O Processo De Internacionalização Da Música Portuguesa: Contexto Histórico, Desafios Atuais E Futuro

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O Processo De Internacionalização Da Música Portuguesa: Contexto Histórico, Desafios Atuais E Futuro O Processo de Internacionalização da Música Portuguesa: contexto histórico, desafios atuais e futuro Joaquim Paulo da Cruz Oliveira Dissertação de Mestrado Mestrado em Empreendedorismo e Internacionalização Porto – abril de 2014 INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO O Processo de Internacionalização da Música Portuguesa: contexto histórico, desafios atuais e futuro Joaquim Paulo da Cruz Oliveira Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Contabilidade e Administração do Porto para a obtenção do grau de Mestre em Empreendedorismo e Internacionalização, sob orientação do Professor Doutor Freitas Santos Porto – abril de 2014 INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO INSTITUTO POLITÉCNICO DO PORTO Resumo O presente trabalho aborda a problemática da internacionalização da música portuguesa, referindo o contexto histórico da sua evolução (internacional e nacional), os desafios atuais que se colocam às empresas e músicos decorrente da digitalização da música, traçando-se depois alguns cenários de futuro. Desde a sua origem e implementação como indústria que a música portuguesa tem apresentado dificuldades de se internacionalizar. Se tal se deve, em grande parte, ao isolamento a que o país esteve sujeito durante o regime do Estado Novo, a situação pouco se alterou com a revolução de 25 de abril de 1974. Era suposto que o surgimento do digital, aliado a novas tecnologias de divulgação e partilha e a menores custos de produção alterassem a situação. No entanto, num mundo cada vez mais globalizado, Portugal parece continuar a padecer do isolamento e da sua condição geograficamente periférica. O que verdadeiramente acontece é que, o verdadeiro problema, hoje e sempre, reside na falta de apoios e de estruturas profissionais que permitam alavancar a música portuguesa no seu processo de internacionalização e exportação como um bem consumível, gerador de emprego e de retorno económico. Existem, no entanto, exceções para lá do fado e dos cantores populares; artistas e bandas que, com muito trabalho e com custos pessoais, investem na sua internacionalização. Obviamente, o retorno é proporcional à sua capacidade de investimento, mas comprovam que, devidamente apoiados por estruturas profissionais e competentes, e pela qualidade da sua música, a internacionalização é perfeitamente alcançável. Palavras-Chave: Internacionalização; exportação; música portuguesa; música digital i Abstract This paper discusses the problem of Portuguese music internationalization, referring to the historical context of its development (international and national), the current challenges faced by companies and musicians due to the digitization of music, subsequently outlining some future scenarios. Since its origin and implementation as an industry that Portuguese music has presented difficulties to internationalize. If this is due, in large part, to the isolation the country was submitted during the Estado Novo regime, the situation has changed very little with the revolution of the 25th April of 1974. It was supposed that the emergence of digital, combined with new technologies of dissemination and sharing at lower productions costs would change the situation. However, in an increasingly globalized world, Portugal still seems to suffer from isolation and its geographically peripheral condition. What really happens is that the real problem, today and always, is the lack of support and professional structures enabling the leverage of Portuguese music in the process of internationalization and export as a commodity, capable to generate employment and economic return. There are, however, exceptions beyond fado and popular singers; artists and bands that, with hard work and at personal cost, invest in their internationalization. Obviously, the return is proportional to its investment capacity, but proves that duly supported by professional and competent structures, and the quality of his music, internationalization is perfectly attainable. Keywords: Internationalization, exportation, Portuguese music, digital music ii iii Dedicatória À minha esposa, Célia, e aos meus dois filhos, Diogo e Gonçalo, pelo apoio, incentivo e compreensão. Tudo o que abdicamos não foi em vão. Sem vocês, nada disto teria sido possível. iv Agradecimentos Ao meu orientador, Professor Doutor Freitas Santos, pelo apoio, discernimento, orientação e compreensão À Professora Doutora Maria Clara Dias Pinto Ribeiro, por todo o apoio e incentivo ao longo do mestrado. Aos meus professores e colegas de mestrado e licenciatura, em especial ao Carlos Torres e Sandra Pinto. Aos meus amigos, pelo exemplo e incentivo. Aos meus pais, por tudo. v Lista de abreviaturas AFI - Associação Fonográfica Independente AFP - Associação Fonográfica Portuguesa AUDIOGEST - Associação para a Gestão e Distribuição de Direitos CBS – Columbia Broadcasting System DMR – Digital Music Report EMI – Electric and Musical Industries GDA - Cooperativa de Gestão dos Direitos dos Artistas, Intérpretes ou Executantes, CRL GEPE - Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação GPPVF - Grupo Português de Produtores de Videogramas e de Fonogramas IFPI - International Federation of Phonograph Industry IPAE - Instituto Português das Artes do Espetáculo NBC – National Broadcasting Company P2P – Peer-to-peer PME – Portugal Music Export RCP – Rádio Clube Português RIAA - Recording Industry Association of America RRV – Rock Rendez Vouz SME - Sony Music Entertainment SPA - Sociedade Portuguesa de Autores UMG - Universal Music Group UNEVA - União de Editores de Vídeo e Áudio UPAV - União Portuguesa de Artistas de Variedades VC – Valentim de Carvalho WMG - Warner Music Group vi Índice Geral Resumo ................................................................................................................................................i Abstract ............................................................................................................................................... ii Dedicatória ......................................................................................................................................... iv Agradecimentos...................................................................................................................................v Lista de abreviaturas .......................................................................................................................... vi Introdução ........................................................................................................................................... 1 Capítulo I ............................................................................................................................................ 3 Evolução da Industria Musical no Mundo .......................................................................................... 3 1. A evolução da indústria musical no mundo: do seu início até à era do digital .............................. 4 1.1. As primeiras gravações e a música como indústria .................................................................... 4 1.2. As indústrias concorrentes e a crise económica de 1930 ........................................................... 5 1.3. A consolidação institucional da indústria fonográfica norte-americana nos anos de 1950 ........ 6 1.4. Os anos dourados do mercado discográfico e a crise dos anos setenta ................................... 9 1.5. Consequências da crise económica dos anos setenta ............................................................. 11 1.6. A crise dos anos 1980 e a revolução digital .............................................................................. 13 2. A importância da rádio na indústria musical ................................................................................ 15 2.1. Contributo do desenvolvimento tecnológico para a expansão e popularidade da rádio .......... 15 2.2. Indicadores da crise na rádio .................................................................................................... 16 Capítulo II ......................................................................................................................................... 19 A Indústria Musical em Portugal....................................................................................................... 19 1. Os primórdios do mercado musical em Portugal ......................................................................... 20 2. A indústria musical em Portugal após a década de 1950 ............................................................ 22 3. A modernização do país resultante da revolução de 1974 .......................................................... 24 4. A reinvenção da música portuguesa como resultado das novas influências .............................. 25 5. A organização institucional da indústria musical portuguesa ...................................................... 31 Capítulo III ........................................................................................................................................ 34 Os desafios da revolução digital para a indústria musical ............................................................... 34 1. A nova forma de atuação da indústria musical ............................................................................ 35 1.1 A existência ou não de crise da indústria fonográfica ................................................................ 37 2. A influência do formato digital na distribuição musical ...............................................................
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