Fernando Morais Um Olho No Jornalismo E O Outro Na Literatura

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Fernando Morais Um Olho No Jornalismo E O Outro Na Literatura Edição 15 20 de setembro de 2010 A opinião de quem decide Fernando Morais Um olho no Jornalismo e o outro na Literatura. E os dois na grande reportagem Há tempos queríamos o escritor Entre fl ertes, encontros e desen- Por pouco a entrevista não teria sido de A Ilha, Olga e Chatô em nossa contros, desembarcamos em seu feito em sua casa de Ilhabela, no litoral série Protagonistas da Imprensa novo escritório, em Higienópolis, numa norte de São Paulo, para onde chegou Brasileira. Mais exatamente desde agradável tarde de agosto, para uma inclusive a ser marcada. Mas ele, em janeiro de 2007, quando fi zemos o conversa que, esperávamos, duraria função de compromissos pessoais primeiro contato com Fernando no máximo duas horas. Foram mais inesperados, mudou a data e transferiu Morais, com essa finalidade. E o de cinco, praticamente ininterruptas. a entrevista para São Paulo. queríamos simplesmente por ser ele E, no que dependesse dele, poderia Chegamos praticamente no meio um dos maiores e mais completos durar até um pouco mais. A explicação da mudança, alguns dias depois de ele repórteres brasileiros – hoje não mais é simples: nessa conversa ele abriu o deixar o escritório que mantinha num da imprensa, mas da literatura. Mas, coração, talvez como poucas vezes, prédio na avenida Paulista por esse como ele próprio diz, qualquer um de para falar de coisas que embalaram que fi ca quase a seus pés, no mesmo seus livros poderia tranquilamente ser sua vida. De amigos, ex-amigos, jor- prédio em que mora, em Higienópolis, publicado como série em qualquer nalismo, reportagem, traição, política, bairro nobre de São Paulo, bem próxi- jornal ou revista brasileira, porque são família, doença e, é claro, sua grande mo do Estádio Municipal do Pacaembu grandes reportagens. Daquelas que já paixão profi ssional: seus livros e sua e do tradicional Colégio Rio Branco. não mais se fazem. história na Literatura e no Jornalismo. Agora, seu único trajeto, quando está em São Paulo e sai para trabalhar, é dade de ouro de estar frente a frente ambientes, tendo ao fundo uma ampla feito de elevador. E ainda assim são com um dos monstros sagrados da janela envidraçada, está a imensa es- pouquíssimos andares. Próximos dele, literatura e do jornalismo brasileiros, crivaninha que lhe dá apoio nas jorna- morando nas redondezas, estão, entre e a experiente e criativa Sônia Mele outros, o rabino Henry Sobel, Juca fotógrafa Sônia Mele. Kfouri e Thomaz Farkas. Uma parte da ampla sala As caixas com livros, documentos, que lhe serve de escritó- fi tas e pertences pessoais ainda en- rio já está razoavelmente tulhavam grande parte do ambiente, bem arrumada. É a que apesar do zeloso esforço de organiza- fi ca do lado direito de ção de sua irmã, Marília, que há anos quem entra e onde es- vem a ser também sua principal assis- tão dezenas de exem- tente. São tesouros que ele guarda e plares de seus livros, acarinha a cada momento, sabedor da de diferentes edições. preciosidade que encerram. É um estoque pessoal Recebe-nos de forma afetuosa e que ele usa quando ne- absolutamente informal, como se dele cessário. À esquerda, fôssemos velhos amigos. Conosco outra estante, essa com está o assistente Luiz Anversa, me- obras de consulta. No Eduardo Ribeiro, Wilson Baroncelli, Luiz Anversa e Fernando Morais nino de tudo e já com essa oportuni- centro, entre esses dois das literárias paulistanas. Entreaberta, acoplada à direita da mesa maior, for- a parte na entrevista. Seu pai, José a vidraça às suas costas permite aliviar ma um L na estação de trabalho. À sua Carneiro de Morais, era um homem o ar carregado de tabaco que suas frente, um Buda repleto de moedas ao mesmo tempo rude e refi nado. permanentes baforadas inoculam no internacionais é uma das peças que Gostava, como poucos, de literatura, ambiente. Charutos e cigarilhas são mais despertam a atenção dos interlo- mas não tinha o menor constrangi- seus fiéis companheiros. E fazem cutores, que logo fi cam sabendo que mento em surrar os fi lhos. E em várias lá seus estragos, como a tosse in- é para dar sorte e atrair riqueza. passagens Fernando mostra como foi controlável que o acomete quando a O escritor do povo, como chegou a confl ituosa a relação com ele, embora garganta seca, sobretudo em ocasiões ser chamado quando atuou na política, no fi nal da vida tenham hasteado a como essa, em que precisa falar mui- sofre de depressão (e se cuida), tem bandeira branca. to. Foram seguramente umas quatro poucos amigos, fruto das inimizades e Na entrevista, Fernando revela interrupções ao longo da entrevista por distanciamentos que a política e o des- coisas que nunca havia contado a nin- esses