<<

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE DO BRASIL: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa¹ Marcia Cristina da Silva² Rudah Ruano Cavalcanti Duque¹ Alcina Magnólia Franca Barreto¹

10.18190/1980-8208/estudosgeologicos.v29n1p94-119 1UFPE, Centro de Tecnologia e Geociências, Departamento de Geologia, [email protected], [email protected], [email protected] 2UFAL, Campus de Arapiraca, Arapiraca, Alagoas. [email protected]

RESUMO

Mawsoniidae é uma família de peixes sarcopterígios originados no Triássico Médio e junto a outros sarcopeterígios são conhecidos popularmente como celacantos. Ocorrências desse grupo nas bacias sedimentares do Nordeste estão associadas aos ambientes fluviais, lacustres e com influência marinha durante os estágios iniciais da fragmentação do Gondwana. Seus registros mostram uma íntima relação entre as paleoictiofaunas do Brasil e da África no início da formação do Oceano Atlântico. Quatro espécies são encontradas nas bacias sedimentares brasileiras, distribuídas nos gêneros Mawsonia, Axelrodichthys e Parnaibaia, com registro de ossos de crânio e pós- crânio, datados do Jurássico Superior ao Cretáceo Superior. O objetivo da pesquisa foi apresentar o estado da arte sobre os celacantiformes presentes em onze bacias sedimentares do Nordeste do Brasil. Palavras-chave: Celacantiformes. Mawsoniidae. Mawsonia. Axelrodichthys. paleoictiofauna mesozoica.

ABSTRACT

Mawsoniidae are the sarcopterygians originated in the medium and along with other sarcopterygians are popularly known as coelacanth. The occurrences of this group in brazilian sedimentary basins of Northeast are associated with fluvial, lacustrine environments with marine influence during the early stages of the separation of Gond- wana. Their records demonstrate an intimate relationship between the paleoictiofaunas of Brazil and Africa and the beginning of the formation of the South Atlantic Ocean. Four species are found in the brazilian sedimentary basins, distributed in the genera Mawsonia, Axelrodichthys e Parnaibaia, with record of cranial and pos-cranial bones from the Upper and Upper . We aim to present the state of art about the mawsoniideos found in eleven sedimentary basins of Northeast Brazil through bibli- ographical surveys. Keywords: Coelacanth. Mawsoniidae. Mawsonia. Axelrodichthys. mesozoic paleoich- thyofauna Agassiz em 1839, após descrever o pri- INTRODUÇÃO meiro fóssil deste grupo de peixes, uma O termo celacanto é derivado de parte da nadadeira caudal fossilizada, e Coelacanthus, gênero do Permiano Su- constatar que os raios que a sustentavam perior da Europa, que significa “espinho eram ocos. oco”, tendo sido designado por Louis

94 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. Os celacantos pertencem à Ordem rios e estuários. Suas ocorrências nessas Coelacanthiformes da Classe Sarcop- bacias revelam uma real relação da evo- terygii (sarcos = carnosa; pterygium = lução entre paleofaunas e a fragmenta- nadadeiras), constituindo um grupo de ção intracontinental que dividiu peixes ósseos. O registro de celacanti- Gondwana (sequências rifte e pós-rifte) forme mais antigo, data do Devoniano nos continentes sul-americano e africa- Inferior (Johanson et al. 2006), tendo no, criando o oceano Atlântico. sido bem registrado no Mesozoico e Este estudo apresenta o estado da com representantes vivos até os dias arte dos mawsoniídeos nas bacias do atuais (Smith, 1956). Araripe, Parnaíba, Grajaú, Recôncavo, Mawson & Woodward (1907) re- São Luís, Iguatu, Lima Campos, Tuca- gistraram a Família Mawsoniidae, des- no, Sergipe-Alagoas, Almada e Jatobá, crevendo o gênero Mawsonia em ho- nordeste do Brasil. menagem a Joseph Mawson. Schultze (1993) propôs que Mawsonia seria o OCORRÊNCIAS DOS MAWSONI- táxon mais representativo da família ÍDEOS NAS BACIAS DO NE BRA- Mawsoniidae. Estudos feitos por Forey SILEIRO (1998) e Schultze (2004) afirmam que Ossos cranianos, pós-cranianos, esta família é monofilética e esse con- incluindo nadadeiras e até exemplares ceito tem sido consensual até o momen- articulados, registram a presença de to. Gallo et al. (2010) apontam cinco mawsoniídeos em onze bacias sedimen- gêneros inquestionáveis para a família tares do Nordeste brasileiro (Figura 1), Mawsoniidae: Mawsonia, Chinlea, Di- sendo Mawsonia gigas Mawson & Wo- plurus, Axelrodichthys e Parnaibaia. odward (1907) a espécie mais frequente. Dutel et al. (2012) após realizarem aná- Os outros gêneros presentes são Axelro- lises filogenéticas com 37 taxas e 110 dichthys e Parnaibaia. O gênero Axel- caracteres também apontam os mesmos rodichthys ocorre em depósitos do Cre- gêneros para esta família. Já Miguel et táceo do Brasil, sendo registrada na Ba- al. (2014), indicam onze controversos cia do Araripe, nas formações Romual- gêneros para Mawsoniidae: Alcoveria, do (Maisey, 1986, 1991) e Crato (Brito Changxingia, Garnbergia, Heptanema, & Martill, 1999) e na Bacia do Parnaíba Indocoelacanthus, Libys, Lualabaea, e Grajaú, na Formação Codó (Carvalho Megalocoelacanthus, Moenkopia, Rhi- & Maisey, 1999). Parnaibaia está des- pis e Trachymetopon. Dutel et al. crito apenas na Bacia do Parnaíba (Ya- (2015) incluiram o gênero Trachymeto- bumoto, 2008). Carvalho et al. (2013) pom complementando os gêneros de acrescentam um novo Mawsoniidae Dutel et al. (2012). para o Cretáceo (Albiano) da Bacia do A origem da Família Mawsonii- Grajaú denominado Axelrodichthys dae é atribuída ao Triássico Superior do maiseyi. O registro fóssil de mawsonií- Gondwana por Miguel et al. (2014). deos em bacias sedimentares do Nor- Durante os períodos Jurássico e Cretá- deste está relacionado aos ambientes ceo, seus registros fósseis em bacias lacustres, transicionais e marinhos, es- sedimentares do Nordeste do Brasil es- tabelecidos nas sequências rifte e pós- tão relacionados a ambientes continen- rifte do Mesozoico. tais caracterizado por lagos, lagunas,

95 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE...

Figura 1- Ocorrências de mawsoniídeos nas bacias sedimentares do Nordeste do Brasil. O registro ocorre a partir do Jurássico Superior com a espécie Parnaibaia maranhaoen- sis (Bacia do Parnaíba, Formação Pastos Bons) e Mawsonia gigas (Bacia do Jatobá, Formação Aliança e Bacia do Araripe, formações Brejo Santo e Missão Velha); Cretá- ceo Inferior –M. gigas (Bacia de Iguatu, Formação Icó; Bacia de Lima Campos, Forma- ção Malhada Vermelha e Bacia do Tucano, Formação Candeias); Cretáceo Inferior – Barremiano, M. gigas (Bacia de Sergipe-Alagoas, Formação Morro do Chaves); Cretá- ceo Inferior –Axelrodichthys araripensis (Bacia do Araripe, Formação Crato); espécies M. gigas (Bacia de Almada, Formação Morro do Barro); Cretáceo Inferior – Albiano, Axelrodichthys sp. (Bacia do Parnaíba, Formação Codó), M. gigas e A. araripensis (Ba- cia do Araripe, Formação Romualdo), Axelrodichthys, M. gigas (Bacia do Recôncavo, formações Candeias e Maracangalha, respectivamente) e Cretáceo Superior – Cenoma- niano, M. gigas e Mawsonia sp. (Bacia de São Luís, Formação Alcântara).

