DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 181.3.54.O DATA: 25/06/13 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h TÉRMINO: 20h

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador 14:38 PE JANETE ROCHA PIETÁ

Obs.:

Ata da 181ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária, da 3ª Sessão Legislativa Ordinária, da 54ª Legislatura, em 25 de junho de 2013. Presidência dos Srs.: Henrique Eduardo Alves, Presidente. Simão Sessim, 2º Secretário. Amauri Teixeira, João Ananias, Paulo Foletto, Mário Heringer, Arolde de Oliveira, nos termos do § 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Henrique Eduardo Alves Andre Vargas Fábio Faria Marcio Bittar Simão Sessim Maurício Quintella Lessa Biffi Gonzaga Patriota Wolney Queiroz Vitor Penido Takayama

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I[CD1][CD2] - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - A lista de presença registra na Casa o comparecimento de 202 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

Está aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.

II - LEITURA DA ATA

O SR. MARÇAL FILHO , servindo como 2° Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.

III - EXPEDIENTE [CD3]

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTE

Concedo a palavra à Sra. Deputada Benedita da Silva.

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A[CD4] SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, em resposta às manifestações populares que tomaram as ruas do Brasil, a Presidenta , em seu pronunciamento na última sexta-feira, deixou claras as características deste Governo: democrático, capaz de ouvir a voz da população e totalmente comprometido com as mudanças em favor do Brasil.

Também quero falar da oportunidade que teve de estar com os Prefeitos e com os Governadores. A reunião com os movimentos populares mostrou também o compromisso em dar resposta imediata e de maneira transparente à população.[CD5]

Quero aqui repetir o que a Presidenta Dilma afirmou na ocasião: “O Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está”.

Ela, então, propôs a adoção de cinco pactos nacionais.

Peço que este meu pronunciamento seja registrado e divulgado na íntegra.

Muito obrigada, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em resposta às manifestações populares que tomaram as ruas do Brasil nos últimos dias, a Presidenta Dilma

Rousseff, em pronunciamento na última sexta-feira, deixou claras as características deste Governo: democrático, capaz de ouvir a voz da população e totalmente comprometido com mudanças em favor do Brasil. Nossa Presidenta defendeu o direito a protestos de maneira pacífica e declarou que os pedidos de mudança são legítimos.

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A população brasileira exigiu mudanças em aspectos da conjuntura política e econômica, e as esferas de Governo (federal, estadual e municipal) mostraram-se dispostas a contribuir. A reunião de ontem com os movimentos populares e, em seguida, com os prefeitos das capitais e governadores, mostra o compromisso em dar resposta imediata e de maneira transparente à população.

Na ocasião, a Presidenta Dilma Rousseff afirmou que “o Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está” e propôs a adoção de “cinco pactos nacionais ”, que são:

Responsabilidade fiscal e controle da inflação, para garantir a estabilidade da economia; convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de uma Constituinte específica sobre a reforma política para , nas palavras da

Presidenta, “fazer a reforma política que o País tanto necessita ”, e com o objetivo de aprofundar a participação popular, por meio de debates.

A Presidenta defendeu um combate “contundente” à corrupção e sugeriu a criação de uma legislação que classifique a corrupção dolosa como crime hediondo, com penas mais severas, e cobrou a execução plena da lei de acesso à informação.

Saúde: Aos governadores e prefeitos, Dilma pediu para acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento

24h) e unidades básicas de saúde; incentivar a ida de médicos para trabalhar nas cidades que mais necessitam de atendimento de saúde e, quando não houver brasileiros disponíveis, contratar médicos estrangeiros para trabalhar no Sistema

Único de Saúde. A Presidente lembrou à “classe médica brasileira que não se trata nem de longe de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais ”, porque se trata de uma medida emergencial, tendo em vista a dificuldade que o País

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enfrenta para encontrar médicos para trabalhar nas áreas mais remotas do País ou nas mais pobres das grandes cidades.

Também foi anunciada a ampliação de vagas nos cursos de Medicina, que resultará na criação de milhares de novas vagas de graduação e residência médica para os estudantes brasileiros.

Transporte público. Dilma sugeriu “dar um salto de qualidade ”, neste que foi um dos fatores que determinaram as manifestações, mudando a matriz do transporte público para fazer mais metrôs, VLTs (veículos leves sobre trilhos) e corredores para avançar mais rápido no transporte de qualidade; desoneração fiscal do setor, que permitiu a redução das tarifas de ônibus, trens e metrô. Anunciou a destinação de mais de 50 bilhões de reais para novos investimentos em obras de mobilidade urbana. Criação do Conselho Nacional do Transporte Público, com a participação da sociedade civil e dos usuários, para assegurar maior transparência e controle social no cálculo das tarifas.

Educação: mais recursos para a área. Dilma cobra do Congresso a aprovação de 100% dos royalties para a educação.

Assim, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Presidente Dilma assegurou investimentos para o Plano Nacional de Mobilidade Urbana, defendeu a destinação dos recursos do petróleo para a educação e a realização de um plebiscito para a população decidir a respeito de uma Constituinte específica para votar a reforma política.

Há 33 anos na luta por um País mais justo, o Partido dos Trabalhadores visa, principalmente, ao fortalecimento da democracia. Devemos lembrar que as políticas públicas implantadas nos 10 anos de governo já beneficiaram milhares de pessoas,

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impulsionando o crescimento do País, gerando emprego, renda, erradicando a fome, a miséria, incentivando nossas crianças e jovens a frequentarem as escolas, combatendo a violência à mulher, priorizando o fim das desigualdades sociais. E neste momento estamos unidos em torno da bandeira pacífica da Ordem e do

Progresso, em favor do Brasil.

Muito obrigada.

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O[CD6] SR. ASSIS CARVALHO (PT-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero apenas dar como lido pronunciamento que considera o momento que o Nordeste brasileiro vive neste mês de junho um dos períodos mais festivos e mais belos das nossas manifestações culturais. Dentro das festividades católicas, nós celebramos três santos em junho: Santo Antônio, dia 13; São João, dia 24; e

São Pedro, dia 29.

Quero destacar as festividades que acompanhei no último fim de semana em

Teresina e na minha querida cidade de São João do Arraial, onde assistimos a uma apresentação belíssima. Deixo aqui um abraço para meu grande amigo, o Prefeito

Adriano, do Partido dos Trabalhadores. Em São João do Piauí, também presenciamos outra apresentação notável. Saúdo o Dr. Gil Carlos, jovem Prefeito, também do Partido dos Trabalhadores.

Quero, portanto, aproveitar este momento para louvar as festividades de todo o Nordeste.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o nosso Nordeste brasileiro vive neste mês de junho um dos períodos mais festivos e mais belos, que é a manifestação da nossa cultura nordestina.

As festas juninas, aliadas com as festividades católicas que celebram neste mês seus três santos — Santo Antônio, no dia 13; São João, no dia 24; e São

Pedro, que será celebrado no dia 29 —, conseguem fazer da nossa região a mais bonita e alegre de País.

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Registro que no meu Piauí foram várias as atividades mostrando e enaltecendo a cultura nordestina.

Em nossa Capital, Teresina, a Prefeitura Municipal realizou o “Terejunina”, evento realizado nos grandes bairros da capital. A Fundação Cultural do Piauí realiza ainda o Festival de Folguedos; As TVs locais, como a Cidade Verde, realizaram o São João das Cidades, e a TV Clube realizou o Cidade Junina 2013.

Durante o último final de semana, estive visitando cidades do interior do meu

Estado e registro eventos de extrema beleza e valorização cultural: Em São João do

Arraial, participei do IX Festival Cultural, Arraiá de Todos, evento promovido pelo

Município, que tem como gestor o Dr. Adriano Ramos. Este evento se caracteriza como algo integrador da região, pois consegue reunir grupos culturais dos

Municípios vizinhos, das comunidades rurais da região; o Festival de São João do

Arraial, que está em sua nona edição, tem, além do mérito agregador, o de valorização da cultura local e disseminador na nossa juventude e nas crianças, do orgulho dessas nossas manifestações.

Estive também na cidade de São João do Piauí, que, além do seu aspecto religioso, celebrado a cada ano no Município e que reúne milhares de pessoas, como os filhos ausentes que se programam para voltar à sua cidade durante o período dos festejos do padroeiro, tem também as manifestações culturais que são incentivadas pela prefeitura municipal, que tem à frente o jovem Prefeito Dr. Gil

Carlos, este Prefeito que vem demonstrando muito zelo com a cidade que hoje está administrando.

Naquela cidade de São Joao do Piauí, o vaqueiro tem o seu dia municipal, dia

23 de junho. Vi naquele dia a apresentação do Coral dos Vaqueiros, em que aqueles

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homens simples e rudes, vestindo os tradicionais gibão e chapéu de couro; os ritmistas (zabumbeiro, triangueiro e pandeirista); além de um violeiro usando traje social e chapéu de couro encantaram o povo com suas canções.

A Secretaria Municipal de Cultura realizou ali também o concurso de aboios, este estilo de cantar a vida, os amores e a dureza do sertão.

Registro aqui a beleza, a festa e a alegria da vida neste mês de junho em nosso Nordeste e no meu Piauí, que deve ser valorizado e incentivado pela nossa política nacional de cultura.

Muito obrigado.

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O[CD7] SR. CELSO MALDANER (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs Parlamentares, gostaria de externar e agradecer a sensibilidade do Governo de Santa Catarina, que prorrogou por mais 30 dias o decreto do ICMS para a carne suína. É uma boa notícia, porque o prazo terminou no dia 22 de junho e foi prorrogado por mais 30 dias, beneficiando todos os suinicultores de Santa Catarina.

Também quero encaminhar pronunciamento que traz uma boa notícia para os suinicultores de Santa Catarina e do : foi reaberta a exportação de carne suína para a Ucrânia. Isso representa muito para o nosso País. Outra grande notícia é que o Estado de Santa Catarina vai exportar carne suína para o Japão.

Então, quero encaminhar estes dois pronunciamentos, Sr. Presidente.

Obrigado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Sr. Deputados, gostaria de registrar outra excelente notícia para os suinocultores catarinenses: o Governo do Estado confirmou a prorrogação da redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS) para comercialização de suínos, por mais 30 dias. Pelo decreto inicial, a redução terminaria neste dia 22 de junho. Com isso, os suinocultores ganharão fôlego até que abertura dos mercados do Japão e da Ucrânia possa ter seus reflexos positivos na atividade, uma das mais importantes para o desenvolvimento econômico de Santa Catarina.

Muito obrigado.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Ucrânia, um dos maiores compradores de carne suína brasileira, que havia suspendido as compras do País, anunciou a volta das importações do produto. O embargo foi imposto pelo Governo ucraniano em março, quando as compras foram suspensas sob o argumento de que havia sido registrada a presença da bactéria Listeria em alguns lotes. Com isso, as exportações brasileiras de carne suína caíram 18% em maio.

Portanto, a reabertura da Ucrânia para a carne suína brasileira é comemorada como uma das grandes notícias do ano, ao lado da abertura do mercado japonês, o maior importador mundial do produto. A retomada das exportações para a Ucrânia irá reaquecer as expectativas do mercado para 2013. Faltando ainda 6 meses para terminar o ano, a reabertura deverá pesar favoravelmente para o resultado total das vendas externas de carne suína.

Especialistas do serviço estatal de medicina veterinária da Ucrânia habilitaram seis empresas para realizar a exportação, sendo que cinco delas são de carne suína. São eles o frigorífico da Aurora Alimentos, localizado em Chapecó (SC); da

BRF Brasil Foods, localizado em Campo Novo (SC); da JBS, localizado em Lajeado

(RS); da Alibem Comercial de Alimentos, localizado em Santa Rosa (RS); e da

Seara Alimentos, localizado em Frederico Westphalen (RS).

Parabéns ao Brasil, a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul por mais esta conquista!

Muito obrigado.

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O[CD8] SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ao dar como lido um discurso no dia de hoje, em primeiro lugar, quero parabenizar a

Presidente Dilma pela postura que teve ontem na audiência com os Governadores e

Prefeitos.

Quero falar aqui de uma pauta que atinge diretamente os trabalhadores brasileiros: a contratação de médicos do exterior. Só é contra isso quem tem plano de saúde, a classe média, porque os pobres precisam ser atendidos pelo SUS. Essa posição da Presidente Dilma foi muito positiva. Também vão ser abertas vagas nas universidades para formar mais médicos para atender a nossa população. Isso mostra a preocupação que a Presidente Dilma tem com o povo brasileiro. Quem está na rua e reclama não é o pobre, não é o trabalhador, é a classe média.

Gostaria, Sr. Presidente, que este pronunciamento fosse divulgado na mídia interna e no programa A Voz do Brasil .

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, nobres colegas Parlamentares, quero ocupar esta tribuna para fazer uma reflexão acerca das manifestações que vêm acontecendo nos últimos dias. Se olharmos no retrovisor da história do Brasil, veremos que em diversos momentos da República houve mobilizações de massa, desde camponeses de

Canudos e do contestado, que lutaram contra as injustiças sofridas pelo povo do campo, até revoltas urbanas, como a Revolta da Vacina e a Revolta da Chibata, já no início do século XX.

Vivenciamos ainda na nossa história, durante os anos 50 e 60, uma grande efervescência nas lutas sociais — novamente camponeses e a população urbana

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organizados pelas reformas da saúde, educação e reforma agrária. Infelizmente, este rico processo foi interrompido pelo golpe militar de 1964.

Nas décadas seguintes, a resistência ao golpe e a luta pela democratização do País deram o tom das ruas, conquistas estas que hoje nos possibilitam estarmos aqui no Parlamento, que possibilitam que a população se manifeste livremente nas ruas.

A nossa juventude quer mais educação, e o PT e o Congresso Nacional vêm debatendo o tema de colocar 100% dos royalties do petróleo, por exemplo, na educação, criando, assim, mais oportunidade para em todas as áreas ampliarmos o sistema educacional.

Considero também válida e fundamental a reivindicação de melhorias no sistema de transporte público brasileiro. As pessoas querem programas renovados e um programa nacional de mobilidade com passagens mais baratas e transporte de mais qualidade.

A indicação da contratação dos médicos estrangeiros para atendimento exclusivo pelo SUS é fundamental, haja vista que o Brasil tem uma carência de médicos nas regiões longínquas deste País, nas regiões mais necessitadas. Esse tabu precisa ser quebrado. O Brasil é um dos países que possuem menos médicos estrangeiros: 37% dos médicos da Inglaterra são formados no exterior; nos EUA,

25%; no Canadá, 17%; e na Austrália, 22%, no Brasil apenas 1,8% são estrangeiros.

Por fim, a reforma política, bandeira esta prioritária do PT, que no início deste ano lançou a campanha de coleta de assinaturas para a implantação do projeto de iniciativa popular a favor da reforma.

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Chega de os patrões das grandes empresas financiarem os políticos para depois irem lá pegar o troco e realizar a corrupção! Nós não queremos isso e nós negamos esse tipo de política, e é exatamente a manifestação da sociedade, que quer transparência. Assim, proposta de plebiscito é a alternativa que se tem para que esta Casa não se omita nesse tema tão importante para nossa sociedade.

Parabenizamos a nossa Presidenta Dilma por ter a coragem de neste momento difícil, de falta de credibilidade nas instituições, apresentar propostas concretas para o anseio do nosso povo, que necessitarão da cooperação de todos os entes federativos (União, Estados e Municípios) e poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

Essa é uma luta que cabe a todos nós!

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O[CD9] SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, na mesma esteira do Deputado que me antecedeu, também quero dizer que, já que precisam construir, aliás, criar cursos de Medicina, lá na minha terra, o campus da universidade oferece o curso de Medicina Veterinária. Vamos aproveitar para que a Presidente da República e o Ministro de Educação criem o curso de Medicina na cidade de Curitibanos, Estado de Santa Catarina. Isso vai, sem dúvida nenhuma, ajudar muito, porque, Deputado Celso Maldaner, Curitibanos fica bem no centro de Santa Catarina, a 300 quilômetros de Chapecó, a 300 quilômetros de Curitiba, a 300 quilômetros de Florianópolis e a 400 quilômetros de

Porto Alegre.

Portanto, a criação de um curso de Medicina no campus da universidade em

Curitibanos vai, sem dúvida, beneficiar toda Santa Catarina e ajudar a Presidente da

República nessa angústia em que está, assim como o Ministro da Educação e o

Ministro da Saúde, para criar mais cursos de Medicina, o que evitaria a vinda de médicos de fora.

Criar um curso de Medicina na cidade de Curitibanos, que já tem o campus da

Universidade Federal, é a advertência que faço a S.Exa. a Presidente da República.

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A[CD10] SRA. FÁTIMA BEZERRA (PT-RN. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, entre as medidas anunciadas ontem pela Presidenta Dilma Rousseff, após se reunir com os movimentos sociais, com os Governadores e Prefeitos, quero destacar duas: primeiro, o chamamento que fez, mais uma vez, pela aprovação dos royalties para a educação — aqui acrescento também o Plano Nacional de

Educação —; e, segundo, a defesa da reforma política via plebiscito e via

Assembleia Constituinte, uma demonstração de sabedoria política.

Portanto, quero saudar a Presidenta Dilma, Deputado Amauri Teixeira, pela saída republicana, democrática que apontou. [CD11]

E agora cabe ao Congresso Nacional fazer o seu dever de casa e aprovar essas matérias tão importantes, tão relevantes, tão ansiadas pela população brasileira.

No mais, peço que seja dado como lido, na íntegra, o meu pronunciamento,

Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem, a Presidenta Dilma Rousseff nos surpreendeu, mais urna vez, ao anunciar um conjunto de medidas concretas, que vem ao encontro das vozes das ruas, em reunião com governadores e prefeitos, na Capital Federal.

Ela anunciou cinco pactos em favor do Brasil e disse que “sabemos onde estão os problemas, sabemos que podemos construir soluções, mas também sabemos das incontáveis dificuldades para resolvê-los. E junto com a população podemos resolver grandes problemas”.

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Sr. Presidente, o primeiro pacto foi pela responsabilidade fiscal, nos governos federal, estaduais e municipais, para garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação.

O segundo pacto foi pela construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular e amplie os horizontes da cidadania.

Incluindo um plebiscito popular sobre o assunto e a inclusão da corrupção dolosa como crime hediondo.

O terceiro pacto foi pela saúde, contratando médicos estrangeiros para trabalhar nas zonas interioranas do País, além de criação de 11.447 novas vagas de graduação para os cursos de Medicina e 12 mil.376 novas vagas de residência para estudantes brasileiros até 2017. Ela também anunciou que precisamos acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs e unidades básicas de aúde, bem como ampliar a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento. Nesse terceiro pacto, a Presidenta explicou que a contratação de médicos estrangeiros é uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do País ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades. Ela informou ainda que sempre ofereceremos primeiro aos médicos brasileiros as vagas a serem preenchidas. Só depois chamará os médicos estrangeiros.

O quarto pacto foi pelo transporte público. Esse pacto visa destinar R$50 bilhões a novos investimentos em obras de mobilidade urbana e dar qualidade ao transporte público nas grandes cidades, construindo mais metrôs, VLTs e corredores de ônibus.

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O último pacto foi educação pública. A Presidente voltou a dizer que é necessário que o Congresso aprove a destinação de 100% dos recursos dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal para a educação, que tramita no

Legislativo com urgência constitucional.

Srs. Deputados, dentre esse conjunto de medidas, destaco duas ações. A primeira é a destinação de 100% dos recursos dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal para a educação.

Nos útimos 10 anos do Governo do presidente Lula e da Presidenta Dilma

Rousseff, os avanços na área de educação foram muitos, mas, agora, é preciso pensar nos próximos 10 anos. Precisamos avançar no que diz respeito à ampliação e universalização do atendimento escolar com qualidade, e assegurar aos professores carreira, formação e salários atraentes. Para tanto, é essencial ampliar os investimentos, aprovando o PNE com 10% do PIB e 100% dos royalties para a educação.

Só teremos alfabetização na idade certa, mais creches, educação em tempo integal, ensino técnico profissionalizante, universidades de excelência, pesquisas e inovação, e valorização e bons salários para os educadores, com mais recursos para educação. Portanto, apelo ao congresso pela aprovação urgente do PNE, em tramitação no Senado, e do PL 5.500/13, cuja meta é destinar 100% dos recursos do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal para a educação. Não houve nenhum país do mundo que não tivesse esse esforço concentrado na educação e que tivesse chegado à condição de país desenvolvido.

Logo mais, Sr. Presidente, a Comissão destinada a analisar o Projeto de Lei

5.500/13 terá uma audiência pública, às 14h30min, no Plenário 5, para tratar da

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questão. Foram convidados para a reunião o Ministro da Educação, Aloizio

Mercadante; o assessor de Diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP) Rodrigo

Serra; e o Coordenador-Geral da Campanha Nacional pela Educação, Daniel Cara.

A segunda ação que destaco é a reforma política. O Ministro Ricardo

Lewandowski foi claro e direto ao dizer que “a reforma política é necessária e está atrasada, e o plebiscito é o meio de destravá-la”. E eu acrescento mais:

Infelizmente, se depender desta Casa, não se dará um passo para a reforma política. Daí a sabedoria e sensibilidade política da Presidenta Dilma Rousseff em interpretar a voz das ruas, que há muito tempo vem pedindo esta reforma, e nunca foi atendida. Agora, o povo poderá novamente participar das grandes decisões nacionais, votando pelo plebiscito.

É lamentável que os partidos da Oposição (PSDB, DEM e PPS) tentem tirar proveito da situação, criticando as ações da Presidenta Dilma, como a criação do plebiscito e do combate à corrupção, algo que eles jamais tiveram a coragem de fazer enquanto estavam no Governo.

Por exemplo, no Governo do PSDB, basta lembrar que um dos primeiros gestos do ex-Presidente FHC no primeiro dia de governo, em janeiro de 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no Governo

Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção.

Esses partidos continuam sem rumo, sem projeto, sem proposta e tentam fazer politicagem eleitoral, que não encontram eco na sociedade.

Portanto, parabéns, Presidenta Dilma Rousseff, pelos pactos e pela saída democrática e republicana de seu Governo, ouvindo os anseios da população, que

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solicitam melhorias no País. Agora, caberá o Congresso acordar e fazer seu dever de casa.

Por fim, Sr. Presidente, quero prestar uma homenagem ao grande líder e ex-

Presidente sul-africano Nelson Mandela, de 94 anos, que se encontra em estado crítico de saúde. Em momentos como estes que estamos passando, os ensinamentos e as experiência vividas pelo ex-Presidente sul-africano têm muito a nos ensinar. O líder antiapartheid ouviu o clamor do povo e lutou para concretizá-lo, enfrentando muitas dificuldades e oposições.

Muito obrigada.

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O[CD12] SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Com revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu queria dizer, uma vez que o Colégio de

Líderes acaba de propor que a Proposta de Emenda à Constituição nº 37, de 2011, seja apreciada ainda nesta semana, preferencialmente no dia de hoje, que me sinto feliz pela iniciativa de pautar essa matéria.

Quero dizer, inclusive, que muita gente andou espalhando por aí que eu teria assinado um manifesto de apoio à PEC 37. Não é verdade. A minha posição, desde o primeiro momento, tem sido a de buscar o entendimento entre a polícia e o

Ministério Público para estabelecer o mérito da matéria. Não sendo possível isso, do jeito que ela está proposta para apreciação, vou votar contra.

Por isso, quero louvar a apreciação da PEC 37 nesta semana e novamente dizer que, se essa PEC for à votação do jeito que se encontra, eu vou votar contra.

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O[CD13] SR. PLÍNIO VALÉRIO (PSDB-AM. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, se a Presidenta Dilma Rousseff merece tantos elogios é pela habilidade de seguir os marqueteiros em jogar para o Congresso uma coisa que ela deveria resolver. [CD14]

Mais uma vez, ela joga para nós toda a responsabilidade pelo que está acontecendo neste País. E, se ela jogou, compete a nós aceitar, pegar essa bola, chamar para nós a responsabilidade e fazer o que tem que ser feito. Eu disse ontem, vou dizer hoje e vou repetir amanhã: ignorar o recado das ruas, do povo, é a mesma coisa que o doente ignorar o remédio receitado; na melhor das hipóteses, vai continuar doente.

A coisa mais salutar seria votar hoje a PEC 37 e derrubá-la. Seria uma resposta de que nós recebemos o recado, ou melhor, seria uma resposta, depois do atropelamento que todos nós sofremos: partidos, Congresso, Governo e até

Judiciário.

Portanto, chamemos para nós essa responsabilidade que a Presidenta Dilma nos joga, vamos aceitá-la, vamos votar aqui a reforma tributária, vamos votar aqui a reforma judiciária, a reforma política. Vamos começar hoje derrubando a PEC 37.

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O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (PSDB-CE. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, nobres Parlamentares, solicito a divulgação nos órgãos de imprensa desta Casa deste pronunciamento que faço apontando o total descompasso das ações do Governo, principalmente no Nordeste, no combate à seca.

Eu fiz uma visita a várias regiões do Estado do Ceará, e lá constatei que há milhares de cisternas de polietileno rachadas. Elas são construídas por ONGs. Não há um sistema de distribuição de água para essas cisternas. Vai haver desperdício de dinheiro!

Inclusive, no Comando Militar do Exército, a programação dos carros-pipa é para cisternas públicas nas escolas, nas unidades de saúde e em algumas comunidades em que as cisternas são comunitárias.

Então, não adianta fazer esse discurso de que são 300 mil, ou 1 milhão de cisternas. Também há ONGs manipulando o dinheiro desse programa para a construção de cisternas. Isso comprova o descompasso do Governo.

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O[CD15] SR. JOSÉ STÉDILE (PSB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, circula na Internet, em todo o Brasil, uma lista, divulgada pelos manifestantes, com o nome de mais de 200 Deputados que são a favor da PEC 37, proposta esta que ainda não foi debatida nem votada aqui.

Quero informar que eu estou nessa lista, eu fui um dos primeiros gaúchos a visitar o Ministério Público do Rio Grande do Sul, empenhar o meu apoio contrário à

PEC 37. Lamentavelmente, vemos a posição desses movimentos que estão denunciando esses Deputados.

Na minha opinião, os que são a favor da PEC 37 não são os malvados do

Brasil, como estão dizendo. A própria OAB nacional manifestou sua posição favorável à PEC. Eu sou contrário. Acho que o movimento está sendo incentivado e motivado por falsas notícias no nosso País.[CD16]

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O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Parlamentares, uso a tribuna nesta oportunidade para falar de uma audiência pública que teremos amanhã, importantíssima, com a presença do

Ministro Guido Mantega, na qual vamos discutir o baixo crescimento do PIB, juntamente com a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, que presido, a

Comissão de Tributação, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e

Comércio e a Comissão de Viação e Transportes.

[CD17] Este meu pronunciamento tem o objetivo de levar ao conhecimento dos nobres pares, Deputado Marçal Filho, que é membro da nossa Comissão, que amanhã de manhã, às 9 horas, no Plenário 2, teremos uma reunião importantíssima, com a presença do Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Gostaríamos de levar o fato ao conhecimento dos Srs. Deputados e convidá- los a comparecer a essa audiência, devido a sua importância.

Era isso, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na qualidade de Presidente da

Comissão Permanente de Fiscalização Financeira e Controle desta Casa, tomo a palavra nesta oportunidade para dar ciência aos nobres pares de que amanhã, quarta-feira, dia 26 de junho, vamos ter a oportunidade de receber, na Câmara dos

Deputados, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que virá a esta casa atendendo aos convites da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, da Comissão de

Finanças e Tributação e da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e

Comércio e da Comissão de Viação e Transportes.

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Antes de estender meus comentários acerca da importância da vinda do

Ministro para a reunião de audiência pública que terá início as 9 horas, no Plenário

1, amanhã, quarta-feira, quero apelar aos meus pares no sentido de que participem desse importante evento, ressaltando aos membros da CFFC que priorizem em suas agendas a participação na reunião com o Ministro Guido Mantega.

Sr. Presidente, Sras. e Sras. Deputados, o Ministro Guido Mantega virá até aqui para falar sobre o desempenho do PIB em 2012, atendendo, além dos requerimentos das Comissões, os requerimentos nºs 414 e 461, ambos de 2013, de autoria dos Deputados Vanderlei Macris e Mendonça Filho, aprovados na CFFC, que este Deputado preside, nas reuniões do dia 13 de março de 2013 e 12 de junho de 2013, respectivamente.

Entendo importante ouvirmos o Ministro da Fazenda sobre o nosso Produto

Interno Bruto, uma vez que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE informou, em março de 2013, que o PIB, em valores correntes, alcançou o valor de

R$4,403 trilhões em 2012. O PIB per capita alcançou R$22.402, mantendo-se praticamente estável (0,1%) em relação a 2011. Destaque-se, também, o desempenho negativo do investimento, com queda de 4% em 2012.

Mais recentemente, o mesmo IBGE divulgou que o PIB do primeiro trimestre de 2013 cresceu apenas 0,6%, contra expectativa do mercado e do Governo de que crescesse em torno de 1%. Portanto, trata-se de mais um número aquém das expectativas e que confirma o pouco desempenho na economia nacional.

Entendo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que a hora é de união, de se fazer um pacto capaz de atender o clamor das ruas e é nesse sentido que apelo ao bom senso de nossos Parlamentares, para que substituam as críticas por

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encaminhamento de soluções, a fim de que possamos recuperar nossa economia e atender as necessidades urgentes da população brasileira, principalmente as que se referem a temas relevantes e urgentes como as reformas política, da segurança pública, da previdência, do sistema tributário brasileiro, além de uma atenção especial às áreas de saúde, educação, área da infraestrutura nacional, entre outras.

São temas fervilhantes nas manifestações populares que, neste momento, ocorrem por todo o País.

O que levou à retração do PIB foi um conjunto de fatores e é nosso dever apontar caminhos para sua recuperação, porque só assim estaremos fazendo o nosso real papel como representantes da sociedade brasileira e só assim poderemos resgatar a credibilidade do Congresso Nacional, que vem sendo diuturnamente contestada nas ruas.

Lembro que, por inúmeras vezes, em entrevistas e desta tribuna, alertei para o fato de que estávamos caminhando para uma revolta popular no Brasil. Está na hora de fazermos uma ampla reflexão para mudar o que deve ser mudado.

Era o que tinha a dizer.

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O[CD18] SR. GIOVANI CHERINI (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, gostaria que os meus pronunciamentos fossem registrados nos Anais da Casa e na mídia da Câmara dos Deputados.

Sexta, sábado e domingo, vou realizar mais um Curso de Liderança no

Paradigma Holístico lá no Município de Não-Me-Toque, com jovens de 16 a 35 anos.

Esse é um trabalho que há 14 anos nós fizemos com um grupo de amigos. Criamos uma cooperativa, chamada COOPLIDER, e já formamos, em uma universidade popular, mais de 4 mil jovens na Liderança no Paradigma Holístico. Todos os jovens nunca mais serão os mesmos participando desses cursos.

Também registro aqui na Casa outro pronunciamento chamado Reiki e a

Medicina . O Reiki, na cura das pessoas, também é um trabalho que fizemos com jovens lá no Rio Grande do Sul.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero chamar a atenção do Ministério da Saúde para uma terapia que precisa urgentemente ser adotada pelo SUS em todo o Brasil. Falo do Reiki, uma fonte de energia poderosa, com benefícios preciosos para quem a utiliza ou recebe.

Hoje, é cada vez maior a consciência sobre os benefícios do uso das terapias holísticas, também conhecidas como terapias alternativas. O Reiki por natureza sempre trabalha em harmonia com outros fatores externos que estejam atuando na pessoa, e isto inclui a medicina tradicional. É muito importante ressaltar que o Reiki não substitui outros tratamentos convencionais, como a medicina ou a psicologia.

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Seu trabalho é complementar, auxiliando na recuperação do equilíbrio vital natural do ser humano, que consequentemente irá atuar nos processos mentais, emocionais, espirituais e físicos do ser humano.

O Reiki não tem qualquer contraindicação e tem sido utilizado aliado à medicina tradicional com sucesso. Um exemplo do uso do Reiki aliado à medicina é em casos de pacientes operados. O Reiki costuma ter resultados significativos em pacientes em processos pós-operatórios, acelerando sua recuperação e promovendo tranquilidade durante o processo. O Reiki também é um forte aliado para a manutenção de nosso equilíbrio emocional durante problemas físicos. Passar por um processo de doença, nosso ou de uma pessoa próxima, requer muito trabalho interno de aceitação e fé.

Entre os reikianos mais conhecidos do Brasil, cito o nosso Roberto Carlos. O cantor pratica Reiki desde 1998.

Em 2012, o Programa Globo Repórter, da Rede Globo, preparou um episódio sobre as terapias alternativas, e o Reiki teve destaque.

Muitos hospitais adotam esta prática alternativa. Um projeto de atendimento é realizado no principal hospital do Distrito Federal, o Hospital de Base. O atendimento com Reiki se expandiu pelo hospital, e hoje é uma realidade na neurocirurgia, no ambulatório da dor e cuidados paliativos, na cardiologia, no núcleo de fisioterapia, na pediatria, na cirurgia pediátrica, e na cirurgia geral, amplamento aceito e acolhido por funcionários, pacientes, acompanhantes. O Reiki também está presente no

Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

No Rio Grande do Sul, cito pelo menos dois hospitais que adotaram o Reiki.

São eles: Hospital Conceição e Divina Providência.

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Nos Estados Unidos, a técnica é aplicada no pré e pós-operatório, com relatos de pacientes cardíacos que não tiveram depressão e apresentaram recuperação rápida. A terapia complementar é utilizada ainda em transplantados, para evitar a rejeição, e em pacientes terminais, quando o Reiki pode ajudar para uma morte mais serena e sem dor. Mais de 40 hospitais utilizam.

Também hospitais do Canadá, Austrália, Alemanha, Suíça, África, Egito,

Portugal e tantos outros utilizam o Reiki em tratamentos complementares aliados ao tradicionais, na busca pela saúde.

Reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização das

Nações Unidas (ONU), o método também está sendo aplicado em Hospitais do

Ceará, Bahia e Pernambuco.

Importante destacar que o Reiki é reconhecido pelo Ministério do Trabalho, no

Brasil, como profissão isolada, enquadrado dentro das atividades de práticas integrativas e complementares em saúde humana, recebendo o código 8690-9/01 da

CONCLA (Comissão Nacional de Classificação), órgão responsável pela classificação de profissões e ligado ao Ministério do Trabalho e ao IBGE.[CD19]

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O SR. MARLLOS SAMPAIO (PMDB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, venho registrar hoje sessão solene que se realizou na última sexta-feira, na cidade de Esperantina, em homenagem à memória de meu pai, que faleceu no

último dia 24 de maio.

Agradeço a todos os 13 Vereadores daquela augusta Casa na pessoa do

Vereador João de Deus, autor do requerimento, e do Dr. Raimundo, Presidente daquela Câmara Legislativa.

O Vereador Dr. Raimundo narrou toda a história do ex-Deputado Federal

Themístocles Sampaio, Parlamentar por duas vezes nesta Casa. Ressaltou sua trajetória política de Vereador, Deputado Estadual e Deputado Federal, assim como os relevantes serviços que prestou em prol da cidade de Esperantina. Praticamente todas as suas emendas de Deputado Federal foram destinadas a Esperantina, cidade onde tenho a maior representatividade no interior do Piauí.

Continuo o trabalho do meu pai com muita honradez e com muita dedicação.

Em nome de toda a família, agradeço à Câmara de Vereadores de

Esperantina.

Sr. Presidente, peço que seja divulgada no programa A Voz do Brasil essa homenagem ao ex-Deputado Themístocles Sampaio.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho neste momento agradecer a iniciativa do Ilmo. Vereador de Esperantina, Piauí, João de Deus, que propôs em requerimento a realização de uma sessão solene em homenagem à memória do meu pai, o ex-Deputado Federal Themístocles de Sampaio Pereira, requerimento

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que foi aprovado por unanimidade na Câmara. A homenagem se realizou no último dia 22, com a presença de toda a minha família e da população esperantinense e regiões.

Também aproveito para agradecer as belíssimas palavras proferidas pelo

Presidente da Câmara de Vereadores, Dr. Raimundo, que fez uma homenagem por tudo o que representou o ex-Deputado Federal Themístocles Sampaio para o Piauí e, em especial, para a querida Esperantina!

DISCURSO A QUE SE REFERE O ORADOR

Esperantina-(PI), 22 de junho de 2013. Sessão solene em homenagem a Temístocles Sampaio Pereira, Dr. Raimundo — Vereador Presidente Em nome desta casa legislativa, endossado pelos meus pares aqui presente, em nome dos cidadãos esperantinenses que aqui representamos, manifestamos votos de pesar á sua família, representada aqui pelo seu ilustre irmão Antônio Sampaio Pereira, seus filhos, Dep. Estadual Themístocles Filho, Presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Dep. Federal Marllos Sampaio, Jornalista Mauro Sampaio, suas filhas Fernanda e Maria Ângela, sua esposa e grande companheira, Dona Natália. Manifestamos votos de pesar ainda, aos seus grandes amigos, aqui bem representado pelo llmo. Sr. Salomão Teles de Meneses; manifestamos votos de pesar ainda aos cidadãos e cidadãs esperantinense que nos escutam neste momento através do rádio, pessoas de bem que o admiravam como eu e que têm a consciência que perdemos para eternidade e para história, o maior dos homens público de nossa cidade em todos os tempos. Político piauiense de grande envergadura esteve presente em todos os grandes momentos políticos de Esperantina, do Piauí e do Brasil, lutou contra a ditadura militar e foi por ela perseguido logo no início do regime. Exerceu ao longo de sua vida vários cargos políticos, em nível federal, estadual e também em nívei municipal, foi Dep. Federal, duas vezes, foi Dep. Estadual, duas vezes, foi secretário

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de serviços urbanos da prefeitura de Teresina, foi Vereador em Esperantina. Todos os cargos foram exercidos com honradez, competência e elevado espírito público. Tenho absoluta certeza que o julgamento de homens público assim não é outro senão tornar-se personagem da nossa história, da história de nosso estado e do nosso país. Sua folha de serviços prestados em prol da causa coletiva é enorme, vai muito além do podemos discorrer sobre ela sozinho. Seria egoísmo, de minha parte tentar fazê-lo. Por isso a fim de homenageá-lo nesta sessão solene coloquei em foco apenas um de seus feitos que no meu ponto de vista é seu maior legado, é o maior legado de um homem público para com seu povo. O legado de que estou falando é o sentimento verdadeiro de cidadania. Cidadania, portanto é a tese que levanto aqui para homenageá-lo. E ela encontra sustentação nos seus atos de homem público horado que foi do começo ao fim de sua grande jornada política. A fim de mostrar o que proponho busquei o início de sua grande jornada, voltei ao passado desta casa, com a ajuda de Dona Ressú, secretária desta casa e encontramos nos anais da casa um registro datado em 21 de abril de 1948 o jovem Themístocles, nos seus 27 para 28 anos de idade, tomando posse como vereador ao lado de figuras históricas de nossa cidade que também tomavam posse naquele dia, como: Joaquim Batista de Amorim — Prefeito; Edson Rebelo de Carvalho — Vice-prefeito. Naquele mesmo dia o jovem vereador foi eleito vice-presidente da câmara numa nítida demonstração de habilidade e prestígio político fazendo parte de uma chapa que tinha como presidente nada mais do que Antônio Diniz Chaves, que foi o prefeito na história que mais tempo governou Esperantina (18 anos), José Quaresma Filho, Vagner de Sousa Campos, Joaquim Fernandes de Carvalho e Thomas Soares da Silva eram seus demais pares. Presente ainda naquele dia estava seu ilustre irmão o Sr. Antônio Sampaio Pereira, a quem coube com a autoridade de juiz em exercício dar posse aquela nova gestão administrativa e aquela nova legislatura de vereadores. Presente ali ainda estavam o reverendo da cidade, Padre Sabino, Hermes Nogueira, Edson Chaves, os irmãos Manoel Lages e Gervásio Lages, Olavo Rebelo, Gonçalo Furtado e muitos outros ilustres cidadãos de saudosa memória e tantos outros mais que fizeram e ainda fazem parte de nossa história.

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Analisando seus primeiros atos como vareador ali registrado, logo começou a ser revelado o grande homem público que Themístocles Sampaio seria até o fim de sua vida. Suas ações como legislador municipal naquela ocasião se traduziam em favor da organização da estrutura administrativa municipal, do fortalecimento do poder legislativo e também do poder executivo, numa época em que o mundo acabava de sair da segunda grande guerra mundial governado que era por regimes totalitários. A nova ordem no pós-guerra era o fortalecimento da democracia no mundo através da divisão de poderes. No Piauí as câmaras municipais estavam sendo ainda instaladas. Naquele momento, em Esperantina estava sendo empossada a segunda legislatura de vereadores, e a primeira do pós- guerra. Esta casa legislativa encontrou naquele momento da história e no jovem vereador um ancoradouro de ideias novas e atualizadas. Só pra exemplificar uma de suas atuações como parlamentar municipal, esta casa deve principalmente ao jovem vereador Themístocles seu primeiro regimento interno. Só pra traduzir melhor o significado, o regimento interno de uma casa legislativa equivale para um parlamentar, o mesmo que uma bússula vale para um navegador. De 1948, o início, até 2008, o fim de sua jornada política, sua participação foi constante e retilínea, diversas candidaturas a prefeito, algumas vezes, a vice- prefeito, outras vezes apoiava candidaturas como a de sua esposa ou correligionários. Porém sempre participando, independente do resultado obtido. Registrados exatos 60 anos de intensa participação. Participação assim talvez Esperantina nunca mais “verá de um filho seu que não foge a luta”. Ainda em sua trajetória ele sempre a seguiu de cabeça erguida. Neste trajeto, sua vida seguiu em duas vertentes, a sua vida privada e sua vida pública. Na sua vida privada este cidadão conquistou com muito trabalho e muita determinação, tudo que construiu até o dia de sua morte, numa conquista exemplar. Na vida pública, foi de vereador á deputado federal passando por dois mandatos de deputado estadual, exercendo ainda vários outros cargos públicos. De todas as formas que um cidadão pôde participar da vida política de sua cidade, de seu estado e de seu país, ele participou.

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Aqui quero chegar ao ponto alto de minha tese: Se isso não é o mais puro e cristalino exercício de cidadania de um homem público decente para com sua terra e sua gente; se isso não é a mais verdadeira vocação pública e responsabilidade no uso de sua cidadania, é porque somos cegos de consciência política. E nós cidadãos de Esperantina temos que admitir de público que cometemos uma grande injustiça com a história política de nossa cidade não reconhecendo este grande cidadão em tempo de lhe conferir um mandato de prefeito por ele almejado e mais do que merecido. Governar esta cidade era seu grande sonho como homem de rara vocação pública, no entanto lhe faltamos, quando ele nunca nos faltou com sua cidadania. Sempre colocou Esperantina em primeiro lugar, terra mãe acima das demais cidades que defendeu por duas vezes como deputado federal, nunca virou as costas pra nossa cidade. De imaginar e ver nos últimos tempos a oportunidade de ser prefeito de nossa cidade foi dada a toda sorte de gente, não tem como deixar de reconhecer que cometemos uma injustiça histórica. Nós em alguns momentos de nossas escolhas públicas prestigiamos o mau ao invés de prestigiar o bem, numa verdadeira inversão de valores. Nossa cidadania não foi usada por nós com mesmo zelo e responsabilidade que foi por ele usado em nosso favor. Sei que não tenho procuração para representar o povo de minha cidade nos seus sentimentos e julgamentos, nem mesmo a maior autoridade de nossa cidade, o prefeito o tem. Porém se pudesse fazê-lo, neste momento, reconheceria em nome dos cidadãos esperantinense, que um pedido público de desculpas caberia fazer á família de Dr. Themístocles Sampaio, mais especialmente á sua esposa Dona Natália, mesmo sabendo que agindo assim, não faríamos outra coisa senão confirmar nossa cegueira de cidadania. No entanto conforta-me um pouco minha consciência o fato de ter algumas vezes nele votado em campanhas municipal como em 2008 quando defendi sua última campanha a prefeito, fui candidato seu a vereador naquele momento. De maneira que agradeço a história pela oportunidade de ter conhecido de perto o maior dos homens público de toda a história de minha cidade. Faço votos agora para que esta cidade no futuro não demore mais a reconhecer seus grandes e

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verdadeiros cidadãos que virão, porque não faltarão aqueles que como eu o admiravam, e adotarão seus ensinamentos e até mesmo seu estilo político. Por fim quero me dirigir a Dona Natália, sua grande companheira como cidadão esperantinense que sou lhe oferecendo flores em agradecimento e reconhecendo Themístocles Sampaio Pereira como o maior dos homens público de nossa história. Muito obrigado!!!

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O[CD20] SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde ontem as atenções da opinião pública brasileira voltam-se para as proposições formuladas pela Presidenta Dilma Rousseff, por ocasião de concorrida reunião no Palácio do Planalto, com a presença, além dos

Ministros, também de Governadores e Prefeitos das capitais, em demonstração clara de que há empenho de todas as lideranças para a solução de problemas cruciais que inspiraram o movimento de ruas, alcançando as grandes e médias cidades do

País.

A Primeira Magistrada do País submeteu aos participantes um elenco de proposições, para cuja exequibilidade reclamou o indispensável apoio de todas as lideranças, num esforço que objetiva contribuir para a ultrapassagem de uma quadra tormentosa, de enorme repercussão, interna e externamente, reclamando, desta forma, medidas inadiáveis da maior amplitude.

Neste pronunciamento, Sr. Presidente, insurjo-me contra a alternativa de um plebiscito para uma Constituinte. Eu acho que não tem nenhum sentido essa proposição.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desde ontem, as atenções da opinião pública brasileira voltam-se para as proposições formuladas pela Presidente Dilma

Rousseff, por ocasião de concorrida reunião no Palácio do Planalto, com a presença, além dos Ministros, também de Governadores e Prefeitos de Capitais, em demonstração clara de que há empenho de todas as lideranças para a solução de

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problemas cruciais, que inspiraram o movimento de ruas, alcançando as grandes e médias cidades do País.

A Primeira Magistrada do País submeteu aos participantes um elenco de proposições, para cuja exequibilidade reclamou o indispensável apoio de todas as lideranças, num esforço que objetiva contribuir para a ultrapassagem de uma quadra tormentosa, de enorme repercussão, interna e externamente, reclamando, desta forma, medidas inadiáveis, da maior amplitude.

Foram formalizadas as seguintes providências, no cumprimento das quais tornar-se-ia indispensável a integral solidariedade de todos os segmentos da comunidade: pacto de responsabilidade fiscal; reforma política, precedida de consulta plebiscitária; saúde e a cogitada possibilidade de contratação de médicos estrangeiros para atender, na área do SUS, desde já, contando com reação de entidades de classe como a AMB; educação, na qual seriam aplicados, integralmente, 10% do PIB e recursos dos royalties do petróleo; mobilidade urbana, ponto crucial da insatisfação que eclodiu nas grandes cidades do País.

Ontem mesmo, em breve comunicação, dei conta ao Plenário de tais propostas, enfatizando a gravidade do momento vivenciado pela Nação, o que reclamava participação do Congresso Nacional, numa tarefa destinada a colaborar na superação de um quadro dramático, que passou a exigir ação pronta e eficaz dos poderes públicos e de entidades representativas da opinião pública brasileira.

Na menção feita à necessidade de plebiscito para a reforma política, alguns juristas renomeados, como os Ministros Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, do

STF, e o Ministro Mário Velloso, ex-componente de nossa Corte Suprema, entenderam que, para alcançar tal objetivo, não haveria necessidade de Consulta,

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mediante plebiscito, destacando-se que outras vias legislativas, inclusive proposta de emenda à Carta Magna, poderiam atender ao nobre objetivo, em razão do princípio da anterioridade, que exigiria, nos termos constitucionais, a antecipação de um ano para que as normas possam viger, no pleito de outubro do ano vindouro.

Todos esses temas, ora expostos, começam a ser discutidos entre os partidos e órgãos de prestígio nacional, como a Ordem dos Advogados do Brasil, confiando- se em que o melhor caminho será utilizado para viabilizar as graves sugestões formalizadas pela Chefe do Poder Executivo brasileiro.

A delicadeza da conjuntura reclama decisões corretas, que atendam aos anseios de pronta normalização institucional, restabelecendo-se o clima de integral acolhimento das justas postulações da nossa população, ainda nas ruas, à espera de decisões que não podem tardar.

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O[CD21] SR. JOSÉ ROCHA (Bloco/PR-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero também fazer coro com as manifestações que vêm sendo realizadas dentro da ordem em todo o País e dizer que a Presidenta Dilma deveria convidar todos os presidentes de partido com assento nesta Casa para construir, juntos, uma pauta positiva dentro do Congresso Nacional, para atender essas demandas que a sociedade está reclamando.

Sr. Presidente, quero também falar da minha satisfação de ter participado de festejos juninos na minha cidade natal, Coribe. O São João foi realizado pelo

Prefeito Manuel Rocha. Foi um São João que agradou a todos em Jussiape e em

São Félix do Coribe, com bandas regionais, com decorações todas típicas do São

João baiano. Isso deu um brilho ao São João desses Municípios, e tive a honra de participar.

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O[CD22] SR. SIMÃO SESSIM (PP-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, dizem os analistas das mobilizações populares dos últimos dias que o povo veio para as ruas. Enganam-se. O povo sempre esteve nas ruas. Ele agora uniu as suas forças e as suas vozes e pede, em uníssono, para ser ouvido.

Eu sou um andarilho. A política me fez um. Desde a minha primeira campanha eleitoral, que disputei para a Prefeitura de Nilópolis, em 1972, converso com o povo nas ruas, olho no olho, sentindo nas mãos o calor ou o frio de cada semblante. É como aprendi a fazer política.

Por isso, no dia 29 de maio, antes das mobilizações populares, avisei a esta

Casa que a população brasileira precisava de outros critérios para a avaliação dos serviços públicos.

Na[CD23] ocasião afirmei que, por instrução constitucional, o Estado brasileiro está obrigado a comprovar percentuais mínimos de gasto com a educação, uma decisão que, sem dúvida, é um avanço estupendo em termos de gestão pública. Mas o que nos garante que tais investimentos produzem qualidade?

Falo aqui, Sr. Presidente, da necessidade não só do mínimo de gasto com educação, saúde, transporte, mas também da necessidade da qualidade. Se não houver qualidade, não adianta o investimento.

Por isso, peço a criação de uma Comissão que estude esse assunto e faço, no meu pronunciamento, um apelo nesse sentido.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, dizem os analistas das mobilizações populares dos últimos dias que o povo veio para as ruas. Enganam-se. O povo

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sempre esteve nas ruas. Ele agora uniu as suas forças e as suas vozes e pede, em uníssono, para ser ouvido.

Eu sou um andarilho. A política me fez um. Desde a minha primeira campanha eleitoral, a que disputei para a Prefeitura de Nilópolis em 1973, converso com o povo nas ruas. Olho no olho, sentindo nas mãos o calor ou o frio de cada semblante. É como aprendi a fazer política.

Por isso, no dia 29 de maio, antes das mobilizações populares, avisei a esta

Casa que a população brasileira precisa de outros critérios para avaliação dos serviços públicos.

Na ocasião, da tribuna, afirmei: “Sabe-se, Sr. Presidente Deputado Inocêncio

Oliveira, que, por instrução constitucional, o Estado brasileiro está obrigado a comprovar percentuais mínimos de gasto com a educação, uma decisão que, sem dúvida, é um avanço estupendo em termos de gestão pública”.

Mas o que nos garante que tais gastos e investimentos produzem qualidade na prestação dos serviços? O Estado, com todos os seus entes federativos, observa limites constitucionais para os gastos com educação, saúde e folha de pagamento, exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas a população, em muitos lugares, ainda pena com serviços públicos ruins. O que fazer?

