<<

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

URBANISMO PELO AVESSO: PRÁTICAS URBANÍSTICAS, INCLUSÃO SOCIAL E AUTONOMIA EM CARIOCAS

Alunas: Pamella Lopes e Tatiana Medeiros Veloso Orientadora: Prof. Dra. Rachel Coutinho Marques da Silva

Introdução Até meados do século XIX, o processo de crescimento do acontece de forma pragmática com a finalidade de atender as necessidades básicas da cidade. Apesar da haver Códigos de Posturas e Regulamentos sobre a abertura de vias e projetos de obras e melhorias urbanas,e planos urbanos, como o de Beaurepaire e das Comissões Imperiais, o planejamento sistemático do solo, na forma de regulação do parcelamento, uso e ocupação do solo, só acontece a partir do século XX, quando o Distrito Federal adota os primeiros parâmetros urbanísticos a partir do Plano Pereira Passos, que estabelece os Planos de Alinhamento, e normas para abertura de vias e loteamentos. A primeira legislação urbanística em 1928 estabelece os primeiros parâmetros urbanísticos. Mas é de fato a partir do Plano Agache de 1929 que surgirá a primeira legislação compreensiva de uso e ocupação do solo do Distrito Federal, codificada no Decreto 6000/1937, de cunho funcionalista. O método funcionalista implantado possuía as seguintes premissas principais: a ordenação do fluxo da cidade e de sua malha viária, com o intuito de exercer um controle maior sobre o espaço territorial. A reforma de Passos, realizada entre 1902 e 1906, e posteriormente o plano de Agache, em 1929, ambas com base haussmanniana de caráter elitista, não se limitaram apenas ao traçado das vias e quadras; propunham também um uma nova morfologia urbana, segundo novas bases econômicas. No entanto, as propostas eram em sua maioria voltadas para as classes mais ricas, com políticas de remoção das classes mais baixas das áreas centrais, sem qualquer política de habitação social ou de crédito imobiliário, o que gera uma expulsão dessa população pobre para as áreas periféricas sem infraestrutura básica de transportes e saneamento. É em meio a esse cenário político e econômico, sem políticas sociais e de habitação social, que propiciam a ocupação irregular de terrenos públicos nas área centrais, dando início às primeiras favelas do Distrito Federal. Desta forma, durante o século XX, assiste-se ao crescimento paulatino das favelas, e apesar de ter havido alguns períodos de políticas de habitação social nos anos 40, 50 e 60, estas não foram suficientes para atender à crescente demanda por habitações, devido ao crescimento populacional e à crescente migração de populações do Norte e Nordeste do país. A política habitacional do período da ditadura militar, através do Banco Nacional da Habitação Departamento de Arquitetura e Urbanismo