96 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al.

Bacia do Jatobá (Pernambuco, Ala- fragmentados e desarticulados sugerin- goas) – grandes celacantiformes do transporte e um ambiente de constan- te energia. A Bacia do Jatobá, localizada quase inteiramente no estado de Per- Bacia do Parnaíba (Piauí, Maranhão, nambuco, possui um expressivo registro Ceará e Bahia) – Gênero monotípico sedimentar e conteúdo fossilífero das do Brasil três eras geológicas, Paleozoico, Meso- zoico e Cenozoico (Silva et al., 2011). A Bacia do Parnaíba é uma bacia Sua origem é diferente da origem das sedimentar intracratônica do NE brasi- bacias da margem continental, pois, leiro (Carvalho, 2002). Desenvolveu-se junto às bacias de Tucano e Recôncavo sobre um embasamento continental du- constituem um ramo abortado, o rifte rante o estágio de estabilização da Plata- Sul-Atlântico no Eoaptiano (Costa et forma Sul-americana (Almeida & Car- al., 2007; Rocha, 2007), durante a sepa- neiro, 2004). É uma bacia de grandes ração da costa leste do Brasil da costa proporções com aproximadamente oeste da África. A Formação Aliança, 600.000 Km², distribuindo-se pelos es- composta por argilitos e arenitos calcí- tados do Maranhão, Piauí, Ceará e Ba- feros de ambientes flúvio-lacustres do hia. Os registros fossilíferos desta bacia Andar Dom João, Jurássico Superior mostram uma grande riqueza com algas (Milani, 2007), possui registro de cela- carófitas, bivalves, conchostráceos, os- cantos e outros paleovertebrados desar- tracodes, fragmentos relacionados à ticulados, fragmentados e rolados de , semionodontídeos, uma diversificada fauna (Silva, 2012). amiídeos, dipnoicos, o crocodilomorfo Os estudos paleontológicos rea- Candidodon itapecuruense e ainda fra- lizados na Bacia do Jatobá tiveram as gmentos de ossos e dentes de dinossau- primeiras menções de registros ictioló- ros (Carvalho, 2002; Ferreira et al., gicos em Derby (1979; 1980a, e b), na 1991; 1992; 1995; Vicalvi et al., 1993; região do vale do São Francisco. No Carvalho, 1994, 2000; Dutra & Mala- entanto, o primeiro registro formal da barba, 2001). paleoictiofauna é referido a Silva et al. Os registros de celacantiformes na (2011), onde foram estudados inúmeros Bacia do Parnaíba estão nas formações: ossos de celacantos, associados a espi- Pastos Bons, Jurássico Superior (Ya- nhos e fragmentos de nadadeira dorsal bumoto, 2008); Codó, Aptiano-Albiano de hybodontiformes, escamas e dentes (Carvalho & Maisey, 1999); Pedra de de Lepidotes, placa dentária de dipnoico Fogo, Permiano (Weiss & Oliveira, da família Ceratodontidae. Os diversos 2006) e Poti, Carbonífero Inferior se- materiais referentes à celacantos citados gundo (Figueroa et al., 2016). Entretan- foram identificados como ossos do crâ- to, Lima & Leite (1978) e Lima & nio como angular, ceratobraquial, dentá- Campos (1980), tratam a Formação Poti rio, coronóide posterior, quadrado, arti- como sendo do Cretáceo Inferior (Bar- cular, pterigide, dentre outros. remiano). Silva (2012) identificou na For- A Formação Pastos Bons corres- mação Aliança fragmentos de crânio e ponde a um ciclo sedimentar das bacias neurocrânio: pterigide, ceratobraquial, do interior do Brasil que compreende a angular, cleitro, dentário, quadrado, sequência de lagos da margem leste da paraesfenóide, ceratohial, articular, co- América do Sul (Asmus, 1984). Os pri- ronóide posterior, palatoquadrado, cata- meiros fósseis encontrados desta forma- zigal, esplenial, pró-ótico e raios de ção foram peixes, e os estratos foram nadadeiras. Os fósseis encontram-se datados do Jurássico (Santos & Carva-

97 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE... lho, 2009). Celacantiformes desta for- pico o Parnaibaia maranhaoensis Ya- mação apresentam boa preservação, bumoto (2008) (Figura 2). tendo sido descrito um gênero monotí-

Figura 2 - Holótipo de Parnaibaia maranhaoensis, KMNH VP 100,257 (Kitakyushu Museum of History and Human History), Formação Pastos Bons, Jurássico Superior da Bacia do Parnaíba, (Yabumoto, 2008).

Da Formação Poti (Carbonífero - soniídeos são encontrados nas forma- Mississipiano), foram estudados fósseis ções Brejo Santo (Jurássico superior, isolados e incompletos, mas com orna- Andar Local Dom João), Crato, Missão mentação bem característica de Cela- Velha e Romualdo (Cretáceo Inferior). canto (Figueroa et al., 2016). E da For- Nos folhelhos, argilitos calcareni- mação Pedra de Fogo o registro fóssil é tos de ambientes lacustre da Formação de escamas celacantiformes, identifica- Brejo Santo foram encontrados ossos de das apenas como celacanto (Weiss & peixes sarcopterígios referentes à cela- Oliveira, 2006). Estes são provavelmen- cantos, em estratos datados do Jurássico te os registros mais antigos do país, mas Superior em associação a dentes de deixa dúvidas se são mawsoniídeos uma hybodontiformes, Lepidotes e crocodi- vez que a família tem origem no Triás- lomorfos (Silva et al., 2004; 2005). sico Médio (Ladiniano, Schultze, 1993). Os arenitos e conglomerados de- positados em ambientes fluviais com Bacia do Araripe (Ceará, Pernambu- canais e planícies de inundação da For- co e Piauí) – fóssil Lagerstätten no NE mação Missão Velha preservaram ossos do Brasil desarticulados estudados por Brito et A Bacia sedimentar do Araripe se al., (1994). Cupello et al. (2016) des- estende ao sul do estado do Ceará, No- creveram maxila inferior (dentários, roeste de Pernambuco e Leste do Piauí. pré-articular, coronóides, angulares), Tem sua origem associada à ruptura do palato (fragmentos de meta-pterigoide e Supercontinente Gondwana e a abertura de quadrado), escudo pós-parietal e raio do Atlântico. É conhecida mundialmen- dorsal. Essa formação, gera ainda con- te pela sua assembleia fossilífera que trovérsias em relação à idade, variando lhe confere o título de depósito Lagers- entre o Jurássico, Andar Dom João tätten Conservation (Seilacher, 1985, (Arai et al.,1989) e Cretáceo Inferior, Maisey, 1991; Martill, 1993; Evans & Berriasiano (Da Rosa & Garcia, 2000; Yabumoto, 1998). Os registros de maw- Arai, 2006).

98 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al.

