Setembro, 2017 Dissertação De Mestrado Em História
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Como o Avante! tratou os seus entre 1941 e 1974 A construção de uma identidade comunista Ana Paula Marques Correia Dissertação de Mestrado em História Contemporânea Setembro, 2017 Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em História Contemporânea, realizada sob a orientação científica do Professor Doutor José Manuel Viegas Neves Aos que resistiram AGRADECIMENTOS O acompanhamento do professor José Neves foi determinante para que tenha sido possível transformar um projeto vago numa dissertação, num processo de avanços e recuos e muitas hesitações só possíveis de ultrapassar graças às suas observações e indicações de leituras. Para o enriquecimento do trabalho contribuíram decisivamente os três militantes comunistas que aceitaram falar das suas experiências e manifestar as suas opiniões. Aqui fica, pois, o agradecimento a Margarida Tengarrinha, Domingos Abrantes e José Pedro Soares. No plano pessoal, este trabalho teria sido apenas uma ideia sem o incentivo da Leonor e sem o apoio e a confiança incondicionais da Isabel. Como o Avante! tratou os seus entre 1941 e 1974 A construção de uma identidade comunista Resumo Palavras-chave: Avante!, clandestinidade, militância, leitores, identidade “Como o Avante! tratou os seus?”, a partir de uma análise de conteúdo da VI série do jornal procura-se uma resposta a esta pergunta, contribuindo para o estudo da militância comunista e da forma como ela foi construída e exposta na mais relevante publicação periódica do Partido Comunista Português. Entre a “reorganização” do partido, iniciada em 1941, e o fim da ditadura, em 25 de Abril de 1974, foram publicadas, com regularidade, 464 edições que determinaram a identidade comunista, falando de e para os militantes. De edição em edição, ao longo do período clandestino, a rede de influência do Avante! vai, no entanto, extravasando o partido, alargando-se a uma comunidade imaginada de leitores identificada com o universo dos opositores ao regime. Abstract Keywords: Avante!, clandestinity, militancy, readers, identity “How did Avante! treat their ones?” from a content analysis of the newspaper's VI series, an answer is sought to this question, in a contribution to the study of communist militancy and the way it was constructed and exposed in the most relevant periodical publication of the Portuguese Communist Party. Between 1941 and 1974, since the "reorganization" of the party, begun in 1941, and the end of the dictatorship on April 25, 1974, 464 editions were published regularly that determined the creation of communist identity, speaking of and for the militants. Gradually, from editing in edition, throughout the clandestine period, Avante's network of influence! however, goes beyond the party to an imagined community of readers identified with the universe of opponents of the regime. Índice Introdução ..................................................................................................... 1 Parte I — O Avante! cria a sua comunidade .................................................... 6 Avante! 1. A auto identificação ..................................................................................................................... 6 1.1 A “polissemia” ........................................................................................................ 6 “... de todos os homens que não sejam cobardes” 1.2 Internacionalista e nacional ............................................................................................. 7 1.3 ...................................................... 9 2. Cumplicidade e responsabilidade ....................................................................................... 13 “Nunca inutilizes o Avante!” 2.1 “Dever de todo o comunista” ........................................................................................ 13 “Indestrutível” 2.2 ........................................................................................... 15 2.3 ...................................................................................................................... 17 3. Obrigações e diretivas ............................................................................................................. 19 3.1 Esforço e sacrifício ............................................................................................................ 19 3.2 Dedicação exemplar .......................................................................................................... 21 3.3 Exemplar vendido duas vezes ...................................................................................... 21 Manda-nos noticias” 4. Leitor/correspondente ........................................................................................................... 24 ”Este Avante! é precioso” 4.1” ......................................................................................................... 24 4.2 ................................................................................................. 25 ”Desleixo” 5. Críticas e correções ................................................................................................................... 27 5.1 ................................................................................................................................ 27 PARTE II 5.2 Autocrítica— Ajustes de contas ................................ ................................................................................................................................................................... 2831 Avante! confucionistas” 1. A reorganização e os dois ...................................................................................... 31 1.1 Crítica aos “ ............................................................................................ 31 o grupelho provocatório” 1.2 “Irradiação” dos “provocadores” ................................................................................ 36 1.3 Contra “ ............................................................................... 38 1.4 O esquerdismo, os corvos e as moscas ..................................................................... 44 quinta-colunistas 2. Em tempo de guerra ................................................................................................................. 49 Se fores preso, camarada” 2.1 Os “ ”´ ..................................................................................................... 49 “Na Polícia não se fala” 3. ” ..................................................................................................... 51 “Má conduta” 3.1 .................................................................................................... 51 “Indignidade, cobardia e traição” 3.2 ........................................................................................................................ 54 3.3 ................................................................................ 55 “Provocadores e traidores” 3.4 “Cuidado com eles” ............................................................................................................ 60 Miseráveis” 3.5 ............................................................................................. 62 3.6 “ .......................................................................................................................... 67 ”Liberdade para os presos!” 4. Heróis .............................................................................................................................................. 73 “Inclinamos as nossas bandeiras” 4.1 ............................................................................................. 73 ”Um homem entre as estrelas 4.2 ................................................................................. 81 PARTE III 4.3 — A superioridade (banal) dos comunistas” ................................................................ ........................................................... 8488 1. A linguagem banal ..................................................................................................................... 88 1.1 O exemplo moral ................................................................................................................ 88 1.2 Ódio pelo inimigo ............................................................................................................... 92 1.3 A vingança serve-se fria .................................................................................................. 93 2. O banal deliberado .................................................................................................................... 95 2.1 Sentimento e emoção ....................................................................................................... 95 2.2. A heroicidade ...................................................................................................................... 97 2.3. Ser comunista é... ............................................................................................................ 100 Conclusão2.4 A “superioridade comunista” ................................................................ ......................................................................................................................... 103113 Bibliografia ................................................................................................. 118 Introdução “A resistência foi a dignidade de Portugal”. A frase é de Jorge Sampaio1 e pode sintetizar o significado