Comissão Social Inter- de Camarate, Prior Velho e Sacavém

D I A G N Ó S T I C O S O C IA L D A S F R E G U E S IA S D E C A M A R A T E , P R I O R V E L H O E S A C A V É M

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém (CSIFCPS)

Documento elaborado por: Teresa Raposo (Técnica de Apoio e Acompanhamento da CSIFCPS)

Setembro de 2005

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Índice Geral

Pág. Índice Geral Índice de Tabelas Índice de Gráficos Introdução e Metodologia Parte I – Caracterização geo e sócio-demográfica das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Introdução: As Freguesias 1 A de Camarate 1 A Freguesia do Prior Velho 3 A Freguesia de Sacavém 4 1. Caracterização física 6 1.1. Edificação 6 1.2. Alojamentos 8 2. Caracterização Demográfica 11 2.1. Densidade Demográfica 11 2.2.Evolução Demográfica 12 3. Caracterização sócio-demográfica 14 3.1.Caracterização Geral 14 3.2. Estruturas Familiares 34 3.3. Imigração 36 Parte II - Habitação Introdução e Constrangimentos 39 1. Paisagem habitacional das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 40 1.1. Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI) em Camarate 44 1.2. Os Bairros PER 49 1.2.1. Caracterização física dos Bairros PER 50 1.2.2. Caracterização sócio-demográfica 52 1.2.3.Dinâmica Social dos Bairros PER 57 1.3. Os Bairros de Barracas 65

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 1.4 “As vilas” 73 2. O arrendamento – a emergência de um novo fenómeno social 78 3. Habitação e Segurança – uma relação estreita nas Freguesias de Camarate, Prior 79 Velho e Sacavém Conclusões e Propostas de Intervenção 84 Parte III – Situações de Pobreza e “famílias destruturadas” Introdução e Constrangimentos 93 1. Situações de pobreza e “famílias destruturadas” 95 1.1. Pobreza e destruturação familiar causadas por razões étnicas 96 1.2. Pobreza e destruturação familiar causadas por uma “má gestão familiar” 98 1.3. Pobreza e destruturação familiar causadas por “pais negligentes” 99 2. A localização de situações de Pobreza e destruturação familiar 100 3. A Gestão do Apoio Social 108 Conclusões e Propostas de Intervenção 111 Parte IV – Equipamentos e Serviços das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Introdução e Constrangimentos 112 1. Paisagem de Equipamentos e Serviços das Freguesias de Camarate, Prior Velho 113 e Sacavém 2. Caracterização das Instituições de apoio à Infância e ao Idoso 120 2.1 Caracterização das Instituições de apoio à Infância 120 2.2. Caracterização das Instituições de apoio ao idoso 128 Conclusões e Propostas de Intervenção 135 Considerações Finais 136 Sintese do Diagnóstico Social Glossário Bibliografia Anexos (Índice de Anexos)

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Índice de Tabelas Pag. Parte I Tabela 1. Evolução da edificação – nº de edifícios construídos, em 2001 6 Tabela 2. Edifícios por nº de alojamentos, em 2001 7 Tabela 3. Informação Síntese sobre alojamentos nas Freguesias de Camarate, Prior 8 Velho e Sacavém, em 2001 Tabela 4. Condição dos alojamentos familiares de residência habitual, em 2001 8 Tabela 5. Nº de divisões dos alojamentos familiares clássicos de residência 9 habitual, em 2001 Tabela 6. Alojamentos familiares clássicos de residência habitual arrendados e 9 vagos, em 2001 Tabela 7. Escalões de renda dos alojamentos, em 2001 10 Tabela 8. Densidade populacional das Freguesias de Camarate, Prior Velho e 11 Sacavém, em 2001 Tabela 9. Evolução Demográfica da População de 1890 a 2001 12 Tabela 10. Variação Demográfica entre 1991 e 2001 13 Tabela 11. População residente nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e 14 Sacavém, em 2001 Tabela 12. População residente nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e 15 Sacavém, com mais de 65 anos, em 2001 Tabela 13. Índice de Envelhecimento entre 1991 e 2001 (%) 15 Tabela 14. Escalões etários da População, em 2001 16 Tabela 15. Índices de dependência (1991-2001) 18 Tabela 16. Estado Civil da população residente, por sexo, em 2001 19 Tabela 17. População Residente segundo a religião, em 2001 20 Tabela 18. População Residente segundo o nível académico 21 Tabela 19. Indivíduos sem grau de ensino, por freguesia, em 2001 23 Tabela 20. Grau de ensino que os indivíduos frequentam, em 2001 23 Tabela 21. Indivíduos residentes nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e 26 Sacavém com 15 e mais anos, segundo o principal meio de vida (por sexo), em

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 2001 Tabela 22. Indivíduos residentes nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e 27 Sacavém com 15 e mais anos, por condição perante a actividade económica, em 2001 Tabela 23. População empregada por sector de actividade, nas Freguesias de 28 Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001 Tabela 24. Situação na profissão dos indivíduos das Freguesias de Camarate, Prior 29 Velho e Sacavém, em 2001 Tabela 25. Cinco Principais Ramos de Actividade Económica da população da 30 Freguesia de Camarate, em 2001 Tabela 26. Cinco Principais Ramos de Actividade Económica da população da 31 Freguesia do Prior Velho, em 2001 Tabela 27. Cinco Principais Ramos de Actividade Económica da população da 31 Freguesia de Sacavém, em 2001 Tabela 28. Evolução do desemprego de 2001 a 2005 32 Tabela 29. Famílias clássicas e núcleos familiares, em 2001 34 Tabela 30. Estruturas familiares nas Freguesias de Camarate, prior Velho e 34 Sacavém Tabela 31. Composição das famílias residentes com pessoas com mais de 65 anos, 35 em 2001 Tabela 32. Estrangeiros nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 36 2001 Tabela 33. Estrangeiros nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 37 2001 Tabela 34. Indivíduos provenientes do Contingente Africano nas Freguesias de 38 Camarate, prior Velho e Sacavém Parte II Tabela 1. Paisagem habitacional das Freguesias de Camarate, prior Velho e 42 Sacavém Tabela 2. Síntese de dados relativos às AUGI da Freguesia de Camarate 44 Tabela 3. Situação processual das AUGI na Freguesia de Camarate, em 2005 45 Tabela 4. Nacionalidade dos Agregados Familiares e Indivíduos da Urbanização 53

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Terraços da Ponte Tabela 5. Agregados familiares que vivem em Bairros PER, segundo o nº de 53 indivíduos que o compõem, por freguesia (2003) Tabela 6. Rendimento dos Indivíduos e Agregados Familiares residentes nos 55 Bairros PER Tabela 7. Meio de vida dos indivíduos residentes nos Bairros PER (2003) 56 Tabela 8. Dados Gerais da população do Bairro da Quinta da Serra, em 2004 66 Tabela 9. Caracterização Social da População do Bairro da Quinta da Serra, em 67 2005 Tabela 10. Caracterização Social da População do Bairro da Quinta das Mós, em 69 2005 Tabela 11. Caracterização Social da População do Núcleo de Camarate do Bairro 71 do talude Militar Tabela 12. Lista das zonas mais perigosas do Concelho de 80 Tabela 13. Nº de zonas inseguras, por freguesia 80 Tabela 14. Lista dos locais mais inseguros da Freguesia de Camarate 81 Tabela 15. Lista dos locais mais inseguros da Freguesia do Prior Velho 82 Tabela 16. Lista dos locais mais inseguros da Freguesia de Sacavém 83 Tabela 17. Previsão de realojamentos entre 2005 e 2009 para as freguesias de 87 Camarate, Prior Velho e Sacavém Parte III Tabela 1. Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de 108 Inserção na Freguesia de Camarate, de Janeiro a Março de 2005 Tabela 2. Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de 108 Inserção na Freguesia do Prior Velho, de Janeiro a Março de 2005 Tabela 3. Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de 109 Inserção na Freguesia de Sacavém, de Janeiro a Março de 2005 Parte IV Tabela 1. Paisagem de Equipamentos e Serviços das Freguesias de Camarate, Prior 113 Velho e Sacavém Tabela 2. Dados relativos aos equipamentos de Saúde das Freguesias de Camarate, 119 Prior velho e Sacavém

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Tabela 3. Valências das Instituições de apoio à infância de Camarate 121 Tabela 4. Valências das Instituições de apoio à infância do Prior Velho 122 Tabela 5. Valências das Instituições de apoio à infância de Sacavém 122 Tabela 6. Recursos físicos das Instituições de apoio à infância 126 Tabela 7. Necessidades e Potencialidades das instituições de apoio à infância 127 Tabela 8. Valências das instituições de apoio ao idoso da Freguesia de Camarate 129 Tabela 9. Valências das instituições de apoio ao idoso da Freguesia do Prior Velho 129 Tabela 10. Valências das instituições de apoio ao idoso da Freguesia de Sacavém 130 Tabela 11. Principais recursos físicos das instituições de apoio ao idoso 133 Tabela 12. Principais Necessidades e Potencialidades das instituições de apoio ao 134 idoso

Índice de Gráficos

Parte I P. Gráfico 1. Densidade populacional em 1991 e 2001, por freguesia 11 Gráfico 2. Pirâmide etária da Freguesia de Camarate 16 Gráfico 3. Pirâmide etária da Freguesia do Prior Velho 17 Gráfico 4. Pirâmide etária da Freguesia de Sacavém 17 Gráfico 5. Níveis de escolaridade, por freguesia 22 Gráfico 6. População estrangeira do Concelho de Loures, em 2001 36 Parte II Gráfico 1. Indivíduos a viver em Bairros PER, por escalão etário, por freguesia 54 (2003)

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Introdução e Metodologia

O presente documento de Diagnóstico Social das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém resulta de um trabalho decorrido entre os meses de Março e Agosto de 2005, face aos objectivos definidos no Plano de Acção do Concelho Local de Acção Social da Rede Social de Loures, que define, para o ano de 2005, a realização do Diagnóstico Social das Freguesias.

Quando é lançado à Comissão Social Inter-Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém o desafio de realizar o Diagnóstico Social das três Freguesias, a Comissão depara-se com duas questões: por um lado, os problemas já apontados em Pré- diagnóstico que não estão caracterizados nem devidamente sustentados; por outro lado, o Pré-diagnóstico não tinha permitido dar visibilidade à totalidade dos problemas sociais das três Freguesias, nem caracterizar as mesmas, e todo esse trabalho estava ainda por fazer. Ou seja, a realidade social destas três Freguesias é de tal forma complexa que o que o Diagnóstico Social tinha que fazer era começar a descrevê-la, sem se propor a aprofundá-la. Sendo o Diagnóstico Social, como sabemos, um processo contínuo, o trabalho aqui apresentado deve ser entendido, não como um ponto de chegada, mas, principalmente, como um ponto de partida da reflexão sobre a realidade das três Freguesias.

Este documento resulta de um intenso trabalho de recolha e análise de dados que permita caracterizar as três freguesias, assente na seguinte metodologia: - Análise documental – De documentos recolhidos na Câmara Municipal de Loures e nos restantes parceiros sociais. Estes documentos foram recolhidos de duas formas, ou através do Secretariado Técnico da Rede Social, ou directamente nas fontes dos mesmos. Neste último caso era feita uma entrevista exploratória que enquadrasse os dados recolhidos.

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As principais fontes de dados foram as seguintes: Dados estatísticos do INE na Divisão e Informação Georeferenciada/Câmara Municipal de Loures; Dados de imigração no GARSE/Câmara Municipal de Loures; Dados na Segurança Social – Serviço Local de Sacavém e extensão de Moscavide; Carta Educativa da Divisão Municipal da Juventude /Câmara Municipal de Loures; Estudo Sociológico da População Residente nos Núcleos PER – Quinta da Serra, Quinta das Mós e Talude Militar, estudo da Divisão Municipal da Habitação/ Câmara Municipal de Loures, Estudo Sociológico da População Residente em Bairros Municipais, estudo da Divisão Municipal da Habitação/ Câmara Municipal de Loures; Estudo Sócio-económico do Concelho de Loures, um estudo do Departamento de Desenvolvimento Sócio-económico da Divisão de Actividades Económicas/ Câmara Municipal de Loures; Plano de Urbanização de Camarate, Departamento de Administração Urbanística – Divisão de Planeamento Urbanístico/ Câmara Municipal de Loures; Segurança entre os Jovens do Concelho de Loures, um estudo do Observatório de Segurança de Loures / Câmara Municipal de Loures; Vitimação e Segurança no Concelho de Loures, um estudo do Observatório de Segurança de Loures / Câmara Municipal de Loures; Bairros Degradados do Concelho de Loures, Divisão Municipal da Habitação/ Câmara Municipal de Loures; Carta Cultural, Departamento Sócio-cultural / Câmara Municipal de Loures; Dados sobre os processos da Freguesia de Camarate, Câmara Municipal de Loures, Direcção de Projecto das Áreas Urbanas de Génese Ilegal; Relatório de Avaliação da Actividade de 2004 da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Loures; Dados da Estatística da Segurança Social de 2005, Centro Regional da Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo – Serviço Local de Sacavém;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Dados estatísticos sobre o Desemprego no Concelho de Loures de 2002 a 2005 (Julho de 2005), Instituto de Emprego e Formação Profissional; Plano de Acção da Parceria de Intervenção Comunitária da Urbanização Terraços da Ponte para 2005, Parceria de Intervenção Comunitária da Urbanização Terraços da Ponte;

- Entrevistas exploratórias: Como já foi referido foram realizadas entrevistas exploratórias que permitiam enquadrar os dados recolhidos. Estas entrevistas permitiram que o Diagnóstico Social fosse participado, na medida em que foram auscultadas as instituições que estudam estas freguesias. Assim foram feitas as entrevistas exploratórias nas seguintes instituições: Segurança Social – Serviço Local de Sacavém e Moscavide; Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) para recolher dados sobre a “destruturação familiar” e os casos de acompanhados pela CPCJ nas três freguesias; Gabinetes de Intervenção Local /Câmara Municipal de Loures que acompanham a Freguesia de Camarate, e Prior Velho; Divisão de Projecto das Áreas Urbanas de Génese Ilegal /Câmara Municipal de Loures; Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social (Sacavém); Plano de Urbanização de Camarate, Departamento de Administração Urbanística – Divisão de Planeamento Urbanístico /Câmara Municipal de Loures;

-Observação com visitas aos bairros e conversas informais com a população: Visita ao Bairro da Quinta da Serra; Visita às “vilas” de Sacavém; Visita às “vilas” do Prior Velho;

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- Fichas de caracterização das instituições de apoio à infância e ao idoso das três freguesias: Foram distribuídas fichas de caracterização pelas instituições das três freguesias, que permitiram fazer a análise presente na Parte IV deste documento, e que podem ser consultadas nos anexos 5 e 6.

Assim, o presente documento está dividido em quatro partes: Na Parte I é feita a caracterização geo e sócio-demográfica das três freguesias, ou seja, uma caracterização geral e quantitativa das três freguesias; Nas Partes II, III e IV, são aprofundadas áreas temáticas deste diagnóstico: a habitação - uma questão fundamental para as três Freguesias; a destruturação familiar associada à pobreza das famílias; um levantamento dos serviços e equipamentos das três Freguesias, nomeadamente uma caracterização das instituições de apoio a infância e ao idoso.

Aprovação do documento de Diagnóstico Social O presente documento foi apresentado e posto à discussão dos parceiros da Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, no plenário da Comissão realizado a 16 de Setembro de 2005. Nesse plenário os parceiros receberam uma proposta de documento de Diagnóstico – em disquete – para ser analisada pelos mesmos, a fim de serem feitas alterações propostas. As alterações seriam recepcionadas pela Técnica de Apoio e Acompanhamento (TAA) da Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém (CSIFCPS) até ao dia 30 de Setembro. Aos parceiros foi proposto, na referida reunião, que fizessem chegar à TAA até à mesma data, uma análise SWOT (Pontos Fortes, Pontos Fracos, Ameaças e Oportunidades) das três Freguesias, com base no documento apresentado. No que respeita a estes desafios apresentados aos parceiros há que realçar que não foram apresentadas propostas de alteração à proposta de documento de Diagnóstico Social e apenas três parceiros entregaram a sua análise SWOT da sua Freguesia, contributos incluídos neste documento, na parte “Síntese do Diagnóstico Social”.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Parte I – Caracterização geo e sócio demográfica das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Introdução: As Freguesias

A Freguesia de Camarate

A Freguesia de Camarate situa-se na zona oriental do Concelho de Loures, fazendo fronteira com freguesas do Concelho como Sacavém (a este), e Unhos (a noroeste), e Apelação (a norte); com o Concelho de Lisboa (a sul/sudoeste), e com o Concelho de (a oeste). Apesar de ser Freguesia desde 1511, Camarate pertence ao Concelho de Loures apenas desde 1895 (até então a Freguesia pertencia ao Concelho de Lisboa). (Carta Cultural, 2001, CML)

Esta era uma zona de Quintas, antigas casas de campo senhoriais pertencentes a fidalgos. O nome da Freguesia é prova do ser carácter rural, “Camarate” é o nome de uma famosa uva branca, muito doce. (idem) Os registos do Séc. XIX mostram uma Freguesia rural com um grande património histórico, “Nos finais do Séc. XIX Camarate não era mais que um sistema de caminhos, estradas e azinhagas, ladeados em alguns troços por bandas edificadas e pontuado por quatro edifícios de prestígio dignos de menção: a Igreja Matriz, o Convento do Carmo, a Capela de Nª. Sra. da Vitória e a Quinta do Guarda – Mor. Separando as correntes de casario alinhado ao longo de certos caminhos, estendiam-se vastos espaços vazios de edificado.” (Plano de Urbanização de Camarate, 2003, CML). Desse património restam hoje antigas quintas e construções desfiguradas, muitas delas substituídas por loteamentos urbanos ilegais ou demolidas face ao novo traçado da CRIL (Circular Regional Interior de Lisboa) que atravessa a Freguesia.

Uma visita à Freguesia de Camarate mostra que é claramente uma Freguesia desordenada urbanisticamente onde faltam infra-estruturas de construção, (face à

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém existência de uma vasta área de construção ilegal) começando pelo sistema de drenagem natural, afectado pela construção indiscriminada e que acentua o risco de acidentes de deslizamento de terras. A desordenação territorial espelha-se também na mistura entre áreas de habitação e áreas de pequena industria, armazéns e oficinas. “Contribuindo para a coabitação, por vezes problemática, no que diz respeito à poluição e ao tráfego automóvel, especialmente uma grande saturação de veículos de grande porte”. (Carta Cultural, 2001, CML) Outro factor determinante para a vida dos habitantes de Camarate é a proximidade do Aeroporto da Portela, nomeadamente o facto de uma das rotas de descolagem e algumas de aterragem coincidirem com zonas densamente habitadas da Freguesia, esta coabitação causa problemas de poluição sonora e preocupações de segurança, que a história já mostrou serem justas. Acessibilidades: a Freguesia estruturou-se a partir da Estrada Nacional 507 e da Estrada Militar em dois eixos longitudinais, com orientação norte-sul, que são a origem do seu desenvolvimento urbano, e um segundo eixo transversal constituído pela Estrada dos Fetais. A CRIL, o Eixo Norte-Sul e o respectivo nó de Camarate, neste eixo, conferem uma acessibilidade acrescida a este território. (Plano de Urbanização de Camarate, 2003, CML)

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A Freguesia do Prior Velho

Criada em 1989, a Freguesia do Prior Velho nasceu do desmembramento do território de Sacavém. Tem como Freguesias limítrofes, Camarate, Sacavém e Portela (Concelho de Loures) e a Freguesia de Santa Maria dos (Concelho de Lisboa). A Freguesia está situada numa antiga Quinta, a Quinta do Prior Velho, que hoje vê dividido o seu território numa zona habitacional e outra industrial e de serviços. Nas primeiras décadas desde século a Freguesia ganha forma graças às migrações do interior do país, nomeadamente Alentejo e Beiras, que se fixavam junto da cidade à procura de emprego, arrendando pátios e vilas, que ainda hoje existem na Freguesia e que determinam fortemente o seu cariz habitacional.

A Freguesia vê o seu crescimento acelerar-se mais tarde com a construção de importantes infra-estruturas, como o Aeroporto da Portela, e a Auto-Estrada do Norte (A1). Estas infra-estruturas, alheadas à proximidade da Freguesia à cidade de Lisboa, tornaram este espaço como um potencial para a fixação de empresas. Todas estas fases de inovação e crescimento estão bem patentes na estrutura geográfica da Freguesia, como veremos na segunda parte deste documento.

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A Freguesia de Sacavém

As fontes históricas sobre a Freguesia de Sacavém fazem crer que esta é anterior ao domínio Árabe. Sendo na época romana uma importante via de comunicação no país, pois nela passava a estrada Lisboa-Mérida. Alguns historiadores defendem que o nome de Sacavém deriva do nome árabe “Sagabi”, que significa “vizinho”, “próximo”, dada a importância de estar próximo de Lisboa. (AFONSO, 1981) Nos finais do Século XVIII, e depois do terramoto de 1755 ter destruído grande parte da localidade, Sacavém contava apenas com 900 habitantes, pois apesar da sua grande importância a povoação pouco se desenvolveu até ao século XIX. Estes 900 habitantes eram principalmente trabalhadores rurais e artesãos, pois na Freguesia vivia a classe operária, a fidalguia estava em Quintas próximas (muitas nelas em espaços onde hoje existe a Freguesia de Camarate, como vimos anteriormente). No início século XX a população triplica em apenas 50 anos, não face à matriz agrícola que a Freguesia vinha a cultivar, mas pelo surto industrial que entretanto se deu neste espaço. Cerca de 1856 funda-se a Fábrica da Louça, inaugura-se a linha de caminhos-de-ferro Lisboa-Porto, que passa por Sacavém, e é este ano que marca o nascimento de um conjunto de condições propiciadoras da fixação, por um lado, de pessoas que vinham do interior do país, do campo, em busca de emprego e de melhores condições de vida, por outro lado, de indústrias, que com a proximidade a Lisboa, ao Rio Trancão, e aos caminhos-de-ferro, encontram condições para a sua fixação, dada a facilidade de escoamento de produtos transformados e a disponibilidade de mão-de-obra desqualificada, logo mais barata. Estas alterações determinam a mudança fisionómica de Sacavém, em que as velhas Quintas e propriedades agrícolas dão lugar a novas fábricas e habitações. Constrói-se sem outra preocupação que não seja a de dar resposta às pressões do mercado, e à crescente necessidade de habitações baratas que ocupem o mínimo espaço.

O início do século XX determina o nascimento de uma outra característica vincada ainda hoje em Sacavém - a dinâmica associativa. Em 1900 é fundada “A Sacavenense”,

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém a “Cooperativa de Crédito e Consumo”, em 1909 surge o Clube Recreativo, em 1910 o Sport Grupo Sacavenense, em 1921 o Clube dos Caçadores e a Academia Recreativa e Musical de Sacavém em 1927, instituições que ainda hoje marcam a vida cultural da Freguesia de Sacavém.

Em 1927 Sacavém é elevada a vila, e em 1996 foi elevada à categoria de cidade. E nasce como uma cidade de contrastes devido à sua história, o que se percebe com uma simples observação à cidade: uma grande diversidade de vias de comunicação (rio, estradas, caminho-de-ferro); hortas e restos de velhas quintas, símbolo de uma riqueza agrícola que abasteceu Lisboa; construção disforme em que a construção moderna contrasta com fachadas antigas em ruínas de um passado que teima em resistir. Já em 1977 um sociólogo escrevia sobre Sacavém uma realidade que pouco se alterou “ (…) um espaço povoado a esmo, disforme, agressivo e desconfortável entre o antigo desprezado e o novo inestético. Trata-se de uma imagem que é bem o resultado dos conflitos entre os grupos sociais que intervieram na produção deste espaço. “ (idem)

Neste capítulo do presente documento irá ser feita uma caracterização das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em termos físicos, demográficos, e sociais, que permitem fazer destas um retrato geral e quantitativo.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 1. Caracterização física

1.1. Edificação Tabela 1: Evolução da edificação – nº de edifícios construídos até 2001 Freguesias Antes 1919- 1946- 1961- 1971- 1981- 1986- 1991- 1996- de 1945 1960 1970 1980 1985 1990 1995 2001 1919 Camarate 2 17 474 702 1109 361 193 38 32 Prior 4 29 104 82 54 42 25 19 63 Velho Sacavém 60 144 67 342 138 18 24 27 134 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001 Da análise da tabela anterior podemos verificar como as décadas de 60, 70 foram determinantes no crescimento de qualquer uma das três freguesias. Principalmente na Freguesia de Camarate, que teve o seu boom de crescimento na década de 70.

Perto do novo século é a Freguesia de Sacavém que regista um maior crescimento, com a construção de novos bairros, que vieram trazer habitação mais qualificada à Freguesia.

O Prior Velho passa hoje por uma nova fase de construção que marca uma nova fisionomia da Freguesia. Os dados e os impactos desta nova fase construção só poderão ser analisados aquando de um novo levantamento censitário.

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Tabela 2: Edifícios por nº de alojamento, em 2001 Freguesias Total de Total de 1 Aloj. 2 Aloj. 3 Aloj. 4 Aloj. 5 ou + edifícios edifícios Aloj. clássicos Camarate 3169 2928 1569 433 255 210 491 Prior 662 422 104 30 12 46 230 Velho Sacavém 1015 954 244 47 20 31 612 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A tabela anterior permite-nos perceber qual o tipo de edificação mais comum em cada uma das Freguesias, se em altura, se na horizontal, com alojamentos isolados. A análise da tabela mostra-nos como na Freguesia de Camarate predomina uma edificação horizontal com 1 alojamento. Nas Freguesias do Prior Velho e Sacavém, a situação é distinta de Camarate mas semelhante entre elas, ou seja, predomina a construção em altura (com mais de 5 alojamentos por edifício) embora também se registem valores elevados de edificações com 1 alojamento, que se pressupõe corresponderem às “vilas”, uma realidade destas duas Freguesias que será abordada da Parte II deste documento.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 1.2 Alojamentos

Tabela 3: Informação síntese sobre alojamentos nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001 Freguesias Edifícios Edifícios Alojamentos Alojamentos Alojamentos clássicos familiares de familiares clássicos residência de residência habitual habitual Camarate 3169 2928 7806 6377 6078 Prior Velho 662 422 2922 2358 2037 Sacavém 1015 954 7761 6354 6285 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Tabela 4: Condições dos alojamentos familiares de residência habitual, em 2001 Freguesias Total s/ s/água s/retrete s/esgotos s/banho electricidade Camarate 6377 36 84 568 56 263 Prior 2358 34 141 99 44 305 Velho Sacavém 6354 10 34 131 20 424 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

As duas tabelas anteriores dão-nos conta da realidade dos alojamentos nas três Freguesias. A tabela nº 3 mostra-nos a totalidade de alojamentos, e destes, aqueles que são alojamentos familiares, a tabela nº 4 mostra-nos as condições de habitabilidade dos alojamentos familiares de residência habitual, portanto, as condições de habitabilidade das famílias das três Freguesias. Da análise da tabela 4, destacamos que a electricidade é o meio que menos falta nestas habitações, estando no plano oposto a retrete e o banho, talvez porque em muitas habitações (principalmente nas vilas) não exista uma divisão para casa de banho.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém O número mais elevado de habitações sem retrete encontra-se na Freguesia de Camarate, provavelmente pela maior degradação do seu parque habitacional, em relação às restantes Freguesias.

Tabela 5: Nº de divisões1 dos alojamentos familiares clássicos de residência habitual, em 2001 Freguesias Total 1-2 divisões 3-4 divisões 5 ou + Outras divisões situações Camarate 6078 898 3999 1181 1728 Prior Velho 2037 572 906 559 885 Sacavém 6285 612 3905 1768 1476 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A tabela 5 indica-nos que a grande parte das casas das três Freguesias tem entre 3 a 4 divisões. Na Freguesia de Sacavém, seguem-se os alojamentos com 5 ou mais divisões e na Freguesia do Prior Velho, são em maior número os alojamentos com 1 e/ou 2 divisões em relação aos alojamentos 5 ou mais divisões, face à existência de muitas vilas, em que as casas são muito pequenas.

Tabela 6: Alojamentos familiares clássicos de residência habitual arrendados e vagos, em 2001 Freguesias Total Arrendado % Vago % arrendado vago Camarate 6078 3174 52,2% 776 12,7% Prior Velho 2037 864 42,4% 339 16,6% Sacavém 6285 2373 37,8% 955 15,2% Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Segundo a informação Segurança Social, chegam a este serviço muitas pessoas com pedidos de apoio para pagamento de rendas, essa realidade suscitou-nos a questão de saber quais os números do mercado de arrendamento nestas Freguesias, e o que está por

1 As cozinhas com mais de 4m2 são consideradas divisões da casa.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém detrás desses números, mas comecemos pelos números, pois a realidade por detrás destes trataremos na Parte III. A tabela 6 mostra como é elevada a percentagem de habitações arrendadas nas três Freguesias, mas em especial na Freguesia de Camarate. Este número é também elevado no Prior Velho, onde a Parte III deste documento nos mostra que nas vilas, as casas são geralmente arrendadas, o que significa que uma boa parte da habitação da Freguesia é arrendada. Esta tabela mostra também a percentagem de alojamentos vagos, que é mais elevada no Prior Velho.

Tabela 7: Escalões de renda dos alojamentos, em 2001 Freguesias Total de Renda até Renda de Renda Renda Não se alojamentos 99,75€ 99,76€ a de de + aplica 199,51€ 199,52€- mais 399,03€ 399,04€ Camarate 7806 1881 460 867 37 4561 Prior Velho 2922 602 229 131 13 2039 Sacavém 7761 1840 137 316 61 5369 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Face ao elevado mercado de arrendamento em qualquer uma das Freguesias, torna-se importante perceber que valores são cobrados pelos alojamentos arrendados. A tabela 7 mostra-nos que a maioria dos arrendamentos cifram-se até aos 99,75 €, ou seja, são rendas relativamente baixas. Restava-nos perceber quais as condições dos alojamentos que cobram estas rendas para perceber se são valores “justos”, face ao mercado habitacional. Não nos sendo possível ter essa informação, apenas temos informações (obtidas, para o efeito, em conversas informais com a população em visitas às freguesias) de que a grande maioria das casas que se encontram arrendadas por este preço resultam de arrendamentos muito antigos, pois as casas arrendadas recentemente têm rendas mais elevadas. (ver Parte III informação recolhida nas “vilas” do Prior Velho e de Sacavém).

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 2. Caracterização demográfica 2.1. Densidade populacional

Tabela 8: Densidade populacional das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001 Freguesias População Área em Km2 Densidade Hab/Km2 residente em 2001 Camarate 18821 5,5 3422 Prior Velho 6683 1,4 4774 Sacavém 17659 3,8 4647 Concelho de Loures 199059 167,8 1186 Fonte: Plano Director Municipal /CML, 2003 Da tabela 8 destaca-se a informação de que todas as Freguesias têm uma densidade populacional acima do valor concelhio, e que a Freguesia do Prior Velho é aquela que apresenta um valor mais elevado de habitantes por km2, ou seja, uma maior densidade populacional. O gráfico seguinte dá-nos uma visão mais global do Concelho e da posição de cada uma das freguesias em relação à densidade populacional, demonstrando que são as freguesias da zona oriental (onde estão inseridas as Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém) que apresentam uma densidade mais elevada, face ao seu traço urbano.

Gráfico 1: Densidade Populacional em 1991 e 2001, por freguesia

18000 16000 14000 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 Lousa Unhos Frielas Portela Loures Bucelas LOURES Fanhões Bobadela Sacavém Apelação Camarate Moscavide Prior Velho Sta Iria da Azóia S. João da Talha S. Julião do Tojal Sto Antão do Tojal Sto Ant. Cavaleiros Densidade Populacional - 1991 Densidade Populacional - 2001 Fonte: INE Fonte: Pré-diagnóstico Social do Concelho de Loures, 2004

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2.2 Evolução Demográfica

Tabela 9: Evolução demográfica da população de 1890 a 2001 Freguesias 1890 1900 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 Camarate 708 475 1.004 1.832 5.053 14.505 19.900 20.800 18.821 Prior 0 0 0 0 0 0 0 4.3782 6.683 Velho Sacavém 1.877 2.101 4.653 6.488 10.624 18.750 27.945 16.231 17.659 Concelho 20.681 21.454 35.060 50.440 102.184 166.550 276.467 322.1583 199.059 de Loures Fonte: DIG/CML, Censos de 2001 A tabela 9 mostra-nos como a evolução da população corresponde à evolução da edificação nestas Freguesias (tal como esperávamos), ou seja, são as décadas de 60 e 70 que marcam a chegada de um maior número de indivíduos a estas Freguesias, pelas razões já referidas, em busca de melhores condições de vida, aproveitando a oferta de trabalho que, quer a capital, quer as próprias Freguesias (nomeadamente na indústria), ofereciam à população, nestas décadas. Chamamos a atenção para os valores relativos à Freguesia de Sacavém terem diminuído entre a década de 80 e 90, o que se deve ao facto de se terem criado as Freguesias do Prior Velho e da Portela nesta década (que até então eram território da Freguesia de Sacavém). Esta é também a justificação para só termos valores de evolução demográfica para a Freguesia do Prior Velho entre 1991 e 2001. Entre 1991 e 2001 as Freguesias do Prior Velho e Sacavém aumentaram substancialmente os seus habitantes. Nestas décadas esse aumento já não se deve a migrações internas, mas ao grande número de imigrantes que continua a chegar (sobre a imigração falaremos mais à frente neste parte do documento), ou à população que se fixa nas novas urbanizações destas Freguesias.

2 A Freguesia foi criada em 1989, até então pertencia à Freguesia de Sacavém. 3 Esta grande queda da população do Concelho de Loures, entre os Censos de 1991 e os de 2001, dá-se devido à criação do Concelho de Odivelas.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém A tabela 10 dá-nos conta desse aumento entre 1991 e 2001, nas Freguesias do Prior Velho e Sacavém, e também da diminuição da população na Freguesia de Camarate. Não temos dados que nos permitam avançar com as razões da diminuição de habitantes na Freguesia de Camarate, mas todos os problemas habitacionais e sociais da Freguesia podem ser apontados uma hipótese de entre as razões que levam muitos a procurarem estabelecer-se noutras freguesias.

Tabela 10: Variação demográfica entre 1991 e 2001 Freguesias 19914 2001 Variação Variação absoluta relativa Camarate 20.800 18.821 -1.979 -10 Prior Velho 4.3785 6.683 2.305 53 Sacavém 16.231 17.659 1428 9 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

4 Até ao ano de 1985 a Freguesia pertencia à Freguesia de Sacavém, por esse facto não existem dados anteriores para esta Freguesia. 5 A Freguesia foi criada em 1989, até então pertencia à Freguesia de Sacavém.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 3 Caracterização Sócio-demográfica 3.1. Caracterização Geral

Sexo

Tabela 11: População Residente nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, por sexo, em 2001 Freguesias Total de População residente População residente indivíduos do sexo masculino do sexo feminino Camarate 18821 9239 9582 Prior Velho 6683 3375 3308 Sacavém 17659 8527 9132 Concelho de Loures 199059 97285 101774 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A tabela 11 dá-nos os totais da população residente nas três Freguesias, e mostra-nos como as Freguesias de Camarate e Sacavém têm mais mulheres do que homens, embora os valores dos dois sexos sejam, de uma forma geral, muito próximos nas três Freguesias. As diferenças entre homens e mulheres ficam, principalmente, a dever-se à maior quantidade de mulheres com mais de 65 anos, uma realidade que é comum às três Freguesias, ao Concelho e ao país, onde a esperança média de vida das mulheres é superior à dos homens. 6 A tabela 12 demonstra claramente aquilo que acabámos de afirmar, ao dar-nos uma visão mais detalhada dos valores da população com mais de 65 anos nas três Freguesias.

6Em , a esperança de vida à nascença tem vindo a aumentar para ambos os sexos, tendo-se mantido o diferencial em anos de vida (78,8 anos para as mulheres e 71,7 para os homens, em 1997/98), facto que traduz a sobremortalidade masculina. Em termos de idade média ao óbito, entre 1990 e 1998 verificou-se um comportamento idêntico para ambos os sexos (no caso das mulheres este valor passou de 74,8 para 75,9 anos e no caso dos homens de 67,2 para 68,3 anos): morre-se cada vez com mais idade. As Doenças do Aparelho Circulatório mantiveram-se em 1998, como a causa de morte mais importante (21,6% no caso das mulheres e 18,3% no caso dos homens).

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Idade Tabela 12: População Residente nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém com + de 65 anos, em 2001

TOTAL HOMENS MULHERES

+ 65 65-74 +75 + 65 65-74 +75 + 65 65-74 +75 LOURES (concelho) 24.394 15.516 8.878 10.369 7.138 3.231 14.025 8.378 5.647 Camarate 2.154 1.379 775 910 634 276 1244 745 499 Prior Velho 682 446 236 269 192 77 413 254 159 Sacavém 2.300 1.468 832 963 666 297 1.337 802 535 Fonte: Pré-Diagnóstico Social de Loures, 2004

Antes de vermos a distribuição etária da população geral das três Freguesias analisemos a questão das pessoas com mais de 65 anos. Na tabela 12 podemos observar que, nas três Freguesias, o escalão etário com mais população a partir dos 65 anos é dos 65-74 anos, e que o número de mulheres com mais de 65 anos é sempre mais elevado do que os homens.

Tabela 13: Índice de envelhecimento em 1991 e em 2001 (%) 7 Índice em 1991 (%) Índice em 2001 (%) Freguesias Camarate 33,48 74,05 Prior Velho 48,08 56,41 Sacavém 67,20 91,21 Concelho de 41,3 90,8 Loures Fonte: Pré-diagnóstico Social do Concelho de Loures Lendo-se o índice de envelhecimento como o nº de idosos por cada 100 jovens, podemos perceber que a população das três Freguesias está claramente a envelhecer, uma nova realidade para as Freguesias de Camarate e em Sacavém, onde as diferenças entre a realidade de 1991 e a realidade de 2001 nos mostram que o número de idosos subiu bastante numa década. Ou seja, as Freguesias não estão a ver renovada a sua população.

7 Índice de Envelhecimento - relação entre a população idosa (com 65 e mais anos) e a população jovem (dos 0 aos 14 anos) (número de idosos por cada 100 jovens).

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Tabela 14: Escalões Etários da população, em 2001 Escalões etários Camarate Prior Velho Sacavém 0-14 3131 1279 2672 15-24 3003 863 2353 25-34 2705 1253 3006 35-64 7828 2606 7328 65 e + 2154 682 2300 Total de indivíduos 18821 6683 17659 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A tabela 14 demonstra-nos que estas Freguesias têm uma população maioritariamente adulta (principalmente na Freguesia do Prior Velho), sendo a Freguesia de Sacavém aquela que apresenta um população mais envelhecida e a Freguesia de Camarate aquela que apresenta uma população mais jovem, o que melhor pode ser visualizado nas pirâmides etárias seguintes.

Gráfico 2: Pirâmide Etária da Freguesia de Camarate, em 2001

Freg.Camarate. Pirâmide etária 2001 (%)

90 e + 85-89 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 M 45-49 40-44 H 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4

-6 -4.5 -3 -1.5 0 1.5 3 4.5 6

Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

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Gráfico 3: Pirâmide Etária da Freguesia do Prior Velho

Freg.Prior Velho. Pirâmide etária 2001 (%)

90 e + 85-89 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 M 45-49 40-44 H 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4

-6 -4.5 -3 -1.5 0 1.5 3 4.5 6

Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Gráfico 4: Pirâmide Etária de Freguesia de Sacavém

Freg.Sacavém. Pirâmide etária 2001 (%)

90 e + 85-89 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 M 45-49 40-44 H 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4

-6 -4.5 -3 -1.5 0 1.5 3 4.5 6

Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Mesmo com uma população jovem que continua a ter um peso considerável no total da população, constatamos que a população das três Freguesias está a envelhecer. Este facto pode também ser comprovado pela análise dos índices de dependência das três Freguesias.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém A tabela 15 mostra-nos os índices de dependências das três Freguesias, quer em relação aos jovens, quer em relação aos idosos, e permite-nos perceber que com o envelhecimento da população o índice de dependência dos idosos vai aumentado e no sentido contrário caminha a dependência dos jovens face à população em idade activa. O saldo final dá-nos um aumento geral das situações de dependência nas três Freguesias.

