Volta Mundo De Magalhães De Magalhães Mundo Oceano Oceano 277 Pacífico
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Organização PAULO ROBERTO PEREIRA 5o CENTENÁRIO DA PRIMEIRA Volta AOMundo A Estadia da Frota no Rio de Janeiro Seminário Internacional em comemoração aos 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães/ Juan Sebastián Elcano Rio de Janeiro, 12 e 13 de dezembro de 2019 5o CENTENÁRIO DA PRIMEIRA VOLTA AO MUNDO: A ESTADIA DA FROTA NO RIO DE JANEIRO Organização PAULO ROBERTO PEREIRA 5o CENTENÁRIO DA PRIMEIRA Volta AOMundo A Estadia da Frota no Rio de Janeiro Seminário Internacional em comemoração aos 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães e Juan Sebastián Elcano Rio de Janeiro, 12 e 13 de dezembro de 2019 Serviço de Documentação da Marinha Rio de Janeiro 2021 Copyright © Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, 2021. Direitos reservados pela Lei 9.610 de 19.02.1998. É proibida a reprodução total ou parcial deste livro sem autorização por escrito da editora ou do autor. Imagem da capa baseada na litografia “Lado oeste da entrada da Baía do Rio de Janeiro, em 5 de setembro de 1842”, de W. Loeillot, incluída no livro Esboços para o Diário de Adalberto, Príncipe da Prússia. 1842-1843. Fizemos todos os esforços ao nosso alcance para localizar os detentores dos direitos autorais relativos às imagens publicadas e dar os devidos créditos às mesmas. A quem detiver informações complementares ou correções, pede-se encarecidamente que entre em contato para corrigirmos os itens em questão na próxima edição. S471 Seminário Internacional em comemoração aos 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães e Juan Sebastián de Elcano (1. : 2019 : Rio de Janeiro, RJ) Anais do Seminário Internacional em comemoração ao 5º centená- rio da primeira volta ao mundo: a estadia da frota no Rio de Janeiro: 12 e 13 de dezembro de 2019 / organização de Paulo Roberto Pe- reira. -- Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha, 2021. 520 p.: il. Inclui referências bibliográficas. 978-65-5669-008-7 1. Anais 2. Viagens ao redor do mundo 3. Navegação – História 4. Viagens Marítimas I. Título CDD - 910.92 Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha Rua D. Manuel, 15, Praça XV de Novembro - Centro - Rio de Janeiro www.marinha.mil.br/dphdm Impresso no Brasil PRESIDENTE DA REPÚBLICA Jair Messias Bolsonaro MINISTRO DO TURISMO Gilson Machado Neto SECRETÁRIO ESPECIAL DE CULTURA Mário Frias PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS Pedro Machado Mastrobuono DIRETORA DO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL Vania Bonelli ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO Maria Linhares Pinto VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO Rosane Maria Abreu de Carvalho DIRETORA EXECUTIVA Heleny Pires de Castro DIRETORA ADJUNTA Solange de Sampaio Godoy MARINHA DO BRASIL COMANDANTE DA MARINHA Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA Almirante de Esquadra Marcos Silva Rodrigues SECRETÁRIO-GERAL DA MARINHA Almirante de Esquadra Marcelo Francisco Campos DIRETOR DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E DOCUMENTAÇÃO DA MARINHA Vice-Almirante (RM1) José Carlos Mathias COMISSÃO ORGANIZADORA DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL “5º CENTENÁRIO DA PRIMEIRA VOLTA AO MUNDO: A ESTADIA DA FROTA NO RIO DE JANEIRO” Vice-Almirante (RM1) José Carlos Mathias - Presidente Paulo Roberto Pereira - Diretor Científico Paulo Knauss - Diretor do Museu Histórico Nacional (2015-2020) Capitão de Fragata (T) Carlos André Lopes da Silva - Secretário-Geral DESIGN E PRODUÇÃO EDITORIAL Coordenação Capitão de Fragata (T) Ericson Castro de Santana Projeto gráfico, capa e ilustrações Primeiro-Tenente (RM2-T) Carine Ocko Pieroni Diagramação Primeiro-Tenente (RM2-T) Carine Ocko Pieroni João Gabriel Benvindo REVISÃO Terceiro-Sargento Raquel dos Santos Ramos Denise Coutinho Koracakis Maria del Carmen Thomas Silvia Inés Cárcamo de Arcuri REVISÃO TÉCNICA Capitão de Fragata (T) Carlos André Lopes da Silva Biblioteca da Marinha IMPRESSÃO E ACABAMENTO [email protected] Tel.: +55 (21) 3022-6181 Diretores: Eliezer Geraldo/ Sidivan Mendes asta que llegamos a una tierra llamada la Tierra del HBrasil, a 23 grados de latitud sur, que se extiende desde el Cabo de San Agustín, el cual se encuentra situado a 8 grados de latitud sur. Allí tomamos provisiones de gallinas, batatas, piña muy dulce, que es en verdad una fruta deliciosa, carne de anta, que es como la de vaca, caña de azúcar e infinidad de cosas que no enumero por no ser prolijo. Por una caña de pescar o un cuchillo daban 5 ó 6 gallinas; por un peine, un par de gansos; por un espejo o unas tijeras, tanto pescado que habría bastado para saciar a 10 hombres; por un sonajero o una cuerda, un cesto de batatas, que saben como las castañas y cuya forma es alargada como la de los nabos; y por un rey de oros, que es una carta para jugar, me dieron 6 gallinas y aún creían que me habían engañado. Entramos en ese puerto el día de Santa Lucía y ese día el sol lució dando más calor que cuando estábamos bajo el ecuador. ” PIGAFETTA, Antonio. Noticia del primer viaje en torno al mundo. Edición