O Acontecimento Beijo Gay Na Telenovela Amor À Vida E a Constituição De Públicos
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Pâmela Guimarães da Silva NÃO FOI APENAS UM BEIJO: O acontecimento beijo gay na telenovela Amor à Vida e a constituição de públicos Belo Horizonte Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas UFMG Março de 2016 Pâmela Guimarães da Silva NÃO FOI APENAS UM BEIJO: O acontecimento beijo gay na telenovela Amor à Vida e a constituição de públicos Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Comunicação Social. Área de Concentração: Comunicação e Sociabilidade Contemporânea Linha de pesquisa: Processos Comunicativos e Práticas Sociais Orientadora: Profª. Drª. Paula Guimarães Simões Belo Horizonte Março de 2016 301.16 Silva, Pâmela Guimarães da S586n Não foi apenas um beijo [manuscrito] : o acontecimento 2016 beijo gay na telenovela Amor à vida e a constituição de públicos / Pâmela Guimarães da Silva. - 2016. 163 f. Orientador: Paula Guimarães Simões. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Inclui bibliografia 1.Comunicação - Teses. 2.Telenovelas – Teses 3. Homossexualidade - Teses.4. Amor à vida (Telenovela) I. Simões, Paula Guimarães. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. III.Título. A Deus, que é exemplo e fonte amor. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, expresso minha real e sincera gratidão a Deus. Agradeço à minha família, em especial, à minha mãe, Rosemary que sempre priorizou meus estudos (e os da minha irmã). Agradeço por entender minhas escolhas, respeitá-las e, ao seu modo, me incentivar. Agradeço à Gabi, por escolher ser família, com seu carinho e incentivo. Agradeço, também, à Márcia, Joice e Michele, por se tornarem irmãs. Agradeço à minha orientadora Paula, pela orientação atenta e cuidadosa. Por entender que, durante todo percurso, conciliei estudo e trabalho. Além disso, deixo registrada minha admiração por sua metodologia de ensino e trato com os colegas e alunos, os quais presenciei mais de perto durante o período de estágio docente e espero poder aplicar à minha futura vida docente. Sua dedicação despretensiosa é admirável. Agradeço aos meus queridos amigos, docentes e discentes da Faculdade Estácio Sá, que sempre me incentivaram: Idênio Rodrigues, Jéssica Rocha, Waldiane Fialho, Marina Sepulveda, Flávia Costa, Letícia Lins, Gabriela Duarte e, especialmente, ao Diego Quintão. Pelo incentivo e compreensão constantes, agradeço à Keyla Rosa, Antônio Cipriano, Flávia, Ludmylla, Ana Paula e Fernanda Zhouri. Agradeço aos colegas que ingressaram na turma de discentes, em 2014, e me acompanharam nessa jornada. Em especial, aos amigos que o mestrado me concedeu: Ana Cláudia, Vivian Campos, Samuel Andrade, Gabriella Hauber, Polyana, Ana Karina e Tamires. Levo vocês para a vida. Agradeço, ainda, ao Arthur Guedes e à Bárbara Caldeira por tornar essa caminhada mais fácil e repleta de afeto. Agradeço à Universidade Federal de Minas Gerais pela oportunidade de crescimento. Ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social pela qualidade do curso ofertado, pela busca constante de melhoramentos e por, assim, fazer desse curso destaque na área. Agradeço ao corpo docente que compõe esse Programa: Luciana, pela acolhida que me permitiu ingressar no PPGCOM e por suas contribuições valiosas para meu projeto de pesquisa. Vera e Simone, pela disponibilidade em participar da minha banca de qualificação. A esta última, por seus apontamentos e contribuições valiosas. À Ângela, por fazer do Programa um espaço mais humanizado, por enviar contribuições bibliográficas, pela primeira oportunidade de apresentação e publicação da minha pesquisa, por fim, por aceitar gentilmente integrar a banca de avaliação final da minha pesquisa. À Rousiley, pelo ensino cuidadoso. Laura, por trazer leveza ao processo de estruturação do projeto, bem como ao próprio curso. E, por fim, ao Márcio que, de forma carinhosa, atendeu prontamente ao convite para participar da avaliação final da minha pesquisa Agradeço aos demais integrantes do corpo docente, por tornarem o PPGCOM um programa qualificado e que proporciona uma caminhada enriquecedora: Bruno Leal, Carlos Magno, Elton Antunes, Joana Ziller e Carlos Alberto. Aos integrantes dos grupos de pesquisa, em especial, Gris e Grispop. Agradeço, ainda, o apoio das equipes que da Secretaria de Estado de Educação. Primeiro, sob a gestão da então secretária Ana Lúcia Gazzola, deixo meus sinceros agradecimentos ao chefe da Comunicação, Marcílio Lana. Também agradeço a chefe de gabinete Maria Cláudia e à secretária-adjunta Sueli Pires. Sob a atual gestão da secretária Macaé Evaristo agradeço, primeiramente, à própria secretária. Também agradeço ao chefe de gabinete, Hércules Macedo, por