Menu: S. Martinho Pataniscas Fofas De Bacalhau
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Menu: S. Martinho Sopa de Castanha Creme suave com castanha e cebola entre outros legumes, e uma colherada de queijo fresco A palavra latina castanea (do grego kastanon) está na origem dos termos castanheiro e castanha. Presume-se que a castanha seja oriunda da Ásia Menor, Balcãs e Cáucaso. A castanha constituiu um importante contributo calórico na alimentação do homem pré-histórico que também a utilizou na alimentação dos animais. Os Gregos e os Romanos colocavam castanhas em ânforas cheias de mel silvestre. Este conservava o alimento e impregnava-o com o seu sabor. Os romanos incluíam a castanha nos seus banquetes. Durante a Idade Média, nos mosteiros e abadias, monges e freiras utilizavam frequentemente as castanhas nas suas receitas. Por esta altura, a castanha era moída, tendo-se tornado mesmo um dos principais farináceos da Europa. Choco Frito Choco bem temperado envolto em farinha e ovo No início da segunda metade do século XX os pescadores de Troino reuniam-se para acertarem as contas das suas pescarias, e conviviam jogando às cartas ou ao dominó, e bebendo vinho tinto. Manuel Coutinho em Troino e era um simples pescador que andava embarcado num dos vapores registado na capitania do Porto de Setúbal. Estando farto da dura vida do mar, decidiu mudar de rumo e optar pela vida de taberneiro. Conseguiu um espaço no Largo da Palmeira onde instalou a sua própria taberna e logo se destacou entre os seus colegas porquanto para melhor escoar o bom tinto das pipas vindas dos lados de Palmela resolveu servir também um petisco até então praticamente ignorado em Setúbal. Manuel Coutinho logo cedo, pela manhã, dirigia-se até à beira-rio e junto à estacada do carvão comprava aos pescadores dos botes chocos bem grandes e na taberna as tiras de choco eram lavadas com água doce, salpicadas com umas pitadas de sal e esfregadas com alho e malagueta seguindo depois para a frigideira onde eram bem fritas. O pitéu despertou de tal modo a atenção dos clientes que rapidamente a taberna do Manuel Coutinho ficaria famosa entre as gentes do mar graças àquele novo petisco com que os homens do mar acompanhavam o vinho. Com a fama veio a clientela e com ela o lucro devido à inovação introduzida por este antigo pescador dos Olhos d´Água, que quando faleceu deixou mais do que um considerável pecúlio, legando-nos sobretudo um manjar que se tornaria num emblemático prato da gastronomia tradicional, o choco frito à moda de Setúbal. Pataniscas Fofas de Bacalhau O bacalhau, o polme com farinha e a água da cozedura do dito cujo frito à colherada No Dicionário Houaiss podemos ler lasca de bacalhau, coberta com farinha de trigo e frita. Já o Dicionário de Língua Portuguesa Contemporânea vai mais longe e encontramos para patanisca o seguinte: pastel frito feito com um polme preparado geralmente com ovos, farinha, cebola, salsa,… a que se junta bacalhau. Poderemos afirmar que as pataniscas são um petisco identificado com a região de Lisboa. Aliás José Quitério cita-as como pertencentes ao receituário lisboeta, no seu “Livro de Bem Comer”, 1987. As pataniscas são confeções práticas, mas nem sempre bem preparadas, que se assumem como um petisco mas também podem ser um prato principal habitualmente acompanhadas com arroz de tomate ou de feijão. Batata a Murro com Ervas e Alheira Uma batata com um cariz lutador e super saborosa em azeite e ervas para acamar a alheira A partir de 1496, os judeus portugueses foram forçados a converter-se ou, em alternativa, sair do país. Os judeus começaram a esconder-se e a formar comunidades em que se faziam passar por cristãos: escreviam em hebreu e fingiam rituais católicos para não levantar suspeitas. Mas em Trás-os-Montes, o disfarce foi mais original. Uma das principais maneiras que os membros da Inquisição tinham para descobrir os fugitivos era perceber se estes comiam carne de porco ou não – porque a religião judaica proíbe o seu consumo. Para enganar os investigadores, os habitantes de Mirandela criaram uma salsicha feita com pão e frango, que se assemelhava aos tradicionais chouriços e farinheiras com carne suína: a alheira. Nos dias de hoje, a alheira é um dos elementos típicos da cozinha portuguesa e já é feita com carne de porco, carne de caça ou pode até ser vegetariana. Depois de salvar milhares de judeus, saltou das montanhas de Trás-os-Montes para o resto do país. Em 1557, a batata entra no léxico português no tratado dos descobrimentos, por Augusto Gaivão, sabendo-se apenas que todas as variedades de batata escendem de uma única, originária do Perú. O seu nome, batata, segundo o dicionarista Honaiss deriva do falar dos nativos