referida redução poderá ocorrer pelo período dez anos, após o período total de cinco anos antes referidos, totalizando, então, quinze anos de isenção.97

Já, para as empresas tecnologicamente avançadas (Technologically Advanced Enterprieses – TAES) e, também para as empresas cujo objetivo social é a exportação (Export-oriented Enterprises – EEs), poderá ser concedido o benefício de redução 30% (trinta por cento) para 15% (quinze por cento) da alíquota do Imposto de Renda pelo período adicional de três anos, somados ao período regular de três anos, antes referido, ou seja, num total de seis anos.98

Importantíssimo referir, também, que as empresas estrangeiras (FEs ou FIEs) que reinvestirem parte dos lucros (Reinvestment of Profits) obtidos na China, no país, ficam autorizadas a solicitar o reembolso de 40% (quarenta por cento) do imposto de renda pago sobre a parte reinvestida, desde que tais lucros fiquem reinvestidos por, no mínimo, cinco anos, sendo que tal reembolso não se aplica a alíquota local do imposto de renda que é de 3% (três por cento).99

Criou-se, também, na China, cinco áreas econômicas especiais (Special Economic Zones – SEZs), que foram instituídas nas seguintes regiões: Shenzhen, Zhuhai, Shantou, Xiamen e Hianen, sendo que as FIEs ou FEs que realizarem o seu objeto social nestas áreas podem requerer o benefício de redução da alíquota do imposto de renda de 30% (trinta por cento) para 15% (quinze por cento), desde que tenham investimento acima de US$ 5 milhões, e apresentem um projeto com período superior a dez anos de atividades.100

95 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 172-173. 96 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 173. 97 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 174. 98 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 174. 99 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 174-175. 100 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 175. 32

No mesmo sentido, as FIEs que instalarem suas sedes nas Áreas de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (Economic and Technical Devolopment Zones – ETDZs) podem requerer o benefício da aplicação da alíquota de 15% (quinze por cento) do imposto de renda, sendo que tal área é composta das seguintes localidades: Beihai, Beijing, Changchum, Chonqing, Dalian, Davawan, Dogshandao, Fiqing-Rongqiao, Fuzhou, Guagzhou, Hangzhou, Harbin, Kunshan, Lianyungang, Nansha, Nantong, Ningbao, Qingdao, Qihuangdao, Shanghai, Shenvang, Tianjun, Urumgi, Weihai, Wenzhou, Wuhan, Wuhu, Xiaoshan, Yantai, Yingkou e Zhanjiang.101

Há, também, a possibilidade das FIEs remeterem lucros e dividendos para o exterior sem a incidência do imposto de renda retido na fonte desde que exista previsão em tratado de bitributação, tratado este que a China possui com a África do Sul, Alemanha, Armênia, Austrália, Áustria, Bangladesch, Barbados, Bélgica, Bielo- Rússia, Brasil, Bulgária, Canadá, Cazaquinstão, Chipre, Cingapura, Coréia do Sul, Croácia, Cuba, Dinamarca, Egito, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Filipinas, Finlândia, França, Hong Kong SAR, Hungria, Índia, Irlanda, Islândia, Israel, Sérvia e Montenegro, Jamaica, Japão, Kuwait, Laos, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Macedônia, Malásia, Malta, Mauritânia, Moldávia, Mongólia, Países Baixos, Nepal, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Papua Nova Guiné, Polônia, Portugal, Romênia, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, República Tcheca, Seychelles, Suécia, Sudão, Suíça, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uzbequistão, Venezuela e Vietnã.102

Há, ainda, na China, no que aqui importa:

a) o Imposto sobre Valor Agregado (VAT), que incide sobre as receitas de vendas das FIEs e FEs, importações de bens e, também, certos tipos de serviços, a alíquota de 17% (dezessete por cento);

b) o Imposto sobre Atividades Empresariais, que incide sobre as operações de prestação de serviços, venda de bens intangíveis e de imóveis situados na China, à alíquota que varia de 3% (três por cento) a 5% (cinco por cento) sobre receita bruta, podendo chegar a 20% (vinte por cento) nos casos da indústria de entretenimento;

c) o Imposto sobre o Consumo que incide a alíquota de 3% (três por cento) a 50% (cinquenta por cento) sobre valor da mercadoria ou bem de luxo ou supérfluo, tais como cigarro, bebidas alcoólicas, cosméticos, joias e automóveis;

d) o Imposto sobre a Valorização de Bens Imóveis, que incide a alíquota de 30% (trinta por cento) a 60% (sessenta por cento), aplicada sobre a valorização de bens imóveis no ato da transferência ou venda dos mesmos.103

101 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 175. 102 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 176. 103 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 179-180. 33

Cabe tratar ainda, da figura Transfer Pricing que corresponde à identificação da divergência existente entre o preço efetivamente estipulado entre as partes (empresas) numa negociação comercial e o preço justo, normal ou objetivo que seria, então, fixado entre outras empresas independentes, já que tal figura (Transfer Pricing) envolve as operações realizadas entre empresas do mesmo grupo societário, principalmente entre multinacionais, compreendendo a transferência de bens tangíveis, intangíveis, propriedade intelectual, serviços, empréstimos, leasing, e outras operações.104

E, em relação ao Transfer Pricing a China aceita o acordo prévio de preços (Advanced Pricing Agreements – APA), estabelecidos entre as partes de acordo com a Circular n. 118/2004 (Guoshuifa) que, determina, também, que partes relacionadas são as empresas que possuam os seguintes vínculos: a) participação societária, direta ou indireta, acima de 25% (vinte e cinco por cento); b) empréstimo no valor de 50% ou mais em relação aos fundos disponíveis/caixa disponível da própria sociedade; ou prestação de garantia no valor de 10% (dez por cento), calculado com base nos fundos disponíveis da própria sociedade; c) mais da metade dos diretores ou executivos seniores sejam nomeados pela outra sociedade; d) o controle de operações seja estabelecido através do fornecimento de know-how, matérias- primas, spare parts, e outros.105

Por fim, em relação às reorganizações societárias cabe ressaltar que a China estabelece duas espécies de incorporações, ou seja: a) a incorporação por absoluto (Absorption Mergers) quando uma sociedade adquire outra empresa, ou outro grupo de empresas, sendo que a sociedade incorporadora continua sua existência, em detrimento da empresa incorporada que deixa de existir após a conclusão da incorporação; b) e o estabelecimento decorrente da nova incorporação (New Establishment Mergers) que corresponde à operação em que duas ou mais sociedades se associam para estabelecer uma nova empresa, sendo que cada parte dessa transação deixa de ter sua existência, após a conclusão da incorporação.106

Já, em relação à divisão de empresas com investimento estrangeiro a legislação chinesa estabelece que a mesma pode ocorrer através da: a) divisão por continuação (Continuation Division) que se caracteriza na operação em que uma empresa é divida em duas ou mais empresas, mediante a continuação da existência da sociedade original, e com a criação de uma ou mais sociedades; b) divisão por dissolução (Dissolution Division) que ocorre quando uma empresa é dividida em duas ou mais empresas, contudo com a dissolução da empresa original e com a criação uma ou mais novas empresas.107

É importante referir, ainda, que os benefícios fiscais originalmente concedidos a cada sociedade podem ser assumidos pelos sucessores da incorporação ou divisão, sendo que as Regras Tributárias de Incorporação e Divisões chinesas determinam que os valores das contas de ativo, passivo e

