Cultos E Cultuantes No Sul Do Território Actualmente Português Em Época Romana (Sécs
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS Cultos e cultuantes no Sul do território actualmente português em época romana (sécs. I a. C. – III d. C.) Uma aproximação à sociologia das religiões SÍLVIA MONTEIRO TEIXEIRA DISSERTAÇÃO MESTRADO EM ARQUEOLOGIA 2014 2 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS Cultos e cultuantes no Sul do território actualmente português em época romana (sécs. I a. C. – III d. C.) Uma aproximação à sociologia das religiões SÍLVIA MONTEIRO TEIXEIRA DISSERTAÇÃO ORIENTADA PELO PROF. DOUTOR AMÍLCAR GUERRA MESTRADO EM ARQUEOLOGIA 2014 3 4 Resumo Enquanto expressão simbólica da experiência sociocultural, o fenómeno religioso pode ser encarado como uma ponte que nos aproxima do melhor conhecimento das vivências das sociedades, nos seus respectivos contextos espácio-temporais. Não constituem então excepção as comunidades habitantes do Sul do território actualmente português durante a ocupação romana alto-imperial (sécs. I a. C. - III d. C.), que nos deixaram, como testemunho das suas percepções e comportamentos, um conjunto de epígrafes votivas que, embora modestas em número, detêm algum potencial informativo no que respeita aos cultos e divindades veneradas por estes indivíduos, bem como ao seu estatuto socioeconómico. Por seu lado, esta óptica de análise apresenta-se também relevante na abordagem ao processo de romanização da realidade geográfica e humana sobre a qual incide este trabalho, nos seus dois âmbitos de análise, o urbano e o rural, que foram comparados entre si quer no domínio da representação dos cultos e divindades, quer das formas de identificação e expressão dos cultuantes na epigrafia votiva. Estas duas vias de análise permitiram-nos então confirmar não apenas a maior representatividade do elemento romano face ao indígena, como tem vindo a ser proposto para o território analisado, mas também a coexistência harmoniosa de ambos, dada como característica da Lusitânia, e ainda a complexidade do conceito de romanidade; sustentando a ideia da relevância da análise dos fenómenos religiosos para a compreensão da vivência humana. Palavras-chave: Epigrafia; religião romana; romanização; mundo indígena; sociedade lusitano-romana. 5 6 Abstract As a symbolic expression of the socio-cultural experience, the religious phenomenon can be perceived as a bridge which brings us closer to a better understanding of the societies’ ways of living, in their respective spatial and temporal contexts. The communities which inhabited the Southern part of what constitutes today the Portuguese territory during the early Roman Empire (1st century B.C. – 3rd century A.D.) are not an exception, having left us an ensemble of votive inscriptions as a record of their views and behaviours. Despite their modest amount, these inscriptions hold some informative potential concerning the cults and deities revered by these individuals, as well as their socio-economical status. For its part, this perspective of analysis seems to be also relevant in approaching the Romanization process of the geographical and human reality to which this dissertation refers, in its two scopes of analysis, the urban and rural areas, compared with each other regarding either the cults and deities represented or the means of identification and expression of the worshippers in the votive epigraphy. These two paths of analysis have therefore allowed us to confirm not only the greater representation of the Roman component, compared with the indigenous one, as has been proposed for the analyzed territory, but also their harmonious coexistence, which seems to have been characteristic of the Lusitanian province, as well as the complexity in defining “romanidade”. This reinforces the relevance of the analysis of religious phenomena to a better understanding of man’s way of living. Keywords: Epigraphy; Roman religion; Romanization; indigenous world; Lusitanian-Roman society. 