Uma boa providência, parece-me, seria inserir na Lei de Diretrizes

Orçamentárias, a LDO, para todos os níveis da Federação, um anexo com indicadores sociais a serem perseguidos pelos Governos, quando executam os seus orçamentos anuais. Essa é uma proposta que tenho a intenção de melhorar e transformar em projeto.

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Pouco depois, em uníssono, o povo está a dizer o que, com humildade, eu digo, antecipei. Ele precisa de efetividade para as suas reclamações, suas expectativas. E a mensagem, em resumo, é: “queremos mais qualidade para os serviços públicos”.

Outra não é a mensagem no interior das frases que tomaram conta das ruas:

“educação no padrão FIFA”; “saúde no padrão FIFA”, “não à PEC 37”, “redução nos preços das passagens”; “não é só por 20 centavos”. O povo quer e nos cobra qualidade na educação, na saúde, na investigação, nos transportes, na segurança pública.

Ao Congresso cabe o papel de, em nome do povo, de toda essa juventude que está nas ruas, exigir de todas as instâncias de Governo e do Estado Brasileiro, qualidade nos serviços públicos. O modo de fazer isso no quadro de nossas competências constitucionais será estabelecer nos orçamentos e nas diretrizes orçamentárias o compromisso com indicadores de qualidade. É o que proponho.

A criação, aqui, de uma Comissão Especial, para, com prazo certo, a elaborar uma proposta legislativa que insira o tema na pauta das formulações orçamentárias me parece um bom caminho a perseguir.

Muito obrigado.[CD24]

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[CD25] O SR. GERALDO RESENDE (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, no meu primeiro mandato, uma das principais conquistas para o

Mato Grosso do Sul, especificamente para Dourados, foi a criação da Universidade

Federal da Grande Dourados.

Nós temos acompanhado passo a passo essa universidade, que no seu oitavo ano se consolida como a universidade nº 1 do meu Estado.

Pois bem, Sr. Presidente, houve manifestações também em Dourados, junto com essas manifestações que estão acontecendo em todo o País, e um dos itens que os manifestantes levaram às ruas foi a questão da saúde pública. Eu estou chamando, convocando os estudantes da Universidade Federal da Grande

Dourados para entrarem na luta conosco.

Há mais de 1 ano, ou seja, no dia 8 de junho, conseguimos que o Governo liberasse o recurso para construir o Instituto da Mulher e da Criança na

Universidade. Pasmem V.Exas.: em 1 ano a Universidade não deu sequer um passo para construir essa unidade de saúde.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no dia 8 de junho de 2012, às

12h03min, foi descentralizado para a conta do Hospital Universitário da Universidade

Federal da Grande Dourados — UFGD o valor de R$ 12,9 milhões para a construção do Instituto da Mulher a da Criança — IMC, um novo e moderno hospital que transformará a Região da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul, em referência no atendimento da saúde feminina e pediátrica.

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O problema é que até a presente data nenhum tijolo foi colocado na área prevista. Na verdade, nem os trâmites burocráticos no Ministério da Saúde a UFGD conseguiu superar.

Este triste aniversário é marcado pela pior avaliação da saúde pública em

Dourados na história do Município.

O projeto inicial do IMC foi desenvolvido no final de 2010, após a confirmação da disponibilização dos recursos pelo Governo Federal, fruto de uma luta de mais de

1 ano para priorizar o valor na Pasta da Saúde.

Na época, a elaboração do projeto e o processo de licitação realizaram-se em menos de 90 dias, e tiveram de passar por reformulações. Diante do quadro de alterações, o orçamento da obra passou de R$ 18 milhões para R$ 19 milhões, aproximadamente; desse valor, R$ 12,9 milhões foram garantidos por este

Parlamentar, mediante a sensibilização do então Ministro José Gomes Temporão, e outros R$ 6 milhões são a contrapartida da Universidade.

A destinação do Hospital da Mulher e da Criança para Dourados não foi fácil.

O Município foi o único de Mato Grosso do Sul a ser contemplado com a unidade.

Para Dourados, é de fundamental importância, tendo em vista que desde 2007 a cidade deixou de ter um hospital destinado à mulher e os atendimentos foram distribuídos em diferentes unidades de saúde do Município; o HU incorporou apenas a maternidade.

Além das adequações, outro impasse que a Universidade enfrenta é o fato de que a empresa que elaborou os projetos exige um aditivo de valores da UFGD. A expectativa no início do ano era de que em abril esses impasses fossem resolvidos, o que não ocorreu.

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Recentemente, o Reitor Damião Duque de Farias informou que a nova previsão era de conclusão dos projetos no início deste mês, para a Universidade ingressar na fase de licitação, escolha da empresa e início das obras. O HU tem 3 anos para executar as obras, depois de iniciadas.

O Instituto da Mulher e da Criança é considerado uma obra emblemática para

Dourados e poderá desafogar parte dos problemas crônicos na saúde pública. O projeto do IMC prevê 42 leitos de enfermaria para obstetrícia, 16 leitos de enfermaria para ginecologia, 30 leitos de pediatria, 10 leitos de pediatria de isolamento, 12 leitos de UTI neonatal, 22 leitos de UTI intermediária, 4 leitos de repouso para acompanhante, 6 leitos para isolamento, 8 salas para ambulatório, 6 leitos para hospital/dia, 4 leitos para observação, 4 leitos para pré-parto, parto e puerpério, 3 salas de cirurgias, 2 salas para partos, 1 banco de leite, 2 salas de reuniões e um auditório. A área de construção prevista é de 5.200 metros quadrados.

Vamos continuar cobrando da Reitoria da UFGD e da direção do HU para conseguirmos tirar do papel esse sonho da população, esse vultoso investimento para região, e assim amenizar as profundas mazelas da saúde pública da região, promovendo uma mudança de 180 graus na área, transformando Dourados em referência na saúde.

Vamos concretizar essa edificação, mesmo que para isso tenhamos de acionar o Ministério Público para assegurar a aplicação do recurso.

Muito obrigado pela atenção.

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[CD26] O SR. JOÃO ANANIAS (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje à tribuna solicitar que seja transcrita nos Anais da Casa a matéria “Um atentado contra a ciência”, assinada pelos jornalistas Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz e publicada na última edição da

ISTOÉ Independente , na seção A Semana . Trata-se ali da absurda aprovação pela

Comissão de Direitos Humanos da Câmara, sob a Presidência do Deputado Pastor

Marco Feliciano, do projeto chamado “cura gay ”, que acaba enxovalhando — este é o termo! — o próprio Parlamento, porque fere a ciência, o Conselho de Psicologia, e vai contra tudo e contra todos, contra a liberdade sexual, contra o direito de escolha.

Aprovou-se lá uma coisa dessas!

Sr. Presidente, o pior é que não ficou só nisso; também há outra coisa tramitando lá: o Estatuto do Nascituro.

(O microfone é desligado.)

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho hoje à tribuna da Câmara para solicitar que seja transcrita aos Anais desta Casa a matéria Um atentado contra a ciência , assinada pelos jornalistas Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz e publicada na última edição da ISTOÉ Independente , na seção A Semana . Trata-se ali da absurda aprovação pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, sob a

Presidência Deputado Pastor Marco Feliciano, do projeto “cura gay ”.

Faço esta solicitação por reconhecer que a matéria tem conteúdo crítico e pertinência, diante de tamanha asneira que se perpetrou na citada Comissão.

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Vivemos momentos absolutamente contraditórios, pois, enquanto muitos estudantes brasileiros chamam a atenção para diversos problemas do nosso País, a

Comissão de Diretos Humanos mergulha no poço do atraso ao discriminar a homossexualidade, tentando transformar em patologia o indiscutível direito que é a livre preferência sexual. O radicalismo religioso imprime uma guinada de volta aos idos medievais quando age dessa forma extremista, afastando-se da razão e da ciência.

Outro exemplo franco de retrocesso é a proposta que ora também tramita nesta Casa, o projeto do Estatuto do Nascituro, que estabelece no seu art. 12: “É vedado ao Estado e aos particulares causar qualquer dano ao nascituro em razão de um ato delituoso cometido por algum dos seus genitores”, e no art. 13: “O nascituro concebido em um ato de violência sexual não sofrerá qualquer discriminação ou restrição de direitos, assegurando-se-lhes ainda os seguintes: 1) direito prioritário à assistência pré-natal, com acompanhamento psicológico da gestante; 1.1) direito a pensão alimentícia equivalente a 1 (um) salário-mínimo, até que complete dezoito anos.”

O direito das mulheres vítimas de violência sexual está em risco. Ao engravidarem, não poderão recorrer ao aborto, caso esse projeto seja aprovado nesta Casa, o que em minha opinião configuraria um grande retrocesso em relação

à legislação atual.

Temos de respeitar democraticamente as opiniões divergentes; porém, não podemos aceitar que essas determinadas posições possam ameaçar direitos, principalmente das mulheres, que historicamente já pagam elevado ônus pela discriminação e pela violência.

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Concluo minha fala parabenizando os autores do artigo citado e a própria

ISTOÉ por levarem ao público visões críticas importantes para o balizamento das posições de nossa gente.

Sr. Presidente, solicito que meu pronunciamento seja divulgado pelos meios de comunicação desta Casa.

MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR

Um atentado contra a ciência (por Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz) A Comissão de Direitos Humanos da Câmara, presidida pelo deputado-pastor Marco Feliciano (PSC-SP), resolveu na semana passada se colocar acima da ciência e retornar à época da Inquisição. Fez isso ao aprovar o estúpido projeto denominado “Cura Gay ”, que trata a homossexualidade como doença. O “Manual Diagnóstico Estatístico de Transtornos Mentais”, a bíblia da psiquiatria mundial, desde 1973 não mais inclui o homossexualismo como distúrbio. Dois anos depois, a Associação Brasileira de Psiquiatria seguiu o mesmo caminho, e em 1984 a Associação Brasileira de Psicologia também referendou essa decisão. Na quarta- feira, 19, a Exodus Internacional, última ONG americana que pregava que “gays têm de ser curados para se tornarem cristãos”, pediu desculpa pública “pelo equívoco” e encerrou suas atividades. A Comissão de Direitos Humanos perde tempo na defesa do retorno à Inquisição. Quem conhece o Congresso Nacional tem a convicção de que o projeto não seguirá a diante. Fonte: ISTOÉ Independente - A Semana , edição de 21 de junho de 2013. [CD27]

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O SR. COSTA FERREIRA (PSC-MA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não poderia deixar de me associar aos que protestam, de forma ordeira, nas manifestações que ocorrem em todo o País, em uma demonstração surpreendente do revigoramento da antiga e boa máxima de que o Governo emana do povo para o povo.

As manifestações surpreenderam pelo seu caráter apartidário, por quebrarem o padrão até estão estabelecido para movimentos de massas, de convocações dirigidas por agremiações sindicais e políticas. Surge uma nova força popular, movida por ideais próprios e com a rapidez inédita das redes on-line .

[CD28]Embora desprovido de líderes, o movimento não é acéfalo.

Corresponde ao agregado das reivindicações que acolho nos aeroportos, por todos os lugares por onde passo, e nas Comissões da Câmara.

As reivindicações permitem ao cidadão investido de cargo público que reflita, sob a perspectiva do outro, sobre os caminhos a seguir com relação aos anseios e

às necessidades dos cidadãos e o ritmo que deve ser tomado para alcançar os objetivos almejados.

(O microfone é desligado.)

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, não poderia deixar de me associar aos que protestam, de forma ordeira, nas manifestações que ocorrem em todo o

País, numa demonstração surpreendente do revigoramento da antiga e boa máxima de que o Governo emana do povo para o povo.

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As manifestações surpreenderam pelo seu caráter apartidário, por quebrarem o padrão até estão estabelecido para movimentos de massas, de convocações dirigidas por agremiações sindicais e políticas. Surge uma nova força popular, movida por ideais próprios e com a rapidez inédita das redes on-line .

Embora desprovidos de líderes, o movimento não é acéfalo. Corresponde ao agregado das reivindicações que acolho nos aeroportos, por todos os lugares por onde passo, e nas Comissões da Câmara.

As reivindicações permitem ao cidadão investido de cargo público que reflita, sob a perspectiva do outro, sobre os caminhos a seguir com relação aos anseios e

às necessidades dos cidadãos e o ritmo que deve ser tomado para alcançar os objetivos almejados.

Mesmo surpreso com a dimensão e a forma dos novos protestos, estou afeito aos temas e em harmonia com as manifestações, pois sempre me pautei na política pelos princípios democráticos e pela valoração das propostas populares como indicador de ações. Assim, propus e consegui que fossem acatadas na Assembleia

Nacional Constituinte mais de 40 emendas para compor a Constituição Federal, algumas com relação às instituições públicas, mas a maioria referente às questões sociais.

Cito, por exemplo, uma proposta minha que tramita na Câmara dos

Deputados, o Projeto de Lei nº 2.280/2011, que garante o direito de sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço — FGTS ao trabalhador da iniciativa privada que conte com mais de 5 anos de trabalho ininterrupto e precise pedir demissão por motivo de mudança para local onde não haja filial da empresa para a qual trabalhe.

O objetivo é sempre o bem-estar social, mesmo se aquém do ideal.

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Para alcançar o ideal social, é fundamental combater a corrupção, em todas as suas formas. A malversação do dinheiro público ainda é frequente, em obras inconclusas, mal feitas ou superfaturadas, o que alarga as margens da corrupção e concorre decisivamente para a manutenção da pobreza, causando desilusão aos legítimos representantes políticos.

Vamos assimilar o teor das reivindicações, essenciais e factíveis, para acelerarmos o desenvolvimento do nosso País. Elas são fundamentais, no Estado

Democrático de Direito, para afinar as relações entre os investidos de cargos públicos e os demais segmentos da população, sob o princípio de que somos todos um só povo e constituímos uma só Nação.

Muito obrigado.[CD29]

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Equilibrando, no Pequeno

Expediente, os oradores inscritos por 1 e 5 minutos, e, ainda, para não dizerem que se cortou a palavra, às 14h40min, nós vamos entrar na concessão da palavra por 5 minutos, independentemente de quem falar.

Os Deputados Marçal Filho, Décio Lima e Júlio Cesar são os próximos oradores. V.Exas. dispõem de 1 minuto.

O SR. MARÇAL FILHO (PMDB-MS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Sras. Parlamentares, gostaria aqui de deixar muito claro, como igualmente outros colegas o fizeram, que sou frontalmente contra a Proposta de Emenda à

Constituição nº 37. Disse isso inúmeras vezes, divulguei na minha cidade, nos diversos órgãos de comunicação, mas não sei por que as pessoas acabam colocando nosso nome de forma indevida. Acho que esta Casa chegou a essa conclusão e votará contra, derrubará a PEC 37.

Gostaria também de manifestar a minha alegria de ver a CPI da Saúde, feita no meu Estado, Mato Grosso do Sul, pela Assembleia Legislativa, presente em

Dourados. É uma necessidade urgente, premente, e já havíamos feito essa reivindicação há muito tempo. E, graças a Deus, veio para realmente mostrar como está a situação da saúde em Dourados, quem são os responsáveis, e para apurar devidamente as irregularidades que estão ocorrendo e prejudicando o povo.

Muito obrigado.[CD30][CD31]

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O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que receba como lido pronunciamento que faço acerca das medidas que a

Presidenta Dilma acabou de adotar em decorrência das manifestações por todo o

País.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, as manifestações que vêm sacudindo o País nas últimas semanas tiveram o êxito de trazer para o centro das discussões políticas o cidadão. Em várias cidades brasileiras, milhares de pessoas saíram às ruas para expressar um sentimento de repulsa ao modelo atual de política. Querem mais participação nas decisões que influenciam suas vidas, anseiam por melhores serviços públicos, pedem ações efetivas de combate à corrupção.

São pleitos legítimos que precisam ser catalisados por nós Congressistas, representantes do povo nesta Casa. Não podemos esquivar-nos dessa missão com discursos tecnocráticos que pouco ou nada esclarecem aos cidadãos. Se assim for, a angústia e a frustração dos que clamam por mudanças vão permanecer.

As medidas anunciadas ontem pela Presidenta Dilma vão ao encontro do que as pessoas estão pedindo nas ruas.

A ideia de incentivar o Congresso Nacional a convocar um plebiscito para saber se a população quer a realização de uma reforma política tem a virtude de instar a sociedade a participar das decisões que afetem os rumos do País.

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A destinação de R$ 50 bilhões para investimentos em mobilidade urbana e a desoneração do PIS e da COFINS sobre o óleo diesel e a energia elétrica usada por trens e metrôs vão baratear o custo do transporte público.

A contratação de médicos de outros países ampliará o atendimento à saúde da população, enquanto não formarmos médicos em proporção que atenda a nossa demanda. Na Inglaterra 37% dos médicos são estrangeiros, nos Estados Unidos

25% e na Austrália 22%. No Brasil, apenas 1,79% dos médicos vieram do exterior.

A Presidenta também fez um apelo aos Governadores e Prefeitos no sentido de que mobilizem suas bancadas para aprovação da destinação de 100% dos royalties do pré-sal para a educação.

Para combater o mau uso do dinheiro público, a Presidenta defendeu a aprovação de uma lei que classifique como hediondo o crime de corrupção.

E, como prova de que o Governo permanece atento ao controle da inflação, a

Presidenta propôs aos Governadores e aos Prefeitos que participaram da reunião de ontem no Palácio do Planalto um pacto pela estabilidade fiscal. Dessa forma, ela pede, de forma indireta, aos gestores estaduais e locais que aperfeiçoem os modelos de gestão, para oferecer melhores serviços aos cidadãos.

O Brasil vive novos tempos. Nos últimos anos, o País vem passando por um enorme processo de transformação social. As políticas públicas que vêm sendo implementadas permitiram a inclusão de 40 milhões de pessoas no mercado de consumo e na cidadania. Temos uma taxa de desemprego das mais baixas do mundo. E, quando há uma melhora do padrão de vida das pessoas, elas passam a exigir dos Governos mais qualidade dos serviços prestados, e é muito bom para democracia brasileira que isso esteja acontecendo. Obrigado.[CD32]

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[CD33] O SR. VANDERLEI MACRIS (PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nobres Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de dizer que foi dada toda a oportunidade democrática para o debate, para o posicionamento desta Casa sobre a

PEC 37.

Em artigos e pronunciamentos no plenário desta Casa já me manifestei contra a retirada do poder de investigação do Ministério Público. O de que o Brasil precisa

é ampliar e aprimorar esse poder de investigação. Reduzir o controle investigatório não assegura um sistema de justiça eficiente para a nossa sociedade.

Quero fazer aqui um apelo ao Presidente desta Casa, o Deputado Henrique

Eduardo Alves, no sentido de que coloque ainda hoje na pauta de votações a PEC

37, para que esta Casa rejeite essa proposta de emenda à Constituição que retira do

Ministério Público o poder de investigação.

Com menos investigação, o maior prejudicado é o cidadão brasileiro. Essa

PEC não consolida a democracia. Esta é a minha opinião.

Muito obrigado.

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[CD34] O SR. DR. UBIALI (PSB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, nós estamos diante de uma situação muito interessante. A

Presidente da República recebeu os membros do Movimento Passe Livre e, no discurso, na conversa, disse que era impossível a ausência de tarifas para o transporte público.

Concordo. Se o modelo for o que está aí, é impossível. Mas há formas de se fazer com que a população tenha preferência pelo transporte público e que esse transporte público seja pago, sim, por todos os cidadãos que vivem naquela comunidade: estimulando o transporte público, fazendo com que ele tenha uma demanda maior do que ele precisa hoje.

Nós temos, aqui, a PEC da nossa companheira Luiza Erundina para ser votada, que dá o direito a esse transporte. Vamos votar essa PEC e dar uma resposta à sociedade.

Muito obrigado.[CD35]

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O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Concedo a palavra ao Deputado

Sebastião Bala Rocha. A Deputada Luiza Erundina e o Deputado Zeca Dirceu, que tinham sido chamados, estão ausentes.

O SR. SEBASTIÃO BALA ROCHA (PDT-AP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, como outros Deputados já fizeram, eu quero aqui fazer um apelo para que seja votada ainda hoje a PEC 37. Temos que acabar com essa novela. Declaro o meu voto “não” à PEC 37.

Por outro lado, Sr. Presidente, sobre o plebiscito, quero dizer que, no meu entendimento, a voz das ruas não é por uma Constituinte parcial, não. Se for para fazer uma Constituinte, temos que fazer uma Constituinte ampliada, respeitando as cláusulas pétreas, respeitando os direitos já assegurados na nossa Constituição, mas indo muito além da reforma política, porque as ruas não estão pedindo apenas reforma política, não. Há muitas outras questões que somente serão alcançadas através de mudanças constitucionais, para dar uma resposta positiva às manifestações que estão acontecendo no Brasil.

A proposta original do plebiscito, aliás, é do Deputado Miro Teixeira, e tem o meu apoio. Quero uma Constituinte mais ampla, a mais ampliada possível.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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O[CD36] SR. JOSÉ AIRTON (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro importante reunião que houve na

Colônia de Pescadores de Paracuru, com a presença do seu Presidente, Antônio

Rocha; do Prefeito de Paracuru, Sidney Gomes; da Federação dos Pescadores do

Estado do Ceará, do Banco do Nordeste e de várias marisqueiras.

Foi uma reunião superimportante, na qual foi explanado o Plano Safra da

Pesca e Aquicultura. A partir dessa reunião, certamente as instituições vão abrir oportunidades para os pescadores, pescadoras e marisqueiras naquela região.

Ressalto também o importante acontecimento que foi o lançamento da

Cooperativa dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do

Estado do Ceará...

(O microfone é desligado.)

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O[CD37][CD38] SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Nós perdemos a conexão das inscrições eletrônicas. Lembro que a Deputada Perpétua Almeida estava inscrita. (Pausa.)

Estamos no período dos pronunciamentos de 1 minuto, Deputado Silas

Câmara. Há inscrição.

O[CD39] SR. JOSÉ AIRTON - Sr. Presidente, Deputado Amauri Teixeira, houve falha no sistema. Meu minuto acabou.[CD40]

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[CD41] O[CD42][CD43] SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra a

Deputada Perpétua Almeida.

A SRA. PERPÉTUA ALMEIDA (PCdoB-AC. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, quero rapidamente registrar aqui a importância de se ter colocado na pauta desta semana a PEC 37. Acho que isso é importante porque foi ouvido o clamor das ruas.

A PEC 37 precisa, necessariamente, ser derrotada neste plenário. A própria

OAB, os próprios delegados do Brasil, sejam da Polícia Federal, sejam da Polícia

Civil, que pediram a aprovação da PEC, terão que sentar, todos eles, com o

Ministério Público e buscar outra alternativa. Mas é importante que se derrote hoje aqui a votação da PEC 37.

Muito obrigada.

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O[CD44][CD45] SR. FERNANDO FERRO (PT-PE. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, já tenho me manifestado aqui por várias vezes contrário à PEC 37, muito embora reconheça problemas e até alguma legitimidade no pleito dos delegados.

Eu não vejo o Ministério Público na figura do Sr. Gurgel, porque, como há delinquentes na política, há também em outros Poderes. Mas eu acho importante — e me referencio neste debate — não reduzirmos a capacidade de investigação. Isso tende a aumentar a impunidade. Não é possível querer desqualificar uma iniciativa de manutenção do papel do Ministério Público por questões corporativas imediatas, que, seguramente, poderão trazer mais problemas no futuro.

Então, eu acho que esta Casa hoje fecha essa página, e vamos fazer um debate, sim, até sobre o processo de regulação dos poderes do Ministério Público, como há para os outros poderes. Mas feito aí com outro caráter, com outro ambiente e que possa propiciar uma articulação política correta para definir claramente esses poderes.

Obrigado.

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O[CD46] SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Só vou conceder a palavra aos próximos oradores para passarmos ao próximo período, no Pequeno

Expediente.

Concedo a palavra ao Deputado Vieira da Cunha por 1 minuto.

O SR. VIEIRA DA CUNHA (PDT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, colegas Deputados, finalmente, vamos votar hoje a famigerada PEC 37.

Se dependesse de mim, titular da Comissão de Constituição e Justiça e de

Cidadania, apresentei voto em separado para que ela fosse sepultada já na fase da admissibilidade, porque a sua inconstitucionalidade é indiscutível, é flagrante.

Infelizmente, ela avançou, mas não o suficiente para ser aprovada.

Sinto um clima entre os colegas Deputados, a consciência da gravidade desse assunto e da necessidade de rejeitarmos essa PEC ainda hoje.

Portanto, Sr. Presidente, será mais uma manifestação de que esta Casa vai, sim, ao encontro das aspirações populares.

Vamos dizer “não” à PEC da impunidade! Vamos hoje votar e sepultar a PEC

37!

Obrigado.[CD47]

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O SR. EUDES XAVIER (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero aqui registrar, assim como o fizeram meus pares, entre eles o Deputado João

Ananias, uma injustiça confirmada nas redes sociais. Nós que enfrentamos greves e que pedimos ao Ministério Público que apure irregularidades, não seríamos favoráveis a uma PEC que reduz o papel do Ministério de ajudar exatamente nessa questão.

Não sei a quem interessa essa injustiça veiculada em algumas redes sociais, e quero aqui deixar registrado o meu repúdio.

Sr. Presidente, registro também a minha solidariedade ao Deputado João

Ananias, que neste momento é injustiçado.

Dizemos “não” à PEC 37.

Muito obrigado.[CD48]

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A SRA. JANETE ROCHA PIETÁ (PT-SP. Sem revisão da oradora.) -

DISCURSO DA SRA. DEPUTADA JANETE ROCHA PIETÁ QUE,

ENTREGUE À ORADORA PARA REVISÃO, SERÁ

POSTERIORMENTE PUBLICADO.

(Discurso a ser publicado na Sessão nº 416, de 16/12/13.)

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O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos também fazer nossa manifestação com relação à PEC 37.

Enquanto Deputado, temos feito discussão em várias cidades do Estado de

Minas Gerais — Ipatinga, Governador Valadares — com os promotores, com o movimento social. A nossa posição sempre foi contrária à PEC 37.[CD49] Nós achamos que é de fundamental importância o trabalho do Ministério Público. Como foi dito aqui, sabemos que, em alguns casos, por inexperiência de alguns promotores, ocorrem excessos em certas cidades.

Reconhecemos também o trabalho importante que o Ministério Público faz no sentido de defender os direitos individuais, sobretudo os direitos difusos das pessoas.

Portanto, o meu voto é contrário à PEC 37. Espero que hoje, aqui no plenário se decida esta questão.

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O[CD50][CD51] SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Deputado Sandro Alex, agora eu vou ler um ato que considero importante, inclusive para ser uma resposta

às ruas, em sua homenagem.

É o seguinte:

ATO DA PRESIDÊNCIA

Nos termos do § 2º do art. 202 do Regimento Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 11-A, de 2011, do Sr. Sandro Alex, que “altera e acrescenta novos dispositivos à Constituição Federal, vedando a nomeação ou a designação para os cargos que menciona daqueles considerados inelegíveis pela Justiça Eleitoral para qualquer cargo” (proíbe a nomeação daqueles que tenham sido considerados inelegíveis pela Justiça Eleitoral para os cargos de Ministro de Estado ou cargo equiparado, Secretário Executivo, cargos em comissão e designação para exercício de função de confiança). A Comissão será composta de 20 membros titulares e de igual número de suplentes, mais um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas, designados de acordo com os §§ 1º e 2º do art. 33 do Regimento Interno. Brasília, 25 de junho de 2013. Henrique Eduardo Alves Presidente da Câmara dos Deputados

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[CD52] O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Com a palavra o Deputado

Sandro Alex.

[CD53] O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Apenas para registrar, Sr. Presidente, a alegria em ver a Comissão Especial da PEC nº 11, que significa o seguinte: a extensão do Ficha Limpa para todos os cargos em todos os níveis. É uma resposta desta Casa à sociedade brasileira, que pede moralidade e probidade na vida pública.

Eu cumprimento a Mesa por essa atitude da criação da Comissão Especial para votação em plenário.[CD54]

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[CD55] O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Nós vamos entrar na segunda fase do Pequeno Expediente. O próximo inscrito é o Deputado Onyx Lorenzoni.

Enquanto o Deputado Onyx se posiciona, como eu também estou inscrito para falar por 1 minuto, vou passar a Presidência para o Deputado João Ananias e usar a palavra, para que em seguida se inicie a segunda fase do Pequeno Expediente — isto é, se V.Exa. me permitir falar antes.

O SR. ONYX LORENZONI - Vai ser uma honra ouvi-lo.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Está bem.

O Sr. Amauri Teixeira, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. João Ananias, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno. [CD56]

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O[CD57] SR. PRESIDENTE (João Ananias) - Tem a palavra o Deputado

Amauri Teixeira, do PT da Bahia.

O SR. AMAURI TEIXEIRA (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Na verdade, eu era o primeiro inscrito; como estava na Mesa, deixei para falar por último.

Sr. Presidente, meu amigo Deputado João Ananias, a Presidenta Dilma fez o seu papel de Chefe de Estado; chamou os Governadores, conversou com alguns

Prefeitos e fez propostas, mesmo que não concordemos, aqui no Parlamento, mas fez propostas políticas, acenou com algumas soluções de caráter prático, e nós temos de fazer o nosso papel.

No ano passado eu dei entrada a um requerimento aqui no sentido de que colocássemos em pauta uma série de projetos de combate à corrupção. Não votamos um sequer. Estou reiterando esse ofício, em que listo todos os projetos de combate à corrupção, inclusive corrupção ativa, para entrarem na pauta deste

Congresso.

Vamos dar uma resposta a todos esses projetos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD58]

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[CD59] O SR. PRESIDENTE (João Ananias) - Estamos iniciando a fase do

Pequeno Expediente de pronunciamentos de 5 minutos, e tem a palavra o Deputado

Onyx Lorenzoni, do DEM do Rio Grande do Sul.

O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aqueles que acompanham esta sessão, hoje eu quero comentar o pronunciamento da Presidenta Dilma, que disse que estava escutando a voz das ruas.

O Brasil todo esperava que uma estadista pedisse licença a cada brasileira e a cada brasileiro para entrar em suas residências e falar do presente e do futuro do

Brasil. Nada disso aconteceu. O que nós vimos foi uma aguerrida militante partidária tentando juntar os cacos de um Governo que fracassa por incompetência administrativa, por falta de iniciativa e por mentir de maneira contumaz. Essa é a síntese do Governo Dilma.

E começo a rápida análise que vou fazer pelo projeto dos royalties .

O processo dos royalties está sub judice no Supremo Tribunal, e a Presidenta joga sobre este Plenário e vamos debater hoje um projeto em que a frase de efeito é de que 100% dos royalties serão para a educação. Sabem por quê? Porque o Plano

Nacional de Educação diz que até 2020 é preciso destinar para essa área 10% do

PIB, só não diz que é pelo Governo Federal. E[CD60] aí, como o Governo Federal, espertamente, viu que Estados e Municípios teriam um pouco mais de dinheiro na divisão dos royalties , quer atribuir responsabilidades para os outros entes federados e retirar a sua responsabilidade.

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Se a educação é prioridade para a Presidenta Dilma, por que não isso já veio na peça orçamentária? Por que não está no Orçamento deste ano? No Orçamento deste ano as prioridades do Governo são: Plano Brasil sem Miséria e PAC.

Outra questão ainda, para desmascarar as mentiras da Presidenta Dilma: no art. 1º do projeto que vamos votar hoje, ela esquece-se de todos os royalties até hoje arrecadados no Brasil em participação especial. A parte do Governo Federal é só dos contratos assinados de 13 de dezembro — pasmem, Sras. e Srs. Deputados!

— de 2012 para frente. Portanto, essa preocupação parece que só surgiu agora, para cumprir a regra do Plano Nacional de Educação.

Mas vamos debater isso ao longo da tarde e noite de hoje. Quero voltar à análise da fala da Presidenta.

A Presidente menciona a Copa do Mundo, e eu lembro bem: disse ela que não há dinheiro público na Copa do Mundo. Como não, Sra. Presidenta?! Quem é que capitaliza o BNDES? O Tesouro! O dinheiro que há no Tesouro é de quem? Dos impostos dos brasileiros! E ela já esqueceu que lá para o Itaquerão foram R$ 400 milhões do BNDES e R$ 420 milhões de abertura fiscal, ou seja, de vantagens fiscais? Esse[CD61] dinheiro de quem é? Esse dinheiro é do povo brasileiro! É das pessoas! Todos os financiamentos feitos pelo BNDES para os estádios brasileiros têm taxa de juros equalizada. Essa equalização é feita com dinheiro dos impostos de todos os brasileiros.

Então, Presidenta Dilma, há dinheiro público aí, sim. Ou V.Exa. está mal assessorada, ou V.Exa. usou de má-fé ao falar aos brasileiros.

E o pacto de responsabilidade social? Ora, isso vindo de quem conta com

Arno Augustin, reconhecido pelos servidores do Ministério da Fazenda como o

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“maquiador-geral da República”, porque ele é o artista que usa de métodos nada ortodoxos para fechar as contas públicas?!

Da mesma maneira, quero lembrar aqui o pacto pela saúde e a contratação emergencial de médicos. Médicos para os pobres podem ser açougueiros,

Presidenta Dilma? O médico estrangeiro, para vir trabalhar no Brasil, para atender os pobres, é bem-vindo, mas tem de fazer o REVALIDA, e precisa passar, tem de mostrar que é competente, porque a população brasileira precisa de respeito, valorização, e principalmente saúde de verdade.

E o que propõe o Governo na saúde? Um orçamento de R$ 92 bilhões, dos quais R$ 79 bilhões são para custeio e apenas R$ 13 bilhões para investimentos!

Como vemos, Sr. Presidente, um Presidente pode muitas coisas, uma

Presidenta pode muitas coisas, mas não pode mentir para a Nação, não pode faltar com a verdade em um momento dramático como o que vive hoje a sociedade brasileira.

[CD62]O mais grave é que ela diz que vai tratar a corrupção como crime hediondo. Essa foi a mais cínica das declarações de Dilma Rousseff, visto que a

Presidenta protege e acoberta três criminosos que foram condenados pelo Supremo

Tribunal Federal e que atuam nesta Casa.

Sr. Presidente, é lícito a quem ganha uma eleição democraticamente fazer muitas coisas; não é lícito mentir à sociedade, não é lícito enganar a sociedade.

Triste Brasil, que imaginava que tinha uma estadista. Não tem. Tem apenas uma militante mentirosa.[CD63]

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O SR. PRESIDENTE (João Ananias) - Com a palavra a Deputada Perpétua

Almeida. S.Exa. dispõe de 5 minutos. Em seguida, vou alternar a concessão da palavra aos Deputados que estão aguardando para dar como lidos os pronunciamentos em breves comunicações.

A SRA. PERPÉTUA ALMEIDA (PCdoB-AC. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, colegas Parlamentares aqui presentes, eu imagino que nós não podemos achar que esta é uma sessão normal, como todas as outras, pelo menos nos últimos 20 anos de história do nosso Brasil. Esta é a primeira sessão da

Câmara dos Deputados realizada depois dos sucessivos gritos e clamores nas ruas que sacudiram o nosso País e as nossas consciências e deixaram o mundo perplexo com o que está ocorrendo no Brasil.

Portanto, eu acho que cada um de nós Parlamentares que ocupa esta tribuna, que utiliza os microfones desta Casa e que vota no dia a dia desta Casa precisa fazer um exame de consciência acerca do trabalho que nós precisamos fazer daqui para[CD64] a frente.

Devemos nos perguntar também o que querem os jovens, as famílias, porque não podemos achar que este é um movimento apenas dos jovens. Homens, mulheres, crianças, ou seja, famílias inteiras estão indo às ruas demonstrar sua insatisfação. Que querem esses jovens? Que recado querem nos dar? O que está nas entrelinhas dos cartazes que estamos lendo é mais participação, mais saúde, melhorias na educação, transporte público decente e de qualidade, de forma que os cidadãos brasileiros não passem duas ou três horas no trânsito, cansados, na ida ou na volta do trabalho.

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Eles querem também o combate permanente à corrupção. Querem o combate

à impunidade no nosso País. É por isso que, das propostas da Presidenta Dilma

Rousseff, aquela para a qual ouvi mais elogios foi exatamente a de transformar a corrupção em crime hediondo. Nós sabemos que nos quatro cantos deste País, no

Executivo, no Legislativo, no Judiciário e na iniciativa privada, as pessoas não suportam mais denúncias de corrupção.

Portanto, Sr. Presidente, colegas Parlamentares, nós não podemos achar que daqui para frente vamos continuar realizando nossas sessões dentro da normalidade, como se nada estivesse ocorrendo em nosso País. Precisamos continuar ouvindo as ruas, porque, na minha opinião, não vai parar por aí.

Foi necessária e correta a chamada, ontem, da Presidenta Dilma aos

Governadores, aos Prefeitos das capitais do Brasil, mas qualquer que seja a nossa postura, hoje, ou daqui para frente, não vai calar as ruas. As ruas querem respostas imediatas.

Vemos cartazes em que as pessoas, de forma alegre, animada e altiva, dizem o seguinte: “Desculpem o transtorno: estamos reconstruindo o nosso Brasil.

Estamos em obras”.

As[CD65] pessoas nas ruas hoje têm o sentimento de que estão ajudando a construir um novo País. E olhem que sou Deputada Federal com 10 anos de mandato. Tenho procurado exercer meu mandato da forma mais correta e ética possível, pautada, inclusive, nas linhas do meu partido, o PCdoB. Meu filho de 16 anos e minha filha de 22 anos me disseram: “Mãe, nós vamos para as manifestações”. E cada um vai com o seu objetivo.

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O que está acontecendo no Brasil inteiro é que, em cada cidade, em cada

Estado, o povo está juntando suas insatisfações. No Acre, reuniram-se mais de 20 mil pessoas em Rio Branco. Vinte mil pessoas para uma cidade de 300 mil habitantes é muita gente! Cada um levou o seu cartaz com a sua insatisfação local, com as denúncias do que está ocorrendo no Estado do Acre, com a sua forma de dizer “Eu quero um Brasil melhor , eu quero um Brasil para todos”.

Olha, Sr. Presidente, Rio Branco foi a única Capital do Brasil que fez uma grande manifestação sem que houvesse um único registro de vandalismo. Foi bela a passeata que as famílias acrianas realizaram em Rio Branco.

Sr. Presidente, eu estou aberta e acho que cada Parlamentar e o Parlamento brasileiro precisam estar abertos para compreender os acontecimentos das ruas e para fazer as mudanças que o povo propõe.

O PCdoB, o Partido Comunista do Brasil, com mais de 90 anos de existência, que defendeu o direito a voz e o direito dos partidos, vai construir e ajudar a construir neste momento um novo País, mas com a garantia das liberdades democráticas.

Muito obrigada.

O SR. PRESIDENTE (João Ananias) - Muito bem, Deputada Perpétua

Almeida.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, desta tribuna quero deixar claro e preciso meu posicionamento sobre o projeto de ementa à Constituição que trata da

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autoridade para realizar investigações civis e criminais, conhecida como a Proposta de Emenda à Constituição nº 37.

Vejo no Brasil, com repercussão nos Estados e Municípios, um clamor popular por justas e dignas mudanças, com foco principal para que deem um basta na corrupção.

Sr. Presidente, já me manifestei anteriormente desta tribuna, participei de atos públicos, publiquei artigos e me posicionei perante a Proposta de Emenda à

Constituição nº 37. Sou contrária a ela, Sras. e Srs. Deputados.

Sou contrária à PEC 37 pois defendo que, quanto mais investigações na

República, mais salutar é para a democracia.

A Polícia Federal e a Polícias Civil, Sras. e Srs. Deputados, são um patrimônio nacional. Cumprem um relevante, digno e nobre papel em defesa do patrimônio público, da lisura dos processos e, acima de tudo, no combate frontal à corrupção.

Entretanto, percebo que não é hora de exclusividade e tampouco de restrições à instituições.

O Ministério Público, criado na Constituição de 1988, também tem destacado papel na defesa dos mais nobres interesses da Nação e merece sim a confiança do povo brasileiro, das autoridades públicas e das outras instituições que dão garantia da clareza e da justeza na aplicação do dinheiro público.

Sr. Presidente, o povo brasileiro não precisa da PEC 37. Não precisamos excluir instituições. Não precisamos de exclusividade em processos que possam dar garantias na defesa do nosso patrimônio.

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O Ministério Público Federal e os Ministérios Públicos Estaduais têm ações contundentes relacionadas ao meio ambiente, à proteção de minorias, à fiscalização e apuração de denúncias contra o bem público e, acima de tudo, precisam estar atento aos anseios da sociedade.

A PEC não precisa ser aprovada pela Casa que representa o povo brasileiro.

Muito obrigada.[CD66]

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[CD67] O SR. PRESIDENTE (João Ananias) - Concedo a palavra ao Deputado

Silas Câmara. S.Exa. dispõe de 1 minuto.

O SR. SILAS CÂMARA (PSD-AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero fazer um registro muito importante, ao tempo em que agradeço a V.Exa. a oportunidade de usar a tribuna desta Casa neste momento.

Na semana passada, a Assembleia de Deus do Brasil completou 102 anos.

Em Belém do Pará, onde tudo começou, houve uma grande celebração de paz, uma celebração que festeja a existência dessa instituição centenária, que no Brasil e no mundo faz um trabalho excepcional de resgate de vidas, levando às pessoas o melhor projeto social que o Brasil e o mundo conhecem, que é a salvação em Cristo

Jesus.

Portanto, quero abraçar o jovem pastor Samuel Câmara, que tem conduzido a igreja-mãe e feito um belíssimo trabalho de evangelização no Brasil e no mundo.

Deus abençoe a Assembleia de Deus!

Sr. Presidente, solicito a V.Exa. que faça divulgar meu pronunciamento nos

órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigado.[CD68]

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[CD69] O SR. PRESIDENTE (João Ananias) - Concedo a palavra ao Deputado

Marllos Sampaio. S.Exa. dispõe de 5 minutos.

O SR. MARLLOS SAMPAIO (PMDB-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, também quero falar das manifestações que estão ocorrendo em todo o Brasil. No Piauí não é diferente. Na Capital, Teresina, não é diferente.

Como membro da Comissão de Turismo e Desporto, presidida pelo Deputado

Romário, quero comentar algo que já vimos observando há muito tempo: os gastos exorbitantes com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. A FIFA deverá ter um lucro de R$ 4 bilhões, livres de impostos, com a Copa do Mundo. E o Brasil vai lucrar o quê?

É notório para todos os olhos que os cartazes da maioria dos jovens cobram os gastos da Copa do Mundo e o padrão FIFA. Num deles estava escrito: “Eu quero o mesmo padrão FIFA para a educação, a saúde, a segurança e o transporte”.

[CD70]A população queixa-se, nas manifestações, do transporte público caro e ineficiente que lhe é oferecido. Houve promessas sérias quanto às obras de modalidade urbana que a Copa do Mundo traria, mas até agora o transporte público continua ruim, e os extensos engarrafamentos continuam acontecendo nas grandes cidades. Qual será o legado da Copa do Mundo? Apenas estádios novos e reformados, custando bilhões de reais, como a reforma do Maracanã, que destruiu a pista de atletismo e vai destruir o complexo de natação. O fato é que se poderia manter aquele estádio apenas com alguns reparos.

É claro, acredito que a população não é contra a Copa do Mundo, até porque somos o povo mais apaixonado por futebol. O que os brasileiros não aceitam são os

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gastos exorbitantes com a construção de arenas diante das péssimas condições de saúde, segurança e transporte público.

Foi notório na arena de Pernambuco, em Recife, por exemplo, o caos, para a população ir e voltar de metrô e de ônibus aos jogos da Copa das Confederações.

A FIFA diz que as manifestações estão mudando a imagem do Brasil de um país alegre e festeiro, com gente acolhedora. Mas não é só isso, não, FIFA! Nós temos uma população que quer saber o que vai lucrar com essa Copa do Mundo, se não terá nada em troca. Temos uma população que cobra os seus direitos! A Copa já está custando R$ 28 bilhões, e todo esse dinheiro está sendo aplicado somente nas cidades-sede. [CD71]E as outras cidades do País? Há muito tempo venho cobrando investimentos para as cidades que não são sede da Copa nem das

Olimpíadas. Em Brasília o orçamento inicial foi de R$ 650 milhões para o Estádio

Nacional, mas o gasto já ultrapassou R$ 1,2 bilhão.

É realmente lamentável o que está acontecendo com o nosso dinheiro público, e a população está certa em reclamar e cobrar. Só não aceitamos atos de vandalismo e depredação do patrimônio público.

Aproveito este minuto para fazer uma contrapartida. Vai começar agora em

Teresina uma obra possibilitada por uma emenda de minha autoria, no valor de R$ 2 milhões, uma Praça da Juventude na Vila Francisco Marreiros, num bairro carente de Teresina chamado Grande Dirceu. Vejam o contrassenso: bilhões em estádios, e nós Deputados Federais lutando para conseguir uma emenda de R$ 2 milhões para a Praça da Juventude, que vai beneficiar milhares de pessoas com campos de futebol soçaite, arenas de vôlei de praia, pistas de golfe, academias populares e

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pistas de skate , onde vão reunir-se pais, mães, filhos e avós num mesmo ambiente esportivo e de lazer.

Nesta semana também terminou a licitação de um ginásio de esportes, o

Verdão, que ficou 8 anos fechado. Esse estádio vai receber um investimento de R$

2 milhões em emendas deste Parlamentar. Vejam que com R$ 2 milhões é possível fazer belas obras, mas gastam-se milhões em estádios.

Esta é a função do Deputado Federal: fiscalizar, cobrar e não aceitar a injustiça, porque a FIFA está querendo mandar no Brasil. Nós da Comissão de

Desporto, liderados pelo nosso Presidente Romário, estamos fiscalizando e cobrando. Por isso, não vamos aceitar que a FIFA venha fazer ingerências no Brasil.

Temos de continuar sendo os Deputados que somos, destinando emendas que realmente vão beneficiar a população, como a Praça da Juventude na Vila Francisco

Marreiros, em Teresina, e a reforma do Verdão, que vai iniciar-se neste mês de julho e possibilitar eventos de nível nacional.

Solicito que este meu pronunciamento seja divulgado em A Voz do Brasil , para que todo o Brasil tome conhecimento das injustiças e das ingerências que a

FIFA está fazendo no nosso País. A nossa Comissão de Desporto, juntamente com o Deputado Romário e outros Deputados, está fiscalizando e combatendo isso.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, volto a esta tribuna para falar novamente sobre as manifestações realizadas em todo o País.

Um dos motivos que causou revolta na população foi a falta de transparência nos gastos com a Copa do Mundo. A FIFA deverá ter um lucro de R$ 4 bilhões,

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livres de impostos, com a Copa do Mundo. E o Brasil, vai lucrar o quê? A população queixa-se, nas manifestações, do transporte público caro e ineficiente, e uma das promessas era a de obras de mobilidade urbana. Até agora o transporte público continua ruim, e os extensos engarrafamentos continuam acontecendo nas grandes cidades. Qual será o legado da Copa do Mundo no Brasil? Apenas os estádios novos e os reformados? Alguns deles deverão transformar-se em grandes elefantes brancos.

Acredito que a população não esteja contra a Copa do Mundo no Brasil, até porque somos o povo mais apaixonado pelo futebol. O que os brasileiros não aceitam são os gastos exorbitantes para a construção de arenas, em face das péssimas condições de saúde, educação, segurança e transportes públicos.

A FIFA diz que as manifestações estão mudando a imagem do Brasil de um país alegre e festeiro, de gente acolhedora. Mas nós somos isso mesmo, um País acolhedor, mas com uma população que cobra seus direitos. Ou a FIFA queria que os brasileiros ficassem vendo-a lucrar em nosso País sem dar nada em troca? A

Copa já está custando R$ 28 bilhões, e esse dinheiro todo está sendo aplicado somente nas cidades-sedes. E as outras cidades? E o restante do País? Eu venho há algum tempo cobrando do Governo Federal investimentos também para os

Estados que não são sede do mundial. O legado da Copa deve ser para todo o País, e da mesma forma o das Olimpíadas de 2016. Só em Brasília, o orçamento inicial era de R$ 650 milhões para o Estádio Nacional, mas o gasto já ultrapassou R$ 1,2 bilhão!

É realmente lamentável o que está acontecendo com o dinheiro público, e a população está certa em reclamar e cobrar. Por exemplo, os estádios vendem

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produtos e não emitem notas fiscais das mercadorias, o que ocasiona evasão fiscal.

Ou também estão desobrigados de pagar impostos? Seria uma forma de algum dinheiro voltar para o Governo.

O Sr. João Ananias, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Paulo Foletto, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno. [CD72]

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[CD73] O SR. PRESIDENTE (Paulo Foletto) - Concedo a palavra ao Deputado

Augusto Coutinho por 1 minuto.

O SR. AUGUSTO COUTINHO (DEM-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, serei muito breve.

Eu quero só reiterar o que já falaram alguns colegas anteriormente.

É fundamental que esta Casa, no dia de hoje, vote a PEC 37. É importante que esta Casa dê um posicionamento à sociedade. Quem for contra, vota contra; quem for a favor, vota a favor.

O que ocorre, Sr. Presidente, é que correm listas pela Internet deturpando, dizendo que Deputados que assinaram pedido de tramitação da PEC concordam com ela e já votaram a favor. Isso precisa ser desmascarado. Essa posição, eu inclusive já tinha tomado junto a representantes do Ministério Público no meu Estado de Pernambuco. Estou dizendo que sou contra a PEC 37, mas que se tem de respeitar quem é a favor.

É fundamental que esta Casa vote essa matéria, para que a gente não fique com isso pendurado no pescoço, sem se posicionar, e sem a população saber como vota cada um dos Deputados aqui representados.

Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Foletto) - Bom esclarecimento, Deputado

Augusto Coutinho.[CD74]

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[CD75] O SR. PRESIDENTE (Paulo Foletto) - Concedo a palavra pela ordem ao Deputado João Ananias, por 4 minutos.

O SR. JOÃO ANANIAS (PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Presidente Dilma Rousseff, reunida com

Governadores e Prefeitos, apresentou um conjunto de propostas a serem implementadas, num pacto envolvendo os Governos dos entes federados, o Poder

Legislativo, a sociedade e lideranças que organizaram e que organizam as manifestações de rua. [CD76]Cinco pontos foram destacados, abordando estabilidade econômica, reforma política, mobilidade urbana, educação e saúde.

A Presidente da República, a meu ver, agiu no momento certo para dar resposta aos anseios da nossa gente, que expressou seu descontentamento nas manifestações feitas nas ruas.

Eu, particularmente, concordo com quase todas as propostas, menos — e aí faço um reparo — com a que foi anunciada em relação à saúde pública. Acho que foi uma proposta tíbia, que não foi uma proposta à altura dos problemas, das dificuldades que vive o Sistema Único de Saúde no País.

E falo na condição de médico sanitarista, na condição de ex-Prefeito, na condição de ex-Secretário de Saúde do meu Estado. Entendo que grande parte do problema da saúde pública no Brasil é gerada pelo subfinanciamento crônico que vive o SUS, um subfinanciamento histórico. Não é culpa da Presidente Dilma e não

é culpa dos últimos governantes. Isso se arrasta desde a sua criação, com a

Constituição de 1988. O SUS, ao ser implementado, sempre ficou aquém da sua responsabilidade e do seu tamanho. Uma entidade que se propõe a atender com universalidade, com equidade e com integralidade todos os brasileiros e

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estrangeiros que aqui moram ou que visitam o País precisa ser bem financiada.

E[CD77] não será apenas colocando a questão no âmbito dos médicos que vamos resolver.

Eu não falo aqui com o espírito corporativista médico. Eu acho que essa questão é insuficiente. É preciso melhorar os tetos dos procedimentos MAC —

Média e Alta Complexidade, é preciso melhorar o investimento, é preciso garantir mais investimento para uma rede de unidades hospitalares que estão velhas. É preciso custear essas unidades, porque o custeio não se dá, num Brasil deste tamanho, com 3,8% do PIB, que é o que gastamos com saúde pública no País.