Tabela15: Índices de Dependência (1991 – 2001)8

Índices de Dependência

TOTAL Jovens Idosos 1991 2001 1991 2001 1991 2001 PORTUGAL - 48,1 - 23,6 - 24,5 LOURES 36,3 36,9 25,0 20,2 11,3 16,8 Camarate 38,5 36,8 28,8 21,1 9,6 15,7 Prior Velho 39,2 39,5 26,4 25,2 12,7 14,2 Sacavém 29,2 37,5 17,4 19,6 11,7 17,9 Fonte: Pré-diagnóstico Social do Concelho de Loures, 2004

8 Relação entre a população idosa ou jovem e a população em idade activa.

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Estado civil

Tabela 16: Estado civil da população residente, por sexo, em 2001 Estado Civil Camarate Prior Sacavém Velho Mulheres casadas pelo registo 4129 1304 3924 Homens casados pelo registo 4175 1367 3942 Mulheres casadas sem registo 725 261 707 Homens casados sem registo 732 291 690 Mulheres divorciadas 256 77 289 Homens divorciados 146 52 130 Mulheres separadas 131 52 128 Homens separados 88 30 55 Mulheres solteiras 3521 1330 3185 Homens solteiros 3927 1576 3551 Mulheres viúvas 820 284 899 Homens viúvos 171 59 159 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A análise da tabela 16 dá-nos conta que nas três Freguesias predomina o estado civil de “casado”, e que o número de homens solteiros é mais levado do que a mesma situação nas mulheres. O contrário acontece em relação à viuvez, onde o número de mulheres é mais elevado do que o dos homens, pelas razões acima explicitadas, ou seja, a maior longevidade das mulheres.

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Religião Tabela 17: Populaça Residente segundo a religião, em 2001 Freguesias Total de Católica Muçulmana Outra Outra Outras Sem Indivíduos cristã não religiões9 religião cristã Camarate 18821 12194 64 479 42 192 877 Prior 6683 4028 30 121 15 50 291 Velho Sacavém 17659 11041 153 346 64 237 1235 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A tabela 17 mostra-nos que a população das três Freguesias é predominantemente católica. Em Sacavém veja-se o número de pessoas sem religião, e o número de indivíduos com religião muçulmana, que é mais elevado do que nas restantes Freguesias. Esta é, aliás, a Freguesia com uma maior diversidade religiosa, talvez por ser a Freguesia do Concelho de Loures com um maior número de imigrantes, como veremos mais adiante.

9 Ortodoxa, Protestante e Judaica.

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Escolaridade Tabela 18: População Residente segundo o Nível Académico atingido, em 2001 Freguesias Residentes Com qualificação segundo o nível atingido Total 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Médio Superior Valor % Valor % Valor % Valor % Valor % Valor % Valor % Camarate 18821 9,5 6017 43,2 2225 16,0 3227 23,2 1995 14,3 41 0,3 428 3,1 Prior 6683 3,4 1785 37,8 707 15,0 972 20,6 796 16,9 35 0,7 427 9,0 Velho Sacavém 17659 8,9 5027 36,5 2024 14,7 2697 19,6 2558 18,5 133 1,0 1351 9,8 Total do 199059 100,0 53457 34,4 22598 14,6 33722 21,7 28896 18,6 1577 1,0 15061 9,7 Concelho Fonte: INE, Censos 2001 in Carta Educativa e de Reordenamento da Rede Educativa do Conselho de Loures, CML, 2005 A análise da tabela 18 mostra que a posição da Freguesia de Camarate, nesta área, é distinta das Freguesias do Prior Velho e de Sacavém, e até do Concelho de Loures, pois as Freguesias do Prior Velho e Sacavém têm valores em qualquer nível de qualificação, próximos dos valores do Concelho. A Freguesia de Camarate apresenta valores para o 1º ciclo bastante mais elevados do que o Concelho e até que as restantes freguesias, ou seja, 43,2% da população tem o 1º ciclo como qualificação, o que significa que quase metade da população da Freguesia se situa neste grau de ensino. O 2º e 3º ciclos e ensino secundário apresentam valores um pouco acima dos valores do Concelho e das restantes freguesias. Em relação ao total de indivíduos com qualificações ao nível do ensino médio e superior, os valores estão muito abaixo dos valores do Concelho e das restantes freguesias.

Na Freguesia do Prior Velho e de Sacavém o número de indivíduos com formação média e superior é semelhante aos valores do Concelho, mas mesmo assim são valores abaixo dos 10%. No 1º ciclo também estas freguesias apresentam valores acima dos 30% e em relação aos 2º, 3º ciclos valores abaixo dos 30 %. No ensino secundário, os valores cifram-se abaixo dos 20%.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém O gráfico 5 dá-nos uma melhor visão dos níveis de escolaridade em todas as freguesias do Concelho de Loures, o que nos permite perceber como se situam as Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém face ao restante Concelho.

Gráfico 5:Níveis de Escolaridade, por freguesia, em 2001

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

Analfabetos 1º Ciclo EB 2º Ciclo EB 3º Ciclo EB Ens. Secundário Curso Médio Curso Superior Fonte: INE

Fonte: Pré-diagnóstico Social de Loures, 2004

De facto, os dados anteriores mostram que estas três Freguesias (principalmente a Freguesia de Camarate) são Freguesias com baixas qualificações. A esta constatação há que acrescentar o elevado número de indivíduos sem grau de ensino e analfabetos nestas Freguesias, que mais uma vez é mais elevado na Freguesia de Camarate, conforme nos mostra a tabela 19.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Tabela 19: Indivíduos sem grau de ensino, por freguesia, em 2001 Freguesias População Nº de Nº de indivíduos que sabem residente em analfabetos em ler e escrever sem possuir 2001 2001 grau de ensino Camarate 18821 2762 2126 Prior Velho 6683 1148 813 Sacavém 17659 2062 1807 Concelho de 199059 24510 19238 Loures Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A tabela 20 permite-nos saber que graus de ensino frequentam os estudantes das três Freguesias. E mostra-nos que o 1º ciclo do Ensino Básico é aquele que regista maior quantidade de alunos nas três freguesias, e também como, embora o 2º ciclo apresente uma quebra de frequências, os valores voltam a subir no 3º ciclo e no ensino secundário.

Tabela 20:Graus de ensino que os indivíduos frequentam em 2001 Total de indivíduos Freguesias A A frequentar A A frequentar o A frequentar um frequentar o 2º Ciclo frequentar ensino curso superior o 1º Ciclo o 3º Ciclo secundário Camarate 1036 546 572 793 459 Prior Velho 430 206 208 247 194 Sacavém 933 411 471 562 794 Total do 9899 5391 6161 8340 8796 Concelho Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

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Abandono e Absentismo escolar10 Abandono escolar: Em relação às escolas do 1º ciclo do ensino básico, destacamos os valores elevados da EB1 nº1 de Camarate, no ano 2003-2004, sendo a escola que obteve a taxa de abandono escolar mais elevada do Concelho de Loures (11%). Quanto às escolas de Sacavém e Prior Velho, as taxas de abandono escolar no 1º ciclo não ultrapassam os 4%, sendo mais elevadas no Prior Velho do que em Sacavém. Nos 2º e 3º ciclos, no ano de 2002-2003, Camarate volta a ser a Freguesia do Concelho de Loures a apresentar valores de abandono escolar mais elevado, de 8% na Escola Secundária de Camarate. No ano de 2003-2004 destaca-se a escola secundária de Sacavém, que regista uma taxa de abandono no 3º ciclo de 18%. No ensino secundário, volta a ser a Freguesia de Camarate que regista os valores de abandono escolar mais elevados do Concelho de Loures, com valores entre os 18% e 19%, muito acima da média concelhia que não ultrapassa os 7%, para os anos analisados.

Retenção escolar: Em relação à retenção escolar no 1º ciclo, em Camarate, os valores mais elevados verificam-se na EB1 nº 4, com valores entre os 32% e os 46%. Destacamos também que na maioria das escolas do 1º ciclo da Freguesia (excepto a nº 2 e nº6) os valores de retenção escolar têm vindo a subir ao longo dos anos lectivos analisados. No Prior Velho as taxas de retenção são também elevadas, entre os 16% e os 20%. Em Sacavém é a EB1 nº 3 que apresenta valores mais elevados, entre os 17% e os 24%. Qualquer uma das freguesias apresenta valores de retenção escolar no 1º ciclo muito acima da média concelhia. Nos 2º e 3º ciclos, em Camarate, a Escola Secundária volta a apresentar taxas mais elevadas do que a EB2,3 Mário de Sá Carneiro, com valores que chegam aos 29% no ano de 2003-2004.

10 Consultar anexo 9.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Em Sacavém a EB2,3 Bartolomeu Dias apresenta valores mais elevados do que a Escola Secundária de Sacavém, pois na primeira a retenção escolar oscila entre os 22% e os 27%. Mais uma vez estas escolas apresentam valores de retenção para estes níveis de ensino acima da média concelhia. No ensino secundário a Escola Secundária de Sacavém destaca-se em relação ao restante Concelho, com valores de retenção escolar que chegam aos 40%, no ano de 2002-2003, representando a escola do Concelho de Loures com uma taxa de retenção mais elevada para este grau de ensino. A Escola Secundária de Camarate apresenta valores elevados no ano de 2001-2002 (37%), mas tem vindo a baixar a sua taxa de retenção ao longo dos anos analisados.

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Emprego Tabela 21: Indivíduos Residentes nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém com 15 ou mais anos, segundo o principal meio de vida (por sexo), em 2001 Freguesias Trabalho Rendimento Subsidio de RSI Pensão ou A cargo da família de desemprego reforma propriedade HM H HM H HM H HM H HM H HM H Camarate 8986 4905 91 47 538 269 141 32 3087 1446 2396 808 Prior Velho 3376 1944 18 9 169 78 39 14 891 394 766 252 Sacavém 8367 4532 49 28 687 336 46 14 3330 1454 2178 417 Total do 97196 52609 858 426 4660 2230 719 208 33032 15029 27121 9250 Concelho Fonte: DIG/CML, Censos de 2001 A população das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém tem como principal meio de vida o trabalho. A Freguesia de Camarate é, como já vimos, a Freguesia que tem um maior mercado de arrendamento, talvez por isso seja, das três, a que apresenta um maior número de pessoas a viverem da “rendimento de propriedade”. Esta Freguesia é também aquela que conta com um maior número de pessoas (de entre as três freguesias analisadas) a viverem do “Rendimento Social de Inserção”, e a “cargo da família”. A Freguesia de Sacavém tendo o maior número de idosos, por essa razão tem um maior número de pessoas a viverem de “pensão ou reforma”.

A tabela 22 dá-nos uma informação mais detalhada sobre a condição dos indivíduos, das três Freguesias, face à actividade económica, ou seja, a sua posição no mercado de trabalho. Desta tabela destaca-se o número de indivíduos sem actividade económica, face ao total da população com 15 ou mais anos: em Camarate é de 35,6%; no Prior Velho de 31,8% e em Sacavém (o número mais elevado) de 37,8%.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Tabela 22: População residente com 15 ou mais anos, nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, por condição perante a actividade económica (por sexo), em 2001

Prior Indicador Camarate Sacavém Velho

Total da população com 15 ou mais anos (HM) 15690 5404 14987

Total da população com 15 ou mais anos (H) 7707 2759 7228

População com actividade económica 9793 3681 9321 População com actividade económica 5281 2076 4980

População Empregada 9091 3396 8465 População Empregada 4918 1941 4576 População Desempregada 702 285 856 População Desempregada 363 135 404 População sem actividade económica 5897 1723 5666 População sem actividade económica 2426 683 2248 Estudantes 1068 398 1122 Estudantes 498 173 534 Domésticos 802 200 644 Domésticos 8 - 4 Reformados, aposentados ou na reserva 2923 857 3151 Reformados, aposentados ou na reserva 1356 381 1376 Incapacitados permanen. para o trabalho 290 84 227 Incapacitados permanen. para o trabalho 156 34 92 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

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Tabela 23: População empregada por sectores de actividade nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001

Concelho Prior Indicador Camarate Sacavém de Loures Velho

Total da população Empregada –HM 98785 9091 3396 8465

Total da população Empregada –H 53197 4918 1941 4576

População Empregada no Sector Primário (2001) 816 39 17 35

População Empregada no Sector Secundário (2001) 25731 2672 1178 2278

População Empregada no Sector terciário (2001) 72238 6380 2201 6152

População Empregada no Sector Primário (1991) 1226 22 6 20

População Empregada no Sector Secundário (1991) 30816 3570 731 2741

População Empregada no Sector terciário (1991) 65359 5979 1319 4836

Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Quanto aos sectores de actividade, a tabela 23 demonstra como o sector terciário tem um peso esmagador entre os residentes das três Freguesias, vendo a sua influência aumentar entre 1991 e 2001. O sector secundário, tão influente na história da Freguesia de Sacavém, vem perdendo gradualmente o seu peso, pois com o fechamento de diversas indústrias são cada vez menos o número de trabalhadores neste sector. O mesmo acontece com a Freguesia de Camarate que tem perdido quase totalmente o seu carácter rural, contando em 2001 com 39 trabalhadores no sector primário.

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Tabela 24: Situação na Profissão dos indivíduos das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001 Concelho Prior Indicador Camarate Sacavém de Loures Velho

População Empregada, segundo a Situação na 8782 762 228 689 Profissão (Empregador)

População Empregada, segundo a Situação na 4359 438 106 293 Profissão (Trabalhador por Conta Própria)

População Empregada, segundo a Situação na Profissão (Trabalhador Fam. não Remunerado) 279 18 4 15 População Empregada, segundo a Situação na Profissão (Trabalhador por Conta de Outrem) 84461 7781 3041 7396

População Empregada, segundo a Situação na Profissão (Outra Situação) 904 98 17 72

Total da população empregada 98785 9091 3396 8465 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

A esmagadora maioria da população empregada das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém trabalha por conta de outrem: em Camarate 85,6%; no Prior Velho 89,5%, e em Sacavém 87,4%. Assim, nas três Freguesias é relativamente baixo o valor de trabalhadores por conta própria e mesmo de empregadores. De qualquer forma, a Freguesia de Camarate apresenta um maior número de empregadores, o que demonstra uma maior vitalidade económica da Freguesia.

As três próximas tabelas dão-nos conta dos principais ramos de actividade da população das três freguesias, por sexo. Esta análise permite-nos perceber que as áreas de que se ocupam homens e mulheres, são muito coincidentes, nas três Freguesias. Os homens ocupam-se sobretudo de áreas como; a construção, o comércio a indústria e os transportes. As mulheres ocupam funções nas áreas: do comércio, actividades imobiliárias e serviços, principalmente na área social e educacional.

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Em Camarate é elevado o número de empregadas domésticas. Nas Freguesias do Prior Velho e Sacavém existem muitas mulheres que se ocupam do ramo comercial (lojistas). E é na Freguesia de Sacavém que mais mulheres se ocupam de ramos de actividade que carecem de mais qualificação: as áreas social e educacional.

Tabela 25:Cinco principais Ramos de Actividades Económica da população da Freguesia de Camarate, por sexo, em 2001 Ramo de actividade Nº de indivíduos Homens Construção 1179 Comércio p/grosso e a retalho/ reparação de automóveis 1072 Transportes, armazenagem e comunicações 542 Industrias transformadoras 377 Administração Pública, Defesa e Segurança Social 364 Obrigatória Mulheres Comércio p/grosso e a retalho/ reparação de automóveis 769 Empregadas domésticas 569 Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados 484 às Empresas Industrias transformadoras 469 Saúde e Acção Social 382 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

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Tabela 26:Cinco principais Ramos de Actividades Económica da população da freguesia do Prior Velho, por sexo, em 2001 Ramo de actividade Nº de indivíduos Homens Construção 710 Comércio p/grosso e a retalho/ reparação de 317 automóveis Industrias transformadoras 246 Transportes, armazenagem e comunicações 192 Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços 123 Prestados às Empresas Mulheres Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços 261 Prestados às Empresas Comércio p/grosso e a retalho/ reparação de 211 automóveis Alojamentos e restauração 164 Educação 106 Industrias transformadoras 171 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Tabela 27:Cinco principais Ramos de Actividades Económica da população da freguesia de Sacavém, por sexo, em 2001 Ramo de actividade Nº de indivíduos Homens Comércio p/grosso e a retalho/ reparação de 985 automóveis Construção 899 Transportes, armazenagem e comunicações 517 Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços 412 Prestados às Empresas Industrias transformadoras 392 Mulheres Comércio p/gr osso e a retalho/ reparação de 655 automóveis Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços 620 Prestados às Empresas Industrias transformadoras 460 Saúde e Acção Social 373 Educação 302 Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

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Desemprego11 Tabela 28: Evolução do desemprego de 2001 a 2005 Freguesias Nº de Nº de Nº de Nº de desempregados Nº de desempregados desempregados desempregados em 2004 desempregados em em 2001 em 2002 em 2003 Junho de 2005

Camarate 702 822 929 951 912 Prior Velho 285 293 325 327 296 Sacavém 856 1095 1088 945 894 Fonte: Instituto de Emprego e Formação Profissional, 2005

A tabela anterior mostra-nos como os anos de 2002 e de 2003 fizeram disparar o desemprego na Freguesia de Sacavém, e Camarate. Nesta última o desemprego continuou a crescer em 2004, baixando nos primeiros meses de 2005. Sacavém viu os seus valores de desemprego começarem a diminuir já em 2004. Na Freguesia do Prior Velho o maior crescimento deu-se em 2003, e também aqui, os primeiros meses de 2005 fizeram baixar um pouco a tendência de crescimento.

A caracterização actual do fenómeno do desemprego nas três Freguesias: Na Freguesia de Camarate: · O desemprego é maior entre os homens do que entre as mulheres; · A faixa etária que mais sente este problema situa-se entre os 25 e os 44 anos. Em termos etários resista-se também um aumento do desemprego para os maiores de 55 anos, e uma diminuição do desemprego dos menores de 25 anos; · A maioria dos desempregados espera um novo emprego; · É mais elevado o desemprego de longa duração (mais de 12 meses); · São os indivíduos com habilitações médias que têm maiores dificuldades em conseguir um emprego, principalmente os operários e artificies.

Na Freguesia do Prior Velho:

11 Para obter informação mais detalhada sobre a temática do desemprego, consulte o Anexo 1.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém · O desemprego feminino é mais elevado do que o masculino (embora actualmente esteja mais baixo do que nos anos anteriores); · Também nesta Freguesia o grupo etário mais afectado por este problema se situa entre os 25 e aos 44 anos, e em 2005 decresceram o nº de desempregados com mais de 55 anos; · A maioria das situações de desemprego são inferiores aos 12 meses; · A esmagadora maioria dos desempregados procura um novo emprego, sendo poucos os que procuram um primeiro emprego; · São os indivíduos com qualificação entre os 4 e os 6 anos que têm mais dificuldades em conseguir um emprego, diminuindo o desemprego para os mais qualificados, nomeadamente os indivíduos com formação superior, talvez esse facto explique que são os trabalhadores não qualificados o grupo profissional de onde vêem a maioria dos desempregados da Freguesia.

Na Freguesia de Sacavém: · O desemprego é mais elevado entre os homens; · A fatia que conta com um maior número dos desempregados situa-se entre os 25 e aos 44 anos. Mas nesta Freguesia é bastante elevado o número de pessoas com mais de 55 anos que se encontram desempregadas, provavelmente face à crescente alteração da estrutura económica da Freguesia que vê fecharem muitas indústrias, ficando muitos indivíduos, que sempre se ocuparam de tarefas fabris, sem preparação para enfrentar os novos desafios da tercierização da estrutura económica da Freguesia; · A maioria dos desempregados procura um novo emprego, embora sejam mais elevados os números do desemprego menor de 12 meses; · São as pessoas com qualificações médias que têm mais dificuldade em encontrar emprego e, como esperávamos, são os operários e artífices, e os profissionais não qualificados os grupos profissionais onde se regista maior desemprego.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 3.2 Estruturas Familiares

Tabela 29: Famílias clássicas e núcleos familiares, em 2001 Freguesias População Famílias Núcleos familiares % de núcleos familiares Residente Clássicas Residentes Residentes com filhos < de 6 anos Camarate 18821 6480 5569 17,7% Prior Velho 6683 2406 1855 23,2% Sacavém 17659 6564 5305 17,5% Concelho de 1999059 70949 59642 17,5% Loures Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

Tabela 30: Estruturas familiares nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001 Loures Camarate Prior Velho Sacavém Indicador (Concelho) 6480 2406 6564 Famílias Clássicas residentes 70949 915 492 1235 Famílias Clássicas com 1 pessoa 11349 1858 683 2024 Famílias Clássicas com 2 pessoas 20779 1832 582 1748 Famílias Clássicas com 3 pessoas 19514 1258 414 1059 Famílias Clássicas com 4 pessoas 13849 391 123 312 Famílias Clássicas com 5 pessoas 3545 131 56 103 Famílias Clássicas com 6 pessoas 1151 50 29 49 Famílias Clássicas com 7 pessoas 429 45 27 34 Famílias Clássicas com 8 e +pessoas 333 Fonte: DIG/CML, Censos 2001 As tabelas anteriores permitem-nos retirar algumas conclusões acerca das estruturas familiares das três Freguesias: na Freguesia de Camarate predominam famílias com 3 pessoas; nas Freguesias do Prior Velho e de Sacavém predominam famílias de 2 pessoas, embora seja elevado o nº de famílias de 3 e 4 pessoas; todas as Freguesias têm um razoável número de grandes famílias, ou seja, de famílias com 8 e mais pessoas.

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A tabela 29 mostra-nos que cerca de 17% das famílias residentes nas Freguesias de Camarate e Sacavém têm crianças menores de 6 anos, uma média idêntica à registada no Concelho. Na Freguesia do Prior Velho esse número é mais elevado, cerca de 23,2%.

Também a análise do número de famílias com pessoas idosas se torna essencial para perceber quantos idosos estão a viver sozinhos nas três freguesias. A tabela seguinte vem demonstrar que é mais elevado o número de mulheres com mais de 65 anos a viverem isoladas do que a mesma situação relativa aos homens. Estes valores eram já esperados uma vez que é mais elevada a viuvez feminina, em relação à masculina, nas três Freguesias. O número de mulheres com mais de 65 anos a viverem sozinhas é mais elevado na Freguesia de Sacavém.

Tabela 31: Composição das famílias dos residentes com pessoas com >65 anos, em 2001 Famílias com 1 Famílias com 1 Famílias com 2

pessoa, com mais pessoa com mais pessoas, ambas ou

Freguesias de 65 (H) de 65 anos -(M) uma delas com mais de 65 anos Camarate 85 286 653 Prior Velho 43 144 196 Sacavém 99 340 731 Concelho de 970 3392 7511 Loures Fonte: DIG/CML, Censos de 2001

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3.3. Imigração Tabela 32:População Estrangeira no Concelho de Loures e nas Freguesias, em 2001 Freguesia Total Pop. Portuguesa Pop. % Pop. Estrangeira Estrangeira na Freguesia Camarate 18 821 17 382 1 241 6,6 Prior Velho 6 683 5 293 1 268 14,9 Sacavém 17 659 14 963 2 626 19,0 Total Loures 199 059 183 209 13 430 6,8 Fonte: Observatório da Imigração /GARSE/CML, INE, Censos 2001

Gráfico 6: População Estrangeira do Concelho de Loures, em 2001

População Estrangeira, Concelho de Loures Sacavém Distribuição por freguesias (2001) Sto Ant. Cavaleiros Prior Velho 20,0 Camarate Unhos Apelação Portela S. João do Tojal Loures

% 10,0 Sta Iria da Azóia Moscavide S. Julião do Tojal Frielas Bobadela Sto Antão do Tojal 0,0 Lousa Freguesias1 Bucelas Fanhões

Fonte: Observatório da Imigração /GARSE/CML, INE, Censos 2001

A imigração é uma realidade no Concelho de Loures, segundo o observatório da imigração da Câmara Municipal de Loures (Gabinete de Assuntos Religiosos e Sociais

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Específicos) “(…) no Concelho de Loures, quase 7% da população detém nacionalidade estrangeira (excluindo-se os cidadãos com dupla nacionalidade, apátridas e outros casos). Grande parte da população estrangeira presente em Loures é de origem africana, com mais de 11 000 indivíduos, seguida pelos cidadãos oriundos do continente Europeu e Americano.” (Observatório da Imigração, GARSE/CML, 2004)

Sacavém é a Freguesia do Concelho de Loures com o maior número de população estrangeira, com mais de 2 000 indivíduos, seguido pela Freguesia de Santo António dos Cavaleiros. Camarate é, das três Freguesias em estudo neste documento, aquela que apresenta um valor mais baixo de imigrantes entre a sua população, cerca de 7% da população total, imigrante. A Freguesia do Prior Velho apresenta um número de imigrantes que ronda os 14% da sua população total do Concelho. Embora em posições diferentes, há que destacar que as três Freguesias estão entre as cinco freguesias do Concelho com um maior número de população imigrante.

Tabela 33: Estrangeiros nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, por Continente, em 2001 Freguesias Total da Portugueses Estrangeiros Europa África Ásia população Camarate 18821 17382 1241 93 1002 51 Prior 6683 5293 1268 25 1219 5 Velho Sacavém 17659 14863 2626 58 2497 34 Concelho 199059 183209 13430 985 11013 498 de Loures Fonte: Observatório da Imigração /GARSE/CML, INE, Censos 2001

O Continente Africano é o continente de proveniência da grande maioria da população imigrante das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém. Nas Freguesias de Camarate e Sacavém, a população imigrante tem origem em Angola, na Freguesia do Prior Velho predominam os imigrantes guinienses. Cabo Verde é

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém também um país de forte proveniência dos imigrantes nas três Freguesias, como nos mostra a tabela seguinte.

Tabela 34: Indivíduos provenientes do Continente Africano nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001 Freguesias Continente Angola Cabo Verde Guiné- São Outros africano Bissau Tomé países africanos Camarate 1002 285 280 104 294 39 Prior Velho 1219 142 477 506 83 11 Sacavém 2497 852 395 406 817 27 Fonte: Observatório da Imigração /GARSE/CML, INE, Censos 2001

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Parte II- Habitação

Introdução e constrangimentos A deslocação de população de várias zonas do País para as proximidades das cidades, em particular a Lisboa, na procura de melhores condições de vida, sobretudo a partir dos anos 60 e no pós 25 de Abril, aliada ao processo de descolonização, na sequência do qual se observou a vinda de milhares de residentes das ex-colónias para Portugal, explicam em grande medida o surgimento de concentração de habitações de carácter clandestino e estruturalmente precárias, nos Concelhos próximos de Lisboa. Estes movimentos deram-se a alta velocidade, pelo que não houve tempo, para que se pudesse encontrar respostas estatais, a nível habitacional suficientes, surgindo núcleos habitacionais miseráveis. (Estudo Sociológico da População Residente em Núcleos PER, DMH/CML, 2005)

Esta é uma realidade do Concelho de Loures que está bem patente nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, por esse facto, esta parte do presente documento vai focar aquela que poderemos considerar como a área estrutural do Diagnóstico Social das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém – a área da habitação.

As razões pelas quais esta área é tão fundamental para as três Freguesias são um pouco distintas, principalmente entre a Freguesia de Camarate e as restantes, no entanto têm em comum o facto das questões da habitação estarem intimamente ligadas a focos de pobreza e exclusão social. Na Freguesia de Camarate o tema da habitação torna-se ainda mais fulcral porque, para além de uma vasta área de barracas e a existência de bairros de realojamentos, existem, na Freguesia, cerca de 26 áreas urbanas de génese ilegal, uma situação complexa e difícil solução, como veremos mais à frente. No Prior Velho existe um bairro de barracas, uma urbanização de realojamento e um fenómeno distinto, fruto da história da Freguesia, e para o qual devemos estar atentos, face à sua especificidade de habitação e à sua degradação – que são as vilas.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Em Sacavém também existem “vilas”, e existe uma urbanização de realojamento bem conhecida pelos problemas sociais que encerra – a Urbanização Terraços da Ponte (antiga Quinta do Mocho).

Por ter uma relação intimamente ligada ao espaço, e o uso que dele se faz, e por ser um dos principais indicadores da exclusão em que muitos destes espaços vivem, a segurança, ou a falta dela, torna-se uma temática intimamente relacionada com a questão da habitação. Por essa razão, esta vai ser uma temática também abordada nesta parte do documento.

Assim, este capítulo irá então dividir-se da seguinte forma: · As Áreas Urbanas de Génese Ilegal, uma realidade fulcral em Camarate; · A caracterização sócio -demográfica e a dinâmica social dos bairros camarários das Frês freguesias; · A caracterização sócio-demográfica e a dinâmica social dos bairros de barracas das Freguesias de Camarate e Prior Velho; · As “vilas” um fenómeno habitacional das Freguesias de Sacavém e Prior Velho; · A realidade do mercado de arrendamento nas três Freguesias, uma fenómeno que vem trazer novos problemas sociais e estas Freguesias; · A relação entre a habitação e a segurança ou “insegurança”

A exposição que iremos fazer de seguida resulta de um conjunto de pesquisas: · Na Câmara Municipal de Loures, com entrevistas exploratórias a técnicos das seguintes áreas: Divisão Municipal da Habitação e os seus Gabinetes de Intervenção Local, nomeadamente no Prior Velho e na Apelação; Divisão de Planeamento e Urbanismo; Direcção de Projectos das Áreas Urbanas de Génese Ilegal; e o Observatório da Segurança de Loures; · Análise documental de documentação fornecida pelos departamentos autárquicos acima referidos, e outros, nomeadamente o Plano Director Municipal de Loures; · Visitas às Freguesias para poder descortinar a realidade que se esconde por detrás dos números.

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Constrangimentos Em relação à visita às Freguesias há a lamentar o facto de não ter sido possível ao Sr. Presidente de Camarate guiar-nos uma visita pela sua freguesia, tal como foi feito em Sacavém e no Prior Velho. Um outro constrangimento prende-se com a dispersão da informação, nomeadamente dentro da Câmara Municipal de Loures, que se regista em todas as áreas temáticas, mas com tantos bairros para analisar tornou a tarefa de caracterização habitacional destas Freguesias, um autêntico puzzle para montar. Este constrangimento resista-se quando a informação existe, o que não acontece para todos os Bairros, neste caso lamentamos não ter informação sobre: o Bairro da Torre (bairro de Barracas de Camarate); o Bairro Car (Bairro PER de Camarate) e os bairros de génese ilegal em Camarate. Em relação às questões da segurança lamentamos não ter acesso a dados da PSP sobre a insegurança no Concelho, por serem confidenciais: Assim, a análise aqui exposta conta apenas com os dados do Observatório da Segurança de Loures que nos dão a visão daquilo que pensa a população do Concelho sobre esta temática.

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1.Paisagem habitacional das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Tabela 1: Paisagem habitacional das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Freguesias Bairros PER Bairros de Bairros de Génese Ilegal Outras situações Barracas Camarate Bº. de Sto. Bº. da Torre; Bº. de Angola; António; Bº. Quinta das Bº. do Azougue; Bº. Car Mós; Bº. da Boavista; Quinta do Serrado; Bº. da Bogalheira; Núcleo do Talude Bº. Campo do Rio; Militar Bº. Casal dos Cucos; Fetais de Baixo; Fetais de Cima; Fonte da Pipa; Bº. do Grilo; Bº. Maria Júlia Carvalho; Bº. Matos Pequenos; Bº. Mira Loures; Bº. Palmares; Bº. Quinta da Várzea; Bº. Quinta de Marvila; Quinta de S. João das Areias; Quinta de Santa Rosa; Quinta de Santo António; Quinta do Guarda –Mor; Quinta do Paraíso; Bº. S. Benedito; Bº. S. João; Bº. S. José; Bº. de Santiago; B. de S. Pedro; Bº. Sol Avesso;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Bº. Sousas; Zona antiga dos Fetais; Prior Velho Urbanização da Quinta da Serra Vilas Quinta das Pretas Sacavém Urbanização Vilas Terraços da Ponte

A tabela anterior dá-nos uma visão da estrutura física das três Freguesias na questão habitacional: Sacavém tem um bairro camarário e “vilas” distribuídas pela parte mais antiga da Freguesia; o Prior Velho tem uma zona de barracas, um pequeno bairro camarário e uma grande fatia da Freguesia com “vilas”; e Camarate tem na habitação o seu principal problema, pois além de dois bairros camarários e quatro áreas de barracas, ter cerca de 26 áreas urbanas de génese ilegal. E é pela questão das áreas urbanas de génese ilegal que iremos começar a nossa análise da habitação nas três Freguesias.

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1.1 Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI) em Camarate Segundo o Plano de Urbanização de Camarate, na Freguesia de Camarate existem 26 áreas de génese ilegal inventariadas, que correspondem a 32% do território da Freguesia, e a 71% da população da sua população: Segundo o mesmo Plano, a legalização das AUGI da Freguesia envolveriam cerca de 15.000 habitantes, e um nº total de fogos de 6555.

Tabela 2: Síntese de dados relativos às AUGI da Freguesia de Camarate Indicadores Dados Área da freguesia 558ha População da freguesia 20800 hab Densidade populacional 37hab/há Percentagem de população em AUGI 71% Nº de fogos integrados em AUGI 5368f Nº de habitantes em AUGI 15030hab Área total incluída em AUGI 175.5ha Área de AUGI com propostas de recuperação 133ha Percentagem de área de AUGI com proposta de 76% recuperação Nº total de fogos programados em AUGI 6555f Acréscimo de fogos programados em AUGI 1288f Acréscimo de nº de habitantes 3607 hab Percentagem de acréscimo de população 24% Área de AUGI predominantemente industrial 42ha Área de AUGI irrecuperável 5ha Nº de fogos em AUGI irrecuperáveis 362f Área total a ceder para equipamentos 12 28ha Área total cedida para equipamentos13 14.5ha Fonte: Plano de Urbanização de Camarate (2003), DPU/CML

12 Apenas se refere a AUGI com propostas de recuperação. 13 Total das áreas cedidas em loteamento e previstas nas propostas de recuperação das AUGI

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Como vimos na primeira parte deste documento, a Freguesia de Camarate foi durante muitos anos, um espaço de quintas, o nascimento da génese ilegal em Camarate teve o seu boom de construção após o 25 de Abril, quando os proprietários destas quintas dividiram os seus terrenos e os venderam em parcelas. Quem comprou os terrenos achou que tinha o direito de construir, e fê-lo na ilegalidade. As conservatórias permitiram as vendas destes terrenos, provavelmente sem se aperceberem o que se estava a passar, e assim, o fenómeno avançou sem que a Câmara Municipal de Loures, na altura, agisse sobre esta realidade. A técnica da Câmara Municipal de Loures que acompanha os processos das áreas de génese ilegal da Freguesia de Camarate confessa que ainda hoje existem construções com estes mesmos problemas, e que muitas vezes a Câmara age decidindo por demolições e os processos vão para Tribunal. O que acaba por acontecer é que o Tribunal decide a favor dos proprietários, para que as pessoas não fiquem sem casa.

Recentemente a questão das AUGI reveste-se de uma maior complexidade pois os proprietários constroem anexos nas suas casas, alugam as casas a imigrantes, e os anexos são sub-alugados, uma questão que traz novos problemas sociais que serão analisados mais adiante. Resta destacar que o facto das casas estarem alugadas significa que já não são os seus proprietários quem lá vive, e isso diminui o seu interesse em resolver a situação de ilegalidade. Em Abril de 2005 a situação das AUGI era aquela que podemos ver na tabela seguinte.

Tabela 3: Situação processual das AUGI na Freguesia de Camarate, em 200514 Situação processual Nº de bairros nesta situação Manutenção temporária 6 Reformulação / elaboração 5 Inactivo 5 Aprovado estudo de ordenamento 5 Sem processo 5

14 Para ter uma visão mais global dos processos das AUGI consultar o Anexo 2.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Aceitação do ordenamento 2 Em apreciação final 2 Área não urbana 1 Fonte: Plano de Urbanização de Camarate, (2003) DPU/CML

O Plano de Urbanização de Camarate alerta para o facto da reconversão/legalização das Áreas Urbanas de Génese Ilegal no quadro jurídico do PDM (Plano Director Municipal) encontrar dificuldades decorrentes dos respectivos parâmetros de utilização do solo. “O preenchimento das malhas existentes atinge nalguns casos parâmetros quatro vezes superiores, com níveis de qualidade urbana deficientes do ponto de vista de ambiente urbano, segurança e salubridade, pelo que se torna necessária a adequação destes parâmetros, bem como a sua conjugação com factores de qualificação ambiental, como sejam a libertação de solo para espaços exteriores (públicos e semi-públicos), estacionamento e equipamentos.” (Plano de Urbanização de Camarate, 2003, CML)

Viver em áreas ilegais, provoca, só por si, sérios problemas aos moradores, que, mesmo que tenham construído uma boa casa, vivem sem infra-estruturas base, sem equipamentos sociais, e tudo stoi contribui para a degradação das suas condições de vida. È exemplo do que acabámos de dizer a situação do Bairro de Marvila. Este é um Bairro com cerca de 20 anos e conta com 16 fogos. Era uma antiga unidade agrícola, onde se semeava aveia e armazenava a farinha, por essa razão existem ainda muitas hortas, para além de oficinas e armazéns. Sobre este Bairro escreve um jornal regional “Os habitantes da Quinta da Marvila não parecem viver na Europa. Não têm água canalizada nem esgotos, as ruas são de terra batida, e a energia eléctrica é fornecida por um emaranhado de fios, que se balançam ao sabor do vento sobre os caminhos. “ (Tribuna de Loures, de 30 de Abril de 2005) E este é um exemplo que se repete um pouco por toda a Freguesia.

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Reconversão e legalização das AUGI Segundo a técnica da Câmara Municipal de Loures responsável pela questão das AUGI relativas à Freguesia de Camarate, existem dois motivos que se podem tornar obstáculo à legalização destas zonas: as condicionantes externas das quais é exemplo a proximidade do Aeroporto da Portela (que impõe limitações de altura na construção dos prédios); e as regras de propriedade, que são limites impostos pelo PDM. No caso de Camarate já se ultrapassou os índices de construção previstos nestes Plano e mesmo assim registam-se muitas carências de construção, quer para habitação, quer para equipamentos.

Depois de avaliadas as zonas AUGI, pode chegar-se à conclusão que são recuperáveis ou irrecuperáveis. Nos casos das AUGI irrecuperáveis, fica a incógnita sobre o que fazer com aquele espaço. Nos casos das AUGI recuperáveis a recuperação é feita pelos proprietários.15 De acordo com a lei os proprietários têm que fazer cedências de parte destes terrenos para equipamentos públicos, mas face à lotação que o terreno já tem o que acontece é que em muitos dos casos essas cedências não podem ser feitas, e aí os proprietários são obrigados a pagar uma indemnização à Câmara Municipal de Loures (a indemnização é tabelada no Regulamento de Taxas do Município).

O grande problema de todo este processo coloca-se pelo facto da legalização ter custos muito elevados, que têm de ser suportados pelos proprietários, o que face à realidade social da Freguesia de Camarate se torna uma questão difícil de ultrapassar, assim os

15 Ao abrigo da lei 91/95 de 2 de Setembro de 1995, que legaliza os licenciamentos. Os proprietários têm uma função vital na legalização da sua propriedade, organizam-se em Comissões de administração conjunta, e são eles que têm que contratar a equipa técnica para o projecto de legalização: juristas, engenheiros, arquitectos, advogados, etc. O projecto, depois de concebido, tem que ser aprovado em reunião de Câmara, e os proprietários ficam assim com uma licença condicionada, essa licença determina as regras para os espaços públicos e privados da área a legalizar, e é uma aprovação para o início das obras (nas obras a Câmara Municipal fornece matérias, consoante o orçamento em causa). Quando as obras estão prontos é que é emitido o alvará.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém processos arrastam-se no tempo. A técnica que trabalha com estes projectos confessa que estes casos dificilmente chegam a uma solução final porque os proprietários não têm dinheiro para levar o processo até ao fim, “em alguns casos os Bairros já têm alvará e as pessoas não vêem tirar as licenças de construção porque não têm dinheiro para as tirar, e a Câmara acaba por ter de coagir as pessoas a pagar as licenças” (Entrevista Exploratória à Técnica responsável pelas AUGI de Camarate/Câmara Municipal de Loures)

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 1.2. Os Bairros PER16

Como vimos anteriormente, na Freguesia de Camarate existem 2 Bairros PER: o Bairro de Sto. António e o Bairro CAR (existindo informação de caracterização da população apenas relativa ao Bairro de Sto. António). Tanto a Freguesia do Prior Velho como a Freguesia de Sacavém têm apenas um Bairro PER, no Prior Velho é a Urbanização da Quinta das Pretas e em Sacavém é a Urbanização Terraços da Ponte (antiga Quinta do Mocho).

