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CANCAN 20102010 AA horahora dada glória!glória! 34 anos de Independência

EstabilidadeEstabilidade dosdos preçospreços marca presidência angolana da OPEP - II Série#21 Novembro 2009 - II Série#21 Novembro Gratuíta Distribuição

Nota de Abertura

Um ano que termina, um ano que começa

que fará de Janeiro um mês de festa, de alegria, de cor e de movimento. As emoções vão ficar ao rubro e todos nós vamos torcer para que os palancas levem de vencida todos os adversários. Sonhar com o título? Por que não, apesar dos fortes candidatos ao mesmo?! Num país grandioso e capaz de se superar, como Angola já mostrou ser por di- versas vezes e em diferentes ocasiões, tudo é possível. Até o que muitos julgam impossível! Para além da festa, o CAN representa a oportunidade de melhoria substancial das infra-estruturas despor- tivas nas províncias de , Benguela, Huíla e Cabinda e a possibilidade de florescerem oportuni- dades de negócio que contribuam para a melhoria do bem-estar social das comunidades envolventes, o que re- A mesma presenta um enorme valor acrescentado para esta grande Sonangol de organização, na qual todo um país se revê com orgulho e sempre: activa, com o sentimento de obra feita e do reconhecimento gran- empreendedora, jeado dentro e fora de portas. dinâmica Nesta edição festejamos também a cultura de um povo Dois mil e nove foi, de que não esmorece, antes pelo contrário porque sorrir é a facto, um ano de grandes palavra de ordem. Da literatura às exposições, aos museus realizações, designadamente que nos retratam, à música que nos eleva e nos faz vibrar ao nível da melhoria significati- de alegria e de sensualidade ... assim é Angola ... o país que va da distribuição de combustíveis queremos tratar e retratar nesta revista para que quem a por todo o território nacional, de no- lê nos conheça e se encante com as nossas belezas raras e vas descobertas petrolíferas e também da aposta na diver- com o potencial de crescimento que cada uma das nossas sificação das áreas de negócio e na internacionalização das regiões encerra. De olhos postos em Malanje viajaremos actividades do Grupo Sonangol. daqui em diante por outras províncias cujas populações Destas e de outras realizações damos conta neste número, nos põem à prova em cada dia que passa com vista a uma que encerra 2009 em beleza e que abre com uma janela vida melhor, mais harmoniosa, mais interessante. Num de esperança e de oportunidade para um outro no qual país que cresce, que se afirma, que aposta nos seus recur- Angola vai ter voltadas para si as atenções de meio mundo sos humanos e nas potencialidades que a terra mãe colo- por causa do CAN – O Campeonato Africano das Nações. cou à sua disposição. O mesmo país que a Sonangol tão Uma prova que atrairá a quatro províncias do nosso país bem representa nos quatro cantos do mundo: com honra, um número elevado de turistas nacionais e estrangeiros e orgulho e muita distinção! ===

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 1 SUMÁRIO

04 Independência de Angola 28 FILDA 2009 34 anos a dar cartas no mundo Mais uma grande vitória para a Sonangol 08 CAN 2010 A Hora da Glória! 30 Soluções e plataforma SAP reforçam eficiência no Grupo Sonangol

14 Confiança no crescimento de Angola 33 A logística no Segmento 16 Conteúdo Nacional Downstream desafios e oportunidades para 2010 38 Angola aposta forte no desenvolvimento 19 Liberalização da agro-pecuária dos combustíveis

20 Estabilidade dos preços

23 Retoma mundial favorece prospecção e futura produção petrolífera

2 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE 41 Desporto Sonangol Magazine Um ano de campeões

Propriedade 46 Superleague Formula Sonangol EP Conselho de Administração by Sonangol Presidente: Manuel Vicente Administradores Executivos Um evento que surpreende... Anabela Fonseca, Fernando Roberto, Francisco de Lemos e Mateus de Brito Administradores Não Executivos André Lelo e José Gime Edição Gabinete de Comunicação e Imagem Director João Rosa Santos Conselho Editorial Beatriz Silva, Cristina Novaes, José Mota, Sandra Teixeira, Nadiejda Santos, Carlos Guerreiro Conselho de Redacção Ana Paula Almeida, Hélder Sirgado, António Raimundo e José Augusto Colaboraram nesta edição André Jimbe, Andreia Seguro Sanches, António Bequengue, Cristina Casaleiro, Dina Cortinhas, Fátima Azevedo 48 Cultura Fernando Tati, Manuela Sousa Guerreiro, Roque Silva ritmos e estórias de Angola Fotografia José Quarenta, Henrique Artur, Carlos Gonçalves, Jornal ‘O País’, Reuters, Editando e Lusa Secretariado Ana Victor, Helena Tavares Distribuição Mateus Tavares, Carvalho Neto e Diogo Lino Apoio Editorial, Redacção, Revisão e Produção Gráfica

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Design: Crama Design

Impressão: Damer Gráficas S.A.

49 Museus Sede Instituições que guardam Rua Rainha Ginga, nº 29/31 Caixa Postal 1316 - Luanda - Angola parte da nossa história e da Telefones: 00 244 22 66 43342 / 00 244 22 66 43343 Fax: 00 244 22 66 43996 nossa identidade cultural E-mail: [email protected] Tiragem: 3.000 Exemplares

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 3 Actualidade

Independência de Angola 34 anos a dar cartas no mundo

O 11 de Novembro de 1975 constitui um marco singular da História de Angola. Hoje, passadas três décadas, o País cresceu, económica e social- mente, e transformou-se numa potência emergente do continente africano.

Trinta e quatro anos se passaram desde a data em 1. Consolidou a Paz e garantiu a pacificação dos es- que, pela voz de António Agostinho Neto, a Inde- píritos e a Reconciliação Nacional; pendência de Angola foi proclamada perante África 2. Restabeleceu a normalidade da vida política e so- e o Mundo. Mais de três décadas de lutas e de con- cial, com todas as instituições do Estado e forças quistas que transformaram Angola numa potência partidárias a funcionarem normalmente, e asse- emergente, numa economia líder da região austral gurou a liberdade de imprensa e de livre expres- do continente africano e num modelo de estabilidade são do pensamento; política e democrática. 3. Registou significativos avanços no capítulo da boa “O Governo angolano pode apresentar ao mundo governação, liberdade e direitos humanos; as suas realizações concretas, de rosto erguido e com 4. Alcançou importantes êxitos no domínio da es- um sentimento de dever cumprido em relação ao seu tabilização macroeconómica e do controlo da in- Povo: flação, tendo granjeado mesmo o reconhecimento

4 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Actualidade

da sua política económica por parte dos grandes 9. Construiu de raiz novos edifícios e complexos organismos financeiros internacionais; imobiliários; 5. Reassentou nos seus locais de origem para cima 10. D efiniu um Programa para combater e reduzir de quatro milhões de deslocados internos e refu- significativamente a fome, a pobreza e o desem- giados provenientes do exterior e garantiu a rein- prego; serção social harmoniosa de centenas de milhares 11. C omprometeu-se ainda a construir um milhão de ex-militares e respectivas famílias; de fogos em quatro anos. 6. Deu passos importantes no que diz respeito à me- Todo este gigantesco esforço está a ser realizado lhoria da qualidade e das condições de vida das pelo Governo angolano, seguindo uma política re- populações, no domínio da educação e da saúde; alista e pragmática, através de uma economia social 7. Reconstruiu, ou construiu de raiz, em todo o país e de mercado e do apoio financeiro e material de infra-estruturas produtivas e de âmbito social, países com quem estabelecemos parcerias mutua- como barragens, pontes, estradas, centros de pro- mente vantajosas”, enumerou há escassas semanas dução de energia e água, escolas, centros médicos o Presidente de Angola, José Eduardo Dos Santos, e hospitais; durante a cerimónia de abertura da XVIII sessão da 8. Materializou grandes projectos agro-pecuários; Assembleia Paritária do Grupo dos Países de África,

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 5 Actualidade

Caraíbas e Pacífico e da União Europeia (ACP/EU), que teve lugar em Luanda. Para além destes onze pontos, o Presidente de Angola poderia ainda ter mencionado os importantes investimentos em curso no país, como sejam o projecto Angola LNG, na província do Zaire; a barragem de Capanda ou o complexo Agro-Industrial de Pungu-a-Ndongo, ambos na província de Malanje, ou ainda o projecto Aldeia Nova, no Kwanza Sul, que colocam hoje o País no topo da lista dos princi- pais receptores do investimento estrangeiro da África Subsaariana. A estabilidade macroeconómica que o País conquistou evidencia as suas potencialidades, atrai empresários e contribui para a melhoria da qualidade de vida dos angolanos. Ao longo dos últimos anos Angola foi um dos países que mais cresceu no mundo. Em cinco anos o Produto Interno Bruto, em termos bru- tos, duplicou e o sector não petrolífero apresentou ritmos de cresci- mento constantes. 2009 não será, a esse nível, uma excepção, o que não deixa de ser um facto importante a assinalar num ano que ficou, a todos os níveis, marcado por uma crise económica mundial.

País aberto ao exterior Tão evidente como o seu crescimento económico é a crescente par- ticipação de Angola nos principais fóruns internacionais. O país ocupa a presidência da OPEP e aspira contribuir para a estabilidade do mercado internacional do petróleo, numa altura ainda de gran- de incerteza e instabilidade internacional. As boas relações com as principais instituições financeiras mundiais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, foram recentemente reforçadas com a concessão de um financiamento a Angola. Um acordo sem pré-condições e que constitui, por si só, um indicador da credibilida- de de Angola no contexto internacional. No ano em que comemora o seu 34º aniversário, esta Jovem Nação prepara-se ainda para receber a Taça das Nações Africanas – CAN 2010. Um evento que mobiliza 16 selecções de futebol, provenientes de 16 Estados africanos, e milhares de adeptos dos quatro cantos do mundo. O Governo viu neste grandioso encontro uma oportunida- de para reforçar os investimentos públicos na revitalização das cida- des, vias de comunicação e transportes mas também para relançar a imagem de um país empreendedor e apostado na sua afirmação mundial. Haverá, por ventura, forma melhor de comemorar a Independência da República de Angola do que esta? ===

6 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Actualidade

Comemorações do Dia da Independência Grande Festa no

Diversas actividades de carácter político, recre- Kassoma, as festividades foram marcadas pelo ativo, cultural e desportivo marcaram a festa do acto de deposição, pelo primeiro-ministro, de uma 34º Aniversário da Independência do país, que coroa de flores no busto erigido à memória de decorreu este ano sob o lema “Manter a chama António Agostinho Neto na cidade do Huambo. acesa para a conquista do progresso social”. O Uma homenagem sentida àquele que proclamou Huambo, que nos últimos sete anos tem registado a Independência de Angola, há 34 anos atrás, um significativo desenvolvimento socio-económi- tornando-se o primeiro Presidente da República co, foi a província escolhida para acolher o acto do país. “A bandeira que hoje flutua é o símbolo central das festividades, que foram presididas pelo da liberdade, fruto do sangue, do ardor e das lá- Primeiro-Ministro, António Paulo Kassoma, em grimas, e do abnegado amor do povo angolano”, representação do Presidente da República José disse Agostinho Neto, aquando da proclamação Eduardo Dos Santos. da Independência de Angola. No discurso, o Primeiro-Ministro angolano exor- As comemorações foram presenciadas por repre- tou todos os angolanos a transmitirem às gerações sentantes de organizações partidárias, por auto- futuras os grandes valores da Nação angolana (a ridades tradicionais e por membros do Governo coragem, a determinação, a lealdade, a unidade central e local, bem como por centenas de cida- e o espírito de sacrifício) demonstrados durante a dãos. história da resistência à ocupação colonial. “Se, À margem do encontro, mas ainda no âmbito por um lado, vencemos muitas batalhas, através das festividades, foram inaugurados importantes da promoção de valores culturais comuns, de uni- empreendimentos sociais, ligados aos sectores da dade no combate ao inimigo comum, outros desa- saúde, educação, energia e águas, destacando-se fios foram perdidos por termos aberto as portas à entre eles os hospitais provincial e municipal do intriga, à exaltação gratuita de diferenças étnicas Huambo, o Instituto Médio de Administração e e às ambições desmedidas que ignoraram os inte- Gestão no Dango, uma escola do segundo ciclo resses colectivos das comunidades”, apontou ain- do ensino secundário e o Centro de Formação de da António Paulo Kassoma, reforçando que sem Funcionários da Função Pública. o apoio e a solidariedade de outros povos, obter e De salientar ainda que as jornadas iniciaram-se no alcançar a Independência teria sido mais difícil. município da Caála, no dia 8 de Dezembro, com uma palestra sobre o dia mais importante de An- Homenagem a Agostinho Neto gola – um evento que reuniu mais de quinhentas Num dia de grande importância para o país, fo- pessoas e que versou sobre a luta pela conquista ram vários os cidadãos que quiseram estar presen- da Independência Nacional, os programas de de- tes no comício realizado no largo Saidy Mingas, senvolvimento socio-económico do Governo e a especialmente engalanado com as cores vermelha, necessidade de uma maior participação da socie- preta e amarela, da bandeira nacional. dade civil nas políticas adoptadas e nas acções de Além do discurso proferido por António Paulo consciencialização dos valores humanos. ===

34SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 7 Actualidade

CAn 2010 A Hora da Glória!

Fundamentado Numa Organização exemplar, o povo angolano pede aos pupilos de Manuel José que lutem… até à final!

8 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Actualidade

Está toda a gente expectante! Joga- sien, Kanu, Muntari, farão as delícias dos adeptos. dores, organizadores da prova, angolanos, cama- Desde Maio que a equipa nacional realiza jogos de roneses, egípcios, nigerianos, ganeses, e todos os preparação que darão aos atletas angolanos a ne- outros apurados para a maior competição futebo- cessária competitividade para aguentar a pressão da lística do Continente. A menos de dois meses da prova, competindo ao mais alto nível. Em sete jogos Taça de África das Nações Orange-Angola2010, disputados, os pupilos de Manuel José empataram que decorre de 10 a 31 de Janeiro, em Luanda, Ca- cinco e venceram dois, nunca conhecendo o sabor binda, Huíla e Benguela, os corações já começam a da derrota, mesmo jogando contra fortes selecções palpitar e não é para menos. Angola, Argélia, Be- como o Ghana e os Camarões, dois dos principais nin, Burkina Faso, Camarões, Cote d´Ivoire, Egip- candidatos ao título. Apesar das sucessivas altera- to, Gabão, Ghana, Moçambique, Mali, Malawi, ções que o técnico tem vindo a efectuar na equipa, Nigéria, Togo, Tunísia e Zâmbia lutam pela con- tudo leva a crer que o onze inicial estará quase de- quista do troféu mais desejado em África. No en- finido. No entanto, a dúvida sobre a convocação de tanto, um sexteto de luxo apresenta-se como favo- Manucho subsiste. Os convocados de Manuel José rito à vitória: Egipto, detentor do título e país com têm a nobre tarefa de responder de forma positiva maior número de troféus conquistados, Camarões, aos anseios nacionais, para que o país saia de ca- Gana, actual campeão do Mundo de sub-20, Costa beça erguida e orgulhoso da realização desta pro- do Marfim, Nigéria e Angola, a anfitriã. Jogadores va. Angola quer organizar um “CAN exemplar” e como Didier Drogba, Samuel Eto´o, Michael Es- para isso muito irá contribuir a boa campanha dos