(BNH) que pretendia ter um viés importante de habitação social, mostrou-se incapaz de atender aos segmentos mais pobres da população, privilegiando a construção e crédito para as classes média e alta. Desta forma a ocupação irregular de áreas e a autoconstrução foi a forma encontrada pela população pobre para fazer sua moradia. Assim, a partir dos anos 1970, há um aumento exponencial no número de favelas, e também no crescimento das favelas existentes. A política de remoção de favelas dos anos 60 e 70 aliado ao crescente modelo segregacionista e excludente de acesso à moradia digna, propiciou a criação de vários movimentos sociais em defesa das favelas e da habitação social, sendo o mais importante o Movimento de Reforma Urbana. É neste período que o conceito de “Direito à Cidade” passa a tomar corpo e ter força nas discussões e os movimentos sociais pressionam os governos a repensarem a política urbana e de habitação. Com a redemocratização do país e a Constituição Federal de 1988, a política urbana adota o princípio da função social da propriedade e diversos instrumentos urbanísticos, tributários e jurídicos são aprovados para democratizar o acesso à terra. Os princípios dos artigos 182 e 183 da CF de 1988 são finalmente codificados em lei, conhecida como Estatuto da Cidade, que reafirma o princípio basilar da função social da propriedade e estabelece as bases para os planos municipais de parcelamento, uso e ocupação do solo. Dentre outras recomendações da nova política urbana, fica consagrado as Áreas de Especial Interesse Social ou Zonas de Especial Interesse Social (ZEIS) que deveriam receber recursos e programas de urbanização e regularização fundiária. Assim, os planos diretores municipais não só passam a delimitar as ZEIS, como a propor programas para estas áreas. As bases do Programa -Bairro, por exemplo, foram delineadas no Plano Diretor Decenal da Cidade do Rio de Janeiro em 1992. Dessa forma, foi-se acumulando experiências de urbanização de assentamentos precários na cidade do Rio de Janeiro, seja no programa “Cada família, Um Lote” política habitacional realizada no Governo Brizola (1983-1986), ou no Programa “Favela- Bairro”idealizado pelo arquiteto Luiz Paulo Conde, em 1995, e posteriormente, em 2010, transformado no programa Morar Carioca pelo prefeito Eduardo Paes. Assim, quando durante o segundo governo Lula é lançado o PAC-Urbanização de Assentamentos Precários para todo o Brasil, a cidade do Rio de Janeiro já tinha uma boa experiência em projetos de urbanização de favelas. O PAC-UAP não somente colocou recursos financeiros significativos para a urbanização das favelas, como adota também programas sociais importantes, não se limitando apenas às melhorias no espaço público ou de vias. Aproxima-se Departamento de Arquitetura e Urbanismo desta forma mais com as políticas sociais dos governos Brizola no Rio de Janeiro. Dessa forma, o PAC-UAP evitou ao máximo as remoções, inserindo vários programas sociais, equipamentos públicos e infraestrutura básica. Tinha como objetivo fornecer infraestrutura urbana básica, respeitando o morador das favelas e suas raízes afetivas. De modo mais específico, o plano previa investimentos nas seguintes áreas de atuação: PAC Cidade Melhor, PAC Comunidade Cidadã, PAC Minha Casa, Minha Vida, PAC Água e Luz para Todos, PAC Transportes e PAC Energia, em que futuramente se acrescentou ao projeto a construção de Unidades Básicas de Saúde, creches, pré-escolas e postos de polícia comunitária. Apesar de toda política de desenvolvimento urbano e social, o Programa de Aceleração do Crescimento demonstrou ser um programa complexo que necessitaria de um horizonte de tempo maior, razão pela qual algumas ações previstas não puderam ser implementadas, e também não houve tempo para abranger todas as 16 regiões que se adequaram aos critérios técnicos para a escolha das áreas de intervenção. De toda a forma, o PAC trouxe muitas inovações, e uma dela foi a obrigatoriedade da participação comunitária. Um grande esforço com um significativo aporte de recursos financeiros foi feito para viabilizar a participação comunitária, por meio do Canteiro Social, também conhecido como Trabalho Social ou PAC Social. No entanto, apesar das boas intenções e das regras estabelecidas para fomentar a participação, muitos problemas ocorreram que não permitiram a efetiva participação da população. Há que se ressaltar aqui, que a participação ficou a cargo de técnicos do Estado ou do Município, com a participação de profissionais das firmas contratadas, que não foram devidamente capacitados para o trabalho com a comunidade, principalmente os profissionais terceirizados. Estes estavam muito mais a serviço de suas firmas, do que necessariamente do lado da comunidade, e muitas vezes suas preocupações com os prazos de entrega de relatórios, projetos e das obras impediam que ouvissem e incorporassem as demandas comunitárias. Desta maneira, a aproximação e participação da população nos projetos de reurbanização, que eram realizadas através de comitês e forum no Canteiro Social (local onde aconteciam debates e oficinas de sensibilização da população) ficou prejudicada pela atuação dos agentes externos. Logo, durante a pesquisa buscamos entender a relação das equipes de capacitação, das organizações não-governamentais e de residentes locais, a fim de avaliar os impactos pós-PAC nas favelas objeto do nosso estudo, e também verificar se a participação estimulada pelo processo do PAC-Social resultou em aumento dos níveis de participação e ativismo comunitário.

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Áreas de estudo A pesquisa engloba três favelas no Rio de Janeiro que receberam recursos e obras do PAC-UAP (PAC Urbanização de Assentamentos Precários): Rocinha, Cantagalo/Pavão- Pavãozinho e Babilônia/Chapéu . Além de terem recebido importantes obras públicas por meio do PAC-UAP, tiveram também Unidades de Polícia Pacificadora nelas instaladas, e possuem um histórico de ações comunitárias seja por meio de ONGs, coletivos, ou por meio de Associação de Moradores. Por razões práticas, o trabalho foi dividido entre nós, as duas bolsistas da pesquisa da seguinte forma: ambas trabalhamos a comunidade da Rocinha, enquanto a comunidade Cantagalo/Pavão-Pavãozinho foi analisada por Tatiana Veloso e a comunidade Babilônia/Chapéu Mangueira por Pamella Lopes.

■ Comunidade da Rocinha

Fonte: ciespi

Dados Estatísticos:

Área Ocupada: 58,97% (Fonte: IPP/DIC – Gerência de Estudos Habitacionais) Área (m²): 838.648 (Fonte: IPP - 2018) População: 69.156 (Portal Geo Rio - Censo Março 2010) Número de Domicílios: 25.135 (Portal Geo Rio - Censo Março 2010)

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Obras do PAC: O projeto, iniciado em 23/07/2007, foi realizado em duas etapas, ambas as quais foram paralisadas antes da conclusão. A primeira etapa, com 73,63% das obras concluídas, teve o custo de 122,02 milhões de reais, enquanto a segunda, com 44% das obras concluídas, de 156,78 milhões. (Fonte: Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação - Ficha do Empreendimento. 05/02/2019) As principais obras realizadas foram: 1. Construção de equipamentos públicos, como o Complexo Esportivo, a UPA e a Biblioteca Parque. 2. Alargamento e pavimentação da Rua 4 (antes um beco) 3. Construção de 144 unidades habitacionais, destinadas a famílias que tiveram suas casas desapropriadas para as obras ou retiradas de áreas de risco.