Sobre o Bairro Car (Camarate) não existe informação trabalhada porque este Bairro pertencia ao IGHAP e foi entregue à Câmara Municipal de Loures em Março de 2002. A única informação disponibilizada pelo Gabinete de Intervenção Local (DMH/CML) ao qual pertence este bairro refere-se ao nº de fogos existentes nesta área, são 145 fogos, com casas arrendadas e outras em propriedade resolúvel (adquiridas pelas famílias que vivem nestas casas). Para a Divisão Municipal da Habitação da Câmara Municipal de Loures “este não é um dos Bairros mais problemáticos da Freguesia, embora se detectem problemas pontuais, normalmente associados a casas que estão abandonadas, outras que são ocupadas, outras com processos de rendas em atraso” (Entrevista Exploratória às Técnicas do Gabinete de Intervenção Local da Apelação, DMH/CML). Segundo as técnicas, devido ao pouco tempo decorrente desde que a Câmara Municipal de Loures tem a responsabilidade deste bairro, ainda não foi possível realizar estudos que apontem para um diagnóstico dos problemas do Bairro. As técnicas da Segurança Social que acompanham este Bairro apenas identificam que existem casas divididas por muitas famílias, casas às quais se vão acrescentando anexos, e que isso pode causar problemas relacionados com a sobrelotação de casas sem condições de habitabilidade para tal.

16 Plano Especial de Realojamento.

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1.2.1. Caracterização Física dos Bairros PER O realojamento do Bairro de Sto. António (Freguesia de Camarate) efectuou-se no ano 2000, sendo os agregados familiares provenientes do Núcleo 10, antigo Bairro de Sto. António. No novo bairro existem 72 fogos, distribuídos por 6 lotes. Equipamentos e Serviços situados no bairro: · Associação Desportiva Leões de Sto. António; · Escola 1ª Ciclo do Ensino Básico; · Jardim de Infância /ATL; · Ludoteca do Centro Nuno Álvares Pereira

A Urbanização da Quinta das Pretas (Freguesia do Prior Velho) é constituída por 58 fogos, com famílias provenientes de diversos locais: Núcleos da Quinta da Serra e do Figo Maduro (Freguesia do Prior Velho), da Quinta do Galeão e Bairro da Torre (Freguesia de Camarate).

A Urbanização Terraços da Ponte (Freguesia de Sacavém) teve o seu processo de realojamento de 2000 a 2002, sendo as famílias realojadas provenientes do antigo bairro de barracas da Quinta do Mocho. Esta urbanização é constituída por 680 fogos, distribuídos por 91 lotes da seguinte forma: 615 são fogos familiares; 215 são quartos em unidades residenciais. Equipamentos e Serviços situados no bairro: · Associação de Jovens de Intervenção Multicultural (AJIM); · Associação de Promotores de Saúde, Ambiente e Desenvolvimento (PROSAUDESC); · UJAP (União de Juventude Angolana em Portugal); · Associação Unida e Cultural da Quinta do Mocho; · Associação Internacional dos Angolares (AIA); · Creche /ATL da Associação Pomba da Paz; · Creche “Crescer Saudável” da Cooperativa Sócio-Educativa para o Desenvolvimento Comunitário; · 1 Polidesportivo;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém · 4 Parques Infantis; · 2 Espaços Juvenis; · 1 Espaço de Culto (com duas áreas distintas: cristã e muçulmana); · Apoio Domiciliário prestado pela PROSAUDESC · Programa Escolhas; · Casa da Cultura de Sacavém (GRASE/CML) · Gabinete de Intervenção Local (GIL/CML); · UNIVA; · Parceria de Intervenção Comunitária

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1.2.2. Caracterização Sócio-demográfica dos Bairros PER17

No Bairro de Sto. António residem um total de 246 indivíduos, dos quais 119 são mulheres e 127 são homens. Estes indivíduos estão distribuídos por 75 agregados familiares, a maioria destes agregados são constituídos por 4 pessoas (26 agregados). Quanto à nacionalidade, os habitantes do Bairro de Sto. António são maioritariamente portugueses – 227 indivíduos, sendo os restantes de origem africana.

A Urbanização da Quinta das Pretas tinha, à data deste levantamento, 208 habitantes: 112 mulheres e 96 homens. Estes indivíduos constituem 56 agregados, 21 deles com 5 e 6 pessoas, como é possível ver na tabela 5. São portanto famílias maiores daquelas que encontramos no Bairro de Sto. António. Quanto às nacionalidades dos indivíduos do Bairro da Quinta das Pretas, é uma situação em tudo semelhante à do Bairro de Sto. António, pois 51 dos 56 agregados familiares são de nacionalidade portuguesa, e 193 dos 208 indivíduos também. Sendo os restantes oriundos de países africanos.

A Urbanização Terraços da Ponte é um Bairro diferente dos outros bairros que tivemos a falar, desde logo porque tem 2556 habitantes, divididos em 621 agregados familiares. Dos quais 1324 são mulheres e 1232 são homens. A constituição dos agregados familiares é dispersa, pois embora se verifique, também neste Bairro, que predominam as famílias de 4 indivíduos, o facto é que podemos dividir os agregados familiares em 2 grupos – os até 4 indivíduos e os 5 ou mais indivíduos. Famílias que têm até 4individuos são 230, e as famílias com 5 ou mais indivíduos são 238. Portanto estamos perante uma população com famílias numerosas. Uma outra grande diferença está na origem da população do Bairro, pois na sua grande maioria os habitantes do bairro têm nacionalidade de países africanos, como podemos ver na tabela seguinte:

17 Para ter acesso aos dados mais específicos de caracterização da população destes bairros consulte o Anexo 3.

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Tabela 4: Nacionalidade dos Agregados Familiares e Indivíduos da Urbanização Terraços da Ponte (2003) Nacionalidade Agregados Indivíduos familiares Angolana 197 686 Cabo Verdiana 96 279 Guiniense 77 244 Moçambicana 1 6 Portuguesa 77 668 S. Tomense 172 658 Outros países da Comunidade 0 3 Europeia Outros países fora da comunidade 1 8 europeia Outros casos 4 Total 621 2555 Fonte: Divisão Municipal da Habitação, Câmara Municipal de Loures, 2003

Tabela 5: Agregados Familiares que vivem em Bairros PER segundo o número de indivíduos que o compõem, por freguesia (2003)

Agregados familiares Indivíduos 10 ou 1 2 3 4 5 6 7 8 9 mais Camarate 13 12 14 26 4 3 2 - - 1 Prior Velho 8 8 8 10 14 7 - 1 - Sacavém 16 88 134 153 107 71 34 12 5 1 Fonte: Divisão Municipal da Habitação, Câmara Municipal de Loures, 2003 In: Pré-diagnóstico Social de Loures, 2004

Idade A população do Bairro de Sto. António é muito jovem, dos 246 indivíduos, 67 têm até 14 anos, entre os 15 e os 24 anos temos 51 indivíduos. A população que poderemos considerar estar no grosso da idade adulta (entre os 25 aos 64 anos) é de 112 pessoas, quanto à população mais envelhecida com 65 e mais anos existem apenas 16 indivíduos.

Quanto às idades dos indivíduos da população da Urbanização da Quintas das Pretas, estamos perante uma população maioritariamente adulta, pois 133 dos 208 habitantes do

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Bairro têm entre 25 e os 64 anos. Até aos 14 anos temos 54 indivíduos, no escalão entre os15 aos 24 anos estão 29 indivíduos, e com mais de 65 anos estão 21 indivíduos.

O gráfico de barras que se segue mostra-nos claramente que também a população da Urbanização Terraços da Ponte é muito jovem, e de facto dos 2556, existem dados de 2518 habitantes do Bairro. Destes 962 indivíduos têm até aos 14 anos; dos 14 aos 24 anos estão 451 indivíduos; a maior fatia situa-se entre os 25 e os 64 anos onde encontramos 1092 indivíduos, e com mais de 65 anos temos 49 indivíduos.

Gráfico 1: Indivíduos a viverem em Bairros PER segundo o escalão etário, por freguesia (2003)

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Unhos Portela Loures LOURES Sacavém Apelação Camarate Sto. Ant. Cavaleiros Prior Velho 0 aos 14 anos 15 aos 24 anos 25 aos 64 anos 65 ou mais anos Fonte: GIL's/DMH/CML - Gabinetes de Intervenção Local da Divisão Municipal de Habitação

In: Pré-diagnóstico Social de Loures, 2004

Rendimento e meio de vida

Como nos mostra a tabela seguinte, a grande maioria dos agregados familiares (42 dos 75 agregados familiares) e indivíduos (231 dos 246 indivíduos) do Bairro de Sto. António recebe até 534,9€ mensais.

Na Urbanização da Quinta da Pretas a situação é semelhante ao Bairro de Sto. António, pois 34 dos 56 agregados familiares auferem rendimentos mensais até aos 534,9€, e 176 dos 208 indivíduos auferem um rendimento inferior aos 356,5€.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Para analisar o rendimento da população da Urbanização Terraços da Ponte, podemos dividir a população em dois grupos: os agregados e indivíduos que auferem até 534,9€ e os que auferem mais de 534,9€. No primeiro grupo estão 356 agregados familiares e 2473 indivíduos, no segundo grupo estão 258 agregados familiares e 86 indivíduos.

Tabela 6: Rendimentos dos Indivíduos e dos Agregados Familiares residentes nos Bairros PER (2003)

Rendimentos mensais 891,5 - <356,5€ 356,5 - 534,9€ 534,9 - 713,2€ 713,2 - 891,5€ >1.069,8€ 1.069,8€ Agreg. Indiv. Agreg. Indiv. Agreg. Indiv. Agreg. Indiv. Agreg. Indiv. Agreg. Indiv.

LOURES 888 6976 553 831 280 126 179 31 65 4 55 7 Camarate 24 198 18 33 7 8 17 6 5 1 4 - Prior Velho 18 176 16 24 8 5 10 2 2 1 2 - Sacavém 158 2069 205 404 122 62 67 13 36 2 33 6 Fonte: Divisão Municipal de Habitação, CML, 2003 In Pré-diagnóstico Social de Loures, 2004

Quanto ao principal meio de vida da população, a situação é um pouco distinta nos três Bairros. No Bairro de Sto. António, a população empregada ocupa-se sobretudo de actividades ligadas ao comércio e serviços. Na Urbanização da Quinta das Pretas a maioria da população empregada são operários não qualificados e empregados de limpeza. A Urbanização Terraços da Ponte desta-se desde logo, pelo facto de existirem mais categorias profissionais entre a população empregada, e pelo facto de, algumas delas, implicarem uma formação superior, como é o caso dos profissionais intelectuais e liberais. 18 Mesmo com profissionais mais qualificados, a profissão que ocupa grande parte da população deste Bairro é a construção civil, como podemos ver na tabela seguinte.

18 Lamentamos que não nos tenha sido possível ter acesso a dados sobre as habilitações literárias da população destes bairros, pois seriam dados interessantes para cruzar com a questão profissional aqui analisada. Apenas um estudo da DMH, com uma amostra de 242 indivíduos, que revela que o 3º ciclo do ensino básico é o grau de ensino com maior relevância entre a população deste bairro, ao contrário do que acontece nos outros bairros PER. (Estudo Sociológico da População Residente em Bairros Municipais/DMH, 2004)

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Sobre este Bairro há ainda a destacar o grande nº de estudantes, menores de 14 anos e desocupados. Se somarmos a estes o nº dos desempregados, reformados, domésticas e pessoas com ocupação desconhecida, temos um total de 1584 pessoas sem qualquer tipo de rendimento.

Tabela 7: Meio de vida dos indivíduos residentes nos Bairros PER (2003) Meio de vida Camarate Prior Velho Sacavém Desempregado 11 16 139 Reformado 24 27 40 Doméstica 10 9 139 Estudante/< de 14 anos/sem ocupação 91 75 1296 Ocupação desconhecida 21 26 109 Vendedores e profissionais de serviços 34 9 38 Serralheiros/carpinteiros e outros operários 23 7 42 qualificados Profissionais Intelectuais e liberais 10 Profissões técnicas e de Aplicação 19 Operários fabris e trabalhadores da construção civil 399 Operários não qualificados e empregados de 26 33 315 limpeza Fonte: Divisão Municipal da Habitação, Câmara Municipal de Loures, 2003 In: Pré-diagnóstico Social de Loures, 2004

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1.2.3. Dinâmica Social dos Bairros PER Um estudo recente realizado pela Divisão Municipal da Habitação da Câmara Municipal de Loures sobre a satisfação da população residente em Bairros Municipais mostra-nos a forma como a população se relaciona com o seu espaço habitacional, o que nos permite conhecer traços gerais acerca da dinâmica social destes bairros.

Bairro de Sto. António Os habitantes do Bairro de Sto. António revelam sentir falta de espaços verdes, pois este é o equipamento a que atribuem maior importância. No lado inverso estão equipamentos como creches, jardins de infância e ATL’s, talvez pelo facto destes equipamentos existirem no Bairro e os habitantes não sentindo falta dos mesmos não lhes dão tanta importância. A população revela-se satisfeita com os factores gerais do Bairro, sendo a vizinhança o factor que mais a agrada, o que pode ficar a dever-se ao facto do processo de realojamento ter mantido a população do antigo para o novo bairro. O estudo de satisfação da população refere a importância da questão do realojamento na manutenção das rotinas diárias dos habitantes do Bairro “Esta avaliação pode estar relacionada com a apreciação dos vários aspectos referidos, mas também com o facto do local escolhido para a construção da nova urbanização não ser muito distante do anterior núcleo de barracas, sendo que as rotinas diárias desta população não foram muito afectadas com o realojamento”. (Estudo da População Residente em Bairros Municipais, DMH/CML, 2004)

Sociabilidades A constituição deste bairro resultou de um processo de migração, pois estas famílias são na maior parte alentejanas, com uma forte relação de sociabilidade entre si. O processo de realojamento deste bairro tentou tirar proveito dos laços que esta população tinha já construído entre si, e que são uma potencialidade para o bom funcionamento do dia a dia do Bairro e dos vários problemas que surgem. Segundo as técnicas da DMH que acompanham este bairro, esta é uma população com um forte sentimento de pertença ao bairro, e com uma grande capacidade de mobilização. Segundo as técnicas, existem no Bairro uma comissão de festas e uma

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém associação de moradores muito dinâmicas, e reivindicativas, que têm sido a grande mais valia para a resolução dos problemas do Bairro. O forte espírito associativo potencia a existência de líderes do Bairro que facilitam a resolução de conflitos entre a população e entre esta e as autoridades locais. (Entrevista Exploratória às Técnicas da DMH/GIL da Apelação) Há também que realçar que este Bairro tem uma parte de habitação de auto-construção apoiada, o que significa que as famílias construíram as suas próprias casas com o apoio da Câmara, e nestes casos as famílias ficaram com casa própria, ganhando um forte sentimento de pertença a esta, isto para além de terem ficado sem despesas de arrendamento.

O facto do Bairro ser o produto de um anterior bairro de barracas, permite que os habitantes afirmem que se conhecem bem entre si e que isso favoreceu a sua adaptação ao contexto residencial actual. As relações de amizade estão já cimentadas no interior deste espaço, estudo da satisfação dos habitantes mostra que para a maioria dos habitantes os seus amigos e família se situam no Bairro.

Ver televisão é a prática cultural que mais ocupa os habitantes deste bairro, contrastando com a leitura de livros, a frequência de colectividades ou associações locais, e as práticas religiosas, que são as actividades que mais indivíduos consideram nunca ter. Os tempos livres da população do Bairro são passados, na sua maioria, em cafés e pastelarias ou em casa dos vizinhos.

Os habitantes deste Bairro consideram que as associações são importantes na melhoria das condições de vida da população do Bairro, mas poucos são aqueles que pertencem ou afirmam gostar de pertencer a uma associação. Sendo as associações de moradores ou de pais aquelas que reúnem mais adeptos.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Conflitualidades O álcool parece ser o elemento que causa maiores problemas entre a população, quer as técnicas da Segurança Social, que acompanham o Bairro, quer as técnicas da Divisão Municipal da Habitação/CML, confirmam que este é um facto de pequenos conflitos entre os vizinhos, sendo os cafés o local mais propício a desacatos. De qualquer forma o estudo de satisfação dos habitantes do Bairro demonstra que se sentem seguros em ambos os períodos do dia, pois cerca de 79,6% da população o afirma claramente. Mais uma vez aqui o processo de realojamento pode ser um factor facilitador nas relações de confiança entre os habitantes, pelo facto dos habitantes do Bairro já se conhecerem há muito tempo.

Urbanização da Quinta das Pretas O estudo de satisfação dos habitantes desta urbanização revela que, tal como no Bairro de Sto. António, voltam a ser os espaços verdes aquilo a que os habitantes atribuem maior importância no seu espaço habitacional, talvez pela falta destes na Freguesia (lembramos que existe apenas um pequeno jardim fechado dentro da Freguesia do Prior Velho). Os habitantes desta Urbanização têm dela uma imagem, de um modo geral, positiva, principalmente pela sua localização, pois a Urbanização encontra-se no centro da Freguesia, junto a urbanizações recentes.

Sociabilidades O estudo de satisfação da população, mostra que 54,2% dos inquiridos da Urbanização da Quinta da Pretas afirma conhecer muita gente no Bairro, embora aqui as relações sejam diferentes das do Bairro de Sto. António, pois a maioria dos familiares e amigos dos habitantes da Urbanização, não estão na Urbanização, mas noutros bairros do Concelho (provavelmente nos locais de onde são provenientes os habitantes da Urbanização). Também aqui as relações mais próximas estão entre os vizinhos do mesmo lote. Talvez o facto de existirem menores relações de amizade entre os habitantes da Urbanização possa explicar o facto destes afirmarem raramente receber amigos em casa. A casa não é portanto o principal espaço das reacções de sociabilidade entre a vizinhança, mas sim a rua, que é eleito para ocupação dos tempos livres.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém De entre as práticas culturais destes habitantes, também aqui “ver televisão” é a prática mais comum, e ler livros ou frequentar colectividades ou associações locais, as menos praticadas. Também aqui não é forte o associativismo, no entanto é mais elevado o nº de pessoas que afirma gostar de vir a pertencer a uma associação de moradores. Considerando que o associativismo e importante como meio de dinamização dos tempos livres.

Conflitualidades Os conflitos parecem não ser muito frequentes na Urbanização, segundo o sentimento dos seus habitantes, embora os jovens sejam apontados como o grupo de “geradores de conflito”, isto devido à proximidade ao bairro de barracas da Quinta da Serra “(…) sendo atribuída a responsabilidade não tanto aos residentes nestes lotes mas aos grupos de jovens que se juntam no bairro de barracas da Quinta da Serra” (Estudo da População Residente em Bairros Municipais, DMH/CML, 2004) De facto, este mesmo estudo mostra que as pessoas do bairro de barracas, como um todo, não são vistas como uma ameaça, mas apenas os jovens. Mesmo assim o principal local de conflitualidades, segundo os habitantes da Urbanização da Quinta das Pretas, não é o seu próprio Bairro, mas o bairro de barracas da Quinta da Serra. E talvez por esse facto os habitantes da Urbanização se revelem sentir inseguros, principalmente à noite. A principal razão de insegurança apontada é a ausência de policiamento, face à ameaça dos jovens do bairro de barracas, como consequência desta insegurança, os habitantes da Urbanização dizem evitar sair de casa à noite.

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Urbanização Terraços da Ponte Nesta urbanização estão presentes uma maior quantidade de serviços (alguns deles prestados pelas associações locais) do que nos restantes bairros camarários analisados. Mesmo assim, são os habitantes da Urbanização Terraços da Ponte que demonstram ter uma maior percepção das necessidades básicas para o modo de vida urbano, e reconhecem a importância das infra-estruturas que permitem uma melhor qualidade de vida, da mesma forma que demonstram conseguir estabelecer as suas prioridades face às carências existentes no novo Bairro. Para os habitantes desta Urbanização os equipamentos mais importantes são todos aqueles que estão ligados à área da saúde (centro de saúde, hospital farmácia), à área da educação (escolas) e ao apoio a idosos (centro de dia). Como menos importantes ficam as questões de arruamentos, iluminação e recolha de lixos.

Um dos equipamentos que os habitantes da Urbanização Terraços da Ponte mais reclamam para o Bairro, é uma Esquadra da PSP e/ou policiamento regular. Esta necessidade tem uma ligação directa com o principal problema do Bairro, a insegurança e a conflitualidade vividas no seu interior.

Sociabilidades As relações entre a vizinhança são tidas como “relações de cordialidade”, sendo as relações, também nesta Urbanização, centradas no conhecimento dos antigos vizinhos do bairro de barracas, como nos refere o estudo sobre a satisfação dos habitantes “A composição da rede de sociabilidades para a maioria da população residente no Bairro da Quinta do Mocho [Urbanização Terraços da Ponte] é centrada no local de residência e pouco diversificada, mantendo preferencialmente os familiares e os vizinhos, do antigo bairro como parceiros, revelando assim, alguma incapacidade de constituir outras redes de amizade e convívio quer com novos vizinhos quer com outros actores sociais fora do contexto residencial. Deste modo o Bairro surge como referência identitária quase exclusiva de estruturação dos modos de vida desta população.” (idem)

O lugar da sociabilidade e de convívio é a praceta, o lote, a rua, a casa dos vizinhos.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém O próprio Gabinete de Intervenção Comunitária da Urbanização Terraços da Ponte afira que é muito comum, ao final do dia, as pracetas e ruas estarem cheias de homens, mulheres e crianças, que se juntam para conversar, e ter práticas muito comuns entre a população africana como, “(…) partilha e confecção de alimentos (…) à pratica de secagem e venda de peixe ou outro género alimentício, à troca de opiniões sobre pequenos arranjos mecânicos junto dos automóveis, acompanhados muitas vezes de música e bebidas álcoolicas.” (idem) Estas práticas demonstram que o espaço público é utilizado como o prolongamento do espaço doméstico. Segundo o mesmo estudo, “Esta apropriação limitada dos espaços públicos converte alguns deles, como é o caso dos cafés na Quinta do Mocho [Urbanização Terraços da Ponte], em objecto de uma utilização inadequada, associada a práticas de marginalidade e vandalismo, constituindo estes como principais locais de conflito, conotados negativamente e privados de uma ocupação quotidiana de sociabilidades e de lazer.” (idem)

Este fechamento da Urbanização sobre si própria é também fruto da localização da mesma, pois esta está situada longe do centro de Sacavém. 19

Quanto às práticas culturais da população desta urbanização, elas não são muito distintas daquelas que encontramos nos restantes bairros PER, pois centram-se nas actividades que se fazem no lar – ver televisão e ouvir música. Tal como aquelas que menos têm atenção por parte da população são semelhantes às dos restantes bairros analisados – frequentar colectividades e associações locais – mas a questão da leitura ainda que surja como uma actividade que os indivíduos fazem raramente, é mais frequente do que nos restantes bairros analisados.

Embora o Bairro tenha uma forte dinâmica associativa, os valores da participação nas associações não são muito altos, no entanto são maiores do que aqueles que verificamos nos restantes bairros analisados, nomeadamente no que respeita à participação em associações de carácter religioso, cultural e recreativo. É quase unânime a afirmação de

19 A questão geográfica carrega consigo todo um conjunto de outras questões que determinam o afastamento do Bairro face à Freguesia, de que é exemplo a relação entre as instituições da Freguesia de Sacavém e da Urbanização Terraços da Ponte, que não tinham (até chegar à Comissão Social de Freguesia) desenvolvido projectos em conjunto.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém que as associações são importantes para o bairro, principalmente porque “fortalecem a actividade comunitária” e porque “contribuem para melhorar as condições de vida “ (idem)

Conflitualidades A questão da conflitualidade é, de facto, a questão central deste Bairro, contrariamente aos habitantes dos restantes Bairros PER do Concelho de Loures, os habitantes da Urbanização Terraços da Ponte consideram que a actual urbanização é mais conflituosa do que o antigo bairro de barracas onde viviam. Os seus moradores apontam de graves e muito frequentes os incidentes ligados ao consumo de substâncias lícitas, em particular o álcool, que é vendido no próprio Bairro. Logo a seguir vêem os problemas relacionados com o consumo e venda de substâncias ilícitas como as drogas, e os desacatos entre a vizinhança. Segundo o estudo da satisfação dos habitantes do Bairro, “Embora camuflado, a visibilidade do tráfico e do consumo de substâncias aditivas é traduzido pelos actos de destruição dos espaços colectivos do Bairro, em particular, nalguns Lotes onde se pratica a venda/consumo de droga, onde há sinais evidentes da vandalização das portas de entrada, das campainhas e caixas de correio. A instabilidade nesta Urbanização é acentuada pela frequência de indivíduos exteriores à mesma que nela procuram tais substâncias.” (idem)

No que diz respeito às divergências entre a vizinhança, estas devem-se, na maior parte dos casos, às formas de apropriação e gestão diária dos espaços comuns dos Lotes, nomeadamente no que diz respeito aos hábitos de higiene, barulhos e falta de civismo dos habitantes.

Quanto aos geradores de conflitos, são apontados os jovens como “os desordeiros” do Bairro, aos quais estão associados os consumos de substâncias lícitas e ilícitas. 20 A rua e os cafés do bairro são, como vimos, os locais por excelência de encontro entre a população e, nomeadamente entre os jovens, sendo os locais onde provocam desacatos:

20 Importa referir que o consumo excessivo de álcool é uma prática comum entre a comunidade africana, a sua matriz cultural considera uma prática aceitável socialmente o facto dos jovens beberem, mas não considera o mesmo no que concerne aos comportamentos desviantes daí decorrentes.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém “Nestas zonas é característico, em determinados períodos do dia, a concentração de alguns indivíduos jovens que se apropriam do espaço exterior aos Lotes e ocupam o tempo livre, com práticas sociais inadequadas, com actividades abusivas, como o consumo de álcool, e acções de vandalismo do referido espaço.” (idem)

As discussões em Grupo de Trabalho para a área das crianças e jovens, no seio da Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, permitiram perceber que o abandono e absentismo escolar, a não integração profissional a inexistência de objectivos e projectos de vida são a tónica dominante do dia a dia de muitos destes jovens, que precocemente se autonomizam, enveredando cedo pela pequena criminalidade, geralmente actuando em grupos.

São os percursos a pé dentro da Urbanização que mais intimidam a população face à insegurança sentida, os comportamentos dos grupos de jovens, a existência de assaltos e roubos muito frequentes e a ausência de policiamento, são as principais razões apontadas para a insegurança no Bairro. Como consequência deste sentimento de insegurança, os habitantes evitam sair à noite. Como já foi referido o aumento do policiamento e/ou a maior proximidade de uma esquadra de polícia são a principais soluções apontadas pelos habitantes da Urbanização para fazer face à questão da insegurança, mas também a maior ocupação dos jovens parece ser uma importante medida a tomar neste sentido.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 1.3 Os Bairros de Barracas

Pelo facto de não nos ter sido possível ter acesso a dados de caracterização do total da população destes bairros, a informação que nos permite fazer uma caracterização da situação dos mesmos é retirada do “Estudo Sociológico da População Residente nos Núcleos PER” (DMH/CML, Maio de 2005), o qual caracteriza uma amostra da população dos bairros. Em relação ao Bairro da Torre, em Camarate, não existe qualquer estudo de caracterização (como referimos na introdução desta parte do documento).

Bairro da Quinta da Serra (Prior Velho) O Bairro da Quinta da Serra situa-se numa extremidade da Freguesia do Prior Velho, junto à estrada que conduz ao Parque das Nações, a Sacavém e a Moscavide.

Este Bairros teve o seu grande crescimento nos finais da década de 80 e início da década de 90. Nos últimos anos o crescimento do bairro fica a dever-se aos múltiplos nascimentos e constituição de agregados familiares próprios, por parte dos mais jovens, coabitando assim no bairros as primeiras, segundas e já terceiras gerações, naturais daquele local “(…) herdeiros de uma condição habitacional que foi de recurso para os seus progenitores, mas que acabou por se lhes apresentar como definitiva.” (“Estudo Sociológico da População Residente nos Núcleos PER”, DMH/CML, Maio de 2005)

Dados recolhidos pela DMH em 2003 e 2004 permitem concluir que o Bairro é constituído por 1559 indivíduos (em PER – ver tabela seguinte), distribuídos por 225 agregados familiares, sendo 997 os indivíduos que estão incluídos no Programa PER, e que portanto terão direito ao alojamento. A população que se fixou no Bairro é predominantemente oriunda dos PALOP’S21, fixando-se em zonas perto da capital em busca de melhores condições de vida. Os residentes neste bairro exercem sobretudo profissões não qualificadas (serviços domésticos ou de limpeza, serventes da construção civil), apresentando, por isso,

21 Países africanos de língua oficial portuguesa.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém orçamentos familiares bastante insuficientes para responder às suas necessidades habitacionais

Tabela 8: Dados gerais da população do Bairro da Quinta da Serra, em 2004 Dados da população da Quinta da Serra Nº Agregados PER22 225 Agregados não PER23 84 Indivíduos PER24 997 Indivíduos não PER25 862 Indivíduos do sexo feminino 951 Indivíduos do sexo masculino 607 Total de residentes 1559 Fonte: Gabinete de Intervenção Local do Prior Velho in Divulgação PER Famílias, 2005

O Estudo Sociológico da População Residente em Bairros PER realizado pelo DMH (acima referido) permite tirar algumas conclusões acerca da caracterização da população deste bairro26, que serão esquematizadas na tabela seguinte.

22 Agregados PER: entendidos como “todos os agregados que tenham pelo menos 1 elemento recenseado do PER em 1993, tendo que analisar-se cada situação de indivíduos não registados. (Considera-se como fazendo parte do agregados familiar, o conjunto de pessoas que com a referência familiar vivam, em comunhão de mesa e habitação, ligados por laços de parentesco, casamento, afinidade e adopção, ou outras situações es peciais.) ” COSTA, Cristina, Romeiras, Rita (2003), Relatório de Levantamento de Agregados -2003, Núcleo 5- Quinta da Vitória, Divisão Municipal da Habitação/ Câmara Municipal de Loures 23 Agregados NÃO PER: entendidos como “Todos os agregados residentes na Quinta da Vitória, em que nenhum dos elementos consta do recenseamento PER de 1993. Todos os agregados que tenham instalado no bairro após 1993.” (idem) 24 Indivíduos PER: entendidos como “Todos os indivíduos que se encontram registados no PER em 1993. Todos os indivíduos que por despacho superior foram incluídos no PER.” (idem) 25 Indivíduos NÃO PER: entendidos como “Todos os indivíduos que não foram recenseados em 1993, por não se encontrarem a residir na Quinta da Vitória, e que não reúnem condições para virem a ser excluídos. “ (idem) 26 Devendo estes dados ser interpretados como representantes de uma amostra da população e não extrapolados para o universo populacional.

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Tabela 9: Caracterização Social da população do Bairro da Quinta da Serra, em 2005 Caracterização da população do Bairro da Quinta da Serra - População jovem/adulta em idade activa - Naturalidade predominante: PALOP’S - Nacionalidade predominante: Portuguesa e Cabo Verdiana - Matriz cultural predominantemente africana - Baixos níveis de escolaridade: predomina o 1º Ciclo do Ensino Básico - Famílias numerosas: predominam as famílias com 5 elementos - Prevalência do estado civil de solteiro - Baixas qualificações profissionais: predominam os trabalhadores não qualificados e os operários, artífices e trabalhadores similares - Predominância da Religião Católica - Condição perante o trabalho: 38,2% dos inquiridos exercem trabalho; 30% são estudantes e 14,8% desempregados - Dos que exercem profissão predominam os trabalhadores por conta de outrem - Instabilidade na situação profissional: A maioria dos trabalhadores tem um “contrato a prazo” - O Principal local de trabalho é a área metropolitana de Lisboa - Precariedade das condições sócio-económicas: 45,1% da população inquirida ganha um vencimento <=365,60€ Estudo Sociológico da População Residente nos Núcleos PER” (DMH/CML, Maio de 2005)

Sociabilidades O Bairro foi criando a sua própria dinâmica, pois com o passar dos anos foram sendo criados pequenos serviços para os seus moradores do interior do próprio bairro, de que se são exemplo: mercearias, cafés/restaurantes, barbearias, cabeleireiros, e bares. Por outro lado, com o objectivo de melhorar a sua condição de vida o bairro organizou- se e criou a Associação Sócio Cultural da Quinta da Serra, único equipamento do Bairro.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Segundo os próprios moradores do Bairro, as suas relações baseiam-se na solidariedade e entreajuda, o que demonstra uma valorização do convívio e da amizade, principalmente entre os vizinhos que vivem na mesma rua. Tal como se verificava na população dos bairros PER, a população destes bairros de barracas assenta as suas práticas culturais em actividades do espaço doméstico, principalmente “ver televisão”, o que demonstra que com o realojamento as práticas culturais tendem a não sofrer alterações fortes. Em relação aos habitantes da Quinta da Serra é a prática de actividades desportivas que suscita menor interesse.

Em relação às expectativas face ao realojamento, gostaríamos apenas de destacar que os habitantes do Bairro da Quinta da Serra encaram o processo de realojamento como uma melhoria das suas condições de vida. Não gostavam de ser realojados noutro local e quase metade da população inquirida neste estudo levado a cabo pela DMH, está interessado em aderia a um PER famílias.

Conflitualidades Para os próprios moradores a imagem do Bairro está associada à marginalidade e à sujidade das ruas. Os principais problemas do Bairro passam pelos conflitos entre os jovens e os barulhos nocturnos (provavelmente associados aos conflitos relacionados com os jovens).

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Bairro da Quinta das Mós (Freguesia de Camarate) O Bairro da Quinta das Mós localiza-se perto do Bairros dos Fetais. É um Bairro que remonta às décadas de 60 e 70 (a maior parte das famílias ocupou este bairro entre 1960 e 1974) devido aos movimentos migratórios de zonas com construções abarracadas que foram sendo demolidas pela Câmara Municipal de Lisboa. A proximidade à cidade de Lisboa marcou assim a ocupação deste espaço com barracas. Em 1993, o PER assinalou a existência de 108 barracas, com os realojamentos pontuais que já se verificaram, actualmente existem 61 agregados familiares a viver no Bairro. Como na maioria dos bairros de barracas a autoconstrução faz com que o espaço só permita uma circulação pedonal, é o que acontece neste bairro. O espaço caracteriza-se também pela existência de diversos pátios, hortas e jardins. A maioria das habitações possui água, electricidade e rede de esgotos. Quanto às instalações sanitárias, em muitas casas estas situam-se em anexos à barraca, mas a maioria das casas possui esta divisão. A caracterização sócio-demográfica da população deste Bairro é a seguinte:

Tabela 10: Caracterização da população do Bairro da Quinta das Mós, em 2005 Caracterização da população do bairro da Quinta das Mós - A população é essencialmente jovem/adulta, predominando a faixa etária entre os 18-24 anos, mas com uma forte incidência de idosos - Naturalidade predominante: Concelho de Lisboa - Nacionalidade predominante: são na sua esmagadora maioria de portugueses - Matriz cultural predominante: branca - Preponderância da religião católica - Baixos níveis de escolaridade: predominância do 1º Ciclo do Ensino Básico, existindo uma grande fatia da população que não sabe ler nem escrever nem possui qualquer grau de ensino. - Existe um equilíbrio entre os estados civis casado e solteiro - Existe uma preponderância das famílias constituídas por 2 elementos, provavelmente devido ao grande nº de idosos - Baixas qualificações profissionais: 50% da população activa são trabalhadores não

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém qualificados (serventes da construção civil, empregados de limpeza e ajudantes de cozinha, etc.) - Cerca de 60% dos trabalhadores entrevistados têm uma situação de efectividade no local de trabalho o que é um dado positivo comparativamente a outras situações registadas em bairros desta natureza. - O concelho de Loures e nomeadamente a Freguesia de Camarate são a principal fonte de emprego da população deste bairro, o que demonstra uma forte potencialidade da freguesia, o facto de conseguir ser uma fonte de emprego para a sua população - Baixos rendimentos: mais de 60% dos indivíduos entrevistados auferem salários inferiores a 365,60€ Fonte: Estudo Sociológico da População Residente nos Núcleos PER” (DMH/CML, Maio de 2005)

Sociabilidades Pese embora algumas questões causadoras de sentimentos de insegurança no Bairro, de que falaremos mais adiante, o sentimento de entreajuda criado entre os seus habitantes, dá ao Bairro alguma estabilidade e segurança. Também aqui se destaca uma maior proximidade entre os vizinhos da mesma rua, e a entre ajuda vê-se pelo facto dos habitantes do Bairro destacarem os vizinhos como fonte de pedido de ajuda em caso de dificuldade. As práticas culturais dos habitantes do Bairro da Quinta das Mós são em tudo semelhantes aquelas que nos eram descritas para a Quinta da Serra, assentando na prática de “ver televisão”, a mais comum.

Conflitualidades O clima de insegurança está generalizado na população do bairro, as conflitualidades resultam da relação de alguns habitantes do bairro com substâncias ílicitas, como a droga. Segundo o Estudo Sociológico da População Residente em Núcleos PER, “Estas questões estão confinadas a uma zona específica do bairro, local onde se reúne diariamente um grupo de jovens desocupados e que, segundo certos moradores, se dedica a actividades menos licitas” (idem)

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Bairro do Talude Militar (Núcleo pertencente à Freguesia de Camarate) Este bairro está dividido entre as Freguesias de Camarate, Unhos, e Frielas. Todo o Bairro se caracteriza pela sua localização, ao longo de uma estrada, denominada antiga estrada militar. A expansão populacional deste bairro deu-se entre 1940 e 1981, actualmente a tendência é de estagnação do crescimento do Bairro.

Um dos principais problemas deste Bairro prende-se com o facto de o terreno em que está instalado estar em situação vulnerável e instável, em termos geológicos, desaconselhando-se a construção de casas nestes terrenos. Assim alguns moradores, não podendo construir casas, fizeram construções abarracadas, com espaços domésticos relativamente bem conseguidos. Muitas delas até registadas nas Finanças, como forma de não suscitar dúvidas sobre os registos destas habitações no PER. A tabela 11 sintetiza a caracterização sócio-demográfica do Núcleo de Camarate do Bairro do Talude Militar:

Tabela 11: Caracterização social da população do Núcleo de Camarate do Bairro do Talude Militar, em 2005 Caracterização do Núcleo de Camarate do Bairro do Talude Militar - Predomina uma população adulta (entre os 45 e os 54 anos) - Naturalidade: Concelho de Lisboa e PALOP’S (estes na sua grande maioria cabo verdianos) - Matriz cultural: maioritariamente africana - Maioritariamente católicos - Predomínio do estado civil de solteiros - Baixo nível de escolaridade: predomina o 1º Ciclo do Ensino Básico - Predomínio dos agregados familiares com 4 e 5 elementos - Incidência de problemas de saúde como doenças crónicas, deficiências motoras e mentais - Baixas qualificações profissionais: predominam os trabalhadores não qualificados e operários e artífices - Baixos rendimentos: mais de 45% dos indivíduos entrevistados auferem salários inferiores a 365,60€

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Sociabilidades Os seus habitantes vêem este bairro como um local calmo sem grandes problemas. Segundo a DMH a característica geográfica do Bairro – o facto de se estender ao longo de uma estrada - facilita as relações entre os moradores, porque lhes dá maior individualidade no seu espaço. Os vizinhos são mesmo vistos como a principal fonte de auxílio. (idem) As práticas culturais dos habitantes deste bairro voltam a centrar-se em “ver televisão”, tal como se verificava nos bairros anteriores.

