À Brasileira À Brasileira Dança Se Deu Por Causa Da Interferência Da E Político Do Período, No Qual O País Expe- Indústria Fonográfi Ca

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

À Brasileira À Brasileira Dança Se Deu Por Causa Da Interferência Da E Político Do Período, No Qual O País Expe- Indústria Fonográfi Ca 12 JornaldaUnicamp Campinas, 24 a 30 de outubro de 2011 Capas de três álbuns da Black Rio: trabalhos privilegiaram a música instrumental MANUEL ALVES FILHO negra americana a partir dos anos 60. De- [email protected] pois deste disco, o grupo gravou mais três: Gafi eira Universal, Saci Pererê, e Bicho Banda Black Rio, formada original- Baile Show. Este último foi derivado de mente em 1976 no Rio de Janeiro, uma bem-sucedida temporada de shows conquistou notoriedade tanto no com Caetano Veloso, a convite do próprio Brasil quanto no exterior ao pro- cantor. A partir do segundo álbum, porém, mover uma fusão nada trivial de a sonoridade da banda sofreu modifi ca- gêneros musicais brasileiros, ções, ainda que a qualidade musical tenha Acomo o samba, o choro e o baião, com sido mantida, de acordo com a autora da elementos do jazz, do soul e do funk. Essa dissertação. sonoridade híbrida e original expressa, em No entendimento de Eloá, essa mu- certa medida, o contexto histórico, social à brasileira à brasileira dança se deu por causa da interferência da e político do período, no qual o país expe- indústria fonográfi ca. “Não acredito que rimentava um regime político autoritário, Foto: Antoninho Perri/Reprodução a gravadora tenha forçado uma guinada, presenciava o desenvolvimento da indús- mas ela deve ter exercido uma infl uência tria cultural e testemunhava o surgimento SOULSOUL indireta. Digo isso porque o segundo álbum de novas identidades geracionais e étnicas. deixou de ser totalmente instrumental para As constatações estão na dissertação de incluir algumas canções. O terceiro já foi mestrado da musicista Eloá Gonçalves, praticamente todo de canções. Penso que apresentada recentemente ao Instituto de essa mudança foi feita com o intuito de Artes (IA) da Unicamp, sob a orientação conquistar mais mercado”, arrisca. Nessa do professor José Roberto Zan. fase, prossegue a pesquisadora, a banda A pesquisa de Eloá concentrou-se na experimentou a saída de alguns integrantes primeira formação da Banda Black Rio, e a entrada de outros, como os vocalistas e que durou oito anos. De acordo com ela, um número maior de percussionistas. o grupo foi constituído originalmente por O período de atuação da primeira for- músicos cariocas que vinham da tradição mação da Black Rio coincidiu com uma do samba e da gafi eira, mas que também ti- etapa violenta da ditadura militar brasileira. nham passagens pela música instrumental. A despeito disso, o grupo não usou a sua “Eles tinham certo refi namento. Com fre- arte para promover um protesto engajado quência, faziam abordagens jazzísticas na contra o regime, segundo apurou Eloá. execução de várias obras”, afi rma. Naquele “Eu entrevistei a Livia Stevenson, irmã do momento, continua a autora da dissertação, Cláudio Stevenson, guitarrista da banda, aspectos da black culture norte-americana que me disse que o trabalho da Black Rio começavam a infl uenciar o pensamento e não teve conotação política. O único mo- o comportamento da juventude brasileira, mento em que isso parece ter acontecido notadamente a de origem negra, que, ao foi por ocasião do lançamento da música tomar conhecimento das conquistas pelos A musicista Eloá Gonçalves: “Os integrantes do grupo sofriam forte infl uência da música Mel do Figueiredo, mas de forma sutil. O direitos civis dos negros norte-americanos, negra