SAGRES 50 ANOS COM a BANDEIRA DE PORTUGAL Fotografias Antigas, Inéditas Ou Curiosas
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PUBLICAÇÃO OFICIAL DA MARINHA • Nº 461 • ANO XLI MARÇO 2012 • MENSAL • € 1,50 SAGRES 50 ANOS COM A BANDEIRA DE PORTUGAL Fotografias Antigas, Inéditas ou Curiosas Construído nos estaleiros da Blohm & Voss, 1 em Hamburgo, o atual navio escola Sagres foi lançado à água no dia 30 de outubro de 1937. Batizado como Albert Leo Schlageter, efetuou, ao serviço da Kriegsmarine, duas grandes viagens de instrução, em 1938 e 1939. Com o CFR António Gonçalves Arquivo início da Guerra, foi mantido, conjuntamente com os outros dois navios irmãos, atracado em Kiel. No início de 1944 voltou a navegar com cadetes alemães, tendo colidido com uma mina no mar Báltico a 14 de novem- bro desse ano. Terminada a Guerra, o navio coube aos Estados Unidos, tendo-se mantido atracado em Bremerhaven até 1948. No dia 3 de julho desse ano foi cedido ao Brasil a troco de 5.000 dólares, seguindo a reboque para o Rio de Janeiro. Incorporado a 27 de outubro de 1948 na Marinha do Brasil com o nome Guanabara, navegou com a bandeira do Bra- sil até 21 de julho de 1959, altura em que con- cluiu a última navegação. Durante estes onze anos efetuou inúmeras viagens de instrução 2 com os cadetes da Marinha do Brasil e com os alunos do Colégio Naval, tendo percorri- do cerca de 65 000 milhas. A venda do navio a Portugal concretizou- Marinha do Brasil Arquivo -se a 10 de outubro de 1961, na cidade do Rio de Janeiro, pelo preço simbólico de 150.000 dólares, à época 4500 contos. O objetivo era substituir a antiga Sagres, que se encontrava, na altura, já muito degradada. A 8 de feve- reiro de 1962 teve lugar a cerimónia de in- corporação na Marinha Portuguesa como navio-escola Sagres, dia em que o então Capi- tão-tenente Silva Horta (1920-2012) assumiu o comando do navio, depois de haver sido o último comandante da antiga Sagres. Dos 75 anos que celebra no próximo dia 30 de outubro, o navio leva já 50 ao serviço da Marinha Portuguesa, efeméride que foi assinalada a bordo no passado dia 8 de fe- vereiro. Em mais de 150 viagens realizadas com a bandeira de Portugal, o navio-escola Sagres cumpriu 6 267 dias de missão (17 anos 3 fora de Lisboa), navegou mais de 93 800 ho- ras (10,7 anos no mar), percorreu 580 540 milhas (26,8 voltas ao mundo) e visitou 166 SudAmérica Foto Velas portos estrangeiros em 60 países! Já efetuou três voltas ao mundo, sendo que durante a última (2010) cruzou por quatro vezes a linha do Equador e dobrou, pela primeira vez, o mítico cabo Horn. 1 Da esquerda para a direita podem ver-se atra- cados em Kiel os três navios irmãos então perten- centes à Kriegsmarine, o Gorch Fock (posteriormente Tovarich), o Horst Wessel (atual Eagle) e o A lbert Leo Schlageter (atual Sagres). 2 Formatura de cadetes para rendição do quarto a bordo do Guanabara. 