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1.4. “As vilas” Becos degradados, partes de casas isoladas, muito degradas, divididas entre várias famílias com um espaço comum de corredores estreitos, velhas quintas cheias de anexos, caves de prédios, quintais com várias casas de “jardim” e “horta “ num quintal comum, são exemplos daquilo a que neste estudo chamaremos de “vilas”, pois é assim que são comummente denominadas e até identificadas com placas (como vimos sobretudo no Prior Velho). A realidade é que elas caracterizam grande parte do parque habitacional das Freguesias do Prior Velho e Sacavém, ainda que de forma diferente nas duas Freguesias.

As vilas de Sacavém Numa visita pela Freguesia de Sacavém, zonas como a Rua Júlio da Costa Pereira, ou a Rua Alto da Palma Carlos (que já nos tinham sido apontadas pela Segurança Social como zonas de onde provem uma grande parte de situações de pobreza que chegam aos serviços) conhecemos situações de extrema pobreza e difícil solução.

Estas ruas têm becos que escondem casas muito degradadas, com um corredor comum e muito apertado. Nestas vilas vivem hoje dois tipos de população diferente, os migrantes nacionais que nas décadas de 60 e 70 vinham da província para Sacavém em busca de melhores condições de vida, e os imigrantes, principalmente do continente africano. O que os une são os motivos de instalação naquelas casas.

Os primeiros, vinham sobretudo do Alentejo e das Beiras, trabalhar na indústria, como nos dizia uma senhora de 82 anos com quem falámos “vim para cá para ver se o meu filho tinha uma vida melhor, lá no Alentejo ele trabalhava no campo e não tinha saúde para isso, vim com ele à aventura, e quando chegámos foi aqui que encontrámos lugar para ficar mais barato, e aqui ficámos até hoje.” (Testemunho de moradora de uma vila na Rua Júlio da Costa Pereira) O que estas famílias ganharam a trabalhar nunca lhes permitiu adquirir uma casa, e depois, também confessam que, viver ali era viver “numa família”, num ambiente em

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém tudo parecido ao que vivem na sua terra, o que lhes dava um sentimento de segurança que os fazia esquecer que tinham vindo para a cidade. Mas dizemos “viviam”, porque o sentimento que têm hoje em relação àquele espaço alterou-se. Em primeiro lugar porque aquelas casas, que são alugadas, têm vindo a degradar-se, sem terem sido alvo de qualquer remodelação, e hoje não são mais um problema que a velhice dos seus habitantes tem dificuldade em gerir. E depois porque a vizinhança, que fazia da vila uma família, alterou-se. Muitos dos que viviam nas vilas conseguiram sair, outros foram envelhecendo e morrendo, e aquelas “casas” foram sendo ocupadas por imigrantes, por pessoas com hábitos de vida completamente distintos, que trouxeram problemas de vizinhança às vilas. Resta a esta população idosa conformar-se com a sua situação, porque se encontram numa situação de pobreza de que dificilmente poderão sair, pois em muitos casos perderam o seu emprego devido à falência das empresas onde trabalhavam, o que as fez vir para casa sem uma indemnização, e hoje, ganham pensões baixas que não lhes permitem melhorar as suas condições de vida. Hoje as casa, embora mais degradadas, são alugadas por valores mais altos, rendas que rondam os 200€, o que faz com que os imigrantes tenham de partilhá-las para poderem suportar as rendas elevadas.

Na Rua da Palma Carlos encontrámos casas isoladas, muito velhas, que foram ocupadas por ciganos após o 25 de Abril, e que assim permanecem, sem quaisquer condições de habitabilidade, pelo centro da cidade de Sacavém.

Noutras vilas permanecem as pessoas que nelas habitam à mais de 30 anos e conseguiram fazer obras que permitem ter criado espaços comuns agradáveis, e nestas a vivência é mais parecida com aquela que encontrámos em grande parte das vilas do Prior Velho, ou seja, uma vivência, que poderemos chamar “de aldeia”, com o que isso tem de bom e de mau, ou seja, o controle social por um lado, e as relações de entre ajuda por outro.

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As vilas do Prior Velho

As vilas do Prior Velho podem dividir-se em dois tipos: as vilas da entrada da Freguesia, as mais antigas, que marcam o nascimento do povoado daquela Freguesia, (pois resultam do parcelamento das quintas que anteriormente aí existiam); e as vilas que se construíram nos prédios devido à grande remessa de migrantes que vieram para esta povoação nos anos 60 e 70. Para dar resposta a estas correntes migratórias, foi feita construção e altura mas com a mesma filosofia das vilas. É nestas últimas que se vivem com piores condições de habitabilidade, pois muitas delas estão em caves de prédios.27.

Nas primeiras vilas vive-se como se de uma aldeia se tratasse, segundo o testemunho da nossa guia na vista pelas vilas “uma vila é uma família, para o bem e para o mal”. Quer isto dizer que dentro de uma vila se vive num espírito comunitário, facilmente todos e conhecem (especialmente as famílias que desde sempre lá viveram e que acompanham o crescimentos dos filhos), e vivem com um forte sentimento de pertença ao seu espaço. Quando dizemos que estamos perante uma família, para o bem e para o mal, refere-se ao facto de, se por um lado estar com vizinhos conhecidos significa uma grande entreajuda, por outro lado cada um sofre as consequências de um forte controlo social exercido por parte dos restantes vizinhos.

A existência de uma porta ou portão para a rua, faz com que aquela população se sinta protegida dentro da sua vila, pois só entra na vila quem realmente sabe a casa de quem quer ir, e para entrarmos sentimos que devemos pedir licença.

Estes sentimentos de segurança, de pertença, de vizinhança, fazem com que, mesmo com casas em mau estado de conservação e muito pouco espaço, as pessoas afirmem que preferem viver ali do que num prédio. Foi a afirmação de um senhor com quem conversámos e cujo percurso pode ser um dos exemplos de muitos dos seus vizinhos. Este senhor veio do Alentejo, trabalhar para Lisboa já há cerca de 40 anos e sempre viveu na “sua vila”, e vive ali como se estivesse no Alentejo, encara-a como uma

27 Estas vilas situam-se na zona acima das primeiras vilas, e na zona próxima ao Bairro de barracas da Quinta da Serra

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém pequena aldeia, tem o seu quintal, a sua horta, o seu espaço, diz-se amigo dos seus vizinhos de sempre, e mesmo com a oportunidade, que já teve, de sair dali, não o quis fazer, porque afirma que é ali que se sente bem. Talvez seja este sentimento de pertença ao seu espaço que explique que muitas pessoas tenham melhorado o seu nível de vida mas nunca tenham saído dali, fazem arranjos nas casas (por sua conta), fazem até obras grandes, e preferem investir naquela casa do que sair, isto também se pode explicar pelo facto destes arranjos ficarem sempre muito mais baratos do que comprar uma outra casa.

Hoje são principalmente os mais velhos que vivem nestas vilas, pois quando melhoravam as condições de vida eram os filhos que saíam para a “zona de cima”, para “os prédios novos da Freguesia”. Tentar que os filhos possam comprar casas nos primeiros prédios construídos, era uma forma de ascensão social das famílias. Por essa razão os problemas relacionados com estas vilas prendem-se com o envelhecimento da população, muitas vezes em situações de extrema pobreza. Quando estas casas esvaziam é porque os mais idosos vão morrendo, ou porque com a velhice voltam para as suas origens, voltam “para a terra” (pois a maior parte dos casos, é no Alentejo, no norte, ou nas beiras) as casas vazias são de novo alugadas, dando lugar a um novo fenómeno: são alugadas a imigrantes (maioritariamente do leste da Europa ou brasileiros, mas também africanos) a preços muito altos (que chegam a ser entre os 400€ a 500€, por 2 assoalhadas em muito mau estado).

É naquelas que chamámos as “segundas vilas”, mais degradadas, que os habitantes vivem com mais problemas. Nestas é comum encontrarem-se situações de sublotação de espaços. As condições de habitabilidade encontradas nesta zona de vilas, são, à primeira vista, bem mais degradadas em que aquelas em que se encontram os habitantes do bairro de barracas ali mesmo ao lado. E a questão aqui é que estas famílias não têm à sua frente nenhum cenário de realojamento.

No centro dos problemas relacionados com as vilas, principalmente as mais degradadas, estão os seus proprietários.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Como já referimos estas vilas são espaços arrendados. As primeiras, resultantes do desmembramento de quintas, têm vários proprietários, devido ao facto de serem terrenos com vários herdeiros, o que dificulta que se resolvam questões como obras de melhoramento das casas (que como já vimos acabam por ser custeadas pelos inquilinos.) Nas segundas vilas existe uma total desresponsabilização pela forma como foi desmembrado e está a ser ocupado o espaço. É, portanto, na responsabilização destes proprietários que se encontra a resposta para os problemas de falta de condições de habitabilidade destes indivíduos.

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2. O arrendamento – emergência de um no fenómeno social A questão do arrendamento das casas, que como vimos na Parte I é uma realidade nas três Freguesias, começa a ter contornos preocupantes. Em Sacavém, na zona histórica envelhecida, muitas casas estão degradadas e já não estão habitadas pelos seus donos. Os proprietários apenas conseguem arrendar estas casas a pessoas que estejam numa situação onde não podem fazer exigências face à qualidade das casas. Ora esta situação faria prever que as casas tivessem um valor de renda baixo. Mas vejamos a questão de outra perspectiva: Segundo as regras do mercado de arrendamento em Portugal, é natural que o proprietário exija do inquilino um fiador e dois ou mais meses de renda no acto de entrada na casa, ou até outras recomendações do seu futuro inquilino. Se estamos perante uma população imigrante, e muitas vezes, ilegal, não existem condições para serem feitas estas exigências face ao arrendamento. Então o proprietário utiliza a precariedade dos seus potenciais inquilinos (os únicos que aceitam viver nas casas degradadas) para, em troca de um “fechar os olhos” às exigências de arrendamento, cobrar uma renda elevada. Para suportar a renda alta estes imigrantes partilham a casa com muitos outros, o que faz com que vivam em condições ainda mais complicadas.

Este fenómeno está em crescimentos, com o crescimento da população imigrante em nestas Freguesias, e é um fenómeno quase impossível de quantificar face à alta mobilidade destas famílias e pessoas, tornando-se uma realidade nova, distinta daquela que conhecíamos ao nível dos bairros de barracas. O sobre-alogamento de partes de casa é uma realidade também nos bairros de realojamento, causando problemas que não existiam nas barracas.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 3. Habitação e Segurança – Uma relação estreita nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Através da caracterização das sociabilidades dos bairros das três Freguesias e da descrição dos problemas que mais inquietam os habitantes destes bairros, podemos perceber que a segurança é uma questão central na vivência de qualquer uma das três Freguesias, e que está intimamente ligada com as questões habitacionais. Desde logo porque é possível situar “zonas inseguras” nas Freguesias, e depois porque os sentimentos de insegurança dos habitantes acabam por alterar significativamente os seus hábitos quotidianos e a sua relação com o espaço onde vivem.

Não nos tendo sido possível ter acesso a dados das forças de segurança que pudessem descrever que contornos tem a insegurança que empiricamente sabemos ser vivida nas três Freguesias, tivemos acesso ao Relatório do Observatório de Segurança de Loures, que nos permitirá conhecer quais as zonas que os habitantes de Loures consideram ser “mais inseguras”.

Este estudo demonstra que segundo a população do Concelho, Camarate é a Freguesia mais insegura de entre as 18 Freguesias do Concelho de Loures, principalmente a Freguesia como um todo, embora se tenha localizado dentro desta, zonas mais inseguras do que outras. Entre os seus bairros, destaca-se o Bairro da Torre que se apresenta como mais inseguro da Freguesia. Logo de seguida da Freguesia de Sacavém (não só relativamente à Urbanização Terraços da Ponte, mas também a Freguesia como um todo). Nos 10 locais mais inseguros está também a Freguesia do Prior Velho, como podemos ver na tabela seguinte, que lista as respostas mais frequentes:

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Tabela 12: Lista das zonas mais perigosas do Concelho de Loures Nº incidências Local Freguesia assinaladas 254 Camarate Camarate 122 Quinta do Mocho Sacavém 84 Apelação Apelação 78 Bairro das Sapateiras Loures 74 Sacavém Sacavém 62 Bairro do Prior Velho Prior Velho 60 Sto. António dos Cavaleiros Sto. António dos Cavaleiros 39 Bairro do Catujal Unhos 32 Zambujal S. Julião do Tojal 28 Bairro da Torre Camarate Fonte: Vitimação e Segurança no Concelho de Loures, (2002), Observatório da Segurança de Loures

A listagem completa de zonas do Concelho assinaladas contém um total de 61 zonas consideradas “zonas perigosas” do Concelho. Loures é a Freguesia como mais zonas indicadas -11, seguida de Camarate com 10 zonas indicadas. Sacavém surge com 4 zonas. A Freguesia do Prior Velho surge apenas com uma zona sinalizada.

Tabela 13: Nº de zonas inseguras, por freguesia Freguesia Nº de zonas assinaladas Camarate 48 Prior Velho 12 Sacavém 26 Fonte: Vitimação e Segurança no Concelho de Loures, (2002), Observatório da Segurança de Loures

Passemos agora à análise dentro de cada uma das Freguesias: O facto da Freguesia de Camarate apresentar 48 zonas assinaladas como “mais perigosas”, demonstra a dispersão da questão da insegurança na Freguesia, e tornando a insegura no seu todo, o

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém que se revela bem mais preocupante do que se tivessem bem delimitadas as zonas de insegurança. A tabela seguinte mostra-nos as zonas mais inseguras dentro da Freguesia (todas as outras zonas assinaladas têm incidências de 1 ou 2 respostas).

Tabela 14: Lista dos locais mais inseguros da Freguesia de Camarate Nº de incidências Zona da freguesia indicadas 55 Bairro da Torre 9 Bairro das Loureiras 9 Bairros dos Fetais 7 Ao pé do cemitério velho 6 Torre 5 Bairro de Angola 4 Centro de Camarate 4 Largo (Bairro dos Fetais) 3 Ao pé da Igreja 3 Bairro CAR Fonte: Vitimação e Segurança no Concelho de Loures, (2002), Observatório da Segurança de Loures

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Tabela 15: Lista dos locais mais inseguros da Freguesia do Prior Velho Nº de incidências Zona da freguesia indicadas 24 Barracas [Bairro da Quinta da Serra] 11 Parte sul 6 Rua de Moçambique 3 Prior Velho 4 Rua Lourenço Marque 3 Rua São Tomé 2 Bairro Social [Urbanização Quinta das Pretas] 2 Praceta S. Tomé 1 Ao pé do café [não especificado] 1 Av. Vasco da Gama Fernandes 1 Bairro Novo 1 Parte Velha Fonte: Vitimação e Segurança no Concelho de Loures, (2002), Observatório da Segurança de Loures

Das 12 zonas assinaladas na Freguesia do Prior Velho, destaca –se o facto da insegurança estar muitas vezes associada ao Bairro da Quinta da Serra, e surgir uma rua – a Rua de Moçambique – como uma zona bem delimitada com muitas incidências de resposta. Esta menor dispersão (em relação à Freguesia de Camarate) permite uma actuação da PSP mais eficaz.

A Freguesia de Sacavém também apresenta alguma dispersão de zonas assinaladas, algumas ruas, escadinhas, paragens concretas de autocarro, e até um Parque Infantil, como zonas de insegurança. De entre as zonas mais perigosas destaca-se a Urbanização Terraços da Ponte (antiga Quinta do Mocho). Este Bairro além de apresentar uma imagem de insegurança associada (sentida entre os seus habitantes, os habitantes da Freguesia e os habitantes do Concelho, e transmitida pelos meios de comunicação social) de facto é um dos locais do Concelho de Loures mais associados a questões de violência, nomeadamente associada às conflitualidades criadas pelos jovens (como vimos anteriormente neste documento).

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As cinco zonas de insegurança mais assinaladas na Freguesia de Sacavém são as seguintes: Tabela 16: Lista dos locais mais inseguros da Freguesia de Sacavém Nº de incidências Zona da freguesia indicadas 42 Quinta do Mocho [Urbanização Terraços da Ponte] 10 Jardim Público 7 Praça da República 6 Jardim perto do Quartel 5 Perto da Artilharia 1 Fonte: Vitimação e Segurança no Concelho de Loures, (2002), Observatório da Segurança de Loures

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Conclusões e Propostas de Intervenção Como ficou demonstrado na exposição desta parte do documento, a questão da habitação nestas Freguesias é algo de muito complexo, que precisa de uma reflexão mais cuidada. De forma a que esta conclusão não precipite a reflexão proposta, serão apenas aqui colocadas propostas de intervenção que representem pontos de partida da discussão a fazer em seio da Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém.

As propostas de intervenção que serão aqui expostas sobre esta matéria são fruto, por um lado, das propostas já expostas noutros documentos que tratam as questões da habitação nestas Freguesias, como o Plano de Urbanização de Camarate, e o Programa de Realojamentos da Câmara Municipal de Loures para os próximos anos; e por outro, da reflexão que este estudo foi proporcionando e que pode deixar pistas para uma reflexão mais alargada à parceria e à própria população destas Freguesias.

Nesta matéria a população, é de facto, o principal locutor dos problemas vividos nestes bairros e o elemento a mobilizar para a busca de uma solução que altere as suas actuais condições de vida. Por isso a grande sugestão a deixar aqui é que a intervenção nesta área, qualquer que ela seja, passe fundamentalmente pela população destas Freguesias, ainda que isso possa, e deva, ser feito de uma forma diferente consoante a realidade da freguesia em causa.

Em Camarate há um imenso trabalho a fazer, que apenas com um forte empenhamento do poder autárquico e das instituições locais poderá ser levado a cabo. Como vimos, a questão da reconversão das AUGI desta Freguesia passa por um trabalho que depende, em muito dos habitantes destas zonas, numa missão muito difícil e demorada que passa por caros projectos de requalificação. Em primeiro lugar há que trabalhar a mobilização das população e o sentimento de pertença aos seus Bairros, para que juntos, e com o apoio da autarquia e das instituições locais, se possam estudar, caso a caso, as requalificações necessárias.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Há que destacar que este trabalho está já a ser feito, pois existem associações de moradores em alguns bairros, que têm vindo a trabalhar com a Câmara os projectos dos seus bairros. A questão passa por assumir este como “o problema da Freguesia”, causador de tantos outros, que ocupam o trabalho das instituições locais, e alargá-lo ao envolvimento de toda a população e instituições locais. Pois com a reconversão da habitação, nascem novos equipamentos, novos espaços de sociabilidade, melhores condições de habitação, logo melhores condições de vida e a alteração dos actuais problemas sociais.

Em Sacavém, existe uma “nova realidade” na área da habitação, e que se prende com a ocupação do velho centro histórico pela população imigrante. Aqui há um trabalho a fazer com os proprietários, responsabilizando-os pelas suas casas, pela degradação das mesmas e pela forma como estão a ser ocupadas, esta é a única forma de travar este novo fenómeno que demos conta nos pontos 1.4. e 1.5 - as vilas e as questões do arrendamento de casas degradadas.

Na Freguesia de Sacavém existe também a eterna questão da “Quinta do Mocho”, hoje Urbanização Terraços da Ponte. Sobre este Bairro existe a necessidade da Freguesia tomar consciência de que tem que ser real a integração a fazer, sob pena de viver eternamente a lamentar os problemas causados pelos “vizinhos indesejados”. Essa abertura tem que passar por uma reflexão séria sobre o processo de realojamento e a consequente integração de que o Bairro foi alvo, pois este Bairro apresenta fortes potencialidades face à sua dinâmica associativa, capacidade de mobilização, e consciência, por parte dos seus moradores, dos seus reais problemas, isto para além de ter um grande leque de instituições a trabalhar no e para o Bairro. Uma vez que existe uma Parceria de Intervenção Comunitária neste Bairro há que potencializar este recurso articulando-o com os parceiros da Freguesia, para que a intervenção a fazer seja de fora para dentro e não apenas dentro do Bairro.

Na Freguesia do Prior Velho existem, por um lado, os problemas relacionados com o realojamento da população da Quinta da Serra, que só a Câmara Municipal de Loures pode resolver, e a questão das vilas, cuja solução passa pelos seus proprietários.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém No que diz respeito à Quinta da Serra, os parceiros locais podem e devem levar a cabo um projecto de acompanhamento dos trabalhos da Câmara Municipal de Loures no processo de realojamento desta população. Isto para que os problemas hoje existentes no Bairro não se repitam, ou compliquem, após o realojamento.

Ainda que seja eterna a dúvida sobre se estamos ou não a fazer a integração da população excluída através do realojamento, este parece surgir como a solução milagrosa da pobreza e exclusão Pois na perspectiva de acabar com os bairros de construções precárias, onde prevalecem múltiplos problemas sociais, o realojamento (pela atribuição de uma habitação social) tem sido a principal medida que o Estado tem levado a cabo nos últimos anos (sobretudo por via do Poder Local, com o apoio financeiro da Administração Central) para promover processos de integração social. Isto por se ter considerado que o realojamento constitui um momento privilegiado na resolução dos problemas associados a situações de pobreza, estando este conceito de pobreza relacionado muitas vezes com as condições de habitabilidade degradadas. Ora a realidade leva a própria Divisão Municipal da Habitação da Câmara Municipal de Loures a concluir que a “ (…) concepção de modelos residenciais para acolhimento das populações proporcionando-lhes condições de higiene, conforto e privacidade, não resultam na inversão dessa condição de pobreza. Por outras palavras, essas comunidades não ganham qualquer espaço na escala social ascendente, mantendo-se descriminadas e com baixo status”. (Estudo Sociológico da População Residente em Núcleos PER, DMH/CML, 2005). Estas afirmações podem ser o ponto de partida para os Parceiros da Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém sobre o seu papel nos processos de realojamentos já anunciados pela Câmara Municipal de Loures, que expomos de seguida.

O Boletim de Deliberações e Despachos da Câmara Municipal de Loures publicou no dia 18 de Maio de 2005 a reprogramação do PER- Programa Especial de Realojamento com dados de 2005 a 2009. Assim, para as Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém prevêem-se os seguintes realojamentos:

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Tabela 17: Previsão de realojamentos a realizar entre 2005 a 2009 nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Freguesia Bairro Nº de fogos Ano do realojamento Camarate Quinta do Serrado 14 2005 Camarate Quinta do Sandre 1 2005 Camarate Bairro de S. João 3 2005 Camarate Quinta das Mós 94 2006 Sacavém Quinta do Rio 6 2006 Camarate/Frielas e Talude Militar 50 2006 Unhos28 Prior Velho Quinta da Serra 109 2007 Camarate/Frielas e Talude Militar 171 2007 Unhos29 Camarate Bairro da Torre 45 2007 Prior Velho Quinta da Serra 180 2008 Camarate/Frielas e Talude Militar 50 2008 Unhos30 Prior Velho Quinta das Pretas 13 2008 Camarate Bairro da Torre 119 2008 Camarate/Frielas e Talude Militar 91 2008 Unhos31 Camarate/Frielas e Talude Militar 87 2009 Unhos32 Fonte: Boletim de Deliberações e Despachos da Câmara Municipal de Loures de 18 de Maio de 2005

Por outro lado, a Freguesia do Prior Velho tem em mãos uma realidade ainda mais complexa, mas não tão visível – a situação de degradação em que vivem os habitantes de muitas vilas espalhadas pela Freguesia. Aqui a solução é em tudo semelhante àquela

28 Nestes realojamentos não foi especificado em qual dos núcleos do Bairro do Talude Militar se vai processar o realojamento, uma vez que o Bairro pertence a estas três freguesias. Não é possível saber sobre qual recairá o realojamento. 29 (idem) 30 (idem) 31 (idem) 32 (idem)

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém que foi apontada para a situação vivida em Sacavém, e que passa pela responsabilização dos proprietários destas vilas.

Projectos de reabilitação urbana propostos pelo Plano de Urbanização de Camarate (PUC) A Câmara Municipal de Loures está desde 1992 a desenvolver um Plano de Urbanização para a Freguesia de Camarate, segundo um dos técnicos da equipa que elabora o Plano, “Este Plano nasceu para dotar a Câmara Municipal de Loures de um instrumento que lhe permita combater a forma desordenada de crescimento da Freguesia de Camarate” (Entrevista Exploratória ao Arquitecto da DPU/CML pertencente à equipa responsável pelo Plano de Urbanização de Camarate).

Assim os objectivos fundamentais deste Plano passam pela reconversão da imagem urbana da Freguesia, alterando o seu sistema viário, proporcionando a legalização das AUGI, criando uma rede de equipamentos, definindo a estrutura verde da Freguesia, contribuindo para o realojamento das situações sinalizadas no PER, entre outros.33

33Objectivos fundamentais do Plano de Urbanização de Camarate: · Reconverter e qualificar o tecido e a imagem urbana de Camarate, estruturando o seu sistema viário interno e aproveitando as enormes potencialidades das ligações à rede viária regional e nacional (Eixo Norte - Sul, Auto-Estrada Norte, CRIL, e Ponte Vasco da Gama); · Proporcionar uma solução para a recuperação das AUGI da freguesia criando mecanismos para a sua qualificação e legalização; · Estruturar e renovar o tecido terciário, potenciando a criação de espaços qualificados, capazes de atrair empresas ou actividades associadas a inovação e desenvolvimento; · Criação de um modelo de rede de equipamentos interligando acessibilidades (transportes públicos e núcleos populacionais; · Definir uma Estrutura Verde Urbana de qualificação ambiental; · Contribuir para a resolução qualificada das necessidades da freguesia quanto ao realojamento dos núcleos degradados integrados no PER

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém A legalização das AUGI está associada à sua qualificação, ou seja, ao dimensionamento dos respectivos equipamentos e à estabilização das regras de utilização do solo no quadro da estrutura urbana da Freguesia. Estas áreas estão classificadas no PDM34 como a “Recuperar e Legalizar”, possuem no entanto características diferenciadas que é necessário ter em conta no seu processo de reconversão. Assim, o Plano de Urbanização de Camarate agrupa zonas da Freguesia, sobre as quais faz diferentes propostas de reconversão urbana, como veremos seguidamente.

Zona Antiga de Camarate: Nesta zona destaca-se o centro de Camarate, onde está a sua história, e onde hoje se identifica o principal espaço de sociabilidade da Freguesia, onde se concentram a quase totalidade dos seus serviços e equipamentos públicos, e onde se situam os edifícios de interesse patrimonial (como a Igreja de Santiago, a Capela de Nª. Sra. da Vitória, e a Quinta da Ribeirinha). Face à sua posição de centro de serviços da Freguesia, esta zona encontra-se sobrecarregada com trânsito automóvel e estacionamento, em detrimento de um melhor aproveitamento do espaço público. O Plano de Urbanização de Camarate aponta para a necessidade de se proceder a alterações significativas neste espaço, como por exemplo: - Reordenar a circulação e o estacionamento automóvel, reduzindo a circulação automóvel a residentes, cargas/descargas e transportes públicos; - A reconversão de vazios urbanos em espaços verdes; - Enquadrar e orientar estudos de requalificação do sistema de espaços públicos (ruas, largos, jardins, azinhagas); - Assumir o Largo 1º de Maio como local de encontro associando-o a novos espaços verdes; - Criar condições favoráveis à função habitação e às actividades de apoio; - Consolidar a ocupação do edificado existente, identificando os imóveis a conservar e a demolir; - Conferir enquadramentos dignificantes aos imóveis de interesse arquitectónico

34 Plano Director Municipal.

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As zonas da Quinta de Santa Rosa e Bairro dos Palmares são AUGI com projectos de recuperação, é aí que se situa o Nó de Camarate com o Eixo Norte-Sul. Esta zona é fortemente condicionada pelo Aeroporto da Portela, por isso tem uma capacidade de edificação reduzida, sendo caracterizada por pequenas actividades industriais e armazéns. Esta zona tem também uma rede viária desqualificada e inadequada. É aqui que o Plano de Urbanização de Camarate propõe a criação da Alameda Central de Camarate, além da legalização das propriedades, a projecção de equipamentos, a estruturação da rede de circulação e estacionamento, e o estabelecimento de um índice médio de construção, entre outras propostas.

Fetais de Baixo; Zona antiga dos Fetais; Bº. da Boavista; Bº. da Fonte da Pipa Todos estes bairros são AUGI, por esse facto esta zona caracteriza-se por uma ocupação urbana desqualificada, pela exiguidade do espaço público, pela existência de uma rede viária de acesso local inadequada; e por existir demasiado fraccionamento da propriedade A proposta do Plano de Urbanização de Camarate para esta zona prevê: a legalização da propriedade; a estruturação da rede de circulação e estacionamento; a criação de espaços colectivos públicos qualificados e o dimensionamento de áreas para equipamentos.

Tudo isto só será possível com a constituição de comissões de proprietários e/ou moradores para efeito de obras de qualificação do espaço e ambiente urbano, e através da cedência, por aparte dos proprietários, de espaços para uso colectivo podem-se construir os equipamentos necessários a esta população, devendo também investir na reutilização de áreas livres residuais, para espaços públicos.

Bº. da Bugalheira; Bº. da Belavista; B. S. João das Areias Novo; Bº. Sousas; Bº. Azouguete; Bº. do Grilo; Bº. de S. José Estes bairros situam-se na zona norte da Freguesia, junto à Estrada Militar, são Bairros em zonas AUGI, de tipologia dominante de moradia isolada ou em banda de dois a três pisos. O Bairro das Sousas tem uma recuperação condicionada, por incluir uma área que faz parte do sistema ecológico das encostas norte da Freguesia, de acentuado declive e de insegurança geotécnica.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Face a estas condições naturais especificas, a reconversão destas zonas, para além da necessária legalização das AUGI, com a cedência de espaços para equipamentos públicos, há que estabilizar a encosta garantindo um espaço verde de protecção nas áreas de acentuado declive, assegurando condições de estabilidade da encosta. E reservar uma faixa verde de protecção na margem da Estrada Militar.

Bº. das Fontainhas; Quinta do Serrado, Quinta do Galeão; Quinta das Courelas Esta zona constitui uma das mais importantes portas de entrada em Camarate, por ser uma zona - charneira com Lisboa, nomeadamente com o Alto do Lumiar, inclui uma área de Barracas, a Quinta do Serrado com cerca de 1.450m2. Por ser uma área com bons acessos, o Plano de Urbanização de Camarate prevê que se renove o tecido urbano em função dessas mesmas acessibilidades, nomeadamente em função do novo traçado da Estrada da Circunvalação, e que se desenvolva actividade terciária nas áreas envolventes à rotunda e aos novos acessos da Avenida Santos e Castro. Para tudo isto, é claro, é necessário requalificar as habitações da zona e proceder ao realojamento da população da Quinta do Serrado.

Estrutura Verde A preocupação do Plano de Urbanização de Camarate na existência de uma consolidada Estrutura Verde Urbana Principal35 é, de facto, fundamentada pela raiz rural da Freguesia. Para esta área importante da Freguesia o PUC propõe os seguintes espaços: Parque Urbano de Camarate; Encosta norte de Camarate – “Parque para educação ambiental”; Costeira Poente; Percurso panorâmico e Ciclável – Talude Militar; Corredores Verdes e enquadramento às vias de comunicação e infra-estruturas.

O PCU propõe também uma série de Estruturas Verdes Urbanas Secundárias36 espalhadas um pouco por toda a Freguesia, mas sabemos que a existência destas irá

35 Estrutura Verde Urbana Principal: Estabelece a ligação entre a paisagem “rural” e as áreas urbanas. Esta estrutura inclui as áreas de matos e as áreas de elevada produção agrícola, integra os leitos e margens dos cursos de água e outras áreas sensíveis da bacia hidrográfica, bom como as áreas de integração das vias e os equipamentos colectivos instalados em edifício próprio (inclui as áreas RAN e REN, domínio hídrico, etc.) (Plano de Urbanização de Camarate, 2003, DPU/CML)

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém depender da libertação de espaços proveniente dos processos de legalização das AUGI, pois só os processos de legalização vão permitir a existência de espaços verdes perto da população, nos espaços urbanizados. Espaços importantes como lugares privilegiados de encontro e lazer entre a população.

36 Estrutura Verde Urbana Secundária: Compreende os espaços adjacentes à habitação e os próximos da habitação, sendo constituída, nas zonas mais antigas, pelas ruas, praças, logradouros depois de recuperados e jardins; as zonas de expansão, por espaços que, servindo as funções de lazer e recreio dos grupos etários mais jovens e mais idosos e por serem de utilização diária, devem situar-se até uma distância de 400m do utente. (idem)

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Parte III - Situações de pobreza e “famílias destruturadas”

Introdução e constrangimentos Este capítulo surge directamente dos problemas detectados no Pré-diagnóstico Social das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, realizado em 2004. Nessa fase os problemas relacionados com as famílias e com a sua dificuldade em se organizarem por forma a cumprirem o seu papel social, eram o centro das preocupações das instituições das três Freguesias. Talvez pelo facto de, uma vez que as famílias não conseguiam cumprir as suas funções sociais de suporte às necessidades básicas dos seus membros, seja às instituições locais que chegue a necessidade de dar as respostas que as famílias não conseguem dar: as respostas ao sustento das famílias, à satisfação das necessidades básicas, ao cuidado dos mais novos e dos mais velhos, entre outras.

Foi até esta questão que determinou que a Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, se organizasse em dois grupos de trabalho, um para a área dos idosos outro para a área da criança. Em 2004, o discurso das instituições centrava-se numa expressão, “as famílias destas Freguesias estão destruturadas”, mas talvez por não se saber o que isto significava no contexto destas Freguesias, as actividades em Plano de Acção dos dois grupos de trabalho para 2005 centrou-se na tentativa de melhoria das respostas institucionais. Acreditando que estes problemas só poderão ter uma resposta mais eficiente se forem conhecidos, foi necessário tentar caracterizar a realidade da “destruturação familiar” no contexto social em que está a ser vivida, nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém. Este capítulo pretende assim, dar conta da forma como se reveste este fenómeno nalgumas das zonas consideradas “mais problemáticas” socialmente, nas três Freguesias. Este título deste capítulo associa a pobreza ao problema das famílias destruturadas porque, como veremos, o fenómeno da pobreza nestas Freguesias passa em muito pela (des) organização das suas famílias.

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A tentativa de explicação do problema da destruturação familiar foi, neste diagnóstico, explorada através das informações dos serviços da Segurança Social, Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e a Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social.

Ao longo deste parte deste documento iremos levantar hipóteses para a destruturação familiar, e estas são de facto hipóteses e não certezas, esse é um factor a ter em conta na leitura do documento.

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1. Situações de pobreza e “famílias destruturadas” Segundo as técnicas da Segurança Social de Sacavém, a maioria dos indivíduos que recorrem aos serviços da Segurança Social fazem-no por razões económicas, para “pedir dinheiro, e não outro tipo de ajuda, como emprego”. (Entrevista Exploratória às Técnicas da Segurança Social que acompanham a Freguesia de Sacavém). Segundo estas técnicas as causas para as dificuldades económicas centram-se sobretudo nas consequências da falta de emprego, e nas consequências desta situação “(…) a consequência imediata da falta de emprego reflecte-se nos elevados encargos com as rendas de casa, e, posteriormente, situações de falta de dinheiro para as despesas de saúde”. (idem) O desemprego aliado a situações de monoparentalidade, faz com que muitas famílias caiam rapidamente em situações de pobreza extrema.

Os números da Segurança Social37 mostram-nos que de 2001 a 2004 tem diminuído o número de atendimentos anuais nas três Freguesias. Mantendo-se a Freguesia de Camarate como aquela que regista mais casos de atendimento. O que é comum a todos os anos é o motivo - ajuda económica. Quanto às razões que motivam o pedido, as mais frequentes são casos de doença ou invalidez e desemprego. Estes valores vêem confirmar o que nos diziam as técnicas anteriormente, ou seja, tanto famílias como indivíduos isolados recorrem aos serviços da Segurança Social para pedir dinheiro e não ajuda para melhorar as suas condições de o conseguir.

Como vimos na Parte I, 2003 foi um ano de grande subida do desemprego nas três Freguesias, por essa razão foi um ano em que aumentou bastante o número de pedidos de ajuda económica, nas três Freguesias.

37 Sobre os dados detalhados da Segurança Social consulte o Anexo 4.

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1.1. Pobreza e destruturação familiar causada por razões étnicas

Famílias africanas e ciganas – a monoparentalidade Sendo o desemprego uma questão estrutural que atravessa toda a sociedade, centremo- nos na questão da monoparentalidade. Esta situação é reconhecida pelas técnicas da Segurança Social como um problema que afecta sobretudo as famílias africanas, na maior parte das vezes por questões culturais. Segundo as técnicas que acompanham estas famílias, trata-se de famílias de mães com filhos, cujos pais das crianças não lhes dão qualquer apoio, pois têm vários filhos de várias mulheres, trabalhando e gerindo o seu dinheiro apenas em função de si próprios, e não contribuindo para a família. Assim, é comum encontrar mulheres que ficam sozinhas com o encargo dos seus filhos, de vários parceiros que vão tendo ao longo da vida, sem que nenhum deles se responsabilize pelas crianças. Segundo as técnicas da Segurança Social “É raro aparecer cá no serviço uma família com pai mãe e filhos dos mesmos pais, é muito raro”. (idem)

Também o técnico da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ de Loures) alerta para esta realidade em relação à família africana, chegando a dizer-nos que quando pensa nos problemas destas famílias entende-os como culturais e recorda uma frase que ouviu de uma mulher africana que retrata bem esta questão, “Preto faz filho mas não cuida dele.” (Entrevista Exploratória a um Técnico da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Loures).

Nas famílias ciganas a questão cultural agudiza este problema. Cada vez mais surgem casos na Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social de mulheres ciganas que têm filhos de homens não ciganos, e nestes casos são descriminadas pela própria família, não recebendo desta qualquer apoio para cuidar dos seus filhos. Quanto às mulheres africanas, segundo a técnica desta equipa, também por uma questão cultural, elas sentem-se inferiorizadas face ao homem, necessitando deste para sustentar

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém a família, isso explica a grande necessidade que têm de “ter um homem”. (Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social)

A questão cultural pode então ser uma das hipóteses para a destruturação das famílias africanas e ciganas, que passa pelo abandono dos filhos por parte dos pais, deixando as mães com a dura tarefa de trabalhar e criar os seus filhos, sem ter oportunidade de os acompanhar. Estando as mães a trabalhar, geralmente por turnos, (pois geralmente trabalham em empresas de limpeza) os seus horários não permitem o acompanhamento devido das crianças. Aqui podem funcionar as redes de parentesco como avós, tias, ou outros familiares por perto, que “olhem “ pelas crianças enquanto as mães trabalham.

