Feminismos Em Portugal (1947-2007)

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Feminismos Em Portugal (1947-2007) FEMINISMOS EM PORTUGAL (1947-2007) Maria Manuela Paiva Fernandes Tavares Doutoramento em Estudos sobre as Mulheres Especialidade em História das Mulheres e do Género 2008 1 FEMINISMOS EM PORTUGAL (1947-2007) Maria Manuela Paiva Fernandes Tavares Orientadora: Professora Doutora Anne Cova Co-Orientadora: Professora Doutora Anália Cardoso Torres Doutoramento em Estudos sobre as Mulheres Especialidade em História das Mulheres e do Género 2008 2 « Mouvement social et politique, le féminisme a besoin d’une mémoire et de sa dimension affective. Mais il a aussi besoin d’une histoire réflexive. » Françoise Thébaud, Brigitte Studer, (2004), « Entre histoire et mémoire », Le siècle des féminismes, Paris, Les Éditions de L’Atelier, p.27. ‖Precisamos urgentemente de uma definição política própria, em que caiba o individual de cada uma. Precisamos ultrapassar a nossa insegurança, construindo uma identidade - pessoal e colectivamente. Precisamos compreender as causas sociais da nossa incapacidade de ultrapassar o medo... Precisamos de uma teoria... Planificada, estruturada para atingir os fins que nos propusemos‖. Madalena Barbosa, 1978 Em homenagem a Madalena Barbosa, feminista e dirigente do MLM, do IDM e Cooperativa Editorial de Mulheres nas décadas de 1970 e 1980. Extractos de um texto por ela elaborado com a colaboração de Ana D’Ory e de Isabel Barreno, arquivado na UMAR no Centro de Documentação e Arquivo Feminista Elina Guimarães 3 AGRADECIMENTOS Sem o apoio e colaboração de muitas pessoas e entidades com quem contactei ao longo destes cinco anos, este trabalho não teria sido possível. Esta é uma oportunidade para agradecer publicamente o estímulo e solidariedade que fui recebendo de todas elas. As primeiras palavras de agradecimento dirigem-se às minhas orientadoras, Professoras Doutoras Anne Cova e Anália Torres, que sempre acreditaram em mim, apesar de me verem envolvida em múltiplas formas de activismo feminista. Contudo, em todas essas actividades, a minha tese esteve presente e foi o pano de fundo da minha vida nos últimos cinco anos. Em segundo lugar, às minhas entrevistadas, que demonstraram uma grande disponibilidade e com as quais troquei muitas ideias e partilhei muitas interrogações. Uma palavra especial para cinco pessoas: a Maria José Magalhães, a Antónia Fiadeiro, a Elisabete Brasil, a Almerinda Bento e a Eugénia Morão. De forma diferenciada, foi nelas que me apoiei nos momentos de maior trabalho e de quem recolhi as maiores solidariedades. Recordo com saudade algumas tardes passadas numa aldeia beirã, com a Maria José Magalhães, falando, discutindo, com aquele brilho nos olhos de quem procura na reflexão e na interrogação a forma de construção do pensamento. O trabalho junto dos e das jovens do ensino secundário, que preencheu o meu ano de licença sabática, não teria sido possível sem o apoio de muitas/os professoras/es das escolas de Almada e de Viseu. Seria difícil escrever os nomes de todas/os neste pequeno texto. Mais fácil se torna, no entanto, relevar o importante contributo dos investigadores do ISCTE Rui Brites e Tiago Lapa, que em muito contribuíram para me iniciar em lides menos conhecidas e que me prestaram apoio técnico. Devo um pedido de desculpas especial à Virgínia Ferreira, que se prontificou a estar comigo num fim de tarde em Coimbra. Foi uma entrevista interessante, da qual retirei apontamentos e gravei num daqueles ―gravadores pós-modernos‖, recente na minha mão. O resultado foi só ter conseguido tirar a primeira página da entrevista, por a mesma se ter apagado acidentalmente na altura de a passar a escrito. Em termos institucionais, agradeço a todos os centros de documentação e arquivo que vêm referenciados na tese, onde passei bastantes horas. Um agradecimento especial à Teresa Almeida, que me deu estadia e fez companhia em Paris, quando da pesquisa na Bibliothèque Marguerite Durand. Por último, um agradecimento muito especial ao António, à minha filha Paula e às amigas da UMAR que, por serem tantas, não nomeio, com receio de me esquecer de algum nome. 4 RESUMO Esta tese procura traçar os percursos dos feminismos em Portugal em meio século de história. Objectivo ambicioso, num país onde a memória histórica dos feminismos da primeira metade do século XX se esfumou, por influência do regime ditatorial do Estado Novo, com uma ideologia de submissão das mulheres e pelo pensamento dogmático das esquerdas políticas, que não souberam captar a dimensão plural dos feminismos e as contradições de género na sociedade. Sendo a capacidade de interrogação uma das características das teorias feministas, este trabalho, dá visibilidade aos feminismos como corrente plural de pensamento e acção, mas mostra também as suas fragilidades, os períodos de latência e de ―erupção‖, no dizer