Pegou a Guitarra E Foi Ao Cinema: Rock E Juventude Na Filmografia De Lael Rodrigues Nos Anos 1980
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DIEGO DE MORAIS SALIM PEGOU A GUITARRA E FOI AO CINEMA: ROCK E JUVENTUDE NA FILMOGRAFIA DE LAEL RODRIGUES NOS ANOS 1980 Orientadora: Prof.ª Dr.ª Samantha Viz Quadrat NITERÓI 2013 2 DIEGO DE MORAIS SALIM PEGOU A GUITARRA E FOI AO CINEMA: ROCK E JUVENTUDE NA FILMOGRAFIA DE LAEL RODRIGUES NOS ANOS 1980 Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: História Social. Orientadora: Prof.ª Dr.ª SAMANTHA VIZ QUADRAT Niterói 2013 3 FOLHA DE APROVAÇÃO DIEGO DE MORAIS SALIM PEGOU A GUITARRA E FOI AO CINEMA: ROCK E JUVENTUDE NA FILMOGRAFIA DE LAEL RODRIGUES NOS ANOS 1980 Dissertação apresentada ao Programa de Pós- graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: História Social. Dissertação aprovada em ____/____/____ BANCA EXAMINADORA: _______________________________________ Orientadora Prof.ª Dr.ª Samantha Viz Quadrat (UFF) _________________________________________ Prof.ª Dr.ª Lucia Grinberg (UNIRIO) _________________________________________ Prof.ª Dr.ª Ana Maria Mauad de Sousa Andrade Essus (UFF) Suplentes: _________________________________________ Prof.ª Dr.ª Alessandra Carvalho (UFRJ) _________________________________________ Prof.ª Dr.ª Denise Rollemberg Cruz (UFF) Niterói 2013 4 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá S165 Salim, Diego de Morais. ―Pegou a guitarra e foi ao cinema: rock e juventude na filmografia de Lael Rodrigues nos anos 1980‖ / Diego de Morais Salim. – 2013. 329 f. ; il. Orientador: Samantha Viz Quadrat. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2013. Bibliografia: f. 284-301. 1. Rodrigues, Lael, 1951-1989. 2. Cultura. 3. Música. 4. Juventude. 5. Cinema brasileiro. 6. Rock. I. Quadrat, Samantha Viz. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 791.430981 5 AGRADECIMENTOS Preciso iniciar agradecendo à própria Universidade Federal Fluminense, que faz parte da minha vida há oito anos, onde tenho experimentado conquistas, temores, superações e laços afetivos que me tornam uma pessoa melhor, a cada uma dessas vivências. Agradecer em poucas linhas à Prof.ª Dr.ª Samantha Quadrat é muito pouco, acho que eu precisaria escrever outra dissertação do tamanho desta para expressar o que esses dois anos representaram, por intermédio de sua colaboração. Sua orientação foi, de fato, fundamental para que este trabalho fosse realizado. Obrigado por ter tido tanta paciência comigo, por ter me incentivado nos momentos de inseguranças, por ter me corrigido quando eu precisei, por conduzir esse processo de uma forma tão enriquecedora para minha formação acadêmica e para minha vida pessoal. Minha gratidão, respeito, carinho e admiração profunda! À Prof.ª Dr.ª Ana Mauad, a quem eu sempre reverencio (e sempre o farei), com quem já tive o privilégio de trabalhar na graduação, meus sinceros agradecimentos pelas contribuições na qualificação deste mestrado, pela disponibilidade em participar desta banca e por ser essa professora a quem cem em cada cem alunos da história ―da História‖ admiram! À Prof.ª Dr.ª Lucia Grinberg também agradeço imensamente pelas observações cuidadosas e pertinentes na qualificação, por ter me levado a novos olhares sobre minha pesquisa, que abriram clarões de entendimentos e perspectivas dentro da temática por mim estudada. Sinto- me honrado por ter meu trabalho avaliado por uma banca formada por professoras pelas quais tenho grande consideração. Não posso deixar de agradecer aos professores que ministraram cursos de importância central para elaboração desta dissertação. Prof.ª Dr.ª Laura Maciel, Prof.ª Dr.ª Alcilene Cavalcanti, Prof.ª Dr.ª Simone Pereira de Sá, Prof. Dr. Fernando Costa: obrigado por compartilharem seus conhecimentos e transformarem a jornada do meu primeiro ano de mestrado em uma etapa de novas descobertas. Meu respeito e carinho especial à memória da querida Prof.ª Dr.ª Santuza Naves Cambraia, com quem tive a honra de estudar por um semestre e com quem tanto aprendi. Sinto-me feliz por ter tido a oportunidade de dizer a ela, em uma de nossas últimas aulas, que eu voltava para Niterói com a minha mochila mais pesada, de tantas reflexões, conhecimentos e motivações que suas aulas me proporcionavam. Obrigado, professora! 