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 9 Actualidade

Curiosidades

• A mascote oficial do evento dá pelo nome de Palanquinha e é inspirada na Palanca Negra Gigante, um espécie prote- gida que só existe em Angola; • O hino do CAN chama-se ‘Angola, País de Futuro’, e é da autoria de Filipe Mukenga e de Filipe Zau; palancas negras na competição. Um dos objectivos • Vão ser instaladas fan zones em várias será fazer melhor do que no Ghana 2008, onde os cidades do país para que todos possam angolanos chegaram pela primeira vez os oitavos sentir de perto as emoções do CAN; • Cada delegação participante terá uma de final da prova. Recentemente, o Presidente da equipa especializada em emergências República de Angola, José Eduardo dos Santos, médicas; reiterou a sua confiança no seleccionador nacional, • Todas as aerogares vão ter uma área afirmando que Manuel José conseguiu criar um sis- específica destinada ao CAN; tema de jogo e rigor táctico entre os jogadores. O • A organização vai recrutar 2 mil e 500 chefe de Estado angolano pediu ainda o apoio de voluntários, que receberão formação nas áreas de organização de jogos, toda a população para que os “jogadores cumpram gestão de voluntários, guia turístico, a sua missão” no CAN. assistência a media, tradução, ambiente, jurídica, protocolo, acredita- Estádios vanguardistas ção, transporte e telecomunicações; Sendo o futebol um desporto que move multidões, • Foi criado um Estado Maior para Orga- esta será para Angola a oportunidade de ouro para nização de Claques (EMOCAN) para mo- bilizar pessoas para os jogos do CAN; mostrar ao mundo como é possível, quando as for- • A equipa de Fórmula 1 da Williams jun- ças se conjugam, relançar a imagem de um país em- tou-se a este mega evento ao promover preendedor e desenvolvido em busca da afirmação nas paredes laterais das asas traseiras mundial. Para além de ter renovado e melhorado a dos seus monolugares o logótipo da malha urbana das suas cidades, de ter implementa- Taça de África das Nações Orange- do uma nova rede de transportes, de ter reabilitado Angola2010 • Angola participou pela primeira vez hospitais, vias de comunicação e telecomunicações, num CAN em 2006; Angola construiu quatro estádios de raiz e reabi- • O detentor da Taça é o Egipto; litou mais de 11 infra-estruturas desportivas, que • O seleccionador de Angola é o conceitu- irão permitir no futuro dinamizar o futebol jovem. ado treinador português Manuel José, Os projectos de arquitectura e de engenharia dos que depois de orientar o Al-Ahly, assu- novos recintos de jogo são modernos, confortáveis miu o desafio de liderar os ‘Palancas Negras’ no assalto ao título africano. e de arquitectura arrojada. Inspirados na identida- de cultural angolana, obedecem aos mais moder-

10 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Actualidade

nos conceitos arquitectónicos, para além de res- tos e outros eventos lúdicos e culturais. A constru- ponderem a todos os requisitos de funcionalidade, ção do segundo maior estádio do país, com 35 mil segurança, modernidade, tecnológicos e operacio- lugares, coube à empresa China National Electro- nais exigidos pela FIFA - órgão máximo que rege nics Import & Export Corporation. Com um tra- o futebol mundial. Ao que tudo indica, os estádios çado europeu, o estádio de Benguela está estrategi- estarão prontos em Dezembro, a tempo de serem camente localizado no bairro da Nossa Senhora da inaugurados antes da principal competição africa- Graça, a 5 km da cidade. na de futebol. Paisagem deslumbrante Aqui fica uma breve apresentação dos no- O estádio de Huíla está inserido num cenário de vos palcos da bola. rara beleza, o que o torna único e mágico. Com O novo Estádio de Luanda, que receberá as ceri- capacidade para 20 mil espectadores, o estádio, mónias de abertura e de encerramento, é o maior construído pela Construtora Sinohydro Corpora- dos quatro estádios, com capacidade para 50 mil tions Limited, está equipado com uma sala para espectadores. A arena situa-se perto da Auto-estra- testes de anti-doping, sala para treinadores, salas de da periférica de Luanda, do Campus da Universi- imprensa, tribuna presidencial, 20 camarotes e 108 dade Agostinho Neto, do novo aeroporto da capi- lugares para deficientes físicos. tal e do Centro de Produções da televisão Pública de Angola. Construído pela construtora chinesa Cabinda junto ao mar Shanghai Urban Construction Group Corpora- Com uma arquitectura espacial exterior muito tion (SUCGC), o estádio sobressai pela sua ousadia particular, é considerado um dos mais belos está- arquitectónica, com uma cobertura estilizada dos dios do CAN 2010. A sua cobertura faz lembrar as chifres da Palanca Negra, incorporados nas formas ondas do mar da província cabindense, banhada de uma Welwitschia Mirabilis, uma planta rara que pelo Oceano Atlântico. O estádio tem capacidade só pode ser encontrada no deserto do Namibe. para 20 mil espectadores e está localizado no Bair- Com 2080 lugares Vip, um camarote presidencial ro Chiazi, a 15 km a norte da cidade de Cabinda. e 400 lugares para deficientes, o recinto pode ser A nova arena tem a particularidade de ter anexado aproveitado para múltiplos desportos, sendo tam- um outro recinto relvado que servirá para treinos bém possível a realização de espectáculos, concer- ou jogos das escolas de formação.===

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 11 Actualidade

Angola bafejada pela sorte

O sorteio do CAN, realizado no dia 20 GRUPO A de Novembro no Centro de Conferências LUANDA de Talatona, em Luanda, não poderia ser mais favorável à selecção angolana, ANGOLA cabeça de série do Grupo A. A jogar em MALI casa, os Palancas Negras irão medir MALAWI forças com as selecções da Argélia, ARGÉLIA Malawi e Mali, adversários com os quais já jogou noutros tempos, tendo saído GRUPO B vitoriosa. Se a sorte e a motivação os CABINDA acompanhar, Angola irá sem dúvida passar à segunda fase da prova. O jogo CÔTE D’IVOIRE de abertura será no dia 10 de Janeiro, BURKINA FASO no novíssimo Estádio de Luanda frente GANA ao Mali. Menos sorte teve Moçambique, Togo no Grupo C, que irá defrontar o actual campeão em título, o Egipto e a Nigéria, GRUPO C duas selecção que marcarão presença BENGUELA no Mundial da África do Sul em 2010. A fechar o grupo, que jogará em Benguela, EGIPTO está o Benin. NIGÉRIA Moçambique As atenções desta primeira fase estarão BENIN centradas no grupo B. Frente a frente vão estar o Ghana e os Camarões, dois GRUPO D dos principais candidatos ao título e também mundialistas, o Togo e o Burkina Faso. CAMARÕES O Grupo C, com sede no Lubango, é GABÃO constituído pelos Camarões, outra das ZÂMBIA selecções com bilhete para a África do TUNÍSIA Sul, Gabão, Zâmbia e Tunísia.

12 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE

Economia

Confiança no crescimento de Angola

Em 2010 a economia angolana poderá registar um crescimento próximo dos dois dígitos, suportado pela estabilização do preço do petró- leo nos mercados internacionais e também pelo contributo dos sectores não petrolíferos.

Aos poucos vão surgindo sinais positivos de que o o terceiro trimestre do ano e que se deverá continuar auge da crise mundial já terá passado. Para este ano a estender por 2010. não são esperados fortes crescimentos nas principais economias mundiais mas também não se deverão Produção petrolífera em alta verificar fortes quebras. A revisão das projecções Segundo a Agência Internacional de Energia, a pro- de crescimento, por parte das principais instituições dução petrolífera de Angola em 2009 foi, até ao mês multilaterais, como o Fundo Monetário Internacio- de Julho, da ordem de 1,7 milhões de barris diários, nal ou o Banco Mundial, reforçam a confiança na prevendo-se um ligeiro crescimento no segundo se- retoma económica mundial em 2010. mestre do ano. Esta perspectiva traduz uma con- As previsões para Angola não fogem a este cená- tracção real do sector petrolífero inferior ao previsto rio. Contrariando a estimativa inicial de recessão, inicialmente, o que contribui para a perspectiva de o FMI antecipa um ligeiro crescimento de 0,2% já crescimento da economia já este ano. O preço do em 2009 e sublinha o forte potencial de recuperação petróleo tem permanecido em torno dos 70 USD para 2010, ano em que a economia deverá registar por barril, muito acima da estimativa de 37 USD um crescimento de 9,3%. Uma estimativa superior inscrita na revisão do OGE para 2009. De acordo às contas feitas pelo Governo, que prevê um cres- com indicações do Ministério das Finanças, a dife- cimento de 8,2% no próximo ano. Este optimismo rença entre o preço registado e o nível orçamenta- está associado à recuperação e à estabilização do do deverá reforçar o Fundo de Reserva do Tesouro preço do petróleo, que se tem vindo a verificar desde Nacional.

14 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Economia

A AIE reviu em alta as suas previsões de procura By Credit Facility’, criada após aprovação do novo mundial de crude para 2010, traduzindo-se num au- ‘Poverty Reduction and Growth Trust’. Este apoio mento de 1,5% na procura. Este crescimento deverá servirá para financiar o desequilíbrio da balança cor- fazer com que os níveis de produção em Angola per- rente do país, que desde o início do ano tem vindo maneçam elevados. A produção nacional terá ainda a deteriorar-se, em consequência, por um lado, da como suporte o aumento da capacidade produtiva, redução das receitas obtidas com a venda do petró- fruto do início de exploração em diversos campos leo e, por outro, da manutenção do forte dinamismo petrolíferos que se encontram em agenda. do lado das importações. O empréstimo irá permitir, De acordo com os analistas, “os sinais de retoma da também, responder à forte procura de divisas, dimi- economia mundial e respectivas revisões em alta das nuindo, assim, a pressão a que o mercado cambial expectativas de crescimento económico e, em con- tem estado sujeito. sequência, da procura de petróleo, ajudam a pers- A assinatura deste acordo com o FMI, e a conse- pectivar a manutenção, quer do preço do petróleo quente obtenção de um empréstimo em condições em níveis elevados – embora os níveis atingidos em muito favoráveis – de que se destaca o perdão ex- meados de 2008 não sejam facilmente igualados – cepcional, até ao final de 2011, do pagamento de quer dos níveis de produção em Angola”. juros devidos ao FMI –, não obriga o Governo an- Mas apesar da petróleo permanecer ainda como o golano a aceitar quaisquer contrapartidas directas. principal sustentáculo da economia nacional, é de Algo impensável até há bem pouco e que reforça a salientar também o bom desempenho que outros mensagem de confiança na recuperação e na condu- sectores da economia registam. De acordo com a ção da economia do país. Em virtude deste acordo estimativa inscrita na proposta de Orçamento Geral Angola poderá, inclusive, ver o seu nível de ‘risco/ do Estado para 2010, o sector petrolífero deverá re- país’ nos mercados internacionais melhorar, o que gistar um crescimento de 1,1%, ao passo que o sec- lhe possibilitará o acesso a novos financiamentos em tor não petrolífero deverá crescer 15%. condições muito mais favoráveis. Para 2009 as autoridades angolanas prevêem um Outro sinal claro da confiança na recuperação e no crescimento económico de 1,3%, em virtude da ma- crescimento da economia angolana é o aumento do nutenção de um volume de produção de crude e de investimento privado no país (fora do sector petrolí- um volume de exportação acima do previsto, mas fero), quer com origem no estrangeiro quer o efectu- que também reflecte o crescimento de 5,2% regista- ado pelos agentes económicos nacionais. Segundo a do na actividade da economia real. Agência Nacional para o Investimento Privado, os projectos de investimento privado aprovados até 30 Um novo alento de Setembro de 2009 atingiram o montante de 1, PARA A economia nacional 377 milhões de USD. No total foram aprovados pela Para este clima optimista contribui também o re- ANIP 443 projectos que irão criar cerca de 23 mil cente acordo firmado entre o Governo e o Fundo novos postos de trabalho. Monetário Internacional. Depois de largos meses O peso do investimento nacional passou de 34% para de negociações, o FMI concordou em conceder um 55% do total, o que significa que o investimento pri- empréstimo a Angola. No montante de 1,4 mil mi- vado nacional aumentou 44%. Este crescimento de- lhões de USD esta é uma “das verbas mais elevadas monstra a confiança dos empresários no dinamismo já concedidas a um país africano ao abrigo do Pro- da procura interna e o acesso a financiamentos e/ou grama”. A ajuda será canalizada ao longo dos pró- surgimento de poupança privada, factores que vão ximos 27 meses, ao abrigo da nova facilidade ‘Stand contribuir para o desenvolvimento do país. ===

Fontes: Ministério da Economia da República da Angola, Banco Mundial, fmi

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 15 Economia

Conteúdo Nacional Desafios e oportunidades para 2010

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África a sul do Sahara, após a Nigéria, possuindo a capacidade de produzir 2 milhões de barris de petróleo por dia (bpd). Contudo, devido às restrições impostas pela OPEP, organização a que pertence desde 2007, Angola está a produzir uma média de 1.6 milhões de bpd.

O sector petrolífero angolano, que contribui para contratarem mais quadros angolanos, mas com cerca de 83% do PIB do país, em 2008 registou in- resultados limitados. vestimentos na ordem dos 5.4 bilhões de USD, ten- A estabilidade e o crescimento económico actual- do este valor sido aplicado em esforços de pesquisa mente registado em Angola voltaram a colocar na de novas reservas, projectos de desenvolvimento e agenda do país a necessidade de se criar uma sólida actividades de produção. estratégia para o Conteúdo Nacional, sendo esta a O sucesso de Angola em tornar-se um prestigiado base das discussões em curso sobre a necessidade de, produtor de petróleo é, contudo, toldado pela redu- primeiro, se rever a estrutura organizacional do Co- zida participação angolana no sector de petróleo e mité Director, a entidade criada em 2005, por des- gás. A indústria petrolífera a operar no país, há já pacho do Ministério dos Petróleos, para coordenar mais de 30 anos, está dominada por empresas es- todas as áreas e iniciativas relacionadas com o con- trangeiras, que detém uma alta percentagem de tra- teúdo local no sector petrolífero angolano; segundo, balhadores expatriados (particularmente nos cargos de se rever e actualizar a legislação existente relacio- técnicos e de gestão) e um número insignificante de nada com o assunto; e, terceiro, elaborar um Plano empresas angolanas capazes de responder às suas Director que identifique objectivos, estratégias, me- necessidades em termos de bens e serviços. tas mensuráveis e acções tendo em vista o aumento Nos últimos anos, o Ministério dos Petróleos, junta- do Conteúdo Nacional na indústria petrolífera. mente com a concessionária nacional – a Sonangol Um dos maiores desafios que o sector petrolífero – , levaram a cabo algumas iniciativas que visaram angolano terá de ultrapassar para obter resultados encontrar soluções para algumas destas questões, satisfatórios no crescimento do Conteúdo Nacional nomeadamente pressionando as companhias petro- é o da escassez de quadros angolanos qualificados. líferas a utilizarem os serviços de empresas locais e a De facto, as instituições educacionais existentes em

16 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Economia

Angola não têm sido capazes de responder à procura ticipação nos concursos, deficiências nas práticas de do sector petrolífero, tanto em termos de quantidade gestão, dificuldade no acesso ao crédito são alguns como de qualidade. Este problema clama por uma dos problemas que afligem as empresas locais. solução integrada dos sectores petrolífero e da edu- O desafio, para o Ministério dos Petróleos e para a cação, tendo o primeiro de determinar as suas ne- Sonangol, é o de identificar e o de implementar ac- cessidades a curto e longo prazo e o segundo de asse- ções que visem a capacitação técnica, financeira e de gurar a criação de condições para a qualificação da gestão das empresas angolanas de forma a assegurar força de trabalho na quantidade e com a qualidade a sua competitividade em termos de preços, quali- necessárias. Uma forma de se atingir este objectivo dade e prazos de entrega e de execução. A criação é aumentar a cooperação entre as instituições liga- de uma única base de dados de empresas angola- das à educação (universidades, centros profissionais, nas, a implementação de processos de certificação e etc.) e os principais intervenientes do sector petrolífe- a realização de programas de desenvolvimento para ro (operadores, empresas de serviço, etc.). empresas locais são algumas soluções básicas que po- O desenvolvimento das empresas angolanas e a sua dem ser implementadas com relativa facilidade. inserção no sector petrolífero como prestadoras de Existem algumas parcerias entre empresas angola- serviços e/ou fornecedoras de bens é outra preocu- nas e empresas estrangeiras detentoras de know-how e pação. de experiência técnica. Capacidade técnica limitada, falta de informação Porém, tem sido difícil fomentar a transferência da sobre as oportunidades de negócio existentes, falta capacidade de engenharia da parte estrangeira para de conhecimento sobre os procedimentos para par- Angola, de tal forma que actualmente quase todos

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 17 Economia

os projectos de engenharia são executados no exte- que actualmente a maior parte dos materiais e equi- rior do país. Este tema particular da capacidade de pamentos utilizados são produzidos e montados no engenharia está directamente ligado à carência de exterior do país. Os sectores industrial e petrolífero engenheiros angolanos no mercado de trabalho (um terão de trabalhar em conjunto na identificação dos problema sentido também nas indústrias petrolífe- equipamentos e materiais que podem vir a ser pro- ras de outros países), tornando crucial e urgente a duzidos, montados, integrados, reparados e ter a sua formação em massa de quadros angolanos nos dife- manutenção efectuada em Angola. Outro aspecto rentes tipos e especialidades de Engenharia. O país importante é o da necessidade de identificar as ma- necessita também de investir na construção de cen- térias-primas utilizadas nas actividades petrolíferas tros de pesquisa tecnológica e científica e encorajar que existem no país e promover a sua exploração, (através de incentivos e/ou obrigações) as empresas produção e fornecimento ao sector, contribuindo, de engenharia a transferir parte das suas operações assim, na reconstituição da cadeia de distribuição para Angola e a criar centros de excelência. em Angola. No que diz respeito à capacidade angolana industrial Em conclusão, as questões do Conteúdo Nacional e de manufacturação, os seus planos de desenvolvi- em Angola clamam por uma estratégia integrada mento e expansão devem ter como base os projectos que promova a cooperação intersectorial (exemplo: a serem implementados a médio e longo prazos, pois educação, indústria, etc.), a colaboração com os os estaleiros e as bases logísticas existentes necessi- principais operadores e as empresas de serviço in- tam de continuar a expandir as suas capacidades e ternacionais, bem como a revisão da estrutura legal, serviços de forma a puderem cobrir as necessidades comercial e contratual do sector de forma a incluir da indústria em termos de bens, serviços e espaço. As incentivos e obrigações mais eficientes para o Con- oportunidades de negócio são diversas e variadas já teúdo Nacional. ===

Fonte: Direcção de Negociaçoes da Sonangol E.P.