prontamente atender minha demanda, possibilitando, assim, minha continuidade no mestrado. Estendo minha gratidão à superintendente de Temáticas Especiais de Ensino Iara Viana e sua assessora Flávia Santos. Deixo registrada, ainda, minha gratidão à equipe da assessoria de comunicação, pessoas que fizeram e fazem meus dias mais alegres: Aline, Amanda, Bruno, Cíntia, Carla, Dani, Deise, Joelma, Elian, Guilherme, Hudson, Marta, Luiz, Suéllen, Rose(s) e Zizi. Em especial: Ana, Andréa, Mônica, Lígia e Geanine, pelo constante afeto, que excede o ambiente de trabalho. “Você deveria ligar a TV e ver a sua tribo. E sua tribo pode ser qualquer tipo de pessoa, qualquer um que você se identifique, qualquer um que se sente como você, que te faça sentir-se em casa, sentir-se verdadeiro. Você deveria ligar a TV e ver a sua tribo, ver a "sua turma", alguém lá fora que é como você, existindo. Para você saber no seu momento mais obscuro que quando você correr (metaforicamente ou fisicamente correr), existe um lugar, alguém, para correr em direção. Sua tribo está te esperando. Você não está sozinho. O objetivo é que todo mundo ligue a televisão veja alguém com quem se parece, que ame da mesma forma. Mas o mais importante, todo mundo deveria ligar a TV e ver alguém com quem não se parece ou que ame diferente. Porque assim, todo mundo aprenderia com essas pessoas. Talvez, então, eles não vão isolá-los. Marginalizá-los. Apagá-los. Talvez, eles até aprendam a se reconhecer neles. Talvez eles até aprendam a amá-los”. SHONDA RIMES Resumo A sociedade brasileira contemporânea vive um momento de discussão sobre a conquista e a manutenção de direitos da chamada comunidade LGBT. O espaço midiático reflete, em seus diversos formatos, este momento. Nesse diálogo entre e a mídia e a sociedade, nos chama atenção o papel da mídia na construção das representações sociais em torno dessa temática. E, a partir desse interesse, construímos essa pesquisa que tem por objetivo geral analisar um espaço específico onde ocorreu essa experiência de interação: o acontecimento beijo gay na telenovela Amor à Vida. A partir da categorização da cena como um acontecimento, foi possível entender que a relevância desse fenômeno não estava apenas na sua emergência, mas no fato de acontecer a alguém. E, ainda, que os sujeitos agenciados por esse acontecimento se colocaram em um espaço comum, porém heterogêneo, de discussão sobre a temática. De forma específica, procuramos apreender e compreender os públicos constituídos por este acontecimento e as diferentes formas de afetação deles. De forma complementar, discutiremos, ainda, o poder hermenêutico desse acontecimento, evidenciando o que ele nos diz não apenas da telenovela, mas da própria sociedade brasileira contemporânea. Para tanto, nossa metodologia de análise é embasada em teorias que enfocam o processo interpretativo, de individuação e significação de fenômenos de natureza acontecimental. Sendo composta por dois eixos centrais, que se dividem em duas categorias de análise cada: no primeiro eixo, procuramos apreender a constituição dos públicos, bem como do universo simbólico que atravessa e convoca os sujeitos, a partir da emergência do acontecimento. Para tanto, contamos com duas categorias de análise: a) Descrição do acontecimento: que implica a verificação de como esse acontecimento foi nomeado e identificado pelos veículos de comunicação (nas matérias) e pelos sujeitos; b) Descrição dos públicos: que consiste na identificação, por meio da autonomeação ou de indícios deixados nos textos, do papel social (ativista, eleitor, político, religioso, espectador, outros) que o sujeito está desempenhando ao comentar a cena do beijo gay. O segundo eixo consiste na apreensão do poder hermenêutico desse acontecimento, no qual, atentamos para duas dimensões: a)Pública: que implica a verificação dos campos problemáticos em que os sujeitos inscrevem o acontecimento. b) Privada: que implica a identificação de como sujeito aciona o acontecimento para tematizar a própria vida. Nossa empreitada, então, foi de aproximação dos discursos desses sujeitos que se apresentaram nas arenas de debate sobre o tema. De forma pragmática, nos detivemos aos fragmentos discursivos presentes no campo destinado aos comentários nos maiores portais do Brasil. Identificamos que, por se tratar de um fenômeno inscrito em um campo problemático público, os sujeitos ressignificavam o acontecimento de forma constante, tematizando a própria vida, a vida de sujeitos envolvidos indiretamente e por fim, a própria sociedade. Foi possível identificar, também, de forma clara, que os sujeitos se polarizavam a partir de um repertório simbólico subsidiado pela tríade: instituições, práticas e valores. E que essa tríade sustenta o repertório simbólico da