Registos Sonoros De Interpretação Poética.Pdf
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Sebastião da Gama - Arnaldo Trindade - Miguel Torga - José Régio - João Villaret - David Mourão-Ferreira - Robert Browning - Al Berto - José de Almada Negreiros - Mário Cesariny - Racine - Carlos Santos - Joseph Chaikin - Jon Whitmore - Manuela Porto - Maria de Jesus Bar roso - Germana Tânger - Eunice Muñoz - Carmen Dolor es - Laura Soveral - Maria Dulce - Mário Viegas - Luís Miguel Cintra - Alban Berg - Os Poetas - Anabela Duarte - Wordsong - Fernando Ribeiro - Structura - Adolfo Luxúria Canibal - António Cova - João Branco Kyron - Carlos Nobre - Kalaf - Valete - Aires Ferreira - A Tertúlia dos Assassinos - Charles Sangnoir - David Soares José António Geraldo Marques da Silva REGISTOS SONOROS DE INTERPRETAÇÃO POÉTICA: análise dos modos de dizer poesia em Portugal, a partir das gravações em disco Tese de doutoramento em Materialidades da Literatura, orientada pelos Professores Doutores Osvaldo Manuel Silvestre e Manuel Portela e apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Setembro de 2015 Sebastião da Gama - Arnaldo Trindade - Miguel Torga - José Régio - João Villaret - David Mourão-Ferreira - Robert Browning - Al Berto - José de Almada Negreiros - Mário Cesariny - Racine - Carlos Santos - Joseph Chaikin - Jon Whitmore - Manuela Porto - Maria de Jesus Barroso - Germana Tânger - Eunice Muñoz - Carmen Dolores - Laura Soveral - Maria Dulce - Mário Viegas - Luís Miguel Cintra - Alban Berg - Os Poetas - Anabela Duarte - Wordsong - Fernando Ribeiro - Structura - Adolfo Luxúria Canibal - António Cova - João Branco Kyron - Carlos Nobre - Kalaf - Valete - Aires Ferreira - A Tertúlia dos Assassinos - Charles Sangnoir - David Soares José António Geraldo Marques da Silva REGISTOS SONOROS DE INTERPRETAÇÃO POÉTICA: análise dos modos de dizer poesia em Portugal, a partir das gravações em disco Tese de doutoramento em Materialidades da Literatura, orientada pelos Professores Doutores Osvaldo Manuel Silvestre e Manuel Portela e apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Setembro de 2015 Agradecimentos Aos Professores Doutores Osvaldo Silvestre e Manuel Portela, por terem aceitado orientar-me, pelo desafio que me lançaram, por acreditarem na utilidade desta tese, pelas inúmeras pistas que foram deixando no caminho, pela exigência moderada. Ao Prof. Dr. Sousa Ribeiro e a todos os docentes e doutorandos em Materialidades da Literatura, pelas críticas e pelas sugestões utilíssimas no decurso da escrita desta tese. Ao Paulo Maria Rodrigues, e aos meus sobrinhos Nuno e Rui Geraldo, pelas conversas sobre música e gravar música. À Teresa Faria, à Inês Guedes de Oliveira, ao Gonçalo Barros, pelo interesse que mostraram e pela força que sempre incutiram. À Associação Cultural Camaleão e à sua produtora Cláudia do Vale, que sacrificaram alguma programação, em prol da escrita desta tese. À Helena, ao Simão, à Nina, ao Julião e ao Bessie, pelo amor, pela companhia e pela paciência. 2 Resumo Esta tese analisa as gravações de poesia publicadas em Portugal com o objectivo de caracterizar práticas e modos de dizer poesia. São analisados registos sonoros de interpretação poética produzidos desde a segunda metade do século XX até à atualidade. Depois de uma introdução sobre o início da gravação de voz e de poesia, no século XIX, o primeiro capítulo “A Voz do Poema”, trata a relação da voz do poema com a voz do poeta e a natureza singular da voz, através de conceitos como presença e reconhecimento, indício e expressão, ruído e código, mediação entre o poeta e o mundo e diferentes modos de dizer. Investigam-se ainda as relações entre poesia e música e entre oralidade e escrita, bem como as diversas formas de escutar uma voz que diz um poema. No segundo capítulo, “A Voz dos Poetas”, analisam-se registos de alguns dos primeiros poetas que disseram e gravaram a sua poesia em estúdio no final dos anos 1950 — como Miguel Torga e José Régio — e consideram-se as diferenças entre gravação em estúdio e gravação ao vivo. O terceiro capítulo, “Dizer Poesia”, olha para as regras da arte de dizer poesia com especial ênfase no ensino do Conservatório Nacional de Teatro ao longo do século XX. No quarto capítulo, “A Voz dos Intérpretes”, são destacados casos de actores que, tendo estudado e praticado o dizer em público, criaram um modo próprio de dizer poesia, muitas vezes imitado: Manuela Porto, João Villaret, Mário Viegas e Luís Miguel Cintra. Este capítulo termina com uma referência à spoken word, enquanto poesia dita por músicos, que levou ao surgimento de novos modos de dizer poesia: do hip-hop a de Adolfo Luxúria Canibal. As conclusões estabelecem relações entre as palavras usadas para designar a prática de dizer poesia e os modos de dizer poesia, recapitulando as questões conceptuais e históricas que foram objecto de investigação. 