A minha expectativa é de que consigamos 1 milhão e 600 mil assinaturas para o encaminhamento do projeto chamado Saúde+10 , para que possamos garantir

10% da receita bruta corrente do Brasil para a saúde. Como os Municípios são obrigados a gastar 15 e os Estados 12?

Ontem, estive numa manifestação realizada na cidade de Limoeiro do Norte, no meu Estado, um importante Município do Vale do Jaguaribe, onde o povo, o

Prefeito e suas entidades gastam, hoje, 43% de suas receitas com saúde. E mesmo assim é pouco. Imagine o que gastamos com o SUS.

Sr. Presidente, na reunião com a Presidente Dilma falou-se em mobilidade urbana, em 50 bilhões de reais; falou-se, para a educação, de todos os recursos oriundos dos royalties . Concordo com isso, mas é preciso aumentar o volume de investimentos para apoio e custeio para a saúde pública. Se não fizermos isso, não vamos resolver. E, fazendo isso, vamos ter médicos em cada canto deste País, vamos ter profissionais de saúde para construírem um SUS melhor.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Presidente Dilma, reunida com

Governadores e Prefeitos, apresentou um conjunto de propostas a serem implementadas, num pacto envolvendo os Governos dos entes Federados, o Poder

Legislativo, a Sociedade e Lideranças que organizam as manifestações de rua.

Cinco pontos foram destacados, abordando: Estabilidade Econômica; Reforma

Política; Mobilidade Urbana; Educação e Saúde.

A Presidente, a meu ver, agiu no momento certo, para dar respostas aos anseios da nossa gente, expressos nessas manifestações. Concordo com quase todas as propostas, menos com a que foi anunciado para a Saúde Pública.

Não é correto reduzir os graves problemas do SUS (Sistema Único de Saúde) apenas à falta de médicos, como se, ao trazer esses profissionais de outros países, resolvêssemos definitivamente as dificuldades vivenciadas pelos usuários do SUS.

Seria muito fácil, diante dos complexos desafios que a Saúde Pública coloca diante de nós.

Como tenho dito sistematicamente, desde que fui gestor municipal e depois

Secretário de Saúde do Estado do Ceará, o subfinanciamento crônico é sem dúvida o mais grave problema do SUS. Vou citar alguns números que ilustram meu argumento. O Brasil, com sua imensa diversidade, inclusive no setor saúde, gasta apenas 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto) — isto com dinheiro público. A OMS

(Organização Mundial da Saúde) preconiza que, em países com sistemas universais como o SUS, seria preciso pelo menos 7%.

Temos um sistema dos mais perfeitos, do ponto de vista de sua proposta, baseada nos princípios da Universalidade, da Integralidade e da Equidade. Para

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garantir a todos os brasileiros e estrangeiros que aqui moram ou nos visitam todos os recursos de que a Ciência dispõe, não é fácil. Os insumos necessários para tal são caros e reajustados sistematicamente. Para garanti-los a todos, há que se ter muito dinheiro, o que não é o caso do SUS, desde a sua criação. Portanto, não é um problema novo. Ao contrário. Vem se arrastando há muitos anos.

Estive ontem no Município de Limoeiro do Norte, no meu Estado, o Ceará, participando de encontro sobre a Saúde, e fiquei pasmo ao ver que o Prefeito Paulo

Duarte gasta em média 40% de sua receita com Saúde, quando é obrigado a aplicar

15%. Pelas informações prestadas por ele e pela Secretária Municipal, Dra. Ruth, mesmo tendo melhorado, ainda estão longe de equacionar todas as demandas dos seus munícipes.

No anúncio feito ontem, a nossa Presidente novamente colocou a vinda dos médicos de outros países, mesmo já anunciando outras medidas, como aumento de vagas nas Faculdades de Medicina, aumento de Residências Médicas, que vai garantir mais especialistas. Também falou dos recursos financeiros, algo em torno de 7 bilhões, para a construção de UPAS e Hospitais — aproximadamente 800 novas unidades. Porém, quando falou em Mobilidade Urbana, os valores foram muito superiores: 50 bilhões. Na Educação, do mesmo jeito: 100% das verbas dos

Royalties para investimentos no ensino.

Sou absolutamente favorável às outras medidas, principalmente à realização do Plebiscito da Reforma Política, porém considero muito tímida e insuficiente a proposta referente à Saúde Pública.

As nossas dificuldades estão nos investimentos. Precisamos de novas fontes de recursos para ampliar nos Estados e Municípios toda a infraestrutura física

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necessária para atender às justas demandas da sociedade. Mas temos um gravíssimo problema de custeio desses serviços, que gera séria desregulação entre oferta e demanda por serviços públicos de Saúde. É necessário o imediato aumento dos tetos MAC (Média e Alta Complexidade), pois são os recursos financeiros que custeiam os procedimentos, que vão das cirurgias aos exames, aos leitos dos serviços mais complexos, dentre outros.

Aguardamos ansiosamente o Projeto de Iniciativa Popular chamado

Saúde+10, que percorre o Brasil para a colheita de assinaturas, para que possamos aqui no Congresso votar e garantir a aplicação de 10% das receitas brutas correntes em Saúde. Assim, teremos um aporte maior a cada ano. Mesmo que não resolva definitivamente, passaremos a ter uma forma perene de financiamento do SUS.

Presidente Dilma, se minimizarmos os graves problemas gerados pelo crônico subfinanciamento da Saúde, teremos médicos e todos os Profissionais da área, que no seu conjunto garantem uma Saúde Pública de qualidade. Não podemos adiar mais ou tergiversar diante de uma situação fática à nossa frente, premida agora pelo grito nas ruas.[CD78]

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[CD79] O SR. PRESIDENTE (Paulo Foletto) - O Deputado Alfredo Sirkis tem a palavra por 1 minuto, e na sequência vai falar o Deputado Arnaldo Jordy.

O SR. ALFREDO SIRKIS (PV-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, no dia de hoje tivemos uma reunião da bancada da Rede com a ex-Senadora Marina

Silva para definirmos claramente a nossa posição em relação à proposta de

Constituinte.

Somos favoráveis a que se convoque uma Constituinte exclusivamente para realizar aquela reforma política que esta Casa não quis fazer. Pensamos que ela deve ser convocada para a mesma data das eleições gerais de 2014, e que o plebiscito deve ser realizado a posteriori , para se aprovar ou não o trabalho dessa mesma Constituinte, e ainda que seus membros devem ser eleitos por voto misto: metade pelo voto partidário, metade pelo voto livremente concedido pelos cidadãos a qualquer um que deseje ser candidato.[CD80]

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[CD81] O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero apenas registrar, neste minuto de que disponho, que a Lei de

Acesso à Informação, que completou agora em maio, em meados de maio, 1 ano de vigência — e foi uma iniciativa absolutamente louvável; talvez tardia, já —, está produzindo, de fato, poucos efeitos. Além de alguns poucos Ministérios, nem todos os Estados estão ainda com a sua lei em funcionamento. Os Municípios, muito menos.

Mas o que me causa espanto é que, mesmo aqui, quando nós Deputados — e eu já fiz esta manifestação — solicitamos informações a determinados órgãos da

República, a exemplo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

— BNDES, que hoje é a principal agência de fomento do Governo Federal, a que tem financiado os recursos para a construção dos estádios e de outras obras da

Copa do Mundo de Futebol, não as obtemos.

Portanto, queria registrar isso e solicitar que essa lei, recentemente criada, esteja efetivamente presente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Lei de Acesso à Informação, aprovada através da Lei nº 12.527, de 2012, completou 1 ano no dia 16 de maio, com baixa presença em Estados e Municípios.

A Lei, além de viabilizar um direito fundamental do cidadão, provocou uma maior estruturação na administração pública, no que diz respeito à organização de procedimentos. A área federal foi a que mais desenvolveu o sistema, tendo sido

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registradas cerca de 120 mil demandas em 2012. O Executivo registrou 87,1 mil pedidos no mesmo ano.

Levantamento realizado pela Controladoria-Geral da União demonstra que, até o início de 2013, a Lei teve regulamentação em apenas 12 Estados: Bahia,

Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Paraná, ,

Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Conforme artigo de Débora Zampier — Lei de Acesso à Informação completa um ano com baixa presença em estados e municípios —, dos 253 Municípios com população superior a 100 mil habitantes, a norma foi regulamentada apenas por 8% deles. Das capitais, somente 37% estão com os sistemas implantados.

A organização internacional de direitos humanos Conectas tem utilizado a Lei de Acesso à Informação desde o seu primeiro dia e destaca entraves que são encontrados, tais como demora no envio da informação; entraves administrativos; recebimento de respostas negativas com argumentos frágeis e genéricos; pedidos negados com rubrica de funcionários não identificados no documento, o que impossibilitava qualquer recurso a instâncias superiores.

A experiência relatada pela Conectas nos faz pensar que muitos brasileiros não teriam condições de contra-argumentar a instâncias superiores diante de negativas apresentadas pelos órgãos governamentais.

Um dos pontos mais graves detalhados pela entidade é o da composição da

Comissão Mista, formada somente por membros do Governo. Na visão da sociedade civil organizada, isso dificulta o acesso às informações, pois, dos 80 casos analisados pela Comissão, a grande maioria não teve solução que contrariasse o

órgão federal, que negou o pedido de acesso.

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A composição da Comissão tem chocado acadêmicos, ativistas e pesquisadores que fazem uso de leis semelhantes em outros países. Como uma

Comissão que tem o papel de dirimir impasses tem representantes somente de uma das partes interessadas? O México tem na composição de sua Comissão representantes da sociedade civil organizada que ajudam a discutir e a dirimir problemas.

Se na área federal existem problemas a serem dirimidos, é difícil pensar que nos Estados e Municípios a situação esteja resolvida. O tema é árduo e requer mais discussão e acompanhamento.

Apesar dos problemas acima especificados, a Lei de Acesso à Informação foi um passo importante para um país democrático.

Era o que tinha a dizer.[CD82]

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[CD83] O SR. PRESIDENTE (Paulo Foletto) - Só um esclarecimento: o

Deputado Assis Carvalho terá 3 minutos; depois, o Deputado Leonardo Monteiro, 1 minuto; e o Deputado Eleuses Paiva, 3 minutos. Em seguida, encerraremos, porque o Deputado Reguffe já está com o horário dele vencido e fez essa concessão. Está claro?

Então, vamos nessa sequência.

O SR. ASSIS CARVALHO (PT-PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, V.Exa. alterou logo o meu horário! Eram 5 minutos, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, como Secretário de Estado da Saúde do Piauí entre 2007 e março de 2010, presenciei o sufoco dos Prefeitos do interior do meu Estado do

Piauí, que não conseguiam contratar médicos que se fixassem nos pequenos

Municípios para os serviços de atenção básica à saúde.

No CONASS, constatei que essa era a realidade de milhares de Municípios brasileiros e que a mesma aflição vivem os Estados da Federação quando precisam contratar especialistas para hospitais regionais de média complexidade nas cidades do interior.

Pois bem, Sr. Presidente, esse assunto virou foco de polêmica quando o

Governo defendeu a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil como forma de suprir a carência de profissionais e garantir atendimento de saúde aos cidadãos dos pequenos Municípios, onde médicos brasileiros não querem atuar, mas onde o

Governo tem a obrigação de garantir saúde, porque lá moram cidadãos tão brasileiros e brasileiras quanto os que residem nas capitais dos grandes centros urbanos.

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[CD84] Sr. Presidente, a Organização Mundial de Saúde — OMS recomenda um médico para cada mil habitantes. No Brasil, até outubro de 2012, eram 388.015 médicos, uma proporção de dois profissionais para cada mil habitantes. Em 2020, projeta-se que teremos 2,4 médicos para cada grupo de mil pessoas. E em 2050, serão 4,25 médicos para cada mil brasileiros.

Isso significa que estamos dentro do aceitável? Não. A média nacional não se repete em todos os Estados. No meu Estado, o Piauí, são 3.162 médicos para uma população superior a 3.140.213 pessoas. Ou seja, são 1,05 médicos por cada mil habitantes. Em 2020, a projeção é que sejam 1,12 médicos para cada mil moradores. Entretanto, e aí que está o grande problema, 91,95% destes médicos estão trabalhando na Capital Teresina.

Ou seja, a estatística mascara outra realidade. O fato de ter 1,05 médicos por mil habitantes no Piauí não significa que em toda cidade haja essa cobertura. Em

Municípios com 4 mil habitantes, onde deveria ter, então, quatro médicos, não temos, em muitos deles, nenhum.

E é olhando o cenário das pequenas cidades que se nota o drama que aflige os brasileiros. Em 2011, dos 372 mil médicos registrados no Brasil, 209 mil se concentravam nas Regiões Sul e Sudeste e pouco mais de 15 mil na Região Norte.

Ora, Sr. Presidente, há um vazio no interior, uma ausência que nem a multiplicidade de vínculos, nem a longa jornada de trabalho dos médicos, pode preencher.

Os dados são claros. E por conta deles, nós temos uma posição bem definida. É preciso tomar uma decisão.

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Louvo a posição da Presidenta da República Dilma Rousseff e do Ministro

Alexandre Padilha de trazer médicos de onde há mais de um profissional para cada mil habitantes, a fim de suprir a defasagem que temos no Brasil.

Sr. Presidente, encaminho meu pronunciamento e solicito que seja considerado na íntegra. Peço também que seja divulgado pelos órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, como Secretário de Estado da Saúde do Piauí entre 2007 até março de 2010, presenciei o sufoco dos Prefeitos do interior do meu Estado, o Piauí, que não conseguiam contratar médicos que se fixassem nos pequenos Municípios para os serviços de atenção básica em saúde.

No Conselho Nacional dos Secretários de Saúde — CONASS constatei que esta era a realidade de milhares de Municípios brasileiros. E que a mesma aflição vivem os Estados da Federação quando precisam contratar especialistas para hospitais regionais de média complexidade nas cidades do interior.

Pois bem, Sr. Presidente, este assunto virou foco de polêmica quando o

Governo defendeu a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil como forma de suprir a carência de profissionais e garantir atendimento de saúde aos cidadãos nos pequenos Municípios, onde médicos brasileiros não querem atuar, mas onde o

Governo tem a obrigação de garantir saúde, porque lá moram cidadãos tão brasileiros quanto os que residem nas capitais e outros grandes centros urbanos.

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Srs. Deputados, a atenção primária e a assistência em saúde estão a descoberto no interior. E não é de hoje. Essa situação é antiga.

A pesquisa Demografia Médica no Brasil — lançada em 2013 pelo Conselho

Federal de Medicina e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo — revela as cruéis estatísticas que os cidadãos brasileiros sentem na pele todos os dias.

A Organização Mundial de Saúde — OMS recomenda um médico para cada mil habitantes. No Brasil, até outubro de 2012, eram 388.015 médicos — uma proporção de dois profissionais para cada mil habitantes. Em 2020, projeta-se que teremos 2,41 médicos para cada grupo de mil pessoas. E em 2050, serão 4,24 médicos para cada mil brasileiros.

Isso significa que estamos dentro do aceitável? Não. A média nacional não se repete em todos os Estados. No meu Estado, o Piauí, são 3.162 médicos para uma população superior a 3.140.213 pessoas. Ou seja, são 1,05 médicos por cada mil habitantes. Em 2020, a projeção é que sejam 1,12 médicos para cada mil moradores. Entretanto, e aí que é está o grande problema, 91,95% destes médicos estão trabalhando na Capital Teresina.

Ou seja, a estatística mascara outra realidade. O fato de ter 1,05 médicos por mil habitantes no Piauí não significa que em toda cidade haja essa cobertura. Em

Municípios com 4 mil habitantes, onde deveria ter, então, quatro médicos, não há nenhum.

E é olhando o cenário das pequenas cidades que se nota o drama que aflige os brasileiros. Em 2011, dos 372 mil médicos registrados no Brasil, 209 mil se concentravam nas Regiões Sul e Sudeste, e pouco mais de 15 mil na Região Norte.

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A mídia nacional veiculou recentemente matérias que mostram Municípios sem médico, apesar dos salários oferecidos. Por exemplo, Açailândia (no

Maranhão), oferecendo 35 mil reais para ortopedista, encontra dificuldade em preencher a vaga.

Há um vazio no interior, uma ausência que nem a multiplicidade de vínculos, nem a longa jornada de trabalho dos médicos pode preencher.

Os dados são claros: é nas regiões metropolitanas e na rede particular que os médicos preferem trabalhar. Lógico que essa preferência tem motivos compreensíveis: remuneração, plano de carreira, condições de trabalho, estrutura para qualidade de vida, dentre outros.

É a própria pesquisa das entidades médicas que conclui que “é nítido o cenário de desigualdade na distribuição geográfica de médicos. O estudo contou e distribuiu os médicos segundo diferentes critérios e parâmetros, usando diversas fontes e organismos. Por qualquer dos referenciais que se olhe — médico registrado, contratado, cadastrado ou ocupado —, as comparações são semelhantes: os brasileiros que moram nas Regiões Sul e Sudeste contam em média com duas vezes mais médicos que os habitantes do Norte, Nordeste e

Centro-Oeste — excluindo-se o Distrito Federal. Da mesma forma, aqueles que vivem em qualquer capital contam em média com duas vezes mais médicos que os que moram em outras regiões do mesmo Estado. A diferença entre os extremos é de quatro vezes, no mínimo”.

A pesquisa conclui, ainda, que “embora cada vez mais numerosos, os médicos se concentram em certos territórios, em certas estruturas e em certas especialidades e atividades que não apresentam, todas elas, as mesmas

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atratividade e distribuição. Os desequilíbrios na repartição geográfica, especializada e funcional indicam carências de médicos. Mas não é possível, com base nos dados consultados, afirmar que há excesso de médicos, mesmo nas áreas e contextos de alta densidade de profissionais.”

Segundo a pesquisa do CFM e CREMESP, “a razão médico-habitante no

Brasil alcançará um patamar muito acima do atual, mesmo sem a adoção de medidas excepcionais, como a abertura de mais cursos de medicina, a flexibilização de regras de revalidação de diplomas obtidos no exterior e a facilitação da entrada de médicos estrangeiros. Pelas projeções, já em 2020 os médicos serão 500 mil, com taxa de 2,41 por mil habitantes”.

Entretanto, segundo a mesma pesquisa, pelo menos cinco Estados do Norte e Nordeste continuarão com taxas abaixo da razão nacional atual, que é de dois médicos por cada mil brasileiros. Diz o documento da pesquisa que o “aumento da taxa nacional médico-habitante, por certo, não reduzirá as desigualdades entre regiões e entre os setores público e privado da saúde, caso não sejam adotadas novas políticas de atração e fixação de médicos, e caso não ocorram mudanças substantivas no funcionamento do sistema de saúde brasileiro.”

Sr. Presidente, temos certezas e um impasse. Certeza de que há brasileiros

(muitos brasileiros!) morrendo no interior sem atendimento de saúde, de que o

Governo tem responsabilidade de agir e de que é urgente ampliar a disponibilidade de médicos no País. Mas — pelo que o Estado oferece, pela precária estrutura existente nos Municípios, pelas melhores oportunidades que os grandes centros e hospitais privados ofertam e por outras variáveis — a maioria dos médicos não aceita trabalhar no interior. Este é o impasse.

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Para ter mais médicos próximos dos locais de moradia da população, o

Governo brasileiro anunciou que pretende atrair médicos estrangeiros para trabalhar nas regiões mais carentes do País, a fim de minimizar o déficit desses profissionais no interior.

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que é médico, descartou algumas medidas propostas, como a revalidação automática do diploma. Definiu a qualidade como critério fundamental para a contratação. E defendeu a vinda de profissionais, não somente cubanos, como se disse por muitos dias, mas também espanhóis e portugueses, que convivem com alto desemprego devido à crise econômica vivida por seu país. O Ministro também mostrou que muitos países têm políticas de atração de médicos formados no exterior. No Reino Unido, por exemplo, eles seriam 40% do total, enquanto no Brasil é somente 1%.

Pessoalmente, pela experiência que tive como Secretário de Saúde, e pelo que presencio no interior o meu Estado, defendo a saúde sem fronteiras. Não podemos admitir que brasileiros continuem morrendo sem atendimento médico. É importante prezar pela eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que o médico tenha competência e que consiga se comunicar com o paciente em português. Pronto.

A saúde requer decisões imediatas, pois estamos tratando da vida de pessoas. Então, que possamos contar com os 17 mil médicos formados por ano no

Brasil e também com os 6 mil médicos vindos de onde vierem.

Devo dizer, ainda, Sr. Presidente, quanto esta discussão é importante porque joga luz sobre a situação de milhões de brasileiros esquecidos e relegados a segundo plano em questões de saúde. Também mostra a situação dos médicos, os

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problemas que enfrentam. E mostra, por fim, a situação do Governo, que tem a obrigação de assegurar condições de saúde para a população, esta conjuntura adversa.

Cada dado apresentado nesta discussão ajuda a dar transparência ao tema e fundamentar mais ainda as decisões que precisam (precisam!) ser tomadas.

O debate nos é importante para buscar soluções e descartar, aos poucos, ideias como a de que a nacionalidade definiria a qualidade de um médico. Descartar também argumentos de que “o mercado brasileiro é para o médico brasileiro”, ou seja, assim como uma mercadoria para ser vendida em uma prateleira. Este absurdo eu ouvi na audiência pública, realizada aqui na Câmara, dia 15 de maio passado, que contou com a participação da Comissão de Seguridade Social e Família e de representantes dos Ministérios da Saúde, das Relações Exteriores, Conselho

Nacional de Saúde, Conselho Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e

Federação Nacional dos Médicos.

Da mesma forma que não é aceitável que a decisão sobre atendimento médico de saúde atenda a critérios de mercado, não é aceitável que a questão seja decidida somente pelo Governo e/ou pelas entidades corporativas médicas.

É necessário pensar em quem está precisando de saúde, neste momento, no interior. E que não tem perspectiva nenhuma de ter médico nos próximos 37 anos, segundo a projeção feita pela pesquisa que descrevi aqui anteriormente. É preciso ouvir essas pessoas. É preciso escutar as vozes desses brasileiros. É necessária a participação da sociedade neste debate.

Os médicos já falaram, o Governo já falou. Cada um apresentou suas razões, seus argumentos, suas discordâncias e anuências. Acho que seria o caso de,

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apresentando esses dados, ouvir o pronunciamento da população, especialmente a parte mais afetada, aquela que vive no interior e depende 100% do SUS. Ouvir os cidadãos brasileiros que estão na ponta do atendimento, a parte mais afetada pelo atendimento precário ou pela falta dele. Acho que falta isso para podermos concluir, com mais objetividade, o que deve ser feito.

Era isso, Sr. Presidente.

Obrigado.

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[CD85][CD86] O SR. PRESIDENTE (Paulo Foletto) - Com a palavra, pela ordem, o Deputado Leonardo Monteiro, por 1 minuto.

O SR. LEONARDO MONTEIRO (PT-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste pronunciamento que peço seja considerado como lido, parabenizo a Presidente Dilma Rousseff pelo pacto proposto e acordado com os Governadores e com a sociedade brasileira.

Dentre os cinco pontos destacados pela Presidenta Dilma, eu quero grifar o da reforma política. Vejo que são de fundamental importância esse debate sobre a reforma política no nosso País e a instalação de uma Assembleia Nacional

Constituinte exclusiva para discutir a reforma política, com o objetivo de reformar o

Estado brasileiro.

Sem dúvida nenhuma, temos várias leis importantes a serem votadas, mas a reforma política é imprescindível. É necessário democratizarmos o processo eleitoral e garantirmos o financiamento público de campanhas, para permitir que a população brasileira, seja rica, seja pobre, o trabalhador ou o empresário, possa participar do processo eleitoral.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Sr. Deputados, servidoras e servidores da Casa e dos gabinetes parlamentares, ouvintes da Rádio Câmara , telespectadores da TV

Câmara , a Presidenta Dilma Rousseff, em reunião com Governadores e Prefeitos de

Capitais, no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (24), propôs pactos em torno de pontos específicos. Um deles é a convocação de um plebiscito para a formação

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de uma Constituinte específica para a Reforma Política. Outro ponto é intensificar o combate à corrupção, com uma nova legislação que torne a corrupção dolosa crime hediondo. A nossa Presidenta ainda anunciou a criação do Conselho Nacional do

Transporte Público, com a participação da sociedade civil, e um novo aporte, de R$

50 bilhões, para obras de mobilidade urbana que privilegiem o transporte coletivo.

Também pediu um pacto com os governantes pela saúde, com a importação de médicos estrangeiros, além da criação de novas vagas de graduação e residência médica.

Dilma também voltou a pedir um pacto para que os recursos provenientes dos royalties do petróleo sejam dedicados integralmente para investimentos em educação, Sr. Presidente, por meio do Plano Nacional de Educação (PNE) em tramitação no Senado, que destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a área, além da destinação de 100% dos royalties do petróleo, mais 50% do Fundo Social extraído da camada pré-sal, para o financiamento da educação. Como bem destacou nossa Presidenta, nenhum país desenvolvido conseguiu evoluir sem aportes vultosos na educação.

Ao propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize um processo constituinte específico para a Reforma Política, Sr. Presidente, a Presidenta Dilma demonstra sensibilidade aos clamores do povo que está nas ruas, demonstrando que o Brasil está maduro para avançar. Antes mesmo dessa manifestação da nossa Presidenta, o Partido dos Trabalhadores, através do

Presidente Rui Falcão, já estávamos mobilizados para apresentar Projeto de Lei de iniciativa popular com proposta de Reforma Política, com um abaixo-assinado que

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ocorre em âmbito nacional. A nossa meta é de coletar 1,5 milhão de assinaturas, para que o Congresso Nacional vote o projeto.

A Reforma Política é fundamental para aprimorarmos e aprofundarmos nossa democracia, Sr. Presidente, fortalecendo os partidos e reduzindo a influência do poder econômico nas eleições. Por isso, nós, do Partido dos Trabalhadores, elegemos como prioritários o financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais, o voto em lista preordenada, o aumento da participação popular e a maior participação das mulheres na vida pública.

Temos a convicção de que é possível e necessário avançar. A Presidenta

Dilma Rousseff deu um grande passo nesse sentido. Agora é a oportunidade para que faça o mesmo o nosso povo, que tanto tem-se manifestado a favor de mudanças que melhorem o nosso País.

Muito obrigado.

O Sr. Paulo Foletto, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Mário Heringer, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno.

[CD87]

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O SR. PRESIDENTE (Mário Heringer) - Com a palavra o Deputado Eleuses

Paiva por 3 minutos.

O SR. ELEUSES PAIVA (PSD-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna no dia de hoje para registrar minha perplexidade — acho que esse é o termo correto — diante do capítulo saúde do discurso de ontem da Presidente da República.

É um absurdo que a assessoria da Presidente a assessore mal a ponto de submetê-la ao ridículo, com propostas que nós sabemos que não vão resolver o problema do setor.

Sr. Presidente, é um absurdo abrir as fronteiras deste País para médicos despreparados e incompetentes virem atender a nossa população carente. Sim, carentes, porque é nas periferias e nas pequenas cidades que está essa população.

Vão trazer qualquer tipo de médico.

Na[CD88] realidade, nem é preciso de mais médicos com essa teoria de se criarem dois modelos de saúde, um modelo para ricos e um para pobres. Não é esse, Sr. Presidente, o Brasil que nós queremos. E falo como cidadão — não sou

Deputado da Base nem da Oposição — que não aceita essa indignidade contra a nossa população.

Os médicos estão, isto sim, mal distribuídos pelo País. Por quê? Porque ainda não temos, Sr. Presidente, um vínculo fixo. Estamos lutando nesta Casa para aprovar uma PEC que cria a carreira de Estado, com concursos federais, negados pelo Sr. Ministro, que alega que isso não vai resolver o problema. Como então vamos resolver o problema? Com médico brasileiro, qualificado, aprovado em concurso para uma carreira de Estado, semelhante ao que já tivemos na

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Magistratura, no Ministério Público. Nós temos condições de fazer isso, Sra.

Presidente Dilma. E não bastam médicos, porque nós não temos curandeirismo neste País. Precisamos também de gerenciamento na Saúde.

Eu quero que amanhã, aqui na frente do Congresso, diante dos mais de 100 mil manifestantes que virão, o Sr. Ministro diga onde ele pôs os 17 bilhões de reais da Saúde que ele não empenhou, que ele não teve competência para empenhar.

Isto, sim, é um crime. Para mim, crime hediondo.

Sra. Presidente, seus Ministros, em vez de se sentar e trabalhar em prol deste

País, estão fazendo campanha política, pensando só no lado pessoal. Não é isso que os médicos e a sociedade deste País querem.

[CD89] Eu espero, Sra. Presidente da República, que se abra sim uma grande discussão sobre a saúde, porque temos propostas concretas, como o exame

Revalida, que garante a competência dos profissionais médicos. Assim fizeram os

Estados Unidos, que levam para lá os melhores profissionais de saúde. É isso o que nós queremos para o nosso País. Queremos competência no trato público.

Eu acredito, Sra. Presidente da República, que a senhora irá receber as nossas entidades, os Parlamentares que discutem saúde, e refletir sobre a criação de um projeto digno para este País.[CD90]

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[CD91] O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Mário Heringer, que dirige os nossos trabalhos neste momento, quero agradecer ao Deputado Reguffe, que teve a gentileza de permitir que se estenda por 3 minutos o Pequeno Expediente, e quero conversar com os colegas que estão em plenário e com aqueles que estão acompanhando a repercussão da nossa sessão.

Eu tenho profundo respeito pelos movimentos que estamos acompanhando nos últimos dias e que nos colocam sob reflexão profunda, para que a política que representa a população brasileira, no seu governo legislativo, que é o Congresso

Nacional, possa ter cada vez mais sintonia com essas demandas. Seria um sinal de absoluta insensibilidade nossa não perceber que as reivindicações são muitas, mas que, evidentemente, uma delas pede uma política melhor.

[CD92] Como todos sabem, há 2 anos e meio, com a ajuda de muitos dos colegas, dedico-me à função de Relator da proposta de reforma política na Câmara

Federal. Há uma proposta — e não me aventuro a dizer que seja a ideal — que poderá receber, e receberá, críticas neste plenário, mas, conforme eu disse ontem e repito, Deputado Mário Heringer, o que a Câmara não pode fazer, do meu ponto de vista, é continuar negando a votação da reforma política neste plenário. As emendas deverão aparecer, as opiniões diferentes dos partidos aparecerão, e serão disputadas democraticamente.

Ontem, em entrevista, eu dizia de uma convicção que tenho, Deputado

Reguffe: a de que, se formos escolher um dos piores sistemas políticos do mundo, no que diz respeito a financiamento de eleições, o Brasil competirá, com grande possibilidade de ser considerado um dos piores do mundo, pelo abuso do poder

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econômico, pela força do dinheiro e pelo financiamento cada vez maior de empresas na política brasileira.

Nobres colegas, estou começando agora a coletar a assinatura de cada um dos senhores em requerimento de urgência para a votação da reforma política o quanto antes neste plenário. Nós podemos e devemos votar com rapidez essa reforma. As opiniões têm que aparecer neste plenário.

[CD93] Ontem, a Presidenta Dilma Rousseff colocou para debate nacional a opinião dela como Presidenta da República. Na visão que tenho, S.Exa. apresentou esta posição: se não tivermos outra forma de votar a reforma política, que construamos uma Constituinte exclusiva, depois de consultada a população por meio de plebiscito.

Mas o primeiro passo, para o qual quero convidar este Plenário, é assinar este requerimento de urgência, a fim de votarmos o relatório, que eu me disponho a rediscutir com todas as bancadas, Sr. Presidente. Disponho-me a passar de bancada em bancada, de novo, para aperfeiçoá-lo ainda mais.

Mas sinto que, com o recado que recebemos das ruas, chegou a hora de votarmos a reforma política. E votá-la no que tem de estrutural: o financiamento da democracia, o sistema eleitoral, a transparência nos gastos, a ampliação da participação da população através da Internet e das redes sociais, qualificando a nossa democracia, que pode e dever ser melhor do que é.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Mário Heringer) - Muito obrigado, Deputado Henrique

Fontana.[CD94]

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O SR. PRESIDENTE (Mário Heringer) - Passa-se ao

V - GRANDE EXPEDIENTE

Com a palavra o Deputado Reguffe, do PDT do Distrito Federal.[CD95]

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[CD96] O SR. REGUFFE (PDT-DF. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Parlamentares, nos últimos 10 dias, o Brasil viveu uma verdadeira revolução vinda das ruas deste País. A população, depois de acompanhar à distância durante muito tempo, resolveu ir para as ruas. E, conforme falei na semana passada em alguns pronunciamentos, isso é algo extremamente positivo.

A nossa democracia representativa, Sr. Presidente, está em crise. Nós vivemos num Estado Democrático de Direito, mas não vivemos num estado democrático de fato, porque as pessoas não se consideram representadas por seus representantes legalmente constituídos. Isso é muito grave.

[CD97] Quero registrar a minha satisfação, a minha esperança, o meu alento com as manifestações ocorridas neste País inteiro. Agora, quero dizer que estamos vivendo um momento muito grave, muito grave, Sr. Presidente, um momento de criminalização da atividade política, e nada pior pode ser feito para a própria sociedade do que a criminalização da atividade política.

Reconheço que os exemplos que temos são péssimos e levam à indignação que estamos acompanhando nas ruas, mas o pior mal que a sociedade pode fazer a ela mesma é criminalizar a atividade política, porque ela vai expulsar da política a pessoa de bem; porque o bandido justifica tudo isso no dinheiro sujo que ganha, mas, para a pessoa de bem, é muito duro ter que provar, o tempo todo, que é honesta. É duro ter que provar isso. O político hoje é desonesto até que prove o contrário, todos os dias. Isso fará com que as pessoas de bem estejam fora da política e não queiram entrar nela, e fará com que as pessoas de bem que estão dentro da política pensem em sair. Isso é muito grave.

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E por que a nossa democracia está em crise? Isso é culpa dos personagens, por desvios éticos inaceitáveis, mas isso também é culpa do sistema. Por[CD98] isso, temos que mudar o sistema. Nós somos o Parlamento deste País, temos que ter responsabilidade de mudar este sistema.

Eu concordo com todas as reivindicações que estão sendo feitas pelos manifestantes nas ruas. Todas elas já foram objeto de pronunciamento meu nesta tribuna. Agora, o que vai mudar este País, o que vai mudar a política deste País é uma reforma política profunda. E é responsabilidade deste Parlamento fazê-la.

No ano de 2011, vim a esta tribuna apresentar as sete propostas para uma reforma política que protocolei na Comissão Especial de Reforma Política desta

Casa, Comissão Especial que não teve o seu relatório votado. As minhas propostas estão lá. Foram as sete propostas protocoladas no ano de 2011, conforme, aliás, constavam no meu panfleto de campanha e, aliás, foram debatidas com meus eleitores na campanha eleitoral. Aqui sou apenas um representante do que escrevi no meu panfleto de campanha.

E quais são essas propostas? Quero listar as sete, para deixá-las como contribuição para este debate. Se elas não vão passar, isso faz parte da democracia. Democracia é isso. Contudo, não serem debatidas, não serem deliberadas, não serem votadas, isso é grave, Sr. Presidente. E nós estamos em

2013.

Quais são as propostas que, em minha opinião, mudariam a cara da política deste País? A primeira delas, o fim da reeleição para cargos do Executivo e o limite de uma única reeleição, no máximo, para cargos do Legislativo, para que a política fosse um serviço, e não uma profissão, para que se desse chance a mais gente,

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para que o sistema fosse constantemente oxigenado, renovado. A[CD99] proposta passaria a valer a partir da próxima Legislatura, para não tirar o direito de ninguém que foi eleito com o direito à reeleição.

Segunda proposta. Instituição do voto facultativo e fim do voto obrigatório neste País. Hoje muitas pessoas votam sem fazer a reflexão devida, que esse gesto precisa e merece. Acaba que se vota em qualquer um e desvaloriza o papel do voto.

O voto facultativo, além de mais democrático, vai exigir da classe política outra postura: a de tentar convencer os eleitores por ideias, por propostas, porque só o convencimento dessas ideias e dessas propostas vai levar o eleitor às urnas.

Terceira proposta. Instituição do voto distrital neste País — dividir o Estado em distritos. Cada distrito passa a eleger um Deputado. Hoje há uma distância enorme entre representantes e representados. É preciso diminuir essa distância, trazer a política para perto do cidadão, tornar a política mais acessível ao cidadão comum. É preciso que se faça isso, inclusive para baratear o custo da campanha.

Hoje a pessoa, para ser candidata, tem que fazer campanha no Estado inteiro.

Bastará fazer numa área geográfica desse Estado. Diminuir a área geográfica da campanha barateia a campanha, torna a política e a campanha mais acessíveis ao cidadão comum.

E mais, nós tivemos, no Estado de São Paulo, 1.131 candidatos a Deputado

Federal na última eleição. Qual é o debate que temos numa eleição com 1.131 candidatos?

[CD100] No Distrito Federal, foram 855 candidatos a Deputado Distrital na

última eleição. O coitado passa a campanha inteira tentando ficar conhecido, tentando fazer com que conheçam seu nome. Se ele não consegue fazer o seu

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nome ficar conhecido, que dirá suas ideias. Qual é o debate que se tem com 855 candidatos? Nenhum. Ou seja, há uma despolitização do processo eleitoral e uma desideologização da política. É preciso mudar isso.

O voto distrital vai politizar as eleições — vai haver debate, vai haver contraditório — e vai trazer a política para perto do cidadão.

Quarta proposta. Instituição de um sistema de revogabilidade de mandatos.

Quem quiser ser candidato a um cargo eletivo terá que registrar suas propostas e compromissos na Justiça Eleitoral, que, por sua vez, vai publicar no seu site , na Internet, as propostas e os compromissos do candidato registrado. Uma vez eleito, qualquer eleitor — tendo votado nele ou não — poderá entrar na Justiça e pedir o mandato dele de volta, se ele não tiver cumprido qualquer um daqueles compromissos assumidos na campanha.

Se um candidato a Deputado coloca na campanha que vai defender a redução da carga tributária e depois vota um projeto que aumenta a carga tributária

— seja criando um novo tributo, seja aumentando uma alíquota de imposto —, ele perde o mandato. Por quê? Porque ali ele é só um representante.

[CD101] Se um candidato a Governador disser que vai construir um novo hospital, em tal lugar, com 200 leitos, e que o entregará em até 1 ano, mas não o entregar em até 1 ano, ele não cumprirá os outros 3 anos, porque assumiu o compromisso de entregar o hospital em até 1 ano. Qual o objetivo disso? Fazer com que os eleitores tenham a garantia legal de que o mandato é para cumprir essas promessas, essas propostas e esses compromissos. Em um ponto futuro, os eleitores vão começar a votar mais nas propostas e nos compromissos e menos, simplesmente, nas pessoas. Isso, Sr. Presidente, vai melhorar nossa democracia

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representativa, nosso sistema político; os eleitores vão começar a exigir compromissos mais objetivos e claros dos candidatos, e os candidatos vão ter que oferecer compromissos objetivos e claros.

Quinta proposta. Proibir a doação privada em campanha política e instituir o financiamento exclusivamente público de campanha.

Muita gente dirá: “Mas vão dar dinheiro ao político? Que coisa de doido!” Vai ser o dinheiro mais bem investido da história deste País. Isso vai fazer com que haja uma representação política independente dos favores e dos financiamentos de campanha.

Agora, a minha proposta é diferente da que está sendo debatida. Se for dado dinheiro diretamente ao candidato ou ao partido político, pode ter gente que vire candidato só para ganhar dinheiro. Se hoje tem gente que é candidato só para alugar ou vender um tempo de televisão, que dirá para ganhar dinheiro diretamente.

[CD102] A minha proposta funcionaria assim: a Justiça Eleitoral faria licitações.

A gráfica que ganhar em determinado lugar vai imprimir os panfletos de todos os candidatos àquele determinado cargo, naquele determinado lugar, com igual quantidade para todos, com o mesmo formato. A pessoa vai ter que ganhar no conteúdo, nas propostas. A produtora de televisão que ganhar vai gravar o programa de todos os candidatos àquele determinado cargo, naquele determinado lugar, com o mesmo fundo. O candidato vai ter que ganhar no conteúdo, nas propostas, no convencimento. A campanha poderá ficar mais chata, mas será mais democrática, menos desigual.

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Sexta proposta, Sr. Presidente. Eu a protocolei na Comissão Especial de

Reforma Política, em 2011, nesta Casa, e vim a esta tribuna, em 2011, também para apresentá-la. Possibilidade de candidaturas avulsas sem filiação partidária.

Se a pessoa quiser se filiar a um partido político, tudo bem; mas se ela não acredita em nenhum partido — e as pesquisas dizem que a maioria da população brasileira não acredita em partido nenhum —, ela não pode ter a sua cidadania castrada. Cidadania plena é poder votar, mas também ser votado. Daí a possibilidade de candidaturas avulsas sem filiação partidária. Na Itália existem as listas cívicas; nos Estados Unidos, os candidatos independentes. É democrático que, se a pessoa não acredita em partido nenhum, ela possa também colocar as suas ideias, para também poder virar um representante. Isto é democrático.

Coloquei apenas um filtro. A pessoa, para ser candidato, vai ter que recolher 1% de assinaturas daquele eleitorado que vai disputar, para que também tenhamos um filtro nas inscrições dos candidatos.

[CD103] A sétima e última proposta é a que preza pela separação dos Poderes, de acordo com o que está na nossa Constituição Federal.

Hoje, a pessoa se elege Deputado e, muitas vezes, vai ser Ministro de

Estado, vai ser Secretário de Estado, sem consultar o eleitor que o elegeu.

Eu não estou propondo nada original. Se a pessoa quiser ir para o Executivo, pode ir, mas teria que renunciar ao mandato. Eu não estou propondo nada original.

Nos Estados Unidos, quando o Presidente Barack Obama convidou a então

Senadora Hillary Clinton para ser Secretária de Estado, equivalente a Ministro das

Relações Exteriores aqui no Brasil, ela teve que renunciar ao mandato de Senadora pelo Estado de Nova Iorque para assumir o cargo no Poder Executivo.

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Isto é uma forma de prezar pela separação dos Poderes. A pessoa não pode estar num dia no poder fiscalizador, no outro no fiscalizado e no dia seguinte no fiscalizador de novo.

Brasil afora se faz maioria nas Câmaras de Vereadores, nas Assembleias

Legislativas, enchendo-as de suplentes. Não! Tem que separar. Ou vai para o

Executivo ou vai para o Legislativo. Se quiser se eleger Deputado e depois quiser ser Secretário de Estado ou Ministro de Estado, problema nenhum, mas terá que renunciar ao mandato.

Então, Sr. Presidente, estas são as minhas sete propostas, humildes propostas, como eu as considero, que posso dar como contribuição para a melhoria do nosso sistema político, da nossa democracia representativa, que as ruas estão dizendo que está falida.

Nós temos que mudar. Isto é responsabilidade deste Parlamento.

[CD104] O Sr. Júlio Delgado - Nobre Deputado Reguffe, gostaria de fazer um aparte a V.Exa.

O SR. REGUFFE - Concedo um aparte ao Deputado Júlio Delgado.

O Sr. Júlio Delgado - Eu estava no meu gabinete e vi quando V.Exa. veio à tribuna para abordar todos esses temas que agora estão sendo divulgados na imprensa, Deputado Reguffe, e ontem, principalmente, depois da reação do Governo em função das manifestações ocorridas. Quero, primeiro, concordar com V.Exa. e, segundo, dizer que estão querendo inventar a roda, e parece que a roda já existe há alguns mil anos. V.Exa., Deputado Reguffe, junto com outros Deputados do PDT foram autores de uma proposta de plebiscito para consulta popular. Isso já tramita aqui na Casa, e não é o primeiro projeto, não! Há mais de 10 projetos nesta Casa

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que pedem um plebiscito de consulta popular sobre o que querem da reforma política. Quando a população ficar sabendo que financiamento público é o imposto que vai pagar às campanhas eleitorais... Eu não sei se é isso o que a sociedade quer. Eu não sei se é isso o que a população que foi às ruas quer. Essa não foi a pauta da reivindicação. Eu não sei se V.Exa. sabe, Deputado Reguffe, que, em

2005, eu apresentei um projeto aqui nesta Casa que torna crime hediondo todos os crimes contra a administração pública. Esse projeto recebeu parecer contrário em algumas Comissões; a maioria delas era composta de Deputados da base. A proposta apresentada ontem pela Presidenta Dilma tem exatamente o mesmo teor do meu projeto. Então, nós temos aqui Parlamentares que pensam o País, que estão sintonizados com a sociedade. Queremos votar contra a PEC 37. Algumas pessoas vieram, nessas manifestações, nos perguntar: “Como vai ser a sua posição em relação à PEC 37? Não à PEC 37!” Há muitos Deputados aqui contrários à PEC

37. Então, eu quero parabenizar V.Exa. por abordar esse tema, exatamente no momento em que esta Casa se transforma na caixa de ressonância de todos os sentimentos. Como se as mazelas existissem apenas nas nossas Comissões, como se nós não estivéssemos trabalhando em alguns desses pontos pedidos pela sociedade, mas fugindo de outros, como a reforma administrativa, a criação de 39

Ministérios...Essas[CD105] também são questões que a sociedade quer discutir, os gastos públicos, não é isso? Acho que são pautas importantes que o Congresso

Nacional, que a Câmara dos Deputados, que é a representação do povo brasileiro, que foi às ruas, deve discutir. Devemos discutir com maturidade a Lei de Segurança e mesmo a maioridade penal — que eu e V.Exa., a princípio, temos posição contrária. Mas temos que ter a maturidade de discutir, porque é clamor que vem das

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ruas. Então, quero parabenizar V.Exa. por abordar esses temas e dizer que os pontos da reforma política que V.Exa. aqui traz são pontos que a sociedade já discutiu nos mais diversos projetos. Tenho certeza de que V.Exa., pelo povo do

Distrito Federal, e eu, pelo povo de Minas Gerais, e um número enorme de

Deputados, temos esse mesmo sentimento de discutir o que pede a voz das ruas e não projetos de interesse só do Executivo. Discutimos aqui medidas provisórias, mas não votamos, por exemplo, o Fundo de Participação dos Estados, a divisão do pacto federativo, mais recursos para os Municípios, mais recursos para a saúde e a educação. E precisamos questionar os gastos excessivos em eventos que foram, sim, financiados com recursos — arrecadados com muito sacrifício — de Municípios, de Estados e também do Governo Federal. Parabéns a V.Exa.

O SR. REGUFFE - Obrigado, Deputado Júlio Delgado.

Concedo um aparte agora ao Deputado Severino Ninho.

O[CD106] Sr. Severino Ninho - Deputado Reguffe, eu assino embaixo dos sete itens da proposta de V.Exa. — se fossem colocados em votação amanhã, eu votaria a favor de todos eles. Não é à toa que V.Exa., proporcionalmente, foi o

Deputado mais votado deste País. O Deputado Tiririca foi o mais votado em números absolutos; em números proporcionais, V.Exa. é o Deputado que teve o maior número de votos. V.Exa. conquistou essa votação por sua coerência na

Câmara Distrital e aqui está demonstrando a mesma linha, os mesmos compromissos. Em 2011, V.Exa. apresentou essa proposta de emenda à

Constituição, uma reforma política profunda que mexe com os vícios, com tudo de ruim que há no sistema eleitoral brasileiro. Como disse hoje a ex-Ministra Marina

Silva, a classe política não legisla contra ela mesma. E ela disse uma frase que

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muito me fez pensar: “Enquanto os políticos forem uma classe dissociada do povo, o

País não vai mudar”. Então, Deputado Reguffe, parabenizo V.Exa., um dos

Deputados que mais admiro nesta Casa por sua coerência e por sua coragem em assumir pontos de vista polêmicos, que contrariam os interesses de muitos que estão aqui. A resposta que a Nação quer de nós são posições da estirpe da que

V.Exa. nos apresentou. Muito obrigado.

O SR. REGUFFE - Concedo um aparte ao Deputado Isaias Silvestre.

[CD107] O Sr. Isaias Silvestre - Deputado Reguffe, gostaríamos de parabenizá-lo pela representatividade de V.Exa. no Distrito Federal. E nós estamos aqui numa crise realmente de representatividade, porque não houve consistência para a reforma política, que vem desde 2003 como promessa — não só para ela, mas também para as reformas tributárias e as reformas trabalhistas. Elas foram fatiadas, e isso encheu o pote. A população está indo às ruas porque ela não acredita mais nas promessas. E, para hoje, nós temos pautados a PEC 37, o FPE, os royalties — todos pautados para esta noite. Eu pergunto: é essa a solução que vai resolver o problema dessa massa enfurecida com dever de casa não feito?

Porque a massa está reclamando exatamente do dever de casa não feito. Fomos pautados aqui e não cumprimos a agenda de legitimidade que nós temos. Ela não foi pautada. Por quê? Porque fomos pautados de fora para dentro. Agora, não podemos pagar por essa ingerência. Mas queremos parabenizá-lo por sua proposta.

Eu acho que as primeiras medidas que têm de ser tomadas nesta Casa são a reforma política e a reforma tributária, que está matando os Municípios. O munícipe está sofrendo com a falta de hospitais, mas nós não opinamos sobre a reforma, sobre a construção de estádios. Não fomos consultados, agora não podemos pagar

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a conta. O dinheiro existe, existiu, mas foi pelo ralo. Nós temos que tomar uma decisão, temos que fazer agora o dever de casa, dar a mão à palmatória, para que nós possamos produzir para o cidadão que nos colocou aqui. Ele quer uma solução.

E agora temos que nos unir para que possamos ter uma pauta comum. Parabéns,

Deputado, e muito obrigado.

[CD108] O SR. REGUFFE - Obrigado, Deputado Isaias.

Concedo um aparte ao Deputado Mário Heringer.

O Sr. Mário Heringer - Companheiro Reguffe, V.Exa., nosso amigo do PDT,

é uma referência em nosso partido. Em rápidos segundos, quero parabenizá-lo por sua fala. É claro que vamos divergir de uma coisa ou outra em sua proposta, mas com certeza V.Exa. está apresentando aqui o que o povo brasileiro está querendo: soluções definitivas — não soluções de urgência para sanar fogo em beirada de saia, como se diz na minha terra. E há como pensar que, fazendo hoje esse mutirão que nos fará entrar pela madrugada, resolveremos o problema do Brasil. Eu acho que as sete propostas que V.Exa. fez podem ser o grande caminho para se começar uma discussão com relação à reforma política — mas uma discussão feita nesta

Casa, com a legitimidade desta Casa, porque, de outra maneira, não vai dar certo.

Parabéns pelo seu pronunciamento. Saiba que V.Exa. continua tendo um grande admirador na sua bancada do PDT.

O SR. REGUFFE - Obrigado, Deputado Mário Heringer.

Sr. Presidente, para finalizar, eu quero dizer que essa é a contribuição que eu discuti com os meus eleitores, na minha campanha. Eu coloquei no meu panfleto de campanha essas sete propostas. E gostaria que esta Casa as deliberasse, que as colocasse em votação, que grave é que desde 2011 elas não tenham sido debatidas

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e votadas. Se vão passar ou não, isso faz parte da democracia, do Estado

Democrático de Direito. Agora, não votar é algo muito grave.

Sr. Presidente, quero voltar a dizer duas coisas que disse no início do meu pronunciamento. A primeira é que concordo com todas as reivindicações das ruas.

Todas elas já foram objeto de pronunciamentos meus aqui neste plenário.

Agora[CD109], para mudar a cara da política deste País, para mudar o País precisamos de uma reforma política profunda. E esses são os sete pontos objetivos que acho que mudariam a cara da política do Brasil.

A segunda é que peço às ruas que critiquem, que mantenham a indignação

— o País está desse jeito porque muita gente deixou de se indignar ao longo do tempo —, mas que não criminalizem a atividade política. A atividade política é algo nobre, decente, e nós precisamos resgatar o seu valor. A sociedade não sabe o mal que vai fazer a si mesma se criminalizar uma atividade importante para ela, importante para defendê-la, uma atividade que não vem sendo bem exercida, mas é importante.