norte-americana, mas não estavam interessados somente em fazer uma cópia dela” título fazia referência tanto ao presidente passou a esboçar uma tentativa de reafi r- João Batista Figueiredo quanto a uma gíria mação de sua identidade étnica. entre outros. “Foi nesse contexto que a Warner Music do Brasil (WEA), André em vigor, segundo a qual Figueiredo era o Nessa época, jovens do Rio de Janei- Banda Black Rio também foi formada, Midani, Eloá confi rmou que o interesse mesmo que fígado”, conta a musicista. Atu- ro, por exemplo, costumavam frequentar mas com uma linguagem musical própria. da gravadora pela black music surgiu por almente, conforme Eloá, a Black Rio tem bailes animados pelo soul e o funk. Um Os integrantes do grupo sofriam forte in- causa de eventos como o Baile da Pesada outra formação, mas segue fazendo música dos mais famosos foi o Baile da Pesada, fl uência da música negra norte-americana, e das Noites do Shaft, realizadas no Clube de qualidade. O líder do grupo é William que nasceu na Zona Sul, mas logo foi des- mas não estavam interessados somente em Renascença, também no Rio de Janeiro. Magalhães, fi lho de um dos fundadores da locado para a Zona Norte da cidade, onde fazer uma cópia dela”, pontua Eloá. “Como a black music vivia um período de banda, Oberdan Magalhães, já falecido. fez enorme sucesso. “O Baile da Pesada A postura da Banda Black Rio, destaca efervescência no país, Midani me contou Brevemente, a Black Rio lançará um novo chegava a reunir, em meados da década de a musicista, não se encaixava na crítica que a gravadora viu a oportunidade de in- disco, o Super Nova Samba Funk, que tem 70, até 15 mil pessoas, que apresentavam de determinada corrente, segundo a qual vestir no gênero, mas, no caso específi co a produção de Mano Brown, líder do grupo uma forma própria de falar, vestir e dançar, o samba-soul seria somente uma imitação da Black Rio, de uma forma mais ousada, de rap Racionais MC’s. fortemente baseada na black culture ame- da música norte-americana e um sinal de ou seja, valorizando a música instrumental Eloá revela que teve bastante difi cul- ricana”, relata a pesquisadora. Toda essa subserviência ao imperialismo yankee. “Os a partir daquela tendência”. Não por acaso, dade para produzir o trabalho por causa movimentação, conforme Eloá, começou músicos da Banda Black Rio admitiam o primeiro álbum da Black Rio, intitulado da escassez de bibliografi a sobre o tema a chamar a atenção da imprensa. Em dada a sua admiração por artistas como James Maria Fumaça, foi inteiramente instrumen- no Brasil. “Por ser um campo recente de ocasião, a jornalista Lena Frias publicou no Brown, Earth, Wind & Fire e Kool & the tal, composto por dez faixas, sendo algu- pesquisa, a música popular ainda carece de Caderno B do Jornal do Brasil um artigo Gang, entre outros. Ocorre que, como já mas releituras de composições consagradas trabalhos a seu respeito. Minha difi culdade, intitulado Black Rio: o orgulho (importa- dito, eles fundiram, com muita propriedade, do cancioneiro nacional, como alguns que é a mesma de outros pesquisadores da do) de ser negro no Brasil, o que lançou elementos da música negra norte-americana choros, e outras composições próprias. área, foi falar de um assunto musical dentro defi nitivamente luz sobre o que passou a ser com vários gêneros brasileiros. Dessa fu- de um contexto mais geral, que envolve considerado por alguns como uma espécie são resultou uma nova musicalidade, que Refi namento aspectos culturais, históricos e sociais. Meu de movimento negro. acabou por conquistar artistas de fora. Os Neste disco, diz a musicista, é perceptí- desafi o foi tentar