Gênero, Memória E Poder No Cinema Brasileiro (Décadas De 1970 E 1980)

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Gênero, Memória E Poder No Cinema Brasileiro (Décadas De 1970 E 1980) UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA ÁREA DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA FLÁVIA CÓPIO ESTEVES REINVENTANDO O POLÍTICO NAS TELAS: Gênero, memória e poder no cinema brasileiro (décadas de 1970 e 1980) Niterói 2013 FLÁVIA CÓPIO ESTEVES REINVENTANDO O POLÍTICO NAS TELAS: Gênero, memória e poder no cinema brasileiro (décadas de 1970 e 1980) Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em História Social da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutora. Área de Concentração: História Contemporânea II. Orientadora: Profª Drª RACHEL SOIHET Niterói 2013 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Gragoatá E79 Esteves, Flávia Cópio. Reinventando o político nas telas: gênero, memória e poder no cinema brasileiro (décadas de 1970 e 1980) / Flávia Cópio Esteves. – 2013. 317 f.; il. Orientador: Rachel Soihet. Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História, 2013. Bibliografia: f. 329-338. 1. Cinema brasileiro; aspecto histórico. 2. Cinema; aspecto político. 3. Gênero. 4. Representação. 5. Mulher no cinema. I. Soihet, Rachel. II. Universidade Federal Fluminense. Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. III. Título. CDD 791.430981 FLÁVIA CÓPIO ESTEVES REINVENTANDO O POLÍTICO NAS TELAS: Gênero, memória e poder no cinema brasileiro (décadas de 1970 e 1980) Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em História Social da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Doutora. Área de Concentração: História Contemporânea II. Aprovada em março de 2013 BANCA EXAMINADORA _____________________________________________________________________ Profª Drª RACHEL SOIHET - Orientadora Universidade Federal Fluminense _____________________________________________________________________ Profª Drª JOANA MARIA PEDRO Universidade Federal de Santa Catarina ______________________________________________________________________ Prof a Dr a SONIA CRISTINA DA FONSECA MACHADO LINO Universidade Federal de Juiz de Fora ______________________________________________________________________ Profª Drª ANA MARIA MAUAD DE SOUSA ANDRADE ESSUS Universidade Federal Fluminense _______________________________________________________________________ Prof Dr. PAULO KNAUSS DE MENDONÇA Universidade Federal Fluminense Niterói 2013 Aos meus pais, Cida e Paulo Cesar, e à minha irmã Fernanda, por todo apoio, amor e incentivo, fundamentais ao longo de minha vida e trajetória acadêmica. AGRADECIMENTOS É inevitável, ao colocar o ponto final em uma tese de doutorado, pensar nos anos dispensados em sua elaboração: desde o momento em que a ideia inicial surgiu, o período passado no arquivo ou assistindo aos filmes, todas as mudanças pelas quais o projeto original passou. Foram quatro longos anos em que esta pesquisa se viu entrelaçada com minhas experiências profissionais ou mesmo minhas vivências pessoais. Muitos acompanharam todo o processo e contribuíram para que se chegasse a este produto final. A eles, o meu mais sincero e carinhoso agradecimento. À minha família, em especial, aos meus pais, Paulo Cesar e Cida, e à minha irmã Fernanda, por todo amor e apoio recebidos durante a confecção deste trabalho. Atravessar as etapas mais difíceis neste processo não teria sido possível sem tê-los ao meu lado. À minha orientadora, Profª Rachel Soihet, pelos muitos anos de amizade e trabalho conjunto, fundamentais para minha formação acadêmica e também pessoal. Sua generosidade em compartilhar experiências e conhecimentos foi essencial para que eu me tornasse a profissional que sou. Aos professores Ana Mauad e Paulo Knauss, que acompanharam toda a minha trajetória desde a graduação, em sala de aula, nas várias disciplinas que cursei com ambos, e nas sugestões, críticas e contribuições fundamentais para os rumos que este trabalhou tomou, bem como para todo o meu percurso acadêmico. À Prof a Sonia Lino, cujas contribuições no exame de qualificação redirecionaram a pesquisa e influenciaram de modo decisivo a redação do texto final. À Prof a Joana Pedro, cujas contribuições teóricas sempre estiveram presentes em minha incursão pelo terreno dos Estudos de Gênero, e por gentilmente ter aceitado nosso convite para compor a banca examinadora. À Coordenação e aos funcionários do Programa de Pós-graduação em História, sempre solícitos e atenciosos na resolução dos problemas cotidianos. Aos meus colegas e amigos do Colégio Professora Delce Horta Delgado, em Volta Redonda, que estiveram presentes desde o momento em que eu ainda me preparava para a seleção do programa de pós-graduação, e que ofereceram todas as condições possíveis para que eu pudesse cursar o