Muito obrigado.

O Sr. Mário Heringer, § 2º do art. 18 do Regimento

Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada

pelo Sr. Simão Sessim, 2º Secretário.

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[CD110] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Antes de passar a palavra ao segundo orador do Grande Expediente, concedo a palavra ao Deputado Dr. Carlos

Alberto, para uma Comunicação de Liderança, pelo PMN.

S.Exa. disporá de 5 minutos.

O SR. DR. CARLOS ALBERTO (PMN-RJ. Como Representante. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a corrupção tem que ser crime hediondo.

É minha opinião que crimes de corrupção têm que ser qualificados como crimes hediondos, porque afetam a vida e o destino de toda a nossa população, condenando nossos cidadãos à morte nos hospitais subaparelhados, à pobreza pela falta de educação de qualidade, à dificuldade de locomoção e aos serviços de baixa qualidade, entre tantas outras carências.

[CD111] Venho levantando a bandeira de combate à corrupção desde antes de assumir meu mandato, mas aponto minha defesa em abril de 2012, junto ao então

Presidente da Câmara, Deputado Marco Maia, de que se abrisse uma CPI da

Corrupção que investigasse este crime em todas as esferas da administração pública. Registrei tal fato no meu blog à época, o que pode ser verificado em: http://carlosalbertolopesrj.blogspot.com.br.

Antes de defender a tese de que a corrupção deve ser considerada crime hediondo, já tentada em inúmeras vezes, sem êxito, talvez precisássemos definir, ou relembrar, o que significa a palavra “hediondo”, para, ao final, sabermos se ela tem alguma analogia com a malfadada corrupção, que se espalha perigosamente em nosso País.

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“Hediondo” vem do latim e significa o que cheira mal; são práticas horrendas, repugnantes, imundas, sórdidas e nojentas.

A nossa Constituição define como “crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos” e determina que mandantes e executores respondam pelo crime. São crimes hediondos hoje: homicídio por grupo de extermínio, estupro, extorsão mediante sequestro, atentado violento ao pudor, epidemia com resultado de morte, falsificação ou adulteração de remédios, genocídio tentado ou consumado.

Alguns juristas dizem que crimes hediondos são aqueles cometidos contra os bens que são protegidos pela Constituição Federal; um dos bens que a Constituição deve proteger e guardar é a vida.

Pergunta-se: a corrupção praticada contra a saúde, a educação, a segurança, a habitação, os transportes e todas as demais atividades realizadas pela administração pública, nos três níveis da Federação (federal, estadual e municipal) e nos três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), não deve ser tipificada como crime hediondo? Claro[CD112] que sim.

De acordo com o Código Penal, pratica o crime de corrupção quem oferece ou promete vantagem indevida a funcionário público, para obrigá-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício. O Código também tipifica a conduta passiva, que ocorre quando o agente solicita ou recebe, em razão da função que exerce na administração pública, vantagem indevida, ou simplesmente a promessa dela.

É imprescindível e urgente que iniciemos um debate sério, baseado na participação popular e não somente na opinião dos representantes eleitos para esta

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Casa, da promoção do crime de corrupção à categoria de hediondo, com punições severas e sanções financeiras (inclusive com a devolução ao Erário de valores subtraídos) tanto para corrompidos quanto para corruptores.

Ponderada a juridicidade que o tema requer, diante da crescente prática desse verdadeiro câncer nacional que é a corrupção, que se alastra a cada dia, conforme as demandas recentes no Supremo Tribunal Federal; diante do clamor nacional que se faz ouvir no presente momento; diante das práticas horrendas, repugnantes, imundas, sórdidas e nojentas que, conforme se definiu acima, levam à morte e condenam à pobreza a nossa população, é inadiável que insiramos na Lei

Federal nº 8.072, de 1990, a categorização da corrupção como crime hediondo, alterando também, nesse sentido, o Código Penal Brasileiro, eis que este é hoje, talvez, o maior problema de nossa Nação.

Sr. Presidente, quero pedir que o meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa, no Jornal da Câmara e no programa A Voz do

Brasil .

Para finalizar, acrescento o seguinte: nesse sentido, nós não podemos prescindir da participação do Ministério Público nas ações desvirtuadas dos órgãos da administração pública brasileira, sobretudo as improbidades administrativas, que tanto têm prejudicado o povo brasileiro.

Muito obrigado.[CD113]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Deputado Ricardo Izar, o Deputado

Edinho Bez está participando, como representante da Câmara e do partido, de seminário no Tribunal de Contas sobre a Lei das Licitações. S.Exa. quer apenas fazer um registro, em 30 segundos. Consulto V.Exa. a respeito da solicitação.

(Pausa.)

Deputado Edinho Bez, o Deputado Ricardo Izar concordou. Tem V.Exa. a palavra.

O SR. EDINHO BEZ (PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, com a aquiescência do Deputado Ricardo Izar, nosso amigo, quero registrar que o Prefeito de Joinville tomou a iniciativa, antes das manifestações, de diminuir a tarifa da passagem de ônibus. Quero dizer que muitas vezes não é só dinheiro o problema, e sim gestão pública.

O novo valor entra em vigor no dia 1º de julho. Passa de R$2,90 para R$2,80 o preço da passagem comprada antecipadamente. A redução do valor foi tratada antes do movimento.

Quero cumprimentar e parabenizar pela atitude o grande Prefeito Udo.

Obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, tomo a palavra nesta oportunidade para falar, em tempos de tantas manifestações Brasil afora, iniciadas no último dia

15 de junho com a justificativa inicial da necessidade de redução de tarifas de

ônibus, mas não somente por isso, que Joinville saiu na frente na redução das tarifas de ônibus.

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Um decreto da Prefeitura de Joinville, no Norte de Santa Catarina, baixado anteriormente ao início das manifestações, reduziu o valor da passagem do transporte coletivo em R$0,10. A norma foi assinada na última quinta-feira, dia 13 de junho, pelo prefeito Udo Döhler, e entra em vigor a partir de 1º de julho, quando haverá redução de R$2,90 para R$2,80 no preço da passagem comprada antecipadamente e de R$3,30 para R$3,20 para quem paga o valor dentro do

ônibus. A redução do valor já é a segunda realizada pelo atual Governo de Joinville.

A primeira foi anunciada no primeiro dia de administração do Prefeito.

Além da redução, o decreto assinado estabelece que as passagens adquiridas de forma antecipada devem manter a validade até a capacidade do cartão com o carregamento anterior ao decreto ser exaurida.

Entre maio de 2009 e dezembro de 2012, a passagem de ônibus aumentou

R$0,95 em Joinville para os usuários que pagam o valor antecipadamente. Para a passagem embarcada o aumento foi de R$0,85.

Vale lembrar que a atitude do companheiro Udo Döhler, Prefeito de Joinville, em Santa Catarina, foi determinada bem antes das movimentações pelo Brasil afora de uma grande parcela da população que espera mudanças profundas, como as reformas política e tributária, qualidade na segurança pública e na Previdência, além de uma atenção especial às áreas de saúde, educação, infraestrutura nacional, em especial no que diz respeito à mobilidade urbana, entre outras.

Parabéns, Prefeito, pelas iniciativas tomadas nos últimos 6 meses!

Era o que tinha a dizer.[CD114]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Deputado Toninho, nós estamos no

Grande Expediente. O segundo e último orador — só há dois — já está na tribuna.

Se S.Exa. permitir que V.Exa. faça o registro urgente que quer fazer, eu autorizo.

(Pausa.)

O SR. TONINHO PINHEIRO (PP-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Muito obrigado, Deputado. E muito obrigado, Presidente.

Eu só queria deixar um alerta aqui, Sr. Presidente. Será que nós Deputados não valemos nada, não servimos para nada? O momento é de diálogo. A Presidenta

Dilma está dialogando com os manifestantes. Seria importante que V.Exa. tomasse a providência de trazê-la aqui, para que nós também pudéssemos dialogar com ela.

Também somos pessoas de bem. Temos sido bons para o Brasil. Há muitas pessoas de bem aqui que querem dialogar com a Presidenta.

Muito obrigado.[CD115]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao segundo orador do Grande Expediente, meu amigo e colega Deputado Ricardo Izar.

V.Exa. dispõe de 25 minutos.

O SR. RICARDO IZAR (PSD-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que nos acompanham pela Rádio Câmara e pela TV Câmara , primeiramente, eu gostaria de fazer um registro especial sobre meu saudoso pai, Ricardo Izar, eleito seis vezes Deputado Federal, quatro vezes

Deputado Estadual e Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar desta

Casa por dois mandatos.

Meu pai acabou falecendo de forma prematura — ainda tinha muitos projetos e ideais a realizar. Suas palavras, sua honestidade e seu espírito público certamente ficarão marcados na minha mente e no coração daqueles que o admiravam.

Nasci em meio à política e desde pequeno ouvia meu pai dizer que a maior riqueza que uma pessoa podia ter era o seu nome limpo. Os seus ensinamentos marcaram a minha vida, e até hoje pauto as minhas decisões nesse princípio.

Consegui chegar, com muito orgulho, à Presidência — por ele já ocupada — do

Conselho de Ética e Decoro Parlamentar desta Casa.

Eu me lembro do meu pai muito desacreditado com a decadência, o descrédito de valores desta Casa, quando o Conselho de Ética condenava os envolvidos nos casos do mensalão e dos sanguessugas e o Plenário os absolvia, porque o voto não era aberto. Aliás, o[CD116] voto secreto é algo que tem que ser mudado nesta Casa. O eleitor precisa ter o direito de saber como o seu representante vota aqui dentro, no plenário.

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Acompanhei com muita cautela o pronunciamento de ontem da Presidenta

Dilma e fiquei estarrecido. Ela propôs, entre outras coisas, a realização de um plebiscito para a convocação de uma assembleia constituinte voltada exclusivamente para a reforma política. Além de inconstitucional, é caro e significa mais custos para o Estado. Sem dúvida alguma, temos outros mecanismos de alteração da Constituição brasileira, que são as chamadas PECs.

O que está acontecendo hoje é a falta de vontade política do Governo

Federal. O que a Presidente queria mostrar em seu discurso é um populismo já em decadência, isto é, quer estar em sintonia com as vozes das ruas, mas essa não é a melhor opção.

As recentes manifestações acaloradas que estamos vendo servem de termômetro para analisarmos o que realmente está acontecendo. A sociedade não está satisfeita com os resultados da política governamental. Não concordamos com vandalismos ou atos que maculem atitudes cidadãs. Porém, não podemos fechar os olhos para a realidade atual: pessoas morrendo nos corredores dos hospitais à espera de leito para a realização de uma simples cirurgia, por exemplo.

Nesse viés, faço uma pergunta aos nobres Parlamentares: não seria um contrassenso propor mais um gasto com a realização de um plebiscito, de que já sabemos o resultado? A vontade popular já está explícita. O povo brasileiro não suporta mais o sistema político atual, que já está falido e propicia a corrupção e a continuidade dos maus políticos, daqueles sem nenhum compromisso com o País. A carga tributária está elevada, os serviços públicos são precários, sobretudo os de saúde, transporte e educação.

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[CD117] Sr. Presidente, temos outras coisas para pensar antes de convocarmos um plebiscito para debatermos a reforma política. Este é um tema bem amplo e existem pontos sem acordo e que precisam, primeiramente, ser resolvidos internamente. O caso da lista fechada, por exemplo, é um deles, pois é um quesito defendido abertamente pelo Governo e significa perpetuar no poder os mesmos caciques da política nacional. Votar na lista fechada significa dizer: quem comanda o partido vai continuar sempre no poder.

A questão do financiamento público das campanhas eleitorais é outro engodo.

Até parece que não vai haver caixa dois com financiamento público de campanha.

Parece ser ingenuidade acreditar que essa modalidade possa acabar com a corrupção ou com o chamado caixa dois nas campanhas eleitorais. Mesmo com o financiamento público exclusivo, há forte probabilidade de diversos candidatos utilizarem outras fontes de recursos nas campanhas eleitorais.

Só para ilustrar o que estou dizendo, Sr. Presidente, apresentei um projeto de decreto legislativo, no início do meu mandato, propondo um plebiscito na intenção de consultar a população sobre o uso da energia nuclear. Este projeto tem encontrado óbices por parte do Governo Federal. Queremos que a população saiba dos riscos e do custo que é construir e manter uma usina nuclear. Temos alternativas mais baratas e viáveis no Brasil, com destaque para as eólicas, que produzem a chamada energia limpa. Em resumo, o Governo Federal quer a ampliação das usinas nucleares; o povo, certamente, responderá que não. Há previsão de gastos de 11 bilhões de reais em energia nuclear, mas não sabemos ao certo o custo disso. Seguimos vendo recursos serem utilizados para construção de estádios, e a saúde sofrendo.

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É fácil perceber que todas as decisões se fecham no Palácio do Planalto. Isso faz aumentar o desprestígio e o desrespeito com as instituições públicas. Hoje, o

Congresso Nacional tem sido mero chancelador da vontade do Governo Federal.

[CD118] Desde a promulgação da Constituição de 1988, ficou estabelecida a competência do Congresso Nacional para aprovar o Orçamento Geral da União, definindo determinadas ações por meio das emendas parlamentares. O que ocorre é muito diferente do que estabeleceu aquele instrumento constitucional, pois nem sempre o que os Parlamentares definem como prioridade é executado.

A priorização dos recursos não deveria ficar sob a tutela do Palácio do

Planalto. Por isso, está na hora de adotarmos o orçamento impositivo, que acabaria, de uma vez por todas, com a moeda de troca que atualmente acontece. Assim, o orçamento impositivo nivelará os candidatos na disputa eleitoral, tornando o pleito mais justo, equilibrado e democrático.

São os Parlamentares que conhecem a realidade de suas bases. Assim, é esta Casa que tem a legitimidade para definir emendas parlamentares, isto é, ações que atendam os anseios da sociedade. É nesta instância que os menos favorecidos, sobretudo, têm voz.

Há uma forte e visível falta de sintonia entre o Poder Executivo e o

Legislativo. Vejamos o caso das interlocuções com os Ministros de Estado. Desde que tomei posse neste mandato, estou tentando marcar uma audiência com o

Ministro Padilha. Estive lá uma vez no começo da minha atuação aqui, e ele prometeu criar uma rubrica para as emendas parlamentares no que tange ao combate à zoonose e ao controle populacional de animais. Sabemos que, quando se investe 1 real nessa área, economizamos 27 reais lá na frente com a saúde pública.

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E até hoje — 2 anos se passaram — a promessa ficou vazia. Ou ele não entende do assunto, ou o ignora. Então, eu queria fazer o nosso apelo de novo ao Ministro

Alexandre Padilha para que olhe para as políticas públicas de combate à zoonose e de controle populacional de animais.

[CD119] Não estamos pedindo nada de mais; na verdade, estamos focando diretamente a saúde das pessoas. Como Presidente da Frente Parlamentar do

Congresso Nacional em Defesa dos Direitos Animais, estamos tendo a possibilidade de conviver com várias entidades que cuidam verdadeiramente dessa causa e que conhecem com profundidade seus problemas e suas consequências para a saúde humana — o que deixa clara a dificuldade de encontrarmos nesta Casa um entendimento e um diálogo com o Governo Federal em temas fáceis de serem solucionados.

No Governo passado, enfatizou-se muito a participação dos movimentos sociais organizados. Já neste, o que estamos vendo é exatamente o contrário. Se temos subsídios de instituições conhecedoras da matéria, por que não ouvi-las? É o que estamos tentando fazer junto ao Ministério da Saúde há meses. E, mesmo sabendo da relevância do tema e de sua abrangência na sociedade, o Ministro não nos atende. E não estou mencionando aqui outros casos de desrespeito com os

Parlamentares.

Outra questão que merece destaque e que deveria estar como prioridade na pauta do Governo Federal é o cumprimento do princípio constitucional de isonomia salarial para os delegados de polícia. Hoje, um delegado da Polícia Civil no Estado de São Paulo ganha pouco mais que a vergonha de 5 mil reais por mês, enquanto

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no Distrito Federal um delegado recebe três vezes mais para desempenhar a mesma função — salário que é justo.

Outra questão análoga à PEC 300, que traria essa equidade salarial, teve um bom início. Contudo, após ter sido votada e aprovada em primeiro turno nesta Casa, caiu no esquecimento proposital da base governista, quando estava tudo acertado para votação em segundo turno. Milhares de policiais vieram a Brasília na esperança de verem seus direitos respeitados, e novamente o Palácio do Planalto interferiu no processo e fez com que a desilusão tomasse conta daqueles profissionais de todo o

País.

[CD120] Em Minas Gerais, por exemplo, o piso salarial de um policial militar é pouco mais de 2 mil reais, enquanto no Distrito Federal esse valor é cerca de 4.300 reais.

O Sr. Otoniel Lima - Nobre Deputado Ricardo Izar, cumprimento V.Exa. por esse pensamento. Assino e endosso tudo aquilo que V.Exa. falou, porque é lamentável, Sr. Presidente, a situação da segurança pública do nosso País. É lamentável, Deputado Ricardo Izar, V.Exa. dizer que um delegado de polícia em São

Paulo ganha mais ou menos 5 mil reais, e eu acredito que V.Exa. já está contando com o aumento, porque é bem menos do que isso. O policial militar ganha muito menos do que isso, e a solução seria a PEC 300, em que iríamos criar um piso salarial para a polícia de todo o Brasil. Ficaria muito menos do que se está gastando, rios de dinheiro, para construir estádios neste País. Nós daríamos mais condições e melhores salários para a nossa polícia. Deputado, não se olha para a segurança pública. Nós estamos clamando nesta Casa desde o início, desde 2008, quando foi votada em primeiro turno a PEC 300, e hoje não se consegue votá-la em segundo

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turno, porque os Governadores alegam, Sr. Presidente, que não têm dinheiro para pagar melhores salários para a polícia. Foi um acordo, uma proposta de campanha da Presidente Dilma, uma proposta de governo, antes de ser eleita, transmitida na

Rede Globo , em canal ao vivo. E hoje mudou-se a proposta de governo; hoje, a

Presidente é contra a PEC 300. Aproveito[CD121] para convidar os Deputados desta

Casa para o lançamento, no dia 16 de julho, da Frente Parlamentar de Apoio à

Reestruturação da Polícia Federal. (Palmas nas galerias.) É um absurdo que a

Polícia Federal do Brasil não tenha uma reestruturação. A Presidenta não discute a reestruturação da Polícia Federal. Aí eu pergunto: a quem interessa a situação da nossa polícia no Brasil? (Palmas nas galerias.)

O SR. RICARDO IZAR - Pode contar com o nosso apoio, Deputado Otoniel

Lima.

Outro tema vergonhoso é a situação das instituições de saúde em todo o

Brasil. O que o Sistema Único de Saúde repassa às suas parceiras é uma verdadeira vergonha e está defasado há 9 anos. Nós, que rodamos o Estado inteiro, encontramos as Santas Casas quebradas. Isso é falta de vontade política. Se o orçamento da saúde é pequeno, mudem o orçamento, aumentem o orçamento.

Por outro lado, quem acaba pagando a conta é a população. O que o

Governo Federal gastou em usina nuclear e na construção dos estádios de futebol para a realização das Copas das Confederações e do Mundo daria para construir hospitais totalmente equipados para as cirurgias das mais complexas e escolas de primeiro mundo; ampliar o sistema de transporte nos quatro modais existentes; aumentar os salários dos professores, entre outras importantes ações.

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O Sr. Mauro Benevides - Permite-me, Deputado Ricardo Izar, uma breve intervenção para saudar a presença de V.Exa. na tribuna?

O SR. RICARDO IZAR - Lógico.

O Sr. Mauro Benevides - É uma honra vê-lo na mesma tribuna em que o seu pai, o grande e saudoso Ricardo Izar, tantas e seguidas vezes esteve, honrando e dignificando o mandato de Deputado Federal que foi outorgado a ele e agora a

V.Exa. pelo grande Estado dos Bandeirantes. V.Exa. prossegue nessa faina com a mesma disposição de luta e situado em princípios éticos que nortearam o comportamento daquele grande representante, cuja lembrança nesta Casa passou a ser apanágio de recordação para todos nós que o conhecemos de perto.

Cumprimento V.Exa. no momento em que ocupa a tribuna neste Grande Expediente, saudando-o, é verdade, mas sobretudo rendendo-lhe tributos pela minha admiração ao seu pai, o grande e inesquecível Deputado Ricardo Izar.

[CD122] O SR. RICARDO IZAR - Muito obrigado, Deputado.

Outro ponto de que gostaria de falar rapidamente, antes de finalizar este meu pronunciamento, é a questão do trabalho infantil. Fala-se muito sobre trabalho escravo, que as crianças e os jovens não podem trabalhar e coisas desse tipo. Para mim, maioridade laboral não existe. Quantos de nós fomos educados aprendendo a trabalhar ainda crianças ou adolescentes, como os nossos pais? A Constituição está a serviço da sociedade. Se a nossa Carta Magna já sofreu 70 emendas pode sofrer mais uma, ou mais duas.

O ex-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho Dr. Almir Pazzianotto testemunhou uma história bastante interessante que reflete a realidade da maioria das famílias brasileiras. Ele começou a trabalhar aos 10 anos de idade com seu pai,

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que era um modestíssimo fotógrafo no interior — não era desembargador nem ministro.

Seria pernicioso se esse tipo de trabalho, que muitos chamam de trabalho escravo, fosse extinto do nosso meio. Estamos falando de uma atividade importantíssima que completa a educação da criança dentro de casa. Ali a criança começa a ter as primeiras noções do que é trabalho, organização, obediência e respeito aos mais velhos.

A gente vê em pauta, muito frequente, a questão da diminuição da maioridade penal. Mas não pode existir a diminuição da maioridade penal se não existir a diminuição da maioridade laboral. O jovem pode estar na rua, pode estar matando, pode estar se prostituindo, mas não pode estar trabalhando.

É isso que a gente diz, e muita gente coloca em pauta que a mudança da maioridade penal não pode acontecer por causa da cláusula pétrea. É claro que temos de mudar essa cláusula pétrea. Não pode existir cláusula pétrea contra o mal.

Então, vamos votar logo a redução da maioridade penal.

Há alguns anos, a Consolidação das Leis do Trabalho permitia que a partir dos 14 anos a aprendizagem profissional se desse no próprio ofício e com o recebimento de 50% do salário mínimo. A partir dos 16 e até 18 anos, o jovem recebia 75%. Quantas crianças aprenderam a trabalhar assim? Quantas? O que havia de errado nisso? Eu não consigo entender! O que houve não foi um avanço, e sim um enorme retrocesso em nome do avanço. Houve perda, não ganho. E os resultados negativos estão aí.

Quando um adolescente comete um crime violento e usa a roupagem da menoridade como subterfúgio para abrandar suas consequências, a Justiça não

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pode minimizar a gravidade do fato simplesmente por se tratar de um menor.

Absolutamente, não!

Esses menores sabem muito bem o que estão fazendo. A aparente ingenuidade de um adolescente não pode excluí-lo da punição, que neste caso é estabelecida por meio de medidas socioeducativas. Tais medidas não contribuem, de fato, para reinserção desses jovens no convívio da sociedade. Por isso, não podemos passar a mão na cabeça desses menores.

Portanto, Sr. Presidente, para mim, não existe cláusula pétrea contra o mal e contra o interesse da sociedade.

Acorda, Dilma!

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.[CD123]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Encerrado o Grande Expediente, passo às breves comunicações.

Tem a palavra o Deputado Arolde de Oliveira, por 1 minuto.

O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Deputado Simão Sessim, eu venho à tribuna para registrar que voto contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 37, de 2011. (Palmas nas galerias.)

As redes sociais têm divulgado que eu apoiei, ou apoio, esta PEC. Não é verdadeira a notícia. É falsa. Eu fui Constituinte, sou responsável também pela situação em que se encontram hoje as atribuições do Ministério Público.

O Ministério Público é o órgão mais importante para o combate à corrupção neste País e tem que ser preservado dessa forma. (Palmas nas galerias.)

Eu sou coerente. Apoiei o encaminhamento desta PEC, mas, por coerência, reportando-me aos debates da Constituinte e ao meu voto naquela época, à minha assinatura na Constituição, reafirmo que voto contra o mérito da PEC 37.

Se Deus quiser — estamos lutando por isto — a PEC 37 será pautada para votação ainda hoje, Sr. Presidente. Ainda hoje iniciaremos esta votação. (Palmas nas galerias.)

Precisamos enterrar de vez esta tentativa de dar mole para a corrupção.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.) [CD124]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Para uma breve comunicação, concedo a palavra ao nobre Deputado Júlio Delgado, que disporá de 3 minutos.

O SR. JÚLIO DELGADO (PSB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu ia apartear meu colega, o Deputado Ricardo Izar, em seu pronunciamento no Grande Expediente, justamente para dizer que, fruto de iniciativa do pai dele, em 2005 eu apresentei projeto de lei exatamente para tornar crime hediondo qualquer ato cometido contra a administração pública e o Erário, como se sugeriu ontem — Deputado Duarte Nogueira, a roda não foi inventada ontem, não.

Houve naquela época pareceres contrários aqui mesmo nesta Casa. Parece agora, nas manifestações da sociedade, legítimas e justas, que aqui nada se faz, não se produz.

Sabe quem me deu ideia da apresentação desse projeto, Deputado Ricardo

Izar? Seu pai. Ele foi um dos que nos estimularam a apresentar esse e outros projetos de consulta popular sobre o que quer a sociedade, e proposições sobre a reforma política também já existem nesta Casa.

Vamos consultar a população para saber se o povo quer financiamento público de campanha, Deputado Ricardo Izar, para saber se o povo quer que o dinheiro arrecadado com os impostos pague as campanhas eleitorais? Essa é a forma? Será que o povo está ciente disto, de que aqui se está por votar um regulamento eleitoral que valida os votos dados a candidatos impugnados, Deputado

Duarte Nogueira? O único projeto de iniciativa popular que foi para frente nesta

Casa, e que já valeu para as eleições de 2010, foi o da Lei da Ficha Limpa. A sociedade participou disso. Agora estão querendo fazer um regulamento eleitoral que torna válidos os votos em candidatos impugnados, os ficha-suja, para efeito de

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quociente eleitoral para os partidos. É isso o que temos que discutir nesta Casa, se queremos estar em sintonia com a sociedade.

Nós já havíamos nos manifestado claramente, como disse aqui o Deputado

Arolde de Oliveira, perante a Associação Nacional do Ministério Público, a

Associação do Ministério Público de Minas Gerais, a Associação do Ministério

Público do Distrito Federal, contrários à Proposta de Emenda à Constituição nº 37, de 2011.[CD125] Mas parece que a matéria precisa estar na pauta para que esta

Casa se mobilize em sintoniza com o que a sociedade reflete sobre a Casa, que é do povo brasileiro, a Câmara dos Deputados.

Aqui, nas Comissões, produzimos projetos como esse, votamos matérias que são de interesse da sociedade. Eu espero que, hoje, com a votação do FPE e da

PEC 37 — contra a PEC — e a nossa manifestação sobre outros pontos (palmas nas galerias) , nós reencontremos o nosso papel e mostremos para todo mundo, inclusive para o Executivo, que é preciso que cada um assuma as suas responsabilidades: nós, do Legislativo, as nossas; o Judiciário e o Executivo, as suas. A roda já existe há muito tempo, ela não precisa ser reinventada.

Aristóteles já dizia, há 2.500 anos, que o homem é um animal político. Todos os nossos atos são políticos, e assim devem sê-lo. A instituição daqueles que representam, daqueles que exercem aqui o seu mandato, exemplo de representação popular, tem legitimidade para falar em nome de parcela significativa do povo brasileiro, que quer as mudanças, mas mudanças que estejam sintonizadas com a sociedade. Principalmente, Sr. Presidente, precisamos ter a grandeza de reconhecer que um tema que antes era discutido com dificuldade passou a ser um clamor da sociedade: a questão da segurança, e não a reforma administrativa, mas uma

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reforma na área da segurança, com Pacto Federativo, de forma que os recursos que hoje são levantados sejam repassados para Estados e Municípios, para custeio das suas atribuições com segurança pública, com educação e com saúde. A educação e a saúde não dependem só de recurso, mas também, e principalmente, de gestão.

[CD126] Como nós vamos discutir nesta Casa, com maturidade, a redução da maioridade penal? Sempre fui contra isso. Mas hoje digo que temos que discutir isso também, temos que ter a grandeza de reconhecer que esse é um clamor da sociedade e discutir a matéria com mais seriedade, talvez propondo a aplicação de leis mais severas para combatermos esta crise na segurança pública.

Sr. Presidente, eu agradeço a V.Exa. a deferência para com a nossa fala.

Muito obrigado.

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - O Deputado Ricardo Izar tem a palavra.

O SR. RICARDO IZAR (PSD-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, como o Deputado Júlio Delgado falou aqui da Lei da Ficha Limpa, eu queria lembrar que tramita nesta Casa um projeto semelhante, que seria o Ficha

Limpa 2, desta vez para as nomeações para Secretarias, Ministérios, instituições, entidades, autarquias. Se o candidato não pode ser eleito porque tem a ficha suja, também não pode um ficha-suja administrar uma entidade ou ser Ministro de Estado.

Este projeto, de minha autoria, está parado aqui na Casa há 2 anos. Não anda. Eu queria pedir celeridade na tramitação da matéria, bem como o apoio do

Deputado Júlio Delgado.[CD127]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Tem a palavra o Deputado Wellington

Fagundes.

O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco/PR-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero apenas dar como lido, com sua autorização, pronunciamento sobre a logística no Estado de Mato Grosso.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, faço o uso desta tribuna para mais uma vez alertar o poder público sobre a preocupante situação das rodovias de Mato

Grosso. Só nos 3 primeiros meses deste ano, saíram do Estado quase 2 milhões de toneladas de soja com destino ao exterior, o que representa mais de 40% de tudo o que foi exportado pelo País. No mesmo período, de acordo com balanço divulgado pela Polícia Rodoviária Federal, apenas no trecho de 548 quilômetros entre os

Municípios de Lucas do Rio Verde e Rondonópolis, 57 pessoas morreram na BR-

163, principal corredor para escoamento da safra de grãos do Estado.

Além de ser responsável por boa parte dos acidentes fatais nas rodovias, a falta de infraestrutura também gera impactos no setor econômico. De acordo com levantamento realizado pela Associação dos Transportadores de Cargas do Mato

Grosso, a ATC, para uma carreta bitrem com sete eixos levar 57 toneladas de soja produzidas em Mato Grosso para o Porto de Santos, no litoral sudeste, o custo chega a R$ 290 por tonelada. Ou seja, o produtor gasta em média R$ 16 mil somente para fazer o transporte da mercadoria.

Sr. Presidente, apesar de todo o potencial produtivo que nosso País possui, ainda hoje perdemos em um dos quesitos mais importantes: competitividade. Da

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lavoura mato-grossense até o mercado comprador, o frete da soja que sai do

Município de Sorriso, na região norte do Estado, com destino à China custa em média U$ 190. O mesmo produto é comercializado em Córdoba, na Argentina, por

U$ 102 dólares. Em Illinois, nos Estados Unidos, o transporte dos grãos é quase três vezes mais barato do que no Brasil. Estas diferenças reduzem a competitividade dos nossos produtos no mercado internacional e retardam o crescimento econômico do

País.

Mas o que está por trás do alto custo do frete? Um interessante levantamento realizado pela Confederação Nacional dos Transportes, que trata do desenvolvimento de medidas que buscam integrar sustentabilidade ao aperfeiçoamento logístico do setor de transportes terrestres no Brasil, aponta alguns fatores que contribuem para este cenário.

O levantamento divulgado no mês de abril destaca o que há anos venho frisando: uma melhor utilização das rodovias, a partir de um planejamento logístico e operacional que integre centros de distribuição e terminais intermodais, pode reduzir os impactos que a atividade transportadora causa ao meio ambiente, além gerar economia para o setor.

Outro fator importante destacado pela pesquisa é que as condições estruturais do pavimento das rodovias influenciam diretamente no consumo de combustível. Se as estradas consideradas ruins ou péssimas tivessem boas condições de trafegabilidade, a quantidade de combustível gasto por caminhões e

ônibus poderia ser reduzida em até 2,4%, o que originaria uma economia de mais de

R$ 1 bilhão por ano.

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Caros colegas, se levarmos em conta que 45% das estradas brasileiras encontram-se em estado precário de conservação e que caminhoneiros percorrem em média mais de 10 mil quilômetros por mês, ou seja 125 mil quilômetros por ano, veremos que essa economia poderia ser refletida na redução de preços dos fretes, e, consequentemente, o consumidor poderia sentir essa diferença no bolso, com a oportunidade de comprar produtos mais baratos.

Além do prejuízo financeiro, a liberação desnecessária de monóxido de carbono na atmosfera contribui para a poluição do ar. A idade da frota de caminhões que circulam pelas nossas rodovias é fator determinante para isso. Apesar das exigências do Governo Federal de que todos os veículos produzidos no Brasil emitam menos gases poluentes na atmosfera, essa ainda é uma realidade distante, que quem trafega pelas vias brasileiras percebe com facilidade.

Quanto mais velhos os veículos, maior a emissão de poluentes, por isso acredito na necessidade de implantação de um plano de renovação de frota, voltado especialmente para caminhoneiros autônomos, que são justamente estes que não dispõem de condições, tampouco incentivos do mercado para a aquisição de veículos novos.

Estes são apenas alguns dos dados apresentados pela pesquisa que fiz questão de destacar aqui. Acredito que estes são apenas alguns exemplos, que podem servir como ponto de partida para nortear a tomada de decisões em relação

à questão de logística brasileira.

A falta de um projeto amplo e estruturante que leve em conta tanto a conservação das estradas quanto investimentos em ferrovias e hidrovias também é ponto crucial para mudarmos o cenário logístico brasileiro. Se hoje, por exemplo, a

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hidrovia Teles Pires-Tapajós, no norte de Mato Grosso, já estivesse em funcionamento, nossa soja poderia ser escoada por barcaças e chegaria à China com um custo de frete de U$ 60,12 por tonelada. Vejam a diferença: o que hoje custa U$ 190 passaria a custar U$ 60,12. Com isso, o produtor aumentaria a sua renda em R$ 10,00 por saca e o impacto anual na economia giraria em torno de R$

2 bilhões.

Essa situação precisa ser analisa com atenção, já que os reflexos da falta de investimento em infraestrutura e logística rodoviária já começaram a atingir diretamente a economia brasileira. Nos últimos meses, o Governo chinês cancelou mais uma compra de soja por conta de atrasos na entrega do produto. Esse é um fato muito grave, com repercussões imediatas na economia de Mato Grosso, campeão nacional na produção de soja, algodão e carne. Somente nesta safra, o

Estado está colhendo 23,4 milhões de toneladas de soja — o que representa quase

30% da produção nacional.

Caros colegas, não quero ser alarmista! Sei que muita coisa está sendo feita em termos de logística de transportes no País. Reconheço o esforço do atual

Governo para solucionar problemas que se acumularam ao longo de décadas, mas não posso deixar de me preocupar com o assunto e de pedir o empenho de todos.

É o que tinha a dizer.

Obrigado.[CD128]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao Deputado

Duarte Nogueira. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, antes de iniciar o meu pronunciamento, que faço para registrar o jubileu de prata do meu partido, o PSDB, eu quero deixar claro para este Plenário e para todos os que nos assistem neste instante que, como

Presidente Estadual do PSDB, reuni a minha Executiva no sábado passado e nós fechamos questão contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 37, de 2011.

Todos os nossos Parlamentares foram orientados a votar contra a PEC 37, o que faremos no dia de hoje, para derrubar esta matéria que é contra os interesses do

Brasil e da transparência que a sociedade brasileira tanto exige. (Palmas nas galerias.)

Sr. Presidente, há 25 anos, sob os ares da democracia recém-restaurada e da iminência da promulgação da primeira Constituição após mais de 2 décadas de ditadura, nascia o Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB.

Sob a crença inabalável na democracia como única alternativa possível de regime de governo e com o objetivo maior de resgatar os brasileiros da enorme dívida social imposta e devolver-lhes a dignidade e a voz que lhes pertencia, homens como Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo

Alckmin, Pimenta da Veiga e José Richa uniram-se em torno desse novo partido e, juntamente com muitos outros, protagonizaram uma história de sucesso.

Desde então, a história do PSDB se funde à do próprio País. O Plano Real, capitaneado pelo ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, mudou definitivamente os rumos do Brasil com a estabilidade da moeda e o fim da inflação, que corroía o

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bolso dos brasileiros, em especial dos mais pobres, indefesos diante da incapacidade de garantir rendimento financeiro ao parco salário que recebiam ao final de cada mês.

Com a modernização do Estado, o Brasil passou da fila do Plano de

Expansão da Telefonia para o País dos celulares e da Internet. Grandes empresas, até então gerenciadas pelo Estado, foram repassadas à iniciativa privada, tornando- se mundialmente competitivas e trazendo riquezas para o Brasil, como a Vale e a

EMBRAER. Somente no Governo tucano de FHC, 11 empresas automobilísticas se instalaram no País.

[CD129] Programas de transferência de renda foram iniciados, como o Bolsa

Escola, o Bolsa Alimentação e o Vale Gás, com o objetivo maior de assegurar que nossas crianças fossem mantidas na escola, com direito a alimentação e saúde.

Iniciava-se ali o cadastro único dos benefícios sociais.

O Brasil respirava novos rumos.

Uma década depois, a maior conquista dos brasileiros começa a ser ameaçada pela volta da inflação. A cooptação política tomou o lugar da negociação de projetos e metas que assegurem o futuro das novas gerações, e a corrupção, estampada na decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o mensalão, parece ter se tornado regra nos porões do Palácio do Planalto. O Brasil segue paralisado pela falta de investimentos, e não há, por parte do governante de plantão ou de seu partido, um projeto para o País.

As manifestações que tomam conta das ruas brasileiras nas capitais e cidades médias em quase todos os Estados mostram que o brasileiro se cansou do

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País de mentira estampado nas propagandas oficiais. Cansamo-nos do “jeitinho”, do remendo.

É este o desafio do PSDB e de todos aqueles que vão às ruas defender a democracia e os interesses do Brasil: abrir canais de comunicação com a sociedade e consolidar a construção de um novo projeto de Brasil, onde todos tenham assegurado o direito à cidadania em sua maior amplitude, sem a dicotomia marqueteira do “eles” e “nós”, do rico e do pobre, do Nordeste contra o Sul.

É preciso apresentar ao Brasil um projeto sólido e estruturado que vá ao encontro das justas inquietações da sociedade e devolva ao brasileiro a crença de que estamos no rumo certo.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.) [CD130]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Onofre Santo Agostini. S.Exa. dispõe de 3 minutos.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, antes de manifestar meu desejo, quero dizer a V.Exa. e a todos que nos ouvem que não foi meu partido que me pediu para votar contra a

Proposta de Emenda à Constituição nº 37. Foi o Brasil que pediu para nós votarmos contra a PEC 37. Por isso eu vou votar, assim como o meu partido inteiro, contra a

PEC 37. (Palmas nas galerias.)

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de abordar nesta tarde um dos importantes pilares da sociedade brasileira. Refiro-me ao ensino superior.

Lá no meu querido Município catarinense de Curitibanos, apesar de a população — não tão grande, de 40 mil habitantes — dispor de uma quantidade razoável de faculdades, o grande anseio daquela boa gente é a criação do curso de

Medicina. Essa não é uma ideia utópica, pois no campus da Universidade Federal de Santa Catarina já temos toda a infraestrutura do curso de Medicina Veterinária, e

é possível conciliar as duas áreas, apenas fazendo pequenas adaptações.

Precisamos formar nosso quadro de profissionais em Medicina o mais rápido possível, para evitarmos a vinda de médicos de fora. Curitibanos cresce de maneira vertiginosa, e é inadmissível que os nossos universitários tenham que se deslocar para cidades distantes para estudar Medicina — Curitibanos fica no centro de Santa

Catarina, a 300 quilômetros da Capital, Curitiba, a 300 quilômetros de , a 300 quilômetros de Chapecó. Utilizar a estrutura física da faculdade de Medicina

Veterinária significará redução de gastos e ganho de tempo. Nosso povo merece!

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A abrangência de uma decisão dessas seria muito benéfica para a saúde pública de todo o Brasil.[CD131] Ora, se a Presidente da República, o Ministro da

Educação, o Ministro da Saúde fazem um apelo dramático por mais médicos no

Brasil, por que não aproveitar para criar o curso de Medicina na cidade de

Curitibanos, onde há um campus da Universidade Federal de Santa Catarina? Dirigi ofício à Presidente da República, ao Ministro da Educação e ao Ministro da Saúde fazendo esta sugestão. Se querem ampliar a oferta de cursos de Medicina no País, uma boa oportunidade é criar uma faculdade de Medicina no campus da

Universidade Federal do nosso Estado em Curitibanos, que, como eu disse, fica no centro de Santa Catarina, a 300 quilômetros da Capital do Paraná, a 300 quilômetros da Capital do Rio Grande do Sul e a 300 quilômetros de Chapecó.

Sr. Presidente, por uma questão até de economia e de bom senso, a

Presidente da República deve mandar instalar urgentemente uma faculdade de

Medicina na cidade de Curitibanos.

Eu hoje tive a notícia de que a Presidente vai criar muitos cursos de Medicina no Brasil. Há necessidade urgente disso, se não vamos ter de trazer pessoas de longe, estrangeiras, médicos cubanos. Quando um cubano for consultar nosso doente, vai ser difícil para nós, brasileiros, entender o que ele diz. E tenho certeza de que o cubano também terá dificuldade de entender o paciente brasileiro.

Tenho certeza absoluta de que a implantação de um curso de Medicina na cidade de Curitibanos vai ser útil para o Brasil.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de abordar nesta tarde um dos importantes pilares da sociedade brasileira. Refiro-me ao ensino superior.

Lá no meu querido Município catarinense de Curitibanos, apesar de a população dispor de uma quantidade razoável de faculdades, o grande anseio daquela boa gente é a criação do curso de Medicina. Essa não é uma ideia utópica, pois no campus da Universidade Federal de Santa Catarina já temos toda a infraestrutura do curso de Medicina Veterinária, e é possível conciliar as duas áreas, apenas fazendo pequenas adaptações.

Precisamos formar nosso quadro de profissionais em Medicina o mais rápido possível. Curitibanos cresce de maneira vertiginosa, e é inadmissível que os nossos universitários tenham que se deslocar para cidades distantes para cursar Medicina.

Utilizar a estrutura física da faculdade de Medicina Veterinária significa reduzir gastos e otimizar tempo. Nosso povo merece!

A abrangência de uma decisão dessas não contemplaria apenas a população de Curitibanos, mas também a de diversas outras cidades de Santa Catarina.

A solicitação que estamos fazendo se justifica, pois o Município de

Curitibanos possui demanda que justifica iniciarmos, imediatamente, o curso de

Medicina, para suprir, de uma vez por todas, a carência de médicos na região.

Portanto, Sr. Presidente, faço um apelo à Presidenta Dilma e ao Ministro da

Educação, Aloizio Mercadante, para que vejam com carinho essa questão e tragam de volta a esperança para milhares de estudantes do Estado, que aguardam há anos o início do curso de Medicina.

Muito obrigado.[CD132]

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[CD133] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao

Deputado Silas Câmara, por 1 minuto.

O SR. SILAS CÂMARA (PSD-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu quero fazer um registro importante.

Esteve hoje na cidade de Manaus, no Estado do Amazonas, o Ministro da

Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, que faz um belíssimo trabalho no segmento da pesca. Foi S.Exa. ao Estado do Amazonas anunciar o Plano Safra, mas, em seguida, anunciou também parcerias com o maior projeto de interiorização do setor primário do Brasil, que é o projeto intitulado Amazônia Rural, lançado pelo atual

Governador do Estado do Amazonas, Omar Aziz, que faz um belíssimo trabalho juntamente com toda a sua equipe nessa área.

Portanto, eu quero parabenizar o Ministro pela iniciativa de andar pelo País, conhecendo esse setor tão importante, não apenas para o Brasil, mas para o mundo, que é o setor dos trabalhadores e das trabalhadoras da área de pesca.

E no Estado do Amazonas são mais ou menos 85 mil profissionais que atuam nessa área. Portanto, através do Superintendente Raimundo Nonato, da

Superintendência da Pesca no Amazonas, eu abraço a todos e os parabenizo por esse encontro que, com certeza, vai dar resultados e trazer frutos para essa área tão importante do nosso Estado.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Conclua, Deputado.

O SR. SILAS CÂMARA - Sr. Presidente, peço ainda a V.Exa. que este pronunciamento seja divulgado nos órgãos de comunicação da Casa.

Muito obrigado. [CD134]

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[CD135] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Com a palavra o Deputado

Edson Silva.

O SR. EDSON SILVA (PSB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Deputado Simão Sessim, só louco votaria a favor da PEC 37. Só louco.

(Palmas nas galerias.)

Eu já assumi um compromisso com o Ministério Público do Ceará, muito antes da revolta nas ruas, com o Procurador-Geral de Justiça, Ricardo Machado, e coloquei a ele a minha posição de votar radicalmente contra a PEC 37. [CD136]Mas o momento é importante. Está aqui um bom tema para as revoltas que estão mobilizando o povo brasileiro e também um bom tema para um trabalho do

Ministério Público, principalmente, do Ministério Público Federal.

Eu estou, com o apoio da maioria dos Deputados da Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania, provocando uma audiência pública em que discutiremos o maior crime contra o Brasil, que é a sonegação. Os auditores da

Receita Federal fizeram chegar às nossas mãos um documento em que está provado que o Brasil é vítima, todo ano, de um crime de sonegação de 415 bilhões de reais. Todo ano o Brasil perde, deixa de arrecadar, é assaltado pela sonegação em 415 bilhões de reais.

O Brasil já teve nesta Casa, já fizemos aqui — V.Exa. também colaborou muito — a CPI da Evasão Fiscal, que foi conduzida pelo grande e brilhante Senador

Mário Covas, de São Paulo. O resultado final daquela CPI foi: para cada real pago no Brasil, há 1 real sonegado. Hoje, talvez, se uma CPI alcançasse essa investigação, nós teríamos, com certeza que, para cada 1 real pago, 2 ou 3 reais sonegados.

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Então, o grande câncer do Brasil, que maltrata o País e o povo brasileiro, é a sonegação dos grandes, das multinacionais, dos bancos. O povo tem que soltar a sua voz nas ruas contra a sonegação, e o Ministério Público tem que dar a sua colaboração para descobrir quem são os sonegadores.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.) [CD137]

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[CD138] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Com a palavra o Deputado

José Stédile.

Em seguida, vou continuar a lista de inscrições.

O SR. JOSÉ STÉDILE (PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, eu fui um dos primeiros Deputados gaúchos a manifestar posição contra a PEC 37. (Palmas nas galerias.)

Eu procurei a Associação do Ministério Público do meu Estado — eu, que já fui Prefeito, sei da importância do Ministério Público não só para as Prefeituras, mas também para o Estado e para a Nação. Por isso, eu sempre manifestei minha posição contrária à PEC 37. Estranhamente, saiu uma lista, que está sendo divulgada através das redes sociais, na qual alguns Deputados são favoráveis e estão me colocando como favorável.

Eu gostaria muito de ver hoje essa matéria ser colocada em votação, para que as pessoas expusessem sua posição. Quem é a favor, diga por que é a favor; quem é contra, manifeste sua posição, como eu, que sou contra. Mas que se vote hoje a PEC 37 e que se faça justiça a quem de fato é a favor ou contra essa importante PEC que está sendo votada. E espero que os Deputados rejeitem hoje, na votação, a PEC 37. (Palmas nas galerias.)

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[CD139][CD140] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Com a palavra o

Deputado Otoniel Lima, que dispõe de 3 minutos.

O SR. OTONIEL LIMA (PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, todos os presentes, pessoal da Polícia Federal e do

Ministério Público que aqui se encontra (Palmas nas galerias.)

A listagem que está saindo na Internet, de 207 Parlamentares que assinaram, para análise, para que a proposta de emenda à Constituição viesse para esta Casa de leis e nós discutíssemos, é para nós termos a oportunidade, Deputados, de dizer ao Brasil o que nós pensamos e de dizer à sociedade da nossa contrariedade em relação a esse absurdo que estão querendo fazer ao aprovar a PEC 37. (Palmas nas galerias.)

Por que, Sr. Presidente, querer cercear o direito do Ministério Público de investigar? O símbolo da Justiça do nosso País já tem os olhos vendados.

Agora[CD141], querer calar o Ministério Público das investigações e dizer que o

Ministério Público é um órgão político, que o Ministério Público só tem investigado político! Sim, só tem investigado político corrupto, político que faz por onde.

(Palmas.) Nós que procuramos fazer uma política séria, os Deputados que procuram fazer uma política séria, baseando sua vida pública na legalidade, nós temos que trazer essa medida hoje, Sr. Presidente, e votar contra.

Eu peço aos Deputados que não apresentem emenda à PEC 37. Tragam-na do jeito que estiver, porque nós não vamos aceitar nenhuma alteração, nenhuma vírgula sequer, porque, se colocarem uma vírgula nessa matéria, isso não vai melhorá-la. Se tirarem uma vírgula, também não vai resolver o problema.

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Então, Sr. Presidente, eu peço aos Líderes, aos Parlamentares, que não apresentem emenda, que não façam obstrução, mas que já, ao colocarmos em votação a PEC 37, possamos todos, por unanimidade, dar uma resposta e dizer da nossa contrariedade a esse absurdo.

E, a partir de hoje, Sr. Presidente, que vistamos essa camisa. Se não analisarmos hoje, que vistamos essa camisa, como está na nossa mídia social.

Vistamos a camisa. “Não” à PEC 37, “não” a essa impunidade e “sim” ao trabalho do

Ministério Público do nosso Brasil! (Palmas nas galerias.)

Durante o discurso do Sr. Otoniel Lima, o Sr. Simão

Sessim, 2º Secretário, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Arolde de Oliveira, § 2º do art. 18

do Regimento Interno. [CD142]

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[CD143] O SR. PRESIDENTE (Arolde de Oliveira) - Com a palavra o nobre

Deputado Simão Sessim, que dispõe de 3 minutos.

O SR. SIMÃO SESSIM (PP-RJ. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) -

Sr. Presidente, a Presidente Dilma Rousseff deu, no dia de ontem, à Nação brasileira uma inequívoca demonstração de seu alto espírito público ao propor aos

Prefeitos e Governadores deste País, com quem esteve reunida, um grande pacto de governabilidade.

[CD144] A iniciativa de S.Exa. foi uma resposta positiva ao clamor que está ecoando das ruas, de norte a sul, de leste a oeste deste País, exatamente por mudanças ainda mais amplas e céleres, como ela bem mencionou, ao propor o que chamou de “cinco pactos em favor do Brasil”.

Está visível que grande parcela da sociedade brasileira não quer mais ser usada como massa de manobra; ela quer cidadania plena, com serviços de qualidade, sobretudo, mecanismos mais eficientes de combate à corrupção que garantam o bom uso do dinheiro público, conforme frisou a nossa Presidente Dilma

Rousseff.

É bem verdade, o Brasil avançou muito nos últimos 10, 12 anos, desde a ascensão ao poder do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Nesse período, de fato, quase um quarto da população brasileira ascendeu à classe média.

Entretanto, ainda há muito que ser feito neste País para que possamos melhorar os serviços públicos, sobretudo no que diz respeito à saúde, à educação, ao transporte público e à mobilidade urbana.

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O que se percebe, hoje em dia, é que as grandes metrópoles estão levando o cidadão à loucura. É o trânsito infernal, é a falta de médicos, é o péssimo nível de ensino e o desrespeito de quem cuida do transporte de massa.

É contra isso que o povo está reclamando nas ruas, e com razão. E[CD145], pelo que se pode observar, é exatamente contra esse estado de coisas que a

Presidente Dilma quer lutar, com o apoio da sociedade brasileira, sobretudo, desta

Casa do povo.

