Tese Doutorado Pedro Plaza Pinto
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Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes PEDRO PLAZA PINTO Paulo Emilio e a emergência do Cinema Novo Débito, prudência e desajuste no diálogo com Glauber Rocha e David Neves São Paulo 2008 PEDRO PLAZA PINTO Paulo Emilio e a emergência do Cinema Novo Débito, prudência e desajuste no diálogo com Glauber Rocha e David Neves Tese apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo para obtenção do título de doutor em Ciências da Comunicação. Área de concentração: Estudos dos Meios e da Produção Midiática. Orientador: Prof. Dr. Ismail Xavier. São Paulo 2008 AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE. PINTO, Pedro Plaza Paulo Emilio e a emergência do Cinema Novo: débito, prudência e desajuste no diálogo com Glauber Rocha e David Neves / Pedro Plaza Pinto. – São Paulo : P. P. Pinto, 2008. 168 f. Tese (Doutorado) – Departamento de Cinema, Rádio e Televisão / Escola de Comunicações e Artes/USP, 2008. Orientador: Prof. Dr. Ismail Norberto Xavier 1.2. Bibliografia 1. Cinema brasileiro – crítica 2. Paulo Emilio Salles Gomes 3. Cinema Novo – Glauber Rocha – David Neves 4. Brasil – anos 1960 5. Crítica – Ideologia I. Xavier, Ismail Norberto II. Título. CDD 21.ed. – 791.43 . FOLHA DE APROVAÇÃO Pedro Plaza Pinto Paulo Emilio e a emergência do Cinema Novo Tese apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo para obtenção do título de doutor em Ciências da Comunicação. Área de concentração: Estudos dos Meios e da Produção Midiática. Aprovado em: Banca Examinadora Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________ Assinatura: _____________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________ Assinatura: _____________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________ Assinatura: _____________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________ Assinatura: _____________________ Prof. Dr. ____________________________________________________________________ Instituição: __________________________________ Assinatura: _____________________ Meus sinceros agradecimentos à equipe da Cinemateca Brasileira, em especial do Setor de Documentação, fundamental para a realização deste trabalho, na pessoa de Viviane Cortes; à equipe dos Arquivos Pessoais da Cinemateca Brasileira: Adilson Inácio, Fábio Uchoa, Fausto Douglas, Gabriela Queiroz, Olga Futemma, pela completa disponibilidade, simpatia e companheirismo; por tudo que eu pude aprender; ao grupo de estudos, sem repetir nomes já citados: Alex Andrade, Anna Paula Nunes, Carolina Amaral, Damyler Cunha, Gerson Neto, Marina Takami, Reinaldo Cardenuto, Rodrigo Archângelo e Verônica Veloso; a Carlos Augusto Calil, por enfatizar David Neves; aos professores Rubens Machado Jr., Eduardo Morettin e Mariarosaria Fabris; ao professor Ismail Xavier, exemplo de dedicação e postura; aos amigos e amigas Sonoe Juliana, Mariana Curado, Clairton Rosado, André Satoru e Cid Vasconcelos, Fabián Nuñez, Lucimeri Plaza, Dyneiar Plaza e Paulo Goulart; à Cia de Teatro Nu Escuro, de Goiânia, pela compreensão: Hélio Fróes, Izabela Nascente, Lázaro Tuim, Milena Jezenka e Rosângela Cerqueira; aos queridos e queridas Lia, Albi, Gil, Claudio, Irene, Joana e Miriam, pelo apoio constante. Este escrito, como não poderia deixar de ser, é dedicado a vocês; Este trabalho contou com auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), através de bolsa de doutorado. Sobre a traição Deve-se manter uma promessa? Deve-se fazer uma promessa? Quando algo tem que ser prometido, não existe ordem. Então deve-se produzir essa ordem. O homem não pode prometer nada. O que o braço promete à cabeça? Que continuará um braço e não se tornará um pé. Pois a cada sete anos ele é outro braço. Se um trai o outro, trai o mesmo ao qual prometeu? Na medida em que alguém a quem algo foi prometido se vê em circunstâncias sempre novas, e portanto muda conforme as circunstâncias e se torna outro, como deverá ser mantida ele a promessa feita a outro? Aquele que pensa trai. Aquele que pensa nada promete, exceto que continuará sendo um indivíduo que pensa. Bertold Brecht Histórias do Sr. Keuner A natureza da ação corresponde à natureza da compreensão. Paulo Freire Educação como prática de liberdade Não me leias se buscas flamante novidade ou sopro de Camões. Aquilo que revelo e o mais que segue oculto em vítreos alçapões são notícias humanas, simples estar-no-mundo, e brincos de palavra, um não-estar-estando, mas de tal jeito urdidos o jogo e a confissão que nem distingo eu mesmo o vivido e o inventado. Tudo vivido? Nada. Nada vivido? Tudo. Carlos Drummond de Andrade Poema-orelha RESUMO PINTO, Pedro Plaza. Paulo Emilio e a emergência do Cinema Novo : débito, prudência e desajuste no diálogo com Glauber Rocha e David Neves. 