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1 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP Helena Rojo Estêvão SONORIDADES TECNOLÓGICAS: A CULTURA DIGITAL E AS TRANSFORMAÇÕES ESTÉTICAS NA MÚSICA POPULAR Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de MESTRE em tecnologias da inteligência e design digital, sob a orientação do Prof. Dr. Sergio Roclaw Basbaum. São Paulo 2016 2 Banca Examinadora .................................................. .................................................. .................................................. 3 Aos meus pais, com amor. 4 AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu orientador, Prof. Dr. Sérgio Roclaw Basbaum, sem o qual este trabalho seria impossível. Agradeço também aos membros da banca de qualificação, Prof. Dr. Lucio José de Sá Leitão Agra e Profa. Dra. Heloísa de Araújo Duarte Valente, que contribuíram para um dos momentos mais ricos de nossa reflexão. Meu muito obrigada também a todos os colegas do curso de Tecnologias da Inteligência e Design Digital com os quais pude interagir. Agradeço à minha família pelo apoio durante toda a pesquisa, em especial, minha irmã, Júlia Ramos Estêvão, que mais de uma vez esteve ao meu lado quando precisei. Um agradecimento mais do que especial ao meu pai, José Carlos Estevão, e à minha mãe, Roxane Helena Rodrigues Rojo, por me apoiarem todos os dias e me ensinarem como ser melhor. Meu muito obrigada também à todos os amigos e pessoas próximas que de alguma forma contribuíram para a realização dessa pesquisa, em especial à Natália Aly Menezes (e família), por me indicar o programa do TIDD, por ter me apresentado a cena musical de Berlim e por estar sempre ao meu lado. Agradeço ao financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que possibilitou a realização da pesquisa. 5 RESUMO Nosso foco principal é a relação das performances musicais com a tecnologia. Pretende-se destacar aqui a importância do posicionamento estético do performer frente à mediação tecnológica para que se torne possível o surgimento de novas audibilidades, tendo em vista que a tecnologia influencia diretamente o fazer artístico. Isso tem permitido a criação de gêneros musicais, novos modos de produção musical e, em especial, de sonoridades diversas e expressões artísticas; além de possibilidades de difusão e acesso do público a partir de bases tecnológicas igualmente novas. Para tanto, percorremos exemplos que vão do analógico ao digital contrapondo propriedades determinantes da atuação e recepção musical analógica com os fazeres musicais atuais – digitais – que se encontram difundidos, basicamente, na internet. Não se trata mais de registrar e reproduzir o que é apresentado, mas da construção de obras já na forma de sua difusão. A performance é tanto cênica, tal como se coloca frente ao público, quanto musical, no que diz respeito aos instrumentos que são utilizados como extensões do performer, tendo em vista que a percepção deste se altera na medida em que outras tecnologias e, portanto, novas extensões são implantadas. O mesmo ocorre com o público. Este trabalho busca em autores tais como Marshall McLuhan, Raymond Murray Schafer, Paul Zumthor, que analisaram diferentes momentos e questões do fazer musical – com uma atenção especial para a MPB – desde a música realizada na era analógica até a música da era digital, levando em consideração as transformações na cultura, determinantes para o resultado da obra. Palavras-chave: Meio e mensagem, paisagem sonora, performance, música e tecnologia analógica, música e tecnologia digital. 6 ABSTRACT Our primary focus is the relationship among musical performances and technology. We try to highlight the importance of performer’s aesthetical position towards technologic mediation so it becomes possible to appear new audibilities, knowing that technology influences directly the artistic doing. It has allowed the creation of musical genres, new methods of musical production and, specially, of diverse sounds and artistic expressions; as well as possibilities of dissemination and public access from also new technological basis. To get there, we go through examples from analogic to digital contrasting determining proprieties of analogical musical action and reception with current musical doings – digitals – that are spread primarily on the internet. It is not about register and reproduce what is made anymore, but to construct the work in its form of dissemination. The performance is as scenic, as it is placed to the audience, as musical, regarding what concerns instruments used as performer extensions, given that the performer’s perception is altered according as other technologies and, therefore, new extensions are implanted. The same occurs to the public. This work will look at some authors such as Marshall McLuhan, Raymond Murray Schafer, Paul Zumthor, that had analyzed different moments and issues of musical doing – with special attention to MPB – since the music made in analogical times until the digital era music, leading into consideration changes in culture, determinant to the work outcome. Key-words: Mean and message, sound landscape, performance, music and analogical technology, music and digital technology. 