O pacto pela responsabilidade fiscal, pela reforma política, incluindo um plebiscito popular, bem como pela saúde, pelo transporte público e pela educação resume os anseios que vêm sendo demonstrados nas ruas deste País afora pelos jovens brasileiros.

Alguém disse, por esses dias, que as conquistas dos últimos 10 anos de

Governo Lula e Dilma, com praticamente o fim da miséria absoluta e a ascensão de mais de 40 milhões de brasileiros à classe média, já não bastam. O povo quer mais, quer menos desigualdade e mais respeito, quer qualidade de vida e cidadania plena, como frisou também a Presidente.

Isto posto, só me resta torcer para que a voz da Presidente Dilma seja ouvida pela sociedade brasileira, para que juntos possamos, todos, dar uma resposta positiva ao clamor público.

Obrigado, Sr. Presidente.[CD146]

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[CD147] O SR. PRESIDENTE (Arolde de Oliveira) - Com a palavra, por 1 minuto, o nobre Deputado Miro Teixeira.

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, é um alerta aos Deputados e às Deputadas.

Está havendo uma desinformação em alguns sites da Internet sobre a PEC

37. É uma desinformação absoluta em relação a vários Deputados.

Sabem as instituições do Ministério Público que eu e a grande maioria dos

Deputados do PDT nos alinhamos desde o começo contra a PEC 37 (Palmas nas galerias.) Temos uma decisão até de tomar uma deliberação de bancada contra a

PEC 37; de partido já foi tomada.

Não vamos começar a disputar espaço no site de uma pessoa ou de outra pessoa. E não precisamos dar esclarecimento, porque as entidades do Ministério

Público estão roxas de estar conosco aqui, em todos os ambientes da Câmara dos

Deputados. Temos várias fotografias. Porém[CD148], eu alerto os companheiros, porque sei de muita gente que, respeitosamente, está contra a PEC 37, está militando contra — e reconheço o direito de quem está a favor —, mas está aparecendo em lista dos que são favoráveis.

Convenhamos, a Constituição diz que a imprensa deve ser livre, não diz que ela está obrigada a publicar a verdade. Mas o ideal é que se publique a verdade.

Restabelecer a verdade eu penso que é um dever de cada um desses que a ela está faltando.

Obrigado, Sr. Presidente.

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Durante o discurso do Sr. Miro Teixeira, o Sr.

Arolde de Oliveira, § 2º do art. 18 do Regimento Interno,

deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.

Simão Sessim, 2º Secretário. [CD149]

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[CD150] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Eu quero comunicar às galerias que tenho deixado que se manifestem, apesar de o Regimento determinar que as galerias não devem se manifestar. Mas quero dar as boas-vindas a todos, afinal de contas estamos recebendo promotores, parece-me, procuradores. O Ministério

Público está presente.

Quero saudar a todos e espero que nós estejamos hoje cumprindo aquele compromisso do Presidente Henrique Eduardo Alves de botar em pauta e votar a

PEC 37.

Esperamos também que saiam daqui certos de que esta Casa sempre atende à voz do povo.[CD151]

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[CD152] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Arolde de Oliveira, que dispõe de 3 minutos.

O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, já me pronunciei favoravelmente à

PEC 37. Neste momento trago outro assunto.

A Presidenta da República reafirmou a intenção de importar médicos estrangeiros para solucionar os problemas da saúde. No pacote, como já foi anunciado anteriormente, devem vir alguns milhares de médicos cubanos, formados na Escola Latino-Americana de Medicina — ELAM, cujo currículo é muito pobre, segundo especialistas.

Quero me fixar nos médicos cubanos, não pela qualificação duvidosa, nem pelo compromisso de agentes ideológicos de doutrinação e controle social. Quero levantar a questão da forma de remuneração desses serviços importados de Cuba, segundo o que já ocorre com outros países, como a Venezuela, por exemplo. Os convênios são bilaterais entre Cuba e o país importador, pelo que recebe um valor em dólares por mês, por médico. O profissional, contudo, recebe do setor cubano de saúde uma remuneração que não chega a 20% desse total. A diferença fica com a ditadura comunista castrista.

Essa transação sórdida significa urna forma moderna de escravidão, exatamente como ocorria em outros sistemas escravocratas do passado. Onde estão os ativistas dos direitos humanos que não se manifestam, que não denunciam essa situação? Afinal de contas, escravidão é a ação humana mais combatida no mundo, seja a escravidão infantil, de menores de idade, como no Brasil, seja a escravidão sob qualquer outra forma, como essa de Cuba, que presenciamos agora.

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[CD153] A Presidenta da República foi insensível ao anunciar a importação de serviços médicos, sem dar ouvidos aos profissionais da área de Medicina e conexos.

Esses profissionais têm sugerido a instituição de carreira de Estado para médicos, com o que concordo plenamente, pois as condições do concurso público já fixariam previamente, através de rodízios, o atendimento às periferias sociais.

Mais uma vez eu pergunto: onde estão os ativistas dos direitos humanos que não se manifestam contra essa forma de escravidão?

Muito obrigado, Sr. Presidente.[CD154]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Antes de chamar o próximo inscrito, vou conceder a palavra ao Deputado Arnaldo Jordy.

O SR. ARNALDO JORDY - Sr. Presidente, estou inscrito em 21º lugar. Não sei em que ordem a lista está sendo observada.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Deputado Arnaldo Jordy, V.Exa. quer falar 1 minuto ou quer aguardar a sua posição?

O SR. ARNALDO JORDY - Quero aguardar, porque estou inscrito.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - V.Exa. vai aguardar.[CD155]

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[CD156] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra, por 1 minuto, ao Deputado Pedro Chaves.

O SR. PEDRO CHAVES (PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, é apenas para prestar um esclarecimento a esta Casa. Mesmo já tendo exposto algumas vezes a minha posição contrária à PEC 37 em alguns veículos de comunicação de Goiás, dentre eles o jornal O Popular , jornal de maior circulação do meu Estado, alguns sites, algumas pessoas nas redes sociais colocam meu nome como sendo favorável à PEC.

Então, quero deixar registrada, mais uma vez, apesar de já ter manifestado em várias entrevistas nos veículos de comunicação de Goiás, a nossa posição contrária à PEC 37.

Obrigado.[CD157]

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[CD158] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Com a palavra o Deputado Luis

Carlos Heinze, que dispõe de 3 minutos.

O SR. LUIS CARLOS HEINZE (PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, colegas Parlamentares, com relação à PEC 37, quero dizer aos senhores procuradores que eu vou votar contra. Agora, eu quero chamar a atenção em relação — eu mexo com a área de agricultura — a alguns abusos por parte do

Ministério Público Federal e Estadual, em vários Estados.

Eu comecei a trabalhar a lei ambiental em 2001. Votamos o projeto no ano passado, e está saindo agora o decreto.

Mas, Deputado Bernardo Santana, já entraram com uma ação de inconstitucionalidade — e um trabalho que esta Casa fez de acordo com a vontade do povo e do próprio Executivo — para desconstituir o Código Florestal brasileiro.

São 23 quesitos que estão no Supremo Tribunal Federal. Então, eu acho que aqui, neste caso, há um abuso do Ministério Público em cima dessa questão específica.

Vou falar do caso dos defensivos agrícolas. Existe um problema muito sério hoje com relação à helicoverpa, uma praga que existe na soja, no milho e no algodão. Conseguimos, depois de muito esforço, que o Ministério da Agricultura decretasse situação de emergência em alguns Estados. Agora, uma ação do

Ministério Público — e foi autorizada a importação de defensivos que não há no

Brasil para o combate a essa praga, e já se perderam mais de 3 bilhões de reais — está impedindo que esses produtores brasileiros possam usar esse produto. Isso é um abuso, entendo, por parte de algum setor do Ministério Público.

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Quanto à questão indígena de que estamos tratando neste momento, no meu

Estado do Rio Grande do Sul há mais de 4 mil famílias de pequenos agricultores para serem expropriados da sua propriedade. Quem[CD159] está conduzindo a ação é a Igreja e parte do Ministério Público Federal.

Então, estas questões nós vamos ter que discutir. Como vão fazer essas famílias que estão sendo expropriadas, com escritura pública de mais de 100 anos?

Pela interpretação que se faz do art. 231, a Constituição foi clara, Deputado

Bernardo. A posse da terra de quem estivesse em cima dela em 1988 não se discute. Os 5 anos que havia para assentar as famílias não se discutem. Agora, em

2013 alguém está colocando gente no meu Estado. A partir de 2002, 2003, houve pressão do Ministério Público Federal e também da Igreja.

Então, eu acho importante discutirmos estas questões, porque alguém abusa na interpretação que faz destas questões. Mas não são todos do Ministério Público

Federal ou Estadual.

No que se refere à PEC 37 e à corrupção somos parceiros, mas hoje cometem abusos aqui e acolá.

Na grande seca de 2005, Deputado Onofre Santo Agostini, no meu Estado, o

Rio Grande do Sul, um pequeno agricultor fez algumas valas de drenagem para plantar 2 hectares de milho. Numa ação da Polícia Ambiental e do Ministério Público do Município de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, foi aplicada uma multa de mais de 400 mil reais. A terra dele não valia isso. Ele o fez para trabalhar, para poder sobreviver.

Então, nós temos que coibir também os abusos que alguém está cometendo.

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Portanto, no que se refere à PEC 37 e à corrupção, somos parceiros de vocês, mas nessas outras questões estamos iniciando hoje, Deputado Bernardo, uma discussão para chamar a sociedade brasileira. Inclusive na Comissão de

Agricultura da Câmara dos Deputados entramos hoje com um requerimento para ouvir os procuradores que estão tratando dessa questão.

Para que os senhores tenham uma ideia, no que se refere aos defensivos agrícolas, o Brasil gastou 8 bilhões de reais no ano passado. Há uma ação do

Ministério Público Federal para banir 15 princípios ativos. Dois deles, inclusive, já baniram — a ANVISA está fazendo isso. Desse[CD160] banimento, se forem tirados os 15 produtos, nós vamos duplicar o gasto com defensivo agrícola no Brasil. Quem

é que paga isso? Nós temos que discutir essa questão de alguém que acha que pode fazer o que bem entende porque tem a caneta na mão.

Informo aos senhores procuradores que nós vamos começar essa discussão também. Quanto à corrupção, nós somos a favor do combate à corrupção. Mas alguém achar que pode fazer o que bem entende porque tem a caneta na mão, esse ponto eu quero discutir com as senhoras e os senhores.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.) [CD161]

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[CD162] O SR. BENJAMIN MARANHÃO - Sr. Presidente, peço 1 minuto para um esclarecimento.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Tem V.Exa. a palavra, por 1 minuto.

O SR. BENJAMIN MARANHÃO (PMDB-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, nos últimos dias nós fomos surpreendidos por uma série de listas colocadas na Internet com o nome de Deputados que, supostamente, apoiavam a aprovação da PEC 37. Meu nome foi incluído nessa lista, quando, na verdade, o que existia — quem conhece o processo legislativo sabe disto — era uma lista de apoio à tramitação, que foi pedida, à época, pela Associação dos

Delegados de Polícia Federal.

Nunca assumi nenhum compromisso de votar ou de apoiar a PEC 37. O que se estava discutindo era uma proposta que ainda ia tramitar na Casa. Diante da necessidade de não se criar nenhuma dúvida em relação ao meu posicionamento quanto à possibilidade de não haver investigação por quem quer que seja — seja CGU, seja Tribunal de Contas da União, seja Ministério Público Federal, seja Ministérios Públicos Estaduais —, coloco-me, de forma clara e objetiva, contrariamente, não desrespeitando o direito da Associação dos Delegados de Polícia Federal e Civil. Mas[CD163], para evitar alguma dúvida quanto à transparência do comportamento deste Parlamentar, nós iremos rechaçar essa possibilidade. Eu solicito ao Plenário que esta matéria nem sequer seja votada, diante da necessidade de aprovarmos medidas urgentes, como a reforma política. Sr. Presidente, creio que o Congresso Nacional tem de rechaçar, de forma firme, qualquer possibilidade de Congresso paralelo, de Assembleia Constituinte exclusiva. Quem tem que votar a reforma política, a reforma fiscal e o novo pacto federativo é este Congresso, da mesma forma que, no passado, votou o Ficha Limpa, uma inspiração popular.

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O[CD164] SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao

Deputado Beto Albuquerque.

O[CD165] SR. BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, convoco a bancada do PSB para marcar a presença em plenário.[CD166]

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O[CD167] SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Com a palavra o Deputado

Plínio Valério.

O SR. PLÍNIO VALÉRIO (PSDB-AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, derrubar a PEC 37 é só o começo da tarefa que nos atribuíram agora. A Presidente Dilma Rousseff, de forma inteligente, para não dizer de forma esperta, jogou a bola para o Congresso Nacional. Tudo o que ela falou ela colocou em nossas mãos. Nós temos que aproveitar e fazer o que tem que ser feito, e não só a PEC 37.

Há 25 dias, eu tive a felicidade de postar no Facebook o seguinte: “Impedir investigação numa democracia que capenga, que engatinha, é, no mínimo, contribuir para que ela não floresça. Sou contra. Isso aí é mais do que obrigação”.

Sr. Presidente, nós temos que votar, se possível ainda hoje, o Fundo de

Participação dos Estados. Cadê os vetos? Têm que vir para cá, aproveitando essa onda, esse atropelamento, porque o povo nos atropelou mesmo. E, ao levantar, nós temos que mostrar serviço. Hoje é dia de virar aqui: vetos, Fundo de Participação dos Estados, PEC e o aumento para os defensores públicos federais. É hora de concordar com isso e não cair na esparrela da Presidente da República, que inventou uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para nos comprometer e ganhar tempo. Por[CD168] mais que se quisesse, é inconstitucional, não se pode fazer. Por mais que se quisesse, só para o ano. A Presidente quer ganhar tempo. O

PT quer ganhar tempo. O Governo quer ganhar tempo para poder nos iludir.

Portanto, não vamos cair na esparrela de Constituinte ou de plebiscito, para decidir. A Constituição não permite. O Governo Federal tem aqui 405 Deputados. É só colocar aqui, votar e aprovar. Não tem capacidade de colocar sua base para

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votar, mas quer que nós votemos. Quer jogar nas nossas mãos uma responsabilidade que não é nossa, é dela. Mas nós vamos assumi-la, Sr.

Presidente.

Eu peço, eu espero, eu torço, eu rezo para que a pauta de hoje seja: PEC 37,

“não”; vetos, concordar e derrubar sempre, e o Fundo de Participação dos Estados, senão vamos acabar perdendo.

Já que a Presidente fingiu de forma esperta, seguindo marqueteiro, e jogou a bola para nós, é hora de pegarmos essa bola, Sr. Presidente. É como o Presidente

Lula tanto gosta de dizer: “Matar no peito, no joelho, e fazer o gol”. E gol nós só fazemos votando aquilo que interessa à população, aquilo que a população quer de verdade. E ela já nos disse o que quer.

Então, façamos hoje, aqui e agora o que precisa ser feito. O que precisa ser feito no Parlamento é o que o povo quer. Vamos votar começando pela PEC, para mostrar que nós não estamos aqui de brincadeira.

Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas nas galerias.) [CD169]

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[CD170] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Arnaldo Jordy, que dispõe de 3 minutos.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, finalmente acho que nesta Casa, ao contrário do que ocorreu na semana passada, em que nós todos aqui assistimos, sem muita produtividade, à manifestação do povo brasileiro, da juventude brasileira, nas ruas, como dizia o poeta carioca Carlito Azevedo: “Quem não estiver confuso neste momento, não está bem informado”.

[CD171] Acho que nesta semana esta Casa tem que responder ao encontro do que nós ouvimos e vimos no Brasil, nas ruas brasileiras; ao que o turbilhão de energia transformadora, cidadã, patriótica, cívica vem nos ensinar. A melhor forma de responder a esse clamor da sociedade brasileira é produzirmos aqui, imediatamente, uma agenda positiva, que está engavetada nesta Casa, devido a alguns projetos, para fazer parte do nosso ordenamento jurídico, do nosso arcabouço jurídico como lei.

Eu me refiro a rejeitarmos, definitivamente, a PEC 37, como muitos aqui já fizeram. O PPS, desde o dia 9 de janeiro deste ano, tomou uma decisão, no seu

Diretório Nacional, contrária à PEC 37. Eu acho que foi um dos primeiros a se manifestar, por unanimidade, contrariamente à PEC 37. Mas nós devemos também responder a outras agendas, como o fim do voto secreto, essa excrecência de uma democracia representativa que está sendo questionada nas ruas também. A sociedade está exigindo mecanismos mais diretos de participação nas estruturas de decisão.

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Nós[CD172] não podemos silenciar, quando um cidadão escolhido para se representar nesse processo da democracia representativa não consegue controlar de que forma está votando o seu representante. Nós precisamos imediatamente pautar o fim do voto secreto, um entulho deste Brasil velho, deste Brasil superado, dessas instituições que já foram sepultadas, em grande parte, pelas vozes da população nas ruas. Da mesma forma, nós devemos imediatamente discutir a destinação dos royalties do petróleo.

A proposta que o PPS apresenta são 50% para a saúde e 50% para a educação. Existem outras propostas, mas nós temos que definir, Deputado Onofre

Santo Agostini, e sinalizar imediatamente.

O outro assunto é votar a PEC dos Defensores Públicos. Isso é dialogar com a população de baixa renda, com a população pobre. Existem Estados, como o

Estado do Pará, em que um Defensor, quando existe, responde por quatro, cinco ou seis Municípios, sem poder dar conta. Essa é outra PEC pela qual precisamos responder. Além disso, há o fim do fator previdenciário e outro absurdo que foi votado na Comissão de Direitos Humanos, que é o Projeto da Cura Gay , que tomou conta da opinião pública nas ruas e está causando grandes constrangimentos. Nós não temos competência para revogar uma decisão de um conselho de classe como o Conselho de Psicologia.

Portanto, eu acho que esta Casa não pode mais pensar pontualmente num ou noutro projeto. Nós precisamos fazer um elenco de medidas que devem ser pautadas nesta semana, na semana que vem, e começarmos a selecionar estas matérias que estão sendo reclamadas pela sociedade brasileira.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a s manifestações que acontecem há pouco mais de 10 dias em todo o País revelam a face de um Brasil que estava adormecido, como vaticina a principal palavra de ordem do movimento O Gigante

Acordou . E acordou com disposição para recuperar o tempo perdido.

Ao longo da história, os estudantes sempre desempenharam papel fundamental na organização das massas que foram às ruas pedir liberdade, democracia e condenar a corrupção. Foi assim em 1964, 1968, quando das Diretas

Já e do impeachment de Fernando Collor, em 1992, episódio que levou a juventude a pintar a cara, para ser um fator decisivo na queda do ex-Presidente, hoje Senador da República e aliado do Governo. Isso há 21 anos, quando boa parte dessa geração que está nas ruas não havia sequer nascido.

O poeta carioca Carlito Azevedo, ao ver a multidão nas ruas do Rio de

Janeiro, um dos principais focos dos protestos, disse com propriedade: “Quem não estiver confuso neste momento, não está bem informado”. De fato, muita gente foi pega de surpresa. As elites ficaram perdidas, batendo cabeça. Alguns dizendo bobagens do tipo: “Seria um movimento de direita” — aqueles que se achavam

“donos”, entre aspas, dos movimentos sociais, inconformados com a perda de controle. Nas redes sociais, os jovens construíram suas assembleias alheias às estruturas tradicionais da política, chamando para uma nova forma de fazê-la e redemocratizando a democracia.

A Presidente Dilma anunciou que “quer dialogar com os líderes do movimento”. Não entendeu nada! Não existem “os líderes”. Não existe um centro de comando, nem hierarquia. O movimento é horizontal. O comando vem das bordas.

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Nos cartazes que empunham nos protestos e na Internet, o Brasil se deu conta que o movimento não era apenas por 20 centavos, mas contra a desigualdade econômica e social, a ganância, a corrupção quase generalizada, o privilégio de empresas e os investimentos obscuros em arenas milionárias para a Copa do

Mundo de 2014. Aqui se trata de uma farra inexplicável. Em 2010, o Presidente Lula anunciava que não haveria recursos públicos nos estádios, depois o Governo falava em 2,5 bilhões de investimentos, e hoje já se contabiliza 8,6 bilhões de gastos do

Tesouro.

Com essas palavras de ordem não foi difícil mobilizar consciências cada vez maiores, de muitas cores, gêneros e opiniões políticas diferentes, que englobam pessoas de todos os estratos da complexa sociedade brasileira. E reunir tanta gente assim traz efeitos colaterais não desejados, que são a violência e o vandalismo, patrocinados por menos de 1% dos manifestantes, gente infiltrada que aposta na baderna, na depredação, no confronto e no descontrole do movimento.

Nos últimos 2 anos, a juventude esteve à frente das principais manifestações no mundo, tendo como bandeiras de organização a ordem e a defesa intransigente da não violência, para pedir democracia e protestar contra a corrupção. Primeiro, na chamada Primavera Árabe , especialmente nos protestos da Praça Tahir, no Cairo, em 2011. E depois, no movimento Ocupe Wall Street , também em 2011, em que milhares de jovens ocuparam o distrito financeiro de Nova Iorque, em protesto contra a corrupção e a influência das empresas financeiras na economia americana.

O Brasil mostra uma juventude antenada com as causas mundiais, com os protestos e com a força do povo, em ação direta, sem a interferência do atual sistema representativo. O Brasil do povo não se sente representado pelo Brasil do

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poder institucional. Chegou a hora de os dirigentes do País ouvirem o que disseram as ruas. Não foi um muxoxo nem um recado suave. Foi um grito forte e certeiro. A reforma política é urgente e necessária. A população já não acredita mais nesse sistema que está aí.

As manifestações são fruto de uma revolta sufocada pela agenda política e econômica do País e pela corrupção. E as suas lideranças coletivas conduzem as discussões sem as estúpidas disputas por hegemonias partidárias.

O que está em xeque é o sistema político vigente; é a alienação das elites e da maioria dos governantes; é um Brasil que tem a sétima economia do mundo e detém o 73º lugar do IDEB, o 85º lugar no IDH, o quinto com os maiores juros reais e a terceira maior carga tributária do mundo. É a falta de transparência dos gastos público. É o Brasil da oitava maior sociedade desigual do Planeta. É o Brasil que foi

às ruas para dizer basta.

Era o que tinha a dizer Sr. Presidente.[CD173]

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[CD174] O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, há um ditado popular que diz o seguinte: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Há 270 Deputados. Na Ordem do Dia há matéria, Sr. Presidente. Pelo amor de Deus, vamos cumprir o Regimento Interno e iniciar a Ordem do Dia!

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Deputado Onofre Santo Agostini,

V.Exa. é um fiscal do horário e da celeridade das nossas discussões.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Mas vou preso do mesmo jeito.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Estou aguardando apenas o

Secretário para iniciar a Ordem do Dia.

[CD175]

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[CD176] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Concedo a palavra ao

Deputado Major Fábio, que disporá de 3 dias.

O SR. MAJOR FÁBIO (DEM-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos assistindo ao que está acontecendo no nosso País. Os policiais militares, os policiais civis estão carregando, novamente, a revolta do povo brasileiro. A culpa não é dos policiais. A culpa é de todos nós, dos

Deputados, dos gestores públicos.

Os policiais nutrem um sentimento de satisfação com esta Casa, que votou o primeiro turno da PEC 300 e o Piso Nacional dos Policiais. Fizemos uma festa na

Casa, quando foi votado aqui o primeiro turno.

Este País precisa de igualdade social, porque os nossos policiais, os nossos heróis sequer têm um piso nacional. Enquanto juízes, promotores, Deputados recebem 26 mil reais (Manifestação nas galerias), o policial militar no nosso País recebe 2 mil reais.

[CD177] Os policiais vão às ruas também. Os policiais vão erguer também a bandeira da PEC 300. Nós estamos nos sustentando, Sr. Presidente, mas amanhã, em Alagoas, os policiais já estarão indo também às ruas, de forma ordeira, de forma pacífica.

Nós vamos cobrar desta Casa e vamos cobrar também da Presidenta da

República. Fico em casa, às vezes, no fim de semana, assistindo às reportagens sobre a Presidenta; assistindo aos seus depoimentos, e me lembro de que a S.Exa. prometeu a criação do piso nacional dos policiais. Está no seu programa de Governo a criação do piso nacional, mas, infelizmente, o Governo, que tem maioria esmagadora nesta Casa, não deu ainda uma satisfação aos policiais brasileiros.

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Precisamos, sim, Sr. Presidente Henrique Alves, dar uma satisfação aos policiais deste Brasil, votando o segundo turno da PEC 300.

Muito obrigado.

Durante o discurso do Sr. Major Fábio, o Sr. Simão

Sessim, 2º Secretário, deixa a cadeira da Presidência,

que é ocupada pelo Sr. Henrique Eduardo Alves,

Presidente. [CD178]

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[CD179] O SR. PAULO FEIJÓ - Sr. Presidente Henrique Eduardo Alves, peço a palavra por 1 minuto...

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra V.Exa., por 1 minuto.

O SR. PAULO FEIJÓ (Bloco/PR-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, eu quero registrar a presença do Vice-Prefeito do Município de

Itaperuna, Dr. Jair Bittencourt, que veio participar de uma audiência com o Ministro dos Transportes, César Borges, e com o Líder do PR, Deputado Anthony Garotinho, para que pudéssemos viabilizar definitivamente o tão necessário e sonhado contorno da BR-356, no Município de Itaperuna. [CD180]Saímos de lá convictos de que essa licitação acontecerá até agosto de 2013.

Portanto, uma vitória do povo itaperunense, como do povo de todo o noroeste do Estado. Parabéns ao Prefeito Alfredão que, muitíssimo bem representado pelo

Sr. Jair Bittencourt, consegue êxito nessa principal reivindicação do povo itaperunense.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores aqui presentes, crianças, jovens, senhoras senhores e pessoas com deficiência que me ouvem, veem, e leem pela Rádio Câmara e TV Câmara , Internet, redes sociais e, inclusive pela Língua Brasileira de Sinais — LIBRAS, e em particular os ilustres cidadãos do meu Estado, Rio de Janeiro, que tenho o orgulho de aqui representar, ao longo da trajetória de meus quatros mandatos como Deputado Federal, várias foram as

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ocasiões em que me pronunciei sobre a necessidade de se repensar o Estado brasileiro, quanto ao seu sistema político, tributário e financeiro.

Assim me posicionei, Sr. Presidente, porque entendo quão complexa é equação em que presenciamos o Governo Federal arrecadar mais e mais e, gradativamente, a executar, em paralelo, menos de seu Orçamento, com a implementação célere das políticas públicas desejadas e aguardadas pela população.

Agora, mais uma vez, nobres colegas de Parlamento, presenciamos o

Governo Federal acumular recordes na arrecadação de tributos. A arrecadação federal de impostos totalizou R$87,858 bilhões em maio de 2013, uma alta real de

5,80% (corrigida a pelo IPCA) em relação ao mesmo período de 2012, conforme os dados divulgados ontem, segunda-feira, pela Receita Federal.

É uma evolução impressionante, Sr. Presidente, se considerarmos que até agora, em 2013, o recolhimento de impostos e contribuições soma R$458,302 bilhões, com aumento real de 0,77% sobre igual período do ano passado. Em abril, a arrecadação somou R$98,7 bilhões, ou seja, uma alta real de 0,07% sobre abril de

2013.

Sem correção inflacionária, a receita com impostos e contribuições teve alta de 12,68% no quinto mês do ano, ante o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$77,971 bilhões.

As receitas administradas pela Receita Federal mostraram alta real de 6,68%, para R$86,290 bilhões, na comparação com maio do ano passado. A alta nominal ficou em 13,62%. No ano, essas receitas somam R$441,366 bilhões. Esse valor representa uma alta real de 1,09% em relação a igual período de 2012.

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Já a receita própria de outros órgãos federais totalizou R$1,568 bilhão no mês passado, queda em termos reais de 27,36%, na comparação com o mesmo mês de

2012. No acumulado do ano, a arrecadação de outros órgãos soma R$16,936 bilhões, baixa real de 6,79% no comparativo anual.

Entendemos, como os números indicam, que o Governo Federal segue na expansão de sua base de arrecadação tributária e, lamento, que isso dê em um cenário econômico confuso, de retração do Produto Interno Bruto — PIB, de alta dos preços e elevação tanto da carga tributária como das taxas de juros.

É uma combinação fatal que, acreditamos, pode ferir de morte o crescimento econômico do País, afetando a força produtiva, prejudicando empreendedores, penalizando industriais, sacrificando trabalhadores, em um cenário de desajuste macro que não interessa a ninguém e que, penso eu, contribui para o fortalecimento no imaginário popular de uma percepção negativa sobre o Governo e os seus rumos.

Desejamos que o Brasil possa atingir um novo patamar de desenvolvimento econômico e social, com juros mais baixos, menos tributos, enfim, com uma política tributária e financeira que prestigie mais o capital produtivo do que o especulativo, fortalecendo o País como um todo.

Ao término desse pronunciamento, caros Deputados e Deputadas, reitero minha posição em defesa dos empreendedores, sejam eles da indústria, do comércio ou do setor de serviços, na defesa de menos juros e de menos impostos.

Muito obrigado.[CD181]

190

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[CD182] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Antes de iniciar a

Ordem do Dia e conceder a palavra ao Deputado já chamado, a Presidência quer registrar nesta Casa que, por entendimento com todos os Líderes partidários, para hoje nós agendamos uma pauta importante e consistente para a Câmara dos

Deputados: a Medida Provisória nº 611, que tem a primazia de ser a primeira a ser votada; o projeto dos royalties para a educação, atendendo, portanto, a um clamor nacional de priorizar um tema dessa importância; e, depois, em sessões extraordinárias, vamos votar a PEC 37, quando esta Casa vai deliberar sobre esse tema que não pode mais ficar perdurando aí, criando uma insegurança generalizada.

Esta Casa vai mostrar, portanto, a sua vontade, de maneira respeitosa e democrática. E o projeto também do FPE — do Fundo de Participação do Estado —, para que nós possamos decidir essa matéria, que está no limiar de seus prazos, para que não prejudique os Estados que terão que receber repasses da União, portanto, do Fundo de Participação do Estado.

Deixo, portanto, aqui esta pauta anunciada.[CD183]

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[CD184] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Passo a palavra ao nosso Deputado Simão Sessim.

Antes, concedo a palavra ao Deputado Marcos Rogério e, logo após, a Ordem do Dia, com esta pauta importante nesta Casa, hoje.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Parabéns pela coragem, Presidente!

Parabéns pela coragem, Presidente!

O SR. MARCOS ROGÉRIO (PDT-RO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, incialmente queria cumprimentar V.Exa., nobre Deputado Henrique Eduardo Alves. Nesta semana, tínhamos a previsão de votar no dia 26 a PEC 37. Ontem, foi anunciado pelos veículos de comunicação o adiamento dessa deliberação para o mês de julho. Hoje, durante a reunião do

Colégio de Líderes, V.Exa. abordou esse tema na Mesa e, com o apoio total dos

Líderes desta Casa, vai submeter ao Plenário da Câmara dos Deputados a PEC 37.

Essa PEC tem sido objeto de manifestações Brasil afora. Já tive a oportunidade de debater esse tema aqui e dizer que a PEC 37 é um daqueles temas que não interessam ao Brasil. Retirar poder do Ministério Público no momento que o

País atravessa — sendo esta uma instituição de credibilidade nacional, prestando relevantes serviços ao País — é caminhar na contramão da história.

Então, cumprimento o Presidente pela sensibilidade não só de manter a agenda de votação da PEC 37, que era para amanhã, dia 26, mas em antecipar para hoje a deliberação desse tema. Eu tenho o entendimento de que nós precisamos avançar a discussão sim, regulamentarmos o processo investigatório. O

Ministério Público, durante todos os debates que fizemos, demonstrou muito claramente sensibilidade a essa questão, reconhecendo a necessidade de

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assegurar, no processo de investigação, as garantias constitucionais ao investigado de prazos para investigação e outros temas. Agora[CD185], retirar do Ministério

Público a prerrogativa da investigação é caminhar na contramão do interesse público nacional.

Portanto, hoje, certa e majoritariamente, o Plenário desta Casa dará uma resposta ao Brasil: não vota a favor deste ou daquele grupo, mas vota a favor do

Brasil. E essa PEC — se Deus quiser —, com o apoio dos pares desta Casa, será arquivada, porque não interessa ao povo brasileiro.

Portanto, eu queria cumprimentar o Presidente da Casa (palmas nas galerias) , os Deputados aqui presentes.

Essa PEC, malfadadamente, ganhou o número 37, justamente o número do artigo da Constituição Federal que trata dos princípios da administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Para concluir, Deputado. Vamos iniciar a Ordem do Dia.

O SR. MARCOS ROGÉRIO - Concluindo, Sr. Presidente, esses são os princípios da administração pública, justamente aqueles pelos quais o Ministério

Público faz questão de zelar, em nome do povo brasileiro.

Se houvesse uma PEC aqui a restringir também o papel das polícias, também seríamos contra, porque isso vai contra o interesse público nacional.

Parabéns a todos!

Durante o discurso do Sr. Marcos Rogério, o Sr. Henrique Eduardo Alves, Presidente, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Simão Sessim, 2º Secretário.

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VI [CD186][CD187] - ORDEM DO DIA

PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - A lista de presença registra o comparecimento de 279 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.

196

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[CD188] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Passa-se à apreciação da matéria sobre a mesa e da constante da Ordem do Dia.

Item 1.

MEDIDA PROVISÓRIA Nº 611, DE 2013

(DO PODER EXECUTIVO)

Discussão, em turno único, da Medida Provisória nº

611, de 2013, que abre crédito extraordinário em favor

dos Ministérios das Comunicações, do Desenvolvimento

Agrário, da Defesa e da Integração Nacional, no valor de

R$3.969.200.000,00 (três bilhões, novecentos e sessenta

e nove milhões e duzentos mil reais), para os fins que

especifica; tendo parecer da Comissão Mista de Planos,

Orçamentos Públicos e Fiscalização, pelo atendimento

dos pressupostos constitucionais de relevância, urgência

e imprevisibilidade das despesas; pela adequação

financeira e orçamentária e, no mérito, pela aprovação

desta; e pela inadmissibilidade das emendas

apresentadas (Relatora: Deputada Gorete Pereira; e

Relator Revisor: Senador João Vicente Claudino).

197

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Passa-se à discussão.

[CD189]Para discutir, com a palavra o nobre Líder Rubens Bueno. (Pausa.)

Deputado Walter Feldman. (Pausa.) Ausente do plenário.

Deputado Duarte Nogueira. (Pausa.) Ausente do plenário.

Deputado Glauber Braga.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje subo a esta tribuna por um motivo bastante claro, para falar com o público que acompanha a sessão da Câmara dos Deputados, transmitida pela TV Câmara .

Eu não tenho dúvida de que está havendo um erro de procedimento, pois está bastante claro que a Câmara dos Deputados ainda não conseguiu perceber que o que se busca é a mudança da forma, da ação, de como normalmente são encaminhados os assuntos pelo Parlamento em relação às ruas.

A questão não é simplesmente temática. A questão não é trabalhar o tema A ou B por serem, num determinado momento — e isso é positivo, é legítimo, é ótimo que assim seja —, objeto das manifestações populares. Sim, nós temos que estar atentos o tempo todo aos temas que são trabalhados pelas manifestações populares, mas é preciso muito mais do que isso. Nós temos que estar atentos à forma como os temas normalmente são tratados e trabalhados. Voltar a determinados temas, imaginando-se única e exclusivamente... Eu imagino que esta não seja a vontade de todos os Parlamentares, mas existe um segmento que tem a preocupação de votar determinadas matérias para, assim, poder-se acalmar os

ânimos mais exaltados que vêm das ruas.

198

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Nós temos uma oportunidade ímpar neste momento de estabelecer, não por ocasião, mas de forma permanente, instrumentos de participação direta que possam efetivamente modificar a rotina desta Casa. A[CD190] reação é o mais do mesmo. A reação pura e simples, sem uma modificação da cultura, não difere daquilo que deva ser um comportamento novo por parte do Parlamento, do Legislativo. Ouvir a voz das ruas tem que ser um comportamento permanente e não de ocasião.

Uma proposta bastante objetiva: que votemos, sim, as medidas provisórias que já estão tramitando. Que tenhamos a oportunidade também de votar e discutir outros projetos, mas que tenhamos, de maneira permanente, a Comissão de

Legislação Participativa da Câmara dos Deputados — infelizmente, ainda é uma daquelas que não tem o prestígio suficiente por parte dos Parlamentares, é claro que eu não generalizo, mas não tem ainda o prestígio suficiente por parte da Casa

— como o grande canal de verificação de quais são as demandas populares, de discussão com os segmentos organizados, para que possamos estabelecer uma nova política.

Se partimos do pressuposto de que, neste momento, o instrumento precisa ser alterado, não vamos única e exclusivamente reagir por ocasião. Ouvir a voz das ruas tem que ser um trabalho de natureza permanente. Ouvir, negociar e não única e exclusivamente reagir ao primeiro, ao segundo ou ao terceiro tema.

[CD191]Normalmente, a reação simples e pura pode ter um efeito positivo sobre uma agenda no dia de hoje, mas ela não modifica o formato. Não modificando o formato, o procedimento, não tem a oportunidade de fazer uma alteração verdadeira e profunda.

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Objetivamente, qual é a mudança de formato? É fortalecer os instrumentos de participação direta, tendo na Comissão de Legislação Participativa esse grande foco do contraditório, da manifestação da sociedade civil. A reação pura e simples não é e não deve ser aquilo que vai modificar a política do Brasil, que vai modificar a realidade do Parlamento brasileiro.

Obrigado, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Obrigado, Deputado.

[CD192] Ainda para falar a favor, concedo a palavra ao Deputado Sibá

Machado.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, essa medida provisória vem atender a três Ministérios em áreas extremamente sensíveis de nosso País. Mas atende principalmente as famílias do Nordeste atingidas pelas secas e aquelas outras famílias, ligadas ao Ministério da Integração

Nacional, que foram atingidas por desastres naturais. E mais: há uma parcela de recurso para atender à situação da comunicação dos jogos na Copa do Mundo, que

é um entendimento do Governo brasileiro com a FIFA.

Então, entendemos a medida provisória altamente meritória e rogamos pela sua aprovação neste momento.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Obrigado, Deputado Sibá Machado.

[CD193]O último Deputado inscrito para falar a favor é o Deputado Delegado

Protógenes.

O SR. DELEGADO PROTÓGENES (PCdoB-SP. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, colegas Deputados, colegas Deputadas, cumprimento, nas galerias,

200

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os meus colegas do Ministério Público dos Estados e também do Ministério Público

Federal.

Estamos aqui a discutir a Medida Provisória nº 611, que aporta recursos nos

Ministérios das Comunicações, do Desenvolvimento Agrário, da Defesa e da

Integração Nacional no valor 3 bilhões de reais, 969 milhões e 200 mil reais.

Eu me alinho aqui ao orador que me antecedeu, Deputado Glauber, falando da nossa responsabilidade nesta Câmara dos Deputados, responsabilidade congressual, porque ainda não tomamos conhecimento do que acontece no País.

O tema central em pauta, Srs. Deputados, o grande balcão vazio que se estabelece hoje entre o público e o Estado é a responsabilidade pública com o dinheiro público e com o desperdício de dinheiro público.

[CD194] Eu quero desta tribuna cobrar isso, aproveitando a oportunidade para sublinhar os temas candentes: impunidade e corrupção. Cadê os mais de 3 bilhões de dólares bloqueados na operação Satiagraha do banqueiro, bandido condenado e corrupto Daniel Dantas, que serve há muito nesta República, equivalente ao que se está aportando aqui? Este é o sentimento que devemos ter aqui hoje. Cadê os temas candentes de instrumentalização privada do Ministério

Público Federal? Cadê esses temas? Cadê o escritório de advocacia vergonhoso do

Sr. Antônio Fernando, ex-Procurador-Geral da República, do Sr. Aristides Junqueira, ex-Procurador-Geral da República, e do futuro advogado e atual Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, que deve juntar-se ao mesmo instrumento privado para controlar a Procuradoria-Geral da República em favor dos atuais ladrões da

República? Não é admissível que esses Procuradores venham a defender interesses de corruptos que desviaram dinheiro público nesta República.

201

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Quando estamos votando, precisamos ter responsabilidade e saber que 3 bilhões e 969 milhões de reais equivalem ao valor bloqueado desse ladrão da

República. No entanto, desde 2008, nenhuma providência foi tomada pelo Judiciário brasileiro. Refiro-me ao Supremo Tribunal Federal, que amanhã vai empossar o quinto Ministro daquela Suprema Corte, sem dar uma resposta aos corruptos desta

República.

[CD195]Quais casos de corrupção transitados em julgado há na Suprema

Corte? Quais casos de uso indevido de dinheiro público? Há sim, senhores, casos de corrupção que os meus colegas do Ministério Público presentes nas galerias oficiam — e funcionam muito bem, juntamente com a Polícia Judiciária. Há lá corruptos das favelas, das periferias, dos bolsões de misérias.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Para concluir, Deputado Delegado

Protógenes.

O SR. DELEGADO PROTÓGENES - Levam e justificam o funcionamento do

Estado brasileiro, esse funcionamento hipócrita que estamos cansados de ver nesta

República. Ninguém tem a coragem de levantar-se contra esses poderosos corruptos nesta República que hoje vivem nos balcões de negócios dos seus gabinetes, levando à realidade brasileira o que está acontecendo nas ruas. As ruas pedem o fim da corrupção. As ruas pedem o fim da impunidade. As ruas pedem mais liberdade...

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Solicito ao Deputado Delegado

Protógenes que conclua.

202

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O SR. DELEGADO PROTÓGENES - ...mas é em favor do povo trabalhador, do povo brasileiro e dos jovens brasileiros, Sr. Presidente, em respeito ao futuro deste País.

Srs. Deputados, sou a favor desta medida provisória.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Obrigado, Deputado.

[CD196] Concedo a palavra ao Deputado Rubens Bueno, chamado anteriormente, para falar contra.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, a edição de medida provisória está prevista na Constituição da República, e o que a regulamenta é exatamente o que trata o art. 62 da

Constituição Federal, que fala da urgência e da relevância.

Mas[CD197] o art. 167, § 3º, fala também da imprevisibilidade. Estamos aqui com a Medida Provisória nº 611, que nada tem de imprevisibilidade. Isso mostra a incompetência do Governo, que não sabe planejar, que não sabe propor sequer uma peça orçamentária para o Governo executar. Daí vem mais uma medida provisória.

E o PT sempre reclamou, a vida inteira, que os Presidentes abusavam da edição de medidas provisórias. Ninguém mais do que o Governo do PT usa e abusa de medidas provisórias, ninguém mais! Nunca, na história do País, baixou-se tanta medida provisória como nos Governos do PT.

Sr. Presidente, aqui há recursos para o Ministério do Desenvolvimento

Agrário, 1,8 bilhão; o Ministério da Defesa, 277 milhões; o Ministério da Integração

Nacional, 1,7 bilhão. Mas há um recurso inaceitável: é inaceitável aprovar-se, dentro desta medida provisória, 43 milhões de reais destinados a atendimento aos eventos da Copa do Mundo e da Copa das Confederações. Não é possível que, em

203

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cumprimento a essas obrigações, que vêm da garantia já estabelecida em 2007, o

Governo as tenha escondido por muito tempo. Escondeu, por muito tempo, aquele compromisso do protocolo com a FIFA que estabelecia as condições mínimas a serem atendidas pelo Governo. E lá está a Garantia nº 11, que trata de recursos para eventos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

Com esses 43 milhões, mais uma vez, mete-se a mão no dinheiro público, dinheiro do povo brasileiro! O Presidente Lula garantiu e a Presidente garantiu — e ambos mentiram à Nação — que não havia dinheiro público nas Copas das

Confederações e na Copa do Mundo. Se[CD198] mentiram à Nação, não podemos aprovar 43 milhões de reais de dinheiro do povo para tratar de eventos, festas luxuosas, nababescas. É disto que trata efetivamente a medida provisória, quando fala em recurso de 43 milhões de reais para o Ministério das Comunicações.

Por isso, Sr. Presidente, nós da bancada do PPS — e a bancada do PR também — estamos apresentando destaque para que isso seja votado e derrubado, para que um País que já foi entregue à FIFA não entregue mais dinheiro público para aqueles que não precisam.

[CD199] O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Encerrada a discussão.

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Antes de passar à votação, concedo a palavra ao Deputado Anthony Garotinho, que a solicitou, para falar como Líder.

O SR. RONALDO CAIADO - Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem, por apenas 1 minuto.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Tem V.Exa. a palavra.

O SR. RONALDO CAIADO (DEM-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, apenas quero chamar a atenção para um ponto muito importante: nesta medida provisória, há também um valor destinado à seca do Nordeste, 1,786 bilhão de reais. Há um ano e dois meses, o Governo está destinando verbas para a seca do Nordeste.

Só para as pessoas saberem, o que sai na mídia é que o Governo já autorizou 7,918 bilhões de reais. Até[CD200] agora, Sr. Presidente — e muitas já perderam —, só foram pagos 2,529 bilhões de reais, ou seja, apenas 31% foram pagos para o combate à seca no País.

Isso mostra, mais uma vez, a maneira demagógica e marqueteira com que este Governo trata um assunto tão grave: a seca no Nordeste. De 7 bilhões por medidas provisórias, pagaram até agora somente 2 bilhões e 300 milhões de reais.

O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Obrigado, Deputado.[CD201]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Com a palavra o Deputado Anthony

Garotinho, para uma Comunicação de Liderança, Bloco Parlamentar

PR/PTdoB/PRP/PHS/PSL/PRTB.

S.Exa. dispõe de 6 minutos.

O SR. ANTHONY GAROTINHO (Bloco/PR-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meus colegas Deputados, a bancada do nosso partido se orgulha muito de ter tido a nossa colega Deputada Gorete Pereira como Relatora desta medida provisória. S.Exa., porém, alertou-nos para a nota técnica — e chamo a atenção do Deputado Rubens Bueno.

Deputado Rubens Bueno, V.Exa. falou que se destina a grandes eventos, mas não citou os grandes eventos. Mas a nota técnica cita quais são os eventos.

Então, vou ler a íntegra da nota técnica para que a população saiba onde o Governo pretende gastar esse dinheiro — e até para que os colegas possam meditar se este

é o momento apropriado para isso:

“Segundo[CD202] a Nota Técnica nº

3/2013/DEBL/STE/MC, de 7 de março de 2013, a

‘Garantia nº 11-Telecomunicações e Tecnologia da

Informação’ foi assinada pelo Ministro de Estado das

Comunicações” — foi assinada pelo Ministro de Estado

das Comunicações — “em maio de 2007, para formalizar

o comprometimento do País com as exigências da FIFA

no setor de telecomunicações para a realização da Copa

do Mundo 2014 e da Copa das Confederações da FIFA

2013.

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O Governo brasileiro comprometeu-se a garantir,

sem custo para a FIFA ou para seus usuários, a

disponibilidade de infraestrutura de telecomunicações,

incluindo a totalidade da rede, seus equipamentos e as

comunicações de telefone, dados, áudio e vídeo

necessários para as competições e seus eventos

auxiliares.”

Então, Deputado Rubens Bueno, é mais grave do que nós imaginávamos.

Esse dinheiro aqui, dos grandes eventos a que V.Exa. se referiu, é para a Copa do

Mundo e para a Copa das Confederações. Olha, o brasileiro está nas ruas protestando e o Governo vai dar mais 43 milhões!

Então, com toda a sinceridade — eu tenho muito respeito por tudo que a

Presidente Dilma tem tentado fazer pelo Brasil —, nós não podemos, neste momento, dar um tapa no povo brasileiro. [CD203] Nós temos que ter responsabilidade.

Anteontem, a nossa mandatária número 1 foi à televisão dizer que não há dinheiro público na Copa do Mundo, nem na Copa das Confederações. Como não há dinheiro público? Nesta própria medida provisória, o Governo está doando — doando! — à FIFA 43 milhões de reais. É um absurdo!

Então, nós, da bancada do PR, que nos orgulhamos de ter a Deputada

Gorete Pereira como Relatora, fomos por ela orientados. Ela percebeu esse fato grave. E, diante da situação que está ocorrendo em nosso País, o Partido da

República fará um destaque, ou acompanhará aquele primeiro destaque, apenas para suprimir esses gastos de 43 milhões de reais, mantendo o espírito da medida

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provisória, que, no seu conjunto, é boa, pois destina recursos para áreas importantes do Brasil.

Agora, depois de tudo que a FIFA já ganhou... Eu presenciei. Eu estou com minha consciência tranquila, porque, quando a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou isenção de ISS, eu disse: “Nós não temos competência para isso. ISS é tributo municipal ”. Mas deram isenção de

ISS para as cidades-sedes. Quando nós aprovamos na CCJ a isenção de ISS para qualquer produto que tivesse a marca FIFA e fosse comercializado por empresa credenciada pela FIFA, eu disse: [CD204] “Isto é ilegal. Não podemos fazer. ICMS é tributo estadual.” — além de o Governo Federal ter isentado a FIFA de todos os impostos federais.

V.Exa. tem noção disso, Sr. Presidente?

Eu vou dizer mais uma coisa aqui que eu custei a acreditar quando vi. Deram isenção de PIS/COFINS, PASEP, Imposto de Renda, Taxa de Utilização do

SISCOMEX, tudo! Mas o mais inacreditável de tudo: a FIFA exigiu, e o Governo deu, isenção até da cobrança da CIDE sobre a gasolina que for usada para transportar qualquer membro da entidade. Francamente, isto é um absurdo!

Então, nós, do PR, vamos encaminhar pela aprovação da medida provisória, mas pela rejeição disso que está aqui.

Eu acho até que a Presidente, pessoa superbem-intencionada, não deve ter percebido isso aqui. Não é possível. Uma pessoa que vai à televisão e diz, com toda firmeza e convicção, o que ela disse, não pode enviar uma medida provisória como essa aqui. Então, eu acredito que alguém lá, ao preparar a medida provisória, se enganou, se equivocou e mandou isso aqui.

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Então, até para defender os princípios manifestados com firmeza e com decisão pela própria Presidente, nós vamos votar pela rejeição desse trecho da medida provisória.[CD205]

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O SR. PRESIDENTE (Simão Sessim) - Passamos aos encaminhamentos.

Para encaminhar contrário à matéria, o Deputado Duarte Nogueira. ( Pausa .)

Ausente.

Para encaminhar a favor, Deputado Glauber Braga.

O SR. GLAUBER BRAGA (PSB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados e Sas. Deputadas, público que nos assiste neste momento na TV Câmara , público presente nas galerias, claro que, em relação a esta matéria, o voto vai ser favorável, porque, inclusive, tem ações importantes do

Ministério da Integração. Mas quero voltar aqui — foi por isso que tive a oportunidade de me inscrever — a tratar de um ponto que considero relevante. Nós estamos tendo uma oportunidade, neste exato momento, com todas as manifestações nas ruas, com a vontade de participar, com os movimentos organizados, de dar uma virada no que diz respeito à forma como se estabelecem os procedimentos.

Quero falar de um tema específico, e inclusive dialogar com os promotores, com os membros do Ministério Público presentes, com os delegados da Polícia Civil e da Polícia Federal. Há aproximadamente 2 semanas, fui procurado por representantes do Ministério Público que, claro, queriam a rejeição da PEC 37, mas que, ao mesmo tempo, consideravam e viam com bons olhos que o processo de regulamentação das atividades de investigação criminal pudesse ser aprofundado.

[CD206] No dia de hoje, vimos uma mudança no que diz respeito especificamente ao que eu posso chamar de tática do movimento legítimo dos representantes do Ministério Público. Ou seja, eles pedem ao Presidente da Casa que a matéria seja votada imediatamente.