18 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Economia

Liberalização do mercado de

Com o propósito de conferir maior combustíveis dimensão à distribuição de derivados do petróleo, numa perspectiva de abrangência nacional, o Gover- no de Angola decidiu liberalizar este sector de acti- vai melhorar vidade e estabelecer, consequentemente, um sistema de tarifas mais transparente. Esta deliberação resulta abastecimento da aprovação, igualmente pelo Executivo angolano, do modelo para o desenvolvimento do sector de re- finação de petróleo bruto que visa, essencialmente, melhorar a refinação, armazenamento, transporte e distribuição de combustíveis no país. Tudo isto porque o Governo, através da Sonangol e de outros operadores locais, quer que as suas popula- ções vivam sem privações e sem obstáculos de maior, que tenham maior e melhor qualidade de vida, que possam abastecer as suas viaturas a qualquer hora e em qualquer local, que possam usufruir de todos os recursos que Angola e o seus responsáveis colocam à sua disposição. ===

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 19 Economia

Estabilidade dos preços marca presidência angolana da OPEP

Se não ocorrer nenhum imprevisto, o ministro José Botelho de Vas- concelos, presidente da OPEP, tem razões para estar satisfeito quando no próximo dia 22 de Dezembro receber os seus pares em Luanda para a 155ª Conferência Extraordinária da Organização: tal como se propôs no início do mandato de Angola à frente da OPEP, o preço do barril estabilizou entre os 70 e os 80 USD – “níveis aceitáveis para os países produtores e para os consumidores”.

De acordo com o relatório mensal da OPEP, situado em 76,50 dólares o barril a 10 de da OPEP, o sentimento positivo do mercado no Novembro. Segundo o mesmo boletim informativo, mês de Outubro foi reforçado pelo ajustamento em a actual volatilidade do mercado permite considerar alta da procura mundial de petróleo após a divulga- a permanência dos preços do petróleo na casa dos 70 ção das revisões do crescimento do PIB por parte do USD no futuro próximo, embora aqueles continuem FMI. A desvalorização do dólar norte-americano, a a sofrer impactos da crise económica e da flutuação subida das cotações das acções nos mercados bol- do dólar. Depois da tempestade, a bonança, crê-se, sistas, a quebra nos stocks de gasolina no mercado apesar das interrogações, projecções e sinais de reto- doméstico norte-americano e o aumento da procura ma da economia mundial ainda serem muito ténues nos mercados asiáticos também contribuíram para e, fundamentalmente, pouco sustentáveis. a tendência de subida dos preços. E é da conjuga- A realidade é que o ano em que Angola esteve pela ções desses factores que resulta o cesto de referência primeira vez na presidência da OPEP não foi fácil

20 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Economia

para os países que integram o cartel e para a pre- Dezembro de 2008 na Conferência de Oran (final sidência da Organização. “Um ano de turbulência da presidência da Argélia e início da de Angola) de sem precedentes”, é como o estudo World Oil Ou- reduzir o abastecimento de petróleo em 4.2 mbd tlook 2009 (WOO) da OPEP, publicado em Julho, face aos níveis de Setembro de 2008 foi determinan- caracteriza os 12 meses anteriores. te para restaurar a estabilidade no mercado.” De facto, nunca nos quase 50 anos de história da Com esta decisão, a quota de Angola foi fixada em OPEP os preços do barril oscilaram tanto e as quotas 1.517 mbd, cerca de 19% abaixo da produção que o de produção foram tão baixas. país tinha assegurado no mês anterior, Novembro de Pela primeira vez desde o início da década de oiten- 2008. Para uma economia em que o petróleo pesa ta, em 2008 a procura de petróleo caiu em cerca de mais de 95% das exportações, a descida do preço do 0.3 mbd e tudo indica que 2009 encerrará com uma barril e da respectiva quota de produção, a par dos quebra na procura da ordem dos 2.3 mbd (relatório efeitos da crise financeira mundial, tiveram conse- mensal de Novembro), situando a produção dos pa- quências dramáticas no elevado ritmo de crescimen- íses membros nos 28.7 mbd. to e desenvolvimento que o país estava a viver. A crise financeira que se iniciou nos EUA e rapida- mente se estendeu a outras economias e deteriorou O caminho da estabilidade as actividades económicas em todo o mundo expli- Ao assumir a presidência do órgão máximo do car- ca grande parte das enormes oscilações do preço do tel, o Ministro dos Petróleos de Angola admitiu que barril (o cabaz de referência da OPEP passou de 141 colocar o preço do barril entre os 70 e os 75 USD USD em Julho de 2008 para 33 USD no final desse era um objectivo do seu mandato e que a probabili- ano) neste período e o consequente estrangulamento dade de virem a existir novas reduções era real. na procura de petróleo. A sobreprodução até final Perante a conjuntura económica e financeira que de 2008 por parte dos países membros da OPEP o mundo continuou a viver nos primeiros meses de também contribuiu claramente para a queda dos 2009, o mundo aguardou expectante as conclusões preços mas, como defende actualmente a Organiza- da 153ª Conferência que decorreu em Viena em ção, outros factores pesaram: os elevados preços do Maio. Com as principais economias em recessão, petróleo em meados de 2008 deveram-se em gran- com a contracção de preços e a queda signifi- de medida a fluxos de investimento especulativos cativa dos negócios, a procura mantinha-se em petróleo e produtos futuros e over-the-counter baixa e os stocks de crude armazenados em (OTC). Inclusive, como sublinha o WOO 2009, terra e no alto mar mantinham-se em alta. “o mercado esteve sempre bem abastecido de O preço do barril rondava os 60 USD pelo petróleo durante o período em que os que a Organização optou por man- preços atingiram o pico”. Dito de outra ter as quotas de produção e a vi- forma, a oferta e a procura, o nível de gilância sobre o funcionamento do investimento realizado nas actividades mercado. downstream e upstream, os cortes na pro- Na 154ª Conferência ordinária dução, a redução de custos já não são que se realizou em Setembro em os únicos factores a condicionar o pre- Viena, cidade onde está localizada ço do petróleo no mercado. No entan- a sede da organização, as condições to, também não há dúvidas, pelo menos de funcionamento e de desenvolvi- para a OPEP, “que a decisão tomada em mento futuro do mercado petrolífero

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 21 Economia

dos produtores não membros em segmentos tradi- cionais da OPEP, em particular por parte da Rússia e da Venezuela, aliados a novas descobertas de jazi- das em diferentes pontos do globo (Brasil), a necessi- dade da entrada de dinheiro/divisas nas respectivas economias para ajudar a combater os efeitos da crise económica e financeira mundial e, inclusive, ques- tões políticas, concorrem para dificultar o controlo da produção entre os países membros. “Estamos todos no mesmo barco – OPEP e Não OPEP – a procurar enfrentar uma crise que não foi provocada por nós e cuja severidade, ubiquida- de e imprevisibilidade não têm paralelo na história moderna”, defendeu a OPEP ao mesmo tempo que sustentava que “a unidade entre todos os produtores – OPEP e Não OPEP – é essencial para o desenvol- vimento da indústria e para a organização sustenta- da e estável do mercado”. José Botelho de Vasconcelos veio a público assegu- foram novamente analisadas. Começava a falar-se rar que o cumprimento das quotas variava entre os de sinais de recuperação mas a OPEP questionava 78% e os 80% da redução estipulada: não sendo o tanto a magnitude como o ritmo de recuperação das acordado, salientou, ajudou a diminuir a volatilida- economias, sobretudo entre os países mais industria- de dos preços no mercado internacional. lizados membros da OCDE. Esta questão do cumprimento dos limites impostos Atendendo a que a oferta se mantinha em níveis por parte dos países membros que estão sujeitos às superiores à procura, a OPEP optou por manter os quotas de produção não é nova mas adquiriu um níveis de produção inalterados. Ao fazê-lo, a Orga- novo impulso sob a presidência angolana, que fez nização “afirmou a sua determinação em assegurar dela um dos principais pontos da agenda das reu- a solidez dos fundamentos por que se rege a oferta niões. e os níveis adequados de reservas necessários para Prestes a terminar o mandato enquanto representan- abastecer o mundo”. E não ser acusada de estar a te de Angola à frente do órgão máximo da OPEP, ‘minar’ as possibilidades de crescimento que se vis- José Botelho de Vasconcelos tem-se desdobrado em lumbravam. encontros com os representantes do futuro membro Porém, nesta Cimeira, ao mais alto nível, a principal presidente, o Equador, para passagem da pasta. No questão em discussão não foi tanto a de eventuais no- início de Dezembro estará também presente na Con- vos cortes na produção mas sim a do cumprimento ferência da ONU dedicada às alterações climáticas. dos limites/quotas à produção por parte dos países Uma missão que à partida se apresenta difícil na me- membros. Os dados apresentados pelos países mem- dida em que o mundo espera decisões que restrinjam bros e os divulgados pelas diferentes organizações as emissões de CO2 e aumentem a importância das internacionais afectas ao sector do petróleo e gás de- energias alternativas às de origem fóssil, que é como monstram claramente discrepâncias. O desconforto quem diz, do petróleo, entre outras áreas que visam resultante do aumento da produção e das investidas assegurar a sustentabilidade do planeta. ===

Fontes: Ministério dos Petróleos da República de Angola e opep (www.opep.org)

22 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Economia

Retoma mundial favorece prospecção e futura produção petrolífera

O segundo semestre de 2009 fica marcado por alguns sinais positivos na recuperação do preço do petróleo e da economia mundial, puxados pelo dinamismo da procura dos mercados emergentes asiáticos. Neste período, as boas notícias nas actividades de prospecção dos blocos de águas pro- fundas na costa angolana antecipam o optimismo na evolução da capacida- de de oferta das concessões da Sonangol.

A procura de petróleo já está a aumentar e à medida tuto de membro da OPEP tem justificado um ligeiro que se consolidar a confiança na retoma da econo- abrandamento da produção, uma vez que o cartel mia mundial, a pressão sobre a oferta será decisiva dos produtores de petróleo decidiu por uma redução para um equilíbrio de mercado que minimize os da- da produção de forma a travar a derrocada do preço, nos associados a uma explosão do preço do crude. abaixo dos 40 dólares atingidos no final de 2008. Ao longo dos últimos meses, a discussão centra-se na Enquanto membro da OPEP, Angola acompanhou capacidade de investir nos projectos mais interessan- as decisões da Organização abrandando o ritmo de tes em termos da eficácia futura de novas produções, exportações e da produção, em resposta à retracção atendendo a um preço abaixo da fasquia dos 70-80 da actividade mundial. Em termos de mercados de dólares, tida como mínima para a viabilização da- destino, as exportações para a Ásia desaceleraram, queles investimentos. também pelo elevado nível de stocks, mas foram par- Na verdade, este último fôlego de 2009 parece so- cialmente compensadas pelo aumento das expor- lidificar o aumento médio do Brent. Analisando os tações para os EUA, segundo informação do Ban- principais actores, verificamos que Angola e Brasil co Nacional de Angola. De acordo com dados da estão entre as regiões mais dinâmicas. Se no Brasil Bloomberg, Angola deverá exportar em Dezembro a produção cresceu, no primeiro trimestre do ano, cerca de 1,76 milhões de barris diários, num total cerca de 200 mil barris por dia, em Angola, o esta- de 54,6 milhões de barris, ligeiramente abaixo das

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 23 Economia

exportações estimadas para Novembro, na ordem Holding Angola (5%) e a Partex (2,5%). dos 1,791 milhões de barris por dia. De acordo com No Bloco 18/06, também em águas profundas, a o Ministério dos Petróleos, a quota de Angola na 200 quilómetros a norte de Luanda, o poço Manga- OPEP é de 1,656 milhões de barris diários. nês inundou-se para a Sonangol e a brasileira Petro- As perspectivas para África, que alberga 10% das brás, superando as expectativas. reservas mundiais de petróleo, são positivas, anteci- Mais a norte, o bloco 15/06, em que a Petrobrás pando-se o arranque da produção de novos campos tem uma participação minoritária de 5%, operado – o maior dos quais em Moho Bilondo no Congo pela ENI (35%), o poço Cabaça Norte-1 deu bons (Brazzaville), com uma produção de 90 mil barris/ resultados numa perfuração a 2800 metros de pro- dia. Em Angola, cuja produção duplicou em apenas fundidade, com uma produção superior a 6.500 quatro anos (2004-08), surgem quatro projectos pe- barris de petróleo por dia. trolíferos no golfo da Guiné, nomeadamente o Dá- Os outros membros do consórcio que explora o lia, Benguela-Belize-Lobito-Tomboco (BBLT), Rosa bloco 15/06 são SSI Fifteen Limited (20 %), So- e o de criação do terceiro pólo de produção no bloco nangol P&P (15%), Total (15%), Falcon Oil Hol- 17 do offshore angolano. ding Angola AS (5 %) e Statoil Angola Block 15/06 AS (5 %). A primeira descoberta neste bloco tinha Blocos de ouro ocorrido em Outubro de 2008 no poço N’Goma-1, A dimensão e valia tecnológica envolta no projecto que exigiu uma perfuração de 3.383 metros numa Dália assumem uma importância determinante em região a 1.421 metros de profundidade no oceano termos da exploração em águas profundas (1200 a Atlântico. 1500 metros de profundidade) com uma produção Nas águas ultra-profundas do offshore angolano, a de 240 mil barris de petróleo por dia. A projecção Sonangol e a BP avançaram no poço Tebe-1, no de produções na ordem dos 200 e 150 mil barris Bloco 31, a 19ª descoberta, na parte sul do bloco, a para o BBLT e Rosa, respectivamente, a par do Ki- 350 quilómetros a noroeste de Luanda, e com uma zomba C (300 mil barris) e do campo Girassol, o capacidade de produção de 5000 b/d. Além da BP, primeiro a produzir no bloco 17, são fundamentais a concessão conta ainda com a Esso (25%), a Statoil para o futuro desenvolvimento do sector em Angola (13,33%), a Marathon Internacional (10%) e a Tepa que, com uma produção de 1,9 milhões de barris, é (5%). já o maior produtor da África Subsariana. Já na bacia do Congo, a Chevron, através da sua O segundo semestre de 2009 tem sido fértil na evo- subsidiária angolana Cabinda Gulf Oil Company lução dos trabalhos de prospecção, sobretudo em (Cabgoc), descobriu petróleo no Bloco 0, cujo grupo águas profundas e ultra-profundas, precisamente contraente inclui ainda a Sonangol (41%), a Total onde os investimentos são maiores, tal como as ne- E&P (10 %) e a Eni (9,8%). cessidades tecnológicas. Assim, a petrolífera Partex Os americanos da Chevron anunciaram também anunciou ter descoberto pela primeira vez petróleo que a produção no campo Tômbua-Lândana, Bloco no Bloco 17/06, ao largo da costa angolana, no poço 14 do offshore de Cabinda, deverá arrancar em 2011, “Gardénia-1”, a uma profundidade de 977 metros, com uma produção diária de 100 mil barris. A major num teste que resultou numa produção de quatro detém 31% deste bloco, e os restantes 3 parceiros mil barris/dia, corroborando a potencialidade do possuem 20% cada um, e a portuguesa Galp, 9%. bloco. A concessão da Sonangol tem como líder de Em termos de operadores, a Total é responsável operações a Total (30%), associada à Sonangol P&P por 25% da produção petrolífera angolana – cerca (30%), SSI Seventeen (com 27,5%), a Falcon Oil de 500 mil barris diários – e segundo anunciou, em

