ISSN 2526-9038 • V. 12, Nº 2, Maio/Agosto De 2017 • DOI: 10.12530/Ci.V12n2.2017 Expediente
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ISSN 2526-9038 • V. 12, Nº 2, maio/agosto de 2017 • DOI: 10.12530/ci.v12n2.2017 Expediente Carta Internacional é uma revista eletrônica de Henrique Altemani de Oliveira, José Augusto Guilhon publicação quadrimestral dedicada ao debate sobre as Albuquerque, Luis Olavo Baptista, Margarita Silvia questões mais relevantes das relações internacionais Olivera, Maria Cristina Cacciamali, Maria Regina Soares sob a perspectiva brasileira. As opiniões expressas nos de Lima, Paulo Fagundes Visentini, Paulo Lavigne artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de Esteves, Peter Demant, Rafael Antônio Duarte Villa, seus autores e não expressam as opiniões da Associação Sean Burges e Tullo Vigevani. Brasileira de Relações Internacionais (ABRI). Redes Sociais: A Revista Carta Internacional foi fundada em 1993 Facebook: Carta Internacional por José Augusto Guilhon Albuquerque, no Núcleo de Twitter: @CartaAbri Pesquisas em Relações Internacionais da Universidade LinkedIn: Revista Carta Internacional de São Paulo (NUPRI/USP). Em 2011 tornou-se a Academia.edu: Revista Carta Internacional publicação científica da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI). Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) Carta Internacional é publicada pela Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI). A revista Presidente: está disponível para download gratuito, em formato Eugênio Pacelli Lazzarotti Diniz Costa (PUC Minas) PDF, no endereço: <http://www.cartainternacional.abri.org.br>. Secretária Executiva: Layla Ibrahim Abdallah Dawood (UERJ) Editora Chefe: Matilde de Souza Secretário Executivo Adjunto: Haroldo Ramanzini Junior (UFU) Editora Associada: Letícia Carvalho Tesoureira: Graciela De Conti Pagliari (UFSC) Editores Assistentes: Rebeca Caeiro e Mateus Silva Diretores: Cristina Soreanu Pecequilo (UNIFESP) Diagramação: Ana Flávia Barros-Platiau (UnB) Samuel Tabosa Carolina Moulin (PUC-Rio) Marcos Ferreira da Costa Lima (UFPE) Revisão: Luís Fernando dos Reis Pereira Conselho Fiscal: Henrique Altemani de Oliveira (UEPB) Secretaria da Carta Internacional: Túlio Sérgio Henriques Ferreira (UFPB) Airá Eventos Técnico-Científicos Correspondência: Conselho Científico: Avenida Dom José Gaspar, 500 – Prédio 04 – Sala 01 Amado Luiz Cervo, André Singer, Andrew Hurrell, Coração Eucarístico Belo Horizonte, MG – CEP: 30535-901 Anthony Pereira, Antônio Carlos Lessa, Arlene Tickner, Tel.: +55 (31) 3241-5123 Carlos Eduardo Lins da Silva, David Mares, Eduardo email: [email protected] Viola, Elizabeth Balbachevsky, Félix Peña, Fernando Augusto Albuquerque Mourão, Gary Hufbauer, Gilson © 2017 Associação Brasileira de Relações Schwartz, Gladys Lechini, Gustavo Vega-Cánovas, Internacionais (ABRI). Todos os direitos reservados. Sumário A evolução dos métodos de trabalho e a emergência do consenso no Conselho de Segurança da ONU: a tomada de decisão por comitês | The evolution of work methods and the emergency of consensus in the un security council: decision-making by committees | 5 Mariana Baccarini Aspectos normativos, securitários e geopolíticos da grande estratégia da Rússia (2000–2016) e o lugar das Nações Unidas | Normative, security and geopolitical aspects of Russian grand strategy (2000–2016) and the UN’s place | 30 Bruno Gomes Guimarães Hegemonia compartilhada e organizações internacionais: a proposta trilateralista dos anos de 1970 | Shared hegemony and international organizations: the trilateralist proposal of the 1970’s | 55 Rejane Hoeveler A Diretiva Europeia sobre Aquisições em Segurança e Defesa: Impactos na Logística de Defesa | The European Directive on Acquisitions in Security and Defence: Impacts on Military Logistics | 76 Bruna Rohr Reisdoerfer Luiz Rogério Franco Goldoni Barack Obama e o Oriente Médio: Um Panorama Crítico (2009/2017) | Barack Obama and the Middle East: A Critical Overview (2009/2017) | 101 Cristina Soreanu Pecequilo Clarissa Nascimento Forner O sentimento anti-Japão na China: origens, estímulos e consequências | The anti-Japan sentiment in China: origins, stimulus and consequences | 126 Hércules Paulino de Souza Mudança Institucional em Regimes de Direitos Humanos: o Sistema Interamericano e os Estados “em cima do muro” | Institutional change in Human Rights Regimes: the Inter-American System And States ‘on the fence’ | 150 Isabela Gerbelli Garbin Ramanzini Economia Política Internacional da Saúde, autonomia estratégica e segurança nacional | Health International Political Economy, strategic autonomy and national security | 174 Raphael Padula Política externa independente e a institucionalização das atividades espaciais no Brasil: histórias cruzadas | Independent Foreign Policy and the institutionalization of space