Tese 8778 - Tese. Alessandra André.Pdf
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA ALESSANDRA ANDRÉ A FABRICAÇÃO DA ‘BASILEIA’ HELENÍSTICA: UM ESTUDO SOBRE O GOVERNO DE ANTÍGONO MONOFTALMO E DEMÉTRIO POLIORCETES (321 – 301 A.C.) VITÓRIA 2018 ALESSANDRA ANDRÉ A FABRICAÇÃO DA ‘BASILEIA’ HELENÍSTICA: UM ESTUDO SOBRE O GOVERNO DE ANTÍGONO MONOFTALMO E DEMÉTRIO POLIORCETES (321 – 301 A. C.) Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutora em História, na área de concentração História Social das Relações Políticas. Orientador: Prof. Dr. Gilvan Ventura da Silva VITÓRIA 2018 ALESSANDRA ANDRÉ A FABRICAÇÃO DA ‘BASILEIA’ HELENÍSTICA: UM ESTUDO SOBRE O GOVERNO DE ANTÍGONO MONOFTALMO E DEMÉTRIO POLIORCETES (321 – 301 A.C.) Tese apresentada ao Programa de pós-graduação em História do Centro de Ciências Humanas e Naturais da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito para a obtenção do grau de Doutora em História, na área de concentração História Social das Relações Políticas. Aprovada em 05 de abril de 2018. COMISSÃO EXAMINADORA: ___________________________________________ Prof. Dr. Gilvan Ventura da Silva Universidade Federal do Espírito Santo Orientador ____________________________________________ Prof. Dr. Fábio de Souza Lessa Universidade Federal do Rio de Janeiro Examinador Externo _____________________________________________ Prof. Dr. Henrique Modanez de Sant’Anna Universidade de Brasília Examinador Externo ________________________________________________ Profa. Dra. Érica Cristhyane Morais da Silva Universidade Federal do Espírito Santo Examinadora Interna _________________________________________________ Prof. Dr. Sebastião Pimentel Franco Universidade Federal do Espírito Santo Examinador Interno __________________________________________________ Profa. Dra. Sílvia Marcia Alves Siqueira Universidade Estadual do Ceará Membro Suplente ___________________________________________________ Prof. Dr. Belchior Monteiro Lima Neto Universidade Federal do Espírito Santo Membro Suplente Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil) ________________________________________________________________ André, Alessandra, 1982- A553f A fabricação da basileia helenística: um estudo sobre o governo de Antígono Monoftalmo e Demétrio Poliorcetes (321 301 a.C.) / Alessandra André – 2018. 294 f. : il. Orientador: Gilvan Ventura da Silva Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais. 1. Civilização Helenística. 2. Basileia. 3. Fabricação. 4. Demétrio Poliorcetes. 5. Antígono Monoftalmo. I. Silva, Gilvan Ventura da, 1967-. II. Universidade Federal do Espírito Santo. Centro de Ciências Humanas e Naturais. III. Título. CDU: 93/99 ________________________________________________________________ ‘In memoriam’ à minha amada mãe, Nelza, meu alicerce e inspiração, por acreditar em mim e me apoiar de todas as formas possíveis. Para Vinícius, pelo amor e apoio nas horas mais difíceis. AGRADECIMENTOS Agradecer a todos que me ajudaram nesta empreitada é uma tarefa difícil. Foram muitas as pessoas que me auxiliaram direta ou indiretamente, mesmo que elas mesmas não se deem conta disso. Entre amigos, professores e colegas, há uma lista de pessoas às quais sou bastante grata. Agradeço, em primeiro lugar, ao Professor Doutor Gilvan Ventura da Silva (Ufes), que desde a graduação me inspirou, por sua rara sabedoria e conduta profissional, a empreender a busca constante do conhecimento. Espero que o resultado deste trabalho seja digno de sua valiosa e dedicada orientação, sem a qual seria impossível encontrar caminhos para chegar a um bom termo. Ao Professor Doutor Henrique Modanez de Sant’Anna (UnB) e à Professora Doutora Érica Cristhyane Morais d Silva (Ufes), pelas críticas, observações e sugestões recomendadas na Banca de Qualificação, fundamentais para o desenvolvimento do meu trabalho de pesquisa. Agradeço, também, a estes professores, pelo apoio e disponibilidade em participar da Banca de Defesa. Sou grata aos Professores Doutores Fábio de Souza Lessa (UFRJ) e Sebastião Pimentel Franco (Ufes) pela disponibilidade em participar de minha Banca de Defesa de Tese. Acredito que a colaboração de ambos será fundamental para o aprimoramento deste trabalho. Em especial, ao Professor Doutor Sebastião Pimentel Franco, que acompanhou a minha trajetória acadêmica desde a graduação, momento no qual fui sua orientanda de iniciação científica por três anos, agradeço pelo apoio e carinho constante. Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) pelo financiamento desta pesquisa. À Fondation Hardt, localizada em Genebra, pela concessão da bolsa do Programa Jovens Pesquisadores. Sou grata especialmente aos Professores Doutores Gary Vachicouras e Pierre Ducrey pela supervisão e atenção concedidas; e ao Professor Doutor John Bennet e a Vicki Tzavara da British School at Athens pelo apoio durante minha estada nesta instituição. Agradeço a todos os colegas do Laboratório de Estudos sobre o Império Romano, seção Espírito Santo, pelos debates desenvolvidos e pelo compartilhamento de ideias e de experiências nos inúmeros Encontros e Congressos dos quais participamos e organizamos. À revisora e amiga Kátia Regina Giesen, por examinar o texto da tese com tanta dedicação. Agradeço, em especial, às mulheres fortes que estiveram ao meu lado ao longo desta jornada. Amigas que em diversos momentos foram o meu porto seguro, cada uma à sua forma. Destaco entre estas grandes mulheres: as amigas que fiz ao longo do doutorado e que levarei para a vida, Carolline da Silva Soares, Karulliny Silverol Siqueira, Hariadne da Penha Soares e a companheira de turma e desabafos Kátia Sausen da Motta; Giovanna Entringer e Fernanda Coimbra da Costa Pereira, amigas de uma vida toda e companheiras de todas as horas; e, por último, mas não menos importantes, às amigas Vera Márcia Soares de Toledo e Andrea Santana Silva e Souza, irmãs das Letras que, junto comigo, sonharam e realizaram seus respectivos doutorados, desde o momento de preparação de nossos projetos. A todas vocês, agradeço a sororidade. Agradeço à minha família, em especial às minhas primas Mayone, Nathalia e Victória, por todo o apoio e amor, e ao meu tio, e pai de coração, Eduardo. Agradeço ao meu companheiro da vida, meu marido, Vinícius, por ser aquele que esteve, durante esses quatro anos, todos os momentos ao meu lado. A você, meu amor, meus mais profundos agradecimentos. Por fim, agradeço aquela que fez de mim o que sou hoje, minha mãe, Nelza, que infelizmente ao longo desta minha jornada veio a falecer. Saiba que tudo foi por você. Por trás dos grandes vestígios sensíveis da paisagem, [os artefatos ou as máquinas,] por trás dos escritos aparentemente mais insípidos e as instituições aparentemente mais desligadas daqueles que as criaram, são os homens que a história quer capturar. Quem não conseguir isso será apenas, no máximo, um serviçal da erudição. Já o bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua caça. (Marc Bloch, Apologia da história, ou, o ofício do historiador, 1949). RESUMO Após a morte de Alexandre, há, no Mediterrâneo Oriental, uma tendência política híbrida. Primeiramente, os diádocos (sucessores) procuraram manter a unidade da oikoumene. Para tanto, teriam que resolver a questão sucessória, pois, de acordo com a tradição macedônia, o governo caberia a um herdeiro varão da dinastia Argéada, da qual Alexandre fazia parte. Este, ao morrer, não deixara um herdeiro em condições de assumir o trono naquele momento. Desse impasse, resultou uma segunda tendência. Em princípio, existia um representante da dinastia Argéada na Macedônia e um no Oriente, mas, na prática, os diádocos buscaram autonomia política. A primeira tendência preservava a ideia de unidade do Império, mas as condições inerentes à própria realeza macedônia, como o direito da lança, ou seja, a doriktetos chora, e as complicações no processo sucessório, levaram à fragmentação da oikoumene em múltiplos reinos. Tendo em vista essas considerações, o objetivo central desta tese foi investigar como, após a morte de Alexandre, a realeza helenística foi construída/consolidada mediante as ações dos diádocos, tendo como foco o período de 321 a 301 a.C., em que Antígono I Monoftalmo, auxiliado por seu filho, Demétrio Poliorcetes, assumiu a preponderância na condução dos assuntos políticos, tendo como ponto de partida o legado de Alexandre, mas também toda uma tradição macedônia e oriental referente à concepção da monarquia e do monarca. Acreditamos que a basileia helenística foi um elemento novo, fabricada a partir das ações dos diádocos, e que já não mais representava a monarquia macedônia. Dentre os generais de Alexandre, Antígono foi o primeiro a intitular-se basileus, juntamente com Demétrio, apresentando-se como o sucessor legítimo do soberano argéada, por meio de uma série de recursos simbólicos. Ao lado de seu filho, Antígono desempenhou um papel fundamental rumo ao estabelecimento da monarquia. Quando, em 306 a.C., foi aclamado basileus por seu exército, o primeiro rei helenístico já tinha empregado a associação com Alexandre nas representações numismáticas; se filiado a deidades; unido elementos da tradição macedônia, helênica e oriental; seguido como fundador