24 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Economia

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 25 Economia

Setembro passado, pensa encerrar o exercício com exploração da bacia que deverá ter reservas na or- investimentos superiores a 4 biliões de dólares em dem dos 6 milhões de barris de petróleo. Acresce o Angola, mais 50% do que em 2008. A expressão da potencial, para a exploração onshore, das bacias dos presença francesa em Angola resulta dos projectos rios Cassanje e Ocavango. Dália e Rosa, no offshore. Por outro lado, o projecto Um último factor da estratégia de diversificação da Clov (Cravo, Lírio, Orquídea e Violeta), no Bloco Sonangol associa-se ao potencial de exploração do 17, e o desenvolvimento do Bloco 32, alimentam o gás para a produção de electricidade, como ficou optimismo da major na ampliação da sua capacidade bem claro no recente acordo celebrado com a por- de produção. tuguesa EDP. Em suma, a Sonangol tem procurado diversificar Com reservas provadas de 13,5 mil milhões de bar- as concessões em termos dos operadores selecciona- ris, pouco mais de 1% das reservas mundiais, An- dos. As grandes majors internacionais estão presentes gola tem condições para reforçar a sua posição no nos projectos em curso, mormente os associados à xadrez geoeconómico mundial, sob a batuta da So- exploração offshore, a que oferece maior potencial. nangol, cuja estratégia global tem permitido a ace- Um segundo factor prende-se com a perspectiva de leração do investimento no exterior, favorável não diversificar a base de prospecção e produção para apenas à diversificação do risco, como, sobretudo, além da bacia do Congo. Assim, a bacia do Kuanza na emergência de um estatuto de global player, essen- é das que apresenta maiores possibilidades, pelo que cial numa altura em que a crise ressuscitou o espec- a Esso, do universo ExxonMobil Corp, já se dispo- tro de um regresso do proteccionismo. === nibilizou para com a Sonangol estudar a eventual

Produção angolana de petróleo duplicou entre 2004 e 2008 para 1,9 milhões de barris/dia

Fonte: BP Statistical Review 2009

2000 1875 1800

1600

1400

1200

1000

800

600

400

200

0 1985 2005 1975 1995 2000 1965 1970 1990 2008 1980

Fontes: Ministério dos Petróleos da República de Angola, opep (www.opep.org) e Agência Internacional de Energia (www.iea.org)

26 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE

Estratégia

FILDA 2009 Sonangol conquista Leões de Ouro

A Sonangol foi a grande vencedo- titui a base e a indústria o factor decisivo. Ocu- ra da edição de 2009 da Feira Internacional de pando uma área de 432 m2, o stand da Sonangol Luanda, ao conquistar o prémio ‘Grande Leão de apresentou-se moderno e inovador, apresentando Ouro’, a mais alta distinção do evento. cenários actuais e actuantes numa simbiose inte- A petrolífera estatal angolana, a par deste prémio, ractiva, dinâmica e integradora de tudo o que o foi igualmente agraciada com mais um ‘Leão Grupo representa para o bem-estar e para o de- de Ouro’ referente ao melhor stand do sector de senvolvimento do país. Energia e Petróleos. Mais do que a totalidade e a expressividade ar- Nesta edição da FILDA, a 26ª, a Sonangol apro- quitectónica das suas áreas de negócio, na FILDA veitou a sua presença para destacar a importância 2009 a Sonangol fez desfilar a responsabilidade do aproveitamento do gás natural como um dos social e ambiental com que brinda todos os Co- factores fundamentais para o desenvolvimento da laboradores e as comunidades em que se insere, nação angolana, num período que é ainda de re- mostrando ser uma empresa permanentemente construção nacional e no qual a agricultura cons- entrelaçada com o meio envolvente e com as pes-

28 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Estratégia

A Sonangol conquis- tou o prémio ‘Grande Leão de Ouro’da FILDA 2009 e mais um ‘Leão de Ouro’ referente ao melhor stand do sector de Energia e Petróleos.

soas que o habitam e que dele usu- fruem. O stand da Sonangol, diariamente vi- sitado por centenas de pessoas, teve ainda como atractivo de relevo a re- alização de sessões educativo-peda- gógicas sobre o aproveitamento e a evolução do gás natural. Com a duração de seis dias, o evento comemorou a 17 de Julho o Dia dos Petróleos, momento aproveitado para A FILDA 2009 EM NÚMEROS a realização de actividades de carác- A 26ª Edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA) decorreu de 14 a ter institucional, cultural e recreativo, 19 de Julho de 2009 sob o lema ‘Para um desenvolvimento cada vez mais na presença do Ministro dos Petróle- sustentável em 2009, a agro-pecuária é a nossa aposta’. Esta edição, como os, Botelho de Vasconcelos, dos seus todas as anteriores, destinou-se a medir as potencialidades das empresas, Vice-Ministros, Aníbal Silva e José proporcionando oportunidades de negócio aos diferentes agentes económicos, Gualter, da Administradora da So- nacionais e estrangeiros. Com a participação de 680 empresas, mais 130 do que na edição de 2008, a FILDA 2009 contou com a presença de países como nangol E.P., Anabela Fonseca, bem Cuba, Portugal, Brasil, Alemanha, Suécia, Espanha, África do Sul, Namíbia, como de altos responsáveis do sector Ghana, Alemanha, Uruguai, Brasil, França, China, Países Baixos, Paquistão petrolífero em Angola. === e Egipto.

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 29 Tecnologias de Informação

Soluções e plataformas SAP reforçam eficiência no Grupo Sonangol

Desde 1997, com a aquisição do software de gestão contabilística, que a Sonangol confia na tecnologia SAP para assegurar a melhoria de processos e o workflow de informação interna e mesmo intra empresas do Grupo. A plataforma SAP NetWeaver e a solução SAP ERP são as bases de sustentação de um processo de evolução tecnológica imparável.

O processo de upgrade para a versão 6.0 por exemplo) e com a relação com os bancos (Bank do sistema SAP ERP actualmente em curso na So- Communication Management); com a gestão do nangol e em algumas empresas do Grupo decorre capital humano (produtividade, e-learning, etc.); da necessidade permanente de melhorar a eficiên- gestão de projecto e de portfolio (Project System); cia e a eficácia de processos com impacto nas dife- compras e logística e com outros específicos quer rentes áreas operacionais, na gestão e no negócio. do sector do petróleo e gás quer dos sectores em Esta nova versão do SAP ERP, assente numa plata- que operam as participadas que estão incluídas no forma SAP NetWeaver, apresenta centenas de me- Programa SAP. lhorias funcionais que no dia-a-dia irão contribuir A nova versão vai também melhorar o modo de para acrescentar valor ao negócio da Sonangol. ligar as pessoas directamente aos processos e forne- Essas melhorias e mesmo novas funcionalidades cer-lhes -lhes a informação e as funcionalidades de sentir-se-ão sobretudo nos processos relacionados que precisam para se tornarem mais produtivas e com a gestão financeira (fecho de contas mensal, adoptarem as decisões mais correctas.

30 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Tecnologias de Informação

Como foi explicado no decurso do ‘1º Evento SAP da Sonangol’, que teve lugar nos dias 30 de Junho Benefícios do SAP ERP e 1 de Julho em Luanda, a equipa de consultores • Melhoria da gestão e do reporte SAP e de gestão do projecto por parte da Sonan- financeiro gol está a dar grande enfoque à parte técnica, por • Maior controlo na gestão da forma a minimizar o tempo necessário à imple- globalidade dos colaboradores mentação e à posterior adopção de novas soluções • Maior articulação e visibilidade adequadas às necessidades e à evolução do negócio. das operações do negócio • Acesso facilitado a informação Ao mesmo tempo, verifica-se uma enorme preocu- da empresa e a relatórios pação em transferir conhecimentos e know-how da • Menores custos na implantação SAP para as equipas internas, por forma a que ga- de tecnologias de apoio a nhem autonomia e possam proceder à manutenção processos específicos da indústria e desenvolvimento do sistema, bem como formar petrolífera os colegas. • Maior facilidade de integração de funcionalidades add-on Apesar da dimensão e da complexidade do uni- • Menores custos de ERP verso de TI existente na Sonangol, o processo de por trabalhador, através upgrade para a versão 6.0 está a decorrer nos timings de auto-serviços definidos e sem dificuldades de maior graças à con- • Confiança no apoio contínuo jugação do rigor e do esforço de todos os envolvidos e no desenvolvimento com o bom planeamento, a boa coordenação e boa de tecnologias que tornem os processos empresariais gestão de todo o projecto. De registar também o mais eficientes e eficazes empenho e colaboração entre as TI e as várias áre- Fonte: SAP as de negócio, da Administração aos operacionais no terreno, sobretudo atendendo a que o SAP ERP

O que é o SAP ERP Módulos principais RH • Pagamentos (Enterprise Resources do SAP ERP • Administração (Tesouraria) Planning ou Sistema MM de pessoal • Imobilizado (FI AA) Integrado de Gestão • Compras de materiais • Gestão de carreiras • Relatórios Empresarial)? e serviços • Gestão de tempos CO O SAP ERP é um • Gestão de stocks • Formação e eventos • Contabilidade analítica sistema de informação • Planeamento de • Processamento (centros de custo/ transaccional que necessidades de de salários centros de lucro) tem como função compras • Avaliação de • Planeamento de custos o armazenamento, • Gestão de contratos desempenho • Orçamento processamento e • Relatórios • Relatórios • Análise de a organização das SD FI Rentabilidade informações geradas • Venda de materiais • Contabilidade • Relatórios nos processos de modo e serviços financeira (razão geral) Outros a agregar e estabelecer • Gestão de • Contas a pagar • PM - Manutenção relações de informação fornecimentos (Fornecedores) • PS - Projectos entre todos os • Facturação a clientes • Contas a receber • JVA – Joint Venture departamentos de uma • Relatórios (Clientes) Accounting

empresa. Fonte: SAP

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 31 Tecnologias de Informação

O que funciona melhor é um suporte crítico aos principais processos de ne- com ERP 6.0 gócio da Sonangol e que o objectivo é que o upgra- de seja concluído sem interrupções ou paragens de Alto actividade. O processamento de dados em tempo real, a possi- bilidade e a facilidade em integrar aplicações (in- Finanças: Gestão Fecho do mês Viagens terfaces com outros programas), a disponibilização Gestão Tesouraria: de informações consistentes e acessíveis a todos os BCM de talentos utilizadores são exemplos de benefícios que decor- rem da integração total dos diferentes módulos do Gestão Projecto e Portfólio -PS Compras SAP ERP e que contribuirão para aumentar a pro- dutividade e os resultados da empresa. Workforce EH&S Process Mng. De registar ainda que a facilidade de integração FSCM E-learning de diferentes aplicações e a compatibilidade com Gestão dados outros sistemas dotaram a plataforma SAP NetWe- ciclo vida

Facilidade de Implementação Facilidade aver em que assenta a aplicação SAP ERP de uma enorme versatilidade e capacidade de evolução, características que permitem à Sonangol inovar e Médio Alto adaptar-se mais rapidamente e a mais baixo custo Potencial de Inovação às mudanças que ocorrem permanentemente no mercado e nos respectivos negócios. Finanças Mais, a SAP NetWeaver é a plataforma que no HCM futuro permitirá à Sonangol e às suas participadas Compras & Logística avançarem para aplicações como por exemplo a Fabrico e desenvolvimento de produtos Enterprise Services Oriented Architecture (ESOA), Serviços Corporativos na medida em que ajuda a alinhar pessoas, infor- Produtividade Pessoal mação e processos de negócio dentro das fronteiras BCM - Bank Communication Management organizacionais e tecnológicas estabelecidas. PS - Project System FSCM - Financial Supply Chain Management Como sublinhou Manuel Vicente, Presidente do HCM - Human Capital Management Conselho de Administração da Sonangol E.P. no EH&S - Environment Health and Service seu discurso no ‘1º Evento SAP da Sonangol’, a empresa precisa de retirar o máximo proveito deste sistema de gestão empresarial que está a instalar “e, com a maior urgência, desenhar o painel de bor- do que permitirá ao Conselho de Administração monitorar de forma célere os indicadores funda- mentais de gestão da empresa”. O PCA salientou e reforçou bem a importância do engajamento de todos os Colaboradores para o sucesso deste gran- dioso projecto que abarca todos os níveis e áreas da Empresa. ===

32 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Ponto de vista

A Logística no Segmento Downstream André Jimbe, Doutorando na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa e Professor Convidado na Universidade Lusíada de Angola

A gestão da cadeia logística de abastecimento de Outro aspecto importante a ser destacado é o de uma indústria de petróleo integrada envolve uma que, aliado a uma visão sistémica, deve-se possuir série de decisões sobre um conjunto diverso de pa- uma visão dinâmica do problema, dadas as inúme- râmetros como: dimensionamento da frota de na- ras interacções entre as variáveis envolvidas, nem vios petroleiros, facilidades de produção, de refino sempre bem determinadas matematicamente. A e de armazenagem, determinação dos níveis de utilização da técnica de simulação viabiliza uma stock, dos níveis de serviço oferecidos, entre outros. abordagem dinâmica de uma cadeia de abasteci- A análise isolada de cada um destes aspectos nem mento, visualizando as interacções envolvidas ao sempre produz resultados globais satisfatórios. As- longo do tempo, trabalhando-se adequadamente sim sendo, torna-se necessário abordar este pro- com as aleatoriedades envolvidas. blema de forma sistémica, baseando-se no conhe- Neste artigo, que se prolonga por outras edições cimento da engenharia industrial. da Sonangol Magazine, abordamos a aplicação

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 33 Ponto de vista

de duas áreas de conhecimento, designadamente as necessidades energéticas globais. Isso significa que, técnicas de Simulação/Modelação e a teoria mate- no actual padrão tecnológico, em que a energia é a mática da probabilidade. Analisam-se exemplos de força motriz tanto na produção quanto na comer- Navios-tanque que carregam petróleo, chegam a um cialização de qualquer produto, o petróleo é um dos terminal com um único berço de atracação e descar- elementos chave de todas as cadeias logísticas. regam produto para um tanque que vai abastecer Os rumos do desenvolvimento da indústria mundial uma refinaria através de um oleoduto. durante a primeira metade do século x x tornaram Pretende-se utilizar um modelo matemático traduzi- evidente para os governos a importância do petróleo do para o programa ARENA, para analisar as diver- na ordenação das relações económicas internacio- sas formas de operação das componentes logísticas, nais. Sendo o petróleo um recurso natural distribuí- bem como medir e comparar os níveis de serviço do de forma irregular pelo o planeta, após a I Guer- oferecidos aos clientes mediados. ra Mundial verificou-se uma corrida para assegurar a posse das principais jazidas, mesmo para as que O paradigma da verticalização* estivam no Médio Oriente. O estudo da cadeia logística da indústria de petróleo Assim, acelerou-se brutalmente o processo de inter- é extremamente peculiar devido à sua dimensão e nacionalização da indústria mundial de petróleo, complexidade. sendo já no início do século x x a precursora de um O petróleo é o principal produto comercializado mercado global [Yergin (1994)]. no mercado internacional, atendendo a 40% das No entanto, a complexidade da indústria não se dá

