Os Reis Da Casa De Bragança Decadencia E Na Queda Da
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OS REIS DA CASA DE BRAGANÇA DECADENCIA E NA QUEDA DA MONARQUIA PORTUGUESA NO ULTIMO SÉCULO: 1810-1910 by JANET SUSAN LADNER B.A., University of British Columbia, 1940 R.N., Vancouver General Hospital, 1943 B.N.S., University of British Columbia, 1944 THESIS SUBMITTED IN PARTIAL FULFILLMENT OF THE REQUIREMENTS FOR THE DEGREE OF MASTER OF ARTS in THE FACULTY OF ARTS Department of Hispanic Studies We accept this thesis as conforming to the required standard THE UNIVERSITY OF BRITISH COLUMBIA May, 1977 @ Janet Susan Ladner, 1977 In presenting this thesis in partial fulfilment of the requirements for an advanced degree at the University of British Columbia, I agree that the Library shall make it freely available for reference and study. I further agree that permission for extensive copying of this thesis for scholarly purposes may be granted by the Head of my Department or by his representatives. It is understood that copying or publication of this thesis for financial gain shall not be allowed without my written permission. Department of Hispanic Studies The University of British Columbia Vancouver 8, Canada May, 1977. Date ) OS RETS DA CASA DE BRAGANÇA NA DECADÊNCIA E NA QUEDA DA MONARQUIA PORTUGUESA NO ULTIMO SÉCULO: 1810-1910. ABSTRACTO PROFOSITO . A Monarquia portuguesa, que éxistia desde 11^3, caiu em 1910, e veio a substituir-se por uma republica. O estudo desta caída - as suas origens, a sua trajectória, o seu pessoal, quer nativo quer estrangeiro, etc. - e complexo e extensivo. Portanto, os limites desta tese se confinam arbitrariamente ao papel dos últimos nove reis da Casa de Bragança, quer fossem culpados, quer vítimas da desgraça, a partir do ano 1810 (data tam- bém arbitraria), quando já se evidenciava um desequilíbrio monárquico originado nas Guerras Peninsulares de Napoleão. Nos cem anos seguintes que abraçavam o Liberalismo do século XIX, a adaptação dos soberanos portugueses desde o "Rei Absoluto" ate ao "Rei Constitucional" foi difícil, prolongada, e, afinal, fatal a tradição monárquica. 0 remate desta instituição, que durou quase 800 anos, completou-se por uma Revolução de 31 horas, e grande era o jubilo republicano; ao mesmo tempo o jovem rei bragantino fugia do solo português para o exílio permanente. Forcas oposicionistas, vigorosas e oportunistas, tinham-se aproveitado da decadência nas fileiras monárquicas, por aquela altura, já sem salvação. S MET0D0 DE INVESTIGAÇÃO . Apos uma breve explicacao do estado historico da Nação, da dinastia de Bragança, e da instituirão de Monarquia por 1810, bem como uma enumeração das "constantes" malévolas - características típicas da gente e da pátria - proseguimos tratando dos incumbentes cronologicamente. Consideramos os reis nos aspectos da sua formação que pudessem ter influenciado a sua atitude para com a Coroa, e a seguir, examinamos o papel de cada indivíduo como factor de ameaça a fortuna da dinastia ou da monarquia. (Claro, houve também factores positivos, mas infelizmente, na sua escassez, estas riaò bastavam para contrariar favoravelmente a direccão de acontecimentos his- tóricos da dinastia). CONCLUSÕES GENERAIS. Ramificava-se em Portugal na forma de uma Carta Constitucional, uma alteração nos preconceitos tradicionais da monarquia portuguesa - a sua transferencia de ênfase de soberania do Rei \ Nacab - consequ'ehcia da ideologia liberal espalhando-se através da Europa toda, até \s colonias americanas, da sua fonte francesa. A Carta, tal como tinha sido instituida 'in the light of the Anglo-Portuguese Alliance', no 'atabito das constantes psicológicas nacionais, veio a sofrer, nas mãos dos reis, períodos de dificuldades de aplicacao e de inutilidade, e até ocasioes de suspensão; e esta carreira precária impediu a continuacão de qualquer governo estável ou produtivo. Acabou por enfraquecer os proprios sustentáculos governa- mentais. Alguns Bragancas eram culpados de omissoes; nem percebiam nem se utilizavam plenamente da gama do seu papel constitucional, e portanto os inocentes foram vitimizados, desdenhados ou manobrados por circunst&hcias ou por gente intrigante. Houve outros reis que eram culpados pelas suas iniciativas; abusavam das prerrogativas constitucionais para agir indepen- dentemente ou conspiratoriamente, ou para abster-se de agir. Donde quer que se originasse a culpa - da pobre educacão, da herança degenerante ou est- rangeira, da limitada sabedoria política - os soberanos bragantinos tinham de responsabilizar-se substancialmente pela decadehcia que antecedia a queda da monarquia portuguesa de tab cobicado registo. OS REIS DA CASA DE BRAGANÇA NA DECADÊNCIA E NA QUEDA DA MONARQUIA PORTUGUESA NO ULTIMO SÉCULO: 1810-1910. CAPITULO I. PORTUGAL EM 1810 p.1. A Nacao: 1139-1810. A Casa de Bragança: 1377-1810. A Monarquia: 1139-1810. CAPITULO II. AS CONSTANTES p.14. psicológicas. / da Patria. CAPÍTULO III. D.JOÃO VI: 1810-1826 p.22. Príncipe-Regente, Rei, 'Imperador1. CAPÍTULO IV. OS IRMAÒS - O IMP. D.PEDRO I, A REGENTE D.ISABEL MARIA, O Í)NF.D.MIGUEL p.