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Há muitos pontos sobre os quais eu gostaria de continuar a dialogar com o

Ministério Público, com a Polícia Civil, com a Polícia Federal, com a Defensoria

Pública, com a OAB. Mas eu, especificamente, Sr. Presidente, não posso deixar de dizer que, mais uma vez, nos equivocamos no procedimento.

Esta seria uma grande oportunidade, sim — não única e exclusivamente —, de fazer uma reação pontual e manter um diálogo profundo com os representantes do Ministério Público, da Polícia Civil, da Polícia Federal e com a população brasileira envolvida com o tema.

Além disso, a gente poderia adotar isso como procedimento para todas as outras questões. Essa matéria especificamente — e eu já me adianto porque eu sei que no momento da votação da PEC 37 dificilmente terei oportunidade de fazê-lo — não deve ser votada por vingança de quem teoricamente sofreu um processo de improbidade administrativa.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Vamos votar, Sr. Presidente. Vamos votar.

O SR. GLAUBER BRAGA - Para concluir, Sr. Presidente. Também não é uma matéria que deva ser votada sem o aprofundamento de questões relevantes no que diz respeito à regulamentação, sim. Ou seja, esse diálogo vai continuar.

[CD207] O Presidente Henrique Eduardo Alves, na sua prerrogativa, colocou a matéria em votação; e o fez atendendo a essa prerrogativa que tem o Presidente da

Casa.

Nós sabemos que existe hoje um quórum possivelmente muito favorável à aprovação da matéria. E é por que a matéria hoje é votada e aprovada que nós não dizemos que temos que continuar discutindo com a representação do Ministério

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Público, com a representação das polícias, da Defensoria, da OAB e dos cidadãos, para que essa matéria possa estar sendo tratada adequadamente? É claro que sim.

O procedimento não foi o mais adequado. O procedimento...

(O microfone é desligado.)

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Vamos votar, Sr. Presidente. Vamos votar. Estourou o prazo. É a segunda vez que S.Exa. está usando a palavra.

O Sr. Simão Sessim, 2° Secretário, deixa a cadeira

da Presidência, que é ocupada pelo Sr. Andre Vargas, 1º

Vice-Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Conclua, Deputado Braga, porque nós temos muitas votações. Já é a segunda prorrogação, Deputado. Em respeito aos demais.

O SR. GLAUBER BRAGA - Eu me comprometo a concluir, Presidente.

Agradeço a V.Exa.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Aí não querem que o povo venha ao

Congresso dizer que isto aqui é uma palhaçada.

Sr. Deputado, vamos votar.

O SR. GLAUBER BRAGA - Presidente, vou concluir.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Conclua, para nós votarmos, por favor.

O SR. GLAUBER BRAGA - Concluo a minha observação dizendo o seguinte: uma matéria que vai continuar sendo discutida poderia estar sendo votada hoje com um procedimento diferente, em que todas as partes pudessem estar discutindo profundamente essa questão, como até a semana era a vontade de alguns.

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Infelizmente, não foi o que aconteceu no dia de hoje. Erramos no processo; não discuto, neste momento, o mérito, mas discuto o processo. Nós não estamos inovando na política nacional, nós estamos repetindo aquilo que já é a prática de reação. Temos que nos sentar todos à mesma mesa, para discutir profundamente todos os temas da República. Nós podemos dar esse passo, e o momento para fazer a nova política é já.

[CD208] O SR. NILSON LEITÃO - Para encaminhar contrariamente, Sr.

Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Tem a palavra o Deputado Nilson

Leitão. Depois, o Deputado Sibá Machado, e então nós vamos votar.

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Srs. Deputados, nós encaminhamos contra esta medida provisória, por algumas razões. A primeira razão é que o Planalto repete o envio de uma medida provisória frankenstein , com dez assuntos diferentes. A segunda é que — não é preciso ser repetitivo — destinar mais 43 milhões para a Copa do Mundo e para as obras e eventos da Copa das Confederações é uma demonstração clara da falta de planejamento deste Governo.

É impressionante. O Governo não consegue se organizar para um evento que está marcado há tantos anos, e agora manda, por meio de medida provisória, mais

43 milhões, para serem gastos em telecomunicações para grandes eventos — Copa das Confederações e também Copa do Mundo. É um absurdo. Não há nenhum tipo de organização ou planejamento neste Governo.

Mais do que isso, o Governo manda para cá uma medida de apoio ao desenvolvimento sustentável de territórios rurais no valor de 1 bilhão e 300 milhões

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de reais — outro absurdo, porque deveria ter enviado projeto de lei. A medida provisória vai atropelando todo o Regimento, vai atropelando toda a legalidade, não tem o mínimo de compromisso com esta Casa ou com a população brasileira.

[CD209] Sr. Presidente, quando se destinam 277 milhões de reais para a contratação de caminhões-pipas, de água para combater a seca do Nordeste, fica para esta Casa e para a sociedade brasileira o sentimento de que é preciso ajudar o

Nordeste. E nós queremos ajudar o Nordeste. Então por que não se consegue evoluir nas obras da transposição do São Francisco? Alguns bilhões de reais foram rasgados, jogados fora naquela obra, em uma propaganda atrás da outra.

Campanhas eleitorais fazem uso há muito tempo da transposição do São

Francisco, e cada vez mais se usam paliativos para resolver um assunto tão importante — e tão usado pelo PT e pela Presidente Dilma nas campanhas eleitorais. São 277 milhões para a contratação de caminhões-pipas. Isso é um absurdo!

Diante de tudo isso, fica o nosso repúdio, mais uma vez, à Presidente Dilma, que não faz uma gestão eficaz nem eficiente, que, acima de tudo, não tem responsabilidade com o dinheiro público, mas num momento destes vai a público dizer que tem que é preciso estabelecer uma agenda para o País. Ora, quem está há 10 anos no poder não pode ficar falando em agenda para o futuro, tem que aceitar a crítica das ruas e avaliar sua gestão com humildade, para podermos refazer este Brasil, começando pelo Governo.

[CD210] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Tem a palavra o Deputado Sibá

Machado.

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O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Rapidamente, Sr.

Presidente, quero dizer que nesta medida provisória nós temos quatro compromissos da Presidenta Dilma com a sociedade brasileira.

O primeiro compromisso é usar parte desses recursos para atender às famílias que foram atingidas pela estiagem no Nordeste.

O segundo compromisso é, através do Ministério do Desenvolvimento

Agrário, atender 4.855 Municípios com máquinas e equipamentos, para melhorar a sua infraestrutura.

O[CD211] terceiro compromisso, Sr. Presidente — muito importante para o

Estado de V.Exa. — é com as famílias atingidas pelas enchentes.

Por fim, o quarto compromisso, relativo à Copa do Mundo. Trata-se de garantir o sistema de transmissão dos jogos, quando mais de 2 bilhões de pessoas, no planeta inteiro, estarão olhando para o nosso País.

É muito importante cumprir esses quatro compromissos da Presidência da

República. Portanto nós somos favoráveis à medida provisória, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação o parecer da Comissão

Mista na parte em que manifesta opinião favorável quanto ao atendimento dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência e de sua adequação financeira e orçamentária, nos termos do art. 8º da Resolução nº 1, de 2012, do

Congresso Nacional.

Para falar a favor, tem a palavra o Deputado Ronaldo Caiado. (Pausa.)

S.Exa. não está aqui. E não há mais inscritos.

Orientação de bancada.

Como vota o PT?

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PT vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PMDB?

O SR. COLBERT MARTINS (PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- O PMDB vota “sim”, Sr. Presidente, ressalvados os destaques.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PSDB? (Pausa.)

PSD?

O SR. SERGIO ZVEITER (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PSD vota “sim”, ressalvados os destaques.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PR, Deputada Gorete, nossa Relatora.

A SRA. GORETE PEREIRA (Bloco/PR-CE. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que nós também votamos “sim”, deixando o destaque para ser analisado depois, até porque nós sabemos da

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necessidade, muito intensa, desta medida provisória em relação ao problema da seca do Nordeste.

O PR vota “sim”, sem prejuízo do destaque.

[CD212] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PP? (Pausa.)

PSDB?

O SR. WALTER FELDMAN (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, a posição do PSDB tem sido, até agora, contrária à inclusão de matérias que são incorretas do ponto de vista da urgência, da emergência, de matérias que poderiam ser tratadas em projeto de lei, como bem disse o Líder da

Minoria, Deputado Nilson Leitão. Muitas vezes fica claro que o Governo, por incapacidade de encaminhar projetos de lei adequados, que tenham uma tramitação justa e que permitam a apresentação de emendas que o aprimorem, acaba optando pelas medidas provisórias. Nós só consideramos relativamente justa a questão da seca, que foi também maltratada pelo Governo Federal.

Portanto, encaminhamos “não”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PP, Deputado Roberto?

O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PP vota “sim”, por entender que este é um parecer que vai realmente ajudar. Nós o entendemos positivo e vamos votar “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o Democratas?

O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O

Democratas vota “sim”, ressalvados os destaques, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSB?

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O SR. BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSB vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PDT?

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PDT vota “sim”, ressalvados os destaques.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PTB?

O SR. JOVAIR ARANTES (PTB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PTB vota “sim”, ressalvados os destaques.

Sr. Presidente, nós estamos preocupados com a pauta de hoje, que prevê a votações de duas PECs. Sabemos que esta é uma semana complicada na Câmara

— assim é todos os anos na história do Brasil —, porque, por causa das festas, os nordestinos pouco vêm aqui, tornando o quórum muito baixo para votação de PEC.

Então, preocupa-nos a votação das duas PECs propostas para hoje.

O PTB, Sr. Presidente, vota “sim”.

[CD213] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSC?

O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PSC vota “sim”, ressalvando-se os destaques, para que nós possamos, logicamente, debater e discutir aqui o apresentado pelo PPS. É um absurdo, neste momento em que a população brasileira sai às ruas para se posicionar contra esses recursos todos investidos na Copa do Mundo, que nós ainda aprovemos aqui uma medida provisória em que se transfere do Ministério das

Comunicações mais 43 milhões de reais para a FIFA.

Então, ressalvando-se os destaques, o PSC encaminha o voto “sim”, Sr.

Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PCdoB?

O SR. DELEGADO PROTÓGENES (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PCdoB vota “sim”, Sr. Presidente, ressalvando os destaques e lembrando a responsabilidade pública desta Câmara com uma agenda positiva para a nossa República e para o povo brasileiro.

Nós não podemos, de forma incansável, ter um olhar indiferente a isso.

Estamos votando aqui uma medida provisória que vai aportar mais de 3 bilhões de reais às necessidades dos mais diversos segmentos das mais diversas regiões do

Brasil.

Mas temos que reafirmar que existe no Supremo Tribunal Federal uma pauta paralisada relativa aos corruptos desta República, em especial ao banqueiro corrupto Daniel Dantas, que tem lá mais de 3 bilhões de dólares bloqueados, dinheiro esse que serviria para equilibrar as contas públicas...

(O microfone é desligado.)

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Vamos votar, Deputado Delegado

Protógenes.

O SR. DELEGADO PROTÓGENES - O voto é “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PPS?

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o PPS vai votar “não” aos pressupostos para a discussão e votação desta medida provisória porque está prevista no art. 162, § 3º, da Constituição da República a questão da imprevisibilidade. Neste[CD214] caso, essa garantia, assinada em 2007, agora em 2013, depois de 6 anos, não tinha nada de imprevisível, era bastante previsível. Houve tempo suficiente para isso.

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Portanto nós vamos votar contra, porque não se atendem minimamente os pressupostos constitucionais, aquilo que o Governo deveria ter planejado e executado no devido tempo.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PV? (Pausa.)

Como vota o PRB? (Pausa.)

Como vota o PSOL?

O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, primeiro, nós queremos dizer, em relação aos preceitos constitucionais de relevância e urgência, que realmente não vemos tanta urgência e tanta relevância. O que interessa aqui, concretamente, é o seguinte: uma medida provisória vai destinar para o Ministério do Desenvolvimento Agrário uma quantidade grande, importante, e para o da Integração Nacional.

Nós queríamos demarcar um campo aqui: o PSOL foi o único partido que votou contra a Lei da Copa — o único —, contra o Projeto de Lei nº 2.330, de 2011.

Agora aparece de novo aqui mais dinheiro para o Ministério das Comunicações, 43 milhões, para a Copa. Nas ruas estão dizendo: “Eu quero o padrão de educação e saúde da FIFA”. É disso que se trata. Estamos dando mais dinheiro para a Copa. É mais dinheiro jogado fora.

Então nós vamos votar a favor da medida provisória e a favor do destaque do

PPS, para retirar essa verba das Comunicações para a Copa.

Quanto à admissibilidade, o PSOL vota “não”.

[CD215] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PMN? (Pausa.)

Como vota o PEN?

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A SRA. NILMAR RUIZ (PEN-TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O

PEN vota “sim”, Sr. Presidente, ressalvando as emendas.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PTC? (Pausa.)

Como vota a Minoria?

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nós votamos “não”, exatamente porque não concordamos, novamente, com esse modelo equivocado com que a Presidente Dilma tem tentado administrar o Brasil, fazendo desta Casa um “puxadinho”, não respeitando o

Orçamento aprovado ano passado. Simplesmente, 17 bilhões de reais deixaram de ser empenhados na Saúde ano passado. Não se conseguiu usar 4% das organizações agrárias para este ano; e muito mais do que isso, não se consegue chegar a 35% do Orçamento aprovado. Isso significa, cada vez que se manda um projeto desses, querer fazer graça, fazer sombra com o chapéu alheio.

Esse 1 milhão e 300 mil reais, por exemplo. Poderiam muito bem usar o que está aprovado no Orçamento e até mesmo nas emendas que foram indicadas no

Orçamento para todo o Brasil no Ministério da Agricultura, no Ministério do

Desenvolvimento Agrário, em todos os Ministérios. Não se deixa executar o

Orçamento dos Ministérios, e depois se manda medida provisória. O voto é “não”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o Governo?

O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O Governo vota “sim”.

A SRA. JAQUELINE RORIZ - Pelo PMN, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PMN?

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A SRA. JAQUELINE RORIZ (PMN-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Muito obrigada.

O PMN entende também que é “não”, Sr. Presidente, por achar que o nosso

País hoje tem prioridades.

222

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação o parecer da Comissão

Mista, na parte em que manifesta opinião favorável quanto ao atendimento dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência e de sua adequação financeira e orçamentária, nos termos do art. 8º da Resolução nº 1, de 2002, do

Congresso Nacional.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Aqueles que forem pela aprovação permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADO.[CD216]

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação o parecer da Comissão

Mista na parte em que manifesta opinião pelo não atendimento dos pressupostos constitucionais de relevância e urgência e de sua adequação financeira e orçamentária, nos termos do art. 8º da Resolução nº 1, de 2002.

225

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Aqueles que forem pela aprovação...

O SR. SIBÁ MACHADO - Para orientar, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Com a palavra o Deputado Delegado

Protógenes, para falar a favor. (Pausa.) Ausente.

Com a palavra o Deputado Sibá Machado.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, eu quero aqui parabenizar a Presidenta Dilma pelo resultado da reunião com os Governadores e os Prefeitos.

Em segundo lugar, quero dizer que a matéria que nós estamos discutindo é de alta relevância para o nosso País, porque o item que será objeto do grande debate que nós vamos fazer daqui a pouco trata das cláusulas de acerto para que os jogos da Copa do Mundo pudessem ser realizados aqui no Brasil. Então, não é um assunto pequeno, não é um assunto para ser tratado de maneira secundarizada.

Portanto nós precisamos incluir esse artigo que diz respeito aos recursos do

Ministério das Comunicações para garantir a transmissão dos jogos da Copa do

Mundo para metade da população do planeta.

Como tal, nós vamos votar “sim” nesta matéria, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Aqueles que forem pela aprovação permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADO.[CD217]

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação a Medida Provisória nº

611, de 2013, ressalvados os destaques.

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O SR. CHICO ALENCAR - Para orientar, Sr. Presidente. A votação da medida provisória nós queremos orientar.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PT? (Pausa.)

O SR. CHICO ALENCAR - O PT eu não sei. Se V.Exa. quiser que eu oriente o PT, ficarei emocionado.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - V.Exa. já fez isso, em passado recente.

O SR. CHICO ALENCAR - Já fiz, em passado recente.

[CD218] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PT?

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PT vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PMDB?

O SR. COLBERT MARTINS (PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- O PMDB vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PSDB? (Pausa.)

PSD?

O SR. SERGIO ZVEITER (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

“Sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PR?

A SRA. GORETE PEREIRA (Bloco/PR-CE. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O PR vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PP?

O SR. SANDES JÚNIOR (PP-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PP vota “sim”.

230

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSDB, Deputado

Emanuel Fernandes, da cidade de São José dos Campos?

O SR. EMANUEL FERNANDES (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSDB vota “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o Democratas?

O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

“Sim”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSB?

O SR. BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PSB vota “sim”, Sr. Presidente.

V.Exa. está bastante ágil. Parabéns!

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PDT, Deputado Vieira da

Cunha?

O SR. VIEIRA DA CUNHA (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PDT vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PTB?

O SR. JOVAIR ARANTES (PTB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

O PTB vota “sim”, Sr. Presidente.

Como vota o PSC?

O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

“Sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - O PTB vota “sim”. O PSC, “sim”.

PCdoB?

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A SRA. MANUELA D'ÁVILA (PCdoB-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O PCdoB vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PPS?

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, nós vamos votar “sim” ao mérito, ressalvando os destaques, até porque há esses 43 milhões da FIFA, que nós queremos votar separadamente, para dizer

“não” a essa festança com dinheiro público.

Falou bem aqui quem disse que na última sexta-feira a Presidente da

República foi à televisão, no horário institucional, pago com dinheiro público, afirmar que não havia dinheiro público na Copa do Mundo nem na Copa das

Confederações. Aqui está o desmentido, nesta medida provisória que coloca 43 milhões do dinheiro público, do povo brasileiro, para a FIFA. E está aqui inclusive a tradução, o documento do tradutor juramentado, que destaca exatamente aquele compromisso assumido em maio de 2007 perante a FIFA, quando o Governo brasileiro dava garantias de que colocaria à disposição da FIFA, sem ônus, sem custo para a FIFA, esses 43 milhões...

(O microfone é desligado.)

[CD219] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PPS, “sim”.

Como vota o PV? (Pausa.)

Como vota o PRB? (Pausa.)

PSOL?

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSOL diz “sim” à medida provisória, pelos seus aspectos positivos de aporte à Integração Nacional, Desenvolvimento Agrário, Defesa.

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Agora, queremos destacar, para rejeitá-lo, o compromisso que agora se revela patético, equivocado, inadmissível. O Governo, na sua exposição de motivos, ao oferecer 43 milhões de reais em recursos públicos para facilitar a vida dessa empresa de negócios que é a FIFA, diz claramente: “O Governo brasileiro compromete-se a garantir, sem custo para a FIFA ou para seus usuários, a disponibilidade de infraestrutura de telecomunicações”.

Ou seja, a situação está deliberada desde a Lei Geral da Copa, desde o

Regime Diferenciado de Contratações. É bom que todos tenham memória para se lembrar como cada um se posicionou, como cada partido se posicionou diante desse festival que hoje as ruas condenam.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PMN?

A SRA. JAQUELINE RORIZ (PMN-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- O PMN também vota “sim”, Sr. Presidente, com o destaque, juntamente com o

PPS, contra os 43 milhões de reais.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PEN?

A SRA. NILMAR RUIZ (PEN-TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - O

PEN vota “sim”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PTC? (Pausa.)

Minoria?

O SR. WALTER FELDMAN (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- A Minoria, Sr. Presidente, aqui fazendo coro com as vozes contundentes, consistentes e consequentes da Oposição, particularmente com os Deputados

Rubens Bueno e Chico Alencar, bem como com a da Liderança do PSDB, manifestada pelo Deputado Emanuel Fernandes, quer dizer que nós não

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poderíamos votar contra o mérito da matéria, mas, infelizmente, muitas vezes é encaminhada também uma armadilha, pela característica da medida provisória.

Mas[CD220], evidentemente, por estarem embutidos na medida elementos como este que foi realçado com muito vigor, que é a questão dos recursos para a

Copa, e depois de manifestações populares extraordinárias de desacordo com recursos brasileiros principalmente para a construção dos estádios, e como a FIFA vai conseguir faturar talvez 4 bilhões de reais com a realização desse evento no

Brasil, nós nos manifestamos favoravelmente, mas ressalvando os destaques que votaremos.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o Governo?

O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, demais pares, primeiro, a medida provisória disponibiliza

R$3.969.200.000,00. Destes, praticamente R$278.000.000,00 permitirão ao

Comando do Exército a aquisição de equipamentos e viaturas, em caráter imediato, essenciais à sua atuação em ações de defesa civil no Nordeste brasileiro;

R$1.786.000.000,00 serão destinados ao atendimento das populações vítimas de desastres naturais, notadamente nos casos reconhecidos; R$1.862.000.000,00, para pagamento de parcelas do benefício Garantia-Safra, que vai viabilizar também a aquisição de máquinas e equipamentos para 4.855 Municípios; e finalmente,

R$43.000.000,00 para cumprir aquilo que foi acordado em janeiro de 2013, que é possibilitar exatamente a contratação de serviços de tecnologia de informação, incluindo transmissão de vídeo e transporte de dados.

Ou seja, os que votam contra querem impedir, talvez, que os mais pobres não tenham acesso sequer a transmissão de tevê. Demagogia tem limite.

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Portanto, nós queremos dizer que aprovamos a Lei Geral da Copa e estamos aqui cumprindo o compromisso. O Governo orienta “sim”.

O SR. MÁRCIO MARINHO (PRB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PRB vota “sim”.[CD221]

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Os Srs. Deputados que aprovam a

Medida Provisória n° 611, de 2013, ressalvados os d estaques, permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADA.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Destaque de bancada do PPS:

“Sr. Presidente, requeiro a V.Exa., nos termos do

Art. 161, V c/c § 2º do Regimento Interno da Câmara dos

Deputados, destaque para votação em separado do

Programa de Trabalho (Aplicação):

24.722.2025.14WM.6500 — Serviço de

Telecomunicações para Grandes Eventos, constante do

anexo da MP n° 611/2013, constante da Ordem do Dia.

Sala das Sessões, em 25 de junho de 2013.

Deputado Rubens Bueno

Líder do PPS”

[CD222]

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Para falar contra, tem a palavra o

Deputado Sibá Machado.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, este destaque, que foi apresentado tanto pelo PR quanto pelo PPS, chama a atenção para uma situação ao dizer que é dinheiro para a FIFA. Acontece que uma das condições para a realização da Copa do Mundo, em qualquer país, é a capacidade de transmissão para todas as pessoas que não têm condições de estar dentro de um estádio assistindo aos jogos de forma presencial.

O maior estádio brasileiro hoje comporta noventa e poucas mil pessoas. A população brasileira, a de todo o mundo, especialmente a dos países cujas seleções estarão aqui representadas, corresponde a perto de metade da população do planeta. Cerca de 3 bilhões de pessoas vão assistir aos jogos da Copa do Mundo através da televisão.

Para quem está sediando a Copa do Mundo, uma das condições de infraestrutura é essa capacidade de transmissão que garante o alcance dos jogos, senão nem mereceria a sua realização. É compromisso do Estado que sedia os jogos da Copa do Mundo garantir essa condição mínima, porque isso dá desdobramento para a imagem do nosso País para a metade da população do planeta.

Com isso, lá na frente, há desdobramento também no turismo, na capacidade de venda das nossas indústrias. E permite, principalmente, que todas as pessoas que não têm condições de estar presentes a um estádio de futebol assistam aos jogos.

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O futebol brasileiro está presente na Copa do Mundo desde a primeira que existiu. A todas as Copas do Mundo realizadas até aqui, o Brasil está presente. Já foi campeão em cinco delas e vice-campeão em outras duas. A Copa é, portanto, uma marca registrada para a população brasileira. Ela move toda a indústria, desde o bairro mais pobre da cidade mais distante dos grandes centros, e destaca gênios do futebol, como Amarildo, Garrincha, Pelé, Ronaldo, Neymar e tantos outros.

[CD223] Assim sendo, fazemos um apelo aos partidos aqui presentes, porque não são estes 43 milhões de reais que vão salvar o discurso que está sendo colocado aqui. Se o Brasil não pagar esses 43 milhões de reais, estará quebrando um acordo feito com a FIFA e terá que pagar um ressarcimento à FIFA muito maior do que estes 43 milhões de reais.

Portanto, estamos pedindo a rejeição do destaque e a aprovação do texto original, Sr. Presidente.[CD224]

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Para falar a favor, o Deputado Rubens

Bueno.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, estamos ouvindo aqui discursos como se a Copa do Mundo fosse um grande presente ao povo mais simples, ao povo mais pobre do Brasil.

Tanto é verdade, que nós estamos vendo estádios suntuosos, para atender a demanda dos cadernos da FIFA, sem preocupação com a população mais simples.

Até as gerais dos estádios de futebol acabaram, não existem mais. Agora, só poltronas sofisticadas, caríssimas, cujo ingresso custa a metade de um salário mínimo. É isso o que se dá ao povo brasileiro?

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Aqui está algo que chama a atenção. Ao chamar a atenção, o povo foi às ruas; ao ir às ruas, está dizendo que quer posto de saúde, que quer escolas iguais aos estádios da FIFA.

É[CD225] isto o que o Governo está legando ao povo brasileiro: tratando brasileiros de primeira e de segunda classe.

Ora, Sr. Presidente, esta medida provisória, que tem no seu bojo medidas importantes para a agricultura, para a defesa civil, para a integração nacional, para o desenvolvimento agrário, tem dentro dela, embutida, a mão de gato, a mão que desmente a Presidenta da República.

S.Exa. foi, solenemente, na última sexta-feira, em rede nacional de rádio e televisão, dizer ao Brasil que não havia nenhum centavo de recurso público para a

Copa do Mundo ou para a Copa das Confederações. Aqui está um desmentido, apenas um, entre tantos desmentidos. Não bastasse o BNDES financiar estádios, não bastassem os Estados financiarem estádios, não bastassem os Municípios financiarem estádios, há ainda uma série de regalias no Regime Diferenciado de

Contratações, há desonerações de toda ordem.

A FIFA está se aproveitando do território brasileiro e do povo brasileiro. Agora vem uma medida provisória em que o Governo entrega 43 milhões de reais dos impostos do povo brasileiro à já multibilionária FIFA, a fim de fazer a transmissão dos jogos da Copa do Mundo e da Copa das Confederações. Isso foi assinado em

2007 e chega agora em 2013 para votarmos numa medida provisória, apesar de a

Constituição falar na imprevisibilidade.

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Ora, um Governo que não consegue prever, em 6 anos, aquilo que irá acontecer... Imaginem quando acontece algo que chama a atenção do ponto de vista da imprevisibilidade, como os desastres climáticos e tantos outros!

Sras. e Srs. Deputados, este destaque é para dizer um “não” ao esbanjamento, ao desperdício de dinheiro público na Copa do Mundo. Por isso este destaque, a favor do povo brasileiro.

Muito obrigado.

[CD226] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Tem a palavra o Deputado

Arlindo Chinaglia, para falar contra o destaque.

O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente e demais pares, primeiro eu quero demonstrar que o Governo não foi nem desatento, tampouco deixou de defender os interesses nacionais. Esta matéria só foi pacificada no dia 9 de janeiro de 2013, em que pese o Congresso Nacional, também soberanamente, ter aprovado a Lei Geral da Copa.

Existe o famoso engenheiro de obra construída. É evidente que, quando a população reivindica saúde padrão FIFA, educação padrão FIFA, está dando dois recados. O mais importante é que o povo tem direitos, e, felizmente, ainda que depois de muito tempo, vem às ruas. Se tem maior ou menor conhecimento de cada matéria, isso é outra história.

Mas[CD227] quando os jovens vêm às ruas, inclusive diante da possibilidade de enfrentamento com a polícia, ainda que não queiram, mostram na essência que defendem a sua dignidade, que defendem uma melhor qualidade de vida.

Mas do que tratam estes 43 milhões de reais? Tratam de oferecer infraestrutura para que a Copa seja difundida, divulgada. E não é propaganda. Trata-

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se de disponibilizar aquilo que, na forma de diversão, vai para todo o território nacional e, quem sabe, até para a mídia internacional.

E qual é o problema desta emenda? É que, se ela for aprovada, como já houve o empenho de 33 milhões, nós podemos viver a seguinte situação: uma vez que foi feito o contrato com esse empenho, amanhã o País poderá ser obrigado a ressarcir aquilo que foi contratado, o que ficará infinitamente mais caro.

Eu estou ponderando no sentido de que entendo que todos aqui queiram zelar pelo dinheiro público. E nós também. Mas, neste caso, parece-me um equívoco. E, diante da dimensão do evento, que vai gerar 3,6 milhões de empregos, pelo menos, eu creio que nós devemos jogar também com a geração de emprego, com a arrecadação de impostos e, naturalmente, com o conforto do povo brasileiro.

Por isso nós somos contrários à emenda.

[CD228] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Para falar a favor do destaque, o Deputado Anthony Garotinho.

O SR. ANTHONY GAROTINHO (Bloco/PR-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, meus colegas Deputados, é um absurdo, é inconcebível o que está escrito na própria justificativa do Governo. Eu vou reler, com bastante calma, para que os nossos colegas, amanhã, não digam que votaram sem saber.

Está escrito aqui na justificativa, Nota Técnica nº 3, de 7 de março de 2013:

Garantia nº 11 - Telecomunicações e Tecnologia da Informação. Ministério das

Comunicações. Para formalizar o comprometimento do Brasil com as exigências da

FIFA, no setor de telecomunicações, para a realização da Copa de 2014 e da Copa das Confederações de 2013.

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O Governo brasileiro comprometeu-se a garantir, sem custos para a FIFA, a disponibilidade de toda a infraestrutura de comunicação, incluindo equipamentos, comunicações de telefone, dados, áudios e vídeos necessários para as competições e seus eventos auxiliares.

O Deputado Roberto Freire me olha assim apavorado. Mas, Deputado, é o que está escrito aqui.

[CD229] Então, com todo o respeito que a Presidenta Dilma merece de todos nós, neste momento em que os jovens estão nas ruas dizendo “queremos escola padrão FIFA, queremos saúde padrão FIFA, queremos segurança padrão FIFA”, dar

43 milhões à FIFA!?

Ontem eu vi um balanço. Deputado Washington Reis, V.Exa. sabe quanto a

FIFA já ganhou em autorizações para comercialização de produtos com a marca

FIFA nesta Copa? Oito bilhões e oitocentos milhões de reais — já ganhou!

Nesta Copa, só ganharam três: a FIFA, a Globo e os empreiteiros. Estes foram os grandes ganhadores da Copa, porque o povo brasileiro, com o preço do ingresso, não pode nem entrar no estádio de futebol, tem que ficar do lado de fora.

Nós, Deputados, temos, neste momento, que ficar solidários ao povo brasileiro.

Por isso, Sr. Presidente, eu encaminho favoravelmente ao destaque do

Deputado Rubens Bueno. Eu também apresentei o destaque, poucos minutos depois dele, já que a nossa Relatora, Deputada Gorete Pereira, havia nos alertado em uma reunião da nossa...

O SR. RUBENS BUENO - O destaque é nosso, Deputado.

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O SR. ANTHONY GAROTINHO - A Deputada Gorete nos alertou — ela foi a

Relatora — para essa barbaridade. E amanhã vão dizer o quê? “Ah, foram os

Deputados que aprovaram. A culpa é dos Deputados.”

[CD230] Então, eu peço aos meus nobres colegas: vamos dizer “não”, porque a

FIFA já ganhou demais.

E o pior de tudo, Deputado Márcio França, foi a declaração do Sr. Blatter: “Eu não ofereci nada ao Brasil. O Brasil é que pediu para sediar a Copa do Mundo”.

Diante da desfaçatez, então, do Sr. Blatter, que acha que está prestando um grande favor ao Brasil ganhando dinheiro à custa desta Copa... Tudo bem, é justo a

FIFA ganhar dinheiro. Mas o Governo dar dinheiro, através de isenção de PIS,

COFINS, PASEP, taxa de SISCOMEX, taxa de CIDE, e, ainda por cima, financiar com dinheiro diretamente, aí não dá, Sr. Presidente.

[CD231] [CD232] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação.

O SR. RUBENS BUENO - Para orientar, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Eu queria antes dar um aviso. Alguns

Parlamentares me solicitaram isso.

Eu falei agora com o Presidente Henrique Eduardo Alves. O roteiro, ao que me consta, é esta medida provisória; royalties da educação; depois, numa sessão extraordinária, PEC 37 e o FPE.

Há grande possibilidade, é lógico, de nós termos votação adentrando a noite.

Então, solicitaria àqueles Parlamentares que já têm os seus compromissos... Às vezes podem ter algum compromisso marcado. Comumente, nas terças-feiras, nós vamos até as 19 horas, 20 horas. É muito possível que nós adentremos a noite adentro — o que é uma redundância. Vamos seguir noite adentro votando. E,

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amanhã, é possível também que haja remanescentes matérias dessa ordem, e ninguém está dispensado da parte da tarde, quando haverá sessão.

Alguns[CD233] Parlamentares solicitaram que eu esclarecesse, pois pode ser que alguns funcionários de gabinetes ou de Lideranças não estejam informados, e eu o faço: nós teremos funcionamento normal amanhã à tarde. Eu estou orientando para que não pairem dúvidas em relação a isso. Como aconteceu na última quarta- feira, quando tivemos sessão... Ocorre que na última semana havia uma urgência constitucional que impedia a votação de matérias que não fossem PECs ou acordos internacionais, como V.Exas. sabem muito bem.

Como vota o PT?

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, fazemos aqui, mais uma vez, um apelo. Estão falando que esses destaques seriam dinheiro para a FIFA. Sr. Presidente, não é dinheiro para a FIFA, mas, são os recursos mínimos para a infraestrutura de transmissão dos jogos, o que, inclusive, faz parte do contrato para a realização da Copa do Mundo no Brasil. Se isso não for pago, haverá quebra de contrato, e a multa por rompimento de contrato

é muito grande.

Não são 43 milhões de reais que vão resolver os problemas sociais, como está sendo colocado aqui, até porque os programas sociais estão muito bem atendidos, inclusive pela medida provisória. São quase 4 bilhões de reais, sendo 43 milhões de reais para atender ao Ministério das Comunicações no item transmissão da Copa.

Assim, fazemos este apelo pela rejeição deste destaque, Sr. Presidente.

Portanto, o PT é contra.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PMDB?

O SR. COLBERT MARTINS - Sr. Presidente, para um esclarecimento.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Sim.

O SR. COLBERT MARTINS (PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente Vargas, aqueles que querem manter o texto como está votam...

O SR. SIBÁ MACHADO - “Sim”.

O SR. COLBERT MARTINS - Votam “sim”. Os que querem aprovar o destaque, modificando o texto, votam “não”?

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Exatamente.

O SR. SERGIO ZVEITER (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Não, não; é o contrário.

O SR. RUBENS BUENO - O Deputado Sibá estará votando conosco. Muito bem, Líder Sibá.

O SR. SIBÁ MACHADO - É supressivo. Então é “sim”, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Sim.

O SR. SIBÁ MACHADO - Se é supressivo, é “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - “Sim”.

O SR. SIBÁ MACHADO (PT-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PT vota “sim”.

[CD234] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PMDB? Já orientando o PT também?

O SR. COLBERT MARTINS (PMDB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Muito obrigado, Deputado Vargas. O Senador Sibá Machado não precisa ser orientado. É apenas um equívoco.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - É que no Senado há menos

Senadores, é mais tranquilo. Aqui, o agito é grande.

O SR. COLBERT MARTINS - No Senado, o que é “sim” é “não”; o que é

“não”, às vezes, é “sim”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Lá é assim mesmo.

O SR. COLBERT MARTINS - Sr. Presidente, nós estamos também preocupados, e o PMDB, sintonizado com o movimento nas ruas que neste momento se alastra pelo Brasil inteiro. E esse movimento, Sr. Presidente, está dizendo exatamente o que a Presidente Dilma disse ontem: “É preciso não haver dinheiro público na Copa”. Se não há dinheiro público... E evidentemente não há, porque, até o dia 22, 33 milhões de reais haviam sido empenhados, mas pago não foi nada até agora.

Embora nós saibamos que se trata de um compromisso, a voz das ruas, Sr.

Presidente, é extremamente forte neste momento. Portanto, o PMDB vota “não”.

Queremos tirar esse recurso público que está lá colocado. Entendemos os problemas que podem decorrer disso, mas a situação política — que é o importante neste momento — e a sintonização que estamos tendo a partir da nossa Presidente da República nos recomendam que ouçamos a voz rouca das ruas. O nosso voto é

“não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSDB?

O SR. DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, o Governo do PT e da Presidente Dilma não tem nenhuma sintonia com o que está acontecendo hoje na sociedade brasileira, com centenas de milhares de pessoas indo às ruas para protestar contra o aumento do custo de vida;

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a volta da inflação; o descaso dos serviços públicos de saúde, educação, segurança; e a prestação inadequada dos serviços à população.

As pessoas têm característica meritória. Elas acordam cedo, elas levam os filhos à escola, elas querem estudar, elas suam, elas se entregam de corpo e alma

às suas atividades profissionais em defesa do seu próprio País.

[CD235] Vamos ajudar a Presidenta Dilma a entrar em sintonia, não dando dinheiro mais para a FIFA, além dos bilhões já colocados nos estádios.

Portanto, vamos apresentar e aprovar esse destaque para tirar recursos da ordem de quase 50 milhões de reais que estão sendo colocados para a FIFA, que não são necessários neste momento e que podem ser disponibilizados para outros programas, como saúde, educação e assim por diante, indo ao encontro do que as pessoas querem.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSD?

O SR. SERGIO ZVEITER (PSD-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, gostaria de fazer minhas as palavras do eminente Deputado Sibá

Machado, que afirmou que isso é decorrente de contrato. Mas divirjo de S.Exa. no sentido de afirmar que, quem contratou, contratou mal e deve inclusive ser responsabilizado por isso.

O que não podemos aceitar é, neste momento, doarmos 46 milhões de reais para a FIFA. Podem ter certeza de que isso não vai fazer diferença nenhuma, e a

Copa das Confederações e a Copa do Mundo vão transcorrer naturalmente.

O nosso voto, portanto, é “não”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PR?

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O SR. DUARTE NOGUEIRA (PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, peço para registrar o voto “não” do PSDB.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Voto “não” do PSDB, por favor.

A SRA. GORETE PEREIRA (Bloco/PR-CE. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, agora vou falar como Relatora. Gostaria só de informar às

Sras. e aos Srs. Deputados aqui presentes que se votarmos “não”, logicamente vamos votar não disponibilizando esses 43 milhões de reais a mais para a FIFA. Até porque, como disse aqui o Líder do Governo, 33 milhões de reais já teriam sido empenhados.

Esse[CD236] dinheiro é muito pouco, Sr. Presidente, para a arrecadação de todos os estádios brasileiros, que estão superlotados. A FIFA está levando o dinheiro absoluto. Como disse aqui o nosso Líder Garotinho, quem está realmente lucrando com a Copa do Mundo é exatamente a FIFA e, principalmente, os empreiteiros.

Então, logicamente, nós estamos pedindo aqui que este destaque não seja colocado. Eu sou Relatora desta medida provisória, que tinha uma importância fundamental, a de mandar dinheiro para a seca do Nordeste, para a compra de caminhões-pipa, de equipamentos agrícolas. Mas no meio realmente vieram, quase como um jabuti, esses 43 milhões, que serão destinados ainda para dar mais dinheiro à FIFA.

Então, nós pedimos realmente que votemos “não”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PP?

O SR. ROBERTO BRITTO (PP-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Nós votamos pela supressão do texto. Por isso, votamos “não”, Sr. Presidente.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o Democratas?

O SR. RODRIGO MAIA (DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, essa votação mostra mais uma vez como este Governo incompetente e corrupto conseguiu, com tantas obras caríssimas e bilionárias, de estádios transformar a paixão do brasileiro, o futebol, num grande espetáculo de corrupção.

Agora não se consegue nem votar talvez um recurso que pode até ser relevante; não se consegue defender nem as próprias medidas do Governo.

Então, Sr. Presidente, infelizmente, a incompetência do Governo, os desvios que ocorreram em alguns estádios brasileiros levaram a sociedade e este Plenário hoje a ter dúvidas se de fato os 43 milhões iriam ou irão para o desenvolvimento da tecnologia de comunicação do Brasil ou para o bolso de uma ou outra empreiteira ou outra empresa que fará os investimentos.

Por isso, o Democratas mais uma vez reafirma a incompetência do Governo, com desvios que ocorreram nas construções de vários estádios no Brasil.

O Democratas vota pela supressão; vota “não”.

[CD237] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSB?

O SR. DR. UBIALI (PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, o PSB entende que este País precisa realmente melhorar a nossa rede de informática. Todo mundo sabe, porque usa a rede de informática, que ela cai muito e a telefonia celular vive sendo suspensa.

Mas especificamente agora nós votamos “não”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PDT?

O SR. MIRO TEIXEIRA (PDT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu vou encaminhar à Mesa um documento assinado por alguns

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Deputados do PDT cujos nomes estão sendo indevidamente lançados na Internet como favoráveis à PEC 37. Nós não vamos responder a canalhas, a chantagistas, a pessoas que deformam a verdade, mas nós queremos tornar pública esta posição.

“Os Deputados da bancada do PDT na Câmara dos

Deputados que esta subscrevem manifestam sua posição

contrária à Proposta de Emenda à Constituição nº 37, de

2011.

Brasília, 25 de junho de 2013.”

(Palmas nas galerias. )

O SR. MIRO TEIXEIRA - Eu vou encaminhar o documento a V.Exa. e vou lhe pedir, vou lhe requerer, que isso seja disponibilizado em todos os meios de comunicação da Câmara dos Deputados.

[CD238] E requeiro ainda que o nosso Centro de Informática tente detectar de que protocolo de Internet estão saindo tais mensagens, porque esse tipo de manipulação hoje se dá de uma forma inofensiva — nenhum de nós vai mudar de posição, nada disso nos constrange a qualquer coisa —, mas amanhã pode criar um ambiente muito desagradável para o conjunto de Deputados.

Então, requeiro também que o Centro de Informática da Câmara dos

Deputados, pelo seu representante, possa ter uma conversa conosco, para nós começarmos a rastrear a origem desses boatos.

Estou encaminhando o documento à Mesa e, neste caso, a bancada do PDT vai votar “não”.

[CD239] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Olhem, volto a dizer, primeiro: nós vamos trabalhar hoje e amanhã. Ainda que existam boatos, nós que fazemos

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política sabemos perfeitamente que devemos ser disciplinados e não apenas dar vazão aos boatos que prosperam e que se dizem. Amanhã, haverá jogo do Brasil, manifestação de um segmento da sociedade que tem se manifestado no País — segundo me consta — e sessão da Câmara. Então, não há dúvida.

A segunda questão é: foi feito um entendimento no Colégio de Líderes em relação a um roteiro de votação, e inclusive há dúvidas em relação ao projeto de urgência da Deputada Marina, que regulamenta a chamada investigação criminal, que seria concomitante com a questão da PEC 37. Isso vai se resolver quando o

Presidente Henrique Eduardo Alves estiver aqui e, ao longo da noite, com a urgência.

[CD240] Então, com tranquilidade e serenidade, ainda que sejam bem-vindos todos os que aqui estão, para chegar à matéria em que eventualmente muitos têm interesse, temos que agilizar a votação agora. Esta é a nossa missão.

Portanto, havia solicitado o voto do PDT, que votou “não”.

[CD241] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PTB?

O SR. JOVAIR ARANTES (PTB-GO. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, nós gostaríamos de lembrar que essa medida provisória é da mais alta importância para o povo brasileiro. Se, por um lado, ela versa sobre a questão da seca no Nordeste, por outro, ela também recoloca e coloca recursos para as enchentes que aconteceram na Região Sul e em outras partes do Brasil. É uma medida provisória absolutamente importante para esta Casa e para o povo brasileiro.

Eu também concordo que esta matéria relacionada à Copa do Mundo não poderia estar dentro dessa medida provisória.

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O PDT faz coro aos outros partidos que já disseram “não”, porque entendemos que esta matéria relacionada à Copa do Mundo de 2014 deveria estar em outra medida provisória que não essa.

Aliás, na época do Deputado , já foi decidido nesta Casa que matérias que não são correlatas não poderiam estar na mesma medida provisória, ou fazendo parte de medida provisória.

Dessa forma, nós estamos aqui apenas obedecendo ao rito que esta própria

Casa criou, que é o de votar matérias correlatas de acordo com o interesse da própria medida provisória e do povo brasileiro.

Então, a questão da Copa do Mundo tem que vir em outro expediente, em outro instrumento, e não nessa medida provisória.

O PTB vota “não”.

[CD242] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - PSC?

O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, de igual maneira à maioria dos partidos que já orientou, o PSC também não concorda em que nós possamos ter, nessa medida provisória, o repasse, através do Ministério das Comunicações, de 43 milhões de reais para a FIFA, apesar de tudo aquilo que foi dito aqui pelo PT — que é necessário que esse repasse seja feito para garantir a transmissão dos jogos da Copa do Mundo, para que todos os brasileiros possam a eles assistir.

Mas, acima de tudo, ouvimos ontem o pronunciamento da Presidente Dilma

Rousseff, que foi categórica em dizer que não há aplicação de recursos públicos do

Governo Federal na Copa do Mundo — a Presidenta fez um pronunciamento ontem, tomando essa posição. Se hoje nós votarmos aqui essa medida provisória,

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estaremos indo até de encontro àquilo que foi dito pela própria Presidente da

República.

Então, exatamente por isso e, acima de tudo, por respeitar, Sr. Presidente, as manifestações que estão ocorrendo no País inteiro — as pessoas indo para as ruas, protestando contra os gastos absurdos que estão sendo feitos para a realização da

Copa do Mundo, contra o superfaturamento das obras dos estádios de futebol, muito por culpa do RDC, esse Regime Diferenciado de Contratação de obras públicas que foi aqui aprovado, com o voto contrário da bancada do PSC —, exatamente por isso, por ouvir e estar em sintonia com o que está sendo dito pela população e pela sociedade brasileira, o PSC encaminha o voto “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PCdoB? (Pausa.)

[CD243] Como vota o PPS?

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Srs. Deputados, há pouco, eu ouvi aqui um testemunho do Deputado

Arnaldo Jordy falando de uma reportagem do Correio Braziliense segundo a qual uma senhora simples ganhou de presente do seu genro um ingresso para assistir ao jogo entre Brasil e Japão.

Ela levou de casa um lanchezinho, porque não tinha condições de comprar o lanche, por ser muito caro, dentro dos limites considerados país FIFA, e não país brasileiro. Naquele espaço, ela não podia comprar o sanduíche; não tinha como comprá-lo. E, na entrada do estádio, foi-lhe negado o direito de entrar com o sanduíche para se alimentar durante o jogo. É esse o tratamento que é dado ao povo brasileiro.

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Sr. Presidente, estão rasgando o Estatuto do Torcedor, além do Código de

Defesa do Consumidor. Estão rasgando a Constituição da República.

Votar “não” é votar com o povo brasileiro.

Sr. Presidente, quero fazer só uma homenagem à Deputada Gorete, que apresentou destaque; ao Deputado Garotinho; a todos os Deputados; e uma homenagem, sobretudo, ao povo brasileiro.

Votamos “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PV?

O SR. ANTÔNIO ROBERTO (PV-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, com muita alegria, nós fomos encontrar, nas manifestações populares de rua, bandeiras historicamente defendidas pelo Partido Verde. Sempre fomos contra a corrupção, a favor da Ficha Limpa, a favor de educação de qualidade, de um transporte limpo e barato, das questões ambientais e, desde o início, desde o primeiro momento, o Partido Verde fez questão de se posicionar contra a PEC 37 —[CD244] a Associação dos Procuradores, a Associação Mineira do Ministério Público e a associação dos promotores sabem disso.

Nós não queremos, desde o início, que seja tirado do Ministério Público um milímetro de sua competência e de sua capacidade de investigar.

Por isso, Sr. Presidente, ainda dentro dessa linha, nosso voto é “não”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PRB?

O SR. MÁRCIO MARINHO (PRB-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PRB compreende a importância da medida provisória para o Brasil, até porque o Nordeste tem sofrido tanto com a seca. Nós entendemos que a matéria

é importante. Porém, não podemos concordar com essa ação do Governo Federal,

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mesmo porque o povo, todos os dias, está clamando por uma diminuição do investimento de recursos públicos em áreas que não trazem retorno algum.

Então, atendendo o clamor da população, o PRB vota “não”.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PSOL?

O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, o PSOL, e, como tudo indica, a quase totalidade do Plenário — vamos ver se o PT pode rever sua posição —, ao dizer não a este adendo em que o dinheiro público é doado à FIFA, lembra que os 33 milhões de reais já gastos indevidamente têm que ser ressarcidos. Nós temos que fazer — e faremos — um projeto de decreto legislativo que faça com que seja devolvido aos cofres públicos esse dinheiro dado erradamente à FIFA. Afinal, todos aqui, ao contrário da semana passada, estão falando em saúde e educação públicas. E isso em 60 dias. Não vamos apenas rejeitar; vamos também ressarcir.

[CD245] Por fim, Sr. Presidente, não tem essa de quórum baixo para não apreciar a PEC 37. Aliás, ela precisa de 308 votos a favor. (Palmas nas galerias.) Os que são a favor dela coloquem os 308 aqui, se quiserem. Por nós, ela tem que ser apreciada hoje, sem nenhuma condicionalidade de outro projeto qualquer, para ser rejeitada. (Palmas nas galerias.)

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PMN?

A SRA. JAQUELINE RORIZ (PMN-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)

- Sr. Presidente, o PMN entende que “não”. A população brasileira tem dito isso nas ruas. Nós não podemos mais... Nós temos estádios superfaturados. Nós não queremos mais um desmando com o dinheiro público.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PEN?

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A SRA. NILMAR RUIZ (PEN-TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr.

Presidente, nós temos outras prioridades em nosso País. Basta andar pela Região

Norte, pelo Estado em que eu vivo e pelos demais Estados para ver a questão da saúde, da educação, da segurança, dos transportes e tantas outras.

Nós, como representantes do povo, temos que ouvir a população brasileira, que está gritando por serviços públicos de melhor qualidade.

Então, nós precisamos votar “não”, para que tenhamos mais recursos, para que tenhamos mais ações, para melhorar a qualidade de vida do nosso povo.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o PTC? (Pausa.)

Como vota a Minoria?

O SR. SIMPLÍCIO ARAÚJO (PPS-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, a impressão que a gente tem é a de que a Presidenta Dilma se desfiliou do PT, porque o que a gente ouviu da Presidenta Dilma ontem e o que a gente ouve aqui do PT, votando numa emenda, votando num recurso para aumentar os cofres da FIFA, vai de encontro ao que a gente tem nas ruas.

[CD246]É necessário que a gente entenda que esse movimento que está nas ruas vai continuar. Não adianta a gente entregar hoje a PEC 37, achando que a população vai se dar por satisfeita. É necessário que a gente entenda que as pessoas vão acompanhar como estão votando os Deputados do Partido dos

Trabalhadores. E os Deputados do Partido dos Trabalhadores, hoje, estão votando por entregar mais e mais recursos à FIFA, de uma forma desregrada, de uma forma descontrolada.

Portanto, nós encaminhamos “não”, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como vota o Governo?

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O SR. ARLINDO CHINAGLIA (PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, primeiro, é preciso salientar que quem afirma que o dinheiro vai para a FIFA ou fala por ignorância ou fala por má-fé. Seria a mesma coisa em afirmar que todo o investimento em logística para criar as condições de realização das Copas é endereçado à FIFA. Não. É um investimento que vai continuar beneficiando a população brasileira.