6 Não poderia deixar de agradecer aos funcionários dos institutos de pesquisa nos quais eu estive, ao longo de semanas, debruçado sobre os levantamentos e estudos para este trabalho. Em especial, a Fabricio Felice, coordenador de pesquisa e documentação da cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, pela incrível disponibilidade, interesse e auxílio indispensáveis para que esta pesquisa se realizasse. Meus pais, Edilma e César, e meus familiares em geral, por terem sempre incentivado meus estudos, acreditando que esse seria um caminho profícuo e transformador na minha vida. Obrigado pelo apoio, por entenderem minhas ausências em tantas datas importantes, por não cobrarem de mim aquilo que eu não poderia oferecer, por me trazerem conforto, confiança e segurança. A todos os amigos e colegas de jornada que, ao longo desse tempo, dividiram comigo suas inquietações e me permitiram fazer o mesmo com eles. Obrigado pela companhia nesse percurso! Em especial, minha querida grande amiga Maria Clara Garcia, parceira desde os tempos de nossa entrada na faculdade de História, que tem me encorajado desde o momento da inscrição do projeto, até a fase final de redação da dissertação, ouvindo meus lamentos, minhas ideias, meus questionamentos. Meu interlocutor mais frequente, meu amigo Adauto Tavares, muito obrigado pela paciência em ouvir minhas extensas divagações sobre os temas, teses e propostas desta dissertação e, claro, minhas lamúrias! Meus amigos de fora da faculdade, mas que, de tão próximos a mim, ficaram mais inteirados sobre minha pesquisa do que, talvez, se fossem estudantes da área de História. Clarissa e Guilherme, Bruno e Verônica (e Inácio!): nossa amizade é coisa que eu não sei dizer... só sei sentir! Obrigado pelo carinho e preocupação! Meus mais do que colegas de trabalho, companheiros e amigos de lutas e sonhos, que me incentivaram a perseguir esse ideal, que contribuíram nesses últimos anos com o meu crescimento. Obrigado pela companhia agradável de todos vocês! A todos os meus alunos que me trouxeram o ânimo necessário para conciliar essas atividades e que me deixaram sonhar com eles os seus sonhos. Aos amigos da ECO, obrigado pelo entendimento das minhas faltas nesse tempo de dedicação ao mestrado. Àqueles que, de inúmeras maneiras, me destinaram palavras de apoio e incentivo para a concretização de mais uma etapa importante da minha vida. Obrigado! “Correrão... e não se cansarão...” 7 RESUMO A década de 1980 foi um período de transformações e reconfigurações da vida em sociedade, após um longo tempo de cerceamento das liberdades individuais. Os desafios impostos pela nova realidade questionavam os papéis sexuais, os valores morais, o comportamento, a participação política e traziam para o centro das questões do país, os grupos juvenis, ávidos por expressarem suas práticas culturais. Nesse cenário, o rock se manifestou em diversos pontos do Brasil, atingindo um grande sucesso comercial e aumentando o interesse da indústria fonográfica sobre essa produção. O cinema, apoiado pela emergência das culturas juvenis, encontrou no rock um elo fundamental para a expressão de uma nova safra de filmes, ancorados no gênero juvenil. Livros, revistas e publicações, em geral, confluíam em meio a essa efervescência juvenil em voga nos anos 1980. O cinema brasileiro desse período celebrou o encontro entre a juventude e o rock, seguindo uma tendência já tradicional no cinema internacional e experimentado em décadas anteriores pela produção nacional. Como síntese dessa experiência, a filmografia do diretor Lael Rodrigues é levantada como o eixo da incorporação de questões e problemáticas daquele tempo, através dos seus longas-metragens produzidos e lançados nos anos 1980: ―Bete Balanço‖ (1984), ―Rock Estrela‖ (1985) e ―Rádio Pirata‖ (1987). As trilhas sonoras, os videoclipes e os diferentes usos dos sons são marcas dessa produção que, apesar de pouco duradoura, escreveu suas linhas na história do cinema brasileiro. Palavras-chaves: Lael Rodrigues. Culturas juvenis. Cinema brasileiro. Anos 1980. Rock 8 ABSTRACT The 1980‘s decade was a period of transformation and reconfiguration of society, after a long time of curtailment of individual liberties. The challenges posed by the new reality questioned gender roles, moral values, behavior, political participation and brought the youth groups, eager to express their cultural practices, to the center of the matters of the country. In this scenario, rock manifestations appeared in various parts of Brazil, obtaining a huge commercial success and increasing the interest of the music industry on this type of production. The cinema, supported by the emergence of youth cultures, discovered in rock music a key link for the expression of a new crop of films, anchored in teenpictures. Books, magazines and general publications coalesced amongst this youthful effervescence in vogue in the 1980‘s. Brazilian cinema from that period celebrated the encounter