34 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Ponto de vista

somente pela dimensão, mas também pelas carac- da. Tais características geram uma cadeia longa e terísticas económicas, físicas e técnicas do petróleo, extremamente rígida, principalmente pela baixa que se tornam imperativas na decisão de uma forma flexibilidade (liquidez) dos investimentos em equi- organizacional de corporação internacional vertical pamentos de exploração e produção (E&P), frota de e horizontalmente integrada. Essa necessidade pode navios, oleodutos, plantas de refino e de armazena- ser demonstrada pelos altos ganhos provenientes de gem, bases de distribuição e rede de postos de venda. economias de escala, principalmente no refino e no Esses investimentos apresentam baixíssima ou nula transporte, e pelo facto de ser uma actividade que utilidade para outras funções que não sejam as de envolve riscos de natureza única e específica, como destino específico e muito especializado dos recur- a incerteza geológica e política, além da existência sos produtivos, representando, em boa parte, custos de altos custos fixos. afundados, ou seja, gastos já realizados que não po- A organização de um sistema industrial, estruturado dem ser recuperados. por diferentes segmentos de actividade em cadeia in- Desde os seus primórdios, organizar essa cadeia tão tegrada verticalmente, funciona como forma de dis- complexa tornava a indústria mundial de petróleo tribuir riscos e custos entre os seus vários segmentos inovadora. Não é demais afirmar que ela foi o para- e de obter a redução da relação risco/custo médio digma do desenvolvimento industrial do século x x , que compense os diferenciais de custos e aumente os implantando conceitos que se tornaram verdadeiros ganhos ao longo dos segmentos da indústria. dogmas económicos. Exemplo disso são os conceitos Tais segmentos são normalmente classificados de integração, verticalização, ganhos de escala, re- como: upstream, que envolve a exploração e a produ- dução de custos, marketing e controlo da qualidade. ção, incluindo-se aqui desde a prospecção geofísica No entanto, a competitividade actual já não é asse- para a identificação das jazidas até à produção e ao gurada apenas por critérios estritamente económi- armazenamento do óleo extraído, a rede de trans- cos. As empresas competitivas não são as que têm porte do óleo das áreas de produção para as áreas de acesso aos produtos de baixo custo, mas sim aquelas refino e a rede de transporte dos produtos derivados que empregam tecnologias e métodos mais avança- do refino para as áreas dos mercados de consumo; dos na sua gestão [Aligleri (2002)]. meadstream, que representa o refino do óleo; e down- A estrutura e as prioridades da indústria mundial stream, que engloba a distribuição dos derivados e a sofreram transformações drásticas no pós-guerra comercialização do óleo e de seus derivados. devido a mudanças não só de sentido económico Uma evidência da necessidade de uma forma de mas também político e social. Tais modificações re- organização integrada é o facto de a actividade de volucionaram tanto o perfil da demanda quanto da exploração e produção concentrar cerca de 70% dos oferta mundial. dispêndios de capital da indústria, dando origem a toda a cadeia de valor e centralizando as possibili- dades de geração de riqueza e apropriação de ren-

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A rápida reconstrução da economia japonesa e o cres- mais instável e as mudanças ocorrem com extrema ve- cimento da economia norte-americana possibilitaram locidade. O processo de globalização expõe os agentes a recuperação da renda mundial, dando sustentação a a um ambiente de maiores incertezas que no passado, uma explosão da procura, a qual foi bastante modifi- tornando fundamental a capacidade de interagir con- cada em relação às décadas anteriores. Produtos que juntamente, por meio da coordenação e cooperação antes eram considerados bens de luxo, como utensílios entre as organizações. Nesse sentido, a produtividade, domésticos e automóveis, começaram a ser consumi- a qualidade e a redução de custos deixaram de ser dos pela classe média. O mundo passou a conhecer o vantagens competitivas para se tornarem apenas pres- american way of life. supostos básicos à sobrevivência das empresas. Estas O aumento da competitividade contribuiu para que as necessitam de procurar o que as diferencia perante o empresas sancionassem as novas exigências do consu- mercado [Aligleri (2002)]. midor. A era do Ford preto estava a chegar ao fim. O novo ambiente competitivo e a procura crescente novas estratégias também levaram a progressivas mudanças nos facto- O paradigma da verticalização das actividades da res determinantes da organização industrial e da dinâ- indústria de petróleo, que marcou fortemente a mica competitiva e cooperativa. Nesse ambiente, um sua trajectória ao longo de um século, vem sendo elemento que tinha sido essencial durante a II Guerra relativizado, com as empresas a desmobilizarem elos Mundial e que vinha sendo aprimorado pela indústria importantes das suas cadeias de abastecimento. mundial de petróleo desde a sua criação, começou a O ambiente empresarial da indústria de petróleo ganhar maior importância para as indústrias em geral: vem sofrendo, conforme aponta Booz-Allen (TREAT a logística. et. al., 1994), uma série de mudanças provocadas pelos Assim como as indústrias em geral, a lo-gística pas- seguintes vectores: sou por inúmeras transformações desde a II Guerra Competição global – A abertura e a desregulamen- Mundial. Antes vista apenas como mais uma fonte de tação de mercados anteriormente monopolizados custos, acabou por se transformar num factor de dife- e a desintegração das actividades das empresas renciação. Tendo começado como uma mera admi- têm libertado as actividades de down-stream para nistração de stocks, evoluiu para a integração dinâmica novos tipos de sourcing. Ou seja, o downstream e flexível da cadeia de suprimento, chegando, actual- pode agora processar petróleos de outras fontes, mente, ao supply chain management. não se restringindo aos petróleos produzidos pelo No supply chain management os processos ao longo des- E&P da antiga actividade integrada. Por sua vez, sa cadeia continuam a ser feitos em termos de fluxos o upstream pode comercializar livremente no mer- materiais, de informação e de dinheiro, porém, nessa cado a sua produção; abordagem os agentes participantes actuam unidos e Volatilidade de preços – O petróleo e os seus de- de forma estratégica, procurando obter os melhores rivados têm sido indubitavelmente as commodities resultados possíveis em termos de redução de custos, mais nervosas deste (final de) século; de desperdícios e de agregação de valor para o con- Desintegração – O fortalecimento dos mercados sumidor final. Quebram-se as fronteiras que antes spots (mercado à vista) tem encorajado a desinte- separavam os diversos agentes da cadeia logística. A gração de actividades, fazendo com que produ- separação já não é tão nítida, havendo mesmo uma in- tores e refinadores os procurem como referência terpenetração de agentes e operadores da cadeia. Esta de compra e venda de petróleos. A actividade de fase de evolução dá-se a meio da consolidação de uma refino tem-se desvinculado de um processamento nova realidade económica. A economia é cada vez pré-fixado de elenco;

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Novas tecnologias – Ampliação das reservas de pe- de segundos. É fundamental aqui a ligação logística/ tróleo existentes com a adopção de novas tecnolo- comercialização, pela substituição rápida do crude (pe- gias acessíveis a todos os concorrentes; tróleo bruto) indicado para compra por outras fontes Sistemas de informação – Redução drástica dos de abastecimento. Na maior parte dos casos, dada a custos dos sistemas para tomada de decisão, per- incapacidade de tomarem novas decisões, as empresas mitindo maior difusão e descentralização da mes- permanecem fiéis a um planeamento desfasado e sem ma; consistência. A função logística/comercialização tem Transformação política – Surgimento de novos sido o elemento fundamental para a gestão de riscos. mercados, parceiros e concorrentes; A logística viabiliza, no interior da empresa, as Crescimento de restrições ambientais – Redefinição condições para a comercialização actuar de negócios em função de maior rigor nos padrões no mercado de forma flexível e ágil, de qualidade dos combustíveis, bem como maior conquistando as vantagens dispo- controlo governamental sobre as actividades desta níveis diante das oportunidades indústria; apresentadas. Propriedade/governo – O Estado tem saído da ac- Diante de tal ambiente, as tividade downstream, porém, mantendo o controlo empresas têm adoptado novas do upstream; estratégias de acção, as quais Desregulamentação – Os mercados começam a ser compreendem: ampliação da livres em preços e em padrões de qualidade. As in- rentabilidade dos seus negócios, dústrias de petróleo podem adquirir hoje o status preservando as suas vantagens de ‘energéticas’ e entrar em outras actividades do competitivas; redução de custos sector. operacionais e de capital; saída As empresas da indústria de petróleo estão cada vez de actividades de baixa relação mais a abandonar a antiga estratégia de expansão fí- com as actividades essenciais; sica, responsabilizando-se por todas as etapas do pro- re-alocação de investimentos; re- cesso. As estratégias para o século x x i contemplam desenho de processos e reestrutu- cada vez menos a aquisição de activos físicos e cada ração interna; aprimoramento de vez mais a construção/consolidação de estruturas fle- actividades e terciarização de ou- xíveis e ágeis, com grande velocidade na tomada de tras e, ainda, investimentos ma- decisões. O ciclo de tomada de decisão é crítico, pois o ciços em ferramentas de apoio à negócio pode transformar-se em prejuízo em questão decisão. ===

(Continua.Subtítulos da responsabilidade do editor.)

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 37 Opinião

Angola aposta forte no desenvolvimento da agro-pecuária

O desenvolvimento do sector agro-pecuário, nos próximos anos, faz parte dos desafios que se colocam à economia angolana.

Fernando Tati

A guerra que assolou o país até 2002 O conflito armado que eclodiu em 1975 fez com que criou inúmeros constrangimentos ao desenvolvi- muitas das populações que se dedicavam à agricul- mento e o sector da agro-pecuária não constitui ex- tura deixassem as zonas rurais para encontrar refú- cepção. O fundador da nação e primeiro Presidente gio nas zonas urbanas, em busca da segurança das da República de Angola, António Agostinho Neto, cidades. chamou a atenção da sociedade para a importância Enquanto as cidades, como Luanda, registavam um estratégica da agricultura na economia angolana. “A inusitado afluxo de gente, vastos campos agrícolas agricultura é a base, e a indústria o factor decisivo”, ficaram despovoados e a produção agro-pecuária afirmou (1978). reduziu de forma drástica, o que fez com que em Angola foi e poderá voltar a ser um dos países mais pouco tempo Angola passasse a depender de ajuda ricos em agricultura na África ao sul do Sahara. An- alimentar (início dos anos 80). tes da independência, a 11 de Novembro de 1975, O esforço empreendido pelo Estado para manter Angola era não só auto-suficiente como também ex- funcionais algumas áreas produtivas levou ao con- portava diversos produtos agrícolas, entre os quais o fisco de propriedades abandonadas, instituindo-se café e o sisal. Até 1973, o café foi o principal produto aí explorações agrícolas estatais e empresas de co- de exportação, perdendo depois esse lugar para o mercialização que se revelaram ineficientes (em re- petróleo. sultado dos vários condicionalismos que marcaram A pecuária, que em Angola tem maior preponderân- a época, dos quais a guerra foi factor preponderan- cia nas províncias do Sudoeste, sofreu um declínio te, mas onde também pesaram a inexperiência e a desde a independência. De acordo com estimativas ausência das capacidades técnicas necessárias para da Organização das Nações Unidas para a Alimen- levar avante tais empreendimentos). tação e Agricultura (FAO), em 2002 foram produzi- A iniciativa privada ganhou espaço com o decorrer das 139 000 toneladas de carne bovina, ovina, capri- dos anos e a partir de 1984 o Governo angolano co- na, suína e avícola (61 por cento bovina). meçou a distribuir as explorações até então estatais O sector da agro-pecuária, para ser produtivo e e colectivas a pequenos agricultores, permanecendo próspero, necessita de vastas áreas rurais, libertas das apenas proprietário das grandes empresas. restrições que a guerra impõe, em que a insegurança Sendo a terra um dos factores que intervém no pro- limita a circulação de pessoas e bens. A guerra impe- cesso de produção agrícola, a questão da posse da de não só uma melhor produtividade, mas também a terra esteve em debate durante vários anos. Apenas normal operacionalidade da estrutura comercial ne- em Agosto de 2004, a Assembleia Nacional (Parla- cessária para o escoamento e venda dos produtos. mento angolano) aprovou a Lei da Terra, que esta-

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belece as bases gerais do regime jurídico das terras mecanismos de acesso ao crédito e a outras formas integradas na propriedade originária do Estado, os de finanças rurais públicas e privadas, bem como direitos fundiários que sobre estas podem recair e o dinamizar a economia rural, promovendo o sector regime geral de transmissão, constituição, exercício camponês e o sector empresarial privado agro-pecu- e extinção destes direitos. ario e florestal. Essas acções vão resultar numa maior oferta de pro- Desenvolvimento integrado dutos agrícolas no país, garantindo melhor qualida- No quinquénio 2009/2013, o Governo angolano, de de vida aos angolanos, uma vez que os produtores através do Ministério da Agricultura, trabalha com verão aumentados os seus rendimentos e os cidadãos o objectivo de promover o desenvolvimento socio- poderão adquirir os produtos a baixo preço. -económico integrado e sustentável do sector agrá- De acordo com o Primeiro-Ministro angolano, An- rio, para garantir a segurança alimentar, o abasteci- tónio Paulo Kassoma, o Governo angolano disponi- mento interno e o aproveitamento de oportunidades bilizou um bilião de dólares para a criação de pólos nos mercados local, regional e internacional. agro-industriais. O que se pretende com esse inves- Tudo será feito com o propósito de revitalizar e di- timento é o envolvimento de mais de dois milhões versificar a economia agro-pecuária e florestal, con- de pessoas no esforço de desenvolvimento do sector tribuindo para o combate à fome e à pobreza, para agrícola e agro-pecuário, sobretudo, por forma a a segurança alimentar e para a melhoria das condi- que deixe de ser uma actividade de subsistência e ções de vida das famílias camponesas. mude para um modelo generalizado de obtenção de O propósito é, também, desenvolver capacidades lucro. institucionais, de investimento e de recursos huma- Também terá influência no desenvolvimento do sec- nos nos domínios da investigação e extensão agrá- tor a garantia da base tecnológica, para que possam rias, para gerar, adaptar e transferir tecnologias ocorrer as desejadas mudanças qualitativas e quan- agrícolas, pecuárias e florestais, bem como para au- titativas, através da aposta no aumento da capacida- mentar os fluxos de comércio, insumos e produtos de técnica e científica das instituições de pesquisa e alimentares entre os centros rurais e as zonas urba- a transferência de tecnologia, dedicando particular nas e peri-urbanas. atenção aos recursos humanos especializados. Por fim, são ainda objectivos do plano de acção do A propósito, é importante verificar que, no caso da Ministério da Agricultura promover e implementar investigação agrária, foi estabelecida uma parce-