3 O NRP Sagres no cabo Horn. CFR António Manuel Gonçalves Membro do CINAV SUMÁRIO Publicação Oficial da Marinha Periodicidade mensal Nº 461 • Ano XLI 4 Março 2012 Diplomacia Naval Diretor CALM EMQ Luís Augusto Roque Martins Chefe de Redação CMG Joaquim Manuel de S. Vaz Ferreira Redação 1TEN TSN Ana Alexandra Gago de Brito Secretário de Redação SAJ L Mário Jorge Almeida de Carvalho Colaboradores Permanentes CFR Jorge Manuel Patrício Gorjão CFR FZ Luís Jorge R. Semedo de Matos CFR SEG Abel Ivo de Melo e Sousa 1TEN Dr. Rui M. Ramalho Ortigão Neves Administração, Redação e Publicidade Revista da Armada Edifício das Instalações Centrais da Marinha 8 Rua do Arsenal Navio-Escola Sagres 1149-001 Lisboa - Portugal Conceção teutónica, têmpera tropical Telef: 21 321 76 50 Fax: 21 347 36 24 e embaixador luso Endereço da Marinha na Internet http://www.marinha.pt e-mail da Revista da Armada 14 [email protected] Almirante Henrique da Silva Horta Paginação eletrónica e produção Página Ímpar, Lda FOTOGRAFIAS ANTIGAS, INÉDITAS OU CURIOSAS 2 Tiragem média mensal: A COMANDAR A SAGRES 50 ANOS DEPOIS 6 4500 exemplares COMEMORAÇÕES DOS 50 ANOS DA SAGRES AO SERVIÇO DE PORTUGAL 7 Preço de venda avulso: € 1,50 RECORDAÇÕES DA SAGRES 11 Revista anotada na ERC SAGRES. OS PRIMEIROS ANOS 12 Depósito Legal nº 55737/92 NRP SAGRES 50 ANOS, 50 EFEMÉRIDES 18 ISSN 0870-9343 CINQUENTENÁRIO DO NRP SAGRES COM BANDEIRA DE PORTUGAL 20 A MARINHA DE D. SEBASTIÃO (28) 22 REDESCOBERTA DA RIBEIRA DAS NAUS 23 PUBLICAÇÃO OFICIAL DA MARINHA • Nº 461 • ANO XLI MARÇO 2012 • MENSAL • € 1,50 ACADEMIA DE MARINHA 24 DIVULGAR O PATRIMÓNIO 26 CORVETA MISTA “SÁ DA BANDEIRA” 27 PORTUGAL GANHA CANDIDATURA À ORGANIZAÇÃO DO CONGRESSO SAGRES 50 ANOS COM A BANDEIRA DE PORTUGAL INTERNACIONAL DE MUSEUS MARÍTIMOS EM 2013 / PROTOCOLO ENTRE A MARINHA E O CENTRO UNESCO CIÊNCIA, ARTE E ENGENHO 28 HIERARQUIA DA MARINHA 14 / VIGIA DA HISTÓRIA 41 29 NOVAS HISTÓRIAS DA BOTICA (11) 30 Foto NRP ZAIRE COMEMOROU 40 ANOS 31 SAJ L Carvalho QUARTO DE FOLGA / AVISO 33 ANUNCIANTES: ALM - OFTALMOLASER; LISSA - AGÊNCIA DE DESPACHOS NOTÍCIAS PESSOAIS / CONVÍVIOS 34 E TRÂNSITOS, Lda.; ROHDE & SCHWARZ, Lda. NAVIOS HIDROGRÁFICOS CONTRACAPA REVISTA DA ARMADA • MARÇO 2012 3 A DIPLOMACIA NAVAL iz-se, e é verdade, que as For- não submarinos, meios aéreos e forças cançar os objetivos, progredindo centenas ças Armadas em tempo de paz de desembarque. Aproxima-se de terra de milhas por dia. preparam-se para a guerra. Mas ou mantém-se afastada. Faz exercícios e • Projeção de força em terra, quer dizer Desta não é a verdade toda, e, para as Ma- de que tipo. Envolve-se ou não em provo- que podem projetar poder a grande dis- rinhas, nem sequer chega a ser meia ver- cações. Que áreas pode controlar. A lista tância das bases, não só através das armas dade, porque as Marinhas têm muitas ou- poderia continuar, mas os exemplos são próprias, com também pelo desembarque tras tarefas a desempenhar em situações suficientes para ilustrar uma diversidade de forças de fuzileiros ou outras. O bi- aquém da guerra. de mensagens. nómio navios /fuzileiros sai valorizado. É sabido que uma das funções prin- A diplomacia naval pode ser o instru- • Liberdade de ação; face à liberdade cipais das Marinhas com componentes mento para um conjunto alargado de pre- de movimentação no mar, podem aproxi- oceânicas é o apoio à política externa dos tensões políticas, tais como: mar-se de regiões costeiras sem violar a lei respetivos Estados. - Aumentar a capacidade de negociação internacional e sem comprometimentos, A política externa é constituída por um - Apoiar aliados ou outros Estados em