Na Formação Missão Velha, fo- do Albiano- Aptiano (Arai et al., 2009), ram descritos fósseis de Mawsonia gi- tem uma diversificada fauna associada gas associados a tubarões hybodonti- composta por ostracodes e foraminífe- formes e Osteichthyes (Brito et al., ros (Araripe, 2017), invertebrados (gas- 1994). Malabarba & Garcia (2000) re- trópodes, bivalves, equinoides e crustá- gistram ossos dissociados e fragmenta- ceos) (Do Prado et al., 2015; Albuquer- dos do crânio de Mawsoniidae, junto à que, 2015; 2016), plantas e vertebrados osteichthyes indeterminados. (répteis e peixes), sendo os peixes, o Um exemplar articulado de Axel- grupo mais diversificado, incluindo rodichthys araripensis Maisey (1986), e Osteichthyes (Acti- foi registrado nos calcários laminados nopterygii e Sarcopterygii). Os táxons lacustres da Formação Crato, para o mais comuns são Vinctifer comptoni Aptiano (Brito & Martill, 1999). Este Agassiz, 1841, Rhacolepis buccalis exemplar foi interpretado como sendo Agassiz, 1841 e Tharrhias araripis Jor- um indivíduo jovem. Brito & Yabumoto dan & Branner, 1908. (2011) e Yabumoto & Brito (2013) O primeiro registro de celacanti- também registraram A. araripensis na forme na Formação Romualdo é de Formação Crato, a partir de exemplares Campos & Wenz (1982), que descreve- articulados. Melo & Carvalho (2017) ram dois crânios e nadadeiras de Maw- também registram restos de mawsonii- sonia sp. Maisey (1986; 1991a, b) tam- deo nesta formação. bém relatou exemplares articulados de A Formação Romualdo, composta Mawsonia gigas e o holótipo de Axelro- predominantemente por camadas pelíti- dichthys araripensis (Fig. 3). cas, folhelhos com nódulos e arenitos calcíferos, de paleoambiente lagunar com influência de águas marinhas rasas

Figura 3- Holótipo de Axelrodichthys araripensis AMNH 11759 (American Museum of Natural History), Formação Romualdo, Cretáceo Inferior da Bacia do Araripe. Com- primento total de 71 cm (Fragoso, 2014).

Yabumoto (2002) descreveu uma com 140 cm de comprimento, apresen- nova espécie de celacantiforme da For- tando características peculiares como o mação Romualdo, Mawsonia brasilien- escudo parietonasal com cerca de 1,5 sis. Esta espécie foi descrita com base vezes maior que o pós-parietal, e com- em um fóssil com boa conservação, primento duas vezes maior que a largu-

99 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE... ra. No entanto, ao avaliar o fóssil, Car- tes na Bacia do Iguatu (formações Lima valho (2002b), Carvalho & Maisey Campos, Malhada Vermelha e Icó). (2008) e Gallo et al. (2010), interpreta- Na Formação Malhada Vermelha ram a nova espécie de Yabumoto (2002) seus registros fósseis estão em arenitos como sinonímia de Mawsonia gigas. de granulação fina, com marcas de on- Brito & Gallo (2003a, b). Saraiva das e estratificação cruzada, e intercala- (2008) também estudaram celacanti- ções de calcário e margas de depósitos formes (Mawsonia sp.) da Formação de sistemas flúvio-lacustre ou palustre Romualdo. (Carvalho, 1993). Nesta, os fósseis de celacantos presentes são elementos cra- Bacia do Iguatu (Ceará) nianos desarticulados e fragmentados, atribuídos a Mawsonia sp. e Mawsonia A Bacia do Iguatu com cerca de gigas (Pinheiro et al., 2008, 2011). Os 820 Km², apresenta três unidades litoes- autores registraram um ramo mandibu- tratigráficas, as formações Lima Cam- lar direito quase completo, fragmentos pos, Malhada Vermelha e Icó (Srivasta- de angular, quadrado e pro-ótico. O va, 1990; Ponte-Filho, 1994). Esta bacia ramo mandibular preservou os seguintes é descrita juntamente com a Bacia de ossos: angular, gular e esplenial. Esses Malhada Vermelha como calhas sincli- fósseis foram encontrados em associa- nais assimétricas e falhadas (Ponte et ção com osteodermo de crocodilomorfo, al., 1990) com sistema deposicional escamas de Lepidotes e dentes de Pla- variando entre o fluvial meandrante e o nohybodus marki (Pinheiro et al., 2013). flúvio-lacustre. Os registros de fósseis de mawso- Bacia do Tucano (Bahia) – Um dos niídeos são encontrados nos arenitos maiores fósseis de Mawsoniidae já calcíferos da Formação Icó. Na registrado para o Brasil Formação Icó em ambientes de alta energia, com leques aluviais e correntes A Bacia de Tucano é uma das ba- torrenciais, canais meandrantes e deltas cias constituintes do rifte do Recônca- fluviais (Fortier, 2008). Foram vo-Tucano-Jatobá, um rifte intraconti- registrados por Brito & Reis (1999) e nental que evoluiu como um braço abor- Carvalho (2002) a espécie Mawsonia tado da ruptura continental que originou gigas, associados a semionotídeos, o Oceano Atlântico Sul e encontra-se dentes de hibodontídeos e dipnoicos, dividida em três sub-bacias, Tucano conchostráceos e ostracodes (Vogel, Sul, Central e Norte, separadas, entre si, 1976a, b). pelos cursos dos rios Itapicuru e Vaza- Barris, respectivamente (Magnavita et Bacia de Lima Campos (Ceará) al., 2003). Os registros fósseis desta bacia pertencem a Formação Candeias, A Bacia sedimentar de Lima do Grupo Santo Amaro (Campos & Campos situa-se entre as bacias de Campos, 1976). Malhada Vermelha e Icó no estado A Formação Candeias é composta Ceará e tem aproximadamente 120 Km². por argilitos, folhelhos e siltitos de am- Segundo Petri (1983) esta bacia é biente flúvio-deltaico-lacustre do Jurás- resultado de um paleoambiente de sico Superior (Carvalho, 2002), e possui sistemas deposicional lacustre e clima registro de celacantos. As primeiras quente. Srivastava (1990) e Ponte-Filho coletas de fósseis foram feitas em 1940 (1994) dizem que a mesma apresenta as quando o paleontólogo Llewellyn I. três unidades litoestratigráficas presen- Price coletou grandes ossos cranianos, incluindo um quadrado com 18 cm de

100 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. comprimento (do côndilo até a parte celacantiformes são todos atribuídos às fraturada). É o local dos maiores fósseis formações Candeias e Maracangalha, de Mawsoniidae já observados (Carva- pertencentes ao grupo Santo Amaro, do lho, 1982; 2002), muito embora eles Cretáceo Inferior (Quadro 1). Possui os estejam dissociados e mal preservados primeiros registros de fósseis de répteis (Brasil, 1941). crocodilomorfos do Brasil (Riff, 2003) e A flora e a fauna associada aos ce- também os primeiros celacantiformes lacantiformes consta de pteridófita atri- do país (Carvalho, 2002). buídas a espécie Sticherus querarai Woodward (1888) apresentou o (Duarte, 1989), conchostráceos, bival- primeiro registro de celacantiforme na ves, ostracodes e ossos de peixes de Bacia do Recôncavo, em uma unidade grande porte (possivelmente Mawso- litoestratigráfica referida naquele mo- nia), escamas de Lepidotes sp., restos de mento como Grupo Bahia, do Cretáceo Lepidotes mawsoni, fragmentos de que- Inferior, em associação com crocodilo- lônios, placas ósseas e dentes de répteis morfa, Dinosauria, Ellimmichthys, Cla- (Santos, 1953; Campos & Campos, docyclus, Lepidotes, conchas de molus- 1976). cos e dentes do hybodontiforme Acro- dus nitidus. Bacia do Recôncavo (Bahia) – O pri- A Formação Candeias (Cretáceo meiro registro de mawsoniídeo do Inferior) tem registro de ossos do crâ- Brasil nio, fragmentos de maxila e outros os- sos isolados de Mawsoniidae referente à Situada no centro leste da Bahia, a espécie M. Gigas (Fig. 4), em associa- Bacia do Recôncavo tem origem atribu- ção a Lepidotes, Ellimichthys, Acrodus, ída à fragmentação e abertura do Ocea- crocodilomorfa e entomostracas (Wo- no Atlântico, desta forma seus depósitos odward 1891, 1896; Woodward & são datados do Juro- Cretáceo, e relaci- Mawson, 1907). Mawson (1913) regis- onados aos estágios de pré-rifte (Thito- tra a ocorrência de celacantiforme refe- niano e Eoberriasiano), sin-rifte (Eober- rido como Mawsonia sp. para as forma- riasiano a Aptiano) e pós-rifte (Neoapti- ções Candeias e Maracangalha. Carva- ano e Eoalbiano) (Santos, 2013). Tam- lho (1977) descreveram um esqueleto bém há registros de depósitos do Permi- praticamente inteiro, fragmentos de crâ- ano, Neógeno (Mioceno e Plioceno) e nio e nadadeiras de Mawsonia gigas, Quaternário (Milhomem et al., 2003). A em associação com Lepidotes, Cla- bacia é formada por quatro grandes docyclus e Ellimicthys para o Cretáceo Grupos, sendo eles: Brotas, Ilhas, Mas- Inferior da Formação Candeias. sacará, e Santo Amaro e os registros de

101 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE...