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 39 Opinião

ria com a FAO e a Empresa Brasileira de Pesquisa de produção em todo o processo como aos efeitos Agro-pecuária (Embrapa), para a formação de in- positivos da aposta na investigação. vestigadores no curto e médio prazos, prevendo-se A importância do relançamento do sector agro-pe- também a transferência e a adaptação de tecnologias cuário levou a adopção pela Feira Internacional de para as condições das diferentes zonas agro-ecológi- Luanda (Filda), que decorreu de 14 a 19 de Ju- cas de Angola. lho do ano em curso, do lema “Para um desenvol- O Instituto de Investigação Agronómica de Ango- vimento mais sustentável em 2009, a agro-pecuária la, que está a ser reestruturado para melhor tratar é a nossa aposta”, enquadrando-se esta opção nas da pesquisa agro-pecuária, tem o seu trabalho dis- estratégias de revitalização do sector agro-pecuário seminado por regiões estratégicas, e quatro dessas e de diversificação da economia. unidades já têm definidos os produtos a que se vão A adopção desse lema visou evidenciar as potencia- dedicar, o que denota a urgência e responsabilidade lidades agro-pecuárias do país, mostrar as oportu- com que as autoridades angolanas encaram a execu- nidades de investimento nestes sectores, estabelecer ção dessa tarefa iniciada em 2008. parcerias público-privadas e trocar experiências A Estação Experimental Agrícola da Chianga, na com agricultores e criadores estrangeiros. O evento província do Huambo, dedica-se ao estudo do milho foi direccionado também como forma de incentivo e do feijão; a Estação Experimental de Malanje, a ao aumento dos investimentos e à aposta no sector seis quilómetros da cidade de Malanje, da mandio- agro-pecuário, na medida em que o investimento na ca, batata doce e ginguba, enquanto outra se ocupa agro-pecuária garante a prosperidade de um país. dos gados caprino e ovino; e a região de Kwanza, do O pretendido desenvolvimento do sector agro-pe- gado de leite. cuário em Angola tem hoje um aliado muito forte nos inúmeros quilómetros de estradas e pontes fun- Aumento da produção cionais, em resultado do trabalho desenvolvido pelo Maiores investimentos no sector agro-pecuário con- Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA). duzirão também à substituição das importações e A conquista da paz permite hoje ao INEA executar à maior geração de emprego, atenuando os efeitos trabalhos de construção, reabilitação e conservação negativos da actual recessão económica que afecta de estradas há muito adiados devido à insegurança e o mundo global. à desestabilização militar que afectou o país durante Para o ano agrícola de 2008/09 projecta-se uma os anos de conflito armado. O trabalho do INEA produção de culturas alimentares de cerca de 18,8 permitiu ligar por via terrestre todas as capitais de milhões de toneladas e cerca de 67 mil toneladas província, tornando transitável mais de 80 por cento de produção pecuária. Em 2006/07, os resultados do país no que se refere às estradas integradas na observados foram de 12 milhões de toneladas de rede que une o país de Norte a Sul e do Atlântico ao culturas alimentares e 29 mil toneladas de produção Leste. A livre circulação de pessoas e bens constitui, pecuária, enquanto para o ano seguinte (2007/08) se pois, uma facilidade para o relançamento da activi- projectou a produção de 15 milhões de toneladas em dade agro-pecuária, pois a deslocação dos trabalha- culturas alimentares e 48 mil toneladas em produtos dores e dos instrumentos de trabalho já é feito com pecuários. segurança. O mesmo sucede com a comercialização Prevê-se que se assista no próximo quinquénio ao dos produtos de toda essa actividade, o que contribui crescimento significativo do volume de produção certamente para o aumento da oferta de produtos agro-pecuária, em resultado do incremento da pro- e, consequentemente, para a redução do preço ao dutividade, tanto devido ao alargamento das áreas consumidor. ===

40 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Fotos: Jornal O P aís

Desporto Um ano de campeões Angola tem no desporto um for- te motivo de orgulho como na- ção que se afirma. Do basket ao futebol, passando pelas corridas de alta velocidade, os angolanos têm bons motivos para sorrir.

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 41 Desporto

Afrobasket 2009 10 anos de supremacia angolana!

Angola voltou a dominar o Afrobasket e bateu na final a Côte d´Ivoire por 82-72, revalidando assim o título que lhe pertence desde 1999. Com esta vitória, Angola garantiu pela terceira vez um lugar no Mundial da modalidade. Vinte e quatro anos depois dos ivoi- rienses terem impedido Angola de conquistar o seu primeiro troféu continental, o cinco angolano “vin- gou-se” dos “elefantes”, nome por que é conhecida a selecção da Côte d´Ivoire, ao levar a melhor no en- contro derradeiro do Afrobasket2009. Mesmo sem a vantagem de estar a jogar em casa, como aconteceu no penúltimo Afrobasket (2007), a selecção angolana mostrou toda a sua supremacia em campo ao ven- cer a Côte d´Ivoire por 82-72, em jogo disputado no pavilhão Africa Union, na cidade de Tripoli, Líbia. Com este triunfo Angola inscreve mais uma vez o seu nome na história deste Torneio ao alcançar o seu décimo título africano em basquetebol sénior, o sexto consecutivo. Num jogo repleto de emoções e muito disputado, os palancas negras, orientados pelo português Luís Magalhães, chegaram ao intervalo com uma vanta- gem apertada de 35-34. No terceiro período, Angola assumiu a liderança do jogo e apesar de ter arriscado não conseguiu alargar a vantagem, deixando a de- cisão do jogo para o quarto e último período. Com muito mais experiência, os nossos jogadores acer- taram as marcações e lançaram-se ao “cesto”. Sem destaques individuais, mas valendo-se, sobretudo, do colectivismo que faz dela uma equipa forte em todas as áreas de jogo, principalmente no aspecto defensi- vo, Angola conseguiu superiorizar-se ao adversário e averbar mais um título continental. Uma vitória que lhe carimbou ainda o passaporte para o Campeona- to do Mundo de Basquetebol 2010, a realizar-se de 28 de Agosto a 12 de Setembro, na Turquia. Côte

42 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Desporto

d´Ivoire e Tunísia, segundos e terceiros classificados O orgulho nacional do Afrobasket 2009, juntam-se à selecção angolana Rei e senhor em África o basquetebol tem sido o para defender as cores africanas no Mundial. ópio dos angolanos nos últimos 34 anos, sendo o desporto que mais auto-estima e alegria traz a esta Caminhada rumo população. ao título só com vitórias Depois de duas medalhas de prata, em 1983 no Um percurso sem máculas é o que se pode dizer da Egipto, e em 1985 na Costa do Marfim, e uma de caminhada rumo ao título da selecção angolana, que bronze em 1987, o basquetebol angolano superou venceu a prova, somando nove vitórias em outros todas as dificuldades resultantes de uma guerra em tantos encontros. que o país estava mergulhado e tornou-se a melhor Integrada no Grupo B, a odisseia da selecção nacio- equipa de basquetebol africana. nal começou frente ao Mali, no dia 5 de Agosto, com Em 1989, sob a batuta de Victorino Cunha, Ango- uma vitória por 79-74. Seguiram-se triunfos diante o la conquistou o seu primeiro título, assumindo aí a Egipto (79-69) e Moçambique (93-50). Ultrapassada liderança do basquetebol continental, ao vencer de a fase de grupos, os comandados de Luís Magalhães seguida mais quatro títulos, 91, 93 e 95. Em 1997, o defrontaram nos oitavos-de-final a equipa anfitriã, a Senegal foi o único país, até agora, a conseguir pa- Líbia, com uma vitória expressiva por 91-58. Foi a rar a armada angolana, ao vencer o campeonato em vez da Côte d´Ivoire provar o sabor da derrota ao Dakar. Mas, dois anos volvidos e a jogar em casa, a perder com os palancas negras por 88-61. No encon- selecção nacional voltou às vitórias, não mais des- tro mais aguardado do torneio, por colocar frente cendo do lugar cimeiro do pódio. Portanto, 20 anos a frente os dois candidatos ao título, Angola confir- de hegemonia angolana, num desporto que apesar mou o seu bom momento ao vencer a Nigéria por de não ter a visibilidade do futebol, também move 93-85. Seguiram-se vitórias frente à República Cen- massas. Que o digam os americanos! === tro Africana (84-63) e Tunísia (79-69), antes do em- bate final com a Côte d´Ivoire. Com esta conquista, Classificação do Afrobasket 2010 Luís Magalhães torna-se o quinto seleccionador, 1ª Angola 2ª Côte d’Ivoire 3ª Tunísia 4º do segundo estrangeiro, a conquistar para Ango- Camarões 5ª Nigéria 6ª República Centro- la um Afrobasket, depois de Victorino Cunha (tri- Africana (RCA) 7º Senegal 8º Mali 9º Ruanda 10º Egipto 11ª Líbia 12º Marrocos -campeão), do falecido Wladmiro Romero (um títu- 13º Cabo Verde 14º Moçambique 15ª Áfri- lo), de Alberto Carvalho (um título) e de Mário Pal- ca do Sul 16ª Congo(RDC) ma (tetra-campeão).

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 43 Desporto Fotos: Jornal O P aís Petro de Luanda revalida título de campeão nacional

Pelo segundo ano consecutivo, a formação petrolífera vence o Gira- bola, sob o comando técnico do português Bernardino Pedroto. Mais um título a juntar aos catorze já somados noutras edições.

O Petro de Luanda foi o vencedor da edição campeonato angolano. O melhor ataque pertenceu 2009 do Girabola ao totalizar 56 pontos, mais oito ao Recreativo do Libolo, com 48 tentos. O lanter- do que o segundo classificado, o Recreativo do Libo- na vermelha foi a Académica do Lobito, que somou lo, que ultrapassou na última jornada o Benfica de apenas 17 pontos ao longo das 26 jornadas. Luanda, derrotado na derradeira jornada do cam- peonato. Alegria na penúltima jornada A equipa petrolífera soma assim o seu 15º título, o Não foi preciso esperar até ao final do campeona- segundo consecutivo sob o comando do treinador to para saber quem seria o vencedor. Há entrada português Bernardino Pedroto, ao vencer 17 jogos, para as últimas quatro jornadas a classificação estava empatar cinco e perder 4. Ao todo, marcou 44 golos equilibrada, com o Petro de Luanda na liderança, e e sofreu 21, sendo a defesa menos batida de todo o o Benfica de Luanda, seu perseguidor directo, com

44 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Desporto

hipóteses de alcançar o título. Apesar do desaire Bernardino Pedroto é o frente ao Recreativo do Libolo na 23ª jornada, e do ‘papa-títulos do futebol angolano’ empate concedido na semana seguinte frente ao Ka- Aos 56 anos, Bernardino Pedroto é o buscorp, a formação petrolífera da capital conseguiu técnico mais desejado em Angola, depois segurar o título na penúltima jornada, beneficiando de cometer a proeza de conquistar cinco da derrota do Benfica de Luanda, diante do 1º de títulos em oito campeonatos. Agosto. A senda vitoriosa começou ao serviço do ASA, em 2002, com o qual se sagrou tri- Com este desaire dos encarnados, os pupilos de campeão do Girabola. Ainda como técnico Bernardino Pedroto entraram em campo, frente ao desta formação venceu quatro Super- Atlético Sport Aviação (ASA) cientes de que nem taças, designadamente em 2003, 2004, mesmo a derrota lhes tirava o título nacional. Dian- 2005 e 2006, números que fazem com te do seus associados, o Petro de Luanda derrotou que lidere a lista dos treinadores com o ASA por duas bolas a uma. David, o melhor go- mais títulos nesta competição. Em 2008, o técnico português voltou a conquistar o leador da prova, colocou os petrolíferos à frente do título do Girabola ao serviço do Petro de marcador, aos nove minutos. O empate surgiu aos Luanda, triunfo que revalidou este ano. 43 minutos, através de Ângelo. Apesar das investidas Bernardino Pedroto é, por isso, conside- do Petro de Luanda, o marcador não sofreu altera- rado por muitos o “papa-títulos do futebol ções, até aos 93 minutos, quando Job, para desgosto angolano”. dos aviadores, colocou os tricolores em vantagem, mesmo ao cair do pano. Um golo muito festejado pelos adeptos que encheram de colorido (amarelo, Classificação Final vermelho e azul) as bancadas do Estádio Nacional do Girabola 2009 da Cidadela. 1 > Petro de Luanda Na última jornada, e apenas para cumprir calendá- 2 > Recreativo do Libolo rio, o Petro de Luanda deslocou-se ao Moxico para 3 > Benfica de Luanda defrontar o F. C. Bravos do Maquis. O objectivo 4 > 1º de Agosto de fechar o campeonato com chave de ouro não foi 5 > Académica do Soyo cumprido, uma vez que a formação petrolífera con- 6 > Santos FC 7 > ASA sentiu um empate a uma bola. Mas, nem esse per- 8 > Interclube calço desanimou os adeptos daquela província que 9 > Recreativo da Caála fizeram a festa pela noite dentro. Foi a conquista do 10 > Bravos do Maquis (...) 15º campeonato nacional em 44 anos. ===

Petro de Luanda foi a equipa do ano

A equipa do Petro de Luanda dominou a Gala de Premiação dos melhores do Girabola 2009 com quatro distinções. Os tricolores venceram os troféus de melhor futebolista do ano (Job), treinador do ano (Bernardino Pedroto), melhor marcador (David Magalhães com 19 golos) e equipa do ano.

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 45 Desporto

Superleague Formula by Sonangol Um evento que surpreende...

Depois do estrondoso êxito do ano passado, a Superleague Formu- la voltou a animar as pistas europeias em 2009, com o apoio da Sonangol. O Liverpool levou a melhor sobre os 17 adversários e conquistou o troféu em disputa.

Tendo a noção do impacto interna- tivos muito semelhantes. Ao longo dos próximos dois cional que uma prova desta natureza desperta, a anos vamos trabalhar em grande proximidade para Sonangol decidiu aliar-se às emoções desta competi- desenvolvermos as nossas duas marcas”, salientou. ção e assinou uma parceira com a Superleague For- A segunda edição da Superleague Formula by So- mula para ser a patrocinadora oficial e exclusiva desta nangol terminou no passado dia 8 de Novembro, no prestigiada prova, para as épocas de 2009 e 2010. circuito de Jarama, em Madrid, com a vitória a sor- Criada em 2008, a Superleague Formula junta no rir ao Liverpool, ao somar um total de 412 pontos, mesmo espaço a paixão do futebol às inigualáveis mais 30 que o segundo classificado, os ingleses do sensações do desporto motorizado, a mais de 300 Tottenham. km/h. O campeonato é realizado, na Europa, por Os “Reds” não tiveram dificuldade em levar o troféu grandes clubes de futebol de vários países, que dis- para Inglaterra através das mãos do piloto espanhol putam entre si várias corridas ao longo da época. No Adrian Valles, o mais consistente ao longo dos seis final vence quem somar mais pontos. circuitos que compuseram o calendário da Superle- De acordo com Alex Andreu, Presidente da Super- ague 2009: Magny-Cours, Zolder, Donington Park, league Formula, “A Sonangol é uma empresa ambi- Estoril, Monza e Jarama. ciosa com aspirações globais, pelo que é o parceiro As expectativas até ao início da prova em Madrid perfeito para a Superleague Formula, que tem objec- eram elevadas, uma vez que as duas equipas lutavam

46 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Desporto

aguerridamente pelo título em disputa. No entanto, a sétima posição de Adrian Valles na primeira corri- da do dia foi suficiente para deixar o Liverpool mais próximo do título. A segunda corrida, em que o pi- loto espanhol acabou na quarta posição, veio apenas confirmar o que já era certo, a vitória dos “Reds”. Mas as emoções da última etapa não se ficaram por aqui, uma vez que o piloto holandês Yelmer Buur- man, da equipa RSC Anderlecht, bateu o recorde oficial do circuito madrileno, ao baixar 2,8 segundos ao anterior recorde. Um feito “miraculoso” que lhe valeu um prémio de 100 mil euros. Entre as novidades da Superleague Formula by So- nangol 2009 destaque para a introdução dos novos motores V12, que permitiram dar mais potência e fiabilidade aos carros, e para a participação de Ma- ría de Villota, a primeira mulher a participar na competição.

Calendário alargado em 2010 Apesar da Superleague Formula by Sonangol 2009 só agora terminar, a próxima época já está a ser pre- parada com todo o rigor. 2010 vai ser emocionante para os amantes desta prova automobilística, uma vez que a próxima temporada duplica o número de provas comparativamente a 2009. Segundo o calen- dário provisório, a competição integra 12 provas, três países estreantes e sete novos circuitos. A época co- meça a 3 de Abril em Silverstone (Inglaterra) e termi- na a 14 de Novembro em Jerez (Espanha). ===

Versão para o computador já disponível Foi lançado no início de Novembro o novo jogo de computador da Superleague Formula by Sonangol que oferece aos fãs a possibilidade de correrem aos comandos dos carros dos seus clubes favoritos. O jogo é uma representação fiel da campanha de 2009, com 18 equipas a disputarem o título, nos seis circuitos europeus que integraram o calendário deste ano. Os jogadores podem ainda desenvolver o seu monolugar ao longo da “época” e fazer pequenos ajustes no motor, recorrendo aos botões do volante, como acontece com os pilotos. O jogo foi desenvolvido pela ISI que já anunciou melhorias no futuro, com a possibilidade de os jogadores virtuais poderem competir contra rivais de todo o Mundo em tempo real. O jogo é distribuído online a partir do site oficial da Seperleague Formula, em www. superleagueformula.com

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 47 cultura Ritmos e estórias de Angola Literatura, música, exposições, homenagens aos homens das letras e do espectáculo numa Angola cada vez mais cultural.

