Agenda Cultural Lisboa Jun 2018
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AGENDA CULTURAL LISBOA JUN 2018 7 – 10 JUN ALKANTARA RETORNOS, FESTIVAL FESTIVAL EXÍLIOS E ALGUNS DE ALMADA ATÉ 2 JUN 7 – 8 JUL O QUE NÃO QUE FICARAM A REUNIFICAÇÃO CRIAÇÃO TEATRO DO VESTIDO ACONTECE M/12 DAS DUAS DE SOFIA DIAS & VÍTOR RORIZ COREIAS M/12 21 JUN – 1 JUL DE GAVELLA DRAMA THEATRE A CLASSIFICAR PELA CCE 1 – 2 JUN FILHOS IMITATION OF LIFE DO RETORNO 15 – 16 JUL DE KORNÉL MUNDRUCZÓ CRIAÇÃO TEATRO DO VESTIDO ACTRIZ E PROTON THEATRE M/14 M/12 DE PASCAL RAMBERT A CLASSIFICAR PELA CCE 6 – 7 JUN 29 JUN 11 – 15 JUL UN FAIBLE DEGRÉ O REI NO EXÍLIO — ESPETÁCULO D’ORIGINALITÉ REMAKE FINAL DA ESCOLA DE ANTOINE DEFOORT DE FRANCISCO CAMACHO/EIRA M/12 M/12 SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA 6 – 8 JUN ENCENAÇÃO RICARDO NEVES-NEVES FROM AFAR IT A CLASSIFICAR PELA CCE WAS AN ISLAND DE JOÃO FIADEIRO M/12 PARCEIROS TNDM II Informações e reservas 800 213 250 Bilheteira online www.tndm.pt MERCADOS 20 ANOS EM DA2 EXPO’98 MARCHA12 ENTRE VISTA DESTACÁVEL SUSANA 18MENEZES FESTAS DE ITINERÁRIOS DE LISBOA BAIRRO 80DA LAPA LISBOA’18 FESTIVAL53 ALKANTARA66 PATRIMÓNIOS MOLDES DE CALÇADA100 ARTES22 CIÊNCIAS34 CINEMA38 DANÇA44 LITERATURA48 AGENDA MÚSICA52 TEATRO70 VISITAS GUIADAS74 CRIANÇAS86 JORGE BUESCU UM TUÍTE PARA LISBOA 112 2 20 ANOS DA EXPO ’98 LIXO, FESTA E CIDADE A 22 de maio de 1998 abria com estrondo a Exposição Mundial de Lisboa - EXPO’98. É difícil explicar às novas gerações o impacto que a realização deste projeto teve na cidade, no país e nos portugueses. Para quem a viveu de perto ou lá trabalhou, é uma memória que perdura. Para o país, um momento que muitos classificam de charneira na nossa evolução. O local escolhido foi um espelho das preocupações ambientais que o tema dos oceanos preconizava, um terreno industrial esquecido e decadente com 50 hectares, na zona oriental da cidade, que foi sendo transformado ao longo de cinco anos de intervenção. Com recurso às imagens da EXPO’98, hoje no Arquivo Fotográfico Municipal, apresentamos uma memória da evolução das obras deste evento. Reportagem TOMÁS COLLARES PEREIRA Fotografias ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA 3 4 5 1993 INÍCIO DA INTERVENÇÃO O glamour dos anos 40 do século passado, quando a Doca dos Olivais recebia os luxuosos hidroaviões da Pan Am vindos dos EUA, já era uma memória longínqua. Com a decadência da indústria, a zona foi sendo ocupada por um pouco de tudo aquilo que se quer à margem da cidade. Solos poluídos e cheiros nauseabundos completavam um cenário infernal, onde sobressaía a nuvem branca feita de milhares de gaivotas que se banqueteavam na lixeira perto do Trancão. 6 7 1995 LIMPEZA E INFRAESTRUTURAS As primeiras demolições arrancaram em 1993. Em meados de 1995, a zona de intervenção era um mar de terra batida ou de lama, consoante o clima, onde se destacavam algumas árvores nobres e solitárias. Pareciam aguardar serenamente a construção que as envolveria e que se adivinhava nas fundações do Pavilhão da Utopia (hoje Altice Arena) e no Oceanário, as primeiras obras a emergir no terreno. 8 9 1998 QUASE PRONTO A 9 de maio, a EXPO’98 fez um ensaio geral com 40 mil convidados e jornalistas. Até perto dessa data, um inverno anormalmente chuvoso dificultou a fase final da obra sobretudo no acabamento dos pavimentos. Na véspera era difícil acreditar que estaria tudo pronto mas, à hora estipulada e com um dia de sol radioso, tudo estava a postos para o primeiro contacto com o público. 10 11 1998 O ADEUS Cerca de 11 milhões de pessoas passaram pela EXPO. A maior enchente registou- -se no dia de encerramento, 30 de setembro. A partir do final da tarde, todos os acessos estavam saturados e as portas foram abertas para lidar com o excesso de gente. Contabilizaram-se mais de 200 mil pessoas mas o número real terá sido bastante superior. Quem foi, pôde assistir ao maior espectáculo de fogo de artifício jamais feito em Portugal. 12 ERCADO M EM S MARCHA Luísa Carvalho, presidente da Associação dos Comerciantes dos Mercados de Lisboa, foi a nossa interlocutora para esta reportagem. Ela não aparece, mas todos os participantes foram sugestões suas. A principal razão de ser da Marcha dos Mercados é chamar a atenção para a existência destes espaços onde subsiste uma prática de comércio verdadeiramente tradicional. Os mercados dão alma à cidade de Lisboa e quem neles trabalha dá prova, quando marcha, do gosto que tem por aquilo que faz. Em 2005 a Marcha dos Mercados passou a integrar as Festas da Cidade. Veio para ficar e até há quem gostasse de a ver competir com as outras. Reportagem RICARDO GROSS Fotografia HUMBERTO MOUCO 13 RCADO ME S Beatriz é estreante na Marcha dos Mercados. BEATRIZ Vai marchar pela primeira vez com adultos, depois de acumular experiência junto das crianças do Alto Pini- LOPES nhas. O gosto foi-lhe passado pela mãe, que já não mar- cha mas ainda veste a camisola pelo Alto do Pina. A mãe Estudante de Beatriz entende a passagem da filha pela Marcha dos Mercado Mercados como um período de compromisso para que ela continue a pensar acima de tudo nos estudos. Mas Bairro irão apoiá-la e esperá-la no final da marcha para passa- de Santos rem o resto da noite de santos todos juntos. 