montar de modo adequado Assim que ganhou a mídia, a agitação próprios integrantes da Earth, Wind & Fire vel a preocupação dos integrantes do grupo esse quebra-cabeça”, pormenoriza a pes- também passou a despertar o interesse se disseram fãs da Banda Black Rio e aju- com os arranjos, todos muito refi nados. quisadora, que contou com bolsa concedida da indústria fonográfi ca. A novidade fez daram a divulga-la lá fora. O grupo norte- “As músicas têm o lado pesado do funk, pela Fundação de Amparo à Pesquisa do com que o setor enxergasse um mercado americano tem inclusive uma composição o groove da bateria e do baixo, os riffs de Estado de São Paulo (Fapesp). promissor para aquele tipo de sonoridade. baseada na sonoridade da Black Rio e nas guitarra bem suingados e também um traço Dessa forma, tentou-se criar um “soul à canções de Milton Nascimento, intitulada mais soft do jazz, tudo mesclado com um ....................................................................... brasileira” a partir de lançamentos de artis- ‘Brazilian Rhyme’. Ainda hoje, o grupo ‘tempero’ de gafi eira. Isso sem contar as ■ Publicação tas nacionais que tivessem suas produções brasileiro é muito respeitado no exterior, rajadas de metais à la Motown”, detalha Dissertação: “Banda Black Rio: uma análise musical” baseadas em elementos da black music. onde seus discos seguem sendo reeditados e ela, numa referência à Motown Records, Autora: Eloá Gonçalves Como consequência, surgiram artistas vendidos a preços elevados”, informa Eloá. gravadora responsável pela produção de Orientador: José Roberto Zan Unidade: Instituto de Artes (IA) como Carlos Dafé, Cassiano e Hyldon, Ao entrevistar o então presidente da alguns dos maiores sucessos da música ....................................................................... Formações antiga e recente da banda: grupo foi formado por músicos familiarizados com o samba, a gafi eira e a música instrumental.
Recommended publications
  • Lobão: Do Vímana À Veja
    UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS Ana Carolina Campos Pereira Serpa Martins LOBÃO: DO VÍMANA À VEJA Juiz de Fora 2016 Ana Carolina Campos Pereira Serpa Martins LOBÃO: DO VÍMANA À VEJA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito para obtenção do Título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Dmitri Cerboncini Fernandes Juiz de Fora 2016 Ana Carolina Campos Pereira Serpa Martins LOBÃO: DO VÍMANA À VEJA Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito para obtenção do Título de Mestre. Aprovada em: 24 de junho de 2016 BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Dr. Dmitri Cerboncini Fernandes - Orientador Departamento de Ciências Sociais – UFJF ______________________________________________ Dra. Lidiane Soares Rodrigues Departamento de Ciências Sociais - UFSCar/SP _______________________________________________ Dr. Paulo Roberto Figueira Leal Departamento de Comunicação e Artes – UFJF A Beth, Paulo, Luis Fernando, Paulo Guilherme e Flavinha, meus amores e companheiros de caminhada. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dmitri Cerboncini Fernandes, que, de forma generosa e competente, forneceu todo o conhecimento e apoio necessários à realização deste trabalho. À amiga Vanessa Gomes de Castro, que, já tendo concluído essa jornada, apontou os caminhos, contribuindo para que eu chegasse até aqui. Aos professores Lidiane Soares Rodrigues e Paulo Roberto Figueira Leal que, dispondo de seu tempo e conhecimento, analisaram este trabalho e forneceram preciosas contribuições. Ao amigo José Wellington de Souza pelo companheirismo e auxílio em momentos importantes para a definição desta pesquisa.