■ Comunidade Cantagalo/Pavão-Pavãozinho

Mapa mostrando Pavão-Pavãozinho e Cantagalo. Fonte: SABREN.

Dados estatísticos:

Área (m²): 65.098 (Fonte: IPP - 2018) População: 5.567 (Portal Geo Rio - Censo Março 2010) Número de Domicílios: 1.840 (Portal Geo Rio - Censo Março 2010)

Obras do PAC: Departamento de Arquitetura e Urbanismo

O projeto, iniciado em 09/10/2007, foi realizado em duas etapas, sendo a primeira concluída em 30/03/2015, custando 39,73 milhões de reais e a segunda paralisada por motivos técnicos, já tendo custado 35,99 milhões de reais. Apenas 40% das obras da segunda etapa foram executadas. (Fonte: Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação - Ficha do Empreendimento. 05/02/2019) As principais obras realizadas foram: Na primeira etapa: 1. Construção de 120 unidades habitacionais, destinadas a famílias que tiveram suas casas desapropriadas para as obras ou retiradas de áreas de risco; 2. Implantação de rede de esgotamento sanitário, rede de água potável, rede de drenagem pluvial e uma galeria de drenagem da Rua Sá Ferreira; 3. Pavimentação de becos, vielas e escadarias; 4. Construção de escadarias em áreas de difícil acesso e do Beco do Amor Perfeito, ligando a Rua Saint Roman à área do Casarão, para melhorar o acesso. A segunda etapa previa a construção de mais 104 unidades habitacionais, o alargamento de vias (Rua Custódio de Mesquita e Av. Pavão e ligação da Av. Pavão à Rua Saint Roman); a recuperação da Estrada do Cantagalo; a construção de equipamentos comunitários (quadra poliesportiva e Largo do ); além de obras complementares de infraestrutura.

■ Comunidade da Babilônia/Chapéu Mangueira

Mapa mostrando Babilônia e Chapéu Mangueira. Fonte: http://trilhatranscarioca.com.br/unidades-de-conservacao/. Acesso em: 21/06/2019 Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Dados estatísticos:

Babilônia: Chapéu Mangueira: Total:

Área: 83.731m² Área: 34.595m² Área:118.326 m² População: 1.288 População: 3.739 População: 2.451

N° de Domicílios: 777(Portal Geo Rio - Censo Março 2010 Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Obras do PAC: Diante de um cenário do Rio pré- olímpico, a principal meta foi reassentar famílias que viviam em áreas de risco, com a favela da Babilônia não foi diferente. O sucesso da iniciativa voltada para sustentabilidade e trilhas ecológicas, parece que foi uma das prioridades das obras do PAC, assim como investimentos em painéis solares e arquitetura verde. Além disso, as famílias que habitavam em áreas de risco participaram do programa “aluguel social”, e mais tarde receberam apartamentos. A ideia era implantar dois conjuntos habitacionais, o chamado HAB-2 (921,52 m²) e o HAB-3. Mas obras do HAB 1, previsto para a Chapéu Mangueira, não foi adiante; e o HAB-3 teve reduzido de quatro para dois o total de pavimentos. Outras obras previstas eram a das vias principais, que foram pavimentadas–com asfalto de pneu reciclado–e ampliadas e os sistemas de drenagem foram expandidos e reforçados. As ruas pavimentadas facilitaram o acesso a grande parte da comunidade e é importante, sobretudo, para o acesso de serviços de emergência. Apesar disso, as obras não foram concluídas como um todo, apenas parte do trajeto originalmente foi de fato implantado. Resultados e Discussões

As tabelas que criamos apresentam a seguinte configuração:

Print Screen da tabela feita pelas bolsistas no programa Access, com dados coletados sobre as iniciativas/ ONGs na Rocinha. Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Print Screen da tabela feita pelas bolsistas no programa Access, com dados coletados sobre as iniciativas/ ONGs na Rocinha.

A partir dos dados da tabela, geramos essas fichas, que identificam cada ONG ou iniciativa, facilitando a visualização.

Print Screen da tabela feita pelas bolsistas no programa Access, com dados coletados sobre as iniciativas/ ONGs na Rocinha.

Com esse banco de dados criado, foi possível também a realização de buscas específicas com o objetivo de analisar os dados, como por exemplo a identificação de todas as iniciativas/ONGs, dentre as que encontramos, que foram criadas após o início do PAC em cada comunidade. Departamento de Arquitetura e Urbanismo

A seguir, fazemos uma análise das informações coletadas.

■ Rocinha (Tatiana e Pamella)

Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Mapa produzido pelo bolsista de apoio técnico João Brum Rodrigues, mostrando a localização das iniciativas para as quais encontramos um endereço definido.