Famílias portuguesas jovens – divórcio e desafios do mercado de trabalho Quanto às famílias portuguesas que mais recorrem aos serviços de atendimento da Segurança Social, as técnicas apontam para uma maioria de famílias jovens, onde predominam situações de divórcio, o que podem potenciar as situações de pobreza. Segundo palavras das técnicas “ Hoje nós sabemos que as exigências com os jovens são muito grandes, quando não se tem uma situação económica estável, se se separam agrava-se ainda mais a sua situação de pobreza” (Entrevista Exploratória às Técnicas da Segurança Social que Acompanham a Freguesia de Sacavém). As técnicas também admitem que esta questão funciona como um ciclo, porque são as fortes exigências que se colocam aos jovens que, muitas vezes, “ameaçam” o casamento, e um casamento desfeito coloca novas exigências, pois com a separação há que encarar muitas de despesas sozinhos. Num cenário de falta de emprego e de situações laborais precárias, as técnicas lembram “ se os dois não tiverem emprego é muito complicado sustentar uma família”.(idem)

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1.2. Pobreza e destruturação familiar causada por uma “má gestão familiar” De uma maneira geral, as técnicas da Segurança Social consideram que a situação de pobreza em que estas famílias vivem está mais centrada na organização familiar, do que na carência económica. De facto também a Técnica da Equipa de Acompanhamento de Criação e Jovens da Segurança Social, concorda com esta afirmação e fala-nos dos sinais externos de riqueza que estas famílias ostentam, sinais que são detectados nas visitas domiciliárias que as técnicas realizam. “Muitas casas que vou visitar, são barracas, mas têm um bom chão, bons móveis de mogno, um bom plasma, tudo… eu não tenho um plasma!”, é que os elementos destas famílias não trabalham, são “doentes”, e vivem de subsídios, com menores a cargo, sem capacidades para os educar. E quando se fala de capacidades, são tanto materiais como capacidades ligadas ao carácter, à capacidade de educar, de criar regras à criança, etc. “ (Entrevista Exploratória à Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social)

Segundo as técnicas da Segurança Social que acompanham estas famílias existe um problema na forma de organização das prioridades da vida destas famílias e na gestão do agregado familiar. As técnicas também concordam que “Estas famílias vivem de subsídios e preferem viver desta forma do que do emprego Não têm noção de como organizar o agregado familiar, não têm regras de vida, por isso preferem o subsídio, pois trabalhar obrigaria a obedecer a regras que eles não estão dispostos a aceitar (…) e depois são as prioridades, quando têm o dinheiro gastam em telemóveis, DVD’s, ou coisas do género e não sobra para a renda da casa e para comer (…)”. (Entrevista Exploratória às Técnicas da Segurança Social que acompanham a Freguesia de Camarate)

Para além das questões já apontadas em relação à “cultura de família” para a população africana, as técnicas apontam outra questão pertinente, também ela cultural e que dificulta a integração destas famílias: são pessoas com dificuldade em aceitar regras e “desfasadas no tempo”, ou seja, têm o seu próprio ritmo e não conseguem cumprir

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém prazos, o que faz com que muitas vezes deixem caducar documentos, não consigam candidatar-se a programas de apoio, etc.” (idem)

1.3. Pobreza e destruturação familiar causada por “pais negligentes” Segundo a informação da Segurança Social, nas famílias que se encontram mais carenciadas geralmente só um dos elementos do agregado familiar é que trabalha, a maior parte das vezes são os homens. Embora a mulher fique em casa e com muitos filhos, muitas vezes se denota que estes se encontram sem qualquer apoio da mãe, as técnicas consideram que estas mães “são negligentes com os filhos”, e muitas vezes sem terem a noção de que o são. Mas uma vez aqui se denota uma falta de capacidade para gerir o agregado familiar, quer em termos de dinheiro, quer em ternos de distribuição de tarefas e de gestão de tempo.

As técnicas da Segurança Social detectam que a esta “destruturação familiar” reproduz e perpetua no tempo, pois a segurança Social tem vindo a acompanhar estas famílias de geração em geração, segundo as suas palavras “isto já é uma questão que atravessa as várias gerações destas famílias, nós temos aqui os processos dos avós, dos pais, dos filhos, dos, netos, e sempre foi assim”. (idem) Também a técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social, nos fala em “mães negligentes”, como resultado de uma questão cultural, e consequente reprodução inter-geracional. “Esta questão dos valores que permite os pais perceberem quando estão ou não a ser negligentes está associada ao seu processo de socialização, e aos valores que os seus pais já lhes incutiram. Estamos perante gerações inteiras em que as crianças foram educadas de uma forma negligente, e estas formas de educar são reproduzidas” (Entrevista Exploratória à Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social)

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2. A localização de situações de Pobreza e destruturação familiar

Freguesia de Camarate “Todos os problemas sociais que possamos imaginar existem em Camarate…” é este o desabafo da Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social e que espelha o discurso dos restantes técnicos da área social que trabalham com a Freguesia de Camarate.

Os bairros apontados pelas técnicas da Segurança Social, que acompanham esta Freguesia, como de maior incidência de atendimentos são (sem nenhuma ordem em particular): · Bairro Mira Loures - mais problemático · Bairro dos Fetais – mais problemático · Bairro da Torre – mais problemático · Bairro de Angola; · Bairro do Grilo; · Bairro de S. José; · Fonte da Pipa; · Camarate Centro;

O Bairro Mira Loures é apontado como um dos mais problemáticos devido ao avultado número de atendimentos que são feitos consequentes de situações de carência económica. A técnica que acompanha este Bairro identifica situações que considera tratarem-se de “destruturação familiar”. A “família tipo”, deste Bairro, que acede aos serviços da Segurança Social, é uma família portuguesa que vive predominantemente em casas arrendadas, trabalha em áreas como a construção civil (homens) e trabalho doméstico (mulheres) com rendimentos muito baixos, e com um nível de escolaridade baixa. Os problemas associados a estas famílias são o resultado do desemprego e da precariedade dos seus trabalhos, aliada à baixa escolaridade e ao facto de viverem em

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém casas arrendadas, ou seja, terem baixos rendimentos e elevadas despesas com a habitação. Nestas famílias crescem filhos sem apoio dos pais e com taxas de abandono escolar muito elevadas.

Bairro dos Fetais Este Bairro tem muitas casas arrendadas, com rendas muito altas, por esse facto são partilhadas por muitas pessoas, maioritariamente indivíduos de origem africana. São pessoas com uma alta mobilidade, muito jovens, casais com muito filhos, talvez por essa razão, neste Bairro existam muitas creches clandestinas, para fazer face ao deficit de equipamentos de apoio à infância. Segundo a Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social, o alcoolismo, é um problema real deste bairro e que causa vários problemas familiares. Esta é um problema muito frequente entre os homens, mas também existente nas mulheres. Com o problema do alcoolismo crescem outros como a violência doméstica e a violência no Bairro, para além da falta de capacidade destes indivíduos gerirem a sua própria vida, e da sua família, estas últimas consequências do alcoolismo têm fortes repercussões nos cuidados com os menores. A somar a todos estes problemas as técnicas chamam à atenção que este é um dos Bairros que regista o maior número de casos de HIV Sida da Freguesia de Camarate.

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Bairro da Torre 38 O Bairro da Torre é um bairro de barracas, muitas delas de madeira, sem saneamento básico. Neste Bairro predomina a população de etnia cigana, embora exista um grande número de famílias africanas e portuguesas. A junção destas diferentes etnias num mesmo espaço causa, segundo as técnicas da Divisão Municipal da Habitação (CML), grandes conflitos. (Entrevista Exploratórias às Técnicas do GIL da Apelação/DMH/CML) Disso mesmo são exemplos os conflitos de que nos fala a Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social, “neste Bairro existe um conflito instalado entre a população, relacionado com a comunidade são-tomense que nele habita. Pois as famílias são-tomenses deixam os seus filhos numa casa de umas senhoras que cuidam de todas as crianças sem quaisquer condições para o fazer. “ (Entrevista Exploratória à Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social). Esta situação das amas ilegais é uma realidade que surge da necessidades das famílias encontrarem respostas para as suas crianças, uma vez que os equipamentos existentes são claramente insuficientes para fazer face às necessidades, como veremos mais à frente neste documento.

Segundo a Segurança Social, neste Bairro vive um grande número de famílias na dependência da prestação do Rendimento Social de Inserção. Ao nível dos atendimentos surgem muitos casos de fome, em que as famílias são encaminhadas para o Banco

38 Como nota informativa gostaríamos de destacar que junto a este Bairro existe um conjunto de casas, num lugar designado “Olival da Torre”, este lugar é constituído por pessoas que ocuparam este espaço e não têm direito ao realojamento. Segundo as técnicas da DMH “esta é uma zona de ninguém, não existem dados sobre este espaço, nem sabemos quantas pessoas estão aqui”. Segundo as técnicas a requalificação do Bairro da Torre vai ser um processo complicado face à existência de lugares como este que não têm previsão de solução. (Entrevista Exploratórias às técnicas do GIL da Apelação) Também perto do Bairro da Torre existem casas isoladas, ocupadas por homens que vivem sozinhos, e que têm a particularidade de serem homens com idade activa para o trabalho, que ficaram desempregados por baixas sucessivas, ficando sem rendimentos e vivendo situações graves de pobreza. Entrevista Exploratória à Técnica da Segurança Social que acompanham a Freguesia de Camarate)

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Alimentar Contra a Fome, nestas famílias destacam-se ainda problemas de desemprego, problemas graves de saúde, muito analfabetismo. Neste Bairro registam-se a maioria dos casos de abandono escolar da Freguesia de Camarate, segundo a Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social, esse facto deve-se ao grande número de famílias ciganas do Bairro. As consequências directas destas altas taxas de abandono escolar são os problemas relacionados com a delinquência juvenil, até porque muitas vezes as crianças deixam de ir às aulas, mas ficam pela escola a causar desacatos.

São geralmente as mulheres que vêm aos serviços da Segurança Social afirmando estarem sozinhas com os seus filhos, muitas vezes porque os maridos se encontram presos (embora também existam muitas mulheres ciganas que estão presas deixando os seus filhos aos cuidados das avós). Mas as técnicas consideram que em muitos casos estas declarações não são verdadeiras, pois os maridos muitas vezes estão a vender nas feiras e mercados e querem ocultar esses rendimentos. A declaração de rendimentos é, de facto, um problema nestas famílias, “dizem sempre que vivem de apoios familiares, mas esses apoios são de pessoas que também vivem do Rendimento Social de Inserção”. (Entrevista Exploratória à Técnica da Segurança Social que acompanham a Freguesia de Camarate)

Nas famílias deste Bairro existem muitos problemas relacionados com a toxicodependência, geralmente entre os homens, o que origina muitos casos de separação no casal. Segundo a Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social, os problemas relacionados com a toxicodependência neste Bairro, estão intimamente ligados à destruturação familiar que ali se vive “existem muitas famílias com elementos detidos face a problemas ligados com a toxicodependência. Esta, situação na maior parte das vezes, afecta os pais das criança. As mães que ficam sozinhas, para se sustentarem, muitas vezes dedicam-se à prostituição, então as crianças ficam muitas vezes deixadas com avós, ou madrinhas, mas crescem sempre com uma educação negligente. (Entrevista Exploratória à Técnica da Equipa de Acompanhamento de Crianças e Jovens da Segurança Social)

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Neste Bairro existem também muitos casos de mães adolescentes, que ficam a viver em casa dos pais, dividindo a mesma barraca. Ou então constroem outras barracas, e não ficam abrangidas no programa de realojamento, o que cria problemas ainda maiores. (Entrevista Exploratória à Técnica da Segurança Social que acompanham a Freguesia de Camarate)

Zona centro de Camarate Da zona Centro de Camarate ocorrem aos serviços da Segurança Social uma população predominantemente envelhecida, que vive de reformas baixas, sem qualquer apoio familiar, e vivendo em habitações degradadas, condições face às quais as instituições de apoio ao idoso locais mostram-se insuficientes, segundo as técnicas “os idosos são muitos e sem resposta”. (idem)

Um outro problema que atravessa toda a Freguesia é o crescente número de mães adolescentes, para as quais não existe qualquer resposta institucional.

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Freguesia do Prior Velho Segundo a informação dada pelas técnicas da Segurança Social, esta Freguesia tem uma realidade que merece uma atenção especial - as “vilas” (das quais falámos na Parte II). Como já vimos na Parte II, nas vilas mais antigas vivem muitos idosos, nas vilas mais novas vive-se sem condições de habitabilidade devido à degradação e estrutura das casas, em becos e caves de prédios. 39

Um outro local de especial atenção para nas questões sociais relacionadas com esta Freguesia é o Bairro da Quinta da Serra, onde se destacam os seguintes problemas: · Famílias monoparentais em que existem muitos filhos; · Pessoas isoladas com graves problemas de pobreza, porque estão no país sem autorização de residência, tendo vindo muitas vezes para Portugal para tratar de questões de saúde; · Casos de sida e tuberculose; · Tráfico de droga; · Prostituição; · Problemas de alcoolismo alimentados pela existência de muitas “tabernas”no próprio bairro. · Emprego precário: os homens vivem de biscates e as mulheres trabalham em empresas de limpeza, sem contratos profissionais e com rendimentos muito baixos. O que significa que em caso de doença, estas famílias não tem qualquer protecção social e caem facilmente em situações de pobreza extrema.

O maior problema social deste Bairro, neste momento, prende-se com o elevado número de famílias e indivíduos que não estão inseridos no Programa de Especial de Realojamento e que portanto vão ficar na rua com o realojamento do bairro. Conforme vimos na Parte II deste documento são 862 indivíduos e 84 famílias que vão ficar desalojadas. Um fenómeno que já está a acontecer, uma vez que a Câmara Municipal de Loures está já a deitar abaixo barracas que não estão recenseadas para o PER.

39 Para aprofundar esta questão ver Parte II.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Estes são casos que a Câmara Municipal de Loures envia para a Segurança Social, e que também este serviço não pode dar resposta, pois os subsídios que possam ser dados à população, nestes casos, são sempre temporários, para uma situação emergente de pobreza, e nada resolvem a esta família. 40

Freguesia de Sacavém41

Quando se trata de localizar na Freguesia as situações de pobreza, as técnicas da Segurança Social apontam para locais concretos: um deles é a Rua Júlio Bruno da Costa Pereira,42 uma rua com casas degradadas que concentra situações de pobreza extrema. Estas casas são antigas, estavam ocupadas por idosos que entretanto foram morrendo e as casas foram aos poucos ocupadas por imigrantes (muitos deles em situação de ilegalidade). Muitas vezes numa pequena e velha casa vivem vários imigrantes, o que provoca condições de habitabilidade incomportáveis.

Outro local dentro da Freguesia que se apresenta como foco de pobreza é a zona da Calçada Francisco Pedroso, uma zona degradada, com casas pequenas e rendas muito caras face às condições de habitabilidade destas casas (rendas que rondam os 300€ e 400€) onde vivem muitas famílias que as técnicas da Segurança Social consideram “destruturadas”. São famílias onde muitas vezes só um dos elementos trabalha, o que significa que têm baixos rendimentos. Face ao elevado valor das rendas, as famílias são muitas vezes despejadas de suas casas, por esse facto são famílias com uma elevada mobilidade.

40 Para além de estar aqui um grave problema social, esta situação gera um conflito institucional entre a Segurança Social e a Câmara Municipal de Loures porque a responsabilidade é empurrada de uma para outra instituição sem que o problema pareça ter resposta. 41 Importa também referir que na Freguesia de Sacavém, de um modo geral, uma das áreas - problema que mais chega à Segurança Social está relacionada com a população idosa, que as técnicas caracterizam como isolada, empobrecida, sem suporte familiar, à qual os equipamentos existentes se mostram insuficientes para dar resposta. São muitos os pedidos de apoio domiciliário que ficam sem resposta. 42 Para mais informações consultar Parte II.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém O outro foco de pobreza, este já mais reconhecido, é a antiga Quinta do Mocho, hoje Urbanização Terraços da Ponte. Segundo as Técnicas da Segurança Social neste Bairro estão concentrados cerca de um terço dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (antigo Rendimento Mínimo Garantido) do total da Freguesia de Sacavém. Sendo um Bairro de população maioritariamente africana é o rosto das situações atrás descritas no que respeita aos problemas relacionados com as famílias africanas, problemas como: a monoparentalidade; o desemprego e o trabalho precário numa população jovem em idade activa; e o facto de ser uma população imigrante, muitas vezes ilegal ou com documentação caducada. Os problemas que as técnicas associam a este Bairro passam por várias situações de menores em risco, adolescentes grávidas, problemas vários de saúde, dificuldades em “gerir” o agregado familiar. Esta última questão chama à atenção para uma frase que se repete na boca dos técnicos que trabalham com esta população, que é o facto de “para além da falta de dinheiro, as famílias têm uma grande dificuldade em gerir esse dinheiro”, uma questão que sobre a qual já nos debruçámos neste documento.

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3. A gestão do apoio social

Tabela 1: Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção na Freguesia de Camarate dos meses de Janeiro a Março de 2005 Mês RMG 43 RSI44 Total Janeiro 79 110 189 Fevereiro 46 102 148 Março 25 122 147 Abril 16 n/d n/d Total 166 32445 48446 Fonte: Segurança Social - Serviço Local de Sacavém

Tabela 2: Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção na Freguesia do Prior Velho nos meses de Janeiro a Março de 2005 Mês RMG 47 RSI48 Total Janeiro 11 24 35 Fevereiro 5 23 28 Março 5 24 29 Abril 1 23 24 Total 22 94 116 Fonte: Segurança Social - Serviço Local de Sacavém

43 Rendimento Mínimo Garantido 44 Rendimento Social de Inserção 45 Este total é referente aos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, uma vez que não estavam disponíveis os dados relativos ao mês de Abril. 46 Este total é referente aos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, uma vez que não estavam disponíveis os dados relativos ao mês de Abril. 47 Rendimento Mín imo Garantido 48 Rendimento Social de Inserção

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Tabela 3: Beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido e Rendimento Social de Inserção na Freguesia de Sacavém dos meses de Janeiro a Março de 2005 Mês RMG 49 RSI50 Total Janeiro 93 40 133 Fevereiro 99 23 122 Março 112 9 121 Total 304 72 376 Fonte: Segurança Social - Serviço Local de Sacavém As tabelas anteriores mostram-nos a evolução do número de beneficiários, quer do Rendimento Mínimo Garantido, quer do Rendimento Social de Inserção, pois como ainda estamos numa fase de transição entre uma e outra designação, existem processos em ambos os tipos de subsídio. Embora este indicador seja importante para percebermos qual o cenário de pobreza nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, a sua análise merece algumas considerações iniciais. Nomeadamente, para perceber porque é que se regista uma diminuição do número de beneficiários destes rendimentos ao longo do ano, quando as ir técnicas nos dizem que cada vez chegam mais pessoas aos seus serviços a pedir ajuda? Segundo as técnicas da Segurança Social esta diminuição não significa que diminuíram o número de pedidos, pelo contrário, este número baixa face às exigências do Rendimento Social de Inserção serem mais restritas que do que as exigências do Rendimento Mínimo Garantido.

Para as técnicas da Segurança Social a atribuição de subsídios de sobrevivência tem tido consequências perversas para as famílias destas freguesias. Estas consequências estão relacionadas, muitas vezes, à má gestão do rendimento que é atribuído a estas famílias, o que as faz continuar a viver em situações de pobreza e destruturação quotidiana familiar.

Actualmente a prestação do Rendimento Social de Inserção está a demorar cerca de um ano a chegar à família ou individuo que a solicitou. Quando chega é entregue o dinheiro

49 Rendimento Mínimo Garantido 50 Rendimento Social de Inserção

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém de todo o ano. O problema está na capacidade (ou neste caso, falta dela) das famílias gerirem esse dinheiro, o que faz com que acabem por cometer erros com esse dinheiro (um problema já referido anteriormente).

Por outro lado, as técnicas da Segurança Social chamam à atenção para a necessidade de se reflectir sobre o apoio social que está ser dado a estas famílias, pois estas medidas podem não ser a solução mais eficaz para a integração social das famílias mais carenciadas, afirmando: “desde que existem estes rendimentos aumentaram o número de supostos pobres, as pessoas não estão a integrar-se com o rendimento, enviam as crianças para a escola por obrigação e isso explica as elevadas taxas de insucesso escolar destas crianças, pois o interesse dos pais não é a educação dos filhos, mas não perder aquele dinheiro.” (Entrevista Exploratória às Técnicas da Segurança Social)

Esta discussão é recorrente quando se trata de medidas de apoio social e de políticas de integração social, e não são questões relacionadas com as famílias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, mas sim com todas as famílias carenciadas. É evidente que o Rendimento Social de Inserção é uma política com grandes vantagens, ao permitir que cada família possa ter o mínimo rendimento para subsistir, a questão fica sempre apontada para todo um trabalho de gestão familiar, e gestão do próprio apoio económico que é dado às famílias, como medidas em que se deve investir cada vez mais.

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Conclusões e Propostas de Intervenção

O ponto 3 abre caminho para a discussão que ser feita no seio da Comissão Social Inter- freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém acerca das questões familiares e do apoio que as instituições estão a dar ás famílias. A discussão deve assim centrar-se não em conseguir dar-lhes o peixe, mas sim, em como, com elas construir uma cana… fica o mote para a reflexão.

Como proposta de intervenção, sobretudo na área do apoio à infância, e que a própria Comissão Social Inter-Freguesia de Camarate, Prior Velho e Sacavém está já a trabalhar, surge a questão da abertura de um Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família em pelo menos uma das escolas de cada um das três Freguesias. Um equipamento como este vai permitir que se trabalhe a criança em várias vertentes: a sua relação consigo própria; com a escola; com a família e com a comunidade em que está inserida.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Parte IV – Equipamentos e Serviços das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Introdução e constrangimentos Esta parte do documento de Diagnóstico Social pretende dar a conhecer os principais recursos das três Freguesias, nomeadamente ao nível dos equipamentos e serviços.

Para além da tentativa de fazer um levantamento da paisagem de equipamentos e serviços das três Freguesias de uma forma geral, no processo de Diagnóstico Social, a Comissão Social Inter-freguesia de Camarate, Prior Velho e Sacavém procedeu à caracterização das instituições de apoio a crianças e idosos de forma que se pudesse perceber o que existe, de que faltas estamos a fala, e quais as possibilidades de alargamento e de rentabilização dos equipamentos e serviços existentes nestas áreas. Para proceder à caracterização destas instituições, foi feita uma ficha de caracterização das instituições, que foi envida às mesmas. 51

Os principais constrangimentos encontrados neste levantamento de informação prenderam –se com as falhas de informação por parte das instituições, e, nalguns casos, o completo extrapolar dos prazos de entrega das fichas. Também à que salientar o facto de não termos conseguido, neste levantamento, abranger todas as instituições existentes nas três Freguesias. Por esse facto, as informações aqui apresentadas são uma possível aproximação à realidade e não a esgotar da mesma. Até porque esta realidade altera-se permanentemente, durante este estudo criaram-se novas respostas sociais e, certamente, alteraram-se as existentes.

51 Para obter informações mais detalhadas sobre a caracterização das instituições de apoio à infância e ao idoso, consulte os Anexos 7 e 8 .

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1.Paisagem de Equipamentos e Serviços das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Tabela 1. Paisagem de Equipamentos e Serviços das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Equipamentos Camarate Prior Velho Sacavém Bombeiros e Forças Associação Associação Humanitária de Segurança Humanitária dos dos Bombeiros Voluntários Bombeiros Voluntários de Sacavém de Camarate PSP Equip. Culturais e Grupo Desportivo Futebol Clube do Prior Academia Recreativa e Desportivos Águias de Camarate Velho (com campo de Musical de Sacavém; (com campo de futebol); Clube Recreativo de futebol); Pavilhão Sacavém; Associação Cultural e Gimnodesportivo; Museu da Cerâmica de Desportiva do Bairro de Associação Sócio- Sacavém; Santiago; Cultural da Quinta da Sport Grupo Sacavenense Polidesportivo de Vila Serra (com Pavilhão Lorena, Gimnodesportivo); Parque Desportivo de Anfiteatro ao ar livre da Camarate; zona Ribeirinha do Trancão; Parque Desportivo Alberto da Costa Azenha; Polidesportivo da Urbanização Terraços da Ponte; Pista de Skate e Patins em Linha da Urbanização Terraços da Ponte;

Escolas EB 1 Nº 1 de Camarate; EB 1 do Prior Velho EB 1 Nº 1/JI de Sacavém EB1 Nº 2 de Camarate; EB1 Nº 2 de Sacavém EB 1 Nº 3/JI de Fetais; EB 1 Nº 3 de Sacavém

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém EB1 Nº 4 de Camarate; Escola do 2º e 3º Ciclos do EB1 Nº 5 de Camarate; Ensino Básico Bartolomeu EB1 Nº 6 de Camarate Dias Escola do 2º e 3º Ciclos Escola Secundária de do Ensino Básico Sacavém Mário de Sá Carneiro; Escola Secundária de Camarate Escolas Privadas Externato "Raio de Sol" Externato N. Sra. do (JI+ EB1) Amparo (EB1) Jardins-de-infância JI de N. Sra. dos Anjos JI do Prior Velho JI Quinta S. José (JI + creche) JI Nº2 de Sacavém Centro Social e JI CAIC da Urbanização Paroquial D. Nuno Terraços da Ponte Álvares Pereira e S. Tiago de Camarate (JI+ Creche Familiar+ATL); JI dos Fetais Parques Infantis Parque Infantil do Parque Infantil Dom Bairro de São José; Fernando; Parque Infantil da Parque Infantil Courela do Quinta do Galeão; Foguete; Parque Infantil Bairro Parque Infantil da Quinta São Francisco; de S. José; Parque Infantil Bairro Parque Infantil da Caixa de da Car; Previdência; Parque Infantil Bairro Parque Infantil da Quinta de São Lourenço; Nova; Parque Infantil Bairro Parque Infantil da dos Fetais Urbanização do Real Forte; Parque Infantil de Sacavém; Parque Infantil da Urbanização Terraços da Ponte; Parque Infantil Fonte Perra Farmácias Farmácia Batalha; Farmácia Matos Farmácia Soares Farmácia Nova da Farmácia do Prior Farmácia Cortes ; Velho Farmácia Lourenço

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Farmácia Lúcia Soares Farmácia Maria, Lda;

Equipamentos de Extensão de Saúde de CATUS - Prior Velho; Centro de Saúde de Saúde Camarate Extensão de Saúde do Sacavém (está instalado em Prior Velho S. João da Talha) Associações, IPSS e Associação de Associação Unitária Centro Social Nªa. Sra. Das outros Reformados Reformados Graças; Equipamentos Pensionistas e Idosos Pensionistas e Idosos Associação Comunitária de Sociais de Apoio a de Camarate; da Freguesia do Prior Reformados, Pensionistas e Crianças e Idosos Casa de Repouso dos Velho; Idosos de Sacavém Motoristas de Portugal Associação do Centro Social de Sacavém e Profissões Afins; Cantinho das Crianças (crianças e idosos); Associação Vida Cristã do Prior Velho Associação de Promotores Filadélfia (crianças e (crianças e Idosos); de Saúde, Ambiente e idosos); Lar de Santa Ana Desenvolvimento Socio- Cooperativa Envolver – Cultural – PROSAUDESC Serviços de Apoio (crianças e idosos); Social à Comunidade Creche “Crescer Saudável” Associação Pomba da da Cooperativa Sócio- Paz; Educativa para o Associação de Desenvolvimento Reformados, Comunitário; Pensionistas e Idosos do Bairro de S. Tiago; Serviços Gabinete de Gabinete de Gabinete de Atendimento à autárquicos Atendimento à Intervenção Local Juventude (GAJ) /CML Juventude (GAJ) /CML (GIL) /CML; Secção Administrativa da Gabinete de Câmara Municipal de Intervenção Local Loures (GIL) /CML; Casa da Cultura de Delegação da Junta de Sacavém (GRASECML) Freguesia no Bairro dos Gabinete de Intervenção Fetais; Local (GIL) /CML;

Outros Serviços da Notário Administração Finanças Pública Serviço Local da Segurança Social Centro de Emprego

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Outras Associações Corpo Nacional de Liga Operária Católica; e Movimentos Escutas – Corpo Nacional de Escutas Cívicos Agrupamentos 594 de – Agrupamento 905 de Camarate; Sacavém; Diversas associações de Associação de Jovens de moradores Intervenção Multicultural principalmente nas (AJIM); AUGI 52 UJAP (União de Juventude Angolana em Portugal); Associação Unida e Cultural da Quinta do Mocho; Associação Internacional dos Angolares (AIA); Outros Serviços Posto de Atendimento ao cidadão; Programa Escolhas na Urbanização Terraços da Ponte UNIVA na Urbanização Terraços da Ponte Parceria de Intervenção Comunitária na Urbanização Terraços da Ponte

A tabela 1 mostra-nos um dos factores determinantes para o desenvolvimento das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém: os seus serviços e equipamento. Este factor funciona numas freguesias como uma forte potencialidade: é o caso de Camarate e Sacavém; e na Freguesia do Prior Velho como um ponto fraco, devido ao deficit de equipamentos que a Freguesia apresenta.

A Freguesia de Camarate destaca-se pelo grande número de Escolas, principalmente para o Ensino Básico, Parques Infantis e instituições de apoio à população idosa (que embora sejam em grande número não conseguem dar resposta às grandes necessidades da Freguesia).

52 Áreas Urbanas de Génese Ilegal.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Para além dos equipamentos e serviços assinalados, nesta Freguesia existe um elevado número de associações de moradores, especialmente nos Bairros que são áreas urbanas de génese ilegal, cujo objectivo é criar os projectos de reconversão dos seus bairros, com vista à sua legalização (como vimos na Parte II). São estas associações a principal fonte de expressão e de mobilização da população do Bairro, e talvez a chave do desenvolvimento desta Freguesia, pois são os actores principais no processo de alteração do problema habitacional da Freguesia.53

Sacavém, graças à sua génese histórica, mantém um considerável número de equipamentos culturais, recreativos e associativos. Dentro dos movimentos associativos destacamos aqueles que estão sedeados na Urbanização Terraços da Ponte, e que são fruto do processo de realojamento do Bairro, mantendo-se hoje com uma primordial importância para o dia a dia do Bairro. Após o processo de realojamento, as associações criadas na antiga Quinta do Mocho, tiveram necessidade de redefinir o seu papel no bairro, encontrando hoje uma função, que segundo as próprias, passa por criar um elo de ligação entre a população e as instituições locais, promovendo acções para o beneficio da população do Bairro. De facto estas associações representam hoje, os parceiros –medidores (em parcerias como a Parceria de Intervenção Comunitária existente no Bairro e a própria Comissão Social Inter-freguesias), entre a população e as instituições que trabalham com esta população. (RAPOSO, Teresa (2003), Participação em Contexto de Parcerias de Intervenção Comunitária do Concelho de Loures)

A Freguesia de Sacavém tem também uma série de serviços da administração central e local, face à divisão territorial que estes têm no Concelho e que fazem desta Freguesia o pólo de referência do Concelho na zona oriental – serviços como a Segurança Social e Centro de Emprego, têm as suas delegações na cidade de Sacavém e na cidade de Loures, ou seja, facto de Sacavém ser uma cidade tem de facto um importante peso nos serviços que oferece à sua população.

53 Sobre o papel das associações de moradores do processo de reconversão das áreas urbanas de génese ilegal, consultar Parte II deste documento.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Resta dizer que embora com todos estes serviços e equipamentos, as instituições locais das Freguesias de Camarate e Sacavém confessam não conseguir dar resposta à população, nomeadamente na área social, nos serviços de apoio à família dos quais falaremos mais à frente neste documento.

O Prior Velho é, das três Freguesias aquela que apresenta um menor número de equipamentos e serviços. É certo que tem cerca de um terço dos habitantes das Freguesias de Camarate e Sacavém, mas não tem um terço dos equipamentos e serviços destas. Com apenas uma Escola EB1 e um Jardim de Infância, e uma Associação com serviços para crianças e idosos com poucas capacidades (na área dos idosos existe ainda um lar privado e uma associação de reformados que tem apenas uma sala de convívio), para quase 7000 habitantes (sem contarmos com o crescimento que a Freguesia teve deste 2001), percebemos que o que existe é manifestamente insuficiente.

As três Juntas de Freguesia têm serviços de apoio à população idosa, nomeadamente apoio em pequenas reparações nas casas dos idosos. A Junta de Freguesia do Prior Velho tem, para além deste serviço, uma carrinha que faz um serviço de transporte para hospitais ou outros serviços de saúde. Esta carrinha serve maioritariamente idosos, embora seja um serviço para toda a população.

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Equipamentos de Saúde: Tabela2: Dados relativos aos Equipamentos de Saúde das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2001 Indicador Camarate Prior Sacavém Velho Equipamento de Saúde - Centro Saúde 0 0 1 Equipamento de Saúde - Extensão do Centro de Saúde 1 1 0 Equipamento de Saúde – CATUS 0 1 0 Equipamento de Saúde - Farmácia 3 2 4 Inscritos, por extensão 17058 8501 20336 Inscritos por centro de saúde 133555 Inscritos sem médico de família, por extensão 3030 146 3397 Inscritos sem médico de família por centro de saúde 14530 Médicos de família, por extensão 9 5 12 Médicos de família, por centro de saúde 73 Inscritos por médico 1558,7 1671 1411,6 Fonte: Pré-Diagnóstico Social de Loures, 2004 Uma vez que as Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém totalizam 43.163 habitantes (em 2001), o tipo de equipamentos que ganha relevância perceber, qual a sua capacidade, são os equipamentos da área da saúde. A tabela anterior dá-nos conta do cenário, nas três Freguesias, desta área tão vital para a vida dos cidadãos. Os equipamentos de saúde mais relevantes nestas Freguesias são as extensões do Centro de Saúde de Sacavém, nas três Freguesias. Estes equipamentos totalizam 24 médicos, o que nos dá um valor muito elevado de pacientes inscritos por médico de família: 1158,7 em Camarate; 1671 no Prior Velho e 1411, 6 em Sacavém. Também na área da Saúde é a Freguesia do Prior Velho que encontra maiores deficiências. Embora seja a Freguesia de Sacavém que regista o maior número de utentes inscritos sem médico de família.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 2. Caracterização das instituições de apoio à infância e idosos das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

2.1. Caracterização das instituições de apoio à infância Os dados apresentados são relativos às seguintes instituições: Camarate: Ø Escola EB1 nº3 /JI dos Fetais; Ø Jardim-de-infância de Nª. Srª. dos Anjos; Ø Escola EB1 nº 5 de Camarate; Ø Centro Social e Paroquial Nuno Álvares Pereira de S. Tiago de Camarate; Ø Associação Vida Cristã Filadélfia

Prior Velho: Ø Associação “Cantinho das Crianças do Prior Velho”; Ø Escola EB1 do Prior Velho; Ø Jardim-de-infância do Prior Velho

Sacavém: Ø Associação Pomba da Paz; Ø CSEPDC- Cooperativa Sócio-educativa para o Desenvolvimento Comunitário; Ø Centro Social de Sacavém; Ø Jardim-de-infância de S. José; Ø Escola EB1 Nº 1 /JI de Sacavém; Ø Centro de Apoio Infantil Comunitário (CAIC); Ø PROSAUDESC- Associação de Promotores de saúde, Ambiente e Desenvolvimento Sócio-Cultural

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Identificação Em Camarate existem cinco equipamentos com valências de apoio à infância, três deles são entidades privadas sem fins lucrativos, uma é privada com fins lucrativos e uma entidade pública. Na Freguesia do Prior Velho existem três equipamentos para a infância, um deles é um equipamento público e os outros dois são privados sem fins lucrativos. A Freguesia de Sacavém tem sete equipamentos de apoio à infância, quatro deles são entidades privadas sem fins lucrativos e as restantes três são entidades públicas. De entre o cenário das três freguesias há que destacar a importância de dois tipos de entidades no apoio à infância: as Associações de Pais nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico e as associações de apoio social, algumas delas ligadas às paróquias.

Valências Tabela 3: Valências das instituições de apoio à infância de Camarate Valências Nº de Nº de Nº Nº de Nº de Nº de Nº de Lista de equipamentos utentes de utentes utentes utentes utentes espera com a salas sem com com sem valência acordo acordo almoço almoço Creche 3 141 8 30 111 141 238 Creche 1 20 20 20 52 familiar/ amas Jardim 3 268 12 4 264 268 157 de Infância ATL 4 132 7 28 104 120 12 83 Totais 11 561 27 62 499 549 12 530

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Tabela 4: Valências das instituições de apoio à infância do Prior Velho Valências Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Lista equipamentos utentes salas utentes utentes utentes utentes de com a valência sem com com sem espera acordo acordo almoço almoço Creche Creche familiar/ amas Jardim de 2 100 4 2 98 80 20 96 Infância ATL 1 46 1 46 Totais 3 146 5 48 98 80 20 96

Tabela 5: Valências das instituições de apoio à infância de Sacavém Valências Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Lista de equipamentos utentes salas utentes utentes utentes utentes espera com a valência sem com com sem acordo acordo almoço almoço Creche 3 98 7 45 53 98 83 Creche 1 20 5 2 18 20 familiar/ amas Jardim de 5 249 12 120 129 207 52 92 Infância ATL 4 209 7 119 90 172 27 14 Totais 13 576 31 286 290 497 79 189

As tabelas 2, 3 e 4 mostram-nos que serviços são prestados por estas instituições e para quantas crianças esse serviço é prestado, nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém.

Assim, em Camarate as instituições prestam um total de 10 valências, pois muitas das instituições têm mais do que uma valência. Num total de 27 salas encontram-se então 561 crianças, 549 delas têm almoço. As instituições de Camarate assinalaram uma lista

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém de espera de 530 crianças, o que significa que estas instituições estão a prestar cerca de metade do serviço que seria necessário estarem a prestar, face aos pedidos que lhes chegam das famílias.

No Prior Velho, as três valências das três instituições que prestam serviços às crianças da Freguesia servem 146 crianças em 5 salas. Apenas 80 destas crianças têm almoço, e lista de espera contabilizada por estas instituições é de 96 crianças.

Em Sacavém, as instituições existentes somam um total de 14 valências, que ocupam 584 crianças, em 32 salas. Destas, 399 têm almoço. Existindo uma lista de espera contabilizada de 189 crianças.

Tendo em conta que, segundo os dados dos censos de 2001, existiam em 2001 os seguintes números de crianças até aos 9 anos nestas Freguesias: Camarate – 2045 crianças; Prior Velho 864 crianças; e Sacavém 1851 crianças. Percebemos que as instituições existentes nestas Freguesias estão longe de poder dar apoio à totalidade das crianças existentes. Ou seja, a percentagem de crianças até aos 9 anos que estas instituições conseguem acolher dividem-se da seguinte forma nas três Freguesias: Camarate 26,8%; Prior Velho 11,1%; Sacavém 31,5%. Como podemos ver é a Freguesia de Sacavém que consegue dar uma resposta mais alargada e a Freguesia do Prior Velho que tem mais dificuldades de resposta nesta área.

Outros serviços prestados nestas valências: Camarate: Algumas instituições têm também valências para idosos, como vemos na caracterização das instituições de apoio ao idoso; Na área da infância uma das instituições tem um serviço de atendimento e acompanhamento psico-social a 35 famílias.

Prior Velho: Uma das instituições presta apoio familiar por ter prolongamento de horários. Sacavém: Algumas instituições têm também valências para idosos, como vemos na caracterização das instituições de apoio ao idoso. Uma das instituições da Freguesia

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém também faz formação em tecnologia de informação e comunicação para jovens dos 18 aos 24 anos, tendo neste momento 23 formandos.

Condições de alargamento das actuais capacidades: Camarate: · O Centro Social e Paroquial D. Nuno Álvares Pereira tem condições para abrir um berçário para 10 crianças; · A Escola EB1 nº 3 /JI dos Fetais tem ATL vai abrir uma outra sala em 2006 para mais 20 crianças; · A Associação Vida Cristã Filadélfia vai passar a sua valência de creche para 65 crianças para a Freguesia de Sacavém e abre em 2006 uma valência de Jardim- de-infância na Freguesia de Camarate para 75 crianças. São recursos que aumentam para as duas Freguesias.

Prior Velho: · Não existem condições de alargamento da capacidade das instituições actuais.

Sacavém: · Existem instituições que afirmam ter possibilidades de alargamento ou de analisar essa possibilidade mas não especificam de que forma poderá ocorrer o alargamento e que novas respostas vai criar; · O Jardim-de-infância de Sacavém (Escola BE1 nº1) tem capacidade para receber mais 50 crianças desde que estas não tenham necessidades especiais educativas.

Horários de funcionamento das instituições: Todas as valências das três Freguesias têm horários que variam entre as 7:00 e as 19:00. · Em Camarate o ATL começa das 7:30 às 8:00 e termina entre as 18:30 e as 19:00; o Jardim-de-infância funciona entre as 7:30 e as 19:00, o mesmo horário tem a creche familiar. A instituição que tem atendimento familiar faz esse serviço entre as 9:00 e as 19:00; · No Prior Velho um dos Jardins-de-infância funciona das 7:30 às 19:00 o outro funciona das 9:00 às 15:00 com uma hora de almoço e com prolongamento de horário até às 17:00. O ATL funciona das 7:30 às 18:00;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém · Em Sacavém 3 dos 5 serviços de Jardim-de-infância funcionam das 9:00 às 15:00 com uma hora de almoço, e um deles tem prolongamento de horário até às 18:00. O que é manifestamente um horário pouco adequado às necessidades dos pais das crianças. Os serviços de creche abrem entre as 7:00 e as 7:30 e fecham entre as 18:30 e as 19:30. A Creche familiar está a funcionar das 7:30 às 19:30. Os serviços de ATL funcionam entre as 7:00 e as 19:30, abrindo entre as 7:00, as 8:00, e as 10:00 e fechando entre as 16:00, as 18:00 e as 19:30. Uma das instituições faz uma hora de almoço entre as 12:00 e as 14:00, e funciona ao sábado das 15:00 às 18:00.

