2.1 Descoberta E Povoamento Dos Azores
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MASARYKOVA UNIVERZITA Filozofická fakulta Ústav románských jazyků a literatur BAKALÁRSKA DIPLOMOVÁ PRÁCE 2019 ANEŽKA BOHÁČOVA MASARYKOVA UNIVERZITA Filozofická fakulta Ustav románských jazyků a literatur Portugalský jazyk a literatura Anežka Boháčova História dos Açores: Achamento e povoamento em comparação com outras ilhas portuguesas no oceano Atlântico Bakalářská diplomová práce Vedoucí práce: Mgr. Michaela Antonín Malaníková, Ph.D. Brno 2019 Prohlašuji, že jsem bakalářskou práci vypracovala samostatně, s využitím uvedených pramenů a literatury. Souhlasím, aby moje práce byla zveřejněna v souladu s § 47b zákona č. 111/1998 Sb., o vysokých školách ve znění pozdějších předpisů, a v souladu s platnou Směrnicí o zveřejňování vysokoškolských závěrečných prací. Verze tisknutá se shoduje s elektronickou verzí, uloženou v archivu IS MU. Anežka Boháčova V Brně dne 20. 2. 2019 Chtěla bych poděkovat Mgr. Michaele Antonín Malaníkové, Ph.D. za odbornou pomoc, vstřícnost, motivaci a cenné rady, které mi poskytla při zpracování mé bakalářské práce. Abstrakt Cílem práce je analyzování způsobu, jakým se utvářela počáteční historie Azorských ostrovů, azorská identita a kultura během 15. až 18. století, zejména jde o první kolonizátory, administrativní celky, problémy během osidlování a srovnání s ostatními portugalskými ostrovy. Klíčová slova Azorské ostrovy, historie, identita, 15.-18.století, kolonizátori, administrativa, problémy, srovnání. Abstract The aim of this thesis to analyze the way in which the initial history of the Azores, the identity and culture were formed from the 15th to 18th century, especially the first colonizers, administrative units, problems during settlement and comparsion with other Portuguese islands. Key words Azores, history, identity, 15th- 18th century, colonizers, administration, problems, comparsion. Abstrato O objetivo desta tese é analisar a maneira de como a história inicial dos Açores, a sua identidade e cultura se formaram entre os séculos XV e XVIII. Especialmente trata dos primeiros colonizadores, unidades administrativas, problemas durante a colonização e comparação com outras ilhas portuguesas. Palavras-chave Açores, história, identidade, século XV-XVTII, colonizadores, administração, problemas, comparação. Conteúdo INTRODUÇÃO 7 1 CIRCUNSTÂNCIAS HISTÓRICAS 10 1.1 Antecedentes da expansão portuguesa 10 1.2 O início da expansão 13 2 OS AÇORES 17 2.1 Descoberta e povoamento 18 2.2 Organização político-administrativa desde o século XV até ao XVIII 26 2.2.1 Regime das sesmarias 26 2.2.2. Donatarias-capitanias 30 2.2.3 Concelhos e Capitania-geral 34 3 ALGUNS DOS CONFLITOS, DESASTRES NATURAIS E OUTROS OBSTÁCULOS AO POVOAMENTO 36 4 BREVE COMPARAÇÃO DO POVOAMENTO DOS AÇORES COM POVOAMENTO DOS OUTROS ARQUIPÉLAGOS NO OCEANO ATLÂNTICO 38 4.1 Madeira 39 4.2 Ilhas Canárias 40 4.3 Cabo Verde 43 CONCLUSÃO 44 BIBLIOGRAFIA 47 Introdução Nesta tese de licenciatura queríamos concentrar atenção na expansão marítima portuguesa que teve o seu início no século XV, indicar as primeiras motivações expansionistas e obter uma visão global do desenvolvimento das colónias portuguesas no oceano Atlântico desde a primeira metade do século XV, quando tinha começado o povoamento, até aos meados do século XVIII quando foram estabelecidas as reformas pombalinas.1 "Foi, como é sabido, no imenso cantinho da Europa quatrocentista que se preparou a decisão (histórica) de interromper as descontinuidades tradicionais e encenar a comunicação entre nós e os outros... Portugal foi das primeiras nações europeias a procurar encontrar uma solução decisiva para esta crise de então."2 A razão para a expansão foi o desejo dos portugueses de espalhar a fé cristã, estender o reino para novos territórios e a procura de riquezas, nomeadamente ouro, pela escassez dos recursos de mão de obra que indiretamente também está relacionada. Escolhemos a história do povoamento dos Açores como o tema principal, porque achamos esta história muito rica e interessante, e também porque estas ilhas têm um valor estratégico para Portugal, pois tiveram um papel muito importante na época dos descobrimentos, mesmo como mais tarde durante a implantação do Liberalismo em Portugal. A colonização dos Açores passou por uma evolução consideravelmente difícil. Queríamos focalizar aos primeiros séculos, o povoamento e os sistemas administrativos e políticos. Também estaremos interessados na composição da primeira população e com ajuda de fontes especializadas disponíveis, vamos tentar analizar de onde e com qual objetivo as primeiras pessoas vieram aos Açores e como era a vida na ilha, onde os primeiros habitantes tinham de construir tudo o necessário Reformas estabelecidas por Marques de Pombal - Sebastião José de Carvalho e Melo (1699 - 1792), durante o reinado de D. José I. Tinham servido como um meio para modernizar a administração no Império Português, principalmente no Brasil. Santos, João Marinho dos. Os Açores nos Séculos XV e XVI. Coimbra. 