3 Abstract This thesis analyses the recording of poetry in Portugal with the aim of identifying and describing practices and styles of saying poetry. This analysis looks at sound recordings of poetry during the second half of the twentieth century up to the present day. After an introduction about the beginnings of voice recording and poetry recording in the nineteenth century, the first chapter, “The Voice of the Poem”, examines the relation of the voice of the poem to the voice of the poet, as well as the unique nature of the voice, through concepts such as presence and recognition, sign and expression, code and noise, mediation between the poet and the world, and different styles of saying poetry. Consideration is also given to the relationship between poetry and music, orality and writing, and to the different ways of listening to a voice saying a poem. The second chapter, “The Voice of the Poets”, focuses on the earliest studio recordings by Portuguese poets in the late 1950s – such as José Régio and Miguel Torga –, and discusses the differences between studio recording and live recording. The third chapter, “Saying Poetry”, looks at the art of saying poetry, with special emphasis on the teaching methods of the National Theatre Conservatory during the twentieth century. The fourth chapter, “The Voice of Performers”, highlights cases of actors who, having studied and practiced for saying poetry in public, developed their own style of saying poetry, a style that was often imitated: Manuela Porto, João Villaret, Mário Viegas, and Luís Miguel Cintra. This chapter ends with a reference to spoken word poetry as poetry performed by musicians, which led to the emergence of new styles of saying poetry: from hip-hop to Adolfo Luxúria Canibal. The conclusions map the relations between the words used for describing the practice of saying poetry and the different styles of saying poetry, while briefly recapitulating the conceptual and historical issues that were under investigation. 4 Sumário Introdução “que sejam os versos gravados em discos em vez de impressos em papéis” Capítulo 1 – A voz do poema a) Poesia e música - Coincidência e separação b) Modo poético - Uma análise musical do modo de dizer poesia c) O que é uma voz - Cinco visões i) Presença e reconhecimento ii) Do ruído ao código iii) Modos de dizer iv) Indício e expressão v) Algumas propriedades quânticas da voz d) Proximidade entre texto e voz - Registos textuais e) Sebastião da Gama e as vozes do poeta - Uma estranha e íntima presença f) Leitura de poesia e limites da interpretação - Leitores, declamadores e autores g) Voz como perturbação de identidade - O poeta entre dois mundos: mediação, vibração e impossibilidade criativa h) Inspiração versus trabalho - Sobre o processo de escrita poética i) Oralidade e escrita - Coincidência e separação entre a voz do poeta e a de quem diz o poema j) De olhos fechados - A poesia nasceu cega k) Audição de poesia - Modos de ouvir, escutar, entender e compreender Capítulo 2 - A voz dos poetas 2.1. Orfeu grava os poetas 2.1.1. Arnaldo Trindade 2.1.2. Miguel Torga 2.1.3. José Régio 2.1.3.1. José Régio por José Régio 2.1.3.2. O “Cântico Negro” nas vozes de José Régio e de João Villaret: (1) Andamento (2) Tempo 5 (3) Altura (4) Intensidade (5) Expressão Respirações e inflexões – Estudo do caso (análise auditiva) (6) Respiração (7) Inflexões Tempo (flash-back) (8) Ressonância (9) Articulação (10) Projecção (11) Consciência vocal (12) Focalização da expressão vocal (13) Energia Um olhar comparativo 2.1.4. Conclusão ou talvez não 2.2. Poetas dizem ao vivo 2.2.1. Amália/Vinicius – um engano exemplar (1970) 2.2.2. David Mourão-Ferreira – uma gravação doméstica (1995) 2.2.3. Uma certa aura das gravações de poesia ao vivo 2.2.4. Robert Browning – um falhanço exemplar (1889) 2.2.5. Al Berto na Casa Fernando Pessoa (1995) 2.2.6. José de Almada Negreiros – Manifesto Anti-Dantas (1965) 2.2.7. Mário Cesariny: "Aqui está 'dever', mas é 'querer'." 2.3. Gravar em estúdio Capítulo 3 - Dizer poesia 3.1. Racine – Arte declamatória: rigor e emoção 3.2. Carlos Santos – A Arte de dizer 3.2.1. “Dizer bem” 3.2.2. Dizer e ler 3.2.3. Pronunciar e articular: a) Pronunciação - b) Articulação - c) Pontuação 3.2.4. Respiração e ressonância: a) Respiração - b) Ressonância: 3.2.5. As pausas e o estilo do escritor: a) Pausas - b) Estilo do escritor 3.2.6. Inflexões e palavras de valor: a) Inflexões - b) Palavras de valor 6 3.2.7. Ritmo, movimento e dicção expressiva: a) Ritmo - b) Dicção expressiva 3.2.8. Conclusão 3.3. Joseph Chaikin e a terceira via 3.4. Jon Whitmore - Análise do sistema vocal numa performance Capítulo 4 - A voz dos intérpretes 4.1. A poesia dita por mulheres - actrizes nascidas antes de 1940 4.1.1. Manuela Porto 4.1.2. Maria de Jesus Baroso 4.1.3. Germana Tânger 4.1.4. Eunice Muñoz 4.1.5. Carmen Dolores 4.1.6. Laura Soveral 4.1.7. Maria Dulce 4.2. João Villaret, Mário Viegas, Luís Miguel Cintra – “escolas de dizer” 4.2.1.