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Recursos físicos das instituições: Tabela 6: Recursos físicos das instituições de apoio à infância Recursos físicos Camarate54 Prior Sacavém55 Total Velho Sala Polivalente 1 1 3 5 Parque infantil/pátio exterior 2 1 2 5 Gabinete para Educadores 1 2 3 Biblioteca 1 1 2 Cozinha 1 1 1 3 Refeitório 1 1 2 Sala de apoio educativo/actividades 1 8 9 Ginásio e campo de jogos 1 1 Sala para Internet 1 1 Ludoteca 1 1 Total 11 3 18 32

Esta tabela mostra que, mais uma vez é a Freguesia do Prior Velho que apresenta mais problemas, pois mesmo as poucas instituições existentes, têm poucos recursos para pôr à disposição das crianças com as quais trabalham. Dessas necessidades dão conta quando questionamos as instituições acerca dos seus problemas, como vemos no ponto seguinte.

54 Das 5 instituições 2 não responderam a esta questão. 55 Das 7 instituições 3 não respondeu a esta questão.

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Necessidades e Potencialidades Tabela 7: Necessidades e Potencialidades das instituições de apoio à infância Necessidades/Problemas Potencialidades

Recreios com falta de infra-estruturas adequadas A boa vontade dos colaboradores que custeiam às actividades das crianças actividades das crianças Falta de espaços de recreio ao ar livre Liderança forte e estratégica Instalações com problemas de infra-estrutura Capacidade de mobilizar pessoas e entidades (aquecimento e refrigeração) Falta de meios financeiros para fazer actividades Imagem positiva junto da comunidade e dos extra parceiros Necessidade urgente de alargamento de valências Pessoal técnico suficiente e adequado e capacidades (Prior Velho) Verbas atribuídas por parte da Segurança Social A política de preços insuficientes e ausência de respostas desta instituição ao nível do alargamento dos acordos Salas de dimensão reduzida A capacidade de receber crianças encaminhadas por outras instituições Não ter estatuto de IPSS que permita fazer A capacidade de resposta aos pais das crianças acordos com a Segurança Social Dispor de voluntários qualificados Dispor de colaboradores com experiência em intervenção comunitária Capacidade para desenvolver parcerias com outras instituições da área da infância

As crianças A caracterização das crianças que frequentam as instituições analisadas (consultar anexo 7) mostra-nos que é grande a diversidade de nacionalidades das crianças das várias Freguesias, principalmente em Sacavém. Em Sacavém existem instituições sedeadas na Urbanização Terraços da Ponte o que explica que sejam apoiadas 359 crianças deste Bairro.

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2.2. Caracterização das instituições de apoio ao idoso Os dados apresentados são relativos às seguintes instituições: Camarate: Ø Associação Unitária de Reformados Pensionistas e Idosos de Camarate; Ø Casa de Repouso dos Motoristas de Portugal Ø Associação Vida Cristã Filadélfia

Prior Velho: Ø Associação “Cantinho das Crianças do Prior Velho”

Sacavém: Ø Lar Nª. Sra. Das Graças Ø Associação Comunitária de Reformados Pensionistas e Idosos de Sacavém; Ø PROSAUDESC - Associação dos Promotores de Saúde, Ambiente e Desenvolvimento Sócio-cultural; Ø Associação Pomba da Paz; Ø Centro Social de Sacavém

Todas as instituições das Freguesias de Camarate e Prior Velho são privadas e sem fins lucrativos, em Sacavém quatro das cinco instituições existentes têm este estatuto jurídico, a outra instituição – o Lar Nª. Sra. Das Graças é uma instituição privada com fins lucrativos.

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Valências Camarate: Tabela 8: Valências das instituições de apoio ao idoso da Freguesia de Camarate Valências Nº de Nº de Nº de utentes Nº de Lista de espera equipamentos utentes sem acordo utentes com com a valência acordo Centro de Dia 2 31 31 Apoio 2 65 5 60 Domiciliário Lar 2 69 2 67 6156 Totais 6 165 7 158 61

Prior Velho: Tabela 9: Valências das instituições de apoio ao idoso da Freguesia do Prior Velho Valências Nº de Nº de Nº de utentes Nº de Lista de espera equipamentos utentes sem acordo utentes com com a valência acordo Apoio 1 10 10 n/d domiciliário Total 1 10 10

56 Apenas uma instituição forneceu este dado.

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Sacavém: Tabela 10: Valências das instituições de apoio ao idoso da Freguesia de Sacavém Valências Nº de Nº de Nº de utentes Nº de Lista de espera57 equipamentos utentes sem acordo utentes com com a valência acordo

Centro de Dia 2 70 70 8 Apoio 4 115 5 110 65 Domiciliário Lar 1 40 10 30 Totais 7 225 15 210 73

As tabelas anteriores mostram-nos como a situação face aos idosos apresenta ainda mais carências do que face à infância. Antes de darmos conta dessas carências queremos reforçar que nestes dados estão a maior parte das respostas sociais das Freguesias, mas não a totalidade, pois não temos dados de todas as instituições, ou seja, a informação apresentada tem um margem de erro por defeito. As instituições da Freguesia de Camarate oferecem cinco valências aos idosos, servindo 165 idosos, ou seja, 7,6% do total de população com mais de 65 anos da freguesia (pop. Com mais de 65 anos em Camarate – 2.154 em 2001). A Freguesia do Prior Velho serve apenas 10 utentes em apoio domiciliário, embora exista na Freguesia um Lar e um Centro de Convívio da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos do Prior Velho (sobre estas instituições não temos informação). O apoio domiciliário serve cerca de 1,5% da população com mais de 65 anos da Freguesia do Prior Velho, que em 2001 eram 682 indivíduos. Sacavém volta a ser a Freguesia com uma maior taxa de cobertura de serviços. Com 7 valências, as instituições de apoio ao idoso, que servem 225 utentes, o que representa 9,8% dos 2300 indivíduos com mais de 65 anos na Freguesia, em 2001.

57 Apenas uma instituição nos forneceu esta informação.

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Principais serviços prestados nestas valências: Camarate : 58 Alimentação (2 inst.); Actividades recreativas e de convívio (2 inst.); Transporte (1 inst.); Serviços de higiene pessoal (2 inst.); Serviços de higiene do lar (2 inst.) Serviços de limpeza de roupa (2 inst.);

Prior Velho Alimentação (1 inst.) Higiene pessoal (1 inst.) Higiene habitacional (1 inst.) Lavandaria (1 inst.) Sacavém 59: Alimentação (4 inst.); Actividades recreativas e de convívio (2 inst.); Transporte (1 inst.); Apoio na ingestão de medicação (2 inst.) Serviços de higiene pessoal (4 inst.); Serviços de higiene do lar (4 inst.) Serviços de limpeza de roupa (4 inst.);

Outros serviços prestados aos utentes: Camarate: a AURPIC tem um Centro de Convívio com 1240 sócios; Sacavém: uma das instituições tem um Centro de Convívio sem acordo com a Segurança Social que tem 30 utentes; e uma outra instituição presta serviços de promoção e prevenção da saúde.

58 Não existem dados da AURPIC. 59 Não existem dados do Centro Social de Nª. Sra. das Graças.

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Horários de funcionamento das instituições: Os horários de funcionamento são um pouco diferentes, mas com uma durabilidade semelhante, isto para apoio domiciliário ou Centro de Dia, pois os Lares estão abertos 24 horas. Em Sacavém as instituições que prestam apoio domiciliário fazem um serviço de 6 horas, podendo este começar às 8h ou 9h da manhã, prolongando-se até às 16h, 17h e 18h. Aqui uma das instituições, a Associação Pomba da Paz, tem 12 h30 de serviço e apoio ao fim-de-semana. Os dois serviços de Centro de Dia desta freguesia estão abertos entre 7h a 7h 30 por dia, abrindo às 8h30 ou às 10h e fechando às 17h ou 18, respectivamente.

Em Camarate os serviços de Centro de Dia funcionam entre 7h30 e 8h por dia, abrindo as suas portas às 9h0 00 ou 9h30. e fechando às 18h ou 17h, respectivamente. Os dois serviços de apoio domiciliário da Freguesia têm um funcionamento diferente. A Casa de Repouso dos Motoristas tem um serviço de 9 horas diárias, das 9h às 18h, e a Associação Vida Cristã Filadélfia, tem um funcionamento diário de 8h, e 4h aos sábados, estando a funcionar das 8h às 16h semanalmente, e das 9h às 13h ao sábado. O serviço de apoio domiciliário do Prior Velho 7h diárias, entre as 9h e as 17h com uma hora de almoço.

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Recursos físicos das instituições: Para além do equipamento físico em que estão inseridas, as instituições salientam a existência dos seguintes recursos: Tabela 11: Principais recursos físicos das instituições de apoio ao idoso Recursos físicos Camarate Prior Velho Sacavém60

Cozinha 3 1 Refeitório 2 1 Lavandaria 1 1 1 Sala Polivalente 2 1 Ginásio 0 1 Sala Comunitária 1 1 Viaturas 5 4 Bar 1 Copa 1 Balneário 1 Total 16 2 10

Como verificamos pela tabela anterior, volta a ser a Freguesia de Camarate aquela que dispõe de mais recursos nos seus equipamentos, e a Freguesia do Pior Velho aquela que encontra maiores dificuldades.

60 Não temos os dados do Lar Nª. Sra. Das Graças.

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Necessidades e Potencialidades: Tabela 12: Necessidades e Potencialidades e das instituições de apoio ao idoso Necessidades/Problemas Potencialidades

Necessidade de estabelecer novos acordos com a Capacidade para empreender novos serviços que Segurança Social para aumentar as capacidades têm vindo a responder às necessidades da dos serviços prestados população Necessidade de aumentar ou construir mais Instalações que permitem um alargamento dos instalações. O caso da necessidade de mais infra- serviços prestados, faltando apenas um apoio estruturas sente-se sobretudo na freguesia do institucional para o fazer Prior Velho Necessidades de mais recursos físicos para além Recursos humanos motivados e capacitados das instalações, principalmente viaturas para as actividades que necessitam de desenvolver Dificuldade no recrutamento de pessoal com Capacidade para prestar um serviço 7 dias por formação e sensibilidade para trabalhar com a semana população idosa Necessidade de alargar o serviço de apoio Pessoal qualificado domiciliário, quer em capacidade quer em durabilidade para dar resposta às necessidades da população Necessidade de formalizar a instituição para poder receber apoios institucionais

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Conclusões e Propostas de Intervenção Na análise que acabámos de realizar fica claro que a Freguesia do Prior Velho tem, nesta área dos equipamentos, um dos seus principais problemas. Pois os poucos equipamentos que existem ficam muito à quem das respostas que necessitam de dar. Numa altura em que esta Freguesia está em forte expansão, e portanto a aumentar as suas necessidades, torna-se urgente que o poder local – Junta de Freguesia e Câmara Municipal - olhe com particular atenção para esta realidade. Os equipamentos existentes estão limitados quanto à sua capacidade de resposta, por isso é necessário investir na construção de novos espaços de utilidade pública na Freguesia, pois com o alargamento da sua população, cedo este problema se vai agravar. Numa fase em que o Prior Velho está a investir na alteração da sua estrutura habitacional, com habitações de maior qualidade, caso não invista em equipamentos que sirvam a nova população, corre o risco de ver esse investimento comprometido.

Quanto às restantes Freguesias, há que caminhar para a racionalização e potencialização dos serviços e equipamentos e existentes, e o trabalho em rede que já está a ser realizado pode vir a ser a chave para o caminho do melhor serviço a crianças e idosos nas três Freguesias.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Considerações finais Segundo o Programa da Rede Social, “O Diagnóstico Social é o primeiro instrumento de um bom Plano, ao permitir uma compreensão da realidade social, que inclui a identificação das necessidades e a detecção dos problemas prioritários e respectivas causalidades, bem como os recursos e das potencialidades locais, que constituem reais oportunidades de desenvolvimento. À medida que o diagnóstico vai sendo mais global e integrado, o conhecimento das dinâmicas sociais vai-se tornando mais interactivo. Por ser um instrumento que resulta da participação dos diversos parceiros, facilitador da interacção e da comunicação entre eles, torna-se parte integrante do processo.” (Instituto para o Desenvolvimento Social, (2001); Programa Rede Social)

Esta definição faz-nos reflectir sobre a forma como decorreu este processo de Diagnóstico Social. Para a compreensão da realidade social das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, foi feita uma descrição quantitativa das mesmas, a qual permitiu melhor identificar necessidades, problemas, potencialidades e recursos. O aprofundamento do conhecimento de alguns dos problemas destas Freguesias, foi um exercício realizado recorrendo a técnicas qualitativas, nomeadamente a entrevistas exploratórias, e observação não participante. As problemáticas aprofundadas foram escolhidas na tentativa de dar visibilidade aos problemas sociais das Freguesias em causa, e de descrever as suas dinâmicas sociais. Conscientes de que as situações apresentadas não esgotam os problemas das Freguesias e a descrição das suas dinâmicas, há que referir que este levantamento pode dar um grande contributo no conhecimento da realidade das Freguesias, ao cruzar informação dos parceiros que cada um detinha apenas para si.

A participação dos parceiros teve lugar, principalmente, através de entrevistas exploratórias e fichas de levantamento de dados. A sinalização destas formas de participação dos parceiros sociais faz-nos perceber que estes foram auscultados, quando solicitada a sua participação, não tendo uma atitude de cooperação e envolvimento efectivo neste processo.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Este continua a ser o grande desafio que se levanta a esta parceria, o de aprender a estar em parceria – num espaço de verdadeira partilha e participação, de forma a criar, entre os parceiros, uma intervenção estratégica e articulada nas Freguesias em causa. O que pode estar a travar a participação dos parceiros? Certamente muitos factores, o principal factor poder relacionar-se com o facto de ser ainda precoce o caminho do trabalho em parceria, e, nesse campo, muitos passos terão ainda de ser dados na formação dos parceiros.

A este exercício de Diagnóstico Social falta também um enquadramento teórico e conceptual que permitisse melhor definir os problemas apontados. Uma vez que este é um documento aberto esperamos que os próximos passos para o completar, enquadrem conceptualmente a realidade a estudar e alarguem o leque de participação dos actores sociais envolvidos no processo de desenvolvimento destas Freguesias.

Uma última nota deste documento refere-se à estruturação desta parceria, o exercício de Diagnóstico Social fez suscitar a dúvida - se a Freguesia de Camarate não deveria ter uma Comissão Social de Freguesia para a sua Freguesia - por duas principais razões: por um lado por apresentar problemas distintos das Freguesias do Prior Velho e de Sacavém; e, por outro lado, pelo facto dos problemas da Freguesia de Camarate serem demasiado complexos e necessitarem de uma actuação específica e empenhada dos parceiros locais, que uma parecia com os parceiros das restantes Freguesias poderá não proporcionar.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Síntese do Diagnóstico Social Freguesia de Camarate: Principais Problemas Desafios Soluções Propostas 1.Habitação e a precarie dade do 1.Mobilizar os resonsáveis 1.Fazer plenários de emprego da população são os locais para o investimento num discussão com a população, problemas centrais desta plano de “Desenvolvimento em cada Bairro, sobre a Freguesia,. Social Urbano”. realidade da habitação na A habitação: principalmente Mobilizar a população para a Freguesia e as formas de pela degradação do parque discussão, reflexão e agir na resolução deste habitacional, pelo participação na resolução dos problema; desordenamento do território, problemas relacionados com a A Junta de Freguesia ter pela ilegalidade de 32% da habitação; um serviço de atendimento construção da Freguesia, e pela A Junta de Freguesia deve ser e apoio especifico às degradação das condições de o motor da mobilização da associações de moradores habitabilidade da grande população, nomeadamente das que trabalhe de uma forma maioria da população da associações de moradores; integrada com a Câmara Freguesia; Responsabilizar todos os Municipal, para resolução agentes locais (população, dos problemas relacionados instituições, e poder local) para com as áreas urbanas de que intervenham neste tema de génese ilegal; uma forma concertada;

2. Degradação do Centro 2. Transformar o centro 2. Reordenar a circulação histórico da Freguesia, histórico no centro de encontro automóvel e o encontrando-se sub carregado da população, com espaços estacionamento; de trânsito e estacionamento, públicos que permitam ser Requalificar ruas, jardins, sem espaços públicos para a utilizados pela população; azinhagas, criando espaços população verdes; Requalificar imóveis patrimoniais

3. Falta de espaços públicos 3. Apostar na legalização das 3. Com a reconversão das para a população: jardins, áreas urbanas de génese ilegal áreas urbanas de génese praças, espaços para ilegal será possível libertar equipamentos, locais de o espaço para este tipo de encontro entre a população; equipamentos e espaços;

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4. Famílias “destruturadas” 4. Abertura de um espaço (na 4. Abertura de um Gabinete aliada à má gestão do apoio sede do Agrupamento Escolar) de Apoio ao aluno e à social às famílias (consultar que trabalhe a criança de uma Família na Escola, ou de Parte III); forma integrada: na sua relação um Gabinete noutros com ela própria, com a escola, moldes, mas com os com a família e com a mesmos objectivos, na comunidade envolvente); Escola ou na Junta de Investir nas respostas ao nível Freguesia, que apoie do apoio social às famílias; crianças e famílias nas Reflectir sobre as políticas de questões da “gestão da vida apoio social actuais. familiar; Promover o atendimento integrado às famílias.

Pontos Fortes Pontos Fracos Institucional: Institucional: Recente descentralização dos serviços da Fraca capacidade da Junta de Junta de Freguesia para o Bairro dos Freguesia “administrar” um território Fetais; tão disperso e complexo, face à falta A Junta de Freguesia presta apoio à de recursos (humanos e económicos) população idosa com pequenas disponíveis. Ex: existem 2 reparações na habitação; funcionários a fazer a manutenção das 6 escolas do 1º Ciclo da Freguesia; Demografia: Falta de cooperação inter-institucional Existência de uma grande percentagem entre as instituições da Freguesia de população jovem na Freguesia; Ausência de uma relação estratégica Economia: visível no conjunto das instituições Razoável nº de empregadores na que suportam o desenvolvimento da Freguesia, o que demonstra vitalidade Freguesia económica da mesma; Acessos: O desemprego decresceu nos primeiros Falta de transportes públicos na meses de 2005; Freguesia, principalmente à noite;

Espaço físico:

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Desordenação urbanística; Falta de infra-estruturas base em 32% do território da Freguesia (zonas AUGI); Nº significativo de habitações sem água, retrete, esgotos e banho; Centro histórico degradado; Existência de 2 Bairros Camarários com problemas de segurança; Existência de 26 Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI), que correspondem a 71% da população da Freguesia; Existência de 4 Bairros de barracas com graves problemas sociais e de degradação das condições de vida das populações; Demografia: Índice de envelhecimento elevado; Economia: Elevado nº de habitantes com 15 ou mais anos sem exercerem qualquer actividade económica (35,6%); Elevado nº de habitantes com 15 ou mais anos a viverem a cargo da Família, com Rendimento Social de Inserção; Debilidade de emprego: os homens dedicam-se sobretudo à construção civil e a profissão mais comum entre as mulheres é de empregada doméstica. São profissões com vínculos instáveis e de remuneração baixa; Precariedade sócio-económica das

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém famílias; Educação: Baixa qualificação da população; Elevada taxa de analfabetismo; Elevadas taxas de abandono e retenção escolar em todos os graus de ensino. Destacando-se o ensino secundário, onde a Freguesia tem os valores mais elevados do Concelho, quer para a retenção, quer para o abandono escolar; Equipamentos: Os equipamentos sociais existentes na Freguesia não são suficientes face às grandes carências sociais da mesma; Falta de uma esquadra da PSP, ou um maior policiamento na Freguesia devido aos graves problemas de segurança que se fazem sentir; Segurança: Sentimento de insegurança por parte dos residentes na Freguesia, face a um suposto elevado grau de violência juvenil; A Freguesia é considerada pelos habitantes do Concelho de Loures, como a Freguesia com mais zonas inseguras de todo o Concelho Pobreza e exclusão Social: Os técnicos registam: Existência de situações de pobreza, nomeadamente nos idosos; Existência de violência doméstica com mulheres crianças e jovens; Existência de crianças em risco, por

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém motivos vários de desorganização familiar (elevado nº de casos que chegam à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens); Problemas de alcoolismo; Consumo e venda de droga; Prostituição; Situações de monoparentalidade; Violência juvenil. Oportunidades Ameaças Localização: Localização: Proximidade à cidade de Lisboa; A Freguesia tem muitas zonas Proximidade da CRIL (Circula r Regional povoadas coincidentes com as rectas Interna de Lisboa); de aterragem e descolagem de aviões Acessos: devido à proximidade ao Aeroporto Alargamento do eixo norte-sul com nó de da Portela; acesso à Freguesia de Camarate, que Espaço físico: permite uma proximidade da Freguesia à A não resolução dos caso de Áreas A8 e à Ponte Vasco da Gama; Urbanas de Génese Ilegal Espaços físico: compromete a requalificação urbana Património histórico, nomeadamente da Freguesia, a instalação de mais arquitectónico; equipamentos sociais e a melhoria das Cidadania e instituições: condições de vida dos habitantes da Existência de um significativo nº de Freguesia; instituições de apoio social na Freguesia; A existência de bairros de barracas Existência de comissões de moradores a promove a vinda, para a Freguesia, de trabalhar para a legalização dos seus imigrantes ilegais que continuam a Bairros; aumentar estes bairros. Existência de instituições concelhias na Freguesia: Gabinete de Intervenção Local e Gabinete de Apoio à Juventude.

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Freguesia do Prior Velho

Principais Problemas Desafios Soluções Propostas 1.Habitação: existência de um 1.Investir numa atitude pró- 1.A CSIFCPS deve bairro de barracas – Quinta da activa dos agentes locais no articular com a Câmara Serra; processo de realojamento do Municipal de Loures as Bairro da Quinta da Serra. acções levadas a cabo no processo de realojamento das famílias, apostando num trabalho junto da população do Bairro.

Degradação do centro antigo da Nas “vilas”há que A Câmara Municipal de Freguesia – “vilas” degradadas, responsabilizar os proprietários Loures deve contactar os com rendas elevadas, das mesmas, pelo estado proprietários destas “vilas” degradado das habitações e de forma a encontrar pela politica de arrendamento formas de requalificação praticada; urbana destes espaços;

2. Famílias “destruturadas” 2. Abertura de um espaço (na 2. Abertura de um Gabinete aliada à má gestão do apoio Escolar EB1 do Prior Velho) de Apoio ao aluno e à social às famílias (consultar que trabalhe a criança de uma Família na Escola, ou de Parte III); forma integrada: na sua relação um Gabinete noutros com ela própria, com a escola, moldes, mas com os com a família e com a mesmos objectivos, na comunidade envolvente); Escola ou na Junta de Investir nas respostas ao nível Freguesia, que apoie do apoio social às famílias; crianças e famílias nas Reflectir sobre as políticas de questões da “gestão da vida apoio social actuais. familiar; Promover o atendimento integrado às famílias.

3. Falta de equipamentos na 3. Reivindicar junto das 3. Através do Diagnóstico Freguesia, nomeadamente entidades competentes Social reivindicar a

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém equipamentos de apoio ao (Câmara Municipal e Órgão do instalação de espaços e idoso, às crianças e espaços Poder Central) a necessidade equipamentos de apoio à para os jovens; espaços da instalação destes comunidade. multiusos de apoio aos equipamentos na Freguesia . projectos dos agentes locais e da população.

Pontos Fortes Pontos Fracos Economia Espaço físico: Existência de parque industrial e de Falta de espaços verdes; serviços que dá emprego a uma Existência de habitação degradada no grande fatia da população da centro antigo da Freguesia – vilas; Freguesia; Existência de um bairro de Barracas – Espaço físico: Quinta da Serra; Existência de um novo parque Nº significativo de habitações sem habitacional, com habitação de maior retrete, esgotos, água, e banho; qualidade que permite a fixação de Equipamentos: população mais qualificada na Falta de equipamentos sociais Freguesia; principalmente de apoio ao idoso e à Acessos e localização: infância, espaços para os jovens e Existência de autocarros da Carris que espaços para exercício de cidadania e fazem uma ligação directa a vários de participação da população. pontos da cidade de Lisboa, aproxima Economia: a Freguesia à Capital; Elevado nº de indivíduos com 15 ou Proximidade à Ponte Vasco da Gama mais anos sem actividade económica; e à A1; Educação: Institucional: Elevada taxa de analfabetismo; A Junta de Freguesia presta apoio à População com baixos níveis de população idosa com pequenas escolaridade; reparações na habitação, e uma Taxas de retenção escolar elevada na carrinha para o transporte de idosos e Escola EB1 do Prior Velho; pessoas com problemas de Pobreza e exclusão Social: mobilidade, ao hospital; Principais focos de pobreza: Bairro da Quinta da Serra e as “vilas” antigas perto deste Bairro;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Demografia: Segurança: Grande percentagem de população em Problemas de violência juvenil por idade activa; parte dos jovens do Bairro da Quinta Baixo índice de envelhecimento. da Serra que provocam um clima de insegurança na Freguesia, Institucional: Falta de cooperação inter-institucional entre as instituições da Freguesia Ausência de uma relação estratégica vis ível no conjunto das instituições que suportam o desenvolvimento da Freguesia . Oportunidades Ameaças Localização: Espaço físico: Proximidade à cidade de Lisboa, O facto do realojamento do Bairro da servindo como um local atractivo para Quinta da Serra depender da Câmara empresas de serviços que sirvam a Municipal; Cidade de Lisboa; O facto da requalificação das “vilas” Demografia: antigas, e muito degradadas, depender Com as novas urbanizações que estão dos senhorios das mesmas; a ser construídas na Freguesia, espera- Pobreza e exclusão social: se ver renovada a população da Elevada taxa de imigrantes na Freguesia, principalmente jovens Freguesia, a grande maioria a viver casais; em barracas ou nas “vilas”, pagando Elevado nº de crianças com menos de rendas elevadas; 6 anos; Famílias que vivem na Quinta da Economia: Serra que não têm direito ao A existência um parque de serviços realojamento; com condições para a instalação de Localização: empresas que dêem emprego aos Proximidade de Freguesias com habitantes da Freguesia e que fixem graves problemas relacionados com a outros indivíduos na mesma insegurança, nomeadamente Camarate e Sacavém;

Equipamentos:

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Caso a Freguesia não consiga instalar equipamentos de apoio às famílias, corre o risco de perder a nova população que está a chegar à Freguesia.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Freguesia de Sacavém

Principais Problemas Desafios Soluções Propostas 1.Habitação: centro antigo da 1. Requalificar o centro 1.Responsabilizar os Cidade com habitação histórico da Freguesia proprietários das casas do degradada. centro histórico. Degradação do património Investir na requalificação histórico da Freguesia; do património histórico de forma a poder ser potenciado em beneficio da população

2. Exclusão social e 2. Trabalhar o Bairro de dentro 2. Potencializar a dinâmica desintegração da Urbanização para fora, ou seja, os projectos associativa do Bairro, Terraços da Ponte face à de integração da população articulando o trabalho entre restante Freguesia, devem ser desenhados não as instituições que com o enfoque no Bairro, mas trabalham no Bairro e as sim na ligação deste à instituições da Freguesia; Freguesia;

3. Famílias “destruturadas” 3. Abertura de um espaço (na 3. Abertura de um Gabinete aliada à má gestão do apoio sede do Agrupamento Escolar) de Apoio ao aluno e à social às famílias (consultar que trabalhe a criança de uma Família na Escola, ou de Parte III); forma integrada: na sua relação um Gabinete noutros com ela própria, com a escola, moldes, mas com os com a família e com a mesmos objectivos, na comunidade envolvente); Escola ou na Junta de Investir nas respostas ao nível Freguesia, que apoie do apoio social às famílias; crianças e famílias nas Reflectir sobre as políticas de questões da “gestão da vida apoio social actuais , familiar”;

4. Focos de pobreza e exclusão 4. Nas “vilas”há que 4. A Câmara Municipal de social no centro histórico da responsabilizar os proprietários Loures deve contactar os cidade, nas “vilas” onde das mesmas, pelo estado proprietários destas “vilas”

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém habitam idosos em situações degradado das habitações e de forma a encontrar graves de pobreza e imigrantes pela politica de arrendamento formas de requalificação com arrendamento elevado. praticada. urbana destes espaços.

Pontos Fortes Pontos Fracos Localização e Acessibilidades: Espaço físico: Localização da Freguesia na zona de Envelhecimento e degradação influência do Parque das Nações; habitacional do centro histórico da Na Freguesia está instalado o Parque Freguesia; Urbano Tejo/Trancão; Pobreza e exclusão social: Proximidade à Ponte Vasco da Gama Focos de pobreza: nas “vilas” e CRIL e A1. degradadas no centro da Freguesia; Espaço físico: Desintegração da população, Existência de comércio tradicional principalmente jovem, da urbanização que dá dinâmica ao dia a dia da Terraços da Ponte; Cidade; Situações de pobreza associados a: Cidadania: população idosa; imigrantes; Forte dinâmica associativa, resultado população desempregada e do seu percurso histórico; desintegrada socialmente por sempre Equipamentos e Serviços: ter estado ligada à indústria; jovens Existência de uma grande quantidade sem perspectivas e projectos de vida; de equipamentos e serviços da Muitas situações de pobreza autarquia e da administração central, associadas à monoparentalidade, que tornam a Freguesia de Sacavém o sobretudo nas famílias africanas centro da zona oriental do Concelho Segurança: de Loures; Sentimento de insegurança por parte A Junta de Freguesia presta apoio à dos residentes na Freguesia, face a um população idosa com pequenas suposto elevado grau de violência reparações na habitação; juvenil; A Freguesia é considerada pelos habitantes do Concelho de Loures, como a Freguesia com mais zonas inseguras de todo o Concelho;

Demografia:

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Índice de envelhecimento elevado; Elevado nº de mulheres idosas a viverem sozinhas; Educação: Existência de mais de 2000 analfabetos; Elevadas taxas de retenção escolar em todos os graus de ensino, principalmente no ensino secundário (perto de 40%); Economia: Elevado nº de indivíduos com 15 ou mais anos sem actividade económica; Grande parte da população ocupa-se de profissões não qualificadas; Elevado nº de desempregados com mais de 55 anos, e com dificuldades para se adaptar ao mercado de trabalho actual; Institucional: Falta de cooperação inter-institucional entre as instituições da Freguesia. E entre estas e as instituições sedeadas na Urbanização Terraços da Ponte, Ausência de uma relação estratégica visível no conjunto das instituições que suportam o desenvolvimento da Freguesia; Oportunidades Ameaças Localização: Demografia: É a Freguesia do Concelho de Loures Proximidade à cidade de Lisboa; com um maior nº de imigrantes, com Proximidade ao Rio Tejo; muitos problemas de integração; Espaço físico: Envelhecimento da população com Património histórico que confere à grandes problemas de pobreza; Cidade de Sacavém a sua identidade; População operária desenquadrada no Enquadramento actual:

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Ser uma cidade; mercado de trabalho, face aos novos Posição de centralidade no Concelho desafios que este apresenta e aos de Loures; desafios da economia da Freguesia. Grande diversidade cultural, face à Identidade: existência de uma grande O facto de ter uma identidade ligada percentagem de população imigrante. ao sector secundário, e este ter cada vez menos peso na economia da Freguesia, pode causar um problema de “rumo a seguir” nesta Freguesia, na busca de uma nova identidade. Esta alteração terá custos, sociais e económicos.

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Glossário

Alojamento: Local distinto e independente que, pelo modo como foi construído, reconstruído, ampliado ou transformado, se destina à habitação humana e, no momento censitário, não está a ser utilizado totalmente para outros fins; ou qualquer outro local que, no momento censitário, estivesse a ser utilizado como residência de pessoas. Por distinto e independente entende-se o seguinte: • Distinto significa que é cercado por paredes de tipo clássico ou de outro tipo, que é coberto e permite que um indivíduo ou grupo de indivíduos possa dormir, preparar refeições e abrigar-se das intempéries, separados de outros membros da colectividade. • Independente significa que os seus ocupantes não têm que atravessar outras unidades de alojamento para entrar ou sair da unidade de alojamento onde habitam.

Alojamento familiar ocupado Alojamento familiar que, no momento censitário, não está disponível no mercado de habitação. São consideradas as seguintes situações: • Residência habitual: alojamento familiar ocupado que constitui a residência principal e habitual de, pelo menos, uma família. • Uso sazonal ou secundário: alojamento familiar ocupado que é utilizado periodicamente e onde ninguém tem a sua residência habitual.

Alojamento familiar vago Alojamento familiar clássico que, no momento censitário, se encontra disponível no mercado de habitação.

Alojamento familiar Unidade de habitação que, pelo modo como foi construída, ou como está a ser utilizada, se destina a alojar, normalmente, apenas uma família. • Barraca: construção independente, feita geralmente com vários materiais velhos e usados e/ou materiais locais grosseiros, sem plano determinado e que estava habitada no momento censitário.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém • Casa rudimentar de madeira: habitação construída com madeira que não foi previamente preparada para aquele fim e estava habitada no momento censitário. São exemplo as habitações familiares individuais de operários, construídas normalmente com tábuas destinadas a cofragens. • Clássico: divisão ou conjunto de divisões e seus anexos que, fazendo parte de um edifício com carácter permanente ou sendo estruturalmente separados daquele, pela forma como foi construído, reconstruído ou reconvertido se destina à habitação permanente de uma família, não estando no momento censitário a servir totalmente para outros fins. • Improvisado: unidade de alojamento situada numa construção permanente (moinho, celeiro, garagem, etc) que não foi reconstruída ou transformada para habitação, nem sofreu adaptação funcional para esse fim e estava habitada no momento censitário. • Móvel: instalação, destinada à habitação humana, que tenha sido construída para ser transportada ou seja uma unidade móvel (barco, caravana, etc) e que se encontrava ocupada no momento censitário, funcionando como habitação de, pelo menos, uma pessoa. • Outros: local que, sem qualquer intervenção directa do homem no sentido de o adaptar funcionalmente para a habitação, estava a ser utilizado como alojamento de um ou mais indivíduos, no momento censitário (por exemplo: grutas, vãos de escada, etc).

Analfabeto Indivíduo com 10 ou mais anos que não sabe ler nem escrever, isto é, o indivíduo incapaz de ler e compreender uma frase escrita ou de escrever uma frase completa.

Condição perante a actividade económica (Sentidos Lato e Restrito) Tipo de relação existente entre o indivíduo e a actividade económica desenvolvida. Atendendo à situação do indivíduo na semana de referência, consideraram-se as seguintes categorias: - Empregado, - Desempregado (em sentido lato ou restrito consoante se pretenda a condição perante a actividade económica), - Sem actividade económica (os desempregados no sentido lato mas não no restrito são classificados como inactivos quando se pretende analisar apenas o sentido restrito).

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Desempregado à procura de novo emprego Indivíduo que já trabalhou ou que já teve um emprego e que estava à procura de um emprego.

Desempregado à procura do primeiro emprego Indivíduo que nunca teve emprego e que está à procura de um emprego.

Desempregado em sentido lato Indivíduo com idade mínima de 15 anos que, na semana de referência, se encontrava, simultaneamente, nas situações seguintes: - sem trabalho, ou seja, sem emprego, remunerado ou não, - disponível para trabalhar num trabalho remunerado ou não.

Divisão Espaço, numa unidade de alojamento, delimitado por paredes, tendo pelo menos 4m2 de área e 2m de altura, na sua maior parte. Embora possam satisfazer as condições da definição, não foram considerados como tal: corredores, varandas, marquises, casas de banho, despensas e vestíbulos, espaços destinados exclusivamente para fins profissionais e a cozinha, se tiver menos de 4m2.

Edifício Construção independente, compreendendo um ou mais alojamentos, divisões ou outros espaços destinados à habitação de pessoas, coberta e incluída dentro de paredes externas ou paredes divisórias, que vão das fundações à cobertura, independentemente da sua afectação principal ser para fins residenciais, agrícolas, comerciais, industriais, culturais ou de prestação de serviços.

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Edifício Exclusivamente Residencial Edifício em que toda a área útil está, no momento censitário, afecta à habitação humana.

Edifício Principalmente Não Residencial Edifício em que a maior parte da área útil está, no momento censitário, afecta a outros fins, que não os da habitação humana.

Época de construção O período de construção do edifício propriamente dito, ou o período de construção da parte principal do edifício, isto é, daquela que corresponde à estrutura de suporte, quando diferentes partes de um edifício correspondem a épocas distintas. O período de reconstrução, para os edifícios que sofreram uma transformação completa.

Estado civil Situação real em que o indivíduo vive em termos de relacionamento conjugal (situação de "facto") e perante o registo civil (situação de "direito"). Sempre que a situação "de facto" e a de "direito" não coincidissem, prevalecia a primeira.

Família clássica Conjunto de indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento. Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento. As empregadas domésticas residentes no alojamento onde prestavam serviço são integradas na respectiva família.

Grupo socio-económico Variável estabelecida através de vários indicadores socio-económicos, que procura reflectir o universo da actividade económica, visto sob o ângulo da inserção profissional dos indivíduos. Estão presentes as seguintes variáveis primárias: profissão, situação na profissão e número de trabalhadores da empresa onde trabalha.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Existe um grupo socio-económico específico para os inactivos, com o objectivo de garantir a cobertura de toda a população na caracterização dos grupos socio- económicos.

Índice de Envelhecimento - relação entre a população idosa (com 65 e mais anos) e a população jovem (dos 0 aos 14 anos) (número de idosos por cada 100 jovens).

Indivíduo com actividade económica Indivíduo, com idade mínima de 15 anos, que se encontrava, na semana de referência, numa das seguintes situações: - a exercer uma profissão ou a cumprir o serviço militar obrigatório, - sem emprego e disponível para trabalhar num emprego remunerado ou não (desemprego em sentido lato).

Naturalidade Local de residência da mãe, à data do nascimento. O critério de recolha desta informação foi o seguinte: o concelho de nascimento, para todos os nacionais nascidos no Continente, Madeira e Açores; o país de nascimento, para os indivíduos que nasceram no estrangeiro.

Nível de instrução Grau de ensino mais elevado atingido pelo recenseado, completo ou incompleto.

Núcleo familiar Conjunto de indivíduos dentro de uma família clássica, entre os quais existe um dos seguintes tipos de relação: casal "de direito" ou "de facto" com ou sem filho(s) não casados (s), pai ou mãe com filho(s) não casados(s), avós com neto(s) não casados(s) e avô ou avó com neto(s) não casados(s).

População activa Conjunto de indivíduos com idade mínima de 15 anos que, na semana de referência, constituem a mão-de-obra disponível para a produção de bens e serviços que entram no

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém circuito económico. Consideram-se como fazendo parte da população activa os seguintes subconjuntos de indivíduos: - População empregada, - População desempregada à procura de novo emprego, - População desempregada à procura do primeiro emprego.

População empregada População com 15 ou mais anos de idade que, na semana de referência, se encontrava numa das seguintes situações: - Tinha trabalhado durante pelo menos uma hora, mediante o pagamento de uma remuneração ou com vista a um benefício ou ganho familiar em dinheiro ou em géneros; - Tinha um emprego e não estava ao serviço, mas mantinha uma ligação formal com o seu emprego; - Tinha uma empresa mas não estava temporariamente ao trabalho por uma razão específica. Os trabalhadores familiares não remunerados foram considerados população empregada se trabalharam pelo menos 15 horas na semana de referência. Atendendo à situação dos indivíduos na semana de referência, foram considerados como população empregada: - A população a exercer profissão qualquer que seja a sua situação na profissão, - Os indivíduos a fazer formação profissional e que mantêm um vínculo com a entidade empregadora, - Os militares de carreira, - Os indivíduos a prestar o serviço militar obrigatório (SMO). Os indivíduos que, na semana de referência, não trabalharam por motivos passageiros, tais como doença, maternidade, férias, acidentes de trabalho, redução de actividade, por motivos técnicos, condições climatéricas desfavoráveis ou outros motivos, foram incluídos na população empregada.