Figura 4 - Holótipo de Mawsonia gigas, BM(NH) P10355, (British Museum Natural History), Formação Candeias, Cretáceo Inferior da Bacia do Recôncavo (Fragoso, 2014). A Formação Maracangalha faz Bacia de Almada (Bahia) – Segundo parte da sequência rifte e seus folhelhos registro do gênero mawsonia para o são de origem deposicional iniciada a Brasil partir de sistemas lacustres (Santos, 2011; 2013). Os registros de celacanti- A Bacia de Almada recebe este formes nessa formação são referentes à nome por situar-se na desembocadura Mawsonia gigas e impressiona pelo do Rio Almada a Norte da cidade de tamanho, a saber, um osso angular de Ilhéus (Corrêa-Gomes et al., 2005). É 40 cm de comprimento (Mawson, uma bacia mesozoica alojada em parte 1907). O autor também considerou os- nos granulitos da porção Sul do cinturão sos anteriormente atribuídos a pteros- paleoproterozoico Itabuna – Salvador – sauros como sendo partes de um maw- Curaçá (Barbosa et al., 2003). Seu con- soniídeo. texto estratigráfico compreende as For- Carvalho (1982) apresenta novos mações Urucutuca, com sedimentos registros de M. gigas, com base num turbidíticos de talude; Aliança e Sergi material coletado nos anos de 1933 a com sedimentos flúvio-eólicos (Corrêa- 1940 pelos paleontólogos Mathias Gon- Gomes et al., 2005). çalves de Oliveira Roxo e Llewellyn O primeiro estudo sobre sua pale- Ivor Price. Este material é um esqueleto oictiofauna foi realizado por Ennes de quase completo, fragmentos de crânio e Souza, por volta de 1884 na região do nadadeiras de diferentes exemplares da rio Almada na ilha de Ilhéus e posteri- Formação Candeias, do andar Rio da ormente Woodward (1908) descreveu Serra, Cretáceo Inferior. um registro de celacanto para esta bacia com base nos ossos cranianos e pós-

102 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. cranianos do actinistia denominado por Maffizzoni, 2000; Gallo, 2000; Gallo & ele de Mawsonia minor Woodward, Coelho, 2008; Figueiredo, 2009; Miguel 1908, em associação com Lepidotes & Gallo, 2009). souzai e Scombroclupeioides scutata O primeiro registo de celacanto na (Carvalho, 2002). Bacia de SE-AL trata da descrição de As diferenças assinaladas por uma nadadeira caudal atribuída a Maw- Woodward, entre Mawsonia minor e sonia sp. encontrado associado a um Mawsonia gigas foram relacionadas crânio de Lepidotes alagoensis, escamas devido ao tamanho menor, a ornamen- de Lepidotes sp., restos de clupeiformes, tação mais delicada e a forma do pro- Enchodontídeos e Elopomorpha coleta- cesso dorsal do angular visto em M. dos na pedreira Cimpor em São Miguel minor (Carvalho, 2002). No entanto, dos Campos, Formação Morro do Cha- Carvalho (1982) contesta estas diferen- ves, Barremiano (Maffizzoni, 1998, ças e afirma que as mesmas não justifi- 2000; Melo et al., 2001; Carvalho, cam a separação das espécies, estando 2002). Posteriormente, Gallo (2009) e relacionadas ao estado ontogenético dos Gallo et al. (2010) também citam regis- indivíduos sendo M. minor um indiví- tros de ossos articulados de palato, ma- duo jovem de M. gigas. Deste modo M. xila inferior e placa angular de Mawso- minor foi colocada em sinonímia com nia sp., associados a Lepidotes alagoen- M. gigas. sis, Elopomorpha, Dastilbe e Enchodon- tídeos. Bacia de Sergipe-Alagoas (Sergipe e Alagoas) Bacia do Grajaú (Maranhão) – Se- gunda espécie do gênero Axelro- A Bacia de Sergipe-Alagoas é dichthys para o Brasil uma das mais extensas sucessões sedi- mentares e a mais completa dentre todas A Bacia do Grajaú, situada no es- as bacias da margem continental leste tado do Maranhão, apresenta as forma- brasileira, compreendendo registros ções Itapecuru e Codó, ambas do Cretá- sedimentares do Paleozoico da fase pré- ceo Inferior, que revelam ambientes rifte do Jurássico, da fase rifte do Cretá- lacustres hipersalinos dominantemente ceo Superior e sucessões sedimentares anóxico (Paz & Rossetti, 2005; Ramos mais recentes relacionadas à fase rifte, et al., 2006). A gênese desta bacia está pelas formações Barra do Itiúba, Pene- ligada a cisalhamento puro associado à do, Rio Pitanga, Morro do Chaves e instalação de sistemas rifte intraconti- Ponta Verde (Azambuja Filho et al., nental abortado, durante o Jurássico 1998; Souza-Lima et al., 2002). Superior/Cretáceo Inferior (Azevedo, A Formação Morro do Chaves 1991; Góes & Rossetti, 2001). apresenta os registros de sarcopterígeos A Formação Codó é do estágio na Bacia Sergipe-Alagoas. A formação pré-rifte, Aptiano Superior, caracteriza- compreende rochas depositadas e ambi- da por folhelhos negros, evaporitos e ente lacustre de águas rasas salinas e calcários lacustres (Ramos et al., 2006). hipersalinas em períodos secos sazonais O registro de Mawsoniidae é referente a e com influência marinha (Azambuja uma espécie do gênero Axelrodichthys Filho et al., 1998; Maffizzoni, 2002; nomeado de Axelrodichthys maiseyi Queiroz Neto 2005; Gallo & Coelho, (Figura 5), descrito com base em ossos 2008). Os únicos registros de sarcopte- articulados do crânio (Carvalho et al., rígeos na Bacia Sergipe-Alagoas são 2013). para esta formação (Melo et al, 2001;

103 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE...

Figura 5 - Holótipo de Axelrodichthys maiseyi (UFRJ-DG 220-P), Formação Codó, Cre- táceo Inferior da Bacia do Grajaú. Escala: 2 cm (Carvalho et al., 2013).