Na Rocinha, encontramos um total de 82 ONGs e iniciativas. Percebemos que um número significativo delas têm sede no Complexo Esportivo da Rocinha ou na Biblioteca Parque (cinco no Complexo e quatro na Biblioteca) , construídos pelo PAC e inaugurados em 2010 e 2012, respectivamente. Esse dado é importante pois se trata de dois equipamentos resultantes das obras do PAC que desempenham hoje uma função agregadora, acolhendo iniciativas de mobilização social e cultural. Importante mencionar que, dentre essas iniciativas, nem todas foram criadas após a construção dos equipamentos, algumas já existiam e se realocaram para lá. A ONG mais divulgada pela mídia, o Instituto Reação, que atende mais de 1300 crianças e jovens, tem sua sede no Complexo Esportivo.

Complexo Esportivo da Rocinha Fonte: http://arqguia.com/wp-content/uploads/2015/09/Imagem-026.jpg. Acesso em: 16/06/2019

Outra observação importante é que um número considerável (quatorze, no total) se concentra na Estrada da Gávea, principal via da Rocinha e local mais acessível para visitantes externos. É nela, inclusive, que se localizam os equipamentos mencionados acima (o Complexo Esportivo tem como endereço Rua Bertha Luz, 84, mas na prática, consideramos como Estrada da Gávea). Identificamos dezesseis iniciativas que foram criadas após o PAC na Rocinha, enquanto a maioria (sessenta e seis) foi criada antes. A Rocinha já tem tradicionalmente um histórico de numerosas ONGs e iniciativas comunitárias atuantes, o que explica esse fato. Tivemos Departamento de Arquitetura e Urbanismo dificuldade em encontrar dados sobre essas iniciativas mais antigas, tanto na pesquisa virtual quanto através das entrevistas, visto que a grande maioria dos entrevistados conhecia poucas ONGs em geral. No entanto, o fato de terem surgido dezesseis iniciativas em 7 anos (2010-17), oito das quais fundadas por moradores, é significativo. Quanto às temáticas, verificamos que, entre as iniciativas comunitárias criadas após o início do PAC, destacam-se as que trabalham com informação (jornais comunitários impressos ou virtuais, páginas comunitárias nas redes sociais que divulgam informações básicas voltadas para o dia-a-dia dos moradores), especialmente as que, além disso, articulam os moradores e realizam ações sociais, como a página Rocinha.ORG. Além de divulgar notícias, informações sobre falta de luz, tiroteios e operações policiais, oportunidades de empregos ou cursos gratuitos, eventos, comércios e serviços de moradores, até documentos perdidos, essa ONG comunitária realizou um programa que oferecia ingressos gratuitos para cinema e teatro aos moradores, facilitando o seu acesso a esses equipamentos culturais. As iniciativas fundadas por moradores que trabalham com cultura, arte e intervenções urbanas também se destacam entre as que surgiram após o início do PAC. O Museu Sankofa - Memória e História da Rocinha, criado em 2008, já realizou exposições interativas em espaços públicos da favela e coletas de histórias dos moradores. Em 2017, inaugurou o site Memória Rocinha, em parceria com o Instituto Moreira Salles. A plataforma conta com informações, vídeos e imagens georreferenciadas de pontos notáveis da comunidade, associando imagens históricas do acervo do IMS a informações atuais coletadas pelos moradores. Verificamos ainda dois coletivos ligados à arte e a intervenções urbanas: InterVem Favela e Igreja do Mundo da Arte. Enquanto não conseguimos determinar se o primeiro ainda está ativo, o segundo, criado pelo artista plástico Maxwell Alexandre, cresce progressivamente em atividade e abrangência, realizando exposições itinerantes pela cidade e mobilizando artistas, além de promover eventos na comunidade. Outra iniciativa de atuação forte, fundada após o PAC por moradores e não moradores, é a ONG Favela Verde, criada em 2011, que realiza atividades de educação ambiental, intervenções de qualificação urbana e empreendedorismo. Dentre as iniciativas fundadas por moradores antes do PAC, destacam-se as creches comunitárias (identificamos seis, fundadas nas décadas de 1970 e 80). Quanto a ONGs externas, as mais numerosas são as de caráter assistencialista nas áreas de educação e esportes. Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Gráfico produzido pelo bolsista de apoio técnico João Brum Rodrigues.

