DISSERTAÇÃO Pedro Henrique De Oliveira Germano De
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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA GERMANO DE LIMA CONSTITUIÇÃO DA PESSOA OGÃ NO XANGÔ/CANDOMBLÉ DO RECIFE (O MODELO NAGÔ DO ILÊ OBÁ AGANJÚ OKOLOYÁ) RECIFE 2016 1 PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA GERMANO DE LIMA CONSTITUIÇÃO DA PESSOA OGÃ NO XANGÔ/CANDOMBLÉ DO RECIFE (O MODELO NAGÔ DO ILÊ OBÁ AGANJÚ OKOLOYÁ). Dissertação apresentada apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia, da Universidade Federal de Pernambuco, como requesito parcial para a obtenção do título de Mestre em Antropologia. Orientadora: Profª. Drª. Roberta Bivar Carneiro Campos RECIFE 2016 2 Catalogação na fonte Bibliotecária Maria Janeide Pereira da Silva, CRB4-1262 L732c Lima, Pedro Henrique de Oliveira Germano de. Constituição da pessoa ogã no xangô/candomblé do Recife (o modelo nagô do Ilê Obá Aganjú Okoloyá – 2016. 134 f. : il. ; 30 cm. Orientadora: Profª. Drª. Roberta Bivar Carneiro Campos. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Pernambuco, CFCH. Programa de Pós-graduação em Antropologia, Recife, 2016. Inclui referências. 1. Antropologia. 2. Religião. 3. Cultos afro-brasileiros. 4. Candomblé. 5. Xango (Orixá). I. Campos, Roberta Bivar Carneiro (Orientadora). II Título. 301 CDD (22. ed.) UFPE (BCFCH2017-286) 3 PEDRO HENRIQUE DE OLIVEIRA GERMANO DE LIMA CONSTITUIÇÃO DA PESSOA OGÃ NO XANGÔ/CANDOMBLÉ DO RECIFE (O MODELO NAGÔ DO ILÊ OBÁ AGANJÚ OKOLOYÁ). Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia, da Universidade Federal de Pernambuco, como requesito parcial para a obtenção do título de Mestre em Antropologia. Aprovada em: 19 /02 / 2016. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________________________ Profª. Drª. Roberta Bivar Carneiro Campos (Orientadora) Universidade Federal de Pernambuco ______________________________________________________________________ Profª Drª. Mísia Lins Reesink (Examinadora Titular Interna) Universidade Federal de Pernambuco _____________________________________________________________________________ Profª. Drº Zuleica Dantas Pereira Campos (Examinadora Titular Externa) Universidade Católica de Pernambuco 4 AGRADECIMENTOS A Ogum, que tudo fez por mim até hoje. Essa é a parte mais livre desse trabalho, mas que não deixa de ser importante. Foram muitas pessoas que contribuíram para a sua construção. Não sei se vou conseguir lembrar todas, mas caso alguma fique de fora ou seja mencionada em último não foi por questão de grau de importância. A todos sou grato na mesma medida. Tenho duas famílias que contribuíram muito para a realização dessa empreitada. A minha família biológica, mãe, pai, irmã e avó foram mais que importantes nesse processo. Agradeço minha mãe, Juvina, pelos cafés e almoços, a painho Ednaldo pelas caronas, a Juliana, minha irmã, pelas conversas descontraídas e pelo incentivo a continuar estudando e a minha avó por me mandar dormir quando me via acordado de madrugada lendo ou escrevendo. Realmente eu estava morto de cansado e não dava o braço a torcer, só dormia mesmo quando vó Tereza me lembrava que eu tinha que descansar. Queria agradecer ao falecido cachorro Beethoven, que me acompanhou em alguns momentos na escrita do projeto de mestrado. A minha família de santo do Ilê Obá Aganjú Okoloyá. A Mãe Amara Mendes por ser o esteio da casa. Seu Axé, que é o Axé de Aganjú, é aquele que sustenta a todos que resolvem ingressar na vida religiosa do terreio. A Maria Helena Sampaio, minha madrinha e conselheira que também é minha mãe, à senhora que sempre me ajudou sem nunca pedir nada em troca, fica aqui minha eterna gratidão. Às madrinhas, Gabriela e Hellaynne, obrigado pelos cuidados e ensinamentos. Obrigado aos meus irmãos de santo por me ensinarem tantas coisas, pela convivência, pelas conversas, pelas brincadeiras que serviam para descontrair a tensão da manipulação com o sagrado. Agradeço especialmente aos ogãs Diego Barreto, Pedro, Leno, Rafael de Xangô e Rafael de Oxalá pelas ótimas contribuições para efetivação dessa pesquisa. Aos irmãos do Ilê, Ana Luiza (ou simplesmente Lua) Hyago, Bileque, Fernanda, Aurora, Yaomin, Ester, Anaxé, Vera, a consciência de Erica, Barbara, Abelardo, Rosa, Irys, Luizinho, Adonis, Daniel e todos os irmãos que me ajudam a viver. A Ligia, que contraria as classificações de parentesco. Ligia que é minha esposa e irmã de santo. Também minha conselheira e amiga. Obrigado por dividir comigo todos os momentos que vivemos e os que ainda estão por vir. A você, agradeço por me tornar quem sou hoje. Eu deveria colocar os apelidos... mas, ficarei por aqui para evitar uma face de Hello Kitty. Ligia, obrigado de verdade por tudo que você me fez, as palavras não conseguem descrever o quanto lhe sou grato. 