48 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Cultura

Museus Instituições que guardam parte da nossa história e da nossa identidade cultural

O Museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao servi- ço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberto ao público, que adquire, conserva, pesquisa e exibe a evidência material dos povos e seu ambiente ali presentes, para finalidades de estudo, educação e apreciação.

António Bequengue (Jornalista)

Essa definição foi dada pelo Conselho Entre as várias acções organizadas, o destaque foi Internacional de Museus, o ICOM, organismo da para a exposição ‘Expo-Pastorícia’, patente no Museu Unesco, na Assembleia Geral de Copenhaga, em Nacional de Antropologia, certame que teve como 1972. Em 1978, o ICOM institucionalizou o dia18 de principal objectivo valorizar o modo de vida dos cria- Maio como o Dia Internacional dos Museus. dores e dos pastores de gado, bem como a produção Para saudar a efeméride, todos os anos o Conselho de artefactos que descrevem e reflectem a cultura ma- Internacional de Museus lança o mote pelo qual de- terial dos grupos etnolinguísticos das províncias do vem efectuar-se acções que assinalem a data em todo Namíbe, Huíla e Cunene. mundo. Este ano o tema proposto foi ‘Museus e Tu- A ‘Expo-Pastorícia’ teve ainda como objectivo dina- rismo’. mizar acções na luta contra a fome e a pobreza. Entre Em Angola, o dia 18 de Maio de 2009 ficou marcado os vários objectos expostos salientam-se heholo (bal- pela realização de várias actividades culturais, recrea- des), chupa (cabaça que transforma o leite em iogurte), tivas e científicas em algumas das catorze instituições omakuila (funis) e outros elementos para o tratamento museológicas existentes em todo território nacional. e conservação do leite.

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 49 Cultura

O Instituto Nacional do Património Cultural de An- guísticos de Angola: kikongo, kimbumdu, umbun- gola, instituição afecta ao Ministério da Cultura, con- du, lunda côkwe, mbunda (outros chamam-no de trola 14 museus, instalados nas províncias de Luanda, nganguela, que significa Oriente), nyaneka-humbi, Benguela, Huíla, Cabinda, Lunda-Norte e Zaire, que helelo, ociwambo e khoisan. E detém um número jogam um papel fundamental como centros de conhe- significativo de peças originárias de países africanos. cimento. Este ano as comemorações do Dia Internacional dos Os Museus de Antropologia, História Natural, Escra- Museus serviram também para a sociedade angolana vatura, Forças Armadas, São Pedro da Barra e das fazer uma reflexão sobre a realidade museológica do Telecomunicações, em Luanda; o do Reino do Con- país e sobre as dificuldades que os museus nacionais go, em Mbanza Congo; o do Dundo, na Lunda-Nor- enfrentam. Problemas relacionados, desde logo, pelo te; o Regional, de Cabinda; o Etnográfico, no Lobito facto de grande parte do acervo museológico nacional (Benguela); e o da Huíla são os mais conhecidos. ter sido saqueado durante o período de instabilidade que o país viveu. Museu Nacional de Antropologia O “assalto” aos museus nacionais começou no perío- Criado a 13 de Novembro de 1976, o Museu Nacio- do de 1975, com o fim do colonialismo, e foi perpe- nal de Antropologia é a primeira instituição museo- trado pelas antigas autoridades coloniais que levaram lógica do período pós-colonial. Instituído por várias com elas várias peças do espólio. Um acto continuado estruturas, o Museu Nacional de Antropologia surge depois por vários indivíduos que se aproveitaram da como detentor de um dos maiores acervos do patri- instabilidade do momento. Mais tarde, a desorgani- mónio nacional. zação gerada pelo conflito armado potenciou o saque Com carácter científico, cultural e educativo, o Mu- e a consequente saída de peças importantes para o seu foi concebido para recolher, investigar, conservar, mercado internacional. valorizar e divulgar o património cultural sob sua Existem já informações sobre o paradeiro de algumas custódia, preservando-o para as gerações vindouras, peças, estando as autoridades angolanas a fazer de pois constitui a alavanca da identidade, da força e da tudo para que o país possa reaver o acervo que foi dignidade de um povo com raízes históricas e cultu- saqueado. O assunto está agora no campo de ordem rais muito ricas e diversificadas. As suas colecções são jurídica internacional e implica conversações bilate- de objectos etnográficos de todos os grupos etnolin- rais entre os vários países envolvidos. ===

50 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Cultura

‘Balabina’ o romance de João Rosa Santos centra-se nos valo- res actuais das sociedades globalizadas e na importância da família. António Bequengue (Jornalista)

As peripécias da mulher angolana na’, da autoria de António é o tema principal de ‘Balabina’, o mais recente Paulino, fonte directa do trabalho literário do escritor angolano João Rosa nome da obra. Santos, que é também quadro sénior da Sonangol, O livro, prefaciado por Luís Fernando, contém lançado no dia 9 de Junho na sede da União dos um glossário, justificado, segundo o autor, pela abun- Escritores Angolanos (UEA), em Luanda. dância de expressões que, apesar de usadas diaria- Integrado na Colecção Bolsa da União dos Escrito- mente, saem fora da linguagem corrente. res Angolanos, o livro ‘Balabina’, de João Rosa San- O livro, ‘Balabina’, que já está nas bancas, foi apre- tos, retrata o quotidiano angolano numa abordagem sentado na cidade de Malanje no dia 11 de Setem- em que o ênfase é colocado nos sonhos. bro, no âmbito da celebração do vigésimo aniver- Com uma tiragem de 1000 exemplares e 136 pági- sário da Liga da Velha Guarda daquela província. nas, ‘Balabina’ propicia ao leitor um exercício de lei- Ao apresentar ‘Balabina’, o jornalista e escritor Luís tura gratificante e um reencontro com o passado. Fernando descreveu o momento como “um encon- A obra de João Rosa Santos narra a história de uma tro útil em tempos de inutilidades avulsas, quando jovem chamada Balabina que deixa a sua terra na- a disputa pelo saber e conhecimento é, vezes sem tal (Malanje) com destino à cidade de Luanda, com conta, substituído pela arte da esperteza apressada e o objectivo principal de continuar a sua formação do engano sorrateiro, numa busca cruel de palco, da académica. Nesta cidade, Balabina é seduzida pela ribalta e dos holofotes que deixam anestesiados valo- aparente, mas destruidora, “boa vida”. res como ser bom, trabalhador e cidadão digno”. De “Ela envolve-se com um homem já comprometido, acordo com Luís Fernando, ‘Balabina’ é um roman- de quem fica grávida, e é abandonada tempos depois. ce feito para os dias de hoje, bom para fazer ressurgir Desesperada, Balabina decide regressar a Malanje, a nostalgia, bom para ler com o tempo curto, sacudir onde reencontra o seu antigo namorado e retoma a consciências para definitivamente se entender que a relação amorosa. Neste fase da sua vida a persona- mulher existe para ser amada. gem principal do livro passa a ser uma mulher feliz”, Nascido aos 28 de Maio de 1961, na província de descreveu o escritor na sessão de lançamento do li- Malanje, João Rosa Santos é membro da UEA e da vro. Com esta abordagem do quotidiano – acrescen- União dos Jornalistas Angolanos (UJA), tendo já pu- tou o autor – “o objectivo é o de contribuir para a blicado várias obras, entre romances, crónicas e poe- construção de um país cada vez melhor”. sias, como ‘Quando o coração chora’, ‘Contornos Além dos factos do quotidiano que o rodeiam, João da vida’, ‘Que mal fizemos nós’, ‘Croningolando’, Rosa Santos inspirou-se também na música ‘Balabi- ‘Preta Fula e ‘Ndolo’. ===

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 51 Cultura

Óscar Ribas: Homem das Letras

Comemorou-se a 17 de Agosto de 2009 o centenário do nascimento de um dos maiores escritores angolanos – Óscar Ribas.

É uma das personalidades mais im- ravolta na sua produção literária que passou a ser portantes da intelectualidade angolana do marcada por uma preocupação constante com os te- século x x , devido ao seu brilhantismo literário. Es- mas da literatura oral, filologia, religião tradicional e critor, jornalista, poeta, etnólogo e ensaísta, Óscar filosofia dos povos de língua kimbundu. Óscar Ribas Ribas tinha o dom da palavra e também da escrita, mergulhou de alma e coração nos assuntos da ango- sendo unanimemente considerado o pioneiro da fic- lanidade, ouvindo os testemunhos de populares da ção literária em Angola. Nasceu em Luanda a 17 região kimbundu e imortalizando, assim, nos seus li- de Agosto de 1909 e faleceu aos 94 anos na bonita vros o património único da oralidade angolana. Des- cidade de Cascais, arredores de Lisboa, Portugal. ta época destacam-se um conjunto de obras literá- Filho do português Arnaldo Gonçalves Ribas e da rias de grande valor.´Ilundo-Espíritos` (1958), ´Ritos luandense Maria da Conceição Bento Angolanos` (1975), ´Missosso`, em três Faria, fez os estudos primários e secun- volumes (1961, 1962 e 1964), e um ´Di- dários no seminário-liceu de Luanda, cionário de Regionalismos Angolanos`. tendo completado o quinto ano no Pelo meio escreveu um romance auto- liceu Salvador Correia de Luanda. Foi biográfico a que deu o nome de ´Tudo aí que começou a dar asas à sua criati- Isto Aconteceu` (1975). Com trabalhos vidade e a transformar em textos os seus espalhados por diversos países e tra- mais humildes pensamentos. Após uma duzido em várias línguas, Óscar Ri- breve passagem por Portugal onde es- bas foi o grande estudioso da cultura tudou aritmética comercial, regressou a popular angolana. Membro da União Luanda empregando-se na Direcção dos de Escritores Angolanos (UEA), o es- Serviços de Fazenda e Contabilidade. Aos critor foi galardoado com diversos prémios ao longo 36 anos perdeu a visão, mas nem isso o impediu de da sua vida: Margaret Wrong (1952); de Etnografia continuar a escrever toda a vida. E se não fosse ele, do Instituto de Angola (1959) e monsenhor Alves da teriam-se perdido no tempo histórias ancestrais da Cunha (1964); tendo também sido distinguido com o cultura popular angolana. Em 1927, com 18 anos, título da Ordem do Infante, atribuído pelo governo publicou a sua primeira obra , uma novela intitulada português em 1962. O reconhecimento literário veio ´Nuvens que passam`. Passados dois anos e seguin- em 2000, com a atribuição do Prémio Nacional de do a mesma linha publicou ´Resgate de uma falta`. Cultura e Artes, nas categorias de literatura e inves- Depois de um interregno de 20 anos, volta ao mun- tigação em Ciências Sociais e Humanas, outorgado do das letras com o livro ´Flores e Espinhos Uanga`, pelo Ministério da Cultura de Angola. Foi com mui- seguindo-se em 1952 ´Ecos da minha Terra`, uma to pesar que a 19 de Junho de 2004, Angola viu o das suas obras mais emblemática. Trata-se de uma “pai” da ficção literária desaparecer. No entanto, o colectânea de dramas angolanos, onde o investiga- legado que deixa é ainda maior que a sua vida e por- dor arquivou, de maneira sublime, algumas lendas tanto será sempre recordado como uma das figuras do país. No final da década de 50 deu-se uma revi- mais brilhantes do país. ===

52 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Cultura

Educação em Angola de Filipe Zau

No seu já terceiro livro ´Edu- cação em Angola: Novos Trilhos para o Desenvolvimento` o autor sustenta que os pro- fessores devem ser enca- rados como “interventores sociais de excelência”.

´Educação em Angola: Novos capazes de fazerem das escolas locais de Trilhos para o Desenvolvimento` é o desenvolvimento comunitário. “Hoje em mais recente livro do escritor, poeta e dia estamos a avançar para um sistema ensaísta angolano Filipe Zau. Trata-se democrático aberto. Mas a democracia é de um trabalho de investigação da maior importân- indissociável da formação e da escolarização e, para cia para a elaboração de uma estratégia educacional tal, é necessário operar transformações no nosso sis- no país, orientada para a afirmação da angolanidade tema educacional. É preciso fazer uma aposta forte e para o desenvolvimento sustentado da educação em na formação e valorização dos professores, para que Angola. Com 500 páginas, a obra, que vem a público eles possam ser vistos como promotores do desen- por iniciativa da nova editora Movilivros, consubs- volvimento. Só assim poderemos evoluir”, garante tancia o essencial da tese de doutoramento do autor, Filipe Zau que considera ainda vital o ensi- que tem como objecto de estudo a formação no “multicultural e multilingue”, pres- de professores em Angola e a sua impor- supostos fundamentais para que se tância para o desenvolvimento susten- consiga criar uma unidade nacional. tado do país, num mundo globalizado. Neste contexto salienta que os me- Filipe Zau espera com este estudo, dia, bem como a investigação e o simultaneamente descritivo e crítico, ensino superior, têm um papel fun- abrir um amplo debate na sociedade damental no tratamento e na trans- angolana sobre as “melhores estratégias missão de conhecimentos dos acervos de acção para o desenvolvimento da educa- culturais angolanos. ção e da formação em Angola”. Filipe Zau, músico, compositor, poeta e investiga- Na sua narrativa, o escritor defende que o desenvol- dor é doutorado em Ciências da Educação, fazendo vimento sustentado só será uma realidade em Angola actualmente parte do Grupo Técnico para as Ques- quando os professores passarem a ser “interventores tões Económicas e Sociais do Secretariado do Con- sociais de excelência”, conhecedores do contexto so- selho de Ministros, função que exerce paralelamen- ciocultural e linguístico em que estão envolvidos e te à de Consultor do Ministro da Educação. ===

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 53 Cultura

João Melo lhou na Rádio Nacional de Angola, no Jornal de Angola e na Agência Angola Prémio Nacional de Press. É membro fundador da União de Es- Literatura 2009 critores Angolanos, da qual já foi se- cretário-geral, presidente da Comissão O escritor e jornalista an- Directiva e presidente do Conselho golano João Melo foi o vencedor da Fiscal. Como escritor, é poeta, contista, edição 2009 do Prémio Nacional de Cul- cronista e ensaísta, tendo já publicado tura e Artes, na categoria de literatura, doze livros de poesia, cinco de contos e atribuído pelo Ministério da Cultura de Angola um de ensaios. Actualmente, além de ser deputado à (Mincult). O Prémio Nacional de Cultura e Artes, Assembleia Nacional, dirige uma agência de comu- instituído, em 2000, pelo Governo, reconhece o “gé- nicação e uma editora. Em 2010 assinala-se os 40 nio criador de artistas e investigadores angolanos”, anos de vida literária do autor. nas áreas da literatura, artes plásticas, teatro, dança, investigação em ciências humanas, música e cinema ´O Homem que não tira e audiovisuais. João Melo recebeu o prémio, avalia- o palito da boca` do em 35 mil USD, “pelo conjunto das suas obras É o seu mais recente livro de contos. Editado pela em poesia e ficção” e mostrou-se profundamente Caminho ´O Homem Que Não Tira o Palito da lisonjeado com a distinção. “É uma honra e um pri- Boca` relata um conjunto de histórias que retratam vilégio ser galardoado com o maior prémio da lite- relações humanas e problemas sociais na Angola ratura angolana”, disse o escritor. No entanto, mais contemporânea. Contos mordazes escritos primoro- do que um reconhecimento, o escritor entende este samente com recurso à linguagem técnica e semióti- prémio como um incentivo para continuar a escre- ca. “Histórias de casais e traições (infidelidades) são ver coisas novas e diferente. uma das obsessões divertidas de Melo. E, depois, há João Melo nasceu em 1955 em Luanda, cidade onde o tema das raças, cores de pele, classes, mas também reside actualmente. Escreveu o seu primeiro texto o do assassinato piedoso, entre tantos”, lê-se na con- literário em 1970, aos 15 anos de idade, tendo co- tracapa do livro. meçado por publicar poesia, em Luanda. Formou-se Lançado no final do mês de Novembro em Portu- em Direito, em Lisboa, e em Comunicação Social, gal, João Melo aguarda pela publicação do livro em no Brasil. Jornalista profissional há 35 anos, traba- Angola até ao final do ano. === Grande Prémio Sonangol de Literatura

Em 2010 o Grande Prémio de Literatura da Sonangol está de volta para distinguir qua- litativamente obras literárias ou de investigação de escritores dos PALOP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné e São Tomé e Príncipe). Gerido por uma Comissão de Gestão composta por cinco membros – três nomeados pela Sonangol e dois pela União dos Escritores Angolanos – a próxima edição foi já apresentada publicamente em praticamente todas as capitais dos países abrangidos por esta importante iniciativa. As candidaturas devem ser apresentadas até ao dia 30 de Maio de 2010 e para mais informações todos os interessados devem consultar os seguintes sites: www.sonangol.co.ao e www.uea-angola.org No dia 31 de Outubro de 2010 será anunciado o vencedor (único) e no dia 25 de Fevereiro de 2011, data em que a Sonangol festeja mais um ano de vida, o escritor seleccionado receberá finalmente, e em festa, o seu merecido Prémio!