do Haiti, o Taino e advém do castelhano,«patata». A batata entrou na Europa em 1534 como planta ornamental e só a partir de 1570 se começou a ser uma planta alimentar. Porque era cultivada em hortas e pousios estava por isso isenta do imposto de dízimo e de outros direitos feudais, o que fez com que os camponeses a adoptassem rapidamente, tendo o seu cultivo em Portugal início em meados do século XVI. Só a partir do livro de Paulo Plantier - O Cozinheiro dos Cozinheiros, editado pela primeira vez em 1870, a batata entra nos tratados de culinária, sendo nesta obra apresentadas 18 maneiras de a cozinhar. À segunda edição desta obra, veio Ramalho Hortigão (1836-1915), com o prestígio da sua escrita, dar um grande impulso à credibilidade da batata ao adicionar à referida obra uma receita da sua autoria, onde ensina frigir as batatas em manteiga fresca vinda de Sintra, a constipa-las no parapeito de uma janela e a voltar a submete-las ao inferno da gordura fervente para que empolem e se transformem no pitéu do qual exalta a qualidade e o sabor. Seis anos mais tarde, João da Mata na sua obra «Arte de Cozinha», lançada em Lisboa em 1876, inclui as batatas nas mais variadas receitas, vindo a torna-las indispensáveis nas variedades de cozinhados em que actualmente se representam. Tripas à Moda do Porto Com a tripa de vitela (livros e favos, e não confundir com a dobrada), a orelha, o chouriço, o frango e o salpicão, a banha e o azeite mais o feijão e as especiarias A lenda mais antiga data do século XII e refere que o prato terá surgido quando o Bispo do Porto decidiu apoiar a frota das Cruzadas. Outra lenda diz que o Infante D. Henrique veio ao Porto, em 1415, controlar o andamento dos trabalhos no estaleiro. Consta que o Infante estava um pouco preocupado porque achava que os trabalhadores conseguiriam fazer mais. Confidenciou ao Mestre Vaz que as embarcações serviriam para a conquista de Ceuta e, por isso, era preciso fazer um grande esforço. Em resposta, o Mestre Vaz terá assegurado que os esforços seriam aumentados. Decidiu reunir os seus homens, e com os restantes habitantes da cidade, decidiram oferecer toda a carne da cidade aos marinheiros. Em terra, ficariam só com as sobras: as tripas. Entremeada de Coentrada A entremeada grelhada, o azeite, o alho e o coentro Lição número um sobre a comida na capital: os petiscos. Atenção que não é o mesmo que tapas - uma expressão espanhola, e não portuguesa. Os portugueses têm muito orgulho por possuir petiscos apetitosos, porque a comida é acerca das pessoas - o tipo de experiência que inclui lamber dedos, refrescar a alma com cerveja, provar vinhos e conviver até dizer chega. Para comer, basicamente é preciso as mãos, um garfo para as confecções com molho, e claro, o pão para transportar ingredientes, ou ensopar condimentos. O pão acompanha sempre tudo, é assim que os portugueses gostam! Cavacas com Ovos Moles Ovos, açucar, farinha e um gole bem puxado de aguardente A cavaca é um doce de origem portuguesa. Este doce nasceu nos velhos conventos de Portugal. e são uns doces facilmente integrados na doçaria popular ou regional, cujo consumo continua associado às grandes festas e romarias que animam este país, e muitas delas de origem religiosa mas cada vez com mais manifestações lúdico profanas. As regiões de maior número de diferentes cavacas parecem ser as beiras. Sobre a origem deste precioso doce não há registos, no entanto, existe uma lenda que defende o seguinte: na Idade Média, uma senhora que residia em Vinhós preparava a boda de casamento da sua filha e confeccionou o bolo de noiva, entretanto, o casamento teve de ser adiado devido a uma peste que estava a assolar o concelho e, dadas as parcas possibilidades económicas, a senhora viu-se obrigada a conservar o bolo até á data do casamento, pelo que retirou a parte de cima daquele e molhou a parte restante numa calda de açúcar que lhe restituiu a frescura e fez as delícias de todos os convidados." Bolinhos de Abóbora do Convento de Odivelas Ovos, abóbora, açucar, coco O Mosteiro de São Dinis de Odivelas, ou Mosteiro de Odivelas, classificado, desde 1910, como Monumento Nacional, pertencia à Ordem de Cister, foi fundado, em 1295, por D. Dinis, o Lavrador, ou Poeta, ou seja, pelo Rei de Portugal e do Algarve de 1279 até a sua morte. Reza a lenda que D. Dinis tomou esta iniciativa como forma de pagamento de uma promessa feita a São Luís, quando, numa caçada no Alentejo, foi surpreendido por um urso. Perante a aparição do santo, o rei recobrou forças e conseguiu neutralizar o enorme animal. A escolha do local para D. Dinis cumprir a sua promessa incidiu numa propriedade do Rei no termo de Lisboa, Odivelas, onde se situava a “Quinta das Flores”.