Amapá, De Território À Autonomia Política (1943-1988)
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – PPGHIS “O TERRITÓRIO IMAGINADO”: Amapá, de Território à autonomia política (1943-1988) Maura Leal da Silva Matrícula: 120002795 BRASÍLIA 2017 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA – PPGHIS “O TERRITÓRIO IMAGINADO”: Amapá, de Território à autonomia política (1943-1988) Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade de Brasília, para a obtenção do título de Doutora em História. Aluna: Maura Leal da Silva Orientadora: Profª. Drª. Albene Miriam Menezes Klemi BRASÍLIA 2017 “O TERRITÓRIO IMAGINADO”: Amapá, de Território à autonomia política (1943-1988) Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade de Brasília, para a obtenção do título de Doutora em História. Aprovado por BANCA EXAMINADORA: ____________________________________________________ Profa. Dra. Albene Miriam Menezes Klemi (His-UnB) – Presidente. ____________________________________________________ Profa. Dra. Ana Catarina Zema de Resende (His-UnB) ____________________________________________________ Profa. Dra. Diva do Couto Gontijo Muniz (PPGDH-UnB) ____________________________________________________ Prof. Dr. Francisco Bento da Silva (His-UFAC) ____________________________________________________ Profa. Dra. Lucília de Almeida Neves Delgado (PPGDH-UnB) ____________________________________________________ Prof. Dr. Jacques de Novion (CEPAC-UnB) (Suplente) Ao amigo Elfredo Felix Távora Gonsalves (in memoriam), o mais combatente, combatido dos “amapaenses”. AGRADECIMENTOS Para alguns, o momento da escrita de uma tese deixa a sensação de que a vida ficou suspensa. Para mim, foi uma época em que ela pareceu estar em pleno vapor. Quando quis que tudo, realmente, parasse, Lenine não me deixou esquecer que “mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, até quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para não”1. Então, como não sentir o pulsar da vida nas linhas que seguem esse trabalho? É justamente nesse momento sublime da minha existência que tenho tanto a agradecer, pois não teria conseguido finalizar essa etapa da minha formação profissional sem a ajuda de muitas pessoas, que mesmo quando a solidão da escrita se fez imperativa, jamais deixaram de estar presentes, em cada oração, nos pensamentos de incentivo, nos olhares cheios de confiança, de pequenos gestos de carinho, nesse amor incondicional que sempre me acalentou, que jamais me faltou. Por isso e por muito mais, agradeço aos maiores parceiros dessa jornada: meu marido William Tavares da Silva e meu sobrinho Max Luan Figueiredo da Silva. E nunca é demais admitir que essas parcerias me deram muito mais do que esperei receber. O William tem sido o meu leitor mais assíduo, o meu ouvinte mais atento, meu admirador incondicional, meu maior incentivador, aquele que acreditou mais em mim do que eu mesma poderia. Obrigada, amor! Max foi meu apoio em casa quando o exercício da escrita me tirava todo o ânimo para cuidar dos afazeres domésticos, mas, antes de qualquer outra coisa, Max é o meu presente de Deus, aquele que veio para preencher minha vida de afeto com sua presença constante, necessária. Com ele, experimento todos os dias o que é viver um amor pleno. Obrigada, filhão! Foi através da história de vida simples e da origem interiorana dos meus pais, José Pereira da Silva e Josefa Leal da Silva, que descobri o desejo de pesquisar sobre a história do lugar em que nasci. Suas trajetórias de vida se cruzam com as diversas outras histórias de personagens contidos ao longo desse texto. Meu pai foi, como recordou o escritor e memorialista Amiraldo Bezerra (2008), um dos braços fortes e vigorosos que ergueram centenas de casas de madeira para os moradores 1LENINE e Dudu FALCÂO. Paciência. In: LENINE. Na Pressão. Brasil, Sony BMG, 1999. (CD). de Macapá. Minha mãe foi uma das muitas professoras que ajudou a minimizar o alto índice de analfabetismo das populações que viviam em terras amapaenses, em meados dos anos 1970. Porém, mais do que protagonistas da minha escrita, meus pais têm sido meus guardiões, a quem devo a existência feliz e a leveza que a vida tem me proporcionado. Através deles aproveito para agradecer aos demais interlocutores desse texto, homens e mulheres que ajudaram a construir o “Amapá” em que vivemos. Nessa coexistência familiar cercada de amor, agradeço também aos maiores amigos dessa jornada e de todas as outras: meus irmãos Patrícia, Marco, Luiz, José e Fernanda. Nessa parceria alegre e companheira, que se iniciou ainda na infância e que se manteve na maturidade, tive a certeza de que tenho amigos leais para toda a vida. Assim, os afins quando se uniram aos “Leals”, fortalecerem nossos laços. Grata, portanto, aos “sobreviventes”, os