54 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Cultura

Joy Artur com ‘Nga Vutuka’

Depois de 30 anos longe dos palcos, o músico Henrique Lima Artur, conhecido nas lides artísticas como Joy Artur, reapareceu no mercado mu- sical com um novo álbum – ‘Nga Vutuka’. Roque Silva (Jornalista)

Também considerado o primeiro ál- artística de Joy Artur durante as três últimas déca- bum do músico, ‘Nga Vutuka’ é um disco que das. É o caso das composições ‘Tambulokulu, ‘Mana teve o patrocínio da Sociedade Nacional de Combus- Peta’ e ‘Rainha Yetu’, que apresentam uma nova tíveis de Angola (Sonangol), empresa de que Henri- roupagem depois de sofrerem algumas alterações ao que Lima Artur faz parte do quadro de funcionários nível instrumental. efectivos há mais de dezanove anos, como fotógrafo A instrumentalização e a produção das faixas, bem do GCI, ‘Nga Vutuka’, que em português significa com a captação de voz, foram feitas em Angola. A ‘Estou de Volta’, reflecte o tempo que o músico per- produção musical ficou a cargo da Banda Versáteis, maneceu ausente dos palcos, mais propriamente dos que foi a directora musical do projecto. espectáculos músico - culturais. A masterização do álbum ‘Nga Vutuka’ foi feita em O álbum comporta 10 faixas, todas elas escritas e in- Espanha, pela ‘AF Produções’, que também se res- terpretadas em kimbundu e instrumentalizadas nos ponsabilizou pela mistura, edição e distribuição da estilos kilapanga, semba, rumba e bolero. obra, cuja fabricação foi em Lisboa. Fazem parte do álbum algumas músicas inéditas Para que o projecto se tornasse uma realidade, par- entre outras já conhecidas que marcaram a carreira ticiparam vários músicos instrumentistas angola-

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 55 Cultura

nos, nomeadamente Kintino e Simão, integrantes me felicitar”. O músico acrescentou que, embora da Banda Movimento, assim como os Tulingas, os se tenha mantido muito tempo distante dos palcos, Versáteis e o Duo Canhoto. sempre esperou pela adesão do público no dia do ‘Nga Vutuka’ demorou seis anos a concretizar, des- lançamento de ‘Nga Vutuka’. de o início da preparação e gravação das músicas Além de Luanda, o álbum foi apresentado na pro- inéditas até à edição do CD. víncia do Namibe, desta vez com a actuação do mú- sico, comercialização do CD e assinatura de autó- Concerto muito concorrido grafos durante o caldo em comemoração do dia da no Parque da Independência cidade. No final, o balanço foi muito positivo pois o Henrique Lima Artur/Joy Artur apresentou pela músico vendeu a totalidade dos mil CD que levou primeira vez o álbum “Nga Vutuka” ao público para aquele local. amante da música angolana em Abril último, duran- Joy Artur editou sete singles no tempo colonial. Co- te uma sessão de venda e de autógrafos realizada no meçou a cantar com 15 anos, por influência e incen- Parque da Independência, em Luanda. tivo da sua mãe, que o ouvia cantar. Alguns anos Milhares de pessoas acorreram e marcaram presen- depois, o artista passou a frequentar desfiles de Car- ça naquele local, desde as primeiras horas do dia. naval, onde conheceu Dionísio Rocha que o convi- O Parque da Independência é palco frequente para dou a apresentar-se no Marítimo da Ilha. Lá conhe- a apresentação, comercialização e realização de ac- ceu os músicos Carlitos Vieira Dias, Joãozinho e tividades de carácter cultural. Lourenço Morgado, que o convidaram para gravar Joy Artur iniciou a sua jornada antes das oito horas algumas músicas. Em 1974, Joy Artur gravou o pri- da manhã, ao lado de outros músicos que também meiro single, intitulado ‘Eu quero Trabalhar’. expuseram as suas obras, comercializou o ‘Nga Vu- Em 1978, em representação de Angola no Brasil, tuka’ ao preço de mil kwanzas e vendeu 5.000 cópias. Joy Artur e outros músicos angolanos gravaram um No local, Joy Artur disse-nos que se sentia grato e CD. Anos depois, a convite de um músico moçam- lisonjeado pelo facto das pessoas se terem desloca- bicano e do Governo de Angola, Joy Artur, Carlos do ao Parque da Independência para adquirirem o Burity, Pedrito e Mamukueno, que na altura eram seu CD. “É uma enorme satisfação saber que ainda os dirigentes do Semba Tropical, realizaram alguns existem pessoas que gostam da minha música. Sinto- espectáculos em Londres, onde gravaram um CD. -me muito grato por saber que estes abandonaram Em 2006, o músico gravou o disco ‘Cantangolando’, os seus afazeres para comparar o meu disco e para igualmente bem sucedido. ===

56 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Cultura

Yuri da Cunha soma e segue em 2009

Um álbum que vendeu mais de 20 mil cópias em apenas 24 horas, cinco concertos emblemáticos no exterior e mais de uma dezena em Ango- la, são os números de Yuri da Cunha este ano.

Yuri da Cunha é o cantor do mo- mento em Angola e, diz quem sabe, o mais carismático actualmente além fronteiras. Com uma determinação e uma garra impressionante, Yuri conseguiu revitalizar o semba, e dar-lhe novamente o estatuto perdido no seio das novas gerações. Só no dia da apresentação do seu terceiro álbum discográ- fico, intitulado ´Kuma Kua Kié`, que em português significa ‘amanheceu’, vendeu 20 mil cópias. Um feito estrondoso, ao qual se juntou o facto de ´Kuma Kua Kié` ser, durante várias semanas, o disco mais tocado em Angola. Mas este foi só o início da caminhada para o sucesso do cantor que faz vibrar uma legião de fãs por todo artistas angolanos que abrilhantaram ainda mais o o lado. Apostado em lançar a sua carreira interna- espectáculo. De destacar as participações de Paulo cional, e consequentemente levar a música ango- Flores, Matias Damásio, Heave C, Nelma Patrícia, lana aos quatro cantos do Mundo, Yuri da Cunha Big Nelo, Anselmo Ralf. realizou vários concertos marcantes em Angola e na No entanto, o êxito do cantor além fronteiras não se Europa . Lisboa, Roterdão, Roma, Budapeste foram ficou pela actuação neste palco mítico de Portugal, algumas das cidades que vibraram ao som da música onde já actuaram grandes nomes da música interna- angolana. cional. As portas dos palcos europeus foram abertas Em Lisboa, acompanhado por um cartaz de luxo, pelo cantor italiano Eros Ramazzotti, ao convidar Yuri da Cunha encheu o Coliseu dos Recreios, Yuri da Cunha para o acompanhar na digressão que “para cantar Angola”. O cantor prometeu um es- realizou pela Europa. O ‘Show Man’ aceitou e brin- pectáculo inesquecível e não defraudou as expecta- dou o público europeu com algumas músicas do seu tivas. Vestido a rigor com as cores da bandeira de repertório, com realce para ´Kuma Kia Kié` “An- Angola, o cantor abriu o espectáculo com a música golé’, ‘Makumba’, ‘Muxima’ e ‘Sabonete’, e com “Angolê”, animando desde logo o público que esteve alguns dos seus passos de dança característicos. imparável do início ao fim. Foram mais de 4 mil as A sua energia e boa disposição espalharam-se pela pessoas que vibraram e pularam durante três horas e Europa que se rendeu ao talento do nosso ‘Show meia ao som de várias músicas de sucesso do “Show Man’, consagrando-o como o melhor cantor ango- Man”, que se fez acompanhar em palco por diversos lano da actualidade. ===

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 57 Regiões Fotos N uno R egalado

As muitas maravilhas de Malanje

Terra de sonho e de paisagens deslumbrantes... é assim Malan- je, com as suas belíssimas quedas de Kalandula e as preciosas Pedras Negras de Pungo Andongo.

A província de Malanje, a segunda maior lanje possui a maior barragem hidroeléctrica do País de Angola, é um bálsamo para todos os que queiram (Kapanda). Porém, as maiores atracções turísticas são fugir da vida citadina e apreciem momentos de re- outras. Com mais de 500 metros de altura, as quedas laxe em lugares de rara beleza. Situada no planalto de Kalandula (Ex-Duque de Bragança) são o ex-libris norte de Angola e com um clima tropical húmido, a da região, formando à sua volta um arco-íris e a ilu- província beneficia de paisagens deslumbrantes que são de um nevoeiro permanente. Estas importantes estão em perfeita comunhão e harmonia com a na- quedas, as segundas mais altas de África, inspiram tureza. qualquer amante da natureza para passeios ou sim- Celebrizada pela Palanca Negra Gigante, o maior ples piqueniques, que permitem desfrutar de todo o símbolo da fauna angolana pela sua raridade, o Ma- esplendor daquele local magnífico. Um percurso ím-

58 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE Regiões

par que encerra em si toda a beleza paisagística da região, sendo um dos lugares mais visitados do país. Investimentos privados Um pouco mais distante, a 116 quilómetros da ca- aumentam em larga escala pital malanjina, encontram-se as belas e misteriosas Pedras Negras de Pungu-a-Ndongo, conhecidas pelo De acordo com os dados avançados pela Agência Angolana de Investimento nome de Pungo Andongo. Um local histórico e de Privado (ANIP), Malanje foi a provín- rara beleza natural composto por um conjunto de cia que acolheu as maiores intenções blocos rochosos de imponentes dimensões que ocor- de investimento privado no primeiro rem no município de Cacuso, província de Malanje. trimestre de 2009. No total, o investi- Pungo Andongo é, no entanto, mais do que apa- mento privado nacional e estrangeiro renta. Alguns historiadores defendem que naquelas atingiu 1 bilião e 25 milhões de USD, tendo a província de Malanje “arre- majestosas Pedras, existiu um coliseu de torturas e batado” o primeiro lugar a Luanda. bacanais da Rainha Njinga M’bandi, o que faz deste Números que representam uma local, um lugar lendário. Vale ainda a pena visitar diversificação e descentralização dos o Parque Nacional de Cangandala, habitat natural investimentos realizados no país, o da Palanca Negra Gigante; a Reserva Natural do que permitirá a longo prazo equilibrar Luando, os túmulos do Rei Ngola Kiluanjii, da Rai- o desenvolvimento socioeconómico de Angola. nha Njinga M’bandi e do irmão Mbingi M’bandi, as Entre os investimentos privados realce Quedas de S. Francisco José, as Quedas do Colo e as para a exploração e produção de bio- Quedas rápidas do Luino. combustíveis na região. Uma proposta apresentada pela Companhia de Ener- Agricultura e artesanato gia de Angola (Biocom) e aprovada pela Malanje é uma província essencialmente agrícola, ANIP em Agosto de 2009. O projecto, avaliado em 225 milhões de USD, será onde se destacam as culturas de mandioca, arroz, al- implementado no município de Cacuso godão, milho, batata-doce, ginguba, girassol, feijão, e prevê, numa primeira fase, a pro- soja e hortícolas. No que diz respeito à pecuária, esta dução anual de 260 mil toneladas de é especificamente dirigida à criação de gado bovino, açúcar e 30 milhões de litros de álcool caprino, suíno e ovino. anidríco; que permitirá obter a gera- Para além da agricultura, a população malanjina ção de 28 Megawatts/hora de energia eléctrica, que será injectada na rede também se dedica ao artesanato, existindo na pro- de alta tensão. víncia importantes centros artesanais, como no Mu- Além dos biocombustíveis, outro sec- nicípio de Marimba, Quirima e Massango, onde são tor que claramente exibe um cresci- produzidos artigos de cestaria, bonecos, chapéus e mento acentuado é o da hotelaria e tu- utensílios de cozinha. rismo, com a construção e reabilitação No domínio dos recursos naturais, Malanje possui de algumas infra-estruturas. Segundo o governador provincial, Boaventura também diamantes, ouro, manganês e minerais ra- da Silva Cardoso, “Malanje tem sido dioactivos, entre outros. um destino turístico de eleição e isso Por tudo isto, o Malanje é uma das províncias mais faz-nos acreditar que quantas mais bonitas de Angola, onde o investimento privado não unidades hoteleiras tivermos, melhor pára de crescer como comprovam os números avan- responderemos às necessidades dos çados pela a Agência Angolana de Investimento Pri- turistas que nos visitam”, explicou. vado (ANIP). ===

SONANGOL MAGAZINE • novembro de 2009 59 A fechar

Construir o futuro

João Rosa Santos A Sonangol não pára. A cada dia que passa versificação sectorial das suas áreas de negócio. Director de Comunicação da Sonangol é notícia no País e no estrangeiro. E a caminhada da A carteira de realizações reserva, certamente, muitas petrolífera estatal angolana no sentido da estabilida- novidades para o próximo ano. Internamente, é já de, do progresso, da sustentabilidade vai continuar ponto assente a decisão de inversão do quadro actual no próximo ano. da distribuição de combustíveis, através do aumento No mercado nacional, em particular, são os esforços gradual da capacidade de armazenagem e do núme- tendentes à melhoria da rede de comercialização de ro de pontos de venda. derivados do petróleo que fazem manchete. O País está em reconstrução e, este esforço generali- Em Cabinda foi inaugurado mais um posto de abas- zado, exige da Sonangol mais suor, determinação e tecimento, no Bié foram disponibilizadas e coloca- sentido de urgência nas suas acções. das no mercado mais botijas de gás, enquanto que Apostar num futuro melhor significa acreditar num em Porto Amboim a Sonangol conta com uma nova presente recheado de realizações, numa opção con- Sede. Já no exterior, em Portugal, a Sonangol conti- tínua de soluções objectivas, enfim, no saber tirar nua a surpreender. Depois de fortes investimentos na proveito das múltiplas oportunidades que o tempo e banca, chegou a vez do sector imobiliário. A aquisi- os mercados oferecem. ção em Março último de um edifício inacabado no Compreender e assumir este desafio prioritário é, Centro de Lisboa atesta o facto. no mínimo, um dever e uma obrigação de todos os O somatório e outras grandes realizações mostram que têm e levam a Sonangol no coração, até porque, uma empresa permanentemente preocupada com o bem vistas as coisas, as causas e os objectivos da em- bem servir, uma Sonangol sempre nacional e cada presa são nobres, claras e perfeitamente perceptíveis vez mais internacional, fortemente apostada na di- por todos. ===

60 novembro de 2009 • SONANGOL MAGAZINE