Com as doze entrevistas com moradores da Rocinha não vinculados a ONGs e iniciativas, tivemos um resultado que contrasta com os dados pesquisados anteriormente: apesar de termos encontrado mais de 80 iniciativas através da pesquisa virtual, a grande maioria das pessoas entrevistadas conhecia poucas ONGs atuantes, muitas vezes citando apenas o Instituto Reação, que pareceu ser a mais conhecida. Perguntamos se podiam citar alguma ONG atuante no local, se conhecem alguma iniciativa de moradores, como a população se envolve com essas iniciativas e, por fim, qual foi o impacto do PAC no local e como é a opinião da pessoa em relação ao projeto. Em geral, as pessoas mais jovens que entrevistamos eram as que tinham maior conhecimento sobre as iniciativas, especialmente as páginas virtuais informativas criadas por moradores, citadas anteriormente, que realizam ações sociais (foram citadas a Rocinha.ORG e a Rocinha em Foco). Também foram consideravelmente as creches comunitárias geridas por moradores, especialmente o Centro Comunitário da Rua 02. Um dos entrevistados citou a ONG Departamento de Arquitetura e Urbanismo italiana que havíamos incluído na tabela, responsável pela Escolinha Saci Sabe-Tudo, a qual conhecia pois sua esposa trabalhava ali. Na maioria das entrevistas ouvimos que a população em geral não se envolve muito com as iniciativas, por falta de tempo ou conhecimento. Apenas dois entrevistados, ambos na faixa dos vinte e poucos anos, afirmaram que a população é engajada com essas práticas, e ambos mencionaram as páginas virtuais comunitárias como atuantes. Em relação ao PAC, a resposta de que ele trouxe melhorias para a vida dos moradores foi unânime, sendo as obras mais destacadas a criação do Complexo Esportivo e a abertura da Rua 4, seguidos pela implantação da UPA, a construção do Condomínio na Rua 4 (para pessoas que tiveram suas casas desapropriadas e pessoas com mobilidade reduzida) e pela criação da Biblioteca Parque. Três entrevistados mencionaram que o PAC gerou empregos bem remunerados. No entanto, além de apresentarem essas opiniões positivas, muitos entrevistados também fizeram críticas: alguns mencionaram a incompletude do projeto, que prometeu obras que não foram concluídas, como a do teleférico e mais obras de saneamento básico do que foram realizadas. Outra crítica foi o fato de que o projeto não resolveu o principal problema da Rocinha, o saneamento básico (segundo os entrevistados que deram essa resposta).

■ Pavão-Pavãozinho (Tatiana) No PPG (Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo) encontrei quarenta e quatro iniciativas e ONGs, fundadas por moradores ou não (optamos por considerar ONGs localizadas no Cantagalo, além do Pavão-Pavãozinho, após percebermos que a atuação destas abrangia todo o complexo). Um número muito elevado, considerando que foi mais do que a metade do que encontramos na Rocinha, que é quase sete vezes maior que o complexo em número de habitantes (Portal Geo Rio - Censo Março 2010). Assim como no Complexo Esportivo e na Biblioteca Parque da Rocinha, também há uma concentração de ONGs em um mesmo edifício: o CIEP Presidente João Goulart (Rua Alberto de Campos, nº12), no Cantagalo, onde doze iniciativas e ONGs identificadas têm suas sedes. Assim como os equipamentos citados acima, da Rocinha, o edifício do CIEP é de fácil acesso a pessoas externas à comunidade, feito a partir de . Departamento de Arquitetura e Urbanismo

CIEP Presidente João Goulart Fonte: https://pin.it/wa5cjy4kcybkwf . Acesso em: 16/06/2019