7 8 ÍNDICE NOTA INTRODUTÓRIA 13 CAPÍTULO 1. Enquadramento geral do trabalho 17 1.1. Contextualização geográfica 17 1.2. Enquadramento temático: a sociologia das religiões 18 1.2.1. O pendor social da religião 18 1.2.2. A multidimensionalidade do fenómeno religioso 19 1.2.3. Questões metodológicas 21 1.2.3.1. O método comparativo 21 1.2.3.2. O método da sociologia das religiões 22 1.3. Enquadramento histórico-cultural 23 1.3.1. Breve caracterização da religião romana 23 1.3.2. Breve caracterização da religião indígena 24 1.3.3. Alguns problemas inerentes ao estudo das divindades 27 1.4. Breve historial de investigação da epigrafia votiva peninsular 29 CAPÍTULO 2. Caracterização religiosa 33 2.1. Mundo urbano 34 2.1.1. Cultos e divindades romanas 34 2.1.1.1. Divindades consideradas de natureza florestal: Bona Dea 34 a). Caracterização da divindade e do seu culto 34 b). Origem e extensão geográfica do culto 34 c). Representação nas cidades do mundo urbano 35 2.1.1.2. Divindades representando ideias abstractas: Iuventas/Iuventus 35 2.1.1.3. Divindades consideradas salutíferas: Esculápio 36 2.1.1.4. Divindades tutelares: Genius e Juno 38 2.1.1.5. Júpiter 40 2.1.1.6. Marte 43 2.1.1.7. Vénus 44 2.1.2. Cultos e divindades indígenas 47 2.1.2.1. Atégina e outras “Deusas Santas” 47 a). Caracterização da divindade e do seu culto 47 b). Origem e extensão geográfica do culto 48 c). Representação nas cidades do mundo urbano 50 2.1.2.2. Ocrimira 50 2.1.2.3. Runeso Césio 51 2.1.3. Cultos e divindades orientais 52 2.1.3.1. Cíbele 52 9 a). Caracterização da divindade e do seu culto 52 b). Origem e extensão geográfica do culto 52 c). Representação nas cidades do mundo urbano 53 2.1.3.2. Ísis e Serápis 53 2.2. Mundo rural 55 2.2.1. Cultos e divindades romanas 56 2.2.1.1. Apolo 56 a). Caracterização da divindade e do seu culto 56 b). Origem e extensão geográfica do culto 57 c). Representação nas localidades do mundo rural 57 2.2.1.2. Divindades consideradas de natureza aquática 58 1. Águas 58 2. Fontano/Fontana 59 3. Ninfas 60 2.2.1.3. Divindades consideradas de natureza florestal 62 1. Diana e Silvano 62 2. Liber Pater e Libera 66 2.2.1.4. Divindades consideradas salutíferas: Salus 68 2.2.1.5. Divindades tutelares: Lares 69 2.2.1.6. Júpiter 71 2.2.1.7. Marte 72 2.2.1.8. Prosérpina 72 2.2.2. Cultos e divindades indígenas 74 2.2.2.1. Andaieco 74 a). Caracterização da divindade e do seu culto 74 b). Origem e extensão geográfica do culto 75 c). Representação nas localidades do mundo rural 75 2.2.2.2. Atégina e outras “Deusas Santas” 75 2.2.2.3. Bandue/Bandi 76 2.2.2.4. Broeneia 79 2.2.2.5. Carneu Calanticense 80 2.2.2.6. Dea Medica 82 2.2.2.7. Harase 82 2.2.2.8. Munidi (Munis) 83 2.2.2.9. Quangeio 85 2.2.2.10. Reve 86 2.2.2.11. Toga 88 2.2.3. Cultos e divindades orientais 89 2.2.3.1. Belona 89 10 a). Caracterização da divindade e do seu culto 89 b). Origem e extensão geográfica do culto 89 c). Representação nas localidades do mundo rural 90 2.2.3.2. Cíbele 90 2.3. Um caso singular: a epigrafia votiva de Endovélico 91 2.3.1. Caracterização da divindade e do seu culto 91 2.3.2. Origem e extensão geográfica do culto 94 2.3.3. Representação no espaço geográfico em análise 95 CAPÍTULO 3. Caracterização social 97 3.1. Mundo urbano 97 3.1.1.a) Estrutura onomástica e gentílica 97 3.1.1.b) Categorias sociais 99 3.1.2. Cultos e divindades romanas 100 3.1.2.1. Divindades consideradas de natureza florestal: Bona Dea 100 3.1.2.2. Divindades representando ideias abstractas: Iuventas/Iuventus 101 3.1.2.3. Divindades consideradas salutíferas: Esculápio 101 3.1.2.4. Divindades tutelares: Genius e Juno 102 3.1.2.5. Júpiter 103 3.1.2.6. Marte 104 3.1.2.7. Vénus 105 3.1.3. Cultos e divindades indígenas 106 3.1.3.1. Ocrimira 106 3.1.3.2. Runeso Césio 106 3.1.4. Cultos e divindades orientais 106 3.1.4.1. Cíbele 106 3.1.4.2. Ísis e Serápis 107 3.1.5. Material epigráfico desprovido de teónimos ou epítetos 108 3.2. Mundo rural 109 3.2.1.a) Estrutura onomástica e gentílica 109 3.2.1.b) Categorias sociais 110 3.2.2. Cultos e divindades romanas 111 3.2.2.1. Apolo 111 3.2.2.2. Divindades consideradas de natureza aquática 112 1. Águas 112 2. Fontano/Fontana 112 3. Ninfas 113 3.2.2.3. Divindades consideradas de natureza florestal 114 11 1. Diana e Silvano 114 2. Liber Pater 115 3.2.2.4. Divindades consideradas salutíferas: Salus 115 3.2.2.5. Divindades tutelares: Lares 116 3.2.2.6. Júpiter 117 3.2.2.7. Marte 118 3.2.2.8. Prosérpina 119 3.2.3. Cultos e divindades indígenas 120 3.2.3.1. Andaieco 120 3.2.3.2. Atégina e outras “Deusas Santas” 120 3.2.3.3. Bandue/Bandi 120 3.2.3.4. Carneu Calanticense 121 3.2.3.5. Dea Medica 121 3.2.3.6. Divindades de Arronches: Broeneia, Harase, Munidi (Munis) e Reve 121 3.2.3.7. Quangeio 122 3.2.3.8. Toga 123 3.2.4. Cultos e divindades orientais 123 3.2.4.1. Belona 123 3.2.4.2. Cíbele 123 3.3. Inscrições de procedência não referida 125 3.4. Endovélico: uma tentativa de caracterização sociojurídica dos seus cultuantes 126 3.4.1.