A Formação Itapecuru é caracteri- al., 2010). Carvalho & Pedrão (1998) zada por sedimentos fluviais e estuari- apontam para relação de sua origem nos do Albiano (Santos & Carvalho, com a abertura do Atlântico Norte du- 2009). Apresenta o primeiro registro de rante o intervalo geocronológico entre o celacantiformes no final do século XX, Aptiano e o Cenomaniano. Carvalho na publicação de Carvalho & Maisey (2002) afirma que sua origem deposici- (1991), quando foi descrito um crânio onal remete à ambiente litorâneo e que atribuído a Mawsonia gigas (Dutra, sua paleofauna é bastante rica, compos- 2000; Dutra & Malabarba, 2001). ta por dinossauros e peixes, além de troncos silicificados alternando com Bacia de São Luís (Maranhão) - os faunas de invertebrados marinhos. Mawsoniídeos mais recentes do Brasil Os primeiros registros fósseis de e fauna correlata com Norte a África peixes e répteis desta bacia são do lito- ral de Alcântara, no Maranhão (Price, A Bacia de São Luís é uma bacia 1947; 1960). Os peixes Chondricthyes e costeira do tipo rifte localizada no norte Osteichthyes são distribuídos no Cretá- do estado do Maranhão e seus principais ceo Superior (Cenomaniano) da Forma- afloramentos ocorrem ao longo da baía ção Alcântara (Santos & Carvalho, de São Marcos, inclui a Formação Al- 2009). Esta formação apresenta regis- cântara com amplitude temporal do Ne- tros de mawsoniídeos nas camadas Laje ocomiano ao Eocenomaniano (Gallo et do Coringa na Ilha do Cajual a Oeste da

104 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. Baía de São Marcos, sendo o registro de Mawsonia gigas da Formação Alcân- mais recente de mawsoniídeo do Brasil. tara, afloramento Laje do coringa, e de Para a Formação Alcântara há acordo com (Medeiros & Shultz 2002 e registros de ossos cranianos de Mawso- Medeiros et al., 2011) os ossos desta nia gigas (Medeiros, 2001; Medeiros & formação são um dos maiores ossos de Schultz, 2001; Medeiros et al., 2011; mawsoniídeos já encontrados sendo Medeiros et al., 2014). Em associação atribuídos a um dos maiores mawsoni- com o celacantiforme Mawsonia gigas deos. Estes materiais da Formação Al- encontra-se Ceratodus brasiliensis, Ce- cântara junto a um quadrado de 18 cm ratodus humei, Arganodus tiguidiensis, de altura proveniente da Bacia do Tuca- Onchopristis cf. numidus, Tribodus cf. no e um angular de 40 cm da Bacia do limae, Carcharodontosaurus sp., Diplo- Recôncavo sem dúvidas representam os docoidea, Titanosauridae, Spinosauridae maiores celacantiformes do território e um Noasauridae com dentes do tipo brasileiro (Carvalho, 1982; Woodward, Masiakasaurus (Medeiros et al., 2014). 1907). Nesta bacia também se têm os Ossos cranianos de Mawsonia registros mais recentes de mawsonií- gigas, como o quadrado, e o angular, deos (Cenomaniano) e junto as bacias relacionados ao aparelho mandibular do Recôncavo e Almada registra-se os podem ser utilizados para avaliação do maiores fósseis para este grupo no Bra- comprimento total do peixe. Nesse sen- sil. tido, Medeiros et al. (2014) estudaram ossos do palato-quadrado e pós-parietal

Quadro 1- Registro das ocorrências de mawsoniídeos das bacias sedimentares do nor- deste brasileiro. Modificado de Silva (2011).

Bacia Formação/Idade Fóssil Referência Formão Aliança Mawsonia gigas Silva et al., 2010, 2011 Jatobá Jurássico Superior Ossos fragmentados

Formação Codó Axelrodichthys sp.Crânio articu- Carvalho & Mai- Cretáceo Inferior lado sey, 1999 (Albiano) Parnaíba Formação Pastos Bons Parnaibaia maranhaoensis Yabumoto, 2008 Jurássico Superior Exemplares completos

Mawsonia, Mawsonia gigas, Campos & Wens, Mawsonia sp. (forma B), Axel- 1982; Maisey, 1986; Formação Romualdo rodichthys araripensis 1991a, b Brito & Cretáceo Inferior Crânios, nadadeira e exemplares Gallo, 2003a, b; Sarai- (Albiano) articulados va, 2008; Freire et al., 2014; Duque e Barreto, 2018 Araripe Formação Crato Axelrodichthys araripensis Brito & Martill, Cretáceo Inferior Exemplares articulados 1999; Brito & Yabu- (Aptiano) moto, 2011; Yabumoto & Brito, 2013 Formação Missão Velha? Mawsonia cf. gigas Mandíbula Cupello et al., Jurássico Superior? 2016

105 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE...

Formação Brejo Santo Mawsonia gigas; Mawsonia cf. Brito et al., 1994; Jurássico Superior gigas; Mawsoniidae; celacan- Malabarba & Garcia, tos. Ossos dissociados e Restos 2000; Silva et al, craniais 2004, 2005a; Freire et al., 2014; Melo & Carvalho, 2017 Formação Icó Mawsonia sp. Brito & Reis, 1999 Iguatu Cretáceo Inferior Ossos dissociados

(Neocomiano) Formação Malhada Mawsonia sp. Mawsonia gigas. Silva et al., 2010; Lima Vermelha Ramo mandibular, quadrado, Pinheiro et al., 2007, Campos Cretáceo Inferior angular e proótico: Mawsonia 2008, 2011; Passarinho (Neocomiano) sp. Fragmento de Angular et al., 2017 Mawsonia gigas; Mawsonia sp. Brasil, 1941; Carvalho, Formação Candeias Crânio e maxila e ossos do 2002a, b Tucano Cretáceo Inferior crânio (Neocomiano) Recôncavo Formações Candeias e Mawsonia gigas Woodward, 1888; Maracangalha Escamas e crânio; Mawsonia sp. Woodward, 1891, Cretáceo Inferior 1896; Mawson e Woodward, 1907 Formação Morro do Barro Mawsonia gigas Cretáceo Inferior Crânio, pós-crânio e nadadeiras Woodward, 1908 Almada (Aptiano)

Formação Morro do Mawsonia sp. Maffizzoni, 1998, Chaves Ossos articulados do palatoqua- 2000; Gallo, 2009; Sergipe- Cretáceo Inferior drado, maxila inferior e placa Gallo et al., 2010 Alagoas (Barremiano) angular: Mawsonia sp. Nadadeiras caudais

Formação Itapecuru Mawsonia sp. Mawson, 1913; Carva- Grajaú Cretáceo Inferior crânio e ossos do crânio lho, 1977; 1982; Car- (Albiano) valho & Maisey, 1999; Dutra, 2000; Dutra & Malabarba, 2001 Formação Codó Mawsonia gigas; Mawsonia sp. Carvalho et al., 2013 Cretáceo Inferior Axelrodichthys maiseyi. Crânio (Albiano) Formação Alcântara Mawsonia gigas; Mawsonia sp. Medeiros, 2001; Me- São Luís Cretáceo Superior Pós-crânio deiros & Schultz, (Cenomaniano) 2001; Medeiros et al., 2011, 2014

OS MAWSONIÍDEOS NA ÁFRICA Mawsonia lavocati Tabaste, 1963 e Mawsonia tegamensis Wenz, 1975. Es- No continente africano, o gênero tas espécies ocorrem em formações da- Mawsonia apresenta quatro espécies tadas do Cretáceo (Neocomiano ao Ce- distintas Mawsonia libyca Weiler, 1935; nomaniano-Turoniano) do continente Mawsonia ubangiensis Casier, 1961; africano (Quadro 2).

106 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al.

Quadro 2- Registros dos Mawsoniídeos do continente africano.

Unidades Litoestratigrá- Táxon e Material País Referência ficas/Idade Descrito Bacia do Congo Mawsonia ubangien- Formação Loia, Formação República sis Kwango. Cretáceo (Albiano- Saint-Seine, 1955; Democrática Pós-parietal Turoniano) e Formação Casier, 1961; Forey do Congo Lualabaea lerichei e Stanleyville Jurássico Superior 1998 L. henryi (Kimmeridgiano?) (Mawsoniidea?)