doutorado e elaborar este trabalho. Diante de minha opção por conciliar a atividade docente com a continuidade da formação acadêmica, este apoio foi fundamental, seja nas questões mais administrativas, como a organização do horário das aulas, seja no incentivo constante. Aos meus colegas e amigos do Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus Volta Redonda, com quem tanto aprendi em termos acadêmicos e profissionais, apesar do reduzido tempo de convivência. Em especial, às professoras Cláudia Martins e Patrícia Lilenbaum, com quem compartilho o amor pela sétima arte. Aos meus alunos, em ambas as instituições, que acompanharam diferentes fases destes longos anos, que incluíram a preparação para a prova de seleção, o curso em si e a elaboração da tese. Não poderia deixar de ressaltar o quanto foram importantes os dias de convivência em sala de aula, o aprendizado que me proporcionaram, assim como o carinho e o apoio que tornaram mais fácil vencer os períodos de dificuldades. Aos queridos amigos que fiz ao longo desta caminhada e que farão parte da minha vida daqui em diante: Carlos Eduardo Pinto, Wallace Andrioli e Gabriel Marinho, com quem compartilhei o entusiasmo pelos estudos envolvendo a atividade cinematográfica; Cecília Mesquita, amiga que, mesmo distante, esteve presente em cada etapa desta trajetória; Alan Maycon Souza, com quem dividi conquistas, dúvidas e inquietações, pela paciência e pelo carinho inesgotáveis, fundamentais nos momentos em que parecia não ser possível vencer as dificuldades; Isabela Werneck, pela companhia e incrível maturidade com que me ajudou a superar todas as crises; Rafaele Silva, pela sabedoria e pela amizade com que sempre esteve disponível nas ocasiões mais urgentes; Carla Figueiredo, amiga descoberta há pouco, mas que representou uma fortaleza especialmente nos últimos e difíceis momentos. Por fim, mas não menos importante, meu agradecimento a todos aqueles que, embora não mencionados neste reduzido espaço, acompanharam, incentivaram e apoiaram cada momento no decorrer desses quatro anos. O passado iluminado pelo cinema é como se Clio, a musa da história, além do clarim e do relógio d’água, portasse também uma lanterna, projetando sobre o passado seu foco de luz artificial. (CAPELATO, M. H.; MORETTIN, E.; NAPOLITANO, M.; SALIBA, E.) RESUMO O cinema, como um veículo para interpretação de um contexto histórico particular, mantém estreitas relações com a conjuntura na qual é concebido e visto. O diálogo entre filmes e história é focalizado neste trabalho através dos personagens femininos de quatro produções brasileiras: S. Bernardo (Leon Hirszman, 1972); Lição de amor (Eduardo Escorel, 1975); Parahyba mulher macho (Tizuka Yamasaki, 1983) and Eternamente Pagu (Norma Bengell, 1988). Esta pesquisa tenta compreender uma proposta de cinema político que leva às telas mulheres expressivas como protagonistas ou personagens essenciais na narrativa — elas se convertem em instrumentos para se questionar aspectos do poder que extrapolam a política institucional. Tais filmes pertencem a um contexto no qual as artes no Brasil enfrentam os efeitos de um governo ditatorial, como a censura e a repressão política, além do crescimento de uma indústria cultural. Cabe aqui discutir se a opção por observar aspectos subjetivos e relações pessoais, em cada uma das produções analisadas, acaba por produzir uma concepção distinta de política e de um cinema que busca a crítica social. Para além de elementos que sugerem aceitação do mercado cinematográfico e as limitações do contexto político, tais personagens femininas, apropriadas de décadas anteriores na história do Brasil, expressam certo olhar questionador sobre relações familiares, pessoais ou amorosas, ou mesmo sobre os papéis femininos na sociedade. Relações sociais cotidianas e conflitos subjetivos compõem, através das personagens femininas, um espaço para a análise do poder em suas múltiplas dimensões — em outras palavras, concebendo e vivenciando o privado como político . Palavras-chave : História e Cinema; Cinema Político; Estudos de Gênero; Representações; Mulheres; ABSTRACT Cinema, as a vehicle for an interpretation of a particular historical time, keeps close relations with the context in which it is conceived and seen. The dialogue between films and History is focused on this essay through the feminine characters of four Brazilian movies: S. Bernardo (Leon Hirszman, 1972); Lição de amor (Eduardo Escorel, 1975); Parahyba mulher macho (Tizuka Yamasaki, 1983) and Eternamente Pagu (Norma Bengell, 1988). It tries to understand a proposal of political cinema that puts on screen expressive women as principal or essential characters in the narrative – these women appear as instruments to question aspects of politics which go beyond the institutional
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