da historiadora Karen Offen (OFFEN, 2008: 39). São, ainda, lançadas pistas para uma reconfiguração das correntes feministas, tendo em consideração o contexto de diferentes vivências das mulheres no país e num mundo globalizado. Este trabalho valoriza a militância corajosa das mulheres na luta antifascista, sem deixar de relevar a falta de questionamento da subordinação das mulheres fora do campo dos direitos políticos. A falta de entrelaçamento das questões democráticas e de classe com as de género foi uma das causas da diluição do feminismo no antifascismo. Apesar das transformações democráticas do país após Abril de 1974 e da grande participação das mulheres, a palavra ―feminismo‖ permaneceu fora da linguagem política e a despenalização do aborto só conseguiu ser alcançada no novo milénio. Este estudo analisa estes percursos e as suas contradições, mostrando que a grande evolução no estatuto das mulheres portuguesas nas últimas três décadas não esgota as razões para uma agenda feminista, ampla e exigente, no respeito por um sujeito feminista plural, que tenha em consideração as diferenças entre as mulheres, em termos de etnia, classe social, região de pertença, orientação sexual, religião e idade. Palavras-chave: feminismos, movimentos, história das mulheres, teoria feminista. 5 Abstract This thesis aims to draw the routes of feminisms in Portugal in the last sixty years of history. A rather ambitious purpose in a country where historical memory of feminisms in the first half of the XX century is blurred either because of the dictator regime of the Estado Novo with the ideology of women’s submission or the dogmatic thought of the political left wing parties that could not understand the plural dimension of the feminisms and the gender contradictions in society. Since the capacity to questioning is one of the characteristics of the feminist theories, this study gives visibility to feminisms as a plural current of thought and action, and it also shows its weakness, its latency and eruption periods, according to Karen Offen (OFFEN, 2008:39). Furthermore, ways are open to reconfigurating the feminist theories, taking into consideration the context of women’s different ways of living in the country and in a global world This work values the courageous militancy of women during the fascist period, but doesn’t omit the lack of questioning the subordination of women beyond the range of their political rights. One of the reasons why feminism was ―diluted‖ with antifascism was the fact that democratic and class issues were not mingled with gender issues. Despite the democratic changes of the country in April 1974 and the strong participation of women, the word ―feminism‖ remained out of the political language and the depenalisation of abortion could only be achieved in the new millennium. This study analyses these routes and their contradictions and shows that the great evolution in the status of Portuguese women in the last three decades does not exhaust the reasons for a wide and demanding feminist agenda respecting a plural feminist subject where the differences in women are taken into consideration, i. e. ethnic, social class, region, sexual orientation, religion or age. Key words: feminisms; movements, women’s history; feminist theory 6 ÍNDICE INTRODUÇÃO 1- Proposição do tema e estado da questão 1 2- Objecto de estudo e período estudado 5 3- A importância da memória histórica: as fontes escritas e orais 8 4- Perspectivas teóricas 10 4.1- Feminismo - conceito em evolução 10 4.2-.O pensamento feminista e a ciência – uma postura 14 epistemológica 4.3- Desafios para as perspectivas teóricas feministas 17 5- Metodologias e organização do trabalho 2 0 PARTE I - A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS FEMINISTAS, A RECONFIGURAÇÃO DAS CORRENTES Capítulo 1 – Feminismos e Estudos sobre as Mulheres em Portugal 1- A APEM e as origens dos Estudos sobre as Mulheres 26 1.1 -Os primeiros colóquios académicos 27 1.2 – A Associação Portuguesa de Estudos sobre as Mulheres 31 2- Estudos sobre as Mulheres, Estudos Feministas, Estudos de 32 Género 3- Da recuperação das mulheres enquanto objecto de estudo à reflexão crítica. 34 4- O saltar as barreiras disciplinares: a interdisciplinaridade 37 5- A inserção ou “contaminação” académica dos Estudos sobre 39 as Mulheres Capítulo 2 - A evolução das teorias feministas. Um novo sujeito feminista? 1- As origens 42 2- Contributos e limitações do marxismo para o feminismo: um “casamento mal sucedido”? 44 3- A segunda vaga dos feminismos e os contributos do feminismo radical 48 4- Características das correntes do feminismo em Portugal e Espanha (1975-1985) 52 5- Do discurso liberal dos direitos ao discurso neoliberal dos tempos actuais 60 6- Feminismo e pós-modernidade 63 Capítulo 3 - A reconfiguração das correntes do feminismo 1-
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