    [Show full text]
  • "We Are Our Own Media"
    "We are our own media" Transformations of the music industry and the Racionais MC's business model “A mídia somos nós” As Transformações da indústria fonográfica e o modelo de negócio dos Racionais MC’s Leonardo de Marchi and Gabriel Gutierrez Introduction Best-known element of hip-hop culture, rap music is nowadays the most successful genre in the music industry. Some of the most acknowledged artists in the United States, as Dr. Dre, Jay-Z or Drake, are not only celebrities who are constantly featuring in the mass media, but also entrepreneurs who invest in companies from different sectors of the American economy (fashion, technology, among others). In 2015, Spotify reported that rap was the most streamed music genre in the platform. In 2017, a market research conducted by Nielsen (2017) corroborated this information demonstrating that rap had become the most consumed musical genre in the United States, generating more revenue than rock n’roll music. As a matter of fact, rap music became a global trend, what can be easily proven by the innumerous music scenes featuring in many countries, on all continents, presenting artists of all social classes, ethnicities, genres, nationalities and languages. This remarkable performance could pose a dilemma for rap politics, though. Historically, rap emerged from the Afro-American and Latin ghettos of New York city by the mid-1970s. In a time of social turmoil, more than a form of leisure, rap music was also understood as the legitimate heir to an already undermined African-American civil rights movement. In this sense, that breakthrough music would be seen primarily as a form of social combat and a source of resistance, as a way of ALCEU – v.
    [Show full text]
  • 1976: Movimento Black Rio, De Luiz Felipe De Lima Peixoto E Zé Otávio Sabadelhe (Rio De Janeiro: José Olympio, 2016)
    DOI 10.20504/opus2017b2311 Resenha de 1976: Movimento Black Rio, de Luiz Felipe de Lima Peixoto e Zé Otávio Sabadelhe (Rio de Janeiro: José Olympio, 2016) Carlos Palombini (UFMG, Belo Horizonte-MG) Resumo: Lançado em 10 de novembro de 2016, o livro 1976: Movimento Black Rio, dos jornalistas Luiz Felipe de Lima Peixoto e Zé Otávio Sabadelhe, celebra os quarenta anos da manchete de Lena Frias, Black Rio: o orgulho (importado) de ser negro no Brasil, publicada em 17 de julho de 1976 no Caderno B do Jornal do Brasil. Em 28 reportagens, os autores recorrem a entrevistas e material previamente publicado para contar a história da cultura de bailes que, alimentados por soul, funk e disco afro-norte-americanos, espalharam-se pela Zona Norte carioca nos anos 1970, bem como a história do conjunto das apropriações desses gêneros por Tim Maia, Toni Tornado, Hyldon, Carlos Dafé, Cassiano, Gerson King Combo, Dom Salvador e Abolição, União Black, e Banda Black Rio. O livro tenciona constituir “uma contribuição à construção discursiva de uma memória social positiva da população negra brasileira” e oferece elementos para um trabalho necessário de revisão historiográfica que transcende o âmbito do tema tratado, apesar de erros fatuais que poderiam ter sido corrigidos por cruzamento de dados. Palavras-chave: Bailes Black. Black Rio. Música soul. Equipes de som. Ditadura civil-militar. Review of 1976: Movimento Black Rio, by Luiz Felipe de Lima Peixoto and Zé Otávio Sabadelhe (Rio de Janeiro: José Olympio, 2016) Abstract: Released on 10 November 2016, the book 1976: Movimento Black Rio, by the journalists Luiz Felipe de Lima Peixoto and Zé Otávio Sabadelhe, celebrates the fortieth anniversary of Lena Frias’s feature article Black Rio: o orgulho (importado) de ser negro no Brasil, which was published on 17 July 1976 in Jornal do Brasil.