2008. 168 f. Tese (Doutorado) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. Os primeiros anos da década de 1960 representam um esforço da imaginação sobre a realidade e um impulso em “tomar partido” que foram mobilizados pelos críticos-cineastas do Cinema Novo. O já reconhecido crítico e conservador da Cinemateca Brasileira, Paulo Emilio Salles Gomes, foi convocado a chancelar o movimento de acordo com a herança de referências a idéias supostamente presentes em seus textos. No torvelinho dos debates que precederam o aparecimento de vários dos filmes cinemanovistas, dentro deste instante de afirmação e engajamento, ele dedicava-se ao trabalho pela instalação plena de uma cinemateca, combinado com a intervenção por um novo ambiente intelectual de sensibilidade moderna na crítica cinematográfica ( Suplemento Literário , 1956-1965) e na inteligência de esquerda engajada ( Brasil, Urgente , 1963). Mesmo quando provocado nas letras de Revisão crítica do cinema brasileiro , de Glauber Rocha, ou pelo pedido pessoal de leitura e comentário de Cinema Novo no Brasil , de David Neves, Paulo Emilio apenas pontuou o caráter ainda incipiente do movimento. A confrontação entre afirmação ideológica e a resultante fílmica é considerada o nó desta proposta de estudo. A análise se detém sobre textos de Paulo Emilio Salles Gomes, David Neves e Glauber Rocha, no momento de emergência do Cinema Novo, quando são traçadas as primeiras linhas do projeto juvenil, antes do Golpe Militar de 1964. Procuramos enfatizar o descompasso entre afirmação ideológica e análise estética, recusando a suposta posição paterna ou de omissão de Paulo Emilio, em razão de demonstrar o mesmo ponto fraco: refletem uma meditação que pede aos seus textos algo que não se encontrava no horizonte dos seus objetivos. Os jovens exigiram uma ordem de problemas forçada, dentro de esquemas que não se encontravam de acordo com o modo do crítico lidar com os objetos. Buscamos, nas análises dos textos e na contextualização dos trechos de vida do crítico, uma compreensão para a sua recusa da posição de ideólogo neste momento distintivo de afirmação de cinema moderno. Palavras-chave: Cinema brasileiro. Crítica. ABSTRACT PINTO, Pedro Plaza. Paulo Emilio and the emergence of Cinema Novo: debt, prudence and misalignment on the dialogue with Glauber Rocha e David Neves. 168 f. Thesis (Doctoral) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. The firthies years of 1960’s represents an imagination effort about the reality and an impulse to take party that were promoted by the Cinema Novo’s critics-filmmakers. The already recognized critic and conservator of the Cinemateca Brasileira, Paulo Emilio Salles Gomes, was convoked to endorse the movement according to the inheritance of some ideas that supposedly would be in his texts. In the whirlwind of the debates that had preceded the appearance of several cinemanovistas’ films, at that moment of affirmation and engagement, he dedicated his work for the complete installation of a film archive, combined with the intervention for a new intellectual environment of modern sensitivity in the cinematographic critics ( Suplemento Literário , 1956-1965) and in the intelligence of engaged left (Brasil,Urgente 1963). Even when provoked by Glauber Rocha’s Revisão crítica do cinema brasileiro , or by the personal request for reading and commenting David Neves’ Cinema Novo no Brasil , Paulo Emilio just spotted the still incipient character of the movement. The center of this study proposal is the confrontation between ideological affirmation and the filming resultants. The analysis withholds on texts of Paulo Emilio Salles Gomes, David Neves and Glauber Rocha, at the moment that Cinema Novo emerges, when were draw the first lines of that youthful project, before the military coup d’état of 1964. We look for emphasizing the lag between ideological affirmation and aesthetic analysis, refusing Paulo Emilio’s supposed paternal position or attitude of omission, because it demonstrates the same weak point: it reflects ideas that look for something in the writings that were not in the horizon of its objectives. The young filmmakers demanded a forced order of problems, inside schemes that weren’t in accordance with the way the critic dealt with the objects. We search, in the analysis of the writings and