104 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 182. 105 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 184. 106 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 185. 107 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 186. 34

patrimônio líquido sejam calculados conforme o seu valor histórico nos livros contábeis e fiscais antes da reestruturação.108

Os prejuízos fiscais acumulados em uma sociedade nos anos posteriores a incorporação ou divisão poderão, sim, ser utilizados nas sociedades novas para, justamente, abater a carga tributária, sendo que através da Circular n. 60, de 28.05.2003, o Governo da China concedeu benefícios fiscais de isenção e redução do imposto de renda às empresas chinesas, quando a participação estrangeira atingir o patamar de 25% (vinte e cinco por cento) de seu capital social, medida essa que visa encorajar e regulamentar a aquisição de participações societárias de empresas chinesas por investidores estrangeiros, fazendo com que a empresa que, antes era chinesa, passe a ser reconhecida como uma FIE, com todos os benefícios fiscais e tributários daí decorrentes, podendo, inclusive, transferir o prejuízo fiscal eventualmente acumulado anteriormente para abater na carga tributária da empresa nova.109

7. CASOS RECENTES DE APLICAÇÃO DE MEDIDA ANTIDUMPING PROVISÓRIA OU DEFINITIVA, NO BRASIL, CONTRA A EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS ORIUNDOS DA CHINA, COM FULCRO NO DECRETO N. 8.058, DE 26.07.2013

Por meio da Resolução n. 75, de 30.09.2013, publicada no Diário Oficial da União de 01.10.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX, prorrogou o direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, aplicados às importações brasileiras de pedivelas fauber monobloco, geralmente classificado no item n. 8714.96.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica, no valor de US$ 1,56/kg, sendo que o interesse em renovar a Circular n. 55/2011 foi manifestado pelo Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários – SIMEFRE. 110

Por meio da Resolução n. 76, de 30.09.2013, publicada no Diário Oficial da União de 01.10.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX, prorrogou do direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, aplicando às importações brasileiras de armações para óculos, com ou sem lentes corretoras, geralmente classificados nos itens ns. 9003.11.00, 9003.19.10, 9002.1990, 9004.9010 e 9004.9090 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 270,56/kg, limitado às armações para óculos com preço CIF igual ou inferior a US$ 11,44, sendo que o interesse em renovar a Circular n.

108 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 186. 109 FURLAN, Fernando de Magalhães. FELSBERG, Thomas Benes. Op. cit., p. 187. 110 Resolução CAMEX n. 75/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 35

55/2011 foi manifestado pelo Sindicato Interestadual da Indústria de Óptica do Estado de São Paulo - SINIOP.111

Por meio da Resolução n. 77, de 03.10.2013, publicada no Diário Oficial da União de 03.10.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior – CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de laminados planos de baixo carbono e baixa liga provenientes de lingotamento convencional ou contínuo, (chapas grossas), geralmente classificadas nos itens 7208.51.00 e 7208.52.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da República da África do Sul, da Coreia, da China e da Ucrânia, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 211,56/t, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela empresa Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. – USIMINAS. 112

Por meio da Resolução n. 79, de 03.10.2013, publicada no Diário Oficial da União de 04.10.2013, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de laminados a frio, geralmente classificadas nos itens 7219.32.00, 7219.33.00, 7219.34.00, 7219.35.00 e 7220.20.90 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da Alemanha, da China, da Coreia do Sul, da Finlândia, de Taipé Chinês e do Vietnã, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 853,46/t para o produtor/exportador Lianzhong Stainless Steel Corporation, US$ 235,59/t para o produtor/exportador Shanxi Taigang Stainless Steel Co., Ltd., e de US$ 853,46 para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Aperam Inox América do Sul S.A..113

Por meio da Resolução n. 80, de 03.10.2013, publicada no Diário Oficial da União de 04.10.2013, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, prorrogou o direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, aplicados às importações brasileiras de alhos frescos ou refrigerados, geralmente classificado nos itens n. 0703.20.10 e 0703.20.90 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica, no valor de US$ 0,78/kg, sendo que o interesse em renovar a Portaria Interministerial MICT/MF n. 3/1996 foi manifestado pela Associação Nacional dos Produtores de Alho – ANAPA.114

Por meio da Resolução n. 94, de 01º.11.2013, publicada no Diário Oficial da União de 04.11.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de

111 Resolução CAMEX n. 76/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 112 Resolução CAMEX n. 77/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 113 Resolução CAMEX n. 79/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 114 Resolução CAMEX n. 80/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 36

Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de tubos de aço carbono, sem costura, geralmente classificados no item 7304.19.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originários da China, a ser recolhido, sob a forma de alíquota específica de US$ 778,99/t para os produtores/exportadores Yangzhou Lontrin Steel Tube Co. Ltd.; Anhui Tianda Oil Pipe Co., Ltd.; Baoshan Iron & Steel Co., Ltd.; Baosteel Group Corporation; Baotou Iron & Steel (Group) Co., Ltd.; CangzhouQiancheng Steel-Pipe Co., Ltd.; Cnbm International Corporation; Etco (China) International Trading Co., Ltd.; Haitai Group Hai Qi Steel International Co. Ltd; New Sinda Pipes Manufacture Co., Ltd.; HebeiShengtian Group Seamless Steel Pipe Co., Ltd.; Hengyang Valin Steel Tube Co., Ltd. ShijiTianyuan Import & Export Co. Ltd.; JingjiangRongxiang Metal Material Co., Ltd.; LinyiSanyuan Steel Pipe Industri Co., Ltd.; Pangang Group Chengdu Steel & Vanadium Co., Ltd.; Shandong LiaochengZgl Metal Manuf Co Lt.; Shanghai Cabada Steel International Trading Co. Ltd.; Shanghai Haitai Steel Tube (Group) Co., Ltd.; Shanghai Minmetals Materials & Products Corp; Wuxi Special Steel Material Co., Ltd.; Wuxi Zhenda Special Steel Tube Manufacturing Co., Ltd.; Yangzhou Chengde Steel Pipe Co, Ltd.; YantaiHuaneng Steel Pipe Co. Ltd.; YantaiShuanghuan Commodity Co., Ltd., e de US$ 835,47 para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela empresa Vallourec Tubos do Brasil S.A., antiga Vallourec& Mannesmann Tubes – V&M do Brasil S.A..115

Por meio da Resolução n. 95, de 11.11.2013, publicada no Diário Oficial da União de 13.11.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, prorrogou do direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, aplicando às importações brasileiras de cadeados, geralmente classificados no item n. 8301.10.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 3,56/unidade, sendo que o interesse em renovar a Circular n. 72/1994 foi manifestado pelas empresas STAM Metalúrgica S.A (STAM) e Papaiz.116

Por meio da Resolução n. 99, de 25.11.2013, publicada no Diário Oficial da União de 26.11.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, prorrogou do direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, aplicando às importações brasileiras de escovas para cabelo, geralmente classificados no item n. 9603.29.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 12,55/kg para Shenyang Guanpin Woodenware Co., Ltd.; Amberlax Industrial Co., Limited; Aoya Mirror & Comb Co., Ltd.; Arts Plastics Corp.; Asiapack Shenzhen Co., Ltd.; Caben Asia Pacific Ltd.; Cecilia Hair Brush; Chaoba Hair Care Goods Co., Ltd.; Daiso Industries Co., Ltd.; Evelink Industry Co., Ltd.; Evok Inc.; Golden Pacific Imp & Exp Asia Co., Ltd.; Gracee Company Limited; Guangzhou Eshine-Star Hair Beauty Products Co., Ltd.; Henan Yuxin Imp. &Exp. Co., Ltd.; Henbao Metal & Plastic Products Co., Ltd.; Heshan Shi De Xin Suliao Wujin;