Bacia Babouri-Figuil Mawsonia soba Camarões Cretáceo Inferior Brito et al., 2018 Crânio e ossos dérmicos (Neocomiano) Mawsonia tegamensis; Mawsonia sp. e Mawsonia Bacias Gadoufaoua, Gall e Nigéria lavocati redescrito como Wenz 1975; 1981 Abagarit Axelrodichthys lavocati, Fragoso et al. (2018) Mawsonia; Mawsonia lavocati redescrito como Gara Samani Axelrodichthys lavocati, Broin et al., 1971; Argélia Cretáceo Inferior (Albiano) Fragoso et al. (2018) Wenz, 1981 Fragmentos de angula- resWE\FG Mawsonia cf. lavocati redescrito como Axelro- dichthys lavocati, Fragoso Tabaste, 1963; et al. (2018) Wenz, 1981; Cavin Formação Kem Kem Cretáceo Marrocos Crânio, ossos cranianos, & Forey, 2001;2004 Superior (Cenomaniano) como angular, pós-parietal, Yabumoto & opérculo, etmosfenide, Uyeno, 2005 pós-parietal, palato, etmide e ótico-ocipital Mawsonia libyca Formação Baharija Cretáceo (sinonímia de M. gigas) Carvalho & Maisey Egito Superior (Cenomaniano) Ossos cranianos; esqueleto 2008 axial Axelrodichthys sp. Bacia de Mahajanga Extraescapular medial e Gottfried et al., Madagascar Cretáceo Superior elementos da maxila infe- 2004 (Santoniano-Coniaciano?) rior

O material referido a Mawsonia encontradas nos fósseis (Weiler, 1935; tegamensis foi descrito com base em um Casier, 1961, 1969; Carvalho, 2002). crânio completo e grande quantidade de Carvalho (2002b); Carvalho & ossos cranianos (Wenz, 1975); Mawso- Maisey (2008); Gallo et al. (2010) con- nia lavocati foi descrita a partir da parte cordam que Mawsonia libyca, Mawso- anterior do crânio e ossos isolados (Ta- nia ubangiensis, Mawsonia lavocati, baste, 1963; Wenz, 1981) as demais Mawsonia minor e Mawsonia brasilien- espécies, Mawsonia libyca e Mawsonia sis (estas duas últimas do Brasil), são ubangiensis foram descritas apenas por sinonímias de Mawsonia gigas, sendo ossos isolados e a distinção das espécies válida apenas duas espécies, Mawsonia é apoiada nos padrões de ornamentação gigas e Mawsonia tegamensis. Porém,

107 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE... Fragoso (2014) propõe a distinção de • Em oito das onze bacias sedi- Mawsonia brasiliensis e Mawsonia mi- mentares do NE com a identificação do nor como espécies válidas, pois entende grupo dos celacantos há ocorrência de os padrões de ornamentação como indi- fósseis que devido à preservação do cativo de um gênero altamente polimór- material não puderam ser identificados fico. em nível de espécie, tendo sido identifi- Brito et al. (2018) apresentam cados apenas como celacantos ou atri- Mawsonia soba, a primeira espécie de buídos ao gênero Mawsonia. celacanto mawsoniídeo nos depósitos • Boa parte dos elementos fósseis pré-aptianos de Camarões, devido a de mawsoniídeos conhecidos consiste presença de quatro aberturas para o ra- em ossos cranianos, desarticulados e mo dos nervos trigêmeos no dentário e com preservação parcial, e ocasional- o padrão de ornamentações dos ossos. mente, ossos pós-cranianos e esqueletos Fragoso et al. (2018) realizaram articulados. a revisão de A. araripensis e constata- • A Bacia do Araripe (Formações ram algumas semelhanças morfológicas, Crato e Romualdo) é o depósito com vistas inicialmente por Carvalho & melhor preservação, com vários exem- Maisey (2008), entre o gênero Axelro- plares articulados. A Bacia de Tucano e dichthys e a espécie Mawsonia lavocati de São Luís apresentam elementos ós- (incluindo parietonasal curvo; três pares seos fossilizados de Mawsonia gigas de nasais; borda posterior do opérculo com as maiores dimensões já observa- curvada e inchaço ventral do pterigói- das (osso quadrado de 18 cm, da Bacia de), propondo a inclusão dessa espécie de Tucano, sugere que o inteiro no gênero Axelrodichthys, consideran- deveria alcançar mais de três metros de do-a como Axelrodichthys lavocati. comprimento). • As Bacias Grajaú e Parnaíba CONSIDERAÇÕES FINAIS apresentam espécies endêmicas, Axel- rodichthys maiseyi do Cretáceo Inferior O atual estágio de conhecimento da Bacia do Grajaú e Parnaibaia mara- sobre os mawsoniídeos nas bacias se- nhaoensis, do Jurássico Superior da dimentares do nordeste brasileiro leva Bacia do Parnaíba. as seguintes considerações: • As similaridades entre as faunas • Os celacantos estão presentes em de mawsoniídeos do Brasil e da África é onze bacias sedimentares do NE brasi- alta, em nível de gênero, uma vez que leiro com a ocorrência de três gêneros dois gêneros africanos também ocorrem pertencentes à família Mawsoniidae nas bacias do NE do Brasil. Na África, (Axelrodichthys, Mawsonia e Parnai- Mawsonia com três espécies e Axelro- baia), distribuídos em quatro espécies: dichthys com uma espécie, sem corres- Axelrodichthys araripensis, Axelro- pondência no Brasil. dichthys maiseyi, Mawsonia gigas, e • Parnaibaia maranhaoensis. Sendo M. Agradecimentos gigas espécie com maior ocorrência Sinceros agradecimentos a CA- nessas bacias. PES pela bolsa de mestrado e ao CNPq • Estas bacias sedimentares e seus pelo financiamento parcial do trabalho registros fósseis mais representativos de pesquisa (número do processo: datam do Jurássico Superior ao Cretá- CNPQ 303040/2017-3). A Yumi Asa- ceo Superior, em paleoambientes fluvi- kura (Paleolab-UFPE) pelo auxílio na ais, lacustres, transicionais e marinhos, tradução do resumo. relacionados à abertura do Oceano Atlântico.

108 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al.