acessos de tosse, que, além do tempero verbal produziram, leva a vida guém de fora da família, como a surra desconforto natural, lhe provocavam com conforto, mas se diz fi nanceira- que o pai deu, desta vez não nele, mas nas têmporas uma vermelhidão típica mente remediado (“não tenho nada”), no bispo da cidade (porrada mesmo, de quem se vê obrigado a exigir de- não é religioso, embora respeite todas escada abaixo), por causa de uma sa- mais do coração. E a cada acesso, re- as crenças (“sou um materialista tisfação que o religioso foi tirar na casa conhecendo sua relação velhaca com místico”), e adora trabalhar, ainda que dele, na frente da família. Conta ainda o vício, ele próprio, mangando de si tenha deixado escapar na entrevista como foram os difíceis momentos mesmo, bradava sem meias palavras: que gostaria que fosse hereditária a no enfrentamento à ditadura, quan- “Fuma, fi lho da puta, fuma!!” sorte que o pai teve na loteria. do até uma fi ta de minicassete teve O computador, numa mesa menor Esse, aliás, é quase um capítulo que engolir para não comprometer Edição 15 página 2 Fernando Morais o amigo Chico Buarque de Hollanda, mexer: “Avisa pro Fernando que, se tanto. Bastou fazer a primeira para ele perseguido, como ele, pela ditadura. ele precisar, nós diremos que ele con- embalar e não mais parar, a não ser em Revela que por pouco, e graças à tinua trabalhando aqui”. É interessante poucas e breves ocasiões. Saiu quase intervenção dos patrões Domingo isso, porque hoje tem tanta gente por como música. Música que em alguns Alzugaray e Luís Carta, talvez fosse aí, valente, mijando em leão morto... momentos também cantarolou, ju- ele, e não Vladimir Herzog, a ir parar “Eu fi z e aconteço!”. Gente que tá aí diando um pouco de nossos ouvidos. nos porões do DOI-CODI, no fatídico recebendo indenizações... Eu estou Como igualmente declamou, dando 25 de outubro de 1975. falando do Ruy Mesquita! Não era o vazão a uma das paixões que traz da A emoção que manifestou em duas Apolônio de Carvalho! Ruy Mesquita, infância. ou três ocasiões foi muito forte ao nos fi lho do dr. Julinho, neto do dr. Julio, Por tudo isso, caro leitor, uma re- contar essa passagem sobre a cora- irmão do Julio Neto... se dispôs a levar comendação: não leia com pressa a gem de Alzugaray e Carta em peitar a um comuna, entre aspas, para salvar a entrevista. Leia em capítulos, como ditadura para ajudar a salvar a sua pele. minha pele! São essas poucas coisas a um livro. Vá degustando lentamen- E mais ainda, quando quase lhe brota- boas que acabam emergindo dessas te, sorvendo as boas histórias que ram lágrimas, ao se referir a Ruy Mes- situações dramáticas”. dela fl uem a cada parágrafo, a cada quita, que mesmo já não sendo mais Chegamos para a entrevista após resposta. seu patrão se dispôs a acompanhá-lo uma ampla pesquisa sobre o jorna- Boníssima leitura! ao Dops, se preciso fosse, para dizer lista escritor e com um roteiro que Eduardo Ribeiro que ele continuava sendo funcionário continha quase cem perguntas, dos e Wilson Baroncelli do Estado e que com ele ninguém iria mais variados matizes. Não precisava “Continuo sendo jornalista e repórter” Jornalistas&Cia – Como foi a sua infân- Wagner e Gilda, terminaram o antigo cur- J&Cia – E da sua mãe? cia em Mariana? so primário, meu pai decidiu ver escola Fernando – Custódia. Mas eram “seu” Fernando Morais – Foi um pouco tu- para eles em Belo Horizonte, porque ali, Duduca e “dona” Zizina. Meu pai era um multuada porque meu pai era bancário, em Mariana, as únicas alternativas eram tipo especialíssimo. Bruto, mas sofi sti- gerente do antigo Banco da Lavoura de um seminário e um convento, e ele não cado intelectualmente. Parte da minha Minas Gerais, que depois virou Banco queria isso para os fi lhos. biblioteca herdei dele. Era autodidata e Real... Somos nove irmãos e eu vivi J&Cia – O Carlinhos também era jorna- se formou em Economia quando tinha em Mariana até os cinco anos. Lá era a lista, não era? já nove fi lhos. Nessa biblioteca havia, sede da Cúria, da Mitra Diocesana. Na Fernando – Sim. Morreu há uns 20 anos por exemplo, coisas como uma edição verdade, era uma espécie de capatazia da num acidente. Era da turma do Gabeira completa da obra de Freud, de 1940. Ele Igreja, que vinha da Bahia até São Paulo [Fernando], do Zuenir [Ventura], do lia muito... e a sede era em Mariana, uma cidade, Ziraldo, que deixaram Minas para morar J&Cia – Isso acabou te infl uenciando? como se vê, muito religiosa, sede de bis- no Rio de Janeiro, cidade que sempre foi Fernando – Certamente. Eu gosto muito pado. E meu pai sempre foi ateu. Minha a primeira opção dos mineiros, embora de poesia e vivia declamando, principal- mãe não, tinha origem cristã, mas não São Paulo também tenha depois se tor- mente Manuel Bandeira.
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