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Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação Doutorado em Ciências da Comunicação Entre promessas e a realidade da televisão digital: estratégias da Rede Globo na convergência Aluno : Luciano Correia dos Santos Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Orientador: Prof. Dr. Valério Cruz Brittos São Leopoldo, fevereiro de 2012. 2 S337e Santos, Luciano Correia dos Entre promessas e a realidade da televisão digital: estratégias da Rede Globo na convergência internet / Luciano Correia dos Santos. -- 2012. 239 f. : il. ; 30cm. Tese (doutorado em Ciências da Comunicação) -- Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação, São Leopoldo, RS, 2012. Orientador: Prof. Dr. Valério Cruz Brittos. 1. Comunicação de massa - Economia política. 2. Televisão digital - Estratégia - Rede Globo. I. Título. II. Brittos, Valério Cruz. CDU 659.3:32 Catalogação na Publicação: Bibliotecária Eliete Mari Doncato Brasil - CRB 10/1184 3 4 Dedicatória e agradecimentos Dedico este trabalho a João Correia ( in memoriam ), pai, mestre, maior exemplo da minha vida, homem de fibra, sábio, estudioso, amoroso e dedicado, que tanto sonhou com a concretização desta meta e que vive agora na memória dos seus filhos, esposa netos e bisnetos. E à minha mãe, Afra, que, com o amor infinito das mães, desde as primeiras palavras, me ensinou a ver o mundo com inteligência, conferindo significação e significado às coisas da vida. Ao meu filho Fernando, aos irmãos (Marise, Sônia Mercedes, Diana, Denise e Sérgio), aos cunhados-irmãos (Agnaldo, Luiz Esquerdinha e Ricardo), à cunhada Patrícia, e aos sobrinhos queridos, pelo apoio em todas as horas. A Carol, pela tradução do resumo para o Inglês. Ao meu orientador na Unisinos, prof. Dr. Valério Cruz Brittos, mais que mestre, amigo e companheiro, paciente e dedicado, parceiro de outros desafios futuros, que abriu as portas para esta experiência luminosa. Ao co-orientador na Universidad Carlos III de Madrid, Luís Albornoz, que me acolheu fraternamente na Espanha e iluminou com novos caminhos esta formidável jornada. Aos amigos: Amaral Cavalcante, Antônio Samarone, Bel Barreto, Bosco Mendonça, Fernando (Pi) Santana, Fernando Sávio ( in memorian ), Jorge Carvalho, Luiz Antônio Barreto, Manoel Veneno, Mônica Pinto, Ofélia Onias e Sales Neto. A Neide, pela revisão. À memória de Francisco Paulo dos Anjos. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Unisinos, pelos ensinamentos, ajuda, compreensão e amizade. Ao Governo do Brasil e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que me apoiaram desde o mestrado e doutorado na Unisinos até a realização do sanduíche na Espanha, em 2010. 5 Resumo Em 02 de dezembro de 2007 o Brasil deu início à nova fase da televisão, caracterizada pela passagem do patamar analógico para o digital. A digitalização marca uma nova idade da televisão, reconfigurada de tal forma que ela re(surge) com novas denominações, como PluriTV , TV expandida, IPTV e tantas outras que não cabe listá-las agora. O que interessa deste processo são as múltiplas possibilidades decorrentes da chamada convergência digital, ou convergência dos meios que, ao fazer cruzar variados tipos de mídia, ressignifica todos eles e enseja um futuro ainda incógnito, com a emergência de novas gramáticas audiovisuais. Um dos produtos que viceja no ambiente da convergência é esta nova TV digital, a Televisão Digital Terrestre (TDT), de transmissão hertziana, aberta e gratuita, pelo menos nas promessas iniciais e até o momento. No Brasil, os canais que exploravam o serviço de radiodifusão analógica tiveram suas licenças renovadas para o novo patamar, com o prazo de até 2016 para concretizar a passagem. A Rede Globo de Televisão, principal emissora de TV do país e uma das maiores do mundo, aos poucos, fez sua passagem nas capitais e principais cidades brasileiras e começou a investir na implantação dos serviços inerentes à nova tecnologia de transmissão. O presente trabalho busca identificar as principais decisões tomadas pela Globo para se posicionar, dos pontos de vista econômico, mercadológico, administrativo, artístico, tecno-estético e sob outros aspectos, no ambiente da digitalização. O conjunto dessas estratégias é analisado aqui pelos instrumentos da Economia Política da Comunicação, linha de pesquisa na qual se inscreve a pesquisa. 6 Abstract On December 2, 2007 Brazil started a new phase in television, charactherized by the change from the analogycal plataform to the digital one. The digitalyzation defines a new period in television, reconfigured in a way that emerges with new denominations, such as PluriTV, expanded TV, IPTV, and many others that are not relevant to mention at this moment. What matters in this process is the multiple possibilities brought by what we call digital convergence, or media convergence that, by crossing several types of media, reframes them all and creates a future yet unknown, with the emergence of new audio-visual conjuctions. One of the products brought by the convergence environment is this new digital TV, called “Televisão Digital Terrestre (TDT)”, with a hertzian transmission, open and free, at least in the maiden promisses. In Brazil, the channels that used to profiteer the service of analogical broadcasting had their licenses restored to the new system, with the prompt up to 2016 to concretize the transition. The “Rede Globo” Television, Brazil's main television station and fourth of the world, gradually, has made the transition in Brazilian capitals and leading cities and started to invest on the implantation of the necessary services to the tecnology of transmission. This work intend to identify the principal decisions taken by Globo in order to be, by the economical, marketing, administrative, artistic, techno-aesthetic and others points of view, in the digitalization enviroment. The group of these strategies is analyzed here based on the instruments of the Political Economy of Communication, line of research in which is located this research. 7 Sumário Introdução .................................................................................................................... 8 Capítulo 1. Digitalização e sociedade ....................................................................... 23 1.1. Tecnologia, economia e política ........................................................................... 23 1.2.Espaço público midiático ...................................................................................... 36 1.3. A televisão dentro das lógicas capitalistas ........................................................... 46 1.4. A influência das demandas ...................................................................................60 Capítulo 2. Mercado e inovação ............................................................................... 67 2.1. A nova televisão ................................................................................................... 67 2.2. Interatividade e participação ................................................................................ 77 2.3. Patamar digital ...................................................................................................... 80 2.4. Barreiras à entrada ................................................................................................ 91 Capítulo 3. Mercado e multiplicidade ................................................................... 104 3.1. Mercado brasileiro de televisão .......................................................................... 104 3.2. Programação: o que passa na TV ....................................................................... 111 3.3. Um Brasil na TV ................................................................................................ 117 3.4. Alguns cenários na digitalização ........................................................................ 121 Capítulo 4. Globo e reordenação ............................................................................134 4.1. Globo: início e trajetória .....................................................................................134 4.2. As pelejas da Globo no espaço público ...............................................................140 4.3. Um padrão Globo de qualidade ...........................................................................145 4.4. A Globo e as barreiras à entrada ....................................................................... 156 Capítulo 5. A Globo no cenário digital ...................................................................160 5.1. Ambiente de convergência ................................................................................. 160 5.2. Mercado e concorrência ......................................................................................169 5.3. Estratégias da Rede Globo ..................................................................................181 5.4. A Globo segundo a Globo ...................................................................................197 Considerações conclusivas ...................................................................................... 200 Referências ............................................................................................................... 220 Anexos .....................................................................................................................