115 Resolução CAMEX n. 94/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 116 Resolução CAMEX n. 95/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 37

Integrity-T International Trade Co., Ltd.; Junfa Industry Co., Ltd.; Kai Fat Brush Factory; Leadtime Industrial Co., Limited; Micgo Company; MSL International Ltd.; Ningbo Yinzhou Factory Magic Hairbrush; Shenzhen Weiyuxing Trading Co., Ltd.; Shin Plastic Inc.; SK Industries Int'L . Co., Ltd.; Source Well Co., Ltd.; Topaxen Hair & Beauty Products Co., Ltd.; Westpex Ltd.; Yiwu Cooperation Import Export Co., Ltd.; Yiwu Goldland Import And Export Co., Limited; Yumark Int. Corp.; Zhuhai Est Co., Ltd.; de US$ 15,67/kg para Sung Sang Metal & Plastic Toys MFY; Ningbo Piaoyi Hair Brush Co., Ltd.; Ningbo Jenny Brush Manufactory Co., Ltd.; Green Plastics Products Co., Ltd.; e de US$ 15,67/kg para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em renovar a Resolução n. 69/2007, o peticionário/interessado não foi informado.117

Por meio da Resolução n. 101, de 28.11.2013, publicada no Diário Oficial da União de 29.11.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, prorrogou do direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, aplicando às importações brasileiras de alto-falantes, geralmente classificados nos itens 8518.21.00, 8518.22.00 e 8518.29.90 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 2,35/kg, sem mais informações.118

Por meio da Resolução n. 106, de 18.12.2013, publicada no Diário Oficial da União de 19.12.2013, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de pneumáticos novos de borracha, diagonais, dos tipos utilizados em motocicletas, geralmente classificados item 4011.40.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da Tailândia, China, e do Vietnã, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 2,21/kg para os produtores/exportadores Aspama International Corporation; Cheng Shin Rubber (Xiamen) Ind., Ltd.; Kenda Rubber (Shenzhen) Co., Ltd.; Qingdao Morewin Rubberware Co., Ltd.; Qingdao Taifa Tyre Co., Ltd.; Sichuan Yuanxing Rubber Co., Ltd.; Tianjin Kings Glory Tire Co., Ltd.; Wenzhou Zhengxin Tyre Co., Ltd.; Zhejiang Yizheng Tyre Co., Ltd.; e de US$ 3,23 para os produtores/exportadores Chongqing Super Star Rubber Industrial Co., Ltd.; Tianjin Wanda Tyre Group Co., Ltd.; e de US$ 7,40/kg para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos – ANIP. 119 Por meio da Resolução n. 107, de 18.12.2013, publicada no Diário Oficial da União de 19.12.2013, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de refratários básicos magnesianos,

117 Resolução CAMEX n. 99/2013. Disponível em , retificada em . Acesso dia 13/11/2014. 118 Resolução CAMEX n. 101. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 119 Resolução CAMEX n. 106/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 38

geralmente classificados nos itens 6902.10.18 e 6902.10.19 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China e do México, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 536,52/t para os produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Associação Brasileira de Fabricantes de Refratários – ABRAFAR.120

Por meio da Resolução n. 123, de 26.12.2013, publicada no Diário Oficial da União de 27.12.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de índigo blue reduzido, geralmente classificadas no item 3204.15.90 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China e de Cingapura, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 1.717,91/t, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela empresa Bann Química Ltda..121

Por meio da Resolução n. 124, de 26.12.2013, publicada no Diário Oficial da União de 27.12.2013, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de fios de náilon, geralmente classificadas nos itens 5402.31.11, 5402.31.19 e 5402.45.20 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, da Coreia, Reino da Tailândia e Taipé Chinês, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 615,31/t, para o produtor/exportador Fujian Changle Creator Nylon Industrial Co., Ltd.; de US$ 1.265,49/t, para o produtor/exportador Xinhui Dehua Nylon Chips Co., Ltd.; de US$ 334,78/t, para o produtor/exportador Yiwu Huading Nylon Co., Ltd.; de US$ 2.409,11/t, para o produtor/exportador World Best Co., Ltd. e Guandong Kaiping Chunhui Co., Ltd.; de US$ 475,05/t, para os produtores/exportadores Changshu Polyamide Fiber Slice Co., Ltd., China Resources Yantai Nylon Co., Ltd., Fabrictex Industrial Co., Ltd. (China), Grand Vision Industrial Limited, Hangzhou Fuxing Group Co.Ltd., Hangzhou Xiaoshan Qianchao Nylon Co., Ltd., Hangzhou Shanshan Qc. Nylon Co. Ltd., Jiangsu Wenfeng Chemical Fiber Group. Co., Ltd., Jinan Trustar International Co., Ltd., Meida Nylon Company Limited., Nilit Nylon Technologies (Suzhou) Co. Ltd., Qingdao Zhongda Chemical Fibre Co., Ltd., Wenda Co. Ltd., Zhejiang Jinshida Chemical Fibre Co., Ltd., Zhejiang Mesbon Chemical Fiber Limited, Zhuji Tms Import And Export Co., Ltd.; e de US$ 2.409,11/t para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela a empresa Rhodia Poliamidas e Especialidades Ltda..122

120 Resolução CAMEX n. 107/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 121 Resolução CAMEX n. 123/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 122 Resolução CAMEX n. 124/2013. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 39

Por meio da Resolução n. 3, de 16.01.2014, publicada no Diário Oficial da União de 17.01.2014, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de louça para mesa, geralmente classificadas nos itens 6911.10.10, 6911.10.90, 6911.90.00 e 6912.00.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 1,84/kg para o produtor/exportador Guangxi Xin Fu Yuan Co., Ltd; de US$ 2,76/kg para o produtor/exportador Guangdong Raoping Yuxin Ceramic Factory; e de US$ 5,14/kg para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pelas empresas Oxford Porcelanas S.A. e Indústria e Comércio de Cerâmica Tirolesa Ltda. (Studio Tacto).123

Por meio da Resolução n. 5, de 18.02.2014, publicada no Diário Oficial da União de 19.02.2014, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de pneus novos de borracha para bicicleta, geralmente classificadas no item 4011.50.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, da Índia e do Vietnã, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 1,60/kg para o produtor/exportador Tianjin Feiyada Rubber Co., Ltd; de US$ 1,20/kg para o produtor/exportador Tianjin Wanda Tire Group Co., Ltd; de US$ 0,28/kg para o produtor/exportador Hangzhou Zhongce Rubber Co., Ltd.; de US$ 3,85/kg para o produtor/exportador Tianjin Luming Rubber Manufacturing Limited China; de US$ 1,43/kg para os produtores/exportadores Jufeng (Tianjin) Tyres Co., Ltd; Tianjin HongHong Rubber Products Co., Ltd; Cheng Shin Rubber (Xiamen) Ind. Ltd; Tianjin Huayuan Zhengxing Rubber Factory Co., Ltd; Shandong Cascen Rubber Ind. Co. Ltd.; Tianjin Jinzhao Welfare Rubber Production Factory; Longheng International Limited; Jiangsu Feichi Co. Ltd.; Linyi Unique Tyre Co. Ltd.; Suntek Industry Co. Ltd.; Rei-Yeu International Co. Ltd.; Zhejiang Yongkang Jinyuan Industry & Trade Co. Ltd.; Exactitude International Co Ltd; Yongkang Taiyangfan E-Bike Sci- Tech Co Ltd; Kenda Rubber Co., Ltd; e de US$ 3,85/kg para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela empresa Industrial Levorin S.A..124