1987. Pág. 9. para sobreviver. É difícil responder as perguntas como quem eram os primeiros povoadores e como se ambientaram no espaço inóspito insular, principalmente por falta de fontes. Os documentos mais importantes desta época são os mapas marinhos, cartas náuticas, crónicas e mais tarde também livros de linhagens. Os primeiros cronistas importantes que escrevem sobre os Açores são historiadores açorianos Gaspar Frutuoso (1522-1591) e Diogo das Chagas (1584-1661). Há estudos muito bons e aprofundados deste período inicial nos Açores, que foram trabalhados por especialistas na história da Universidade dos Açores, que fizeram um trabalho notável nesta área. Eles por exemplo juntaram dados sobre a população, de acordo com dados da igreja disponíveis no Arquivo dos Açores, sobre batismos e casamentos durante os primeiros séculos (XVI - XVIII). Nessas estatísticas estava também incluída a parte escravizada da população. Destes trabalhos podemos mencionar por exemplo a dissertação de doutoramento da professora Rute Dias Gregório - Terra e Fortuna nos primódios na ilha Terceira (1450-1550) ou Configurações de uma pequena nobreza e do seu património, Açores, séculos XV e XVII da mesma autora. Mas há muitos outros trabalhos e projetos que tratam deste assunto, a maioria deles disponível no Repositório da Universidade dos Açores (repositorio.uac.pt). Este trabalho está dividido em cinco capítulos, primeiro analisamos as razões da expansão e o seu início, depois vamos directamente para a descoberta e povoamento das ilhas dos Açores, onde trataremos em detalhe das primeiras unidades administrativas (donatárias, capitanias e capitania-geral). No terceiro capítulo resumimos brevemente alguns obstáculos ocorridos durante o povoamento, como lutas armadas e catástrofes naturais. O quarto capítulo trata das diferenças na colonização de outros arquipélagos portugueses no Atlântico Norte - Madeira, Canárias e Cabo Verde. Descobriremos onde a forma do povoamento foi igual e onde foi diferente, e por quais razões. Outra vez vamos nos concentrar principalmente na questão das primeiras unidades administrativas, habitantes e primeiras fontes de dinheiro, ou seja, produtos cultivados e exportados. No quinto capítulo fazemos um resumo e uma conclusão do nosso trabalho e novos conhecimentos. 1 Circunstâncias históricas 1.1 Antecedentes da Expansão portuguesa Por várias razões, como eram por exemplo as mudanças políticas e militares na China, a invasão turca, falta das reservas do ouro e a Peste Negra, o comércio entre ocidente e oriente passava por uma chamada Crise do século XIV ou Crise do final da Idade Média. Havia, portanto, a possibilidade de continuar com os muçulmanos como intermediários do comércio ou encontrar um novo caminho para oeste. Portugal e Castela escolheram a segunda opção e começaram a procurar um caminho para oeste pelo mar. "O Homem da Idade Média é preferentemente terrestre. Apesar do grande número de recortes de terra e da elevada quantidade de pescadores e navegantes, a grande maioria da população europeia tinha medo da água e, particularmente, da sua extensão ou seja do Mar Oceano."3 Uma grande parte da população europeia tem medo da água no início do século XV (mesmo como nos séculos anteriores e seguintes), ainda mais do mar e do oceano. Navegar para ocidente como o lendário São Brandão4 seria arriscar e, de acordo com antigas lendas, andar perdido no oceano cheio de monstros. Os mares, e especialmente os oceanos, mais concretamente o oceano Atlântico, neste tempo foram considerados o reino dos monstros onde o homem não tinha nenhuma chance de sobreviver. Medo maior tinham as pessoas de navegar para oeste-um lugar onde o sol se perdia, enquanto que os cruzeiros para este não traziam tanto temor. Neste período, só cruzar para sul ao longo da costa era uma aventura grande e assustadora, graças às altas temperaturas ao redor da costa africana. "Desta feita, navegar em direcção contrária à terra, era, pois, como tentar viajar para lá da morte." 5 Os pescadores e navegadores viviam separados e construíram Sousa, João Silva de. A Expansão portuguesa no século XV, Parte 2 : O Medo do Mar. Artigo disponível em : http://www.arqnet.pt/portal/artigos/jss_expansao2.html (acesso : 11.4.2019). São Brandão (484-577) foi um padre e mongre irlandês, conhecido principalmente por seus cruzeiros no Atlântico. Ele dedicou a sua vida à busca da terra prometida aos santos. A sua biografia Vita Sancti Brendani do século X. tornou-se um texto de advertência e um exemplo dissuasivo para muitos. Informações disponíveis em https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Brand%C3%A3o.