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População inactiva Conjunto de indivíduos, qualquer que seja a sua idade, que, na semana de referência, não podem ser considerados economicamente activos, isto é, não estão empregados nem desempregados. Na população inactiva incluem-se os seguintes grupos: - Indivíduos com menos de 15 anos de idade, - Estudantes: compreende os indivíduos, com pelo menos 15 anos de idade e que, na semana de referência, frequentavam qualquer tipo de ensino, e que não exerciam uma profissão, não cumpriam o serviço militar obrigatório, nem declararam estar desempregados, - Domésticos: inclui os indivíduos que, na semana de referência, se ocuparam principalmente das tarefas domésticas, nos seus próprios lares, - Incapacitados permanentes para o trabalho: são os indivíduos com 15 anos ou mais de idade que, na semana de referência, não trabalharam por se encontrarem permanentemente incapacitados para trabalhar, quer recebam ou não pensão de invalidez, - Outros inactivos: engloba os inactivos, com 15 ou mais anos de idade, que não podem ser classificados em qualquer das categorias anteriores. Nota: os inactivos que sejam estudantes e simultaneamente se ocupam de tarefas do lar, foram incluídos na modalidade "Estudantes". Os estudantes, domésticos, ou indivíduos que, no período de referência, desenvolvem uma actividade não económica, mas que satisfazem (todas) as condições para ser considerados desempregados, foram incluídos neste grupo

População residente Indivíduos que, independentemente de no momento censitário - zero horas do dia 12 de Março de 2001 - estarem presentes ou ausentes numa determinada unidade de alojamento, aí habitavam a maior parte do ano com a família ou detinham a totalidade ou a maior parte dos seus haveres.

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Principal meio de vida Fonte principal de onde o indivíduo retirou os seus meios financeiros ou em géneros necessários à sua subsistência, durante os últimos doze meses, anteriores ao momento censitário. Esta característica é observada para toda a população com 15 ou mais anos de idade. As modalidades consideradas foram as seguintes: - Rendimento do trabalho: rendimento recebido pelos trabalhadores por conta de outrem e pelos trabalhadores por conta própria, em directa ligação com o exercício da respectiva actividade profissional (abrange os indivíduos que vivem principalmente do seu trabalho, quer seja remunerado ou não, e os indivíduos a prestar SMO se este representar a principal fonte de rendimento nos últimos doze meses); - Rendimento da propriedade e da empresa: quando a principal fonte de subsistência reveste a forma de rendas, juros, dividendos, lucros, seguros de vida, direitos de autor, etc.; - Subsídios de desemprego: prestação financeira, de carácter temporário, que o indivíduo recebe enquanto estiver na situação de desempregado à procura de emprego; - Subsídio temporário por acidente de trabalho ou doença profissional: considerar-se-á esta modalidade quando o principal meio de subsistência for um subsídio por uma das razões enunciadas, ou seja, o subsídio atribuído à pessoa temporariamente impossibilitada de trabalhar devido a acidente de trabalho ou doença profissional, mantendo-se o vínculo à entidade empregadora; - Outros subsídios temporários: classificam-se aqui os indivíduos cuja principal fonte de subsistência é um subsídio de carácter temporário, diferente dos indicados anteriormente, como por exemplo o subsídio de doença. - Rendimento mínimo garantido: prestação mensal do regime não contributivo da Segurança Social, destinado a assegurar aos titulares e aos elementos da sua família, em situação de grave carência económica, recursos que contribuam para a satisfação das suas necessidades mínimas; - Pensão / Reforma: prestação pecuniária, periódica e permanente, destinada a substituir a remuneração do trabalho que o indivíduo já não aufere (reforma), ou a prestação recebida pelos indivíduos que foram considerados como não capazes de prover os seus próprios meios de subsistência. Incluem-se todos os tipos de pensão que estiverem em vigor no momento censitário;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém - Apoio social: quando a principal fonte de subsistência é assegurada através do Estado, Organismos Públicos, Instituições Sem Fins Lucrativos de particulares, através de subsídios, equipamentos sociais ou outros, isto é, abrange os indivíduos cuja principal fonte de sobrevivência seja a assistência, que pode ser fornecida em regime de internato ou não; - A cargo da família: quando o principal meio de subsistência provém de familiares; - Outra situação: modalidade onde são classificados os indivíduos que não são abrangidos por nenhuma das anteriores, como por exemplo, aqueles que vivem de dádivas, bolsas de estudos, etc..

População Residente - pessoas que, independentemente de no momento de observação -zero horas do dia de referência - estarem presentes ou ausentes numa determinada unidade de alojamento, aí habitam a maior parte do ano com a família ou detêm a totalidade ou a maior parte dos seus haveres.

Qualificação académica Grau de instrução completo mais elevado que o indivíduo atingiu no momento censitário.

Ramo de actividade económica Classe de actividade económica desenvolvida pela empresa, estabelecimento ou unidade análoga, onde o indivíduo exerceu a profissão principal, na semana de referência. Foi utilizada a classificação de actividades económicas mais recente - CAE-Rev.2 ( Classificação de Actividades Económicas).

RAN- Reserva Agrícola Nacional

REN- Reserva Ecológica Nacional

Situação na profissão

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Relação de dependência ou independência de um indivíduo activo, no exercício da profissão, na semana de referência. Quando o indivíduo esteve em mais do que uma situação na semana de referência, deveria indicar a que lhe ocupou mais tempo. Os indivíduos desempregados à procura de novo emprego indicavam a situação que possuíam no último emprego. Esta variável tem as seguintes modalidades: • Patrão é o indivíduo activo a exercer uma profissão por conta própria e que emprega, habitualmente, um ou mais trabalhadores remunerados. • Trabalhador por conta própria é o indivíduo activo que trabalha por sua conta, sem assalariados, mas podendo ter a ajuda de trabalhadores familiares não remunerados. • Trabalhador familiar não remunerado é o indivíduo activo que, na semana de referência, trabalhou pelo menos 15 horas por conta de um familiar, sem remuneração regular previamente fixada. Classificam-se também nesta categoria os indivíduos que habitualmente trabalham por conta de um familiar sem remuneração mas que na semana de referência não o fizeram por motivos passageiros, tais como: férias, acidente de trabalho, causas técnicas, etc. • Trabalhador por conta de outrem é o indivíduo activo que, na semana de referência, trabalhou para uma entidade pública ou privada e que, por isso, recebe uma remuneração, salário, comissão, etc., ou que não o fez por motivos passageiros, tais como: doença, férias, causas técnicas, condições climatéricas desfavoráveis, etc. Incluem-se nesta categoria os "trabalhadores familiares remunerados" e os "trabalhadores das unidades colectivas de produção". • Membro activo de cooperativa é o indivíduo activo, sócio de uma cooperativa de produtores de bens ou serviços, e que nela exerça a sua profissão, qualquer que seja o tipo de actividade desenvolvida pela cooperativa. Segundo orientação da ONU incluem- se nesta rubrica todos os familiares dos membros de cooperativas de produção que tenham participado em qualquer actividade produtiva da cooperativa. Incluem-se também todos os indivíduos que exerçam a sua profissão em empresas de autogestão. • Serviço militar obrigatório: todo o indivíduo que, na semana de referência, se encontra a cumprir o S.M.O., qualquer que seja a situação anterior. • Outra situação: indivíduos empregados ou desempregados à procura de novo emprego, que não possam ser incluídos em nenhuma das modalidades anteriores.

Taxa de analfabetismo

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Esta taxa foi definida tendo como referência a idade a partir da qual um indivíduo que acompanhe o percurso normal do sistema de ensino deve saber ler e escrever. Considerou-se que essa idade correspondia aos 10 anos, equivalente à conclusão do ensino básico primário. Deste modo a fórmula utilizada é a seguinte:

Taxa de Analfabetismo (%) = População com 10 ou mais anos que não sabe ler nem escrever % População com 10 ou mais anos X 100

Fonte: Plano Director Municipal e Divisão de Informação Georeferenciada

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Bibliografia

AFONSO, A. Monteiro (1981), Sacavém: O espaço; As gentes; a História. Estudo Sociológico; Edição da Junta de Freguesia de Sacavém

ASSUNÇÃO, Ana Paula, (1997), Fábrica da Loiça de Sacavém, Editora ANAPA, 2ª Edição;

Câmara Municipal de Loures, Departamento de Planeamento Estratégico/ Divisão de Equipamentos e Infra-estruturas/ Divisão de Educação e Juventude (2005), Carta Educativa, Loures

Câmara Municipal de Loures, Divisão Municipal da Habitação, Grupo de Estudos Sociais (Maio de 2005), Estudo Sociológico da População Residente nos Núcleos PER – Quinta da Serra, Quinta das Mós e Talude Militar, Loures;

Câmara Municipal de Loures (Outubro de 2004), Divisão Municipal da Habitação, Grupo de Estudos Sociais, Estudo Sociológico da População Residente em Bairros Municipais, Loures;

Câmara Municipal de Loures (Maio de 2001), Departamento de Desenvolvimento Sócio-económico da Divisão de Actividades Económicas, Estudo Sócio-económico do Concelho de Loures (Relatório Final); Loures

Câmara Municipal de Loures, Departamento de Administração Urbanística – Divisão de Planeamento Urbanístico; (2003); “Plano de Urbanização de Camarate”, Relatório, Programa de Excussão e Plano de Financiamento, Loures

Câmara Municipal de Loures, Observatório de Segurança de Loures, (2004); Vitimação e Segurança entre os Jovens do Concelho de Loures, Loures;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Câmara Municipal de Loures, Observatório de Segurança de Loures, (2002); Vitimação e Segurança no Concelho de Loures, Loures;

Câmara Municipal de Loures, Divisão Municipal da Habitação (2003), Bairros Degradados do Concelho de Loures, Loures

Câmara Municipal de Loures, Departamento Sócio-cultural (1998), Carta Cultural Relatório da Oferta Cultural da freguesia de Camarate, Loures;

Câmara Municipal de Loures, Boletim de Deliberações e Despachos, nº 6 de 18 de Março de 2005, Loures;

Câmara Municipal de Loures, Direcção de Projecto do Plano Director Municipal (2003), Revisão do Plano Director Municipal de Loures Relatório de Enquadramento e Avaliação, Vol. I, Loures

GUERRA, Isabel, (2002), Fundamentos e Processos de uma Sociologia de Acção, Cascais, Ed. Principia;

RAPOSO, Teresa, (2003); “Participação em Contexto de Intervenção Local: As Parcerias de Intervenção Comunitária no Concelho de Loures”; Dissertação em Sociologia; ISCTE

Rede Europeia Anti – Pobreza, (Outubro de 2004), Alguns Indicadores sobre a pobreza: Portugal e União Europeia, Porto;

Tribuna de Loures, de 30 de Abril de 2005;

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Outros dados recolhidos e fontes de informação: · Dados sobre os processos da Freguesia de Camarate Fonte: Câmara Municipal de Loures, Direcção de Projecto das Áreas Urbanas de Génese Ilegal, (Abril de 2005); · Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Loures (2005), Relatório de Avaliação da Actividade de 2004 Fonte: Comissão de Protecção de Crianças e Jovens de Loures; · Dados da Estatística da Segurança Social de 2005 Fonte: Centro Regional da Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo – Serviço Local de Sacavém · Dados estatísticos sobre o Desemprego no Concelho de Loures de 2002 a 2005 (Julho de 2005), Fonte: Instituto de Emprego e Formação Profissional · Plano de Acção da Parceria de Intervenção Comunitária da Urbanização Terraços da Ponte para 2005 Fonte: Parceria de Intervenção Comunitária da Urbanização Terraços da Ponte; · Informação sobre os Acordos da Segurança Social com as IPSS ‘s das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Fonte: Centro Regional da Segurança Social de Lisboa e Vale do Tejo – Serviço Local de Sacavém; · Dados da imigração no Concelho de Loures, 2005; Fonte: Observatório da Imigração/Gabinete de Assuntos Religiosos e Sociais Específicos, Câmara Municipal de Loures; · Dados de Pré-diagnóstico Social de Loures, 2004; Fonte: Secretariado Técnico da Rede Social de Loures, Câmara Municipal de Loures; · Dado dos Censos do Concelho de Loures Fonte: Divisão de Informação Geo- referenciada / Câmara Municipal de Loures

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Páginas web: www.jfcamarate.pt; www.jfsacavem.pt; www.jf-priorvelho.pt; www.cm-loures.pt www.min-edu.pt www.seg-social.pt

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Índice de Anexos

Anexo 1 – Dados de Desemprego nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2002, 2003 e 2004 Anexo 2 – Grelha de análise dos processos das áreas Urbanas de Génese Ilegal da Freguesia de Camarate Anexo 3 – Caracterização da população a viver em PER Anexo 4 – Dados da Segurança Social de 2001 a 2004 Anexo 5 – Ficha de identificação das Instituições de Apoio à Infância Anexo 6 – Ficha de identificação das Instituições de Apoio ao Idoso Anexo 7 – Caracterização das instituições de apoio à infância das freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 8 – Caracterização das instituições de apoio ao idoso das freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 9 - Dados de Educação das escolas das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 1 – Dados de Desemprego nas Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém, em 2002, 2003 e 2004 Camarate: Indicadores Dezembro Dezembro Dezembro Junho 2002 2003 2004 2005 Desemprego registado 822 929 951 912 Homens 429 487 528 506 Mulheres 393 442 423 406 Grupo Etário <25 anos 137 139 141 99 25-44 anos 327 355 358 368 45-54 anos 179 230 239 229 >= 55 anos 179 205 213 216 Situação na Profissão 1º Emprego 26 38 26 17 Novo emprego 796 891 925 895 Tempo de inscrição < 12 meses 517 548 563 514 >= 12 meses 305 381 388 317 Habilitações < 4 anos 69 84 80 65 >= 4 anos e <6 anos 300 346 356 357 >= 6 anos e < 9 anos 175 201 223 211 >=9 anos a 12 anos 255 267 272 257 Médio/superior 23 31 20 22 Grupos Profissionais 1. Quadros Superiores Diregentes 1 1 1 2. Esp.Prof.Intel.e Cient. 13 16 14 16 3. Téc. E Prof. Nível interm. 49 52 52 50 4. Pessoal adm. E similares 120 137 130 133 5. Pessoal serv. E vendedores 137 143 143 140 6. Trab. Agric.e pescas 7 10 6 4 7. Operários e artificies 156 189 222 218 8. Op. Inst. Máq. 100 100 100 101

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 9. Trab. Não qualificados 240 281 283 249 Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, 2005

Prior Velho: Indicadores Dezembro Dezembro Dezembro Junho 2002 2003 2004 2005 Desemprego registado 293 325 327 296 Homens 161 166 168 147 Mulheres 132 159 159 149 Grupo Etário <25 anos 30 37 26 18 25-44 anos 153 155 145 139 45-54 anos 59 64 80 77 >= 55 anos 51 69 76 62 Situação na Profissão 1º Emprego 13 15 10 5 Novo emprego 280 310 317 291 Tempo de inscrição < 12 meses 191 201 202 178 >= 12 meses 102 124 125 118 Habilitações < 4 anos 30 37 33 35 >= 4 anos e <6 anos 103 117 128 111 >= 6 anos e < 9 anos 63 56 40 40 >=9 anos a 12 anos 82 93 114 96 Médio/superior 15 22 12 14 Grupos Profissionais 1. Quadros Superiores Diregentes 3 2 3 7 2. Esp.Prof.Intel.e Cient. 8 11 10 9 3. Téc. E Prof. Nível interm. 27 33 24 22 4. Pessoal adm. E similares 36 49 59 46 5. Pessoal serv. E vendedores 39 44 41 35 6. Trab. Agric.e pescas 2 2 2 1 7. Operários e artificies 65 61 67 65 8. Op. Inst. Máq. 23 25 27 20

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 9. Trab. Não qualificados 90 98 94 91 Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, 2005

Sacavém: Indicadores Dezembro Dezembro Dezembro Junho 2002 2003 2004 2005 Desemprego registado 1095 1088 945 894 Homens 577 560 467 455 Mulheres 518 528 478 439 Grupo Etário <25 anos 115 110 82 76 25-44 anos 512 447 363 314 45-54 anos 183 211 199 192 >= 55 anos 285 320 301 285 Situação na Profissão 1º Emprego 43 44 29 29 Novo emprego 1052 1044 916 865 Tempo de inscrição < 12 meses 694 620 503 522 >= 12 meses 401 468 442 372 Habilitações < 4 anos 50 40 41 36 >= 4 anos e <6 anos 373 368 332 306 >= 6 anos e < 9 anos 242 237 213 191 >=9 anos a 12 anos 358 378 319 315 Médio/superior 72 65 40 46 Grupos Profissionais 1. Quadros Superiores Diregentes 7 10 14 11 2. Esp.Prof.Intel.e Cient. 50 55 29 37 3. Téc. E Prof. Nível interm. 110 116 75 86 4. Pessoal adm. E similares 192 193 157 151 5. Pessoal serv. E vendedores 126 127 137 130 6. Trab. Agric.e pescas 2 1 2 6 7. Operários e artificies 204 205 162 162 8. Op. Inst. Máq. 100 103 92 87

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 9. Trab. Não qualificados 304 278 277 224 Fonte: Instituto do Emprego e Formação Profissional, 2005

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 2: Grelha de análise dos processos das Áreas Urbanas de Génese Ilegal da Freguesia de Camarate

Bairro Situação Nº de fogos Nº de Zonamento PDM Ponto de situação Condicionantes processual existentes fogos propostos Angola Em 286 947 A recuperar ou a legalizar A ocupação existente excede os ANA reformulação/ índices do PDM Elaboração Azougue Em 104 A recuperar ou a legalizar; O estudo geotécnico comprova a ANA; Condicionantes Geotécnicas reformulação/ duvidosa segurança viabilidade dos solos comportarem as Elaboração geotécnica edificações propostas, o início das obras depende da formalização da proposta actualizada Boavista Inactivo 563 519 A recuperar ou a legalizar; Aguarda novo processo face à ANA verde urbano de protecção alteração da legislação para o efeito e enquadramento Bogalheira Inactivo 95 A recuperar ou a legalizar Aguarda novo processo face à ANA alteração da legislação para o efeito; tem área de cedência insuficiente Campo do Rio Aprovado 62 A consolidar ou a A redelimitação encontra-se em estudo de beneficiar apreciação pelos serviços ordenamento Casal dos Manutenção Espaço florestal de O processo está a ser avaliado, com Condicionantes Geotécnicas; REN Cucos temporária protecção e pareceres favoráveis para a

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém enquadramento construção de alguns lotes mas não de outros Fetais de Em 593 A recuperar ou a legalizar Encontra-se em elaboração a ANA; Eixo Norte-Sul Baixo reformulação/ proposta de reconversão elaboração Fetais de Cima Não urbana Espaço canal rodoviário; Quinta murada sem construções ANA verde urbano de protecção e enquadramento Fonte da Pipa Sem processo A recuperar ou a legalizar É uma zona consolidada com muitas vilas Grilo Inactivo 445 486 A recuperar ou a legalizar; Parte da área do bairro foi ocupada CRIL espaço canal rodoviário pelo Túnel do Grilo da CRIL, houve muitas demolições e realojamento nesta área face à construção destas vias de comunicação Maria Júlia Inactivo 246 382 A recuperar ou a legalizar Bairro com muita urbanização a ANA Carvalho exceder os parâmetros urbanísticos do PDM Matos Aceitação do 157 146 Aguarda-se deliberação e prepara-se Pequenos ordenamento uma proposta de apoio camarário para a excussão deste projecto Mira Loures Manutenção Duvidosa segurança Não tem processo formado, existe Talude Militar; Topografia; REN temporária geodésica; verde floresta apenas um pedido para construção de

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém de protecção e um muro para estabilizar as terras enquadramento Palmares Em Industriais a reconverter Aguardam-se estudos sobre as ANA; Eixo Norte-Sul reformu lação/ condicionantes Elaboração Quinta da Sem processo A recuperar ou a legalizar Área consolidada com necessidade Várzea de reordenamento e criação de infra- estruturas básicas Quinta de Aprovado 74 A recuperar ou a legalizar Projecto de ordenamento e início das Marvila estudo de obras aprovado em reunião de ordenamento Câmara Quinta de S. Aprovado Industriais e reconverter Estão em conclusão projectos de ANA; Servidão Militar João das estudo de infra -estruturas para que se possa Areias ordenamento propor a aprovação do projecto em reunião de Câmara. Está em elaboração uma proposta de deliberação camarária para aprovação da divisão do Bairro em duas AUGI Quinta da Rosa Em 36 Verde urbano de protecção Foram entregues peças para se Eixo Norte-Sul reformulação/ e enquadramento; proceder à ANA por causa da elaboração indústrias a reconverter; servidão aeronáutica espaços canais

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém rodoviários; a recuperar ou a legalizar Quinta de Sem processo Industrias a reconverter; Não tem processo formado. Os ANA; CRIL Santo António espaço canal rodoviário comproprietários não pretendem a reconversão do Bairro para habitação, sendo que é uma zona industrial Quinta do Manutenção Este bairro é pouco edificado. Está a Guarda - Mor Temporária ser estudado para se avaliar a possibilidade de reconversão das áreas de génese ilegal Quinta do Em apreciação 92 A consolidar e a beneficiar Aguarda-se a entrega do estudo de ANA Paraíso final reconversão urbanística S. Benedito Manutenção Espaço canal rodoviário; Não tem processo formado Talude Militar; CRIL; Eixo Norte- Temporária Duvidosa segurança Sul; REN geotécnica; espaços florestais de protecção e enquadramento S. João Manutenção Espaço florestal de Não tem processo formado. Parte do Talude Militar; ANA; Linha temporária protecção e Bairro incluído no Talude Militar eléctrica de lata tensão; REN enquadramento está inserido no PER S. José Aceitação do 426 A recuperar ou a legalizar A emissão de alvará está dependente ANA ordenamento do processo de rectificação do

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém instrumento de gestão que legitime a proposta de alteração ao PDM, dado que os valores urbanimétricos apresentados ultrapassam o estipulado no PDM Santiago Em apreciação 479 723 A recuperar ou a legalizar Os estudos de reconversão foram ANA; Emissário existente final entregues em Dezembro de 2004 e encontram-se em apreciação S. Pedro Sem processo 34 A consolidar e a beneficiar Sem elementos de qualquer tipo para análise Sol Avesso Manutenção 68 Espaço florestal de Não tem processo formado. Condicionantes geotécnicos; Temporária protecção e Emissário existente; RAN; REN enquadramento Sousas Inactivo 175 A recuperar ou a legalizar; O Bairro encontra-se todo construído ANA Duvidosa segurança (ocupado), tem um processo já antigo geotécnica de acordo com legislação anterior Zona antiga Sem processo A recuperar ou a legalizar Não tem processo formado. ANA dos Fetais Núcleo antigo de zona urbana completamente consolidado

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 3 – Caracterização da População a viver em PER

Concelho Prior Indicador Uni. de Loures Camarate Velho Sacavém

Agregados familiares61 a viverem em Bairros PER com 1 indivíduo n.º 140 13 8 16

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 2 indivíduos n.º 306 12 8 88

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 3 indivíduos n.º 426 14 8 134

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 4 indivíduos n.º 483 26 10 153

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 5 indivíduos n.º 353 4 14 107

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 6 indivíduos n.º 216 3 7 71

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 7 indivíduos n.º 86 2 34

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 8 indivíduos n.º 47 1 12

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 9 indivíduos n.º 12 5

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com 10 ou mais indivíduos n.º 11 1 1

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade Angolana n.º 268 1 197

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade Cabo Verdiana n.º 322 1 1 96

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade Guiniense n.º 236 2 77

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade Moçambicana n.º 25 1 1

61 Para a Urbanização da Quinta das Pretas só existem dados para 61 agregados familiares dos 75 existentes.

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Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade Outras n.º 5 1

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade Portuguesa n.º 1139 69 51 77

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade São Tomense n.º 257 2 3 172

Agregados familiares a viverem em Bairros PER com nacionalidade Brasileira n.º 1

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Angolana n.º 968 2 686

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Cabo Verdiana n.º 896 7 3 279

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Guiniense n.º 666 6 244

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Moçambicana n.º 94 1 2 6

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Outras n.º 45 8

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Portuguesa n.º 5072 227 193 668

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade São Tomense n.º 962 5 8 658

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade na Comunidade Europeia n.º 7 2

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Ucraniana n.º 1 1

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Indiana n.º 1

Indivíduos a viverem em Bairros PER com nacionalidade Brasileira n.º 9

Indivíduos a viverem em Bairros PER - Mulheres n.º 4439 119 112 1324

Indivíduos a viverem em Bairros PER - Homens n.º 4530 127 96 1232

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Indivíduos a viverem em Bairros PER - HM n.º 8332 246 208 2556

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 0 aos 462 n.º 421 14 9 244

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 5 aos 9 n.º 892 25 22 350

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 10 aos 14 n.º 1147 28 23 368

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 15 aos 19 n.º 1024 32 17 265

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 20 aos 24 n.º 801 19 12 186

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 25 aos 29 n.º 666 16 19 196

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 30 aos 34 n.º 737 15 23 244

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 35 aos 39 n.º 817 24 18 239

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 40 aos 44 n.º 650 25 20 181

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 45 aos 49 n.º 425 11 5 88

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 50 aos 54 n.º 292 10 7 69

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 55 aos 59 n.º 163 5 7 42

Indivíduos a viverem em Ba irros PER com 60 aos 64 n.º 170 6 5 33

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 65 aos 69 n.º 136 3 9 23

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 70 aos 74 n.º 92 6 5 12

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 75 aos 79 n.º 72 4 3 8

Indivíduos a viverem em Bairros PER com 80 aos 84 n.º 35 2 3 3

Indivíduos a viverem em Bairros PER com mais de 85 n.º 26 1 1 3

62 Para a Urbanização Terraços da Ponte só existem dados de idade para 2518 indivíduos do total de 2556 existentes.

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Indivíduos a viverem em Bairros PER com rendimentos <356,50 n.º 6976 198 176 2069

Indivíduos a viverem em Bairros PER com rendimentos 356,50 - 534,90 n.º 831 33 24 404

Indivíduos a viverem em Bairros PER com rendimentos 534,90 - 713,20 n.º 126 8 5 62

Indivíduos a viverem em Bairros PER com rendimentos 713,20 - 891,50 n.º 31 6 2 13

Indivíduos a viverem em Bairros PER com rendimentos 891,50 - 1.069,80 n.º 4 1 1 2

Indivíduos a viverem em Bairros PER com rendimentos >1.069,80 n.º 7 0 0 6

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com rendimentos <356,60 n.º 888 24 18 158

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com rendimentos 356,50 - 534,90 n.º 553 18 16 205

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com rendimentos 534,90 - 713,20 n.º 280 7 8 122

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com rendimentos 713,20 - 891,50 n.º 179 17 10 67

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com rendimentos 891,50 - 1.069,80 n.º 65 5 2 36

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com rendimentos >1.069,80 n.º 55 4 2 33

Indivíduos a viverem em Bairros PER com autorização de residência n.º 1115 3 5 549

Indivíduos a viverem em Bairros PER com autorização de residência pedida n.º 764 7 0 566

Indivíduos a viverem em Bairros PER com pedido de renovação de autorização de residência n.º 552 4 0 534

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Indivíduos a viverem em Bairros PER com autorização de residência - Filhos averbados n.º 45 0 43

Indivíduos a viverem em Bairros PER sem autorização de residência n.º 850 5 10 194

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com autorização de residência pedida n.º 251 2 3 51

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER com pedido de renovação de autorização de residência n.º 291 3 0 231

Agregados Familiares a viverem em Bairros PER sem autorização de residência n.º 125 1 2 13

Indivíduos a viverem em Bairros PER Desempregados n.º 442 11 16 139

Indivíduos a viverem em Bairros PER Reformados n.º 320 24 27 40

Indivíduos a viverem em Bairros PER Domésticas n.º 501 10 9 139

Indivíduos a viverem em Bairros PER Estudantes/Menores 14 anos/Sem Ocupação n.º 3681 91 75 1296

Indivíduos a viverem em Bairros PER ocupação desconhecida n.º 586 21 26 109

Indivíduos a viverem em Bairros PER Profissionais Intelectuais e Liberais n.º 26 4 10

Indivíduos a viverem em Bairros PER Profissões Técnicas e de Aplicação n.º 50 3 19

Indivíduos a viverem em Bairros PER Secretárias, Administrativos e outros n.º 39 1 3 8

Indivíduos a viverem em Bairros PER Vendedores e profissionais dos serviços n.º 395 34 9 38

Indivíduos a viverem em Bairros PER Serralheiros, Carpinteiros e outros operários qualificados n.º 210 23 7 42

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Indivíduos a viverem em Bairros PER Operários fabris e trabalhadores da construção civil n.º 892 399

Indivíduos a viverem em Bairros PER Operários não qualificados e empregadas de limpeza n.º 783 26 33 315

Indivíduos a viverem em Bairros PER das Forças Armadas n.º 3 1 Fonte: Registo de Dados da Gestão da Habitação, DMH/CML, 2003 in Pré-Diagnóstico do Concelho de Loures, 2004

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Anexo 4: Dados da Segurança Social de 2001 a 2004

Dados de 2001

Indicador Camarate Prior Velho Sacavém Nº de utentes atendidos pela 1ª vez 364 100 310 Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que constituíram 77 18 91 processo Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que não 287 82 219 constituíram processo Nº de atendimentos no ano 1011 496 939 Nº de processos trabalhados no ano n/d63 n/d n/d Nº de pessoas isoladas que pediram informação e/ou 19 70 10 orientação Nº de pessoas isoladas que pediram ajuda económica 52 71 176 Nº de pessoas isoladas que pediram apoio técnico de 3 10 4 serviço social Nº de pessoas isoladas que pediram outro tipo de 2 apoio

63 n/d – Dado não disponível.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Total de atendimentos a pessoas isoladas segundo o 74 153 190 tipo de pedido Nº de famílias que pediram informação e/ou 97 185 12 orientação Nº de famílias que pediram ajuda económica 676 140 651 Nº de famílias que pediram apoio técnico de serviço 14 19 20 social Nº de famílias que pediram outro tipo de pedido 3 Total de atendimentos a famílias segundo o tipo de 787 317 683 pedido Nº de pessoas isoladas atendidas com insuficiência 18 56 82 económica Nº de pessoas isoladas atendidas com doença e/ou 28 49 44 invalidez Nº de pessoas isoladas atendidas com deficiência 10 2 Nº de pessoas isoladas atendidas com desemprego 10 8 13 Nº de pessoas isoladas atendidas com desajustamento 3 7 9 psico-social Nº de pessoas isoladas atendidas com problemas 2 3 3

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém habitacionais Nº de pessoas isoladas atendidas com problemas 12 2 8 relacionados com a insuficiências de equipamentos e serviços de apoio Total de atendimentos a pessoas isoladas segundo o 73 125 101 tipo de problema Nº de familias atendidas com insuficiência económica 289 183 229 Nº de famílias atendidas com doença e/ou invalidez 386 87 287 Nº de famílias atendidas com deficiência 45 31 23 Nº de famílias atendidas com desemprego 88 25 160 Nº de famílias atendidas com desajustamento psico- 77 18 72 social Nº de famílias atendidas com problemas habitacionais 19 15 7 Nº de famílias atendidas com problemas relacionados 27 1 51 com a insuficiências de equipamentos e serviços de apoio Total de atendimentos a famílias segundo o tipo de 531 360 101 problema

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Dados de 2002

Indicador Camarate Prior Sacavém Velho Nº de utentes atendidos pela 1ª vez 339 n/d 288 Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que 80 n/d 68 constituíram processo Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que não 259 n/d 220 constituíram processo Nº de atendimentos no ano 952 n/d 808 Nº de processos trabalhados no ano n/d n/d n/d Nº de pessoas isoladas que pediram informação 18 n/d 9 e/ou orientação Nº de pessoas isoladas que pediram ajuda 49 n/d 151 económica Nº de pessoas isoladas que pediram apoio técnico 3 n/d 3 de serviço social Total de atendimentos a pessoas isoladas segundo 70 n/d 163 o tipo de pedido

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Nº de famílias que pediram informação e/ou 91 n/d 10 orientação Nº de famílias que pediram ajuda económica 636 n/d 561 Nº de famílias que pediram apoio técnico de 14 n/d 17 serviço social Total de atendimentos a famílias segundo o tipo 741 n/d 588 de pedido Nº de pessoas isoladas atendidas com 17 n/d 19 insuficiência económica Nº de pessoas isoladas atendidas com doença e/ou 26 n/d 38 invalidez Nº de pessoas isoladas atendidas com deficiência n/d 2 Nº de pessoas isoladas atendidas com desemprego 9 n/d 11 Nº de pessoas isoladas atendidas com 3 n/d 8 desajustamento psico-social Nº de pessoas isoladas atendidas com problemas 2 n/d 3 habitacionais Nº de pessoas isoladas atendidas com problemas 12 n/d 7 relacionados com a insuficiências de

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém equipamentos e serviços de apoio Total de atendimentos a pessoas isoladas segundo 69 n/d 88 o tipo de problema Nº de familias atendidas com insuficiência 273 n/d 199 económica Nº de famílias atendidas com doença e/ou 364 n/d 249 invalidez Nº de famílias atendidas com deficiência 43 n/d 20 Nº de famílias atendidas com desemprego 83 n/d 139 Nº de famílias atendidas com desajustamento 73 n/d 62 psico-social Nº de famílias atendidas com problemas 18 n/d 5 habitacionais Nº de famílias atendidas com problemas 26 n/d 44 relacionados com a insuficiências de equipamentos e serviços de apoio Total de atendimentos a famílias segundo o tipo 880 n/d 718 de problema

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Dados de 2003

Indicador Camarate Prior Sacavém Velho Nº de utentes atendidos pela 1ª vez 398 67 335 Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que 94 44 79 constituíram processo Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que não 304 23 256 constituíram processo Nº de atendimentos no ano 859 435 730 Nº de processos trabalhados no ano 744 217 632 Nº de pessoas isoladas que pediram informação 16 64 8 e/ou orientação Nº de pessoas isoladas que pediram ajuda 44 127 136 económica Nº de pessoas isoladas que pediram apoio técnico 10 de serviço social Nº de pessoas isoladas que pediram outro tipo de 3 2 3 apoio

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Total de atendimentos a pessoas isoladas segundo o 63 203 147 tipo de pedido Nº de famílias que pediram informação e/ou 82 114 9 orientação Nº de famílias que pediram ajuda económica 574 162 507 Nº de famílias que pediram apoio técnico de 13 15 15 serviço social Nº de famílias que pediram outro tipo de apoio 4 Total de atendimentos a famílias segundo o tipo de 669 295 531 pedido Nº de pessoas isoladas atendidas com insuficiência 15 134 18 económica Nº de pessoas isoladas atendidas com doença e/ou 24 24 33 invalidez Nº de pessoas isoladas atendidas com deficiência 2 Nº de pessoas isoladas atendidas com desemprego 8 28 10 Nº de pessoas isoladas atendidas com 2 15 7 desajustamento psico-social Nº de pessoas isoladas atendidas com problemas 2 2 3

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém habitacionais Nº de pessoas isoladas atendidas com problemas 11 1 6 relacionados com a insuficiências de equipamentos e serviços de apoio Total de atendimentos a pessoas isoladas segundo o 62 204 79 tipo de problema Nº de familias atendidas com insuficiência 246 170 179 económica Nº de famílias atendidas com doença e/ou invalidez 327 42 226 Nº de famílias atendidas com deficiência 39 29 18 Nº de famílias atendidas com desemprego 75 21 125 Nº de famílias atendidas com desajustamento psico- 66 18 56 social Nº de famílias atendidas com problemas 17 11 4 habitacionais Nº de famílias atendidas com problemas 23 3 40 relacionados com a insuficiências de equipamentos e serviços de apoio Total de atendimentos a famílias segundo o tipo de 793 294 648

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Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Dados de 2004

Indicador Camarate Prior Sacavém Velho Nº de utentes atendidos pela 1ª vez 178 71 143 Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que 355 54 122 constituíram processo Nº de utentes atendidos pela 1ª vez que não 23 17 21 constituíram processo Nº de atendimentos no ano 806 420 785 Nº de processos trabalhados no ano n/d 315 667 Nº de pessoas isoladas que pediram 116 59 105 informação e/ou orientação Nº de pessoas isoladas que pediram ajuda 98 98 101 económica Nº de pessoas isoladas que pediram apoio 14 11 67 técnico de serviço social Nº de pessoas isoladas que pediram outro 16 3 14 serviço Total de atendimentos a pessoas isoladas 244 171 287

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém segundo o tipo de pedido Nº de famílias que pediram informação e/ou 323 101 430 orientação Nº de famílias que pediram ajuda económica 197 149 355 Nº de famílias que pediram apoio técnico de 64 17 205 serviço social Nº de famílias que pediram outro serviço 73 6 79 Total de atendimentos a famílias segundo o 657 273 1069 tipo de pedido Nº de pessoas isoladas atendidas com 110 71 107 insuficiência económica Nº de pessoas isoladas atendidas com doença 61 37 74 e/ou invalidez Nº de pessoas isoladas atendidas com 11 4 19 deficiência Nº de pessoas isoladas atendidas com 57 31 44 desemprego Nº de pessoas isoladas atendidas com 13 8 24 desajustamento psico-social

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Nº de pessoas isoladas atendidas com 11 6 6 problemas habitacionais Nº de pessoas isoladas atendidas com 19 25 problemas relacionados com a insuficiências de equipamentos e serviços de apoio Nº de pessoas isoladas atendidas com outros 14 31 problemas Total de atendimentos a pessoas isoladas 296 157 325 segundo o tipo de problema Nº de familias atendidas com insuficiência 389 159 377 económica Nº de famílias atendidas com doença e/ou 181 53 249 invalidez Nº de famílias atendidas com deficiência 22 19 47 Nº de famílias atendidas com desemprego 189 45 175 Nº de famílias atendidas com desajustamento 31 9 101 psico-social Nº de famílias atendidas com problemas 61 2 53 habitacionais

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Nº de famílias atendidas com problemas 38 93 relacionados com a insuficiências de equipamentos e serviços de apoio Nº de famílias atendidas com outros 41 117 problemas Total de atendimentos a famílias segundo o 966 287 1212 tipo de problema

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Toxicodependência (dados de 2004)

Sacavém: Nº de atendimentos Tipo de agregado Nº de agregados atendidos Nº de atendimentos Nº de situações contratualizadas64 Isolados 3 4 3 Famílias 9 37 44 Total 12 41 47

Nº de procedimentos intermédios Tipo de agregado Nº de visitas domiciliárias Articulação com outras Total instituições (nº de reuniões e encontros) Isolados 0 3 3 Famílias 7 10 17 Total 7 13 20

64 Situações em que é possível assinar um acordo de inserção.

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Caracterização dos utentes:

Grupo Sexo Estado Civil Filhos Habilitações literárias etário 15-19 2 3 5 5 5 20-24 25-29 3 3 1 5 3 3 5 1 30-34 1 3 1 3 2 2 3 1 35-39 2 2 1 1 1 1 40-44 45-49 + de 50 1 1 1 1 Total 7 11 2 15 1 7 11 15 1 2

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Camarate: Nº de atendimentos Tipo de agregado Nº de agregados atendidos Nº de atendimentos Nº de situações contratualizadas65 Isolados 6 10 0 Famílias 3 7 0 Total 9 17 0

Nº de procedimentos intermédios Tipo de agregado Nº de visitas domiciliárias Articulação com outras Total instituições (nº de reuniões e encontros) Isolados 0 9 9 Famílias 1 3 4 Total 1 12 13