5 Obrigado aos amigos da UFPE pela contribuição desse trabalho, aos mais epistêmicos e aos mais polêmicos. Aqueles que partilhavam os cafés, textos, vídeos, resenhas das aulas e contribuições das mais variadas. Gostaria de agradecer especialmente a Cleonardo pelas grandes contribuições e ajudas em minha caminhada. Também a Robertinho, Genaro, Alice, Polly (xovem), Rafael e Fernando baobá, Hissa. Ao pessoal do ORIAPE – Jana, Raoni e José Wellington (e a Ligia mais uma vez), vocês foram fundamentais em minha trajetória intelectual. Ao pessoal de turma de mestrado como um todo. Estamos no caminho. Quero questões! Onde está o Roberto Cardoso de Oliveira? Queria agradecer também aos professores, Salete, Peter, Antonio Motta, Roberto Motta e Roberta Campos. Também deixo registrados meus agradecimentos a todos os professores do PPGA/UFPE. A Antonio Motta e a Peter eu gostaria de registrar total admiração em mapear e desvendar tantas sub-sub-áreas do conhecimento, especialmente os novos desdobramentos da xangologia, da qual faço parte. Prometo sempre que ver alguma nova área registrar e enviar a vocês para que acrescentem a enciclopédia. Gostaria de deixar registrada minha profunda admiração por Roberto Motta e Zuleica Dantas que participaram de minha banca de qualificação no mestrado. Suas contribuições foram de primeira grandeza. Mísia Lins Reesink e Zuleica Dantas (mais uma vez), obrigado por aceitarem compor a banca de avaliação desse trabalho. Também quero agradecer a Ana Claudia e Robson Cruz que compõe a banca como suplentes. Roberta Campos, a senhora que sempre acreditou em meus trabalhos e ideias brutas, lapidando- as e concordando com minhas escolhas teóricas e empíricas. Se hoje eu não acredito na existência de escolas em antropologia, devo isso a senhora, que nunca pretendeu me canonizar em nenhuma forma de pensamento. Obrigado pela liberdade e acima de tudo pela credibilidade e confiança. Aproveito para pedir desculpas a Vicente, pois sei que tomei seu tempo de mãe para com ele. Agradeço ao pessoal que faz o PPGA, a Carla por resolver tantas broncas. A Ademilda pelo café viciante e pelas conversas descontraídas. Aos estagiários e a todos aqueles que fazem acontecer o PPGA. 6 À minha família, de sangue e de santo. Obá Mejí Ogum Jobí Paulo Brás (alapiní) 7 RESUMO O Xangô, religião de matriz africana presente em Pernambuco, é uma religião que “constitui” pessoas num longo processo chamado de iniciação, assim ocorre no Ilê Obá Aganjú Okoloyá (IOAO), terreiro de tradição nagô do Recife e campo empírico dessa pesquisa. Ao ingressarem na hierarquia religiosa do IOAO os fiéis tem seus “dons” identificados pelo jogo de búzios e, a partir daí, são encaminhados aos rituais específicos que contribuem para a atualização de suas características sagradas. Da identificação do “dom” ou pelo “dom”, a pessoa começa a participar dos rituais de forma específica e dessa forma de participação deriva o reconhecimento da comunidade sobre a pessoa. De acordo com o que foi percebido em trabalho de campo realizado entre 2013 e 2015, a iniciação como ritual cumpre apenas com uma etapa da constituição da pessoa e não se restringe ao ritual de saída de yawô (para os “rodantes”) ou “confirmação” (no caso dos ogãs). A iniciação ritual precisa ser ampliada/completada, porém nunca substituída, pela participação do fiel nos diversos rituais do terreiro. Assim sendo, destacamos neste artigo a trama que existe entre o “dom” e a atualização dos “dons” pessoais pelos rituais de iniciação e pela participação que os estabelecem com/nos rituais do terreiro. A pessoa como entendemos então, é um compósito de forças contidas em objetos, sons, lugares, performances/modos de fazer, atualizado em eventos e rituais, nos quais a participação lhes confere o reconhecimento necessário para reforçar seus “dons” individuais. Concluímos que a pessoa ogã no IOAO é constituída/instituída misticamente pelos dons (impostos pelos orixás), e ritualmente – e por isso socialmente – pela iniciação (conduzidos pelos orixás e pelo terreiro como um todo) e participação nos e com os rituais dirigidos ao seu orixá individual e, ainda, demais rituais do terreiro. Palavras-chave: Pessoa. Xango / Candomblé. Ogan. Participação. 8 ABSTRACT The Xangô, religion of african matrix presents in Pernambuco, is a religion that “constitute” people in a long process called initiation, as ocur in Ilê Obá Aganjú Okoloyá (IOAO), terreiro (house of cult) of nagô tradition of Recife and empiric field of this research. The folowers when get into the IOAO’s religious hierarquic have their “gifts” identified by the jogo de búzios (oraculo) and after that they are take to especific rituals that contribut to the atualization of their sacred caracteristcs. From the identification of the “gift” or by the “gift”, a person