    [Show full text]
  • Black Is Beautiful: O Ensino De História a Partir Da Cultura Soul Como Expressão De Resistência Durante a Ditadura Militar No Brasil (1970-1980)
    BLACK IS BEAUTIFUL: O ENSINO DE HISTÓRIA A PARTIR DA CULTURA SOUL COMO EXPRESSÃO DE RESISTÊNCIA DURANTE A DITADURA MILITAR NO BRASIL (1970-1980) Regina Célia Daefiol Mestranda do Programa de Pós-Graduação em História Universidade Estadual de Maringá [email protected] Resumo: O objetivo deste artigo é propor o uso da música, de imagens publicadas na mídia e de documentos do aparato repressor sobre a cultura soul e o movimento Black Rio (1970-1980) como fontes para o estudo, nas aulas de História para o 9º ano do Ensino Fundamental, de ações de resistência no período da ditadura militar instaurada no Brasil a partir de 1964. Adotando como sua uma cultura estrangeira, vinda dos Estados Unidos, a comunidade negra da periferia carioca constituiu um espaço de resistência à ideia de “harmonia racial”, instrumento ideológico usado pelo regime autoritário para garantir a ordem social vigente. Ao longo do artigo serão analisadas como fontes a serem trabalhadas em sala de aula a música Mandamentos Black, do cantor e compositor soul brasileiro Gerson King Combo; fotografias publicadas pela imprensa na época, retratando bailes soul e pessoas identificadas com o estilo black; e documentos produzidos pelos órgãos de repressão sobre o movimento black. O recorte temporal situa-se entre a década de 1970 e início da década de 1980, por ter sido o período em que o movimento Black Rio decolou e se espalhou por outras capitais brasileiras. A análise tem como base teórica o conceito de infrapolítica de James Scott (2013), que aborda as estratégias de resistência possíveis dos grupos socialmente subordinados.
    [Show full text]
  • BANDA BLACK RIO: UMA ANÁLISE MUSICAL Eloá G
    BANDA BLACK RIO: UMA ANÁLISE MUSICAL Eloá G. Gonçalves ([email protected] ) Orientador: Prof. Dr. José Roberto Zan INSTITUTO DE ARTES – DEP. MÚSICA / Fapesp Palavras-chave: Banda Black Rio - Soul - Funk - Hibridismo Cultural Introdução: Em um contexto de Metodologia: Transcrição completa e análise Resultados e discussão: De reorganização e recente de quatro composições e/ou gravações acordo com o objetivo proposto consolidação da indústria presentes nos três discos produzidos pela pela pesquisa – de verificar de fonográfica no Brasil, a Banda banda ( Maria Fumaça, Gafieira Universal e que maneira o hibridismo de Black Rio, formada em 1976 por Saci Pererê ). A partir de então, foram gêneros como jazz, soul, funk e instrumentistas e arranjadores realizadas as análises musicais, através das samba está presente e influi na experientes, a partir da iniciativa análises harmônica, rítmica, de instrumentação produção da banda Black Rio – e da gravadora WEA ( Warner e de arranjo. Junto de tais estudos, realizou-se após a análise das transcrições Music do Brasil), tinha como a pesquisa biográfica da banda, bem como o realizadas, verificou-se que os propósito produzir um repertório estudo do contexto sócio-cultural do período aspectos mais importantes para a com base na fusão do samba em que surgiu e se desenvolveu esta, caracterização do estilo e com os gêneros de soul, funk e relacionado à formação de uma identidade sonoridade própria alcançados jazz , e recriar a sonoridade das negra, ou o chamado “orgulho negro”. pela banda deram-se
    [Show full text]
  • Notes on the Historiography of Música Soul and Funk Carioca
    HAOL, Núm. 23 (Otoño, 2010), 99-106 ISSN 1696-2060 NOTES ON THE HISTORIOGRAPHY OF MÚSICA SOUL AND FUNK CARIOCA Carlos Palombini Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil. E-mail: [email protected] Recibido: 20 Junio 2010 / Revisado: 8 Julio 2010 / Aceptado: 13 Julio 2010 / Publicación Online: 15 Octubre 2010 (Versión en lengua inglesa del artículo publicado en la revista OPUS: a revista da Anppom, vol. 5, n. 1, 2009, pp. 37-61 Abstract: A critical survey of the history of Rio unwanted attention to the bailes and triggering de Janeiro bailes funk and their music in their responses from the repressive apparatus of the relations with African North-American musics military dictatorship and the national and the emergence of black pride in Brazilian intelligentsia alike), the Black Rio dances used popular music. to attract each weekend from five hundred Keywords: Baile funk, música soul, black soul, thousand to one and a half million black or bailes black, hip-hop, black music. black-identified — that is, poor — youths from the Rio de Janeiro periphery4 to dance to the ______________________ sounds of James Brown and other soul brothers in big bailes promoted by equipes de som “And the rarities of the soul heyday, the most (sound teams) that were the local equivalent of curious offshoots of a curious phenomenon — the Jamaican sound systems of the sixties and works like Tim Maia's Racional — are sought MCs hosting Bronx block parties in the after and treasured as the keys to understanding seventies, some of them reaching an attendance a different Brazil, one whose contours and of as many as fifteen thousand5.