cerca de 2/3 do mundo. conjunto de linhas de ação política desen- - Disputar influências nas alianças ou • Autonomia, na medida em que os na- volvidas fora das fronteiras territoriais de organizações internacionais vios maiores são auto-suficientes e podem um Estado e que têm como finalidade a - Projetar uma imagem favorável no manter as suas capacidades por longos defesa e a realização dos seus interesses, exterior períodos. A utilização de navios reabas- através da concretização dos objetivos, - Demonstrar interesse em aconteci- tecedores e de apoio pode incrementar a definidos num pro- permanência na zona grama de governo1. de operações para A diplomacia, faz muitos meses. parte dos instru- • Simbolismo, por- mentos pacíficos que os navios de da política externa, guerra representam corporizando o rela- Foto CFR António Gonçalves os respetivos países cionamento normal e constituem territó- entre os Estados. To- rio nacional em qual- davia, pode assumir quer parte do mundo, aspetos relativamen- arvorando bandeira te coercivos, sem em- e estando sujeitos à prego efetivo da for- disciplina militar, es- ça. Estão neste caso as tando o seu compor- ameaças, a dissuasão, tamento limitado por a exibição ou a suges- regras de empenha- tão da força. mento definidas em Podemos deduzir vários escalões de au- que a diplomacia na- toridade do Estado, val corresponde ao consoante os casos. conjunto de funções O exercício concre- exercidas por forças to da diplomacia na- navais tendo em vista o apoio às ações da mentos de certas regiões, de modo posi- val assume as mais variadas e sofistica- política externa do Estado, mas excluindo tivo ou negativo das ações, sendo bem conhecidas, na sua o conflito armado. Nestas circunstâncias, - Prestar assistência naval pacifica. maior parte. Indicam-se a seguir as mais não estão incluídas, em princípio, a fisca- As forças navais possuem um conjun- frequentes. lização e controlo de águas jurisdicionais, to de aptidões que as torna especialmente A presença naval é talvez a mais co- já que estas não se enquadram na política adequadas para o exercício na diploma- mum das aplicações. Pode ter muitos sig- externa do Estado. cia, no contexto que se vem descrevendo. nificados desde o apoio a compromissos Quais são os objetivos gerais da diplo- A utilização de forças terrestres ou aéreas até exatamente o contrário. O empenha- macia naval? implica normalmente uma escalada do mento em algo ou a associação a alianças Fundamentalmente, procura influen- conflito, em função da conexão imediata ou coligações são expressões vulgares da ciar outros governos, utilizando meios na- com o território. De facto, as forças ter- presença. vais, sem intenção ou previsão de iniciar restres e aéreas, pela forma de atuação, As demonstrações de força têm graus um conflito armado. Pretende-se assim ou violam a soberania sobre o território de visibilidade que vão desde a simples obter respostas desejadas de outro Estado, de outrem, ou provocam alarme pela sua ostentação de capacidades até aos inci- sem aplicação efetiva da força. concentração nas proximidades. dentes de pequena monta, podendo atin- De facto, a diplomacia naval utiliza um Das aptidões específicas das forças na- gir o nível de dissuasão nuclear.