Por meio da Resolução n. 22, de 17.03.2014, publicada no Diário Oficial da União de 19.03.2014, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping provisório, por um prazo de até 6 (seis) meses, sobrepondo às importações brasileiras de pirofosfato ácido de sódio (SAPP), geralmente classificadas no item 2835.39.20 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias do Canadá, da China e dos Estados Unidos da América, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de

123 Resolução CAMEX n. 3/2014. Disponível em . Acesso dia 13/11.2014. 124 Resolução CAMEX n. 5/2001. Disponível em alterada pela Resolução CAMEX n. 84/20014. Disponível em . Acessos dia 13/11/2001. 40

alíquota específica de US$ 948,85/t para o produtor/exportador Hubei Xingfa Chemicals Group Co., Ltd; de US$ 769,37/t para o produtor/exportador Thermphos (China) Food Additive Co., Ltd (também denominada Tianfu Food Additive Co., Ltd. (China)); de US$ 2.201,07 para os produtores/exportadores A. H. A International Co., Ltd., Chemaster International, Inc., Dalian Coringlory International Co., Ltd., Foodchem International Corporation, Fooding Group Limited, Hainan Zhongxin Chemical Co., Ltd., New Step Industry Co., Limited, Shanghai Trustin Chemical Co., Ltd., Shanghai Zhongxin Yuxiang Chemical Co., Ltd., Shenzhen Bangjiebang Trading Co., Ltd., Shifang Kindia May Chemical Co., Ltd. e Wenda Co., Ltd; e de US$ 2.225,34 para os demais produtores/exportadores, sem mais informação.125

Por meio da Resolução n. 30, de 11.04.2014, publicada no Diário Oficial da União de 14.04.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping provisório, por um prazo de até 6 (seis) meses, sobrepondo às importações brasileiras de tubos de aço sem costura, geralmente classificadas nos itens 7304.51.19, 7304.59.11 e 7304.59.19 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 759,56/t para os produtores/exportadores Ningbo Yongxin Steel Tube Co., Ltd.; Jiangsu Hongyi Steel Pipe Co., Ltd.; Jiangyin City Dingrun Exactitude Steel Tube Co. Ltd.; Ningbo Sanji Steel Tube Co. Ltd.; Qingdao Jinxinlei International Co.,Ltd.; Tianjin Hengyun Cold Rolling Exactitude Seamless Steel Tube; Tianjin NingPu Tai Steel Trade Co. Ltd.; TWM (HK) Industrial IMP & EXP Co., Ltd.; e de US$ 811,13 para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela V&M do Brasil S.A., que no decorrer da análise da petição passou a se chamar Vallourec Tubos do Brasil S.A..126

Por meio da Resolução n. 32, de 23.04.2014, publicada no Diário Oficial da União de 24.04.2014, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de dióxido de silício precipitado, geralmente classificadas no item 2811.22.10 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 256,09/t para os produtores/exportadores Dalian F.T.Z. Richon Intl Trade CO., Ltd.; Evonik Wellink Silica (Nanping) CO., Ltd.; Fujian Longyan Jinbo Chemical Technology CO., Ltd.; Innova Chemical CO., Ltd.; Parkson (HK) International Development Ltd.; Sanming Fengrun Chemical Industry CO., Ltd.; Satisloh GMBH; Solvay Fine Chemical Additives (Qingdao) Co., Ltd.; Wenda CO., Ltd.; Wuxi Hengcheng Silicon Industry CO., Ltd.; Xiamen World Sources Imp & Exp CO., Ltd. Zhejiang Huate Group; de US$ 63,39 para o produtor/exportador Quechen Silicon Chemical CO., Ltd.; e de US$ 594,41 para os produtores/exportadores Fujian Zhengsheng Inorganic Material CO., Ltd.; Zhuzhou Xinglong Chemical Industry CO.,

125 Resolução CAMEX n. 22/2014. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 126 Resolução CAMEX n. 30/2014. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 41

Ltd. e também para os demais, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Rhodia Brasil Ltda..127

Por meio da Resolução n. 46, de 03.07.2014, publicada no Diário Oficial da União de 04.07.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de vidros para uso em eletrodomésticos da linha fria, geralmente classificadas no no item 7007.19.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 2,74/m² para os produtores/exportadores Jiangsu Xiuqiang Glasswork Co., Ltd.; Arda Zhejiang Electric Co.,Ltd., Changshu Goldenvale Glass Product Co., Ltd., China National Heavy Duty Truck Group Co., Ltd., Fuzhou Maxofei Electrical Appliances Co., Ltd., Guangdong Midea Microwave And Electrical Appliances Manufacturing Co., Ltd., Hangzhou Bojue Trade Co., Ltd., Hexad Industries Corporation Ltd., Hunan Sunward Intelligent Machinery Co., Ltd., Lanxiang Building Materials And Industrial Equipments (Hk), Lpa Co., Ltd, Modernet Ithalat Ihracat Pazarlama Ve Dis Ticaret Limited Si, Northglass (Hongkong) Industrial Co., Ltd., Qingdao Globalstar Glass Co.,Ltd., Qingdao Jinyu Glass Products Co., Ltd., Shandong Yaohua Glass Co., Ltd., Timetech Glass Co., Ltd, Wuxi Dali; Hoisting Machinery Co., Ltd., Zhangjiang Zaofa Safety Glass Co., Ltd.; e de US$ 5,45/m² para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro – ABIVIDRO.128

Por meio da Resolução n. 47, de 03.07.2014, publicada no Diário Oficial da União de 04.07.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de filtros cerâmicos refratários, geralmente classificados nos itens 6903.90.91 e 6903.90.99 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 6,06/kg, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Foseco Industrial e Comercial Ltda..129

Por meio da Resolução n. 53, de 03.07.2014, publicada no Diário Oficial da União de 08.07.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping provisório, por um prazo de até 6 (seis) meses, sobrepondo às importações brasileiras de porcelanato técnico, geralmente classificadas no item 6907.90.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 3,01/m² para o produtor/exportador Foshan Chancheng Qiangshi Building Material

127 Resolução CAMEX n. 32/2014. Disponível em retificada pela Resolução CAMEX n. 32/2014.Disponível em . Acessos dia 13/11/2014. 128 Resolução CAMEX n. 46/2014. Disponível em file:///F:/Camex/2014/CAMEX%20- %20Resolu%C3%A7%C3%A3o%2046%202014.html. Acesso dia 13/11/2014. 129 Resolução CAMEX n. 47/20014. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 42