italiana con estudio biográfico y literario, Mario Pozzi, 1994; traducción al castellano del manuscrito y el estudio, Ana García Herráez. Valencia: Grial, 1998, volume 2, p. 98 e 99. APRESENTAÇÃO 14 24 28 ABERTURAS 32 38 42 46 52 CONFERÊNCIAS 62 86 112 146 184 216 242 282 318 350 374 396 436 470 498 515 Os Anais do Seminário 5º Centenário da Primeira Volta ao Mundo: A Estadia da Frota no Rio de Janeiro* Actas del Seminario 5º Centenario de la Primera Vuelta al Mundo: la estancia de la flota en Río de Janeiro Annals of the Seminar 5th Centenary of the First Voyage Around the World: the fleet’s stay in Rio de Janeiro Professor Doutor Paulo Roberto Pereira (Brasil) Diretor Científico do Seminário e dos Anais do 5º Centenário da Primeira Volta ao Mundo /Universidade Federal Fluminense (UFF) *À memória da minha mulher Cilene, presente em todos os momentos. ORGANIZAÇÃO DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DO 5º CENTENÁRIO da Primeira Volta ao Mundo: A Estadia da Frota no Rio de Janeiro com palestras e debates, realizadas nos dias 12 e 13 Ade dezembro de 2019, no auditório do Museu Histórico Nacional, na cidade do Rio de Janeiro, inclui-se nas comemorações dos 500 anos da passagem da expedição magalhânica pela Baía de Guanabara. Sua realização se deve à união de esforços de diferentes instituições e personalidades de vários países. O objetivo, em prol da História e da Cultura, era a preservação da memória dos 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães/ Juan Sebastián Elcano, data representativa na História das Grandes Navegações e da Expansão Europeia, em que a ocupação de áreas costeiras do Atlântico Sul e da costa sul-americana do Pacífico contribuíram de modo decisivo para a mudança de concepção planetária da Terra que se herdou de Aristóteles e Ptolomeu. Assim, reunir instituições e personalidades de Brasil, Espanha, Portugal, Argentina, Chile, Peru e Uruguai, com o apoio dos Institutos Camões e Cervantes e dos Consulados des- ses países no Rio de Janeiro, confirmou o objetivo de se analisar o 15 Os Anais do Seminário 5º Centenário da Primeira Volta ao Mundo: A Estadia da Frota no Rio de Janeiro impacto econômico, político e cultural da Expansão Europeia nos trinta anos que vão de 1492, com o Descobrimento da América por Cristóvão Colombo; a 1522, com o retorno da nau Victoria a Sevilha. A organização do Seminário do Rio de Janeiro levou em conta que a mais arrojada viagem marítima já realizada encontrara numa ilha da Baía de Guanabara seu primeiro porto de fraternidade que serviria de laboratório para o início da colonização da Terra do Brasil, com a criação da primeira feitoria na América portuguesa. A ilha paradisíaca do Rio de Janeiro, descrita por Américo Vespúcio, estimulou Thomas More a escrever a Utopia, publicada em 1516, em que na utópica ilha americana construíra-se uma sociedade ideal, sonho do ambiente fervilhante da Renascença com revoluções marítimas, filosóficas, as- tronômicas em que o Elogio da loucura, de Erasmo de Roterdã, é um dos seus principais paradigmas. Desse modo, torna-se atual a discussão sobre a primeira circunavegação da Terra, a partir da estadia da frota de Magalhães na Baía de Guanabara, primeira parada para o início do extraordinário percurso de se chegar ao Oriente pela via do Ocidente. Como os romanos no controle do Mar Mediterrâneo, os portu- gueses consideravam, a partir do século XV, o Oceano Atlântico como um Mare Nostrum, assim como “el océano Pacífico fue el mar español del siglo XVI” (PRIETO, 1984, p. 135), após a primeira viagem de circum-navegação do globo terrestre. As cidades de Lisboa e Sevilha tornaram-se as Wall Street do século XVI pelo intenso comércio de produtos exóticos que iam das especiarias ao pau-brasil e mais tarde de metais, além de polos financeiros em que mercadores cosmopolitas, como o burgalês Cristóvão de Haro, mantinham estreitas relações com banqueiros das famílias Fugger e Welser que financiavam o lucrativo negócio das viagens de descobrimento e variado comércio, em que as distâncias se tornavam menores em um mundo que se globalizava rapidamente. Entre a segunda metade do século XV e a primeira do século XVI, Portugal e Espanha redesenharam o conhecimento geográfico da Terra com viagens marítimas para o Oriente e o Ocidente, numa troca incomensurável de saberes, sabores e odores vindos das cidades costeiras do Oceano Índico, atravessando antigas terras asiáticas, antes 16 5o Centenário da Primeira Volta ao Mundo: A Estadia da Frota no Rio de Janeiro percorridas por Marco Polo através da Rota da Seda, atingindo a Índia e a China até alcançar as misteriosas Ilhas Molucas ou das Especiarias. Com a chegada de Cristóvão Colombo às Antilhas em 1492, as Coroas espanhola e portuguesa, com o beneplácito do Papa, assi- naram, em 1494, o Tratado de Tordesilhas, dividindo o mundo pelo controle dos mares conhecidos e a descobrir, o que motivou o célebre comentário de Francisco I de França: “Eu gostaria de ver a cláusula do testamento de Adão que me exclui da partilha do mundo.” Ao preparar sua viagem às Ilhas das Especiarias, Fernão de Ma- galhães aproveitou sua experiência náutica e cartográfica a serviço de Portugal.