^9. O Entreacto Isabelino: 1826-1828. CAPÍTULO V. D.PEDRO'IV' OU D.MIGUEL'1': 1828-1834 p.68. Irmãos Irreconciliáveis. CAPÍTULO VI. D.MARIA II: 1834-1853 P.86. A Jovem Rainha Cartista. CAPITULO VII. OS IRMÃOS - D.PEDRO V E D.LUISLI: 1853-1889 p.124. Constitucionalistas Profissionais. CAPITULO VIII. D.CARLOS I E D.MANUEL II: 1889-1910 p.144. Vitimas - Pai, Filhos e Monarquia. CAPÍTULO IX. O DECADENTE CEDE AO VIGOROSO p.1ó7. BIBLIOGRAFIA . p.175. A PENDI CE p.180. ÍNDICE Anexa. Aqueles que possibilitavam esta tese, queria dar agradecimentos pela sua erudição e pela sua paciêhcia através de muitos meses: ao Professor H.V.Livermore, historiógrafo de reputação internacional, sócio da Academia das Ciências de Portugal, que tem insistido em factos históricos sempre verificáveis: a Senhora Dona Ana Gomes, minha professora de literatura por- tuguesa, que tem insistido num estilo simples e claro: ao Doutor Roderick Barman, advogado e professor hispano-americanista, que tem insistido na lógica apresentação dos temas até^ uma conclus'ao razoada; todos da Faculdade de Estudos Hispânicos na Universidade da Colombia Britânica. E também, fico muito agradecida ao Comandante Jorge Tercio de Morais Freire que, desde há muitos anos, me tem pilotado com sabedoria, estímulo e entusiasmo, através das tempestadas históricas do século XIX em Portugal. PORTUGAL EM 1810. A NAÇÃO PORTUGUESA: 1139-1810. - Identidade nacional estabelecida na Península Ibérica; 1139-1400. - Identidade nacional dilatada para o Ultramar; 1400-1580. - Identidade nacional escurecida por vizinho poderoso; 1580-1640. - Identidade nacional restaurada na Europa; 1640-1810. A CASA DE BRAGANÇA: 1377-1810. - Descendência real desde 1377» - Descendência em competição com a Casa de Avis até 1580* - Descendência no reinado da dinastia de Hapsburgo 1580-1640. - Descendência directa 1640-1810. A MONARQUIA: 1139-1810. - Estrutura teórica até ao século XVIII: Rei, Constituirão e Cortes, - Mudança de 'ênfase em direccãò ao Absolutismo. PORTUGAL POR 1810. PORTUGAL EM 1810. A Nacao. Nos últimos anos da Idade Media, Portugal tinha estabelecido a sua identidade nacional e os seus confins geográficos na Península Ibérica assim. A partir de 1139, D.Afonso Henriques, filho de D.Henrique, Duque de Borgonha e D.Teresa, herdeira do Conde de Portucale, nomeou-se "Rei" do condado de Portugal, terra ao norte do Rio Minho. A pouco e pouco aumentava os seus direitos territoriais ate Coimbra, mas o guerreiro ambicionava alarga-los mais para o sul. Para isto solicitou, em 114-7, a ajuda militar dos Cruzados, naquele tempo no seu caminho conquistador contra os infiéis, para a sub- levarão de Lisboa ocupada desde quatro séculos pelos mouros. Pelo fim do século XIII, D.Afonso III conseguiu expulsar os últimos mouros da extremi- dade meridional da península, e foram fixadas as fronteiras portuguesas. Estas nunca mudaram, excepto alterações desgraçadas mas menores no distrito central (1702, 1801). Em 1179» a Nacao já tinha recebido a benção papal. Eln 1373» assinaram o tratado entre duas coroas, os reis D.Fernando I de Portugal e Edward III de Inglaterra. Por novo tratado em 1386, o de Windsor, tendo como assinadores D.João I e Richard II, os termos de amizade anglo-portuguesa "in perpetuo" foram ampliados. Este tratado eloquente resultou da vitoria dos aliados na batalha de Aljubarrota no ano anterior, contra os castelhanos. Os vencedores lusitanos assim demonstravam a sua inalienável determinação de ser uma nacao independente do seu vizinho Espanha na Península Ibérica. 0 seu chefe, o Mestre de Avis, esposou uma consorte inglesa em 1387» e foi pro- genitor duma dinastia que durou 200 anos. Por volta de 1400, quando Portugal já" contava uns 200 anos, eram bem evidentes quatro factos j a'provados - os limites geográficos no continente; uma identidade política autonoma; uma dinastia monárquica nacional; e uma aliança internacional para assegurar a A Nação. permanência daquelas condições. Pelo fim da Renascença 100 anos mais tarde, Portugal tinha estabele- cida a sua reputação ultramarina. Principiando com a conquista de Ceuta em 1415, e acabando por incluir as costas de toda a Africa, ate a India, a Macau, ao Japão, às Ilhas Atlahticas até as costas brasileiras. Naquela altura, levantavam-se duas interrogações: Portugal teria povo, dinheiro ou navios bastantes para proteger, manter ou povoar um Império ultramarino taô vasto: e, em 15?8, a sucessão dinástica teria sido assegurada para o rei antes que ele saisse do reino \ testa de combatentes? As respostas negativas pressagiam uma desventura