REFERÊNCIAS Arai, M. 2009. Paleogéografia do Atlân- tico Sul no Aptiano: um novo Agassiz, J. L. R. 1839. Recherches sur modelo a partir de dados micropa- les poissons fossiles, 13 ème li- leontológicos recentes. Bol. Geoc. vraison (novembre 1839). Petit- da Petrobras, 17:331-351. pierre (texte) et H. Nicolet (plan- Araripe, R. V. C. D. 2017.Taxonomia e ches), Neuchâtel,2: 109-204. paleoecologia de foraminíferos e Agassiz, L. 1841. On the Fossil ostracodes da Formação Romual- found by Mr. Gardner in the Prov- do, cretáceo inferior da Bacia do ince of Ceará, in the North of Araripe - PE, Nordeste do Brasil. Brazil. Edinburgh New Philoso- Dissertação de Mestrado. Pós- phical Jour. Edinburgh, 30: 82-84. graduação em Geociências - Albuquerque Pereira, P. 2016. Molus- UFPE. 84p. cos da formação Romualdo, Apti- Asmus, H. E. 1984. Geologia da mar- ano da Bacia Sedimentar do Ara- gem continental brasileira. In: Ha- ripe, NE do Brasil. Tese de douto- sui, Y. Geologia do Brasil. Brasí- rado, Pós-graduação em Geociên- lia, DNPM, p. 443-472. cias - UFPE. 94p. Azambuja Filho, N. C., Arienti, L. M., Almeida, F. F. M., Carneiro, C. D. R. Cruz, F. E. G. 1998. Guidebook to 2004. Inundações marinhas fane- the Rift-Drift Sergipe-Alagoas rozóicas no Brasil e recursos mi- Passive Margin Basin, Brazil. nerais associados. In: Mantesso AAPG International Conference Neto, V. Bartorelli, A. Carneiro, & Exibition, Rio de Janeiro, 1-113 CDR. Geologia do Continente sul- Azevedo, R. P. 1991. Tectonic evolu- americano: a evolução da obra de tion of Brazilian equatorial mar- Fernando Flávio Marques de Al- gin basins. Tese de doutorado, meida. São Paulo: BECA, p.43- University of London, Imperial 60. College, 455 p. Alves, Y. M. 2010. Los vertebrados Barbosa, J. S. F., Correa-Gomes, L. C., fósiles del Paleozoico y Mesozoi- Marinho, M. M., da Silva, F.C.A. co del Estado de Tocantins (Bra- 2003. Geologia do segmento Sul sil): preliminar síntesis. Caminhos do Orógeno Itabuna-Salvador- de Geografia, 11(36): 224-236. Curaçá: Rev. Bras. de Geoc. Arai, M. 2006. A grande elevação eus- 33:33-47. tática do Mioceno e sua influência Brasil. Ministério da agricultura. 1941. na origem do Grupo Barreiras. As atividades do ministério da Geologia USP. Série Científica, agricultura em 1940. Relatório. 6(2): 1-6. Rio de janeiro, 1:418-423. Arai, M. 2007. Revisão estratigráfica do Brito, P. M., Gallo. V. 2003a. Presença Cretáceo Inferior das bacias inte- de Lepidotes Agassiz, 1832 (Acti- riores do Nordeste do Brasil. Ge- nopterygii, Semionotidae) na ociências (São Paulo), 25(1): 7- Formação Santana, Cretáceo Infe- 15. rior da Bacia do Araripe, Nordeste Arai, M., Hashimoto, A.T. Uesugui, N. do Brasil. Boletim do Museu 1989. Significado cronoestratigrá- Nacional, 67: 1-7. fico da associação microflorística Brito, P. M., Gallo. V. 2003b. A new do Cretáceo Inferior do Brasil. species of Lepidotes (Neopterygii: Boletim de Geociências da Petro- Semionotiformes: Semionotidae) brás, 3(1/2): 87-103. from the Santana Formation, Lower Cretaceous of northeastern

109 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE...

Brazil. Journal of Vertebrate Campos, D.A., Wenz, S. 1982. Premié- Paleontology, 23: 47–53. redécouverte de Coelacanthes Brito, P. M., Martill, D. M. 1999. Dis- dansle Crétacé inférieur de la covery of a juvenile Coelacanth in Chapada do Araripe (Brésil). the lower Cretaceous Crato For- Comptes Rendus de l’Académie mation, Northeastern Brazil. dês Sciences, Paris, série II, t. Cybium, 23:311-314. 294:1151-1154. Brito, P. M., Reis, M. F. 1999., Presen- Carvalho, M. S. S. 1977. O gênero ça de Mawsonia (Actinistia; Coe- Mawsonia na ictiofáuna do Cretá- lacanthidae) no Cretáceo Inferior ceo do Estado da Bahia. Disserta- da Bacia Iguatu (NE do Brasil) ção de Mestrado. Instituto de Ge- com comentários sobre a distri- ociências, UFRJ. Rio de Janeiro, buição desses celacantídeos. In: 61p. Congr. Bras. de Paleontologia, 16, Carvalho, M. S. S. 1982. O gênero Maw- Crato. Boletim de Resumos, p. sonia na ictiofáunula do Cretáceo 29-30. do estado da Bahia. Anuário da Brito, P. M., Yabumoto, Y. 2011. An Academia Brasileira de Ciências updated review of the fish faunas 54:519-539. from the Crato and Santana for- Carvalho, M. S. S. 2002a. O gênero mations in Brazil, a close relation- Mawsonia (Sarcopterygii, Actinis- ship to Tethys fauna. Bulletin Ki- tia) no Cretáceo as bacias San- takyushu Museum Natural History franciscana, Tucano, Araripe, and Human History, 9: 107-136. Parnaíba e São Luís. Tese de dou- Brito, P. M., Bertini, R. J., Martill, D. torado, Pós-graduação em Geolo- M., Salles, L. O. 1994. Vertebrate gia - UFRJ, 22-106 fauna from the MissãoVelha For- Carvalho, M. S. S. 2002b. Ocorrência mation (Lower Cretaceous, NE de celacantos (Sarcopterygii, Ac- Brazil). In: Simpósio sobre o Cre- tinistia) no Cretáceo Inferior da táceo do Brasil, 3:139-140. Bacia de Tucano. In: SBG XLI Brito, P. M., Cupello, C., Yabumoto, Congre. Brasil. de Geologia, Y., Hell, J. V., Brunet, M., Otero, 2002. Anais, p.56-57. O. 2018. First occurrence of a Carvalho, I. S. 1993. Os conchostráceos mawsoniid (Sarcopterygii: Ac- fósseis das bacias interiores do tinistia), Mawsonia soba sp. nov., Nordeste de Brasil. Tese de dou- in pre-Aptian Cretaceous deposits torado, Pós-graduação em Geoci- from Cameroon. Cretaceous Re- ências -UFRJ. 81p. search, 86, 91-96. Carvalho, I. S. 1994. Candidodon: um Broin F De, Grenot Cand Vernet, R. crocodilo com heterodontia (No- 1971. Sur la découverte d’un nou- tosuchia, Cretáceo Inferior – Bra- veau gisement de Vertébrés dans sil). Anais da Academia Brasileira le Continental Intercalaire sahari- de Ciências, 3:331-346 en: la Gara Samani (Algérie). C R Carvalho, I. S., Pedrão, E. 1998. Brazil- Acad Sci Paris 272: 1219-1221. ian Theropods from the Equatorial Campos, D. A., Campos, D. R. B. 1976. Atlantic Margin: Behavior and Localidades fossilíferas da Folha Environmental Setting. Gaia, Aracaju (SC.24). In: Schobbe- 15:369 378. nhaus Filho, C. (Coord.). Carta Carvalho, M. S. S., Maisey, J.G. 1999. Geológica do Brasil ao Milioné- Ocorrencias de peixes celacanti- simo, DNPM, Brasília, p.167-204. deos no Cretáceo Inferior da Ba- cia do Parnaíba, Estado do Mara-