Importante ressaltar que nessa comunidade se localizam núcleos de ONGs de grande porte e atuação em nível nacional e internacional, como Afroreggae, Dançando para não Dançar e Viva Rio (todas no edifício do CIEP). Em 2018, a Viva Rio realocou sua sede, antes na Glória, para o Cantagalo, onde já mantinha um núcleo e realizava projetos. Desde então, a ONG gerencia seu projeto Favela Hub (criado em julho de 2018) no local. Consiste em um polo de inovação social, com a função de incubar negócios e iniciativas (de moradores ou não), realizar oficinas gratuitas de capacitação, organizar eventos, além de oferecer um espaço de coworking. A partir de uma pesquisa e acompanhamento contínuo do projeto nas redes sociais, foi possível verificar sua atuação constante. Essa iniciativa pode ter um impacto significativo no local, incentivando o empreendedorismo. Verifiquei, inclusive, que algumas iniciativas e ONGs comunitárias que precedem o Favela Hub estão hoje (2019) sendo incubadas pelo projeto. Além disso, com a incubação de iniciativas comunitárias e ONGs de origem externa à comunidade, que passam a ter como sede o edifício do CIEP, a atuação destas pode tornar-se mais intensa no próprio PPG. O coletivo Planta na Rua, criado em Santa Teresa, por exemplo, promove ações de limpeza e manutenção da trilha ecológica Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, que começa no jardim do edifício do CIEP. Foram encontradas dezessete iniciativas que surgiram na comunidade a partir de 2007, oito das quais fundadas por moradores, o que indica que esse foi um período de acelerada mobilização. Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Verifica-se que, dentre as iniciativas de moradores criadas após o início PAC, predominam, assim como na Rocinha, as relacionadas a cultura, arte e informação voltada para o cotidiano dos moradores. O Museu de Favela, ONG fundada em 2007, é um ecomuseu, que trata do espaço físico das favelas do Cantagalo, Pavão e Pavãozinho como museu. Além de promover um reconhecimento e valorização do território e da vida e da cultura dos moradores, atuando com turismo cultural e ambiental o MUF tem um papel fundamental na realização de eventos, mostras livres de cinema seguidas de debate, biblioteca itinerante, aulas gratuitas diversas. Essas ações ocorrem em diferentes territórios no Complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo. Nesses eventos, conta-se com a participação e colaboração dos outros moradores, que se mobilizam para cozinhar e fornecer refrigerantes e eletrodomésticos. O Museu também promove mutirões de limpeza. Também na temática da arte, cultura e território, destaca-se o coletivo Ninho das Águias, realizando oficinas e eventos culturais variados, como workshops de artesanato, pintura, costura, graffiti, filmagem e fotografia; além de recreação, reforço escolar e exibições de filmes, assim como a organização de eventos para a comunidade. Atuam também na requalificação e construção de espaços públicos, como praças e mirantes, como o Mirante do Vietnã, o Mirante do Pavão, geralmente através de mutirões. Os projetos são desenvolvidos em conjunto com outros moradores. Destaca-se também o grupo Teatre-se, grupo teatral de jovens mulheres do Pavão- Pavãozinho e Cantagalo (fundado em 2013). Busca valorizar a cultura local, a cultura negra e favelada e empoderar as jovens através de oficinas de artes cênicas, espetáculos teatrais e rodas de diálogo internas e externas ao grupo, que já trataram de temas como feminismo, liberdade religiosa, educação sexual, gênero e racismo, entre outros. Já realizou, também, oficinas de preparação de jovens para o mercado de trabalho, e divulga, em sua página no Facebook, oportunidades de cursos e oficinas diversos. O grupo foi responsável pela concepção e organização do festival “Favela Mulher: Feminismo, Cultura Negra e Favelada”, em maio de 2017, no espaço do Afroreggae no Cantagalo. O evento contou com mesas de debates, apresentações culturais, exibição de documentário e microfone aberto para o debate. De modo geral, percebemos que o debate sobre questões políticas e sociais se intensificou nas iniciativas após o PAC. Quanto às mídias comunitárias, assim como na Rocinha, também verificamos sua atuação constante na divulgação de eventos, cursos de capacitação, oficinas e cursos, oportunidades de emprego, imóveis para aluguel, vagas e funcionamento de escolas e creches, Departamento de Arquitetura e Urbanismo reuniões comunitárias, atuação de ONGs, serviços em postos de saúde, empreendimentos de moradores, eventos de entretenimento, a situação atual da infraestrutura local (se o bondinho e os elevadores estão funcionando, falta de energia ou água), e ações policiais em curso. Destacam-se o PPG informativo, jornal virtual comunitário por meio de listas de whatsapp e página no Facebook, e o PPG Social, página no Facebook que, além da atuação descrita acima, também organiza oficinas e eventos de lazer. Dentre as ONGs fundadas por não moradores antes do PAC, destacam-se algumas divulgadas internacionalmente, como o Afroreggae (ONG de atuação intermunicipal, oferecem oficinas de artes circenses, com a possibilidade de profissionalização, além de outras oficinas, de grafitti, de dança, fotografia e audiovisual). A ONG Dançando para não Dançar, criada em 1995, oferece formação de balé para crianças. Também são oferecidas aulas de reforço escolar e de idiomas (inglês e alemão). A Associação oferece ainda assistência médica, odontológica, acompanhamento psicológico e fonoaudióloga, além de assistência social. Verificamos que esse caráter assistencialista predomina nas ONGs anteriores ao PAC fundadas por não moradores.

■ Babilônia (Pamella)

Após uma série de pesquisas sobre os PPG nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira, foi possível identificar 15 iniciativas e ONGs, fundadas por moradores ou não. Optamos por considerar ONGs localizadas nas duas áreas citadas acima, pois percebermos que a atuação destas abrangia todo o complexo. Um número considerável, porém não tão elevado se comparado com a região do Pavão-Pavãozinho e com a favela da Rocinha. Porém, deve-se levar em conta a área das comunidades anteriormente mencionadas, visto que se compararmos com a favela da Rocinha, verificamos que seu território compreende cerca de dez vezes mais do território da comunidade da Babilônia.

Assim como nas outras comunidades estudadas, a maior parte das ONG’s e iniciativas se concentra na rua de principal acesso à localidade, que no caso da Babilônia e Chapéu mangueira é a rua Ary Barroso. Diante de um processo de coleta de dados, podemos perceber que os principais núcleos de atuação na comunidade em questão estariam envolvidos com temas relacionados à educação e a sustentabilidade. Acreditamos que a quantidade de ONG’s voltadas para a questão ambiental presentes na comunidade, foi impulsionada pela questão geográfica, a presença de mata atlântica ao redor da comunidade, que conforme se expandia, colocava em risco cada vez mais a preservação da mata. Além disso, a comunidade conta com um passado Departamento de Arquitetura e Urbanismo marcado de tragédias ambientais o que despertou na população, uma necessidade de promover um trabalho constante de reflorestamento e preservação da área.

Uma das iniciativas de moradores encontradas na favela é o efetivo da Coopbabilônia, que além de trabalhar em toda a área reflorestada, os moradores também atuam como guias turísticos.