Ltd. Company; de US$ 3,67/m² para o produtor/exportador Guangdong Monalisa New Materials Group Co., Ltd.; de US$ 5,73/m² para o produtor/exportador Foshan Xiangyu Ceramics Co., Ltd.; de US$ 5,00/m² para o produtor/exportador Guangdong Xinruncheng Ceramics Co., Ltd.; de US$ 3,92/m³² para o produtor/exportador Heyuan Nanogress Porcellanato Co., Ltd.; de US$ 4,11 para o produtor/exportador Guangdong Kingdom Ceramics Co., Ltd.; de US$ 4,44 para os produtores/exportadores Abm Production Building Materials Co.,Ltd.; Aquadis Asia International Corp.; Asia Ceramics Holding Plc; Asic Ceramic And Mosaic Group; Barana International Ltd.; Brightland Industry And Trade Co., Ltd.; Cbm Industrial (China) Co., Ltd.; China Abrasives Import & Export Corporation; China Communications Import and Export Corp.; China Cooperative Ind. Ltd.; Cnbm International Corporation; Dengmao Shenzhen Co.; Eagle Brand Ceramics Industrial (Heyuan) Co., Ltd.; Eiffel Building Corporation Limited; Enping City Huachang Ceramic Company Limited; Enping Huiying Ceramics Industry Co Ltd.; Everstone (Qingdao) Co. Ltd.; Everstone Ceramics (Shenzhen) Co. Ltd.; Favour World International Limited; Florina Industry Co., Ltd.; Fosham Dosun Tiles Co.Ltd.; Foshan Aijia Ceramics Co., Ltd.; Foshan Amazon Ceramics Co., Ltd.; Foshan An Tai Trading Company Ltd.; Foshan Aokelan Building Ceramics Co Ltd.; Foshan Aoqiang Ceramic Co., Ltd.; Foshan B & W Ceramics Co., Ltd.; Foshan Bailifeng Building Materials Co., Ltd.; Foshan Bazara Building Materials co., Ltd.; Foshan Bocheng Ceramic Co., Ltd.; Foshan Botin Building Materials Co., Ltd.; Foshan Castel Imp. & Exp.Co.,Ltd.; Foshan Center Ceramics Co. Ltd.; Foshan Ceragold Trading Co., Ltd.; Foshan Ceraviva Ceramics Co., Ltd.; Foshan Chancheng Sbolo Building Material Co., Ltd.; Foshan Chanfeng Company Limited; Foshan Chengdayi Economy And Trading Co., Ltd.; Foshan City Henglong Ceramics Co Ltd.; Foshan City Roytile Trading Co., Ltd.; Foshan City Sunny Ceramics Cc., Ltd.; Foshan Country Strong Development Co., Ltd.; Foshan Ctc Group Co., Ltd.; Foshan Dihai Trading Development CO., Ltd.; Foshan Dongpeng Ceramic Co.,Ltd.; Foshan Dongpeng Polishing Porcelain Tiles Factory; Foshan Dosun Ceramics Co Ltd.; Foshan Dosuntiles Co., Ltd.; Foshan Double Win Building Material Co., Ltd.; Foshan Eiffel Ceramic Co Ltd.; Foshan Eminent Industry Development Co., Ltd.; Foshan Everlasting Enterprise Co., Ltd.; Foshan Fengshunshun Pao Jing Huan; Foshan Florina Ceramic Co., Ltd.; Foshan Florina Industry Co., Ltd.; Foshan Fujiaju Ceramics Co., Ltd.; Foshan Fyd Ceramics Co. Ltd.; Foshan Gani Ceramics Co., Ltd.; Foshan Gede; Foshan Golden Dolphin Ceramics Co., Ltd.; Foshan Griffiths Building Material Ltd.; Foshan Guci Industry Co., Ltd.; Foshan Guohui Ceramics Co., Ltd.; Foshan Haowei Ceramics Co., Ltd.; Foshan Hcc Building Material Co., Ltd.; Foshan Henry Trading Co., Ltd.; Foshan Hongbo Ceramics Co., Ltd.; Foshan Hongshuang Decoration Materials Co., Ltd.; Foshan Hongshun Import & Export Trading Co Ltd.; Foshan Huashen Import And Export Trade Co., Ltd.; Foshan Huashengchang Ceramic Co. Ltd.; Foshan Hudson Economics And Trade Co., Ltd.; Foshan Huitao Economic & Trading Co., Ltd.; Foshan Interry Ceramic Co., Ltd.; Foshan JBN Industrial Co., Ltd.; Foshan Jiajin Imp. & Exp. Co., Ltd.; Foshan Jialian Ceramic Co., Ltd.; Foshan Jinbali Ceramic Company; Foshan Jinduo Ceramics Co., Ltd.; Foshan Jinduo Entreprise (Group) Co., Ltd.; Foshan Jinshidai Ceramics Co., Ltd.; Foshan Junjing Industrial Co., Ltd.; Foshan Kama Ceramics Co., Ltd.; Foshan Kiva Ceramics Co., Ltd.; Foshan Lihua Ceramic Co.,Ltd.; Foshan Longways Building Materials Co., Ltd.; Foshan Lungo Ceramics Co., Ltd.; Foshan Lxc Ceramics Co., Ltd.; Foshan Mainland Import And 43