    [Show full text]
  • Visões Sobre O Movimento Black Rio: Apontamentos Teóricos Sobre Estilo, Consumo Cultural E Identidade Negra1
    78 VISÕES SOBRE O MOVIMENTO BLACK RIO: APONTAMENTOS TEÓRICOS SOBRE ESTILO, CONSUMO CULTURAL E IDENTIDADE NEGRA1 VIEWS ON THE BLACK RIO MOVEMENT: THEORETICAL NOTES ON STYLE, CULTURAL CONSUMPTION AND BLACK IDENTITY VISIONES SOBRE EL MOVIMIENTO BLACK RIO: APUNTES TEÓRICOS SOBRE ESTILO, CONSUMO CULTURAL Y IDENTIDAD NEGRA Luciana Xavier de Oliveira Doutoranda do Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense [email protected] Resumo O Movimento Black Rio se tornou um fenômeno de massa no Rio de Janeiro, nos anos 70, particularmente entre uma juventude afro-brasileira dos subúrbios e bairros operários da Zona Norte. Milhares de jovens compareciam, todos os finais de semana, aos bailes black para dançar ao som de discos de soul americanos tocados por celebrados DJs. O fenômeno ganhou destaque por seu caráter de resistência cultural e afirmação de uma identidade negra, que se oporia à retórica do mito da democracia racial. Neste artigo, pretendemos aprofundar a discussão em torno de possibilidades de mobilizações? políticas em torno do consumo cultural, interessando-nos por perceber como o movimento, através do estabelecimento de redes de consumo, lazer e entretenimento, configurou-se como um novo projeto identitário, dotado de um potencial político alternativo pautado pelo estilo. Palavras-Chave: Movimento Black Rio; consumo cultural; identidade negra; estilo. Abstract The Black Rio Movement became a mass phenomenon in Rio de Janeiro in the 1970s, particularly between the african-Brazilian youth workers and suburban neighborhoods of North Zone. Thousands of young people attended, every weekend, the black dances to listen to American soul music played by celebrated DJs. The phenomenon gained prominence as a phenomenon of cultural resistance and affirmation of a black identity, in opposition to the rhetoric of racial democracy.
    [Show full text]
  • 3 Sons Dos 70
    3 Sons dos 70 3.1 Rock Antropofágico Brasileiro E pela lei natural dos encontros / Eu deixo e recebo um tanto. Moraes & Galvão, 1972. Em 1970, num dos períodos mais violentos e arbitrários da ditadura militar que se instaurou no Brasil de 1964 a 1985, Janis Joplin passeava tranqüilamente pelo verão carioca. Queria fazer um show na praça General Osório em Ipanema mas sua única apresentação foi realizada de maneira informal num pequeno bar da rua Prado Júnior em Copacabana. Em setembro do ano seguinte, apenas cinco anos após a passeata contra a guitarra elétrica organizada por músicos e compositores brasileiros em 1966, o guitarrista Carlos Santana faria uma histórica apresentação no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O rock chegou ao Brasil dos anos 70 numa versão bem distinta daquela que a chamada turma da Jovem Guarda incorporou à música brasileira de sua época. As primeiras referências do rock internacional como Elvis Presley, Chuck Berry, Bill Haley, entre outros, não tinham eletricidade suficiente para influenciar uma geração que já ouvia os Beatles, os Stones e uma série de outras bandas que aos poucos começavam a fazer suas cabeças. Apesar das relevantes participações de bandas como os Mutantes e dos argentinos Beat Boys nas apresentações de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Nana Caymmi e Tom Zé nos festivais do fim dos anos 60 e das apresentações dos próprios Mutantes nos de 68 e 69, o rock ainda não tinha a forma explosiva que na primeira metade da década de 70 modificaria de maneira contundente a cena musical brasileira. Como já foi afirmado neste trabalho, a experiência do tropicalismo ampliou o leque de possibilidades estéticas de nossa música.