activities in Brazil: intersecting stories | 197 Renata Corrêa Ribeiro A geopolítica das terras raras | The Geopolitics of rare earths | 219 Filipe Reis Melo Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 12, n. 2, 2017, p. 5-29 A evolução dos métodos de trabalho e a emergência do consenso no Conselho de Segurança da ONU: a tomada de decisão por comitês The evolution of work methods and the emergency of consensus in the un security council: decision-making by committees DOI: 10.21530/ci.v12n2.2017.628 Mariana Baccarini1 Resumo A dificuldade de se reformar formalmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas não impediu que ocorresse no órgão uma reforma informal de seu processo decisório, envolvendo seus métodos de trabalho. A busca por maior participação, accountability e transparência nos trabalhos da principal organização internacional, responsável pela paz e segurança internacionais, é objetivo não somente de Estados não membros do órgão como também de seus membros não permanentes, que questionam incessantemente a dominância dos membros permanentes no processo de tomada de decisão. O objetivo deste artigo é discutir como, com o fim da Guerra Fria, o padrão de votação do Conselho de Segurança sofreu alterações substantivas, de um processo conflituoso para um outro, em alguma medida, cooperativo, resultante da evolução dos métodos de trabalho e, em especial, da proliferação dos comitês de decisão. Com isso, vemos emergir um padrão consensual de decisão em que, na grande maioria das votações, os quinze membros votam afirmativamente para a aprovação das resoluções. Palavras-chave: Conselho de Segurança das Nações Unidas; consenso decisório; comitês de decisão Abstract The difficulty of formally reform the United Nations Security Council did not prevent an informal reform of its decision-making process, involving its working methods. The pursuit of greater participation, accountability and transparency in the work of the main international 1 Departamento de Relações Internacionais do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa/PB, Brasil. E-mail: [email protected] Artigo submetido em 09/02/2017 e aprovado em 25/08/2017. Mariana Baccarini 5 Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 12, n. 2, 2017, p. 5-29 institution responsible for international peace and security is the goal of not only the non- member states of the body but also its non-permanent members, who incessantly question the dominance of the permanent members in the decision-making process. The objective of this article is to demonstrate how, with the end of the Cold War, the voting pattern of the Security Council has undergone substantive changes, from a conflictive process to a cooperative one, as a result of the evolution of working methods and, particularly, the proliferation of decision-making committees. Thereby, we see a consensual pattern of decision emerge, in which, in the great majority of votes, the fifteen members vote affirmatively for the approval of resolutions. Keywords: United Nations Security Council; Decision-making consensus; decision-making committees Introdução Durante quase setenta anos de existência da Organização das Nações Unidas (ONU), somente uma reforma foi feita, referente ao número de assentos do Conselho de Segurança (CSNU), aumentando os membros não permanentes do órgão de 6 para 10, mudança formalizada em 1965. As críticas de que a atual composição do CSNU já “não reflete as realidades geopolíticas, econômicas e demográficas do sistema internacional presente” (HOSLI et al., 2011. p. 5, tradução livre) se encontram amplamente difundidas. No entanto, apesar das vantagens em se tornar um membro não permanente do CSNU, como prestígio, oportunidade de voz, visibilidade, obtenção de projetos do Banco Mundial e FMI etc. (DREHER; STURM; VREELAND, 2009a; DREHER; STURM; VREELAND, 2009b), sua influência na tomada de decisão é muito menor do que a dos membros permanentes, ou mesmo ínfima, como aponta O’Neill (1996). Apesar da reforma estar na pauta da ONU há anos, sendo frequentemente lembrada por Estados interessados, as negociações na organização se encontram travadas, em especial no Open-ended Working Group on the Question of Equitable Representation on and Increase in the Membership of the Security Council and Other Matters Related to the Security Council, criado pela Assembleia Geral da ONU (AGNU) em 1993. O grupo, conhecido como never-ending working group (LUCK, 2006), não consegue chegar a um rascunho de proposta a ser votado na AGNU, mesmo com os esforços de seus presidentes, o que não permite aos membros permanentes (P5) sequer se posicionarem quanto à possibilidade de um veto formal. 6 A evolução dos métodos de trabalho e a emergência do consenso no Conselho de Segurança da ONU [...] Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 12, n. 2, 2017, p. 5-29