14 Na casa de Fátima todos marcham. Ela, o marido FÁTIMA e os filhos. Num agregado de oito pessoas, levam este ano seis elementos para a Marcha dos NAZARÉ Mercados. Os ensaios decorrem no Mercado do Forno do Tijolo (Arroios). Fátima lembra-nos que as Engomadeira marchas na Altice Arena e na Avenida da Liberdade Mercado decorrem em datas diferentes. Acabam sendo na realidade duas marchas, com todo o trabalho de Encarnação guarda-roupa, adereços e maquilhagem que isso Norte acarreta. 15 Carla lembra-se de ter marchado pelos mercados nos CARLA anos 1980, integrada naquilo que foi conhecido pela Cor- rida dos Ofícios, no bairro de Alvalade. Na sua opinião, CARDOSO a Marcha dos Mercados até tem melhores condições de preparação que a de muitos bairros. Os ensaios decor- Vendedora rem aos sábados e intensificam-se a partir de maio, de fruta aos domingos também. Tem pena de não irem a votos. Queria competir com os outros. Nota uma renovação do Mercado elenco da sua marcha todos os anos. A responsabilidade Alfacinha e o nervosismo é que nunca se alteram. 16 Participa há dois anos na Marcha dos Mercados. CARLA Mas também já marchou pelo Alto do Pina, freguesia cujo território, com a reorganização SOUSA administrativa, passou a fazer parte do Areeiro e do Beato. Não encontra distinção entre marchar Esteticista por uma freguesia ou pelos mercados. O orgulho é Mercado igual. A Marcha dos Mercados é a segunda a passar mas tem sempre uma grande multidão a assistir. Alfacinha Hoje em dia, com um número cada vez maior de estrangeiros entre o público. 17 Sónia mora no Lumiar. Foi a filha que a levou para as SÓNIA marchas, há 14 anos, contava a jovem então também 14 primaveras. Explicou-nos que optou por marchar AMORIM pelos mercados devido à disponibilidade de horários. Os bairros ensaiam à noite e aos dias de semana, o que Peixeira é pouco compatível com a vida de quem se levanta Mercado muito cedo para ir trabalhar. Elogiou a ensaiadora Vera e ainda reforçou que o tema da Marcha dos Alvalade Mercados deste ano é Vasco Santana e o filme Norte A Canção de Lisboa. 18 ENTREVISTA SUSANA MENEZES Sejam bem-vindos ao Teatro Luís de Camões FREDERICO BERNARDINO É um desafio acrescido, mesmo para No Dia Mundial da Criança, a 1 de ju- alguém com a sua experiência, progra- nho, abre ao público, na Calçada da mar para este espaço? Ajuda, o primeiro teatro municipal com Desde 2001, quando me iniciei como programação inteiramente dedicada programadora no Teatro do Campo Ale- a crianças e jovens. Ao leme do Teatro gre, o caminho foi sempre de aprendiza- Luís de Camões – que conta ser também gem, de procura, de tentativa e de erro, reconhecido como LU.CA (Lugar para tendo a noção de que hoje falho menos. as Crianças para os Jovens e para as Ar- Isto sem ter deixado de arriscar. Aliás, tes) – vai estar Susana Menezes, a mu- creio que o risco deve sempre fazer par- lher que, ao longo dos últimos dez anos, te da natureza da programação artística. dirigiu com mérito indiscutível e suces- Portanto, ao fim destes anos e, sobretu- so junto do público de palmo e meio (e do, após esta longa experiência no Maria não só) a programação infantojuvenil Matos, sinto-me preparada para conti- do Teatro Maria Matos. nuar a crescer, a aprender e a fazer boas Um teatro municipal exclusivamente descobertas. E, claro, estou muito feliz dedicado aos mais jovens é algo inédito pelo reconhecimento e por acreditarem em Portugal… no meu trabalho. A abertura deste teatro resulta de um É muito importante falarmos, precisa- investimento da Câmara Municipal de mente, destes últimos dez anos, ainda Lisboa na formação de públicos para as mais porque o Teatro Luís de Camões é artes. Naturalmente, pelas relações com o próximo passo de crescimento de um a natureza do próprio edifício, vai ter projeto que nasce no Maria Matos… um foco central na programação per- Foram dez anos ao lado de uma equi- formativa, mas haverá um espaço alar- pa incrível, e que deu frutos. Muitas gado para o seu cruzamento com outras vezes parecemos estar pouco atentos à formas e expressões artísticas, como programação para os mais jovens – de as artes plásticas, a música, o design, facto, as crianças não votam e não têm a arquitetura, a ilustração, etc.