Export Co., Ltd.; Foshan Manjade Ceramiscs Co Ltd.; Foshan Monalisa Industry Co., Ltd.; Foshan Nanhai District Traven Devel. Dec.Tiles Co., Ltd.; Foshan Nanhai Shenghua Ceramics Co., Ltd.; Foshan Nanhai Yayi Building Materials Co., Ltd.; Foshan Nanhai Yonghong Polished Tile Factory; Foshan Native Produce Imp. Exp. Co. Ltd. of Guangdong; Foshan Neo'S Building Material Co., Ltd.; Foshan New East Dragon Ceramic Co.,Ltd.; Foshan New Pearl Trade Co., Ltd.; Foshan Nirose Ceramics Co., Ltd.; Foshan Oceanland Ceramics Co., Ltd.; Foshan Oceano Ceramics Co., Ltd.; Foshan Oumike Ceramics Co., Ltd.; Foshan P&D Industries Co.,Ltd.; Foshan Pengdi Import And Export Co., Ltd.; Foshan Perfecto Ceramics Co; Ltd.; Foshan Qiangguan Building Materials Co., Ltd.; Foshan Sandebo Ceramics Co., Ltd.; Foshan Sanfi Ceramics Co., Ltd.; Foshan Sanshui Excelle Trading Co., Ltd.; Foshan Sanshui Hongyuan Ceramics Enterprise Co., Ltd.; Foshan Sany Ceramics Co., Ltd.; Foshan Sbolo Building Materials Co.,Ltd.; Foshan Sdilan Import & Export Co., Ltd.; Foshan Shiwan Eagle Brand Ceramic Ltd.; Foshan Sincere Building Materials Co., Ltd.; Foshan Sincere Ceramics Co., Ltd.; Foshan Skyplanet Import & Export Co., Ltd.; Foshan Stanny Ceramics Co., Ltd.; Foshan Summit Ceramics Company; Foshan Sunrise Trading Company Limited; Foshan Super Macro Trading Co., Ltd.; Foshan Synergy Ltl Enterprise Co., Ltd.; Foshan Textiles Import & Export Co., Ltd.; Foshan Tianjia Import & Export Trading Co., Ltd.; Foshan Tilee'S Ceramics Ltd.; Foshan Tong On Trading Co Ltd.; Foshan United Co., Ltd.; Foshan V & V Ceramics Co., Ltd.; Foshan Vast Ceramics Co., Ltd.; Foshan Venizea Ceramics Ltd.; Foshan Victory Tile Co., Ltd.; Foshan Wantage Company Limited; Foshan Weichan Ceramics; Co.,Ltd.; Foshan Weichen Ceramics Co., Ltd.; Foshan Winning Enterprise Co., Ltd.; Foshan Xiangyu Ceramic Tiles Co., Ltd.; Foshan Xiante Ceramic Co., Ltd.; Foshan Xinhuatao Ceramic Co., Ltd.; Foshan Xinnanyue Building Ceramics Co., Ltd.; Foshan Xinrun Factory; Foshan Xinruncheng Polishing Porcelain Tiles Factory; Foshan Xinyue Ceramics Co., Ltd.; Foshan Xinzhongwei Economic & Trade Co., Ltd.; Foshan Yesheng Yuan Ceramics Co. Ltd.; Foshan Yiming Imp & Exp Co., Ltd.; Foshan Yinghui Industrial Co., Ltd.; Foshan Yongheng Ceramic Co., Ltd.; Foshan Youyue Ceramics Co., Ltd.; Foshan Zhongzhenghui Trading Co., Ltd.; Foshan Zhuo Sheng Ceramic Co., Ltd.; Fujian Smartness Imp & Exp. Co., Ltd.; Fulong Ceramics; Gaoyao City Marshal Ceramic Co., Ltd.; Gaoyao Yushan Ceramics Industry Co., Ltd.; Gergo Construction Materials (Hk) Limited; Gongdong Bohua Ceramics Company Limited; Grandhouse Ceramics Co., Ltd.; Guang Dong Golden Sun Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Agribusiness Group Imp And Exp Co., Ltd.; Guangdong Bode Fine Building Material Co., Ltd.; Guangdong Bohua Ceramic Company Limited; Guangdong Chunmei Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Dongpeng Ceramic Co., Ltd.; Guangdong Foshan Jinbanli Ceramic Factory; Guangdong Hongyu Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Jiajun Ceramics Co. Ltd.; Guangdong Jiamei Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Jinying Import & Export Co., Ltd.; Guangdong Juimsi Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Junjing Industrial Co., Ltd.; Guangdong Kito Ceramic Co.,Ltd.; Guangdong Luxury Micro-crystal Stone Technology Co., Ltd.; Guangdong Mati Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Monalisa Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Nanhai Light Industrial Prod. I and E Co., Ltd.; Guangdong Newpearl Ceramics Group Co., Ltd.; Guangdong Overland Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Tianbi Ceramics Co., Ltd.; Guangdong Winto Ceramics Co,. Ltd.; Guangdong Xinghui Ceramics Group Co., Ltd.; Guangdong Xinruncheng Porcelain Tile Co., Ltd.; Guangzhou Cowin Ceramics Co., Ltd.; Guangzhou Inns International Trading Co., Ltd.; Guanyu 44

Ceramics Co., Ltd.; Hangzhou Nabel Group Co., Ltd.; Haowei Enterprises Co., Ltd.; Heshan Super Ceramics Co., Ltd.; Heyuan Luomandike Industrial Corporation Limited; Heyuan Romantic Ceramics Co., Ltd.; Heyuan Wanfeng Ceramic Co., Ltd.; Hong Guan Trading Co., Ltd.; Hongkong Hercules Co., Ltd.; Infull Industry Co., Ltd.; JDD Industry Co., Ltd.; Jin Ying Economy Trading Imp. And Exp. Ltd.; Jmsunway Ceramics Co., Ltd.; Jyn Jyng Economy Trading Imp. And Exp. Ltd.; Kaiping Lihang Building Materials Co., Ltd.; Limec Company Limited; Longpu Building Materials Co., Ltd.; Longways Ceramics; Louis Valentino Investment And Development Co., Ltd.; Marazzi Tile Manufacturers; Max Glory International Limited; Milstart More Ltd.; Minsum Industry Co., Ltd.; Nanhai Arts. & Crafts I/E Co., Ltd.; Nanogress Porcellanato Co., Ltd.; New Regal Ceramics; New Zhong Yuan Ceramics Import & Export Co., Ltd.; Newtiles Corporation Limited; Oak International Limited; Porcelux Ceramix Co., Ltd.; Porcelux Co., Ltd., Powell Ceramics Co., Ltd.; Qingyuan Guanxingwang Ceramic Co., Ltd.; Qingyuan Navona Ceramic Co. Ltd.; R.A.K. (Gao Yao) Ceramics Co., Ltd.; Risun Group Holding Limited; Sanfi Ceramics Co., Ltd.; Sense Ceramics Co.Limited; Shandong Jiangquan Industry Stock Co., Ltd.; Shanghai CIMIC Tile Co., Ltd.; Shanghai Gaoyuan Investing & Development Co., Ltd.; Shanghai Sumiec Importacao E Exportacao Corp.; Shenghua Ceramics Co., Ltd.; Shijiazhuang Guanyu Indl and Trading I and E Co., Ltd.; Sinan International Co., Ltd.; Sinotile Building Materials Co., Ltd.; Skiway Enterprise Group Limited; Southern Building Materials And Sanitary Co., Ltd.; Stota Ceramics Co., Ltd.; Suntile Internacional Co Limited; Suzhou Pearl Imp. & Exp. Corp; Tangshan Hongyou Ceramics Co., Ltd.; Tangshan Huida Ceramic Group Co., Ltd.; Tangshan Imex Industrial Co., Ltd.; Tile Porcelain Ltd.; Tilend Industrial Co., Limited; Weichen Ceramics Company; Winning International Trading Co.; Wondrous International Limited; Xhh Imp & Exp Trading (Xiamen) Co., Ltd.; Xiamen Jianxing Imp And Exp Co., Ltd.; Xingjingcheng Ceramic Company Limited; Xinruncheng Ceramic Company Limited; Xintang Industry; Yekalon Industry, Inc.; Yoto Import & Export Co., Ltd.; Yunfu Jin Li Jing Stone Co., Ltd.; Zhaoqin Yongshen Ceramic Co., Ltd.; Zibo Raymond Import And Export Co., Ltd.; Zongseng Ceramics Co., Ltd.; e de US$ 5,73 para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimento, Louças Sanitárias e Congêneres – ANFACER.130

Por meio da Resolução n. 55, de 11.07.2014, publicada no Diário Oficial da União de 14.07.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping provisório, por um prazo de até 6 (seis) meses, sobrepondo às importações brasileiras de vidros planos flotados incolores, geralmente classificadas no item 7005.29.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, da República Árabe do Egito, dos Emirados Árabes Unidos, dos Estados Unidos da América e dos Estados Unidos Mexicanos, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 334,35/t para os produtores/exportadores Qinhuangdao Aoge Glass Co. Ltd e Dongtai China Glass Special Glass Co. Ltd (China); de US$ 219,07/t para os produtores/exportadores Xinyi Glass (Tianjin) Co. Ltd.; Aeon Industries