cunhados Alício, Nilda e Mylian e a pretendente Daiana. Que se mantenham firmes! Também sou muito agradecida aos demais sobrinhos Victor Luyan, Vinicius Ruan, José Mateus e minha sobrinha Maria Luíza, que chegou quando estava finalizando esse trabalho, renovando nossa existência e esperanças. Vocês são os meus acalantos da ausência da maternidade. Com vocês e por vocês fui/sou muito mais do que mãe! Finalmente, aproveito a oportunidade para agradecer à professora Albene Menezes por ter aceitado me orientar e por compartilhar sua rica experiência de pesquisadora. Suas orientações precisas foram a luz e a calma que precisava. Um agradecimento todo especial à professora Lucília Almeida Neves Delgado que, com sua presença amiga, tornou-se mais que uma referência profissional. E meus sinceros agradecimentos ao professor Francisco Bento da Silva, o acreano, que talvez sem saber, depois da qualificação, tornou-se meu maior interlocutor. Dessa relação, que vejo mais como unilateral, saí ganhando com toda a certeza. Grata também aos amigos de ofício e de vida, com quem compartilho a paixão pela história e grandes momentos de trocas e amizades: Eliane Leal Vasquez, Verônica Luna, Cecília Brito, Andrius Noronha, Adrianna Setemy, Dorival Santos, Lourdes Vulcão, Edgar Rodrigues, Júlia Monnerat e Adriana Meire. Essas duas últimas amizades cresceram juntas com a escrita desse texto e foram a leveza e a paz nesses tempos de dureza. Aos colegas de doutorado, que suavizaram a frieza que a cidade projetada para ser a capital do país transmite ao forasteiro (como assim me senti, muitas vezes, em Brasília). E por fim, à Letícia, a gaúcha que desbravou Brasília para mim e a tornou mais tangível e acolhedora. Muito obrigada, amiga! Também faço uma referência aos demais colegas, ainda não citados, da Comissão Estadual da Verdade do Amapá: Izabel, Leonil e Everton. Foi sem dúvida, a incansável busca pelo estabelecimento da memória, verdade e justiça das vítimas da Ditadura Militar brasileira, através da experiência amapaense, que me abriram os horizontes de pesquisa. Para finalizar, não poderia deixar de agradecer aos meus alunos e alunas, aqui representados em dois deles, Aline e Leonil, que tive o prazer de orientar durante o doutoramento e escreveram dois lindos textos sobre a historiografia local. Vocês são a certeza que os meus esforços de pesquisadora e de docência jamais serão em vão. Ao Guairacá Nunes, desejo todo o amor dessa vida. Obrigada, amigo! As donas “Dores”, que não cessaram, venci! Urge a história local, da periferia, das margens, das bordas, da invisibilidade! RESUMO Esse estudo analisa a história da formação e da multidimensionalidade do Território do Federal do Amapá, desde a sua criação em 1943 até a sua emancipação, quando foi instituído o Estado de mesmo nome, em 1988. Avaliadas são as motivações do governo federal e dos representantes do poder local na tomada de decisão para constituir o Território Federal e a sua trajetória até sua autonomia como ente federativo. O Amapá foi projetado, assim como os demais Territórios Federais, para fomentar o desenvolvimento econômico, combater focos de desnacionalização, e no seu caso específico, para garantir a proteção da fronteira norte, à época uma das regiões consideradas críticas para o país. A abordagem do tema foca na implantação e efetivação da administração territorial, formação do aparato institucional e de justiça, criação de municípios, nos elementos simbólicos e representativos da sociedade amapaense e na sua emancipação política. Considerados são, também, aspectos da recepção da política territorial pela sociedade local, particularmente por parte dos jovens, primeira geração de amapaenses, durante o período da ditadura civil-militar. A questão norteadora da linha de abordagem interpela como o Estado brasileiro administrou a permanência do Amapá Federal, ao longo desses diversos momentos em que a república brasileira passou por transformações significativas na sua condução política- administrativa. Aventou-se como hipótese investigativa, a compreensão de que o Amapá foi sendo administrado conforme as demandas vigentes, sem que houvesse, claramente, uma definição acerca do conteúdo jurídico e administrativo a ser implementado, para que se atingisse o desenvolvimento econômico que pudesse favorecer sua estadualização. Dão substrato à contextualização e à narrativa sobre o tema fontes de origem federal e local, tais como legislação, periódicos, livros, depoimentos orais, panfletos, letras de música e poesias. O escopo interpretativo transita entre as premissas da chamada história nacional e história regional/local. A tese conclui que ao longo da administração territorial, a dinâmica da sociedade local conseguiu fazer do Amapá das vésperas da emancipação