65 Situações em que é possível assinar um acordo de inserção.

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Caracterização dos utentes: Grupo Sexo Estado Civil Filhos Habilitações literárias etário Até aos Fem. Mas. Casado Solteiro União de Viúvo Com Sem filhos S/ Escolaridade Universitário Ténc. Prof. 15 facto filhos escolaridade obrigatória obrigatória 15-19 20-24 25-29 1 2 3 1 2 1 2 30-34 2 2 4 1 3 2 1 1 35-39 2 1 1 1 1 1 1 40-44 45-49 + de 50 Total 3 6 8 1 3 6 4 4 1

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Prior Velho: Total de 4 casos

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HIV Sida (dados de 2004)

Sacavém: Nº de atendimentos Tipo de Nº de agregados atendidos Nº de atendimentos Nº de situações agregado contratualizadas66 Isolados 9 23 2 Famílias 14 33 2 Total 23 56 4

Nº de procedimentos intermédios Tipo de agregado Nº de visitas domiciliárias Articulação com outras Total instituições (nº de reuniões e encontros) Isolados 2 11 13 Famílias 5 26 31 Total 7 37 44

66 Situações em que é possível assinar um acordo de inserção.

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Camarate: Nº de atendimentos Tipo de agregado Nº de agregados atendidos Nº de atendimentos Nº de situações contratualizadas67 Isolados 4 8 0 Famílias 18 49 2 Total 22 57 2

Nº de procedimentos intermédios Tipo de agregado Nº de visitas domiciliárias Articulação com outras Total instituições (nº de reuniões e encontros) Isolados 1 3 4 Famílias 0 1 1 Total 1 4 5

67 Situações em que é possível assinar um acordo de inserção.

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Prior Velho Total de 10 casos: 5 na Quinta da Serra; 5 nas “vilas”

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Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 5: Ficha de Identificação das Instituições de Apoio à Infância

Identificação das instituições de apoio à infância e suas crianças 1. Caracterização da Instituição a) Identificação Entidade: Morada: Código Postal: Localidade: Freguesia: Telefone: Fax: e-mail: Responsável: Contacto:

b) Estatuto jurídico: Instituição Privada sem fins lucrativos

Instituição Privada com fins lucrativos Instituição Pública c) Valências: Valência Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Lista utentes salas utentes utentes utentes utestes de sem com com sem espera acordo acordo almoço almoço Creche Creche familiar/amas Jardim de infância ATL Total Indique os restantes serviços da instituição e respectivo nº de utentes: ______

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Indique as principais actividades da instituição: ______Indique se a sua instituição tem condições para alargamento das suas capacidades actuais: ______

d) Recursos Humanos (indique as categorias existentes na sua instituição): Categorias Nº de pessoas por Formação categoria

e) Horários de funcionamento Valência/serviço Horários

f) Indique a política de preços praticada por cada tipo de serviço prestado: Valência Política de Preços Creche Creche familiar/amas Jardim de infância ATL g)Indique os principais recursos físicos que a sua instituição dispõe:

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém ______

h) Indique as principais necessidades/ problemas da instituição: ______i) Indique as potencialidades da sua instituição face à população com a qual trabalha: ______

2. Caracterização geral das crianças a) Sexo: Sexo Nº de crianças

Feminino

Masculino b) Idade:

Idade Nº de crianças

até 3 anos

3 aos 5

6 anos c) Naturalidade: País Nº de crianças

d)Zona de Habitação (Bairro e Freguesia) Zona de habitação Nº de

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém crianças

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Anexo 6: Ficha de Identificação das Instituições de Apoio ao Idoso

Identificação de instituições de apoio ao idoso e seus utentes

2. Caracterização da Instituição c) Identificação Entidade: Morada: Código Postal: Localidade: Freguesia: Telefone: Fax: e-mail: Responsável: Contacto:

d) Estatuto jurídico: Instituição Privada sem fins lucrativos

Instituição Privada com fins lucrativos Instituição Pública

e) Valências (confirme, por favor, estes dados, e preencha o restante): Valência Nº de Nº de Nº de Principais serviços Lista de espera utentes utentes utentes prestados (nº de pessoas) sem com acordo acordo Centro de Dia Apoio domiciliário Lar Outra Qual? Total

Indique os restantes serviços da instituição e respectivo nº de utentes:

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém ______Indique as principais actividades da instituição: ______

f) Recursos Humanos (indique as categorias existentes na sua instituição): Categorias Nº de pessoas por Formação categoria

g) Horários de funcionamento Valência/serviço Horários

h) Indique a política de preços praticada por cada tipo de serviço prestado: Valência Política de preços praticada Centro de Dia Apoio domiciliário Lar

i) Indique os principais recursos físicos que a sua instituição dispõe:

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém ______

j) Indique as principais necessidades/ problemas da instituição: ______

k) Indique as potencialidades da instituição face à população idosa com a qual trabalha: ______

3. Caracterização dos utentes:

a) Sexo: Sexo Nº de utentes

Feminino

Masculino c) Idade:

Idade Nº de utentes

65-75

76-84

>85 c) Naturalidade: País Nº de utentes

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d) Escolaridade: Grau de escolaridade: Nº de utentes Não sabe ler nem escrever S/ grau de instrução formal (lê e escreve) Primário Preparatório 5º ano Curso Liceal (7º ano) Cursos médios/técnicos Curso Superior Outro Qual?______

e) Estado Civil: Estado civil Nº de utentes Casado(a)/Junto(a) Viúvo(a) Solteiro(a) Divorciado(a)/Separado(a)

f) Indique as 5 profissões durante a vida activa mais frequentes entre os utentes da sua instituição, por ordem de frequência: ______

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém g) Situação familiar: Com quem vive... Nº de utentes Vive sozinho Vive com cônjuge Vive com filhos Vive com outra pessoa

h) Tipologia habitacional: Onde vive o utente Nº de utentes Barraca Andar Moradia Parte da Casa Outra situação i) Saneamento básico: Saneamento Básico Nº de utentes (água, luz, gás, esgotos) j) Fonte de rendimento. Indique as principais fontes de rendimentos e o nº de utentes em cada uma das categorias indicadas: Fonte de rendimento Nº de utentes

l) Origem do pedido (para integração na instituição): Origem do pedido Nº de utentes Próprio

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Outra pessoa Encaminhamento

m) Motivo do pedido: Motivo do pedido Nº de utentes Alimentação Convívio Solidão Problemas familiares Problemas de vizinhança Problemas de saúde Carência económica Outros motivos Quais?

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 7 - Caracterização das Instituições de Apoio à infância das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

1. Identificação das instituições de apoio à infância: Camarate: Ø Escola EB1 nº3 /JI dos Fetais; Ø Jardim-de-infância de Nª. Srª. dos Anjos; Ø Escola EB1 nº 5 de Camarate; Ø Centro Social e Paroquial Nuno Álvares Pereira de S. Tiago de Camarate; Ø Associação Vida Cristã Filadélfia

Prior Velho: Ø Associação “Cantinho das Crianças do Prior Velho”; Ø Escola EB1 do Prior Velho; Ø Jardim-de-infância do Prior Velho

Sacavém: Ø Associação Pomba da Paz; Ø CSEPDC- Cooperativa Sócio-educativa para o Desenvolvimento Comunitário; Ø Centro Social de Sacavém; Ø Jardim-de-infância de S. José; Ø Escola EB1 Nº 1 /JI de Sacavém; Ø Centro de Apoio Infantil Comunitário (CAIC); Ø PROSAUDESC- Associação de Promotores de saúde, Ambiente e e Desenvolvimento Sócio-Cultural

Em Camarate existem assim cinco equipamentos com valências de apoio à infância, três deles são entidades privadas sem fins lucrativos, uma é privada com fins lucrativos e uma entidade pública. Na Freguesia do Prior Velho existem três equipamentos para a infância, um deles é um equipamento público e os outros dois são privados sem fins lucrativos.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém A Freguesia de Sacavém tem sete equipamentos de apoio à infância, quatro deles são entidades privadas sem fins lucrativos e as restantes três são entidades públicas. De entre o cenário das três Freguesias há que destacar a importância de dois tipos de entidades no apoio à infância: as Associações de Pais nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico e as associações de apoio social, algumas delas ligadas às paróquias.

2. Valências Camarate: Valências Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Lista equipamentos utentes salas utentes utentes utentes utentes de com a valência sem com com sem espera acordo acordo almoço almoço Creche 3 141 8 30 111 141 238 Creche 1 20 20 20 52 familiar/ amas Jardim de 3 268 12 4 264 268 157 Infância ATL 3 132 7 28 104 120 12 83 Totais 10 561 27 62 499 549 12 530

Prior Velho: Valências Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Lista equipamentos utentes salas utentes utentes utentes utentes de com a valência sem com com sem espera acordo acordo almoço almoço Creche Creche familiar/ amas Jardim de 2 100 4 2 98 80 20 119 Infância ATL 1 46 1 46 Totais 3 146 5 48 98 80 20 119

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Sacavém: Valências Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Lista equipamentos utentes salas utentes utentes utentes utentes de com a valência sem com com sem espera acor do acordo almoço almoço Creche 3 98 7 45 53 98 83 Creche 1 20 5 2 18 20 familiar/ amas Jardim de 5 249 12 120 129 207 22 92 Infância ATL 5 217 8 127 90 74 143 14 Totais 14 584 32 294 290 399 165 189

Outros serviços prestados nestas valências: Camarate: Algumas instituições têm também valências para idosos, como vemos na caracterização das instituições de apoio ao idoso; Na área da infância uma das instituições tem um serviço de atendimento e acompanhamento psico-social a 35 famílias.

Prior Velho: Uma das instituições presta apoio familiar por ter prolongamento de horários. Sacavém: Algumas instituições têm também valências para idosos, como vemos na caracterização das instituições de apoio ao idoso. Uma das instituições da Freguesia também faz formação em tecnologia de informação e comunicação para jovens dos 18 aos 24 anos, tendo neste momento 23 formandos.

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Principais actividades das instituições: (das instituições que responderam a esta pergunta) Camarate Prior Velho Sacavém Expressão corporal Actividades pedagógicas várias Ginástica Expressão Plástica Actividades recreativas várias Educação Musical Educação Musical Visitas de estudo Expressão Plástica Expressão dramática Educação para a saúde Mediação, encaminhamento e apoio social

3.Condições de alargamento das actuais capacidades: Camarate: · O Centro Social e Paroquial D. Nuno Álvares Pereira tem condições para abrir um berçário para 10 crianças; · A Escola EB1 nº 3 /JI dos Fetais tem ATL vai abrir uma outra sala em 2006 para mais 20 crianças; · A Associação Vida Cristã Filadélfia vai passar a sua valência de creche para 65 crianças para a Freguesia de Sacavém e abre em 2006 uma valência de Jardim- de-infância na Freguesia de Camarate para 75 crianças. São recursos que aumentam para as duas Freguesias.

Prior Velho: · Não existem condições de alargamento da capacidade das instituições actuais.

Sacavém: · Existem instituições que afirmam ter possibilidades de alargamento ou de analisar essa possibilidade mas não especificam de que forma poderá ocorrer o alargamento e que novas respostas vai criar; · O Jardim-de-infância de Sacavém (Escola EB1 nº1) tem capacidade para receber mais 50 crianças desde que estas não tenham necessidades especiais educativas.

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4. Recursos humanos: Recursos humanos Camarate68 Prior Sacavém Total Velho69

Coordenador 1 1 2 Educador de Infância 16 5 22 43 Auxiliar de Acção Educativa 26 4 32 62 Auxiliar de Serviços Gerais 6 2 2 10 Ajudante de Acção Educativa 3 4 7 Assistente familiar 3 3 Professor/Monitor 3 3 Animador Sócio-cultural 1 3 4 Técnico de Acção Social 3 3 Psicólogo 2 2 4 Sociólogo 1 1 Politica Social 1 1 Administrativo 5 1 6 Recepcionista/ Porteiro 1 1 2 Cozinheiro 3 3 6 Ajudante de Cozinha 2 2 Motorista 1 1 Técnico de desporto 1 1 Enfermeira 1 1 Serviços de Limpeza 2 2 Total 72 14 76 164

Formação dos recursos humanos Além das instituições que não responderam a esta questão outras deixaram as suas respostas incompletas, ou pouco claras, por isso só poderá ser feita uma análise geral

68 Não existem dados para o Jardim-de-infância dos Fetais. 69 Não existem dados para a Escola EB1 do Prior Velho.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém destes dados. Essa análise aponta para um elevado nº de licenciados e pessoal qualificado com bacharelatos, e cursos de formação profissional.

5. Horários de funcionamento das instituições Todas as valências das três Freguesias têm horários que variam entre as 7:00 e as 19:00. · Em Camarate o ATL começa das 7:30 às 8:00 e termina entre as 18:30 e as 19:00; o Jardim-de-infância funciona entre as 7:30 e as 19:00, o mesmo horário tem a creche familiar. A instituição que tem atendimento familiar faz esse serviço entre as 9:00 e as 19:00; · No Prior Velho um dos Jardins-de-infância funciona das 7:30 às 19:00 o outro funciona das 9:00 às 15:00 com uma hora de almoço e com prolongamento de horário até às 17:00. O ATL funciona das 7:30 às 18:00; · Em Sacavém 3 dos 5 serviços de Jardim-de-infância funcionam das 9:00 às 15:00 com uma hora de almoço, e um deles tem prolongamento de horário até às 18:00. O que é manifestamente um horário pouco adequado às necessidades dos pais das crianças. Os serviços de creche abrem entre as 7:00 e as 7:30 e fecham entre as 18:30 e as 19:30. A Creche familiar está a funcionar das 7:30 às 19:30. Os serviços de ATL funcionam entre as 7:00 e as 19:30, abrindo entre as 7:00, as 8:00, e as 10:00 e fechando entre as 16:00, as 18:00 e as 19:30. Uma das instituições faz uma hora de almoço entre as 12:00 e as 14:00, e funciona ao sábado das 15:00 às 18:00.

6. Politica de Preços A política de preços destas instituições não é muito variável, uma vez que a grande maioria das instituições não tem como objectivo da sua acção o lucro, as tabelas são de acordo com o rendimento dos agregados familiares, sem que nos tenha sido indicado como é calculado o valor a pagar com base neste critério. A maioria das instituições segue as indicações da Segurança Social sobre esta matéria. Existe ainda uma instituição de Sacavém cujos serviços são totalmente financiados por projectos a que a instituição concorre, o que faz com que os utentes não tenham qualquer custo nos serviços.

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7. Recursos físicos das instituições: Para além das salas onde se desenvolvem as principais actividades das crianças, as instituições salientam a existência dos seguintes recursos: Recursos físicos Camarate70 Prior Sacavém71 Total Velho Sala Polivalente 1 1 3 5 Parque infantil/pátio exterior 2 1 2 5 Gabinete para Educadores 1 2 3 Biblioteca 1 1 2 Cozinha 1 1 1 3 Refeitório 1 1 2 Sala de apoio educativo/actividades 1 8 9 Ginásio e campo de jogos 1 1 Sala para internet 1 1 Ludoteca 1 1 Total 11 3 18 32

70 Das 5 instituições 2 não responderam a esta questão. 71 Das 7 instituições 3 não respondeu a esta questão.

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8. Necessidades e Potencialidades: Necessidades/Problemas Potencialidades

Recreios com falta de infra-estruturas adequadas A boa vontade dos colaboradores que custeiam às actividades das crianças actividades das crianças Falta de espaços de recreio ao ar livre Liderança forte e estratégica Instalações com problemas de infra-estrutura Capacidade de mobilizar pessoas e entidades (aquecimento e refrigeração) Falta de meios financeiros para fazer actividades Imagem positiva junto da comunidade e dos extra parceiros Necessidade urgente de alargamento de valências Pessoal técnico suficiente e adequado e capacidades (Prior Velho) Verbas atribuídas por parte da Segurança Social A politica de preços insuficie ntes e ausência de respostas desta instituição ao nível do alargamento dos acordos Salas de dimensão reduzida A capacidade de receber crianças encaminhadas por outras instituições Não ter estatuto de IPSS que permita fazer A capacidade de resposta aos pais das crianças acordos com a Segurança Social Dispor de voluntário qualificados Dispor de colaboradores com experiência em intervenção comunitária Capacidade para desenvolver parcerias com outras instituições da área da infância

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Caracterização dos utentes 1. Caracterização: Caracterização dos utentes Camarate72 Prior Velho73 Sacavém74 Total

Utentes do sexo feminino 255 43 258 526 Utentes do sexo masculino 226 57 273 556 Idade: < 3 anos 148 1 120 269 Idade: 3 aos 5 193 54 246 493 Idade: 6 anos 29 5 51 85 Idade: +6 anos 101 40 149 290 Naturalidade: Portuguesa 447 86 360 893 Naturalidade: S. Tomense 9 5 41 55 Naturalidade: Brasileira 2 1 6 9 Naturalidade: Cabo Verdiana 2 51 53 Naturalidade: Guineense 4 4 24 32 Naturalidade: Angolana 10 2 62 74 Naturalidade: Países da Europa de 7 7 Leste Naturalidade: Outros países europeus 1 1 Naturalidade: outros países africanos 1 1 Total de crianças 481 100 531

72 Não temos dados da Escola EB1 /JI dos Fetais (80 crianças). E EB1 nº 5 de Camarate não indicou a idade de 10 crianças. 73 Não tenho dados da Escola EB1 do Prior Velho (46 crianças). 74 Não temos dados da Associação Pomba da Paz para a idade de 45 crianças.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Locais de Residência das Crianças

Locais de residência das crianças:

Camarate: Camarate (centro): 75 B. Sto. António: 5; B. de Angola: 7 B. da Boavista: 7; B. Car: 20 B. Fetais/Estrada Militar: 47; B. S. José: 7; B. S. João: 6 B. do Grilo: 8; B. das Loureiras: 40; B. S. Tiago: 10; Outros bairros: 43; Fora da Freguesia: 146; B. da Torre: 27; B. Sousas: 8 Prior Velho: Prior Velho (centro): 93; Quinta da Serra: 5; Fora da Freguesia: 2 Sacavém: Sacavém (centro): 179; Urbanização Terraços da Ponte: 359 Fora da Freguesia: 27

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Anexo 8 – Caracterização das instituições de apoio ao idoso das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

1. Identificação das instituições de apoio ao idoso: Camarate: Ø Associação Unitária de Reformados Pensionistas e Idosos de Camarate; Ø Casa de Repouso dos Motoristas de Portugal Ø Associação Vida Cristã Filadélfia

Prior Velho: Ø Associação “Cantinho das Crianças do Prior Velho”

Sacavém: Ø Lar Nª. Sra. Das Graças Ø Associação Comunitária de Reformados Pensionistas e Idosos de Sacavém; Ø PROSAUDESC - Associação dos Promotores de Saúde, Ambiente e Desenvolvimento Sócio-cultural; Ø Associação Pomba da Paz; Ø Centro Social de Sacavém

Todas as instituições das Freguesias de Camarate e Prior Velho são privadas e sem fins lucrativos, em Sacavém quatro das cinco instituições existentes têm este estatuto jurídico, a outra instituição – o Lar Nª. Sra. Das Graças é uma instituição privada com fins lucrativos.

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2. Valências Camarate: Valências Nº de Nº de Nº de utentes Nº de Lista de espera equipamentos utentes sem acordo utentes com com a valência acordo Centro de Dia 2 31 31 Apoio 2 65 5 60 Domiciliário Lar 2 69 2 67 6175 Totais 6 165 7 158 61

Prior Velho: Valências Nº de Nº de Nº de utentes Nº de Lista de espera equipamentos utentes sem acordo utentes com com a valência acordo Apoio 1 10 10 n/d domiciliário Total 1 10 10

Sacavém: Valências Nº de Nº de Nº de utentes Nº de Lista de espera76 equipamentos utentes sem acordo utentes com com a valência acordo

Centro de Dia 2 70 70 8 Apoio 4 115 5 110 65 Domiciliário Lar 1 40 10 30 Totais 7 225 15 210 73

75 Apenas uma instituição forneceu este dado. 76 Apenas uma instituição nos forneceu esta informação.

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Principais serviços prestados nestas valências: Camarate : 77 Alimentação (2 inst.); Actividades recreativas e de convívio (2 inst.); Transporte (1 inst.); Serviços de higiene pessoal (2 inst.); Serviços de higiene do lar (2 inst.) Serviços de limpeza de roupa (2 inst.);

Prior Velho Alimentação (1 inst.) Higiene pessoal (1 inst.) Higiene habitacional (1 inst.) Lavandaria (1 inst.) Sacavém 78: Alimentação (4 inst.); Actividades recreativas e de convívio (2 inst.); Transporte (1 inst.); Apoio na ingestão de medicação (2 inst.) Serviços de higiene pessoal (4 inst.); Serviços de higiene do lar (4 inst.) Serviços de limpeza de roupa (4 inst.);

Outros serviços prestados aos utentes: Camarate: a AURPIC tem um Centro de Convívio com 1240 sócios; Sacavém: uma das instituições tem um Centro de Convívio sem acordo com a Segurança Social que tem 30 utentes; e uma outra instituição presta serviços de promoção e prevenção da saúde.

77 Não existem dados da AURPIC. 78 Não existem dados do Centro Social de Nª. Sra. das Graças.

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Principais actividades das instituições: (das instituições que responderam a esta pergunta) Camarate Prior Velho Sacavém Passeios culturais Acção social Colónias de férias Convívio Festas temáticas Apoio psicossocial às famílias e utentes Grupo Coral Actividades de prevenção de doenças Cursos (arraiolos e artes decorativas) Cuidados primários de saúde Bailes semanais Formação e informação na área da saúde Apoio social às famílias dos idosos Banco alimentar Celebração de aniversários e comemoração de datas simbólicas Acções de formação e de sensibilização

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3. Recursos humanos: Recursos humanos Camarate Prior Velho Sacavém79 Total

Sociólogo 0 0 1 1 Psicólogos 0 0 3 3 Ajudantes familiares para apoio 28 2 20 50 domiciliário e Centro de Dia Outro pessoal auxiliar 8 0 1 9 Cozinheiros e auxiliares de cozinha 6 0 10 16 Pessoal administrativo 1 0 2 3 Motoristas 0 0 1 1 Técnico Superior de Serviços Social 4 1 5 9 Animador Social 0 0 2 2 Enfermeiro 0 0 2 2 Promotor de Saúde 0 0 4 4 Técnico de Desporto 0 0 1 1 Total 47 3 52 102

No total das 8 instituições que responderam a esta questão existe uma média de 13 pessoas por instituição.

Formação dos recursos humanos Além das instituições que não responderam a esta questão outras deixaram as suas respostas incompletas, portanto pode apenas ser feita uma análise geral desta informação que nos indica que nas 8 instituições que responderam a esta questão encontram-se: 15 pessoas com licenciatura; 17 pessoas com cursos de assistentes auxiliares /Formação Profissional; 5 pessoas com o 1º ciclo completo; 3 pessoas com o 2º ciclo completo

79 Não existe informação do Lar de Nª. Sra. Das Graças

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4. Horários de funcionamento das instituições: Os horários de funcionamento são um pouco diferentes, mas com uma durabilidade semelhante, isto para apoio domiciliário ou Centro de Dia, pois os Lares estão abertos 24 horas. Em Sacavém as instituições que prestam apoio domiciliário fazem um serviço de 6 horas, podendo este começar às 8h ou 9h da manhã, prolongando-se até às 16h ou 17h, e 18h. Aqui uma das instituições, a Associação Pomba da Paz, tem 12 h30 de serviço e apoio ao fim-de-semana. Os dois serviços de Centro de Dia desta Freguesia estão abertos entre 7h a 7h 30 por dia, abrindo às 8h30 ou às 10h e fechando às 17h ou 18, respectivamente.

Em Camarate os serviços de Centro de Dia funcionam entre 7h30 e 8h por dia, abrindo as suas portas às 9h0 00 ou 9h30 e fechando às 18h ou 17h, respectivamente. Os dois serviços de apoio domiciliário da Freguesia têm um funcionamento diferente. A Casa de Repouso dos Motoristas tem um serviço de 9 horas diárias, das 9h às 18h, e a Associação Vida Cristã Filadélfia, tem um funcionamento diário de 8h, e 4h aos sábados, estando a funcionar das 8h às 16h semanalmente, e das 9h às 13h ao sábado. O serviço de apoio domiciliário do Prior Velho tem 7h diárias, entre as 9h e as 17h com uma hora de almoço.

5. Politica de Preços A política de preços praticada pelas várias instituições varia um pouco entre cada uma delas e entre cada serviço, mas apoia-se nos seguintes critérios: · De acordo com a Normativa 3 da DGSS (rendimento per capita); · Consoante os rendimentos do utente: reforma*14/12=%+ Seg. Social+ Complemento familiar; · Mensalidade com um mínimo e máximos: entre os 20€ e os 23€, consoante os serviços requisitados pelo utente; · Mensalidade com um tecto máximo, Ex. para o Centro de Dia 82€; · Serviços de voluntariado; · Serviço pago pela segurança social pelo sistema da “terceira pessoa”; · Num dos lares o utente pago 80% da sua reforma.

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6. Recursos físicos das instituições: Para além dos equipamentos físico, as instituições salientam a existência dos seguintes recursos: Recursos físicos Camarate Prior Velho Sacavém80

Cozinha 3 1 Refeitório 2 1 Lavandaria 1 1 1 Sala Polivalente 2 1 Ginásio 0 1 Sala Comunitária 1 1 Viaturas 5 4 Bar 1 Copa 1 Balneário 1 Total 16 2 10

80 Não temos os dados do Lar Nª. Sra. Das Graças.

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7. Necessidades e Potencialidades: Necessidades/Problemas Potencialidades

Necessidade de estabelecer novos acordos com a Capacidade para empreender novos serviços que Segurança Social para aumentar as capacidades têm vindo a responder ás necessidades da dos serviços prestados população Necessidade de aumentar ou construir mais Instalações que permitem um alargamento dos instalações. O caso da necessidade de mais infra- serviços prestados, faltando apenas um apoio estruturas sente-se sobretudo na freguesia do institucional para o fazer Prior Velho Necessidades de mais recursos físicos para além Recursos humanos motivados e capacitados das instalações, principalmente viaturas para as actividades que necessitam de desenvolver Dificuldade no recrutamento de pessoal com Capacidade para prestar um serviço 7 dias por formação e sensibilidade para trabalhar com a semana população idosa Necessidade de alargar o serviço de apoio Pessoal qualificado domiciliário, quer em capacidade quer em durabilidade para dar resposta às necessidades da população Necessidade de formalizar a instituição para poder receber apoios institucionais

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Caracterização dos utentes 1. Caracterização: Caracterização dos utentes Camarate81 Prior Velho Sacavém82 Total

Utentes do sexo fe minino 94 8 160 262 Utentes do sexo masculino 70 2 65 137 Idade: < 64 anos 0 0 17 17 Idade: 65-75 29 2 53 84 Idade: 76-84 14 6 100 120 Idade: >85 21 2 55 78 Nacionalidade: Portuguesa 160 10 209 379 PALOP 3 0 12 15 América do Sul 0 0 2 2 Outros países (Espanha/Marrocos) 1 2 3 Escolaridade: Não sabe ler nem 46 5 30 81 escrever Escolaridade: S/ grau de instrução 33 3 44 80 formal (lê e escreve) Escolaridade: Primário 62 2 103 167 Escolaridade: Preparatório 3 16 19 5º ano 8 4 12 Escolaridade: Curso Liceal /7º ano 0 1 1 Escolaridade: Cursos médios/técnicos 1 8 9 Escolaridade: curso superior 1 10 11 Estado civil: Casado/a 39 4 72 115 Estado civil: Viúvo /a 90 5 116 211 Estado civil: Solteiro/a 24 23 47 Estado civil: separado/a /divorciado/a 11 1 14 26 Total de idosos 178 10 225

81 Nas instituições de Camarate não existem dados de: Casa de Repouso dos Motoristas quanto à idade dos utentes; das idades de 3 utentes, do sexo de 1 utente e naturalidade de 1 utente da Associação Filadélfia. 82 Não existem dados da escolaridade de 9 utentes do Centro Social de Sacavém.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém As cinco profissões mais comuns que os utentes tinham durante a sua vida activa: Camarate: Operário/a fabril Operário/a da construção civil Trabalhador /a agrícola Doméstico/a Motorista Prior Velho: Doméstico/a Empregado/a de lavandaria Calceteiro Jardineiro Sacavém: Doméstico/a Operário/a fabril Vendedor/a/comerciante Trabalhador /a agrícola Outras profissões ligadas aos serviços

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2. Situação familiar: Situação familiar Camarate83 Prior Velho Sacavém

Vive sozinho 43 5 77 Vive com o cônjuge 37 4 67 Vive com os filhos 13 1 35 Vive com outra pessoa 14 0 6 Institucionalizados 57 0 40 Total dos utentes 164 10 225

3. Condições de habitabilidade: Onde vive? Camarate Prior Velho Sacavé m84

Barraca 4 0 Andar 65 6 158 Moradia 35 4 Parte de casa 3 4 Casa térrea “abarracada” 4 17 Institucionalizados 57 0 40 Total 164 10 223

Saneamento Básico: Quem têm água, luz, esgotos e gás? Camarate – 103 dos 108 utentes considerados (pois temos de excluir os institucionalizados) Prior Velho – 10 dos 10 utentes Sacavém – 183 dos 225 utentes considerados (pois temos de excluir os institucionalizados)

83 Não temos dados de 1 utente da Associação Vida Cristã Filadélfia. 84 Não existem dados relativos à tipologia da habitação de 2 utentes do Centro Social de Sacavém.

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4. Fonte de rendimento: Fonte de rendimento Camarate85 Prior Velho Sacavém86

Pensão (velhice, invalidez, 157 10 149 sobrevivência) Subsidio de Acção Social 1 1 Pensão+ complemento de 14 dependência Pensão + complemento do cônjuge 3 RSI 10 Vencimento/rendas 3 Sem nenhum meio de subsistência 3 6 Total 164 10 183

85 Não temos dados de 1 utente da Associação Vida Cristã Filadélfia. 86 Não temos dados de 2 utentes do Centro Social de Sacavém. Não temos dados do Centro Social Nº. Sra. das Graças.

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Como o utente chega à instituição Como os utentes chegam à Camarate Prior Sacavém Total instituição Velho Origem do pedido: o próprio 85 5 90 180 Origem do pedido: outra pessoa 53 5 77 135 Origem do pedido: encaminhamento 20 16 36 Motivo do pedido: Alimentação 21 95 116 Motivo do pedido: convívio 42 42 Motivo: solidão 13 13 Motivo: Problemas familiares 2 12 14 Motivo do pedido: problemas de 4 4 vizinhança Motivo do pedido: Problemas de saúde 42 10 123 175 Motivo do pedido: carência económica 1 21 20 Motivo do pedido: higiene pessoal 12 12 Motivo: falta de acompanhamento da 4 4 família

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Anexo 9 - Dados de Educação das escolas das Freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Freguesia de Camarate

Frequência do Jardim de Infância na Freguesia de Camarate Escola da Rede Ano 2002/2003 Ano 2003/2004 Ano 2004/2005 Pública Escola EB1 /JI 80 80 80 dos Fetais Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Distribuição das crianças a frequentar escolas da rede pública na Freguesia de Camarate, por idades (para o JI) e anos de escolaridade no ano lectivo 2004/2005 Alunos Jardim de 1º ciclo 2º e 3ºciclos Ens. Infância Secundário 3 anos 2 4 anos 26 5 anos 52 Total dos 80 alunos em JI 1º ano 216 2º ano 281 3º ano 232 4º ano 189 Total do 1º 918 ciclo 5º ano 261 6º ano 188 7º ano 280 8º ano 203 9º ano 144

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Total do 2º e 1076 3º ciclos 10º ano 168 11º ano 86 11º ano 97 Total do Ens. 351 Sec. Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Retenção Escolar

Evolução da taxa de Retenção Escolar no 1º ciclo na Freguesia de Camarate Dados EB1 nº 1 EB1 nº 2 EB1 nº 4 EB1 nº 5 EB1 nº 6 EB1 Total do /JI dos 1º Fétais Ciclo87 Alunos em 196 105 57 120 63 424 965 2001/2002 Taxa de 50 10 18 14 14 0 106 retenção em 26% 10% 32% 12% 22% 0% 11% 2001/2002 Alunos em 181 103 57 103 58 427 929 2002/2003 Taxa de 40 18 19 17 2 52 148 retenção em 22% 17% 33% 17% 3% 12% 15,9% 2002/2003 Alunos em 202 99 56 99 56 409 921 2003/2004 Taxa de 36 23 26 15 7 50 157 retenção em 18% 23% 46% 15% 13% 12% 17% 2003/2004 Alunos em 195 108 51 99 60 405 918 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

87 O somatório da taxa de retenção resulta do somatório dos alunos retidos divididos pelo total de alunos.

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Evolução da taxa de Retenção Escolar no 2 º e 3º e ensino secundário ciclos na Freguesia de Camarate Dados EB 23 Mário Escola Secundária Escola Total dos 2º, 3º de Sá de Camarate (2º e Secundária de ciclos e ensino Carneiro 3º ciclos) Camarate (sec.) secundário Alunos em 925 290 365 1580 2001/2002 Taxa de 227 65 136 428 retenção em 25% 22% 37% 27% 2001/2002 Alunos em 835 280 380 1115 2002/2003 Taxa de 0 65 57 122 retenção em 0% 23% 15% 10,9% 2002/2003 Alunos em 849 295 401 1144 2003/2004 Taxa de 216 87 72 375 retenção em 25% 29% 18% 32,8% 2003/2004 Alunos em 293 783 351 1427 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

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Abandono Escolar

Evolução da taxa de Abandono Escolar no 1º ciclo na Freguesia de Camarate Dados EB1 nº 1 EB1 nº 2 EB1 nº 4 EB1 nº 5 EB1 nº 6 EB1 Total do /JI dos 1º Fétais Ciclo88 Alunos em 181 103 57 103 58 427 929 2002/2003 Taxa de 15 0 0 0 0 3 18 abandono 8% 0% 0% 0% 0% 1% 1,9% em 2002/2003 Alunos em 202 99 56 99 56 409 921 2003/2004 Taxa de 22 3 0 8 0 1 34 abandono 11% 3% 0% 8% 0% 0,2% 3,7% em 2003/2004 Alunos em 195 108 51 99 60 405 918 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

88 O somatório da taxa de retenção resulta do somatório dos alunos retidos divididos pelo total de alunos.

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Evolução da taxa de Abandono Escolar no 2 º e 3º e ensino secundário ciclos na Freguesia de Camarate Dados EB 23 Mário de Escola Escola Total dos 2º, 3º Sá Carneiro Secundária de Secundária de ciclos e ensino Camarate (2º Camarate (sec.) secundário e 3º ciclos) Alunos em 835 280 380 1495 2002/2003 Taxa de 0 23 72 95 abandono em 0% 8% 19% 6,3% 2002/2003 Alunos em 849 295 401 1545 2003/2004 Taxa de 6 3 72 81 abandono em 1% 1% 18% 5,2% 2003/2004 Alunos em 293 783 351 1427 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Freguesia do Prior Velho

Frequência do Jardim de Infância na Freguesia do Prior Velho Escola da Rede Ano 2002/2003 Ano 2003/2004 Ano 2004/2005 Pública 55 45 50 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Distribuição das crianças a frequentar escolas da rede pública na Freguesia do Prior Velho, por idades (para o JI) e anos de escolaridade no ano lectivo 2004/2005 Alunos Jardim de 1ºciclo Infância 3 anos 10 4 anos 20 5 anos 22 Total dos 52 alunos em JI 1º ano 51 2º ano 71 3º ano 57 4º ano 46 Total do 1º 225 ciclo Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Retenção Escolar

Evolução da taxa de Retenção Escolar no 1º ciclo na Freguesia do Prior Velho Dados EB1 /JI do Prior Total do 1º Ciclo Velho Alunos em 2001/2002 233 233 Taxa de retenção em 39 39 2001/2002 17% 17% Alunos em 2002/2003 229 229 Taxa de retenção em 37 37

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 2002/2003 16% 16% Alunos em 2003/2004 225 225 Taxa de retenção em 45 45 2003/2004 20% 20% Alunos em 2004/2005 225 225 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Abandono Escolar

Evolução da taxa de Abandono Escolar no 1º ciclo na Freguesia do Prior Velho Dados EB1 /JI do Prior Total do 1º Ciclo Velho Alunos em 2002/2003 229 229 Taxa de abandono em 9 9 2002/2003 4% 4% Alunos em 2003/2004 225 225 Taxa de abandono em 0 0 2003/2004 0% 0% Alunos em 2004/2005 225 225 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém Freguesia de Sacavém

Frequência do Jardim de Infância na Freguesia de Sacavém Escola da Rede Ano 2002/2003 Ano 2003/2004 Ano 2004/2005 Pública EB1/JI de 45 45 45 Sacavém CAIC do Bº 40 46 40 Terraços da Ponte JI da Quinta de 35 35 35 S. José Total de 120 126 120 crianças em JI Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Distribuição das crianças a frequentar escolas da rede pública na Freguesia de Sacavém, por idades (para o JI) e anos de escolaridade no ano lectivo 2004/2005 Alunos Jardim de 1º ciclo 2º e 3ºciclos Ens. Infância Secundário 3 anos 40 4 anos 45 5 anos 35 Total dos 120 alunos em JI 1º ano 127 2º ano 144 3º ano 106 4º ano 134 Total do 1º 511 ciclo 5º ano 218 6º ano 204 7º ano 193

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém 8º ano 199 9º ano 183 Total do 2º e 997 3º ciclos 10º ano 149 11º ano 94 11º ano 125 Total do Ens. 368 Sec.

Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Retenção Escolar

Evolução da taxa de Retenção Escolar no 1º ciclo na Freguesia de Sacavém Dados EB1 nº2 EB1 nº3 EB1/JI de Total do 1º ciclo Sacavém Alunos em 83 331 107 521 2001/2002 Taxa de retenção 8 79 2 83 em 2001/2002 10% 24% 2% 15,9% Alunos em 78 321 113 512 2002/2003 Taxa de retenção 5 54 8 67 em 2002/2003 6% 17% 7% 13,1% Alunos em 82 300 122 504 2003/2004 Taxa de retenção 12 63 1 76 em 2003/2004 15% 21% 1% 15,1% Alunos em 282 153 76 511 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Evolução da taxa de Retenção Escolar no 2 º e 3º e ensino secundário ciclos na Freguesia de Sacavém Dados EB 2 3 Escola Secundária Escola Total dos 2º, 3º Bartolomeu de Sacavém (3º Secundária de ciclos e ensino Dias ciclo) Sacavém (Ens. secundário Sec.) Alunos em 762 187 620 1569 2001/2002 Taxa de 174 27 178 379 retenção em 23% 14% 29% 24,2% 2001/2002 Alunos em 769 199 535 1503 2002/2003 Taxa de 204 47 215 466 retenção em 27% 24% 40% 31% 2002/2003 Alunos em 766 199 535 1500 2003/2004 Taxa de 169 46 161 376 retenção em 22% 23% 30% 25,1% 2003/2004 Alunos em 322 675 368 1365 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005

Comissão Social Inter-freguesias de Camarate, Prior Velho e Sacavém

Abandono Escolar Evolução da taxa de Abandono Escolar no 1º ciclo na Freguesia de Sacavém Dados EB1 nº2 EB1 nº3 EB1 nº1 Total do 1º ciclo /JI de Sacavém Alunos em 78 321 113 512 2002/2003 Taxa de abandono 0 9 0 9 em 2002/2003 0% 3% 0% 1,8% Alunos em 82 300 122 504 2003/2004 Taxa de abandono 1 10 0 11 em 2003/2004 1,2% 3% 0% 2,2% Alunos em 282 153 76 511 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005 Evolução da taxa de Abandono Escolar no 2 º e 3º e ensino secundário ciclos na Freguesia de Sacavém Dados EB 2 3 Escola Secundária Escola Total dos 2º, 3º Bartolomeu de Sacavém (3º Secundária de ciclos e ensino Dias ciclo) Sacavém (Ens. secundário Sec.) Alunos em 769 199 535 1503 2002/2003 Taxa de 6 0 0 6 abandono em 1% 0% 0% 0,4% 2002/2003 Alunos em 766 199 535 1500 2003/2004 Taxa de 2 36 34 72 abandono em 0,3% 18% 6% 4,8% 2003/2004 Alunos em 322 675 368 1365 2004/2005 Fonte: DEJ/AGRE/CML, 2005