Tal iniciativa teve início no ano de 2000, e conta com grandes parceiros externos como o shopping Rio Sul, o Instituto de educação ambiental Moleque Mateiro e com o apoio do Exército, que ajudam a manter o projeto. Associada a CoopBabilônia, identificamos o Instituto de educação ambiental Moleque Mateiro, já referido anteriormente, que desenvolve projetos e cursos com ênfase no contato direto com a natureza, criando uma responsabilidade ambiental na população. Departamento de Arquitetura e Urbanismo

Identificamos também, que a comunidade detinha outra grande parte iniciativas de moradores a fim de promover a inclusão social, e programas que auxiliassem na educação. Um desses programas, muito conhecido na região era a Escolinha da Tia Percilia, fundada em 1991. A escola foi fundada como um reforço, que visava criar um espaço para auxílio escolar, e também como um suporte para as crianças após o turno escolar.

A instituição ganhou força na comunidade, e atendia 139 crianças. A associação contava com um apoio externo de uma Fundação Sueca, essencial para a sua manutenção e Departamento de Arquitetura e Urbanismo funcionamento. Em 2017, a perda do convênio com a Prefeitura do Estado do Rio de Janeiro, e posteriormente com a perda do financiamento Sueco, culminaram no fechamento da instituição. A fim de relacionarmos a abertura e o fechamento de algumas destas 15 iniciativas encontradas, identificamos que a maior parte das organizações fundadas tiveram início entre os anos de 1976 e 1989, além disso, outra grande parte se instalou entre os anos de 2004 e 2009. Posterior a estas datas, houve um grande percentual de fechamentos, que giravam em torno da mesma problemática: falta de recursos e financiamentos. Metodologia

Trabalhamos com a coleta de dados primários sobre as ONGs e iniciativas, através de pesquisas em sites das próprias iniciativas e suas redes sociais, assim como por entrevistas com moradores. Realizamos também uma visita a campo, acompanhadas de mediadoras locais, na qual, através de observação e do diálogo com as mediadoras, conseguimos mais informações sobre a situação atual do local (no caso, o Complexo do Pavão-Pavãozinho-Cantagalo. O trabalho foi realizado com dados secundários, ao buscarmos matérias em jornais (comunitários ou não) e coletarmos teses e artigos sobre o tema. Realizamos o levantamento e verificação da atuação das ONGs e iniciativas comunitárias nas comunidades estudadas por meio de pesquisa em páginas comunitárias nas redes sociais, sites de jornais comunitários, procurando as páginas das próprias ONGs e iniciativas nas redes sociais. O levantamento no Pavão-Pavãozinho-Cantagalo foi feito pela bolsista Tatiana, na Babilônia-Chapéu-Mangueira pela Pamella, e os dados da Rocinha foram levantados em conjunto. A opção de trabalharmos juntas na Rocinha se deu em função da elevada carga de trabalho exigida nesse caso em comparação às outras comunidades, já que a Rocinha possui uma complexidade maior, sendo consideravelmente maior em área, população, e em número de ONGs (acabamos encontrando mais de 80 ONGs e iniciativas). Construímos uma tabela para cada comunidade no programa Access, incluindo, sempre que possível, os seguintes dados sobre as ONGs e iniciativas levantadas: nome; temática; quantidade de pessoas atendidas; público alvo; ano de fundação; endereço; responsável/ grupo coordenador; se fundada ou não por moradores; apoio/ patrocínio; tipo; se a atuação é interna ou externa à comunidade; se está em atividade ou desativada; além de um texto descrevendo sua atuação. A partir dessas tabelas, geramos fichas de identificação para cada iniciativa ou ONG, para facilitar a visualização. Elaboramos um roteiro de entrevistas, com três diferentes questionários para serem aplicados: um voltado para dirigentes, coordenadores (as) ou funcionários (as) de ONGs; um Departamento de Arquitetura e Urbanismo para moradores (as) da comunidade fundadores, coordenadores ou envolvidos com iniciativas comunitárias locais; e um voltado para moradores em geral. Realizamos doze entrevistas com moradores da Rocinha utilizando o roteiro elaborado e o terceiro questionário citado anteriormente. Nessa etapa, realizamos as entrevistas em locais externos à comunidade, como a PUC, e algumas foram realizadas por email. Registramos as respostas em um arquivo para consulta. Paralelamente, realizamos o levantamento de dados estatísticos, mapas, dados sobre o projeto do PAC e bibliografia para as favelas estudadas. Pesquisamos em plataformas oficiais da Prefeitura, como o DataRio e o SABREN; coletamos pesquisas já realizadas que levantaram esses dados e desenvolveram mapas; pesquisamos notícias em sites de jornais, comunitários ou não; realizamos pedidos na plataforma de acesso à informação do governo federal para conseguir documentos do PAC e buscamos a bibliografia na plataforma de periódicos da capes. Foi feita uma visita de campo ao Cantagalo, acompanhada da orientadora, (a professora Rachel Coutinho) de mediadoras (Márcia Souza e Cristina) do Museu de Favela (MUF). Conclusões No que se refere à Rocinha, encontramos um total de 82 ONGs, coletivos e mídias comunitárias, sendo 28 iniciativas da comunidade, e 8 destas criadas por moradores após o início do PAC em 2007, com predomínio das relacionadas à arte e cultura, seguidas das mídias comunitárias. As ONGs pré-PAC eram predominantemente de caráter assistencialista. A análise dos mapas de localização espacial permitiu verificar que existe uma concentração mais intensa de ONGs fundadas por moradores antes do período do PAC-UAP na região próxima ao acesso principal da Rocinha. As instituições fundadas pós-PAC, seja por moradores ou não, concentram-se mais no interior da favela. Destas, 9 têm sede no Complexo Esportivo da Rocinha (2010) ou na Biblioteca Parque (2012), ambos construídos pelo PAC. Estes prédios abrigam novas e antigas ONGs. As entrevistas realizadas na Rocinha indicaram que a maioria dos moradores desconhece a maior parte das ONGs, coletivos ou entidades comunitárias. As mais conhecidas eram o Instituto Reação ou as mídias comunitárias, que divulgam informações cotidianas a moradores e realizam ações sociais (como a Rocinha em Foco e Rocinha.ORG). O desconhecimento sobre as ONGs foi atribuído à falta de tempo dos moradores ou à falta de divulgação. No Pavão-Pavãozinho-Cantagalo, foram encontradas 43 ONGs, coletivos e mídias comunitárias, sendo 15 iniciativas da comunidade, e 8 destas fundadas por moradores após o início do PAC, com predomínio das relacionadas à arte e cultura, assim como na Rocinha, mas com um destaque para iniciativas ligadas a empreendedorismo com grande atuação. Verifica-se Departamento de Arquitetura e Urbanismo também uma concentração de iniciativas (tanto as fundadas antes quanto depois do PAC) no edifício do CIEP, com 12 sedes de iniciativas, e fácil acesso de visitantes. Na Babilônia-Chapéu-Mangueira, foi possível identificar 15 iniciativas e ONGs, fundadas por moradores ou não. Podemos perceber que as de maior atuação estão localizadas no principal acesso a comunidade, na Ladeira Ary Barroso, com caráter em sua maioria assistencialista e voltadas para sustentabilidade. É perceptível que um dos coletivos com mais destaque após o ano 2000 é o efetivo da Coopbabilônia. Fundado por moradores, recebeu apoio do programa de aceleração do crescimento, devido ao cenário de Rio-olímpico, por estar voltada para questão turística. Referências bibliográficas e principais documentos consultados