    [Show full text]
  • Maria Cristina Sobrinho Darriet Os Atalhos Da Criação
    PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/SP Maria Cristina Sobrinho Darriet Os Atalhos da Criação: um estudo sobre a trajetória do instrumentista e solista Barrosinho MESTRADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS São Paulo 2010 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC/SP Maria Cristina Sobrinho Darriet Os Atalhos da Criação: um estudo sobre a trajetória do instrumentista e solista Barrosinho MESTRADO EM CIÊNCIAS SOCIAIS Dissertação apresentada à Banca Examinadora para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais – Antropologia – pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Orientador: Prof. Dr. Edgard de Assis Carvalho. São Paulo 2010 Banca Examinadora ______________________________ ______________________________ _______________________________ A meus pais Josefa Carvalho Sobrinho e João Batista Sobrinho (in memoriam) Agradecimentos A Edgard de Assis Carvalho, pela orientação serena e segura. Aos professores da qualificação, Aos membros da banca examinadora, Aos professores do Programa de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Níveal Superior (Capes) pela bolsa concedida legitimando a importância do meu trabalho de pesquisa. Aos músicos, jornalistas e amigos (as) que concederam entrevistas e informações preciosas sobre Barrosinho. Aos colegas do Núcleo de Estudos da Complexidade – Complexus – pelos dialógos originais e cheios de vida. Ao querido Carlos pela sua colaboração despreendida e atenta, sempre. Agradeço a meu companheiro de longas caminhadas pela
    [Show full text]
  • Goldschmitt-Vicente-Brazilian Music Industry Final
    Popular Music and the Growth of Brazilian Culture Industries since 1945 [Accepted 19 March 2020 for publication in The Oxford Encyclopedia of Brazilian History and Culture] K. E. Goldschmitt, Wellesley College Eduardo Vicente, University of São Paulo Summary The period following the end of Getúlio Vargas’s second government (1951-1954) saw a massive expansion of the media industries with popular music in particular becoming an important cultural touchstone. Some salient trends in the post-War period include the politicization of music and other media (radio, television, social media), the incorporation of international musical influences (especially jazz and rock) into Brazilian musical production, the expansion and contraction of the recording industry, and the rise and prominence of regional genres in the national discourse. Brazilian media industry infrastructures take part in artistic expression, including both major multinational record labels as well as independent record companies. Popular music production has regularly responded to the social and economic upheavals that have characterized Brazil since the end of WWII. Interdisciplinary perspectives, including communication studies, history, anthropology, and ethnomusicology, show some possible new routes for music and cultural industry research in Brazil. KEYWORDS Bossa nova, Brega, Incentive Laws, Independent recording industry, Media Convergence, Modernism, Música Popular Brasileira [MPB], Regional music, Sertanejo, Telenovelas The Lasting Influence of the Vargas Period Any
    [Show full text]
  • Banda Black Rio: O Samba E a Música Americana
    UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE LETRAS E ARTES INSTITUTO VILLA-LOBOS BACHARELADO EM MÚSICA POPULAR - ARRANJO Banda Black Rio: O Samba e a música americana Daniel Pequeno Rio de Janeiro 2018 Banda Black Rio: O Samba e a música americana por Daniel Pequeno Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Villa-Lobos do Centro de Letras e Artes da UNIRIO, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Música Popular Brasileira - Arranjo, sob a orientação do Professor Thiago Trajano. Rio de Janeiro 2018 UNIVERSIDADE DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE LETRAS E ARTES INSTITUTO VILLA-LOBOS BACHARELADO EM MÚSICA POPULAR - ARRANJO Banda Black Rio: O Samba e a música americana por Daniel Pequeno TCC de Graduação Autorização para publicação de TCC em página da UNIRIO, bem como seu uso sob a licença Creative Commons. Eu, Daniel Pequeno, autorizo a publicação do meu Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Música Popular Brasileira, habilitação em Arranjo “Banda Black Rio: O Samba e a música americana” em página da UNIRIO e sua disponibilização sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported (CC-BY-NC-SA). http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/deed.pt_BR Estou ciente que o público poderá compartilhar e remixar o conteúdo do meu TCC, desde que faça a devida (a) ATRIBUIÇÃO de autoria, (b) Uso NÃO COMERCIAL, e (c) COMPARTILHAMENTO pela mesma licença. Quaisquer outros usos, por exemplo, para fins comerciais, exigem que seja obtida PERMISSÃO do titular dos direitos autorais. Exceções: (a) Onde a obra ou qualquer de seus elementos estiver em DOMÍNIO PÚBLICO sob o direito aplicável; (b) Quando houver LIMITAÇÕES E EXCEÇÕES aos direitos autorais ou quaisquer usos livres aplicáveis; (c) Em todas ocasoões são mantidos os DIREITOS MORAIS do autor; (d)bem como Direitos que outras pessoas podem ter sobre a obra ou sobre a utilização da obra, tais como DIREITOS DE IMAGEM OU PRIVACIDADE.
    [Show full text]
  • Sou Negro E Tenho Orgulho! Política, Identidades E Música Negra No Black Rio (1960-1980)
    UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL CARLOS EDUARDO DE FREITAS LIMA SOU NEGRO E TENHO ORGULHO! POLÍTICA, IDENTIDADES E MÚSICA NEGRA NO BLACK RIO (1960-1980) NITERÓI 2017 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL SOU NEGRO E TENHO ORGULHO! POLÍTICA, IDENTIDADE E MÚSICA NEGRA NO BLACK RIO (1970-1980) CARLOS EDUARDO DE FREITAS LIMA Dissertação submetida ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em História. Área de concentração: História Social Orientadora: Profa. Dra. Laura Antunes Maciel 2 NITERÓI 2017 3 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL SOU NEGRO E TENHO ORGULHO! POLÍTICA, IDENTIDADES E MÚSICA NEGRA NO BLACK RIO (1960-1980) BANCA EXAMINADORA _____________________________________________ Profa. Dra. Laura Antunes Maciel (Orientadora) Universidade Federal Fluminense _____________________________________________ Profa. Dra. Julia Galli O’Donell Universidade Federal do Rio de Janeiro _____________________________________________ Profa. Dra. Juniele Rabelo de Almeida Universidade Federal Fluminense _____________________________________________ Profa. Dra. Olga Brites (suplente) PUC-SP _____________________________________________ Profa. Dra. Larissa Viana (suplente) Universidade Federal Fluminense NITERÓI 2017 4 L732 Lima, Carlos Eduardo de Freitas. Sou negro e tenho orgulho! Política, identidades e música negra no Black Rio (1960-1980) / Carlos Eduardo Lima. – 2017. 167 f. ; il. Orientadora: Laura Antunes Maciel. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense. Instituto de História, 2017. Bibliografia: f. 167-169. 1. Black Rio (Movimento musical negro). 2. Bailes. 3. Subúrbios. 4. Rio de Janeiro, RJ.
    [Show full text]