695 }1.45 Povo, soberania e liberdade «na balança da Europa». Evocações da Patuleia Pedro Vilas Boas Tavares* Numa sociedade cheia de «guardas da revolução», sempre prontos a avaliarem se alguém é suficientemente antifascista, liberal ou o que quer que seja, debitando hodiernos gregarismos neo-escolásticos, é grato encontrar- mos homens de princípios sólidos, pensando pela sua cabeça e sem desíg- nios de “fazerem a cabeça” ao próximo. Se, nesse caso, estamos perante alguém tão inteligente quanto humilde, tão sensato quanto generoso, capaz de ouvir, projetar e lutar, silenciosamente, por grandes causas de futuro, à escala da sua terra natal, do país e do género humano, então tem-se motivo sobejo para bendizer uma oportunidade infrequente e feliz… Como aquela que pessoalmente experimentamos ao conhecermos e ao reencontrarmos na Universidade Arnaldo de Pinho. * Universidade do Porto. Membro do Grupo de Investigação Sociabilidades, Práticas e Formas de Sentimento Religioso, da Unidade de I&D (FCT) CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória, Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Via Panorâmica s/n 4150-564, Porto, Portugal.
[email protected] Humanística e Teologia. 33:2 (2012) 695-716 696 HUMANÍSTICA E TEOLOGIA O longo e extenso processo demoliberal em curso aconselha revisitação histórica. Desta feita, a ela recorremos com a mente num título que, marcado embora pelas paixões políticas sectárias do seu tempo, transporta consigo lições permanentes. Tal como em 1830 – com Garrett –, importa perceber