COMCAT: Comunidades Catalisadoras. Rio on Watch: Relatos das Favelas Cariocas. Disponível em: Acesso em: 15 de dez. de 2018

COUTINHO M. DA SILVA, Rachel (org.) A Cidade pelo Avesso: desafios do urbanismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Viana & Mosley e Editora PROURB, 2006.

COUTINHO M. DA SILVA, RACHEL. “A urbanidade na cidade contemporânea entre fronteiras e trincheiras”, In Rachel Coutinho M. da Silva (org.), A Cidade pelo Avesso: desafios do urbanismo contemporâneo, Rio de Janeiro: Viana&Mosley/PROURB, 2006, pp. 23–40.

DUTRA, T. C. Comelli. “Upgrading Informal Settlements - Between Dystopia and Social Change in Favelas of Rio de Janeiro”, Dissertação de Mestrado, Universitat Internacional de Catalunya, UIC, Espanha, 2015.

FALA ROÇA. Mapa Cultural da Rocinha. Disponível em: . Acesso em: 18 de out. de 2018

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1994 (3ª ed.).

FRIEDMANN, J. Empowerment: The politics of alternative development, Blackwell, Cambridge, 1992. Departamento de Arquitetura e Urbanismo

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO. SABREN. Disponível em: . Acesso em: 20 de fev. de 2019.

SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO. Ficha do Empreendimento PAC Rocinha. 05 de fev. de 2019.

GOHN, M. da Gloria. “Sociedade Civil no Brasil: movimentos sociais e ONGs”, In Meta Avaliação, v. 5, n. 14, pp. 238-253, mai./ago. 2013.

GONDIM, Linda M. Pontes. “Movimentos sociais contemporâneos no Brasil: a face invisível das Jornadas de Junho de 2013” In Polis Revista Latinoamericana [En línea], 44 | 2016, (http://polis.revues.org/11944).

HARVEY, David. Espaços de Esperança. São Paulo: Edições Loyola, 2004.

HOLLANDA, H. Buarque. Coletivos, In http://www.heloisabuarquedehollanda.com.br/coletivos/, acesso em setembro de 2016.

JOVCHELOVITCH, Sandra. Sociabilidades Subterrâneas: identidade, cultura e resistência em favelas do Rio de Janeiro. Brasília: UNESCO, 2013.

LEFEBVRE, Henri. A revolução urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro, 2001 (original Le Droit à la ville).

MAZETTI, H. “Resistências criativas: os coletivos artísticos e ativistas no Brasil” In Lugar Comum n.25-26, pp. 105-120.

MELAZZO, Everaldo Santos; GUIMARÃES, Raul Borges (orgs). Exclusão Social em Cidades Brasileiras: um desafio para as políticas públicas. São Paulo: Editora UNESP, 2010.

ROLNIK, Raquel. Guerra dos lugares: A colonização da terra e da moradia na era das finanças. São Paulo: Boitempo, 2015.