130 Resolução CMAEX n.53/2014. Disponível em . Acesso dia 13/1/2014. 45

Corporation Ltd.; Avic (Hainan) Special Glass Materials Co. LYD; China Sunwell Glass Co., Ltd.; China Trade Resources Limited; Citiglass Group Ltd.; CitotestLabwareManufcturing Co., Ltd.; Corning Ceramic Materials (Shanghai) Co., Ltd.; Crystal Stone Glass Co., Ltd.; CSGH Glass Co., Ltd.; Dalian F.T.Z. Fulong Glass Products Ltd.; DezhouJinghua Group Zhenhua Co.; Dongtai China Glass Special Co., Ltd.; East Snow International Co., Ltd.; Fengyang Glass Co., Ltd.; Glory Glass Mirror Co. Limited; Hebei CS Glass Ltd.; Hebei CSG Glass Co., Ltd.; Hexad Industries Corporation Ltd.; Huaxing Float Glass Co., Ltd.; Huaxing Mirror Co., Ltd.; Jing Yu International Trading Company Ltd.; King Tai Industry Co., Ltd.; Korea Class Export & Import Corporation; Lanxiang Building Materials and Industrial Equipments HK; Lanxiang Building Materials And Industrial Equipments HK Ltd.; Mahko International PTE Ltd.; Merit International Co., Ltd.; Mingyue Float Glass Co., Ltd.; ModernetIthalatIhracatPazarlamaVe Dis TicaretLtd. Si; Northglass (Hong Kong) Industrial Co., Ltd.; OG Industry Group Co., Ltd.; Orient Industry Group Co., Ltd.; Pelican Reef; Q.C. Glass Co. Ltd.; Qindgao Globalstar Glass Co., Ltd.; Qingdao August Industry and Trading Co., Ltd.; Qingdao Chengye Glass Co., Ltd.; Qingdao CIMC Especial Vehicles Co., Ltd.; Qingdao Dongyao Glass Co., Ltd.; Qingdao Jifond International Ltd.; Qingdao Orient Industry Co., Ltd.; Qingdao Orient Industry Group Co., Ltd.; Qingdao Rocky Industry Co., Ltd.; Rider Glass Co., Ltd.; Rocky Development Co., Ltd.; Runtai Industry Co., Ltd.; S.J.G.G. Ltd.; Sanerosy Glass Co., Ltd.; Sanyang Building Glass Co., Ltd.; SC G H Glass Co., Ltd.; Shandong Golden Faith Industrial Co., Ltd.; Shandong Jinjing Energy Efficient Glass Co., Ltd.; Shandong Jinjing Energy Saving Glass Co., Ltd.; Shandong Jinjing Science & Technology Co., Ltd.; Shandong Jinjing Science & Technology Stock Co.; Shandong Jinjing Science & Technology Stock Co., Ltd.; Shandong Jurun Building Material Co., Ltd.; Shanghai Hai-Qing Industries Co., Ltd.; Shanxi Qingyao Glass Co., Ltd.; Shen Zhen Hailutong Trading Co Ltd. O/B Vital Indl Group Ltd.; Shenzhen CSG Float Glass Co., Ltd.; Shenzhen Jimy Glass Co., Ltd.; Shenzher Southern Float Glass Co., Ltd.; Shouguang Jingmei Glass Product Co., Ltd.; Shouguang Yaobang Imp.& Exp. Industry Co., Ltd.; Tengzhou Jinjing Glass Co., Ltd.; TG Changjiang Glass Co., Ltd.; TG Tianjin Glass Co., Ltd.; TG Tianjin Glass Ltd.; Thengzhou Jinjing Glass Co., Ltd.; VG Glass Industrial Group Ltd.; Vital Industrial Group Ltd.; Weilan Glass Co., Ltd.; Xinjiefu Float Glass Co., Ltd.; Xiny Group (Glass) Company Limited; Xinyi Glass (Jiangmen) Limited; Xinyi Glass (Wuhu) Company Limited; Xinyi Group (Glass) Company Limited; Xinyi Ultrathin Glass (Dungguan) Co., Ltd.; Xinyi Ultrathin Glass Co., Ltd.; Yin Tong (Dongguan City) Glass Co., Ltd.; ZhangzhouKibing Glass Co., Ltd.; Zhangzhou Kibing Glass Ltd.; Zhejiang Gobom Holdings Company Limited; e de US$ 334,35/t para os demais produtores/exportadores, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro – ABIVIDRO.131

Por meio da Resolução n. 67, de 14.08.2014, publicada no Diário Oficial da União de 15.08.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de pirofosfato ácido de sódio (SAPP),

131 Resolução CAMEX n. 55/2014. Disponível em < file:///F:/Camex/2014/CAMEX%20- %20Resolu%C3%A7%C3%A3o%2055%202014.html>. Acesso dia 13/11/2014. 46

geralmente classificadas no item 2835.39.20 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias do Canadá, da China e dos Estados Unidos da América, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 850,97/t para o produtor/exportador Hubei Xingfa Chemicals Group Co., Ltd; de US$ 684,27 para o produtor/exportador Thermphos (China) Food Additive Co., Ltd (também denominada Tianfu Food Additive Co., Ltd. (China)); de US$ 2.522,12 para os produtores/exportadores A. H. A International Co., Ltd., Chemaster International, Inc., Dalian Coringlory International Co., Ltd., Foodchem International Corporation, Fooding Group Limited, Hainan Zhongxin Chemical Co., Ltd, New Step Industry Co., Limited, Shanghai Trustin Chemical Co., Ltd, Shanghai Zhongxin Yuxiang Chemical Co., Ltd., Shenzhen Bangjiebang Trading Co., Ltd., Shifang Kindia May Chemical Co., Ltd. e Wenda Co., Ltd; e de US$ 2.534,07 para os demais produtores/exportadores , sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela empresa ICL Brasil Ltda..132

Por meio da Resolução n. 68, de 14.08.2014, publicada no Diário Oficial da União de 15.08.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, prorrogou do direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, aplicando às importações brasileiras de resina de policloreto de vinila obtida por processo em suspensão, geralmente classificada no item 3904.10.10 da Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM, originárias da China e da Coreia, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota ad valorem de US$ 21,61/%.133

Por meio da Resolução n. 95, de 29.10.2014, publicada no Diário Oficial da União de 30.10.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping definitivo, por um prazo de até 5 (cinco) anos, sobrepondo às importações brasileiras de tubos de aço sem costura, geralmente classificados nos itens 7304.51.19, 7304.59.11 e 7304.59.19 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, a ser recolhido sob a forma de alíquota específica de US$ 908,59/t, sendo que o interesse em investigar a prática de dumping foi manifestada pela V&M do Brasil S.A., que no decorrer da análise da petição passou a se chamar Vallourec Tubos do Brasil S.A..134

Por meio da Resolução n. 96, de 29.10.2014, publicada no Diário Oficial da União de 30.10.2014, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping provisório, por um prazo de até 6 (seis) meses, sobrepondo às importações brasileiras de ímãs de ferrite em formato de segmento (arco), geralmente classificadas no item 8505.19.10 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China e da Coreia, a ser recolhido, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 599,02/t para o produtor/exportador Hengdian Group Dmegc Magnetics Co., Ltd; de US$ 599,02

132 Resolução CAMEX n. 67/2014. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 133 Resolução CAMEX n 68/2014. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 134 Resolução CAMEX n. 95/2014. Disponível em . Acesso dia 13/11/2014. 47

para os produtores/exportadores Arnold Magnetics (Shenzhen) Ltd., Ferro Resources Limited, Hunan Aerospace Magnet and Magneto Co Ltd, Jpmf Guangdong Co., Ltd., Ningbo Tongchuang Strong Magnet Material Co., Ltd, Sun Magnetic Sys-Tech Co Ltd, Tianjin Nibboh Magnets Co., Ltd, United Magnetics Co Ltd, Zhejiang Zhongke Magnetic Industry Co., Ltda.; e de US$ 3.044,34 para os demais produtores/exportadores, sem mais informações.

