Universidade Estadual De Campinas Instituto De Estudos Da Linguagem Laboratório De Estudos Avançados Em Jornalismo
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM LABORATÓRIO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM JORNALISMO ALESSANDRA SCHWANTES MARIMON COLETORAS DE SEMENTES E SEMEADORAS DE FLORESTAS: O PROTAGONISMO DAS MULHERES NA REDE DE SEMENTES DO XINGU CAMPINAS, 2020 ALESSANDRA SCHWANTES MARIMON COLETORAS DE SEMENTES E SEMEADORAS DE FLORESTAS: O PROTAGONISMO DAS MULHERES NA REDE DE SEMENTES DO XINGU Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) e Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), para obtenção do título de Mestra em Divulgação Científica e Cultural, na área Divulgação Científica e Cultural. Orientadora: Profa. Dra. Márcia Maria Tait Lima Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação defendida pela aluna Alessandra Schwantes Marimon e orientada pela Profa. Dra. Márcia Maria Tait Lima CAMPINAS, 2020 BANCA EXAMINADORA Márcia Maria Tait Lima Fernanda Viegas Reichardt Renata Faleiros Camargo Moreno IEL/UNICAMP 2020 Ata da defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria de Pós Graduação do IEL. DEDICATÓRIA A todas as mulheres coletoras da Rede de Sementes do Xingu. Vocês servem de inspiração para construirmos um caminho mais justo, igualitário e sustentável para todas as formas de vida no planeta. Às gerações presentes e futuras. Que possam aprender com os conhecimentos dessas mulheres e que possam, quem sabe, refletir ao lerem essa dissertação e, dessa forma, trilharem caminhos verdadeiramente transformadores. A sustentabilidade da vida depende de todos nós. AGRADECIMENTOS À toda a minha família e, em especial, aos meus pais, Beatriz e Ben Hur, que me incentivaram a gostar de ler e escrever desde que me entendo por gente, me apoiando há anos para seguir uma carreira na qual eu pudesse concretizar minhas habilidades comunicacionais e de escrita. Vocês são a minha verdadeira inspiração para cada conquista profissional e pessoal. Eu não conseguiria realizar esta pesquisa, nem seguir carreira acadêmica, sem todo o apoio emocional, amoroso, logístico e financeiro que vocês me proporcionaram ao longo da vida. Sou grata por vocês existirem e serem esses pais-profissionais tão incríveis. Amo vocês. Ao meu companheiro de amor, de luta e de vida, Murilo. Você me incentiva, me mostra todo o seu carinho e me “joga pra cima” durante todas as minhas crises de “socorro, eu não sou capaz disso”. Seus beijos e abraços e sua admiração pelo meu trabalho me deram ainda mais forças para terminar esta pesquisa. Você sempre está ao meu lado em todos os momentos que mais preciso. E eu te amo. À minha orientadora, Márcia Tait, por todos os conselhos, críticas, apontamentos e conversas que tivemos. Seja em um barzinho de Barão Geraldo sentadas em cadeiras de praia, ou em uma sala de aula com discussões extremamente pertinentes, você sempre tem algo importante e bonito a dizer. Que mais mulheres e homens possam se inspirar em sua força e intelecto. Mais do que nunca, a universidade pública precisa de mulheres como você. À Associação Rede de Sementes do Xingu e ao Instituto Socioambiental (ISA), por facilitarem a minha aproximação com as coletoras e os coletores da Rede e me receberem super bem, com respeito e atenção durante os encontros e reuniões, me concedendo permissão para iniciar e dar continuidade ao projeto. Às brasileiras e brasileiros que me proporcionaram a possibilidade de realizar pesquisa em uma universidade pública e de qualidade. É uma honra poder fazer parte desse patrimônio educacional amplamente reconhecido como essencial à formação não só acadêmica, mas cidadã. O povo brasileiro é o verdadeiro financiador desta dissertação. Por fim, agradeço a todas as mulheres coletoras e aos homens coletores, que me acolheram de braços e sorrisos abertos em suas casas ou durante os encontros. Vocês me ofereceram desde um copo d’água até o mais sincero desabafo e sou extremamente grata pela generosidade de todas e todos. Aprendi tanto durante as nossas conversas que, graças a vocês, hoje posso dizer que sou uma mulher mais empática, compreensível e crítica. Muito obrigada. RESUMO Esta pesquisa de mestrado coloca em diálogo as práticas e discursos das mulheres coletoras de sementes da Associação Rede de Sementes do Xingu (RSX), localizada em Mato Grosso, Brasil. Por meio de métodos como a observação participante e entrevistas, evidenciamos as coletoras como verdadeiras protagonistas de um processo de coleta e comercialização de sementes nativas, que visa a restauração de florestas nas regiões dos rios Araguaia e Xingu. Para a pesquisa, utilizamos um recorte que evidenciou três grupos distintos de mulheres coletoras: indígenas, rurais e urbanas. Por meio de um