No caso das telecomunicações, inclusive no prédio da Câmara dos

Deputados, quantas vezes não se consegue usar um telefone celular? Portanto, um investimento na modernização que vai fazer com que melhore o funcionamento da banda larga, do 4G e outras questões que eu não domino, mas sei que a intenção é torná-las melhores, vai servir para a Copa? É óbvio que vai, mas vai ser investimento que ficará no Brasil. É um investimento para beneficiar o povo brasileiro.

Por isso, o Governo orienta “sim”.

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[CD247] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Em votação a matéria.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - As Sras. e os Srs. Deputados que forem pela manutenção do programa permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADO O DESTAQUE.

Portanto, suprimido o programa.

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O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Só restou o PT.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Rejeitado, não. Foi aprovado o destaque e suprimido o programa.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Muito bem, Sr. Presidente. Está garantindo aqui o direito ao povo brasileiro de não colocar recursos na Copa.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Há sobre a mesa e vou submeter a votos a seguinte

REDAÇÃO FINAL:

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - As Sras. e os Srs. Deputados que a aprovam, nesses termos, permaneçam como se encontram. (Pausa.)

APROVADA.

A matéria vai ao Senado Federal, incluindo o processado.[CD248]

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[CD249] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Item 2.

PROJETO DE LEI Nº 323-C, DE 2007

(DO SR. BRIZOLA NETO)

Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº

323-C, de 2007, que altera a Lei nº 9.478, de 6 de agosto

de 1997, que “dispõe sobre a política energética nacional,

as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui o

Conselho Nacional de Política Energética e a Agência

Nacional do Petróleo e dá outras providências”; pendente

de parecer da Comissão Especial. Tendo apensados os

PLs nºs 381/2007, 413/2007, 445/2007, 6.668/2009,

4.671/2012, 4.681/2012, 4.711/2012, 4.718/2012,

4.808/2012, 4.867/2012, 4.902/2012, 5.397/2013,

5.453/2013 e 5.500/2013.

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Para oferecer parecer ao projeto, às

Emendas de Plenário de nºs 1 a 33, pela Comissão Especial, concedo a palavra ao

Deputado André Figueiredo, do Ceará, Líder do PDT. (Pausa.)

O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO - Sr. Presidente Andre Vargas.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Deputado José Carlos Araújo.

O SR. JOSÉ CARLOS ARAÚJO (PSD-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Eu quero protestar também e apoiar o Deputado Miro Teixeira. Eu tive o meu nome incluído entre os Deputados que apoiam a PEC 37. Nunca apoiei, vou votar contra. E repudio essas pessoas que incluíram o meu nome nessa lista. Apoio exatamente o que o Deputado Miro Teixeira falou aqui. Incluíram-me como sendo do

PDT — não sou do PDT, sou do PSD —, não estou apoiando e nunca apoiei a PEC

37, até porque a PEC ainda vai ser votada e consta como se fosse votada.

Portanto, repudio aqueles que colocam o nome das pessoas sem a sua devida autorização. Repudio veementemente, Sr. Presidente.

O SR. IZALCI (PSDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, quero fazer minhas as palavras do Deputado. Também voto contra a

PEC 37 e proponho que seja votada imediatamente. (Palmas nas galerias.)

O SR. PAULO FOLETTO (PSB-ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, a bancada do PSB já discutiu também a questão da PEC 37.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Não vamos antecipar o debate.

O SR. PAULO FOLETTO - E assume também a posição de bancada contra a

PEC 37. Estamos preparando o documento para toda a bancada do PSB assinar.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Senhoras e senhores, quero fazer uma solicitação aos Líderes e também àqueles que nos visitam que têm funções típicas

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de Estado. Essa matéria será votada logo em seguida. Nós temos uma matéria que trata de royalties para a educação brasileira, que também imagino ser do interesse dos senhores e de todos nós.

Então[CD250], para os Líderes, nós vamos ter um momento de posicionamento, logo em seguida.

Os debates, o estigma, a forma como foi encaminhada a campanha pró e contra poderão ser expressos aqui, e eu próprio poderia ter a minha opinião em relação a isso. Muitos Parlamentares assinaram para tramitar o projeto, mas foram estigmatizados nas suas bases eleitorais, de uma forma inadequada para a democracia brasileira. Eu já disse isso aqui.

Aqueles que foram favoráveis à discussão do projeto — estão em curso essa discussão e esse entendimento —, aqueles que apostaram no entendimento também foram atacados, muitas vezes, de forma desleal. Mas ninguém pode ser responsabilizado, como disse o Deputado Miro Teixeira, por boataria.

Esta é uma Casa de posicionamentos políticos responsáveis de mandatários populares que vieram das suas bases através do voto popular. Portanto, todas as posições são legítimas.

O SR. NELSON MARQUEZELLI (PTB-SP. Pela ordem. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sobrou para o caminhoneiro. O

Governador Geraldo Alckmin anunciou nesta segunda-feira que não haverá, este ano, reajuste das tarifas de pedágio nos 6,4 mil quilômetros de rodovias sob concessão no Estado e enumerou algumas medidas para absorver a inflação e não repassá-la nem às concessionárias nem aos usuários.

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Uma delas é o início de cobrança do chamado eixo suspenso dos caminhões.

Nas pistas estaduais sob concessão, os veículos comerciais que têm um eixo sem contato com o solo não pagam pedágio por esse eixo. Mas, a partir de 1° de julho, todos os eixos dos caminhões serão tarifados, assim como o que já acontece em todas as rodovias federais.

Na prática, o cancelamento do reajuste será custeado pelos caminhoneiros.

Isso é um absurdo, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. O eixo suspenso nem ao menos toca na rodovia. Além disso, a tarifa cobrada pelo transporte de carga deve corresponder ao efetivo uso da rodovia e ao respectivo desgaste que o veículo em trânsito imprime no pavimento.

Em outras palavras: só contam os eixos que tocarem o pavimento, considerando que o que se tem por base para a cobrança é o efetivo desgaste do piso das rodovias. A previsão também está no Manual do Arrecadador de Pedágio, do Departamento Nacional de Estadas de Rodagem (DNER).

Por isso, solicito ao Governador Geraldo Alckmin que não autorize a cobrança do pedágio sobre o eixo suspenso. Se não há cobrança para quem passeia não se pode cobrar daqueles que trabalham. É preciso criar, sim, medidas para diminuir o

Custo Brasil.

Muito obrigado.

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[CD251] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Concedo a palavra ao Deputado

André Figueiredo.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Para emitir parecer. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, caros colegas, peço a atenção de todos aqui presentes e do povo brasileiro de forma geral para a importância desta matéria que a Casa me deu a honra de relatar.

Nós estamos falando de algo que tomou conta das ruas, mas, antes disso, algo que é opinião comum nesta Casa. Precisamos, acima de tudo, dar uma resposta aos graves problemas pelos quais a educação do nosso País passa.

Temos tido várias manifestações, e a Presidenta Dilma Rousseff foi muito feliz quando manifestou que, para resolver os problemas da educação, é fundamental o aporte de mais recursos. É[CD252] fundamental que essa riqueza que Deus nos deu, essa riqueza com que a natureza nos privilegiou, os recursos do petróleo e os recursos do pré-sal sejam investidos na educação. A Presidenta manifestou isso diversas vezes. Posteriormente, farei das palavras da Presidenta as minhas.

Entretanto, Sr. Presidente, da forma como o projeto foi encaminhado a esta

Casa em nada resolve o problema da educação brasileira nos próximos anos. Farei uma discussão aprofundada do mérito um pouco mais à frente. Mas antes queria, evidentemente, fazer este breve relato. Não vou ler integralmente o voto. Eu já pedi

à assessoria que o distribua para as Sras. e os Srs. Deputados, uma vez que ele é extremamente longo.

Portanto, vou fazer menção às 33 emendas que foram apresentadas dentro do prazo regimental, algumas delas acatadas, outras rejeitadas, mas explicando todo o arrazoado.

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Passando ao exame da matéria, preliminarmente, deve ser examinada a admissibilidade das proposições, de acordo com o previsto no Regimento Interno da

Câmara dos Deputados, art. 34, § 2º; art. 53, inciso IV; e art. 54, inciso III. Sob os aspectos formais, não há razão para esta Comissão — a Comissão Especial está instalada para aprovar este projeto de lei — rejeitar o projeto principal e todos os apensados. As 33 emendas apresentadas também não apresentam entraves relacionados aos aspectos da constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa ou adequação orçamentária e financeira.

Não[CD253] havendo óbices relativos às preliminares de natureza regimental, passa-se ao exame do mérito do Projeto de Lei nº 323, de 2007, de seus apensados e das emendas apresentadas.

É muito nobre a intenção do Deputado Brizola Neto, autor do Projeto de Lei nº

323, de 2007, de determinar que a parcela do valor do royalty destinada aos Estados e Municípios seja aplicada em educação, em ações ambientais, energia, pavimentação de rodovias, abastecimento e tratamento de água, irrigação e em saneamento básico. No entanto, considera-se importante que haja um foco maior na

área de educação.

Analisam-se, a seguir, os demais projetos:

- Projeto de Lei nº 381, de 2007: apesar da importância de se destinar recursos para programas da área de habitação e saneamento básico, considera-se prioritária a área de educação;

- Projeto de Lei nº 413, de 2007: considera-se importante destinar parcela da compensação financeira à aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao ensino;

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- Projeto de Lei nº 445, de 2007: acredita-se que a melhor maneira para se erradicar a miséria e melhorar as condições socioeconômicas dos habitantes das zonas rurais é o investimento em educação;

- Projeto de Lei nº 6.668, de 2009: os recursos petrolíferos não devem ser distribuídos para muitas áreas, devendo ser mantido o foco na área de educação;

- Projeto de Lei nº 4.671, de 2012: é meritória esta proposição, devendo ser aperfeiçoada.

Da mesma forma, os Projetos de Lei nºs 4.681, 4.711, 4.718, 4.808 e 4.867, todos de 2012;

- Projeto de Lei nº 4.902, de 2012: é importante que haja um maior foco na

área de educação;

- Projeto de Lei nº 5.397, de 2013: é meritória essa proposição, devendo ser aperfeiçoada;

Da mesma forma os Projetos de Lei nºs 5.453 e 5.500, de 2013, este último de origem do Poder Executivo, portanto, merecendo mais atenção.

Apesar[CD254] de meritório, o texto original dessa proposição, originário do

Poder Executivo, não representa uma fonte relevante de recursos para a área de educação no curto prazo, conforme demonstrado a seguir.

O art. 1º, I, destina exclusivamente para a educação os royalties e a participação especial relativa a contratos de blocos localizados na plataforma continental, celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012.

Os blocos sob o regime de concessão dificilmente contarão com unidades estacionárias de produção antes de um período de 10 anos. No caso do regime de partilha de produção, a já citada área de Libra deverá contar com unidades

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estacionárias de produção somente a partir do ano de 2019, segundo informações da Diretora-Geral da ANP.

O art. 1º, II, destina 50% do retorno sobre o capital do Fundo Social exclusivamente para a educação.

A tabela que nós anexamos em nosso relatório demonstra claramente o montante de recursos a serem aportados, que são bem significantes.

Nós temos aqui um relatório, volto a dizer, extremamente pormenorizado, cujo mérito nós queremos discutir com mais profundidade. Vou me ater agora às emendas, inclusive justificando por que estamos apresentando um substitutivo.

O texto original do Projeto de Lei nº 5.500, de 2013, deverá ser alterado para que sejam, de fato, destinados mais recursos do setor petrolífero para a área da educação já nos próximos anos. As emendas apresentadas a essa proposição podem aumentar significativamente os recursos destinados à área de educação.

As Emendas nºs 6 e 14, ao substituírem a expressão “dos recursos resultantes do retorno sobre o capital do Fundo Social” pela expressão “dos recursos do Fundo Social”, aumentam substancialmente as receitas destinadas à educação e, por isso, merecem integral acolhimento.

[CD255] Também merece acolhimento a Emenda nº 13, que, ao substituir a expressão “relativas aos contratos celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012, sob os regimes de concessão e de partilha de produção” pela expressão

“decorrentes de áreas cuja declaração de comercialidade tenha ocorrido a partir de 3 de dezembro de 2012, relativas a contratos celebrados sob os regimes de concessão, cessão onerosa e de partilha de produção”, também aumenta

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substancialmente os recursos destinados à educação. A Emenda nº 8, que retira dispositivo desnecessário, também deve ser acolhida.

Todas essas emendas são de autoria dos Deputados Ângelo Agnolin, Paulo

Rubem Santiago e Felix Mendonça.

Acolhidas as Emendas nºs 6, 13 e 14, todos os blocos relativos ao regime de cessão onerosa e áreas de Carcará, Carioca e Júpiter, entre outras, sob o regime de concessão, gerarão receitas para a área de educação.

A Emenda nº 25, que autoriza a União a contratar a PETROBRAS União, autorizada a celebrar contratos de prestação de serviços com a PETROBRAS, para exercício das atividades de pesquisa e lavra de petróleo e gás natural em áreas localizadas no pré-sal e em áreas estratégicas, deve ser acolhida parcialmente.

As Emendas nºs 1, 11, 12, 17, 20 e 24 também foram acolhidas parcialmente.

Merece destaque a Emenda nº 17, pois ela permite que as compensações financeiras pela exploração de petróleo e gás natural possam custear despesas com manutenção e desenvolvimento da educação, inclusive as relativas a pagamento de professores do ensino público. Optou-se pela expressão “profissionais do magistério”, por ser mais ampla que professores.

As demais emendas foram rejeitadas por destinarem recursos para áreas consideradas não prioritárias, por tratarem da exploração em terra ou por tratarem da distribuição de recursos entre os entes da Federação, que não é objeto da proposição principal.

[CD256] Diante do exposto, o voto é pela constitucionalidade, juridicidade, boa técnica legislativa e adequação orçamentária e financeira dos PLs nºs 323, 381, 413,

445, de 2007; 6.668, de 2009; 4.671, 4.681, 4.711, 4.718, 4.808, 4.867, 4.902, de

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2012; 5.397, 5.453 e 5.500, de 2013, bem como das emendas apresentadas ao

Projeto de Lei nº 5.500.

No mérito, vota-se pela aprovação parcial, na forma do Substitutivo anexo, dos projetos de lei acima citados, votando-se pela rejeição dos demais.

Em relação às emendas, foram acolhidas, na forma do Substitutivo anexo, integralmente, as de nºs 6, 8, 13 e 14; parcialmente, as de nºs 1, 11, 12, 17, 20, 24 e

25; votando-se pela rejeição das demais.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de uma atenção especial.

Poucas palavras citaremos para diferenciar o intuito externado nas palavras da

Presidenta Dilma, em seu discurso, no dia 1º de maio, ao encaminhar esse projeto de lei. A Presidenta Dilma, nesse pronunciamento, em cadeia nacional de rádio e televisão, disse, de forma bastante enfática:

“A partir de agora, o Governo vai privilegiar como

nunca o instrumento que mais amplia o emprego e o

salário: a educação. Para isso, várias medidas estão

sendo executadas e outras estão em discussão. A mais

decisiva delas é a que determina que todos os royalties ,

participações especiais do petróleo e recursos do pré-sal

sejam usados, exclusivamente, na educação.

Anuncio [CD257] hoje a vocês que enviei ao

Congresso Nacional uma nova proposta para que isso

possa virar realidade.”

A proposta que a Presidenta Dilma encaminhou ao Congresso Nacional, na melhor das intenções, nas palavras que ela externa, determina...

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Esta Presidência prorroga a sessão até a conclusão da leitura do relatório, para que V.Exa. possa concluí-lo. Depois, como será só 1 hora, não teremos tempo; vamos chamar uma extraordinária, logo em seguida.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Perfeito, Sr. Presidente.

Então, o projeto de lei, da forma como foi encaminhado pelo Poder Executivo, determina, em seu art. 1º, inciso I, que serão destinadas exclusivamente para a educação as receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios provenientes dos royalties e da participação especial relativas aos contratos celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012.

Sras. e Srs. Deputados, isso significa praticamente zero nos próximos 10 anos. Hoje tivemos uma audiência pública, em que esteve um representante da

Agência Nacional do Petróleo, e ele não soube, em nenhum momento, externar o quanto isso significa em termos quantitativos de apuração.

Em seu inciso II, determina também que serão aplicados exclusivamente em educação 50% dos recursos resultantes do retorno sobre o capital do Fundo Social.

[CD258] Esse Fundo Social, no art. 2º, será mantido através de recursos dos royalties da camada denominada pré-sal, ou seja, a integralidade dos recursos do pré-sal irá para o Fundo Social, e apenas 50% dos rendimentos desse Fundo Social serão destinados à educação, contradizendo as palavras inclusive ontem manifestadas pela Presidenta Dilma durante a reunião com os Governadores e

Prefeitos de capitais, em que ela disse: “Avançamos muito nas últimas décadas para reverter o atraso secular da nossa educação, mas agora precisamos — vou repetir, palavras dela — de mais recursos. Por isso, o meu Governo tem lutado junto ao

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Congresso Nacional para que 100% dos royalties do petróleo e 50% dos recursos do pré-sal, a serem recebidos pelas Prefeituras, pelo Governo Federal, pelos

Municípios, e a parte da União, eu repito, sejam investidos na educação.

Confio que os Srs. Congressistas aprovarão esse projeto que tramita no

Legislativo com urgência constitucional.”

O SR. IZALCI - Sr. Presidente.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Cinquenta por cento...

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Só 1 minutinho, Deputado. Eu solicito ao Plenário, aos nossos visitantes e também a todos nós, Deputados, silêncio, porque o ruído está muito grande, está ficando ensurdecedor aqui, e alguns não estão conseguindo entender V.Exa. Também um reforço no seu som.

O SR. IZALCI - Sr. Presidente, uma indagação ao Relator com relação a esse relatório, Sr. Presidente.

Eu indago ao Relator, Deputado André, o seguinte: eu tive a oportunidade de ontem falar sobre isso.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Deputado Izalci, ele está lendo o relatório.

O SR. IZALCI - Não. Ele já terminou. É que eu tenho aqui uma correção ao relatório, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Deputado, eu solicitei paciência para todos; outros já quiseram falar. Ele vai concluir o relatório e nós vamos decidir o encaminhamento.

O SR. IZALCI - Em relação ao relatório. O.k.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Está bem.

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[CD259] O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Depois eu me coloco à disposição,

Deputado Izalci.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Exato. Depois se faz o esclarecimento.

Se puder concluir, Deputado, para que todos tenham uma visão de conjunto.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - O que apenas nós queremos colocar aqui,

Sras. e Srs. Deputados, é que, dentro de um mapa preparado pela assessoria técnica desta Casa, o projeto, na forma original, como foi encaminhado, representará um aporte de recursos na educação para os próximos 10 anos de 25,8 bilhões de reais, no acumulado de 10 anos.

Nós aprovamos nesta Casa, ainda em discussão no Congresso Nacional, que, até 2023, 10% do PIB teriam que ser aplicados em educação. Isso significa, em valores de hoje, 490 bilhões de reais. Nós estamos falando que, para os próximos

10 anos, o projeto, da forma como foi enviado, significará um aporte de 25,8 bilhões de reais, menos de 0,6% do PIB de 1 ano.

O projeto não condiz com a intenção da Presidenta Dilma Rousseff.

Na forma do nosso substitutivo, que já colocamos em discussão, inclusive com representantes da Campanha Nacional pelos Direitos à Educação e com representantes da UNE e da UBES, vamos focar na educação pública a aplicação desses recursos, com prioridade para a educação básica. Estamos tirando a vedação para a utilização desses recursos para pagamento de professores.

Consequentemente, vamos poder valorizar mais nossos professores, e eles serão parte integrante da repartição desses novos recursos que colocaremos para a educação.

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No[CD260] mérito da destinação, substituímos, no art. 1º, a questão da destinação apenas dos recursos oriundos dos contratos celebrados a partir de 3 de dezembro de 2012, para que possamos dizer que serão destinados à educação aqueles cuja área de comercialidade tenha ocorrido a partir dessa data.

O que isso significa em termos práticos? Vários contratos foram licitados no ano de 2001, no ano de 2003 e no ano de 2005. A título de exemplo, dos sete blocos mais promissores licitados em 2000 e 2001, Sras. e Srs. Deputados, na região do pré-sal da Bacia de Santos, apenas dois campos, Lula e Sapinhoá, já tiveram declarada a sua comercialidade. As áreas de Bem-te-vi, Parati e Caramba somente deverão entrar em produção comercial depois de decorridos mais de 16 anos da licitação.

As áreas licitadas após 2001 deverão demorar mais tempo ainda para entrar em operação comercial. Por isso, colocamos que todas aquelas, inclusive essas licitadas em 2001, que não tiveram ainda decretada a sua comercialidade possam também ir para a educação, mesmo já tendo sido contratadas, mas ainda não decretada a sua comercialidade. De outra forma, a destinação de 50% dos recursos relacionados ao ganho de capital do Fundo Social é um valor pífio.

Nós acolhemos e inclusive nos solidarizamos com parte do projeto de lei do

Deputado Alessandro Molon, que destina 100% dos recursos do Fundo Social.

Nós[CD261] acolhemos uma emenda que destina 50% do Fundo Social para inclusive fazer coro com a Presidenta Dilma Rousseff. Ora, se 100% do pré-sal vai para o Fundo Social, e ela diz que 50% do pré-sal tem que ir para a educação, então

50% do Fundo Social tem que ir para a educação. Os outros 50% podem constituir o

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Fundo Soberano e serem aplicados, através de seus rendimentos, em outras áreas.

E não vai afetar, de forma alguma, a educação.

Terceiro ponto. Geramos também receitas decorrentes da área de unitização.

O que é isso em termos técnicos? Basicamente, que áreas que a Agência Nacional de Petróleo já detectou como de alta produtividade possam ser incorporadas a áreas já contratadas e serem exploradas pelo concessionário da área contratada, com uma diferença: todos os recursos dessas áreas unitizáveis serão da União.

Consequentemente, serão aplicadas em educação, descontadas, evidentemente, as despesas operacionais.

Por último. Fizemos uma alteração para autorizar a União a fazer contratos de prestação de serviços com a PETROBRAS. O que isso significa na prática? Que a

União poderá especificar que para determinado campo seja contratada a

PETROBRAS e seja dado a ela o valor da prestação de serviço, mas que os valores advindos dessa exploração sejam da União e, consequentemente, aplicados na educação. Evidentemente, esse último tópico é apenas autorizativo, não é determinante. Hoje existe uma vedação, e a PETROBRAS ou outra empresa vencedora da licitação teria, necessariamente, que explorar o campo. Nós

[CD262]inverteríamos a lógica, caso a União resolvesse fazer contrato de prestação de serviço. Em vez de termos 10%, 15% ou alguma coisa a mais de excedente de produção, nós teríamos aproximadamente 75% da produção destinada à União.

Vale ressaltar, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, que temos de defender a PETROBRAS, mas, mais que isso, temos de defender o Brasil. A PETROBRAS hoje tem 53% do seu capital nas mãos de acionistas internacionais ou privados. O

Brasil hoje carece de um aporte significativo de recursos em educação. Não

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poderíamos, de forma alguma, nos abster de elaborar este Substitutivo e pedir aqui a aprovação das Sras. e Srs. Deputados. Volto a dizer — sendo da base do Governo e esperando ter o apoio da base e da Oposição — que precisamos fazer um coro uníssono e ter realmente recursos significativos aplicados no âmbito da educação.

É o relatório, Sr. Presidente.

PARECER ESCRITO ENCAMINHADO À MESA

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(PARECER A SER INSERIDO PELO SERAT)

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[CD263] O SR. FRANCISCO ESCÓRCIO - Sr. Presidente, pela ordem.

O SR. IZALCI - Sr. Presidente, com relação ao relatório...

O SR. FRANCISCO ESCÓRCIO - Sr. Presidente, pela ordem. Sr. Presidente,

Chiquinho Escórcio está pedindo a palavra.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Deputado Francisco Escórcio, pela ordem.

O SR. FRANCISCO ESCÓRCIO (PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, cheguei aqui agora porque vim para o velório da PEC 37.

Eu não poderia deixar de chegar aqui, Sr. Presidente.

(Manifestação nas galerias.)

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Sr. Presidente...

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Não há uma questão de ordem. Pediria concentração e o foco, porque nós vamos votar hoje a Lei dos Royalties — a destinação dos royalties para a educação —, depois vamos votar a PEC 37, depois o FPE. Portanto, aguardem pacientemente, mesmo aqueles que tenham uma ansiedade e uma vontade de receber o devido aplauso aqui da nossa plateia.

Pediria que todos se contivessem, porque nós estamos com o foco agora numa matéria importante e estratégica para o País.

[CD264]Deputado Izalci com a palavra.

O SR. IZALCI - Sr. Presidente, só para...

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Sr. Presidente, Deputado Izalci, só para concluir. Eu não vou ler o Substitutivo aqui na íntegra, porque ele é bastante longo, mas estou assinando para ser encaminhado à Mesa e distribuído a todos.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Nós vamos distribuir.

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O Deputado Izalci parece que quer fazer uma...

O SR. IZALCI (PSDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sim, com relação ao relatório.

Sr. Presidente, apresentei a Emenda de Plenário nº 5, de 2013, que tem esse espírito realmente, aproveitando os regimes de concessão e cessão onerosa para destinar 50% para o Fundo, como foi acatado pelo Deputado André Figueiredo.

Então, no relatório de V.Exa., gostaria que a Emenda de Plenário nº 5, de

2013, fosse acatada parcialmente. Realmente, o texto da emenda coincide exatamente com o que está no relatório de V.Exa. e foi colocado como se não tivesse sido aproveitado.

Parcialmente cabe, porque o espírito é exatamente esse.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO - Assim o farei, Deputado Izalci, e incorporarei ao nosso relatório.

O SR. IZALCI - Agradeço a V.Exa.

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Para falar como Líder...

V.Exa. quer um esclarecimento? O Relator pode esclarecer.

O SR. IZALCI - O Relator já acatou a minha...

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Vai haver muito debate. Vamos ter uma extraordinária e naturalmente vamos voltar a esse tema.

A inscrição como Líder precede agora, mas o Deputado André Figueiredo já vai esclarecendo. Depois vamos ter que chegar a um texto final, que vai ter que ser distribuído. Haverá de ter tempo para isso.

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[CD265][CD266] O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Para falar como Líder, pelo PT, concedo a palavra ao Deputado José Guimarães.

O SR. JOSÉ GUIMARÃES (PT-CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, provavelmente, não teremos outra noite tão importante como esta que vamos vivenciar aqui no Plenário Ulysses Guimarães, que foi palco de grandes disputas e de grandes acontecimentos da história republicana brasileira.

Hoje à noite, vamos discutir e votar aqui duas matérias essenciais para nós que fazemos o Congresso Nacional. É bem verdade que o Congresso Nacional é composto de representação. Nós que somos Deputados e Deputadas vamos nos posicionar sobre dois temas centrais para o País.

O primeiro deles é o projeto de lei com urgência constitucional enviado pela

Sra. Presidenta da República que destina 100% dos royalties do petróleo para a educação pública do Brasil. É a primeira discussão, a que estamos iniciando.

A segunda discussão e votação é a da PEC 37. Já, já, em nome da bancada do PT, com toda a clareza e com todos os requisitos de uma posição republicana, interpretando os sentimentos aqui, vou externar opinião perante o Brasil, esta Casa e os membros do Ministério Público do nosso País.

Sobre[CD267] o primeiro projeto de lei, Sr. Presidente, esta Casa não pode deixar de votar a matéria hoje. Esta Casa precisa compreender que tudo o que fizermos pela educação pública ainda será pouco para vencermos o hiato que existe na realidade da educação do nosso Brasil.

Os Governos do PT — 10 anos do Governo Lula e 2 anos do Governo da

Presidenta Dilma Rousseff — foram os que mais investiram na educação pública, na

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interiorização do ensino universitário e no ensino técnico. Estabelecemos programas que deram condição de dizer ao Brasil e à juventude brasileira que podemos avançar mais, que podemos e queremos mais. É legítima a demanda da sociedade brasileira que vai às ruas e diz que quer os 100% dos royalties para a educação.

Penso que temos aqui dois grandes desafios: cuidar da educação e da saúde.

Essas duas demandas estão colocadas na Ordem do Dia. Nós precisamos votar essas matérias hoje. Quero pedir aos Líderes que retomemos a votação do projeto dos 100% da educação e façamos as mediações possíveis para não deixar de votar hoje essa matéria tão importante para o nosso Brasil.

Deputadas e Deputados aqui presentes, além dos 100% dos royalties para a educação, nós temos que votar também o Plano Nacional de Educação, que está tramitando no Senado, e fazer desses dois requisitos uma tomada de posição desta

Casa, para que nós todos firmemos o compromisso neste momento com a educação pública Do nosso Brasil. Cem[CD268] por cento dos royalties para a educação é uma exigência da sociedade brasileira, e votar o PNE, que destina 10% do PIB, é outra exigência de caráter republicano que nós precisamos votar também, no

Senado Federal. A nossa bancada está absolutamente convencida, e nós vamos para as ruas para essa mobilização. Lutemos para consagrar aquilo que é uma reivindicação da União Nacional dos Estudantes, das entidades estudantis, que são os 10% do PIB. Os países desenvolvidos já têm os 10% do PIB. E o Brasil, Ministro

Aloizio Mercadante, caminha para os 10% do PIB para a educação. Aí, sim, nós enfrentaremos a qualidade do ensino, investindo maciçamente na educação do nosso Brasil.

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Portanto, meu caro Deputado André Figueiredo, do Ceará, nós vamos votar hoje esse projeto que é importante para o Brasil. Está correta a Presidenta Dilma quando diz que quer investir na educação. E a melhor forma é esta: direcionando os dividendos do petróleo do pré-sal para a educação pública.

Ao lado disso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quero tratar de outro tema, sobre o qual essas galerias precisam me ouvir: da PEC 37.

Quero dizer, em alto e bom som, que a bancada do PT vai votar a PEC 37 e vou explicar aos membros da instituição Ministério Público as razões, para deixar clara a nossa posição neste momento importante. O PT vai votar, mas há também duas votações importantes para nós. A primeira delas, da PEC 37, contra a qual a bancada do PT vai votar neste momento no Congresso Nacional. (Palmas nas galerias.) Ao lado de votarmos contra a PEC 37, vamos fazer outra discussão importante e vamos votar a urgência constitucional do projeto da Deputada Marina

Santanna, porque esse projeto, sim, dá a garantia da investigação por parte do

Ministério Público. (Palmas nas galerias.) [CD269]Nós entendemos que, a partir desta construção do projeto da Deputada Marina Santanna , nós podemos estabelecer o consenso, nós podemos construir um patamar de consenso que preserve a função do Ministério Público e que preserve também as funções da nossa Polícia Judiciária. Não pode haver esse conflito entre o Ministério Público e a

Polícia Judiciária. Nós temos que caminhar, porque não há Estado Democrático de

Direito que prescinda destas duas instituições: a polícia e o Ministério Público.

O que queremos é regulamentar as investigações gerais no Brasil, e este é o sentido do projeto da Deputada Marina Santanna. Regulamentando, os senhores ficarão sob o manto da lei. Dessa forma, garante-se uma investigação que não será

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questionada por ninguém. Nós não queremos tirar o poder do Ministério Público.

Nós só queremos, Sr. Presidente, Srs. Parlamentares, regulamentar essa atividade da investigação geral no nosso Brasil, para o bem da democracia e do Estado

Democrático de Direito. Ninguém no Brasil está acima da lei, muito menos nós

Parlamentares. Nós estamos sob o manto da Constituição Federal. Esse equilíbrio, a boa investigação, a serenidade, os regramentos precisam ser respeitados.

É assim que o PT vai posicionar-se neste momento, na Câmara dos

Deputados: votando contra a PEC 37. Ao mesmo tempo, votando a urgência constitucional, porque, no segundo semestre, nós iremos regulamentar a investigação judiciária no Brasil, tanto por parte dos delegados da polícia quanto por parte do Ministério Público.

[CD270] Quero finalmente dizer aos senhores presentes que esta vitória não é de um ou de outro partido. É uma vitória do momento. Nós discutimos isso hoje, no

Colégio de Líderes, com o Presidente Henrique Eduardo Alves. A posição de votarmos desse jeito foi o consenso que construímos na reunião dos Líderes, porque nós queremos um processo de respeito mútuo, de respeito às instituições brasileiras, como o Ministério Público e a polícia, mas também de respeito ao

Congresso Nacional.

O Congresso Nacional tem muita responsabilidade por este momento que nós estamos vivendo. E o melhor caminho no momento, Srs. Parlamentares, é fazermos este acordo: tirarmos a PEC 37 e construirmos o entendimento para regulamentar, no segundo semestre, a atividade de investigação no nosso Brasil. Ninguém quer prejudicar ninguém. Esta Câmara não quer acobertar qualquer malfeito, mas tem

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que ser feito dentro de regras democráticas, dentro do respeito aos cidadãos, dentro do respeito à ordem jurídica constitucional.

Por isso, minha querida Deputada Marina Santanna, nós orientamos V.Exa. a apresentar este projeto e, em parceria com o Líder do PSDB, Deputado Carlos

Sampaio, vamos construir um entendimento que preserve o Ministério Público, que preserve a investigação, mas sob uma regulamentação que seja capaz de dar legalidade àquilo que é feito no nosso Brasil.

Assim, Sr. Presidente, quero mais uma vez pedir aos Líderes partidários: votemos os 100% dos royalties. Em seguida, entraremos em votação. A bancada do

PT vai ficar em peso aqui para votar essas duas matérias, porque elas são fundamentais para o Brasil, para a República.

Viva o pré-sal! E vivam os 100% para a educação!

Muito obrigado, meus companheiros e minhas companheiras. (Palmas nas galerias.) [CD271]

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O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Como eu disse, não obstante a PEC

37 demarcar um campo e ser pauta presente neste nosso plenário e também nas galerias, nas ruas, na sociedade, o debate agora é sobre os royalties da educação.

Há inscritos para debater a matéria. (Pausa.)

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - Presidente, posso falar por 1 minuto?

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Inicialmente, para falar contra, concedo a palavra ao Deputado Darcísio Perondi. S.Exa. está presente? (Pausa.)

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - Sr. Presidente, eu tenho o direito de falar por

1 minuto?

O SR. PRESIDENTE (Andre Vargas) - Não, nós vamos seguir a inscrição,

Deputado.

O SR. VANDERLEI SIRAQUE - Está bem, falarei depois.

O SR. DARCÍSIO PERONDI (PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em primeiro lugar, quero cumprimentar a inovação, a ciência, os cientistas da PETROBRAS que descobriram o pré-sal. E esta

Casa, no primeiro mandato de FHC, deu liberdade para isso: abriu a PETROBRAS, que fez parcerias e teve recursos para avançar. Portanto, parabéns à PETROBRAS!

Em segundo lugar, devo dizer que essa é uma riqueza da qual nós todos devemos nos orgulhar.

O Deputado André Figueiredo fez um ótimo relatório, mas vou discordar do projeto do Governo. Conversei com Prefeitos — com Prefeitos, basicamente —, e eles dizem que não conseguem gastar o percentual constitucional destinado a eles.

E vão receber uma carga de dinheiro. Essa carga de dinheiro vai demorar também,

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é um sonho: vai começar em 2013 — quase nada — e vai melhorar lá em 2018,

2020.

Mas[CD272] o mais importante aqui é falar da angústia dos Prefeitos, que não suportam mais o gasto da saúde, é falar do choro e da dor dos brasileiros que sofrem e morrem nas emergências e nas UTIs. Por isso, essa riqueza precisa ser distribuída: 50% para a educação e 50% para a saúde.

Vou apresentar alguns dados. A União, ao longo dos anos, tem diminuído a sua participação nos gastos públicos, enquanto a das Prefeituras e dos Estados tem aumentado. Dados de 2010: União, 45% do gasto público; Estados, 25%;

Municípios, 28%. Comparando com outros países, o nosso gasto público é de 3,8%, enquanto o gasto médio dos países é de 8,3%. Em 1993, quem aplicava mais? Vou repetir: em 1993, quem aplicava mais? Era a rica e poderosa União, com 72%; os

Estados participavam com 12% nos gastos públicos, e os Municípios, com 16%. Em

2010, a União respondeu por 45%. A participação da União diminuiu de 72% para

45%, enquanto a dos Estados aumentou, passando de 12% para 27%. E,[CD273] de cada 100 reais gastos em saúde no Brasil — gastos privados e públicos; um dado estarrecedor —, 62% são gastos privados, saem do bolso do cidadão, inclusive dos assalariados, e só 38% são gastos públicos.

Os Prefeitos sofrem, os cidadãos lá nos nossos Municípios, nos nossos rincões, sofrem. Então, essa riqueza tem que ser, sim, distribuída: metade para a educação, que é a luz de tudo — e nós temos que avançar, sim, na educação, com programas, com gestão —, e a outra metade para a saúde. Essa é a resposta que nós temos que dar. É uma das respostas que o movimento das ruas espera.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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Durante o discurso do Sr. Darcísio Perondi, o Sr.

Andre Vargas, 1º Vice-Presidente, deixa a cadeira da

Presidência, que é ocupada pelo Sr. Henrique Eduardo

Alves, Presidente.

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[CD274] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o

Líder Rubens Bueno.

O SR. RUBENS BUENO (PPS-PR. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estamos aqui mostrando o que o Governo fala e o que o Governo faz. Houve aqui um debate intenso sobre o Plano Nacional de

Educação. A discussão do Plano Nacional de Educação, nesse período de 10 anos, era exatamente para termos aqui um horizonte de aonde desejaríamos chegar enquanto país, no tocante à qualidade da educação.

Na Comissão Especial, discutimos com o Deputado Stepan Nercessian e com vários Deputados. Para conseguir chegar a 10% de investimento do PIB, nessa fase de transição, o Governo insistiu em orientar a base para votar pelos 7%.

Conseguimos — e aí os Deputados têm o mérito — que os 7% se transformem em

10% do PIB para investimentos em educação.

Vencida essa etapa, o Governo propôs um recurso para derrubar os 10% do

PIB para a educação. Não fosse mais uma vez a presença de Parlamentares identificados com a educação, não teríamos aprovado os 10% do PIB no Plano

Nacional de Educação. Agora, o Governo joga para 7%, e nós trabalhamos para

10%. Aí vai outro recurso para derrubar os 10%, e nós conseguimos manter os 10%.

Agora, o Governo vem com o discurso fácil de destinar 100% dos royalties do petróleo para a educação.

Por que não se votou a proposta dos 10% do PIB nacional para a educação quando estávamos discutindo o Plano Nacional de Educação para este decênio?

Por que não? Porque o Governo não tem nenhuma vontade e nenhuma

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determinação de fazer da educação prioridade nacional. E agora estamos vendo como ele quer usar os royalties do petróleo.

[CD275] Por que usaram? Porque nós derrubamos o veto da Presidente Dilma

Rousseff, que queria manter o dinheiro do petróleo no Rio de Janeiro e no Espírito

Santo, sabendo que o mar não nasce no Rio de Janeiro e não morre no Espírito

Santo.

Nós queremos que haja distribuição justa, para todo o povo brasileiro, dos royalties do petróleo — dinheiro público, patrimônio nacional. Destinar esse dinheiro todo para a educação nós queremos, sim. Porém, há uma discussão paralela a esta: a saúde pública. Nós precisamos discutir as condições e a qualidade da saúde pública para o povo brasileiro.

Sr. Presidente, a bancada do PPS tem um projeto, apresentado pela

Deputada Carmen Zanotto, tratando dos royalties do petróleo, segundo o qual 50% vão para a educação e 50% vão para a saúde, sabendo que nós estamos atendendo

àquilo que é de urgência, que é de emergência, sem descurar, sem retirar um centavo dos 10% do PIB para a educação, dentro do Plano Nacional de Educação, aprovado pelo Parlamento, por esta Câmara dos Deputados.

Vamos votar “sim”, a favor da distribuição desses royalties , carimbá-los para a educação, mas também carimbá-los para a saúde.[CD276]

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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Onyx

Lorenzoni, com a sua objetividade sempre tradicional.

O SR. ONYX LORENZONI (DEM-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados e aqueles que acompanham esta sessão, por que a minha posição é contrária ao projeto do Governo? Porque aqui há mais uma mentira da Presidenta Dilma Rousseff. E por que mentira da Presidenta Dilma?

Porque ela assinou o projeto.

As senhoras e os senhores sabem quanto o Brasil arrecadou de royalties no ano passado? Em torno de 28 bilhões de reais. E 11 bilhões de reais foram a parte do Leão, a parte da União.

O art. 1º do projeto determina que os recursos federais serão apenas aqueles a partir do dia 3 de dezembro de 2012, ou seja, nem 1 centavo de todos os atuais contratos que originam royalties no Brasil vai para a educação. Este é o fato, sem tirar nem pôr.

É por isso que a Deputada Professora Dorinha, do Democratas, tem uma emenda que nós queremos ver aprovada neste plenário, para retirar essa data. Aí, sim, nós teremos os royalties do petróleo indo para a educação.

Por outro lado, é muito importante lembrar que, sobre o Fundo Social, o

Governo apenas colocava os rendimentos do Fundo Social, não mexia nos recursos e, diligentemente, retirou a participação especial, Deputado André.

[CD277] E eu quero aqui, de público, parabenizar V.Exa. Provavelmente, pela inspiração de Leonel Brizola e de Darcy Ribeiro, V.Exa. alterou o projeto do

Governo, para permitir que mais recursos possam verdadeiramente ir para a educação.

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Agora, por que é que o Governo Federal não mexe no seu bolso e quer que as Prefeituras, os primos pobres da Federação, que têm apenas 13% de todos os impostos brasileiros, sejam obrigadas a colocar 100% dos recursos na educação?

Porque o Plano Nacional de Educação manda o Governo gastar 10% do PIB. Então, não mexe no caixa do Governo Federal e compartilha, socializa o prejuízo para

Estados e Municípios.

Esta é, Presidente, a razão pela qual me posicionava contrário a este projeto, porque ele, na verdade, pregava pelo Brasil todo uma mentira. Mas nós vamos corrigir, com base no trabalho do Deputado André, com base nas emendas que vamos aprovar. O Deputado Ronaldo Caiado apresentou uma emenda que destina

75% dos recursos para a educação e 25% dos recursos para a saúde. Isso é justiça com o cidadão, porque não vai exigir que se compre lousa digital. Lousa digital não vai salvar a vida do bebê que precisa de um respirador na UTI. E quem sabe onde o dinheiro é mais bem empregado, Deputado Darcísio Perondi, é o Prefeito.

Por isso, 75% para a educação — e palmas para a educação — e 25% para a saúde, para melhorar a vida dos brasileiros.[CD278]

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[CD279] O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o

Deputado Beto Albuquerque, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSB.

O SR. BETO ALBUQUERQUE (PSB-RS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, distintos colegas Deputadas e Deputados — sejam todos bem-vindos aqueles que nos visitam nesta noite —, esta é uma matéria que dialoga com o futuro do nosso País. A sua intenção é fundamental. E a iniciativa de trazer o debate sobre a alocação dos recursos dos royalties do pré-sal para a educação foi extremamente importante.

Entretanto, nobres Deputados — e eu peço a atenção de V.Exas. —, o trabalho do Relator, Deputado André Figueiredo, do PDT, traz a esta matéria aquilo que o projeto original, a nosso juízo, não tinha e que faria uma falta muito grande entre o propósito e a realidade. O projeto original do Governo — que, repito, teve

ótima boa vontade e bom propósito — propunha reverter royalties do petróleo para a educação nos poços prospectados a partir de 2012. Isso[CD280] significava que a educação brasileira somente veria pingar os primeiros recursos daqui a 10 anos, otimistamente. Ora, senhores, a saúde, a educação e a segurança são temas urgentes. E a educação não precisa de recursos para daqui a 10 anos. Precisa de recursos agora.

De forma que o trabalho do Relator André Figueiredo é muito importante. O substitutivo do Relator, ao qual o PSB votará favoravelmente, vai buscar os poços que já foram prospectados, mas que ainda não tenham tido a declaração de comercialidade. Isso significa que, dos poços de 2000 e de 2001, assim que tiverem a declaração de comercialidade, passarão a ser dirigidos recursos para a educação.

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Com este substitutivo, nós estamos falando em multiplicar por dez os valores estimados no projeto original. Estamos falando em 350 milhões de reais e não em

30 milhões, porque estamos aproveitando aquilo que ainda não está declarado comercial. Este substitutivo é muito importante. Nós vamos apoiá-lo, porque sua realidade é para agora. Quem[CD281] votar contra o substitutivo vai apostar em dinheiro para daqui a 10 anos. Bem, 10 anos, a educação, que precisa melhorar já, não pode esperar.

Para encerrar, Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que a nossa bancada, a bancada do PSB, está 100% fechada em votar, de cabeça erguida, contra a PEC 37, para que possamos, de fato, legitimar esse assunto.

Votamos a favor do substitutivo que passa, agora, recursos do pré-sal para a educação e votamos contra a PEC 37.

Muito obrigado. (Palmas nas galerias.)

[CD282]

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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Eu quero registrar a presença nas galerias de promotores e também de estudantes.

É muito bom que compareçam à nossa Casa, para cada vez melhor conhecerem a seriedade com que esta Casa trata de todos os problemas discutidos no Congresso Nacional. As senhoras e os senhores são muito bem-vindos, porque esta é a Casa do povo brasileiro e discute, com absoluta seriedade e ética, os problemas do País. (Palmas nas galerias.)

E eu quero esclarecer que, às 20 horas, nós vamos encerrar esta sessão e convocar uma extraordinária, para votarmos a PEC 37. (Palmas nas galerias.) Como a votação de PEC exige quórum qualificado — e, portanto, não pode ficar para depois de votações que poderão se alongar muito —, vamos encerrar esta sessão

às 20 horas, convocar uma sessão extraordinária para votar a PEC 37 e depois retomar a votação do projeto dos royalties . Ainda[CD283] teremos hoje outra extraordinária para votarmos o FPE.

Não será como a votação da MP dos Portos — prometo —, mas vamos até a hora que for necessária para cumprir a pauta de responsabilidade para com o País.

Nós poderemos votar ainda hoje os royalties para a educação, a PEC 37 e o Fundo de Participação dos Estados.

Portanto, apelo a todos, Sras. e Srs. Deputados, para que permaneçam em plenário, para que possamos concluir a pauta de responsabilidade desta Casa.

O SR. SERGIO ZVEITER - Parabéns, Sr. Presidente![CD284]

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O SR. SARNEY FILHO - Sr. Presidente, peço a palavra pela Liderança do

PV.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Concedo a palavra ao nobre

Deputado Sarney Filho, para uma Comunicação de Liderança, pelo PV.

O SR. SARNEY FILHO (PV-MA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não é a primeira vez que assumo esta tribuna para falar, em nome do meu partido, o Partido Verde, que tenho a honra de liderar nesta Casa, a respeito dos nossos posicionamentos.

Quero ler, Sr. Presidente, manifestações de militantes de nosso partido que expressam de maneira sintetizada o porquê da nossa satisfação e o porquê de nos sentirmos representados nas manifestações: “Somos contra a PEC 37” (palmas nas galerias) “porque retira poderes de investigação do Ministério Público, um aliado da sociedade contra a impunidade.”

Um aliado da causa ambiental e da causa indígena no Brasil. Devemos muito ao Ministério Público. Não houve retrocessos maiores nessas áreas graças à sua atuação. (Palmas nas galerias.)

[CD285] O Partido Verde fechou questão há 1 mês, e as associações de classe sabem disso. Não foi preciso esperar que o povo fosse às ruas para pedirmos isso.

Não. Nós já entramos nisso 1 mês atrás. (Palmas nas galerias.)

Defendemos os índios, seus direitos, suas terras.

Somos os responsáveis” — o Partido Verde — “pela

instalação de duas comissões externas e do Grupo de

Trabalho da Câmara dos Deputados. Somos contra a

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PEC-215 porque pode acabar com as Terras Indígenas já

demarcadas e impedir que novas sejam criadas.

Respeitamos o direito das minorias e defendemos

a liberdade de escolha individual.”

Portanto, somos contra esses retrocessos, contra essas intervenções indevidas na liberdade individual das pessoas. Elas que assumam sua opção sexual, sua opção ideológica, sua opção religiosa, independente de qualquer interferência legal ou legislativa.

“Defendemos o voto aberto.” Todos os membros do Partido Verde, no primeiro turno, votaram a favor do voto aberto. E vamos repetir essa votação assim que a matéria voltar à pauta da Câmara dos Deputados.

“Apoiamos a aprovação da Lei da Ficha Limpa.

Respeitamos a criação de novos partidos e

queremos uma ampla reforma política.

Lutamos contra a aprovação do novo Código

Florestal e, todos os dias” — aqui nesta Casa —

“resistimos às propostas de retrocesso na legislação

indígena e na legislação ambiental.

[CD286]Defendemos mais ciclovias e um

transporte público de qualidade.” — fomos contra a

isenção de IPI para veículos individuais, em detrimento da

melhoria dos transportes coletivos.

“Lutamos para que o Brasil faça uso de energias

renováveis e invista mais nas fontes de energia (...)”

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Sr. Presidente, eu poderia falar mais, mas meu tempo aqui já está esgotado.

É por isso, Sr. Presidente, que o Partido Verde se sente representado nas ruas, nesse movimento. E não temos vergonha de dizer que não precisamos de ninguém na rua para votar com a nossa consciência e com o nosso programa partidário.

Muito obrigado. (Palmas nas galerias.) [CD287]

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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Para falar a favor da matéria, concedo a palavra ao Deputado Arnaldo Jordy. (Pausa.)

O SR. IZALCI - Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado

Izalci.

O SR. IZALCI (PSDB-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, eu já coloquei para o Deputado André Figueiredo, e ele acatou parcialmente a Emenda nº 5.

Era só para colocar aqui no relatório que foi distribuído a Emenda nº 5, que já foi acatada pelo Relator.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - O.k.

[CD288] Deputado Arnaldo Jordy, com a palavra V.Exa.

O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,

Sras. e Srs. Deputados, nós já manifestamos, através do Líder Rubens Bueno, o nosso posicionamento favorável à ampliação dos recursos para a educação. E a matéria sobre a distribuição dos royalties não poderia contrariar essa que é uma necessidade do Brasil.

Esse debate já vem percorrendo os caminhos desta Casa há algum tempo, e o desafio imediato é o de destinarmos aquilo que é uma reivindicação geral — e agora, nas ruas, as manifestações da juventude, da sociedade brasileira, ratificam essa necessidade imperiosa —, num país que tem a sétima economia, o sétimo PIB do planeta e é o 73º colocado no IDEB mundial, um país que, na Prova Brasil, revela a impossibilidade de os seus jovens se comunicarem nas provas de redação, revelando um processo de alfabetização ainda extremamente incompatível com

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essas grandezas da nossa economia e, portanto, a necessidade dos 10% do PIB para a educação, como todos aqui ou como muitos aqui já declararam.

Na questão dos royalties, nós temos uma proposta, como também o movimento da saúde reivindica: os 10% do PIB para a saúde. Destinam-se hoje apenas 3,2% do PIB nacional para os investimentos na saúde. Não se dão à toa as cenas cotidianas, nos hospitais, das filas, das pessoas morrendo sem atendimento, muitas vezes os profissionais de saúde tendo que escolher nos espaços de urgência e emergência a quem atender e deixar à própria sorte os demais.

[CD289] Portanto, além dos 10% necessários para a educação e para a saúde

— à educação destina-se hoje em torno de 5,1% do PIB nacional; e à saúde, menos ainda, ou seja, 3,2% do PIB nacional, o que gera esse caos —, nós apresentamos esta proposta para a distribuição dos royalties , proposta de autoria minha e da

Deputada Carmen Zanotto: da destinação de 50% desses recursos para a saúde e para a educação, ratificando o nosso entendimento e o nosso apoiamento a esse esforço nacional de resolver imediatamente os investimentos na educação e na saúde, perseguindo a meta de 10% do PIB brasileiro para investimentos em educação e 10% do PIB brasileiro para a saúde como solução imediata, inclusive atendendo não só aos reclames da sociedade brasileira nas ruas, mas também a uma reivindicação histórica de todo o movimento da saúde e de todo o movimento comprometido com a educação neste País.[CD290]

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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Com a palavra o Deputado

André Figueiredo, para uma Comunicação de Liderança, pelo PDT.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Como Líder. Sem revisão do orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna, não apenas como Relator desta importante matéria, mas também como Líder do PDT, para também daqui ratificar o nosso apoio incondicional àqueles que querem derrubar a PEC 37 na noite de hoje. (Palmas nas galerias.)