Por meio da Resolução n. 105, de 21.11.2014, publicada no Diário Oficial da União de 24.11.2014, o Presidente do Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior, aplicou direito antidumping provisório, por um prazo de até 6 (seis) meses, sobrepondo às importações brasileiras de filmes, chapas, folhas, películas, tiras e lâminas de poli(tereftalato de etileno), de espessura igual ou superior a 5 micrometros, e igual ou inferior a 50 micrometros (Filme PET), geralmente classificadas nos itens 3920.62.19, 3920.62.91 e 3920.62.99 e, eventualmente, nos itens 3920.62.11, 3920.63.00, 3920.68.99 e 3920.69.00 da Nomenclatura Comum do MERCOSUL – NCM, originárias da China, do Egito e da Índia, pela China, notadamente, sob a forma de alíquota específica de US$ 820,60/t para todos os produtores/exportadores, sem mais informações.

10. CONCLUSÃO

As trocas comerciais entre as nações representam um fenômeno das relações internacionais modernas que interferiu, decisivamente, no comportamento dos Estados, sendo que qualquer empresa ou pessoa que produza, venda, trabalhe ou compre está sujeita ao Fator China que é definido pela influência cada vez mais profunda da China nos preços e nas ofertas de produtos em nível mundial, na medida em que empresas e até mesmo setores produtivos inteiros surgem com muita rapidez naquele país.

Cabe ressaltar que não existe, até o presente momento, nenhum tipo de consenso entre os países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos sobre quais são os direitos trabalhistas que devem ser reconhecidos em todo o mundo e em que parâmetros assim, eventuais assimetrias no custo da mão de obra, existentes entre diferentes nações não configuram dumping e ocorrem, na grande maioria das vezes, em decorrência do nível de desenvolvimento socioeconômico entre diferentes países e, principalmente, em decorrência das difentes densidades populacionais.

Contudo, as assimetrias existentes entre a China e o Brasil nas questões que envolvem as organizações societárias, a concessão de benefícios fiscais e as isenções para exportação, com a criação, na China, de normas específicas para empresas estrangeiras (FEs) e empresas com investimento estrangeiro (FIEs) e de cinco zonas econômicas especiais (SEZs), além do incentivo a renovação e a construção de cerca de mil novos portos/terminais por todo o seu extenso litoral, fomentou a prática desleal de comércio internacional por meio da produção e introdução de bens, através de exportação, no mercado doméstico do país

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importador, Brasil, a preço de exportação inferior ao valor normal praticado no mercado interno chinês, com sérios prejuízos à indústria doméstica brasileira.

Além disso, a legislação chinesa permite que os benefícios fiscais originalmente concedidos a cada sociedade podem ser assumidos pelos sucessores nas incorporações ou divisões, e que os valores das contas contábeis do ativo, passivo e patrimônio líquido sejam calculados conforme seu valor histórico e, ainda, que os prejuízos fiscais acumulados em uma sociedade nos anos posteriores a incorporação ou divisão poderão, sim, ser utilizados nas sociedades novas para, justamente, abater na carga tributária o que, também, sem dúvida, fomenta a prática de dumping.

Uma das formas dos governos se protegerem dessas distorções ocorridas na formação do preço do país exportador, in casu, a China, é a fixação de medidas antidumping, em nível mundial, previstas no Acordo Antidumping (WTO) de subscrição obrigatória para todos os países membros da OMC, e em nível brasileiro, previstas no Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, sendo que essas medidas têm por finalidade impedir práticas empresariais condenáveis, por meio de um montante em dinheiro igual ou inferior à margem dumping incidente sobre o preço do produto importado, no momento do desembaraço aduaneiro no país importador.

Conforme restou demonstrado principalmente pelas disposições constantes do art. 3º, item 4, do Acordo Antidumping (WTO), se considera como dano, justificador do antidumping, os efeitos negativos reais ou potenciais sobre emprego e salários da indústria do país importador, o que demonstra a preocupação da OMC com a defesa dos direitos laborais.

Uma das grandes invocações trazidas com a criação da OMC foi o estabelecimento de um código de regras, denominado Entendimento de Solução de Controvérsias (ESC), que tem por finalidade regular os procedimentos de soluções das disputas envolvendo os países membros da OMC, regulamentando todas as etapas envolvendo a solução de uma controvérsia, até a concessão de autorização, pelo Órgão de Resolução de Disputas (ORD) para que o Estado membro prejudicado seja ressarcido pelos prejuízos que o outro Estado membro demandado lhe impôs.

Contudo, o Órgão de Resolução de Disputas (ORD), no âmbito da OMC, está baseado, apenas e tão somente, no poder, privilegiando soluções diplomáticas em detrimento das legais, sendo, ainda, manipulado pelos principais Estados membros hegemônicos, ou seja, o longo tempo transcorrido até que uma decisão definitiva no referido órgão seja executada contra um dos Estados membros dá o tempo necessário para, justamente que esse Estado que sofrerá a sanção, prepare medidas de retaliação comercial a um segmento econômico do Estado denunciante.

Assim, o ORD não pode ser considerado um órgão judicial, sendo no máximo um órgão quase judicial, na medida em que particulares não têm direito de agir no ORD, direito esse que é conferido, apenas e tão somente, aos estados membros da OMC. 49

De outra ponta, as regras de defesa comercial nas áreas de antidumping, contidas no Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, implicam na realização de um procedimento administrativo pautado pela lei nacional, conduzido perante a autoridade local, na língua do Estado-membro sendo, pois, os custos muito mais razoáveis do que levar o litígio para sede da OMC na Suíça, cabendo observar, ainda, que os mecanismos de defesa comercial locais possuem sanções efetivas, na forma de medidas compensatórias ou direitos antidumping, inclusive, podem ser acionados por indústrias particulares, associações e sindicatos e não, apenas e tão somente, por estados.

E, pelas disposições constantes do art. 30, § 3º, III, letras “c” e “d”, do Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, considera-se como dano, justificador do antidumping, os efeitos negativos reais ou potenciais das importações objeto de dumping sobre o emprego e salários da indústria brasileira, o que demonstra a preocupação do legislador nacional com a defesa dos direitos laborais em total consonância com o Acordo Antidumping (WTO).

Um dos grandes desafios do Brasil, hodiernamente, é, sem dúvida, oferecer uma resposta ao seguinte questionamento: como conviver no âmbito do comércio internacional com a China, que passará a ser considerada uma economia de mercado a partir do ano de 2016, e, ao mesmo tempo, manter o nível de emprego, renda e salários da indústria nacional protegendo, de forma direta, os direitos sociais e laborais?

E, sem dúvida, por meio do o Decreto n. 8.058, de 26.07.2013, o Governo do Brasil não ignorou as características sociais, os padrões de comportamento real de seus cidadãos, na medida em que, inevitavelmente, os produtos fabricados pela China continuarão a ingressar no território brasileiro, isso é inevitável, contudo, a partir de tal decreto, o ingresso de tais bens e produtos oriundos da China ocorrerá com respeito a parâmetros que tornam aceitáveis a convivência comercial entre China e o Brasil, protegendo emprego e salários da indústria brasileira.

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