estudo interdisciplinar, utilizamos uma visão integrada que entrelaça diversos conceitos e teorias como: questões de gênero, natureza, estudos da ciência e tecnologia, antropologia, economia feminista, ecofeminismo e comunicação. Em um primeiro momento, realizamos uma contextualização histórica sobre a criação da Rede, resgatando desde os processos de colonização ocorridos em meados do século XX, até as atuais ameaças socioambientais em curso na região. Ao longo deste estudo, discutimos também a trajetória das mulheres coletoras e a RSX como uma alternativa geração de renda e emancipação econômica, além de um modelo economicamente solidário e sustentável, também inserido dentro de uma lógica de tecnologia social. Introduzimos também um pensamento voltado para os conceitos ecofeministas, evidenciando percepções sobre desmatamento e mudanças climáticas; a respeito da crise socioecológica e os caminhos ecofeministas; debates em torno de uma economia feminista em torno da crítica sobre produção/reprodução da vida; a sustentabilidade da vida, o cuidado com a natureza e a co- responsabilidade, além de oferecermos um outro olhar sobre o extrativismo e o futuro do planeta, inserindo também conceitos como o Bem Viver nas práticas das mulheres coletoras de sementes. Em relação às mulheres indígenas, reservamos um capítulo especial para elas, onde realizamos um recorte e contextualização sobre os grupos pesquisados, além de possíveis diálogos entre o conhecimento científico “hegemônico” e o local/indígena. Por fim, ao conceituarmos a comunicação e suas teorias, levantamos discussões a respeito de como esse conceito é elucidado durante encontros, oficinas e reuniões da RSX; além disso, discutimos sobre as novas tecnologias da informação e comunicação inseridas em cada grupo (indígenas, rurais e urbanas), além dos processos de empoderamento, ocupação em espaços públicos e lugares discursivos. Por fim, destacamos alguns problemas e possíveis soluções na dinâmica da Rede. Palavras-chave: Amazônia; Xingu; feminismo; comunicação; reflorestamento ABSTRACT This master's research brings into dialogue the practices and discourses of seed-collecting women of the Associação Rede de Sementes do Xingu (RSX), located in Mato Grosso, Brazil. Through methods such as participant observation and interviews, we highlight the women collectors as protagonists of a process of collecting and selling seeds which aims to restore forests in the regions of the Araguaia and Xingu rivers. For the research, we resorted a made a social approach that evidenced three distinct groups of seed-collecting women: indigenous, rurals and urbans. Through an interdisciplinary study, we used an integrated view that interweaves several concepts and theories, such as: gender issues, nature, science and technology studies, anthropology, feminist economics, ecofeminism and communication. At first, we carried out a historical contextualization about the creation of the seed network, calling out from the colonization processes that occurred in the middle of the 20th century to the current socio-environmental threats underway in the region. Throughout this study, we also discussed the trajectory of women collectors and the RSX as an alternative generation of income and economic emancipation, in addition to an economically solidary and sustainable model, also inserted within a logic of social technology. We have also introduced a way of thinking that is focused on ecofeminist concepts, showing perceptions about deforestation and climate change; about the socio-ecological crisis and ecofeminist paths; debates around a feminist economy around the critique of production/reproduction of life; the sustainability of life, care for nature and co-responsibility, besides offering another look at extractivism and the future of the planet, also inserting concepts such as the Buen Vivir (“Good Living”) logic in the practices of seed-collecting women. In relation to indigenous women, we have reserved a special chapter for them, where we cut and contextualize the researched groups, in addition to possible dialogues between scientific knowledge and the local/indigenous one. Finally, when conceptualizing communication and its theories, we raised discussions about how this concept is elucidated during meetings, workshops and other events of the network; furthermore, we discussed the new information and communication technologies inserted in each group (indigenous, rural and urban), besides the processes of empowerment, occupation in public spaces and discursive places. Finally, we highlighted some problems and possible solutions in the dynamics of the RSX. Keywords: Amazon (Brazil); Xingu; feminism; communication; reforestation RESUMEN La investigación de maestría pone en diálogo las prácticas