O PDT não será conivente. Desde o início nós estávamos discutindo e queremos derrubá-la, queremos aprofundar a discussão e acima de tudo mostrar coerência com os princípios que norteiam a nossa ação partidária. Portanto, o PDT defenderá o fim da PEC 37. (Palmas nas galerias.)

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, aqui também venho porque vejo a

União Nacional dos Estudantes, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e a União Estadual dos Estudantes presentes nas galerias. E eles, que estiveram na audiência pública que nós fizemos agora à tarde, estão vendo e corroborando todos os Parlamentares, independente de sigla partidária, que compreendem a importância de votarmos o substitutivo apresentado ao Projeto de Lei nº 5.500, de

2013.

Nós não podemos admitir, de forma alguma, que seja votado o destaque de preferência, que está sendo encaminhado, para a votação do texto original. Este será talvez, se for aprovado, o maior tiro no pé dado pelo Governo Federal. Nós estamos aqui demonstrando numericamente que 25 bilhões de reais, em 10 anos, não é nada! Nós estamos mostrando que, no nosso substitutivo, nós estamos apresentando um acréscimo de 335 bilhões de reais, corroborando e materializando

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as palavras da Presidenta Dilma Rousseff. A Presidenta não pode de repente falar uma coisa, e o projeto que seu Governo orienta ser frontalmente contrário ao que ela preconizou.

[CD291] Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, companheiros que defendem a bancada da saúde, sabemos que a saúde é, parafraseando o Senador Cristovam

Buarque, certamente o maior problema de cada brasileiro, mas a educação é o maior problema do Brasil. Nós queremos discutir aqui e, se necessário for, nós podemos acatar parcialmente a destinação de uma parte desses recursos à saúde.

E lembro à bancada da saúde que 25% de 337 bilhões são bem mais que 50% de

25 bilhões.

Portanto, Srs. Deputados, que nós possamos aprofundar essa discussão. Nós não podemos corroborar um projeto de lei que veio imbuído das melhores das intenções, mas que, quando quantificamos, não representa absolutamente nada para o Brasil, em termos de educação.

E, para concluir, queríamos apenas lamentar que, sendo Relator desta matéria há 2 semanas, em nenhum momento o Governo nos chamou para dialogar.

Muito pelo contrário. Marcou uma reunião hoje, para as 19 horas, e nos pediu pontualidade, como se Deputado tivesse que ser subserviente aos ditames do

Governo Federal. Logo após apresentarmos o nosso relatório, disse que não precisávamos nem ir. Esta Casa não pode se submeter a esses ditames.

Nós temos que aprovar o substitutivo, que será benéfico para os estudantes, para os professores e para a educação do Brasil.[CD292]

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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Consulto os Srs. Líderes sobre se será possível manter o painel. Todos de acordo? (Pausa.)

O SR. BETO ALBUQUERQUE - De acordo, Sr. Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Está mantido o painel.

Em 2 minutos haverá nova sessão, para a votação da PEC 37.

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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA

PUBLICAÇÃO

A SRA. NILDA GONDIM (PMDB-PB. Pronunciamento encaminhado pela oradora.) - Sr. Presidente, ocupo esta tribuna para fazer um apelo a V.Exa. no sentido de que seja dada prioridade à votação do Projeto de Lei nº 688/2011, de autoria do senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), que autoriza o perdão das dívidas rurais de até R$35.000,00 contraídas, na área de atuação da SUDENE, por agricultores familiares e de mini, pequeno e médio porte, suas cooperativas ou associações, até o dia 31 de dezembro de 2001.

Aprovado no Senado, o projeto de lei nasceu da compreensão, por parte do

Senador Vital do Rêgo Filho, da gravidade da situação dos agricultores que se encontram com pendências junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que administra o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Como bem observou o autor, a atividade produtiva rural é exercida sob fortes contingências de variabilidade do clima, e a situação se torna ainda mais difícil em razão da inexistência de sistemas de comercialização e de preços ao produtor que assegurem garantia de viabilidade dos negócios e dos empreendimentos.

A escassez de infraestrutura e a falta de serviços públicos eficientes de apoio

à atividade agrícola contribuem para tornar ainda mais difícil a vida dos pequenos produtores nordestinos, fato que exige o reconhecimento urgente (por parte do

Governo Federal) da situação de vulnerabilidade desses agricultores e a consequente oferta de condições de flexibilidade para a quitação de suas obrigações junto às instituições financeiras federais.

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Como sabemos, os Estados nordestinos de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito

Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe sofrem historicamente com o problema da seca.

Neste ano de 2013, o fenômeno da estiagem se configura como um dos piores das últimas quatro décadas, fato que torna ainda mais urgente a necessidade de aprovação do Projeto de Lei nº 688, de 2011, que beneficia também alguns

Municípios dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que fazem parte da área de abrangência da SUDENE.

Muito obrigada.

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O SR. WALTER FELDMAN (PSDB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, estou orgulhoso dos brasileiros que estão nas ruas, demonstrando o esgotamento do poder público.

O início foi devido aos 20 centavos, mas as reivindicações foram inúmeras. E, segundo o IBOPE, a maioria está nas ruas para protestar contra a avalanche de corrupção que assola o País.

Em plena Copa das Confederações, aquele mesmo brasileiro apaixonado por futebol, exigiu que setores como educação e saúde tivessem o mesmo padrão de qualidade exigido pela FIFA para os estádios de futebol.

Com a falta de investimentos em infraestrutura, o Brasil demonstrou a sua deficiência ao receber os turistas e até os atletas. Pois os uruguaios não puderam chegar ao treino, devido ao fato de seu ônibus ter atolado na lama, enquanto os espanhóis reclamaram da infraestrutura hoteleira e acharam o Brasil muito pobre.

Ambos apoiaram as manifestações do nosso povo, pois só conseguirão mudanças se reivindicarem.

A realidade é que os milhões de brasileiros nas ruas estão saturados de tanta promessa e corrupção. Pois não adianta o Governo propagar que irá resolver o problema das estradas que atravessam de norte a sul do Brasil, suprir a necessidade de água nas residências — principalmente no Nordeste —, preparar um plano de mobilidade, investir em educação com o dinheiro do petróleo, sendo que a PETROBRAS está no vermelho. O povo quer resultados!

Não vivemos um período de campanha eleitoral. E tudo que foi apresentado em campanha deve ser cumprido: a transposição do Rio São Francisco, a Rodovia

Transamazônica, os PAC 1 e 2, a reforma dos aeroportos, a melhoria das estradas e

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portos, a qualidade na saúde, a melhoria nos transportes, na educação... Mas, infelizmente, o Governo é puro marketing . Anuncia que vai fazer, arrecada o triplo do recolhido e gasta ainda mais pela má gestão, ineficiência e corrupção

A bandeira que está nas ruas exige ética e transparência com resultados concretos. E isso falta à nossa Presidente, que é conivente com os corruptos que estão no Congresso para defender o Governo.

Apresentar a Proposta de Emenda a Constituição nº 37 é dizer aos brasileiros que o Governo continuará a saquear os cofres públicos e que pessoas não serão mais investigadas pelo Ministério Público. Esse é apenas um dos vários motivos por que a sociedade brasileira está nas ruas. Não pode haver impunidade!

Na área da saúde há uma deficiência de médicos. Os médicos é que não querem ir para as cidades com pouca infraestrutura, porque não há falta de profissionais no Brasil. O que há é falta de planejamento do Governo em custear o curso de Medicina com a condição de que os novos profissionais realizem a residência numa cidade carente de médicos em conformidade com um mapa de estudos a ser apresentado pelo Governo. E esses profissionais recém-formados teriam acompanhamento de profissionais experientes.

Esse é o objetivo de um projeto que apresentamos nesta Casa. Não há necessidade de contratação de médicos do exterior; temos que valorizar os médicos brasileiros. Afinal, o Brasil parece continuar a ser explorado; e, pior, é que agora com a cumplicidade do Governo Federal. O IBOPE revelou que 46% dos que estavam nas ruas nunca tinham ido a nenhuma manifestação. O gigante acordou, e o povo finalmente sabe que tem o poder! Muito obrigado.

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O SR. EDINHO ARAÚJO (PMDB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador .) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, registro aqui o meu voto contrário

à PEC 37, como já havia afirmado, reiteradas vezes, nos últimos meses. Entendo que quanto mais instâncias de investigação, melhor, para facilitar o combate à impunidade.

Esta Casa deu o tempo necessário para o amplo debate dessa matéria, mas, infelizmente, as tentativas de entendimento entre Ministério Público e Polícias não prosperaram.

Sendo assim, aplaudo a decisão do Presidente Henrique Eduardo Alves, ao dar desfecho ao debate que se arrasta, ouvindo e atendendo ao clamor de grande parte dos brasileiros.

Portanto, Sr. Presidente, meu voto é contrário à PEC 37.

Muito obrigado.

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O SR. JOVAIR ARANTES (PTB-GO. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, solicito a palavra, com muita satisfação, para referir-me à Buriti Alegre, no Estado de Goiás, minha cidade natal, que, no dia 24 de junho, completou 86 anos de fundação.

O Município de Buriti Alegre é conhecido como Terra de Nossa Senhora, em virtude do primeiro povoado ter surgido ao redor de uma capela construída para abrigar a imagem de Nossa Senhora D´Abadia. Por volta do ano de 1910, no terreno de Vicente Maneco, surgiu o Arraial de Abadia de Buriti Alegre. Neste local, anualmente eram promovidas festas em homenagem à Santa, fato que motivou a construção de inúmeras casas nas proximidades do pequeno templo de orações. O

Distrito de Buriti Alegre foi instalado em 1914 e, em 24 de junho de 1927, por lei estadual, foi elevado à condição de Município. A origem do nome do Município é devido ao grande número de palmeiras buritis existente na região, “tendo constantemente em suas folhas grande número de pássaros demonstrando enorme alegria”, por este motivo. o nome: Buriti Alegre, que expressa, de maneira exata, um pouco da beleza local.

Buriti Alegre e seus munícipes têm muito a comemorar. A cidade, gradativamente, conquista desenvolvimento econômico e social. Possui grande tradição na criação de bovino e também uma agricultura bastante diversificada, com o plantio de milho, arroz, soja e café.

O Município está localizado a 209 quilômetros da Capital do Estado e fica na mesorregião do sul goiano e microrregião do Meia Ponte, vertente goiana do

Paranaíba, às margens da Rodovia Estadual GO-210. Possui uma área de 945 quilômetros quadrados e abriga uma população de aproximadamente 9.054

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habitantes.

No cenário cultural e religioso, o Município se destaca pela realização da festa de São Sebastião e de Nossa Senhora D’Abadia.

Eleva-se também no setor turístico, com as belas paisagens naturais e por ser banhado por diversos rios, como o Paranaíba e seu afluente Corumbá, o Rio

Piracanjuba e pelas notáveis cachoeiras.

Como Deputado Federal, e com muito orgulho filho de Buriti Alegre, tenho me empenhado junto aos órgãos federais para melhorar as condições do Município.

Parabéns ao Município de Buriti Alegre pelo transcurso de seu 86º aniversário de emancipação!

Coloco-me, como sempre estive, à disposição de seus munícipes e seus administradores para ajudar tudo em que puder ser útil.

Congratulo-me com sua população e com todos aqueles que, como eu, participam ativamente da vida daquela cidade e nela creditam seus esforços.

Muito obrigado.

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O SR. DR. JORGE SILVA (PDT-ES. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero aproveitar esta oportunidade para registrar minha satisfação com a instalação, no Município capixaba de

Sooretama, de uma unidade de produção da fábrica de móveis Itatiaia.

O investimento trouxe para o Município uma empresa que é líder no ramo de cozinhas de aço e madeira no País e, sem dúvida nenhuma, constitui-se num marco para o desenvolvimento regional.

O investimento de R$70 milhões criou a primeira unidade produtiva da Itatiaia fora de sua sede em Minas Gerais e terá, como foco inicial, a produção de fogões, geladeiras e armários para banheiros, num movimento que se mantém coerente com a estratégia sempre inovadora da empresa.

A unidade de Sooretama começou a funcionar numa área de 35 mil metros quadrados, que deverá também ampliar em 30% a produção de armários de madeira e utilizará, em seus quadros, 800 funcionários.

A decisão de implantar a nova unidade do Espírito Santo foi tomada por fatores logísticos, uma vez que a BR-101 facilitará o escoamento da produção para o mercado interno e a proximidade do porto será importante para o aumento das exportações, que têm como alvo principal a América do Sul e os países africanos.

A presença da Itatiaia em Sooretama favorece o Município não apenas pelos benefícios econômicos que proporciona, mas também pelo exemplo que a empresa oferece em todas as suas atividades.

A solidez financeira da Itatiaia tem permitido que a empresa cresça com segurança e amplie sua participação no mercado, graças, sobretudo, à reconhecida qualidade de seus produtos.

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Além disso, a empresa é também nacionalmente elogiada pelos trabalhos que faz de qualificação profissional e melhorias no local de trabalho, consequência da prioridade que sempre tiveram os funcionários e suas famílias.

Além disso, a empresa faz uma série de investimentos sociais e ambientais, multiplicando os efeitos positivos de suas ações em todas as áreas sob sua influência.

Parabenizamos, portanto, a fábrica de móveis Itatiaia pelos investimentos que fez na unidade produtiva de Sooretama, com a certeza de que esse é o início de uma grande parceria que trará benefícios para a população capixaba e para a própria empresa.

Obrigado.

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O SR. ANTONIO BULHÕES (PRB-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, assistindo a toda a confusão causada nas principais avenidas de São Paulo por um aumento de R$ 0,20 nas tarifas do transporte público, pergunto-me se uma nova era de utopias estaria voltando.

As muitas significações de utopia vão de metas a um ideal imaginado.

Enquanto a compreensão fica na imagem ideal, o pensamento racional tempera a volúpia do sonho. Afinal, utopia significa o não lugar. Quando se transforma em meta, prestes a materializar-se, começo a temer pelos prejuízos causados à ordem e

à liberdade.

Como anteriormente já dissemos, a ordem precede a liberdade. Não pode haver liberdade se não existir ordem no espaço público. Vejam o bloqueio feito aos hospitais e ao comércio da Avenida Paulista. Naqueles dias, a população conservadora, que trabalha para progredir e paga os impostos que garantem universidade grátis para alguns do movimento, não teve a liberdade para chegar aos hospitais.

O movimento teria legitimidade se os líderes abrissem mão de levar a própria mãe ao hospital para não atrapalhar a manifestação. Eles fariam isso? Se fizessem, não teriam humanidade. Como não fariam, seriam o quê?

O problema de um mundo que só demanda direitos é que ele não considera as obrigações: a obrigação de prever que alguém pode precisar ir ao hospital; a obrigação de preservar a propriedade pública e privada. Será que os R$ 0,20 de aumento serão suficientes para também cobrir os prejuízos causados aos ônibus?

Essa conta não é feita, porque eles mesmos não costumam pegar ônibus.

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O que conta é fazer a utopia transformar-se em realidade. Os “tiozinhos” do movimento estudantil, que não precisam pagar as contas, porque ainda têm um

“paitrocínio”, exigem que o transporte público seja gratuito e de qualidade. Seria isso um caso de déficit de inteligência ou de cinismo? Como estão em universidades, será que ainda não aprenderam que não existe almoço grátis?

Surpreende mesmo é que alguns jornais repercutam essas exigências como se fossem direitos óbvios, fazendo os “tiozinhos” sentirem-se heróis de uma utopia possível. Não ponderam que o heroísmo romântico incensado pelos repórteres ajuda a reforçar uma situação de anomia — anomia que vem sendo regada há muito tempo, quando se diz que os agressores não são os culpados. Culpados são a sociedade e o Governo, que os levam a transgredir. Se eles acham justificativa para impedir os doentes de chegarem aos hospitais, então qualquer coisa é permitida.

A anomia é a ruptura da ordem institucional. É contrária ao comportamento

ético, que prevê uma harmonia entre os direitos. Os manifestantes podem até alegar que o trânsito ali já era muito ruim, mas eles não podem dizer que não pioram a situação. É a ética que diferencia o dolo da culpa.

Foi o comportamento ético do soldado da Polícia Militar Wanderlei Vignoli, que o fez exemplo de honradez para o Brasil. Após tentar prender o manifestante que danificava o prédio, começou a ser agredido pelos utópicos românticos. Com sangue escorrendo pela cabeça e a arma na mão, ouvia gritos de lincha. Não atirou.

Aquele soldado, diferentemente dos líderes da manifestação, deve usar o transporte público urbano para chegar até onde deve proteger. Mas aquele soldado usou a ética para elevar a sua honra.

São esses comportamentos que diferenciam os que amam a liberdade

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daqueles que querem destruí-la. Se a anomia dos manifestantes não reconhece a ordem como garantia da liberdade, a ética do soldado provou que ainda há esperança.

Muito obrigado.

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O SR. ROGÉRIO CARVALHO (PT-SE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna da Câmara dos

Deputados expressar meu completo repúdio ao chamado projeto “cura gay ”.

O meu partido, o Partido dos Trabalhadores, fechou questão no sentido de votar desfavoravelmente ao projeto e mandá-lo para o arquivo.

E digo, Sr. Presidente, que esse projeto da “cura gay ” é a ideia mais absurda já defendida no Congresso Nacional. Considero que sua eventual aprovação será um ato de violência e intolerância dos mais absurdos já discutidos no Congresso

Nacional.

A votação que aconteceu na semana passada na Comissão Permanente de

Direitos Humanos da Câmara, presidida pelo Deputado Marco Feliciano (PSC), foi equivocada, por ter sido, no mínimo, inoportuna.

O projeto está na Comissão de Seguridade Social e Família, da qual faço parte, e meu voto, como Parlamentar e cidadão, é contrário e pelo arquivamento, uma vez que ele representa uma afronta à integridade e à dignidade humana. E lembro aqui que a Organização Mundial da Saúde retirou a homossexualidade da lista de doenças.

O risco de uma eventual aprovação do projeto é possibilitar uma flagrante inconstitucionalidade, inclusive por pretender incidir sobre o exercício da Psicologia e da Psiquiatria, impondo a toda a sociedade normas legais baseadas em crença.

Era o que havia de importante a dizer.

Meu muito obrigado.

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O SR. MAURO BENEVIDES (PMDB-CE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as dificuldades conjunturais vivenciadas pelo Brasil apontam para o refazimento dos cálculos alusivos ao

Produto Interno Bruto, já agora situando-o para algo em torno de 2,3%, portanto, abaixo dos 3% considerados ajustáveis à nova realidade financeira vivenciada pelo

Brasil.

Mesmo Guido Mantega e Alexandre Tombini, mantendo-se tranquilos no que tange ao controle da inflação e outros aspectos correlatos, observadores qualificados dessa área nevrálgica, teimam em fixar prognósticos menos otimizantes, o que passou a exigir atenção desmesurada da Fazenda e do Ministério do Planejamento, pelas respectivas equipes, em sintonia com o Banco Central e sua competente equipe avaliadora de dados fundamentais para o cômputo de nossa expansão produtiva.

As inevitáveis elevações do dólar, preocupando os investidores, mesmo com seguidas intervenções do BACEN, passaram a ser alvo de enfrentamento diário, até ser alcançado o controle da normalidade, o que se espera para as próximas horas, graças aos esforços das aludidas autoridades monetárias.

A Presidente Dilma Rousseff, ultrapassando essa fase conturbada pela mobilização das ruas, voltará, certamente, a enfrentar tais problemas, como gestora consciente de que uma área tão complexa não pode deixar de permanecer sob seu controle direto, em razão das ressonâncias interna e externa que emergem dos números colhidos na passada semana.

O prestígio internacional de que desfrutamos junto a outras potências, notadamente as que integram, conosco, o chamado G-20, não pode ser alvo de

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interpretações ocasionais, superáveis com a adoção de diligências técnicas emergenciais, a exemplo das que vêm sendo buscadas pelos setores especializados da máquina pública.

Embora atentos às evoluções do mercado, os Congressistas, a exemplo de outros segmentos responsáveis, não podem deixar de vivenciar tais variações, convictos de que as mesmas revestem-se de caráter excepcional, podendo voltar à normalidade que tão ardentemente almejamos, para continuidade, de parte, de um governo a cuja execução emprestamos o apoio de nossa sustentabilidade política.

Era o que tinha a dizer.

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O SR. BIFFI (PT-MS. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nos últimos dias, através das redes sociais, recebi, de forma leviana, a acusação de ter votado a favor da Proposta de Emenda à

Constituição — PEC 37, o que é um enorme equívoco.

A lista divulgada com o meu nome é referente à votação do requerimento de inclusão em pauta, que teve apenas o efeito de permitir que a matéria fosse apresentada.

Informo ainda, Sr. Presidente, que, apesar de assegurar a tramitação da PEC

37, votei contra o caráter de urgência, o que permitiu que a proposta fosse analisada e discutida pela Comissão Especial que tratou do assunto. É importante lembrar que a PEC 37 aguarda agora a definição de uma data para ser votada pelo Plenário da

Câmara dos Deputados. Ou seja, a matéria ainda não foi votada!

Além disso, aproveito a oportunidade para lembrar que fui o único

Parlamentar de Mato Grosso do Sul a realizar um seminário com representantes das partes envolvidas sobre a PEC 37. O evento foi realizado em 10 de junho deste ano, na sede da FETEMS, discutiu Segurança Pública e a PEC 37 e contou com a presença do Presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Membros do

Ministério Público (ASMMP), Alexandre Magno Benites; do Delegado Titular da

Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (DEPAC), Fernando Lopes Nogueira; do Tenente-Coronel da PM/MS Ezequiel Martins; de representantes de movimentos sociais e sindicais; de assessores e outros.

Visando me aprofundar ainda mais no assunto, realizei, recentemente, em

Brasília, agenda com o Promotor de Justiça e Presidente da Associação Sul-Mato-

Grossense dos Membros do Ministério Público, Alexandre Magno Benites, e os

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Promotores Roberto Livianu (Movimento do MP Democrático), Marcelo Oliveira

(RO), e Plácido Barroso (CONAMP — Associação Nacional dos Membros do

Ministério Público).

Ou seja, pela minha trajetória de lutas por conquistas em prol da educação e de movimentos sociais e sindicais, defendo sempre o diálogo e o debate sobre todo e qualquer assunto.

Com a PEC 37 não seria diferente, pois quero contribuir com esse importante tema, com foco no fortalecimento tanto do Ministério Público quanto das esferas policiais, o que pode resultar, positivamente, na melhoria do sistema de investigação criminal em nosso País.

Para isso, aposto no entendimento entre as partes envolvidas, para que a votação resulte em um texto consensual e se reflita no progresso das instituições públicas e no fortalecimento da cidadania.

Era o que eu tinha a dizer.

Agradeço a atenção de todas e todos.

Obrigado, Sr. Presidente.

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O SR. JOSÉ CHAVES (PTB-PE. Pronunciamento encaminhado pelo orador.)

- Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em reunião com Governadores e Prefeitos de todas as capitais do País, a Presidenta Dilma Rousseff deu mostras de que dispõe de força suficiente para virar o placar do jogo, aparentemente perdido para a

Oposição.

No centro dessa disputa política estão as manifestações que mobilizaram o

País nos últimos 20 dias, e que ainda prosseguem, apresentando cenas de violência, como as ocorridas na noite dessa segunda-feira em Brasília e Porto

Alegre.

Com a popularidade em queda — como comprovaram levantamentos feitos pelos institutos DataFolha, Vox Populi e CNI/Ibope —, a Presidenta da República, com habilidade e surpreendente ousadia, anunciou a Governadores e Prefeitos, no

Palácio do Planalto, o que ela chamou de “propostas concretas” para a construção de cinco pactos em favor do Brasil. São eles:

1) Pacto pela Responsabilidade Fiscal, entre os Governos Federal, Estaduais e Municipais “para garantir a estabilidade da economia e o controle da inflação”;

2) Pacto pela Reforma Política, incluindo um plebiscito popular sobre o assunto e o enquadramento da corrupção como crime hediondo. A propósito do

Pacto pela Reforma Política, a Presidenta Dilma Rousseff afirmou que a iniciativa visa à “construção de uma ampla e profunda reforma política, acentuando o debate sobre a convocação de plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico”;

3) Pacto pela Saúde: quando não houver médicos brasileiros, será feita a

“importação” de médicos estrangeiros, para trabalharem nas áreas interioranas do

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País.

A Presidenta justificou essa proposta, dizendo que o Governo sempre oferecerá vagas a médicos brasileiros, mas que, se elas forem insuficientes, será feita a “importação”. Reiterou que “37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior” e que “esse percentual no Brasil é de 1,79%”. Ela asseverou que é preciso “acelerar os investimentos em hospitais, UPAs e unidades básicas de saúde, ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos que poderão trocar suas dívidas por mais atendimentos”. Segundo a Chefe do Poder Executivo, está em curso o maior programa da história, que aumenta quase 23 mil vagas de graduação em cursos de Medicina e residentes “até 2017”;

4) Pacto pelo Transporte Público. Neste caso, a Presidenta anunciou a aplicação de 50 bilhões de reais em novos investimentos de mobilidade urbana, considerando “um salto de qualidade no transporte público das grandes cidades, com mais metrôs, VLTs e corredores de ônibus”. Continuou, dizendo que “o Governo já desonerou impostos, o que permitiu a redução de 7,23% e 13,75 nas tarifas de metrôs e trens”. Além disso, acentuou, que “o Governo desonerou o IPI para a compra de ônibus”; e, nessa linha, igualmente retirará o PIS/COFINS de sobre a energia elétrica demandada por esses modais. Entre as medidas deste Pacto, destaca-se, ademais, a criação do Conselho Nacional de Transporte Público, com participação da sociedade civil e dos usuários.

5) Pacto pela Educação Pública. Para viabilizar a iniciativa, Dilma Rousseff salientou que é absolutamente imprescindível que o Congresso “aprove a destinação de 100% dos recursos dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação”.

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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vale frisar que as medidas tiveram o apoio unânime de Governadores e Prefeitos, mas que, porém, somente no médio prazo é que serão plenamente entendidas pelas “ruas”. Por via de consequência, deve-se aguardar que elas surtam os efeitos desejados. O problema é que as manifestações prosseguem perigosamente, dominadas por um vandalismo que parece não ter fim, a exemplo dos acontecimentos registrados, ontem à noite, em

Porto Alegre e Brasília.

Para terminar, deixo consignado o meu integral apoio à consecução das cinco iniciativas propostas pela Presidenta Dilma Rousseff, apelando para que os

Governadores e Prefeitos combatam com rapidez a marginalidade infiltrada nas manifestações. Nesse sentido, os três níveis de poder envolvidos (União, Estados e

Municípios) deveriam desencadear intenso e massivo programa de esclarecimentos

à população, utilizando para isso todo o aparelho midiático disponível, como TVs, rádios, jornais e as poderosas redes sociais, objetivando informar à população o que são efetivamente os Pactos propostos.

O Brasil não pode correr o risco de ver interrompida a ordem democrática que há 28 anos ele vem construindo com tanto esforço e competência. Para isso, é essencial um pouco de compreensão das lideranças oposicionistas nesta Casa, cabendo-lhe cumprir o papel que lhe é reservado no jogo democrático, porém contribuindo para acalmar o País.

As notícias dão conta de que o Ministro da Justiça procurou o maior líder da

Oposição, Fernando Henrique Cardoso, para discutir com ele as medidas contidas nos cinco pactos, e, pelo que se sabe, o ex-presidente reagiu bem a elas, somente fazendo restrições à questão do plebiscito popular. A ideia da Constituinte exclusiva

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ganhou oponentes e apoiadores — a luta política é assim mesmo —, mas não deve ser obstáculo a um entendimento que acalme as ruas e preserve a democracia que o povo brasileiro, com tantos sacrifícios, construiu em quase três décadas de lutas.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.

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O SR. CARLOS BRANDÃO (PSDB-MA. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de comentar a reunião que tive esse semana com a Ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para tratar da obra de pavimentação da BR-226, que foi inserida no pacote de prioridades do

Governo Federal. O anúncio aconteceu em audiência em que a Ministra confirmou que a pavimentação da BR-226 deverá ser a próxima obra rodoviária prevista para o

Maranhão através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A Ministra manifestou o parecer favorável à pavimentação de trecho de 100 quilômetros da BR-226 — que liga os Municípios de Timon e Presidente Dutra — pelo fato de a proposta ter projeto executivo e estudo ambiental já concluídos. Os documentos foram entregues por minha pessoa e considerados determinantes para a inclusão da obra na agenda de prioridades do Governo.

Acompanho essa proposta da pavimentação da BR-226 há 7 anos. No início não havia nada encaminhado, mas, felizmente, conseguimos avançar com muito trabalho e contamos agora com todas as condições para o início dessa obra. Além disso, coordenei no último mês uma visita técnica à rodovia com funcionários do

DNIT e do Ministério do Planejamento, para a elaboração de um relatório técnico. A visita da Comissão foi fundamental para sensibilizar os técnicos do Planejamento e do DNIT. Além de verificarem a viabilidade, eles tiveram a oportunidade de observar a importância da obra e o apelo popular nas audiências públicas realizadas nos

Municípios de Timon e Presidente Dutra.

A nossa luta já se arrasta há um tempo, mas pode ser considerada curta, se comparada ao tempo que esperam as pessoas que usam a rodovia. Essa obra é aguardada pelos Municípios há 30 anos. Portanto, será uma vitória de todos nós.

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Conforme os técnicos do Ministério do Planejamento, o Governo deverá lançar o processo licitatório já na segunda fase do PAC prevista para o Maranhão. A intenção é de que a obra de pavimentação do trecho de 100 quilômetros da BR-226, que já conta também com terraplanagem, seja entregue num período de aproximadamente 10 meses.

Era o que tinha dizer.

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O SR. HENRIQUE OLIVEIRA (Bloco/PR-AM. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho aqui manifestar minha preocupação com a promessa da Presidente Dilma Rousseff de trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS.

Ora, caros colegas e telespectadores, acho ótimo que se amplie o nosso

Sistema Único de Saúde, mas não a qualquer preço. Como contratar médicos sem que estes passem por uma rigorosa avaliação, a qual demonstre que estarão aptos a atender as demandas da população? Esses milhares de médicos serão muito bem-vindos se passarem pelo REVALIDA, que é o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior

Estrangeiras, para aqueles que estudaram Medicina em outro país e que pretendem clinicar aqui. O projeto foi desenvolvido a partir de uma parceria entre os Ministérios da Educação e da Saúde.

A primeira edição do projeto aconteceu em 2010. Por lei, médico formado em qualquer faculdade estrangeira deve revalidar seu diploma por uma instituição de ensino para poder atuar no Brasil. A regra existe como forma de assegurar que o candidato tenha cursado as disciplinas mínimas que o Estado brasileiro considera necessárias ao exercício da função. Outro ponto observado é se o curso teve carga horária compatível com a do Brasil. O REVALIDA exige dos candidatos a comprovação documental dos cursos realizados e resultados positivos em provas teóricas, práticas, cognitivas e deontológicas. Pessoas nascidas no exterior também devem comprovar proficiência no idioma português.

É uma irresponsabilidade trazê-los sem levar em consideração os critérios exigidos pelo REVALIDA. Só essa avaliação nos dará a segurança de que esses

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médicos estão preparados, aptos para atender os brasileiros. Até porque cada país tem suas particularidades. O que é epidemia aqui no Brasil pode não ser epidemia em outro país. O que é endêmico aqui pode não ser endêmico lá. Como poderão ser feitos os diagnósticos?

Não podemos ignorar que são altos os índices de reprovação nas provas para validação do diploma de médicos estrangeiros. Em 2012, o Exame Nacional de

Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior

Estrangeiras — REVALIDA, realizado por profissionais formados no exterior, reprovou, na primeira fase (teórica), 87,5% dos candidatos. Em 2010, ano inicial do sistema de avaliação, o percentual final de reprovação dos graduados em outros países foi de 99,6% e, em 2011, o índice de reprovação foi de 90,3%. Diante de dados como esses, fica evidente a falta de preparo desses profissionais oriundos de outros países. Como podemos confiar a vida dos cidadãos brasileiros a médicos que não passam nem na primeira fase do REVALIDA?

Por esses motivos, defendo a revalidação criteriosa, pois assim a sociedade estará protegida contra maus profissionais e também contra falsos médicos.

A falta de médicos no Brasil pode ser solucionada com investimento maciço em hospitais, postos de saúde e santas casas, principalmente, dos Municípios mais distantes das capitais, que são as que mais sofrem com a falta de infraestrutura e, consequentemente, de médicos. Na minha avaliação, esse quadro é puro reflexo das desigualdades sociais entre as regiões brasileiras. A maior parte dos formados em Medicina no Brasil não vão para o interior por causa da falta de infraestrutura da cidade para o atendimento a população, o que limita seu trabalho. Então, não é difícil concluir que, a partir do momento em que o profissional for valorizado com

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melhores salários e tiver condições de trabalho, não haverá motivos para se negar a atender nessas regiões.

Repito que não há falta de médicos no País. Há uma má distribuição, por causa da falta de infraestrutura, de concursos públicos e valorização do profissional.

Não adianta contratar mil, 2 mil, 10 mil médicos estrangeiros se não houver o mínimo de infraestrutura para que os atendimentos sejam realizados. É uma questão de lógica.

Todos sabem que a razão fundamental da falência do sistema é a ausência de uma infraestrutura digna e adequada ao trabalho profissional. As queixas na imprensa e nas redes sociais provam o fato, relatando a insuficiência de recursos, de leitos, de medicamentos, de material médico, etc. Sem contar que os concursos públicos são lançados com salários aviltantes. É cabal notar que qualquer categoria profissional se negaria ao trabalho em condições que afrontassem a sua dignidade e a de seus clientes.

Precisamos que seja criada urgentemente uma carreira de Estado para a categoria, além, obviamente, de uma solução sustentável para o financiamento da saúde pública no Brasil.

Por favor, Presidente Dilma, invista sem medo na infraestrutura dos nossos hospitais. Tenho certeza de que os resultados serão positivos, e a vida dos brasileiros não precisará ser entregue à própria sorte.

Deixo claro que serão muito bem-vindos todos os médicos estrangeiros que vierem atender no Brasil, mas após se submeterem ao REVALIDA. Sem este pré- requisito, os brasileiros serão prejudicados. Era o que eu tinha a dizer. Obrigado.

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O SR. ANDRÉ ZACHAROW (PMDB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, queremos registrar hoje os nossos votos de congratulações à Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba, que está completando seus 70 anos de fundação e de uma história de solidariedade e testemunho de como a fé em Deus e o amor ao próximo podem resultar em grandes obras.

Fundada em 25 de junho de 1943 por um grupo de pastores de diversas denominações cristãs, a SEB nasceu a partir da vontade da comunidade evangélica da Capital paranaense do pós-guerra de oferecer atendimento hospitalar qualificado e conforto a pacientes e suas famílias, que até então eram obrigadas muitas vezes a se deslocarem para outros centros urbanos para ter acesso a esse tipo de serviço.

Quatro anos depois, em 5 de setembro de 1959, foi lançada a pedra fundamental do que viria a ser o Hospital Evangélico de Curitiba, viabilizado graças

à mobilização voluntária da comunidade. Ao longo da sua história, o hospital ampliou o espaço físico, o número de leitos, a gama de serviços e de equipamentos e ajudou a formar centenas de profissionais em várias áreas. Hoje, é o maior hospital privado e de caráter filantrópico do Paraná e um dos mais importantes hospitais do Sul do

Brasil.

Atua em parceria com órgãos públicos por meio de convênios federais, estaduais e municipais, para atendimento à população do Paraná. Com uma área física de 45 mil metros quadrados, o complexo hospitalar oferece atendimento a mais de 1 milhão de pessoas por ano.

A SEB também é mantenedora do Centro de Educação Profissional

Evangélico e da Faculdade Evangélica do Paraná. Além de prestar assistência

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médico-hospitalar, promove ensino e pesquisa na área da saúde, por meio da faculdade e do centro de educação, contando com profissionais capacitados e tecnologia. Hoje, o hospital chega a atender até 700 pessoas por dia, sendo que metade das emergências de Curitiba é realizada no pronto-socorro do hospital, que conta com cerca de 800 médicos e 3,5 mil funcionários. Cerca de 85% dos atendimentos do hospital são realizados pelo SUS.

A Faculdade Evangélica, referência na formação de profissionais da saúde, oferece cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia,

Medicina Veterinária, Tecnologia em Questão Ambiental e Teologia. Tem cerca de

2,5 mil alunos matriculados em graduação, mestrado e doutorado, sendo que já formou mais de 3 mil médicos.

O Evangélico é ainda hospital universitário que serve de campo de estágio e residência médica para a formação de alunos das principais instituições de ensino brasileiras. A cada ano, mais de 600 alunos realizam estágio em suas dependências e cerca de 80 novos médicos lá iniciam sua residência.

Como uma decorrência natural no processo de formação acadêmica, a SEB mantém, desde 1995, o Instituto de Ensino e Pesquisas Médicas — IPEM, que já titulou mais de 114 mestres e doutores, muitos deles participantes do corpo clínico do Hospital Evangélico e do corpo docente da faculdade.

Para prestar auxílio aos pacientes carentes e captar doações junto à comunidade, o hospital criou, há mais de 20 anos, o Serviço de Voluntariado, que atua dentro do hospital, auxiliando pacientes, oferecendo carinho, atenção, celebrando datas festivas, entre outras atividades. Fora do hospital, 50 grupos produzem bandagens, confeccionam peças de artesanato para venda em eventos

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beneficentes e enxovais para bebês, que são doados às mães carentes da maternidade.

O Evangélico também é referência no tratamento de queimados, adultos e crianças, numa média de 20 mil atendimentos por ano, e também no atendimento à gestação de alto risco, na atenção à mulher vítima de violência, com um serviço especializado 24 horas, no atendimento às vítimas de abuso físico e negligência.

Tanto o Hospital Evangélico quanto a sua mantenedora, a Sociedade

Evangélica Beneficente de Curitiba são obras de fé, resultado da mobilização e do esforço da comunidade evangélica do Paraná.

Como alguém que teve a felicidade, a honra e a satisfação de acompanhar e participar pessoalmente de perto dessa história, tendo inclusive ocupado a presidência voluntária da SEB por mais de duas décadas, este Parlamentar não poderia, portanto, deixar de congratular todos os voluntários, funcionários, profissionais e parceiros da Sociedade Evangélica Beneficente de Curitiba, que transformaram esse incrível sonho de solidariedade humana em realidade, por esta data.

Que, nos próximos 70 anos, a Sociedade Evangélica de Curitiba possa continuar cumprindo sua inestimável missão de concretizar em obras os princípios cristãos de promoção do bem comum, do amor a Deus e da dedicação ao próximo, que nortearam as primeiras sete décadas de sua existência.

Sr. Presidente, peço a V.Exa. que autorize a divulgação do meu pronunciamento pelo Programa A Voz do Brasil .

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O SR. GEORGE HILTON (PRB-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, países que escolhem seus destinos pela política e implantam instrumentos e recursos para o planejamento, a gestão e o controle das ações delineadas, podem alcançar mais cedo e com menor dificuldade os caminhos do sucesso socioambiental e econômico.

No Brasil, desde os anos de 1960 o Estado tenta implementar um planejamento para sair, ou pelo menos tentar sair, da dependência da exportação de produtos relativos ao agronegócio.

Sobre as questões do planejamento no Brasil, tem-se que: a) o Ministro do

Planejamento surgiu no início dos anos de 1960; b) o Ministério do Planejamento somente iniciou seus serviços ao final desses anos; e c) o famoso Decreto-Lei 200, que se refere ao planejamento na estrutura do Estado e estabelece diretrizes para a

Reforma Administrativa, também é dessa época.

Durante a década de 1960 foi lançado o Programa de Ação Econômica do

Governo (PAEG), o qual visava a acelerar o ritmo do desenvolvimento econômico, conter progressivamente o processo inflacionário, atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais e assegurar oportunidades de emprego, além de corrigir a tendência a déficits descontrolados do balanço de pagamentos.

Como se pode observar, os velhos problemas são comparáveis aos atuais, com uma ressalva: o País já esteve melhor organizado e controlado em termos cambiais, fiscais e em relação tanto macro quanto à microeconomia. Os últimos três anos revelam uma situação preocupante no que tange ao parque industrial, à inflação, à formação de mão de obra, ao escoamento da produção e naquilo que toca as questões educacionais de forma generalizada.

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O último Relatório do Banco Central prevê expansão de 2,53% do PIB para

2013, e o IBGE, em maio, aponta uma inflação acumulada nos últimos 12 meses de

6,50%.

Parece que aos poucos o País vai perdendo a sua capacidade de gestão nos mais diversos segmentos nacionais.

Há rodovias de menos e engarrafamentos demais, assim como estradas intrafegáveis. Os aeroportos não suportam as demandas de carga e passageiros. As ferrovias foram destroçadas, e os modernos trens não conseguem ser implantados.

As hidrovias não deslancham.

Segundo a agência de classificação de risco Standard & Poor's , o lento crescimento do PIB e a política fiscal expansionista enfraquecem o perfil financeiro do País e podem incrementar o endividamento da União. Isso resultou em uma revisão negativa da nota de longo prazo atribuída ao Brasil. Resultado: aumentou o

Risco Brasil.

Onde estão e como estão as ações estruturantes do Estado brasileiro? Como fazer funcionar a economia nacional sem um planejamento em médio ou longo prazo?

Medidas paliativas constantes não colaboram para o futuro de uma nação. O processo decisório dos negócios do Estado deve concentrar-se em horizontes de 20 a 30 anos, pelo menos. Não dá para elaborar planejamento lúdico ou desconectado com a realidade socioeconômica de um povo que soma mais de 200 milhões de habitantes. País rico com economia à deriva perde sustentação e deixa de promover a sustentabilidade em seus projetos, atividades e metas.

Relativo à empregabilidade, item em que o Governo ainda se mantém estável,

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em abril de 2013 a taxa de desocupação foi estimada em torno de 5,8%. Nesse quesito, o País ainda vai bem.

É normal a preocupação que a mídia, os Parlamentares e os cidadãos sentem neste momento, pois dinheiro na mão é vendaval. “Mas é preciso viver, e viver não é brincadeira, não” — como dizia Paulinho da Viola.

Finalizando, as palavras aqui pronunciadas podem ser fortes, mas a esperança e a confiança em dias melhores é o desejado. Pode até parecer que o dito é desesperança. Mas não é. O que se quer é o trem nos trilhos; mas para isso tem que existir o trem e se instalarem os trilhos, para depois se colocar o trem nos trilhos.

Muito obrigado.

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O SR. ALEX CANZIANI (PTB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, realizamos mais um evento da nossa Frente Parlamentar da Educação na última semana, quando debatemos a educação básica.

O Secretário de Educação Básica do MEC, Romeu Caputo, destacou que

76% das crianças com até 3 anos de idade ainda estão fora da creche. No entanto, ele lembrou que a meta do Governo é a de construir 6 mil unidades até 2014. Na avaliação de Romeu Caputo, as taxas de atendimento por creche no País ainda são muito baixas. Uma novidade, segundo Caputo, são os pregões nacionais para ajudar os Prefeitos a construírem unidades de ensino infantil. O Secretário informou que, pela nova metodologia, as empresas contratadas devem entregar mil creches em até 7 meses. Os primeiros lotes para adesão e início das obras devem sair na próxima semana.

Romeu Caputo também falou sobre a valorização dos docentes, informando que mais de 350 mil professores alfabetizadores estão recebendo bolsa de R$

200,00 para capacitação. Além disso, quase 17 mil orientadores de estudo estão sendo formados em 38 universidades públicas, para atuar como capacitadores locais. Cada orientador recebe bolsa de R$ 765,00.

Outra medida para atender à meta, segundo Caputo, é a de ampliar a distribuição de livros para cada sala do ciclo de alfabetização. Sessenta milhões de livros didáticos, jogos pedagógicos e obras literárias foram distribuídos para os 1º, 2º e 3º anos do ensino fundamental.

Sr. Presidente, entendo que a construção de mais creches é primordial para avançarmos na melhoria do ensino médio. Temos também que colocar em prática

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programas do Governo Federal como o Alfabetização na Idade Certa, para que não tenhamos mais crianças que vão para o ensino fundamental sem saber ler e escrever.

E não podemos esquecer que o Congresso Nacional ainda precisa votar o

Plano Nacional de Educação 2011-2020, com as principais metas que devem ser aplicadas no ensino em 20 anos.

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O SR. FÁBIO FARIA (PSD-RN. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) -

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, não obstante a tragédia que vem sendo provocada pela seca no Semiárido nordestino, que vive a pior estiagem registrada nos últimos 40 anos, somos da opinião de que pouco ou nada se fez até agora para aliviar a dor por que passam mais de 114 mil pequenos produtores rurais, cujas dívidas têm sido inscritas na Dívida Ativa da União. Esses compromissos, segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Agricultura, ultrapassam 10 bilhões de reais, mas o pagamento correspondente não pode ser feito, por maior que seja a boa vontade dos produtores, por causa da mais absoluta falta de recursos.

Já tivemos a oportunidade de apresentar nesta Casa uma proposição destinada a discutir mecanismos adequados para minimizar as dificuldades enfrentadas pelos Municípios afetados por eventos climáticos extremos como a seca e as enchentes. Tal proposição, quando aprovada, certamente resolverá muitos dos conflitos vividos pelo povo do Semiárido nordestino. Infelizmente, porém, eles não podem esperar o longo tempo exigido para a tramitação de um projeto de lei ordinária no Congresso Nacional. São necessárias medidas urgentes e imediatas e, por isso, precisamos apelar ao Governo Federal, para que exerça seu papel como o ente federativo mais relevante, pelo menos do ponto de vista da partilha do bolo tributário.

Uma das propostas que acreditamos ser mais promissora consiste no perdão dos débitos para com a União ainda existentes nas Prefeituras de Municípios situados em áreas de calamidade pública. A maneira mais eficaz e mais rápida de promover tal perdão seria suspender os descontos feitos nas parcelas referentes ao

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Fundo de Participação dos Municípios. Como todo o País já está cansado de saber,

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, mais de 90% de todos os Municípios deste

País sobrevivem quase exclusivamente por causa do FPM. Infelizmente, o chamado pacto federativo nunca foi verdadeiramente um pacto, já que esse termo é utilizado para designar o acordo entre partes que se supõem iguais, mas os Municípios não tiveram voz na definição da partilha federativa. Por esse motivo, acabamos em uma quadro econômico em que um único ente domina todo o cenário, cabendo aos demais apenas o papel de ator coadjuvante, quando muito.

Em termos práticos, como dissemos, os Municípios, em sua quase totalidade, simplesmente não têm receita própria, já que os impostos que lhes foram atribuídos pela Constituição de 1988 não dispõem de capacidade arrecadatória, razão pela qual, temos de insistir mais uma vez, as Prefeituras ficam todas à mercê das transferências do Fundo de Participação. Esse não seria um problema tão grande, não fosse o fato de a própria Constituição autorizar a União a reter parte dos recursos que caberiam aos Municípios, sob o argumento de quitação de débitos pré- existentes. Nada temos contra isso, é bom salientar. Por princípio, acreditamos que as dívidas, quando feitas, devem ser pagas.

Mas realmente não é isso o que ocorre nos Municípios brasileiros. Neste caso, lidamos com uma verdadeira distorção institucional, em que os Municípios foram obrigados a assumir diversas tarefas que são responsabilidade constitucional de todos os entes da Federação. Apesar disso, os correspondentes recursos financeiros não foram repassados. Trata-se, portanto, não de uma dívida dos

Municípios para com a União, mas, ao contrário, de uma dívida grande e antiga da

União (e dos Estados-membros, diga-se de passagem) para com os Municípios.

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Assim sendo, quando diversas populações sofrem com os efeitos da seca, estamos diante do momento ideal para reconhecer que os débitos dos Municípios devem ser perdoados e as transferências restabelecidas como eram feitas anteriormente. Só assim faremos justiça a quem de direito.

Era o que tinha a dizer.

Obrigado.

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O SR. JEFFERSON CAMPOS (PSD-SP. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ultimamente temos visto ondas terríveis de violência pelo País, e, na hora da justificativa, os meliantes culpam a pobreza por suas atitudes sórdidas. Hoje, quero aproveitar o espaço para contar a história de uma mulher, que, a despeito de suas condições financeiras e de sua falta de estudos, acreditou em sua capacidade criativa e, mesmo trabalhando como doméstica, conseguiu formar uma empresa que gera emprego para mais de 1.700 pessoas, com francas possibilidades de crescimento.

Ela é de fato uma empreendedora, mas até outro dia nem sabia o significado da palavra. Heloísa Helena de Assis, mais conhecida como Zica de Assis, nasceu em uma família grande e humilde. Tinha 13 irmãos e precisou começar a trabalhar ainda criança, aos 9 anos de idade.

Seu primeiro emprego foi como babá; depois, foi faxineira e empregada doméstica. Dona de um cabelo realmente crespo, por diversas vezes foi acusada de desleixo por não conseguir domar as madeixas.

Ali estava a oportunidade! Ela precisava criar um produto que fosse realmente eficaz para cabelos tão problemáticos quanto os dela. Aos 21 anos, decidiu pesquisar o próprio cabelo para entender por que ele era tão volumoso. Foi fazer um curso de cabeleireira na comunidade do Catrambi, na zona norte do Rio de Janeiro.

No curso, sempre aparecia alguém para oferecer produtos para alisamento,

Zica conseguiu matérias-primas para desenvolver seu produto em casa, na bacia e com colher de pau. Foram muitos testes e muitos fios de cabelos perdidos até que conseguisse uma formulação que desse resultado. Até o irmão mais novo serviu de cobaia.

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Zica ainda trabalhava como doméstica, quando, finalmente, aos 33 anos, chegou ao resultado desejado. Seguindo o conselho de algumas patroas e do irmão, procurou um químico para registrar a fórmula. Porém, conseguir o dinheiro para abrir um salão de beleza ainda era um desafio.

Seu marido, Jair Conde, vendeu o Fusquinha da família e o irmão, Rogério

Assis, e a amiga, Leila Velez, investiram R$4,5 mil para a abertura do negócio. Com três meses de funcionamento, ela já não dava conta das clientes que se enfileiravam em sua porta desde as 5 horas da manhã, aguardando pela abertura do salão às 8 horas.

Atualmente ela tem uma rede de estética com salões no Rio de Janeiro,

Espírito Santo e Bahia, além de um centro de desenvolvimento técnico e uma fábrica com capacidade de produção de 300 toneladas por mês, que cresce 30% ao ano.

Sua empresa emprega mais de 1.700 pessoas e, além das 13 lojas que já possui, planeja abrir mais cinco, sendo três filiais em São Paulo, ainda 2013.

Exemplos como o dela são motivadores e inspiradores. Precisam ser divulgados para o maior número de pessoas. É possível fazer muito com pouco. Por isso aproveito o espaço para parabenizá-la e incentivar atitudes como a dela.

Solicito, Sr. Presidente, que meu pronunciamento seja divulgado nos meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil .

Muito obrigado.

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VII [CD293][CD294] - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar os trabalhos.

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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - COMPARECEM MAIS OS

SRS.:

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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:

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O SR. PRESIDENTE (Henrique Eduardo Alves) - Encerro a sessão, antes convocando Sessão Extraordinária Deliberativa para hoje, dia 25 de junho, às

20h02min, com a seguinte

ORDEM DO DIA

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(Encerra-se a sessão às 20 horas.)

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