7 SUMÁRIO Índice de figuras...........................................................................................................................08 Introdução…………....…………………….......…………………………………………….09 I. Música, cultura e mediação tecnológica................................................................14 1.1. O meio é a mensagem segundo Santaella, Iazzetta e Basbaum (et al.)………………………………….........…15 1.2. A tecnologia como extensão de nós mesmos no trabalho de Michael Jackson, Beatles e Jimi Hendrix……………………..............…29 1.3. O posicionamento do performer frente ao meio, à mensagem e suas extensões, segundo a dialética texto/imagem e percepção/razão…………………………………………….................…36 II. Sonoridade, performance e artes midiáticas........................................................43 2.1. O mundo das sonoridades…….......………………………………………..............…44 2.2. A vivência da performance…………………………………………………………..…52 2.3. As artes e as mídias…………………….………………………………………........…61 III. A institucionalização da MPB na era da tecnologia analógica….………………………………………………….........66 3.1. Construindo uma nova audibilidade: Bossa Nova, Festivais e Tropicália……………………………………………...............…67 3.2. A influência das tecnologias analógicas nas construções performáticas....................................................……………............…92 IV. A reestruturação musical na era da tecnologia digital……………………………………………………...........…109 4.1. “Tudo que é sólido se desmancha no ar”: As novas possibilidades da cibercultura......................................................................110 4.2. A hibridização dos meios digitais e o novo conceito de performance..............................................................................123 Considerações finais................................................................................................137 Referências bibliográficas........................................................................................140 Webgrafia...................................................................................................................143 8 ÍNDICE DE FIGURAS Quadro 1: Letra e imagens da gravação do momento da performance de Jair Rodrigues interpretando “Disparada” no II Festival da MPB da TV Record.............................................................................79 Figura 1: Taxonomia dos dispositivos..........................................................................28 Figura 2: Capa do LP “Gilberto Gil” (1971)...................................................................89 Figura 3: Nara Leão interpretando “A Estrada e o Violeiro”, no III Festival da MPB (TV Record)...............................................................................94 Figura 4: Capa do LP “Opinião de Nara” (1964)..........................................................96 Figura 5: Elis Regina interpretando “Aquarela do Brasil” no show Saudades do Brasil.........................................................................................98 Figura 6: Choro nº 10 “Rasga o Coração” de Heitor Villa-Lobos. Execução no concerto de ano novo em 2008 na sala São Paulo.................................99 Figura 7: Capa do LP “Os Mutantes” (1968)..............................................................103 Figura 8: Vídeo da apresentação de “2001” dOs Mutantes no Festival Internacional da Canção (FIC) de 1968....................................................104 Figura 9: Chistopher Bill performando a canção “Happy”........................................................................................................125 Figura 10: Kimbra Lee Johnson performando a canção “Settle Down”...............................................................................................127 Figura 11: Vídeo-clipe oficial da canção “Settle Down”, de Kimbra Lee Johnson (2010)...........................................................128 Figura 12: Vídeo-montagem de Renan Pitanga. Medley de Lulu Santos (2013).....................................................................................129 Figura 13: Vídeo-montagem de Lawrence Young. Medley de Michael Jackson (2015).............................................................................129 Figura 14: Vídeo-clipe da canção “Technologic”, de