110 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. nhão, Brasil. In: SBP XVI Congr. C., Pinto, M. V. 2005. Relações Bras. de Paleontologia, 1999. Bo- entre orógenos, zonas de cisalha- letim. p.16-35. mento, quebra continental e de- Carvalho, M. S. S., Maisey, J. G. 2008. formações 3-d. a história tectônica New Occurrence of Mawsonia da Bacia Sedimentar de Almada, (Sarcopterygii: Actinisti) from the Bahia. Revista Brasileira de Geo- early cretaceous of the Sanfran- ciências, 35:105-115 ciscana Basin, Minas Gerais, Costa, I. P., Bueno, G. V., Milhomem, southeastern Brazil. Geological P. D. S., Silva, H. S. R. L., Kosin, Society, 295:109-144. M. D. 2007. Sub-bacia de Tucano Carvalho, M. S. S., Gallo, V., Santos, Norte e bacia de Jatoba. Boletim H. R. S. 2013. New species of de Geociencias da Petrobras, coelacan-th fish from the lower 15:445-453. Cretaceous (Albian) of the Grajaú Cox, C. B., Hutchinson, P. 1991. Fishes basin, NE Brazil. Cretaceous Re- and amphibians from the Late search, 46:80-89. Pedra de Fogo Formation Casier, E. 1961. Materiaux pour la of northern Brazil. Palaeontology, faune ichthyologique Eocritacique 34(3):561-573. du Congo. Annales du Musée Cupello, C., Batista, T. A., Fragoso, L. Royal de l’Afrique Centrale. Série G., Brito, P. M., 2016. Mawsoniid 8, Sciences Géologiques, 39:1-96. remains (Sarcopterygii: Actinis- Casier, E. 1969. Addenda aux tia) from the lacustrine Missão connaissances sur la faune Velha Formation (Lower Creta- icthyologique de la Serie de ceous) of the Araripe Basin, Bokungu (Congo). Annales North-East Brazil. Cretaceous Re- Musée Royal de l’Afrique search, 65:10-16. Centrale, Tervuren, ser.8, Da Rosa, A. S., Garcia, A. J. V. 2000. Sciences Geologiques, n. 62, p.1- Paleobiogeographic aspects of 20, est. 1-12. northeast Brazilian basins during Cavalcanti, V. M. M., Viana, M. S. S. the Berriasian before the break-up 1992. Considerações sobre o Cre- of Gondwana. Cretaceous Rese- táceo da bacia de Iguatu, nordeste arch, 21:221-239. do Brasil. Anais da Academia Derby, O. A. 1879. Contribuições para Brasileira de Ciências, 64:63-70. o estudo da geologia do Valle do Cavin, L., Forey, P. L. 2001. New coe- rio São Francisco. Arquivos do lacanth fish remains from the Cre- Museu Nacional, 4:87-119. taceous of the KemKem beds, SE Derby, O. A., 1880a. Geology of the Morocco. In: Andrea, T. (Ed.), Rio São Francisco, Brazil. Ameri- Mesozoic Fishes, 3 International can Journal of Sciences, 3rd Se- Meeting. Serpiano-Monte San ries, 19:119-236. Giorgio p.17. Derby, O. A. 1880b. Reconhecimento Cavin L, Forey P. L. 2004. New maw- geológico do vale de São Francis- soniid coelacanth (Sarcopterygii: co. In: Roberts, W. M., Relatório Actinistia) remains from the Cre- sobre o exame do Rio São Fran- taceous of the Kem Kem beds, cisco. Tipographia Nacional, 1- Southern Morocco. Mesozoic 24. Fishes 3 - Syst Paleoenviron Dino, R., Playford, G. 2002. Strati- Biodivers :493-506. graphic and palaeoenvironmental Corrêa-Gomes, L. C., Dominguez, J. M. significance of a Pennsylvanian L., Barbosa, J. S. F., da Silva, I. (Upper ) palynoflo-

111 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE... ra from the Piauí Formation, Par- Crato Formation, Araripe Basin, naíba Basin, northeastern Brazil. Brazil. N. Jb. Geol. Palaont. 349- Paleontological Research, 36. 6(1):23- 40. Ferreira Azevedo, S. A., Carvalho, I.S., Do Prado, P. A. C., Pereira, P. A., Sales, Gonçalves, R. A., Vicalvi, M. A. A. M. F., Barreto, A. M. F. 2016. 1992. Os fósseis da Formação Ita- Tafonomia dos Invertebrados do pecuru. In: II Simp. Sobr. as Bac. Sítio Canastra, Formação Romu- Creta. Brasil, 1992, Rio Claro, aldo, Cretáceo Inferior, Bacia do Boletim p. 107-110. Araripe, Araripina, Pernambuco, Ferreira, C. S., Carvalho, I. S., Vicalvi, Brasil. Anuário do Instituto de M. A., Santos, M. E. C. M., Car- Geociências, 39(2), 77-87. valho, M. S. S., Eugenio, W. S. Duarte, L., 1989. Remains of the Lower 1991. Novas ocorrências de fós- Cretaceous plants from Northeast seis na Formação Itapecuru, Cre- of Brazil. In: SBG, XI Congr. táceo do Maranhão. Anais da Brasil. de Paleontologia, 1989. Academia Brasileira de Ciências, Anais 1:219-233. Rio de Janeiro. 1:98-99 Duque, C., Ruano, R., Barreto, F., Ferreira, C. S., Vicalvi, M. A., Carva- Magnólia, A., 2018. Novos Sítios lho, I. S. 1995. A malacofauna Fossilíferos da Formação Romu- dulcícola da Formação Itapecuru aldo, Cretáceo Inferior, Bacia do (Bacia do Parnaíba-Cretáceo Infe- Araripe, Exu, Pernambuco, Nor- rior). Anais da Academia Brasilei- deste do Brasil. Anuario do Insti- ra de Ciências, Rio de Janeiro, tuto de Geociencias, 41(1):5-14. 3:382. Dutel, H., Maisey, J. G., Schwimmer, Figueiredo, F. J. 2009. A new clupei- D. R., Janvier, P., Herbin, M., form fish from the Lower Creta- Clément, G. 2012. The giant Cre- ceous (Barremian) of Sergipe- taceous coelacanth (Actinistia, Alagoas Basin, Northeastern Bra- Sarcopterygii) Megalocoelacan- zil. Journal of Vertebrate thus dobiei Schwimmer, Stewart Paleontology 29:993-1005. & Williams, 1994, and its bearing Figueroa, R. T., Machado, D. M. C. on Latimerioidei interrelation- 2015. Paleoictiologia e tafonomia ships. PLoS One, 7(11):1-27. do Afloramento Riacho Berlen- Dutra, M. F. A. 2000. Peixes do Albia- gas, Formação Poti (Mississipiano no-Cenomaniano de Camadas do da Bacia do Parnaíba). Paleonto- Itapecuru, estado do Maranhão, logia em Destaque, 68, 129. Brasil. Dissertação de Mestrado, Forey P. L. 1998. History of the coela- Faculdade de Biociências, Ponti- canth fishes. 1a. Chapman & Hall, fícia Universidade Católica do London, 419p. Rio Grande do Sul. 70p. Fortier, D. C. 2008. Novos registros Dutra, M. F. A., Malabarba, M. C. S. L. fósseis das bacias do Iguatu, Eo- 2001. Peixes do Albiano- cretáceo, estado do Ceará. Disser- Cenomaniano do Grupo Itapecuru tação de Mestrado, Pós- no Estado do Maranhão, Brasil. Graduação em Geociências – In: O Cretáceo na Bacia de São UFRGS, 116p. Luís-Grajaú. Coleção Friedrich Fortier, D. C., Schultz, C. L. 2006. No- Katzer, Ed. Museu Paraense Emí- vos registros fósseis das bacias do lio Goeldi, p. 191-208. Iguatú, Centro-oeste do estado do Evans, S. E., Yabumoto, Y. 1998. A Ceará. In: Semana Acadêmica dos lizard from the Early Cretaceous Alunos de pós-graduação em Ge-

112 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. ociências. Livro de Resumos, p. Pagnoncelli, D., Antonioli, L. 51-54. 2009a. Novas ocorrências de Fragoso, L. G. C. 2014. Revisão do Mawsoniidae (Sarcopterygii, Ac- Ramo Gondwânico da família tinistia) na Formação Morro do Mawsoniidae (Sarcopterygii: Ac- Chaves, Cretáceo Inferior da Ba- tinistia: Coelacanthiformes). cia de Sergipe-Alagoas, NE do Fragoso, L. G.; Brito, P.; Yabumoto, Y. Brasil. In: Congre. Brasil. de Pa- 2018. Axelrodichthys araripensis leontologia. Livro de Resumos Maisey, 1986 revisited. Historical p178-179. Biology, p. 1-23. Gallo, V., Silva, H. M. A., Ramos. É. Gallo, V. 2000. First occurrence of Lep- Petra, R. R. C., Romano, P.S.R. idotes (Actinopterygii: Semiono- 2009b. A tartaruga Pleurodira tiformes: Semionotidae) in the mais antiga do Brasil. In: XXI Coqueiro Seco Formation, Early Congresso Brasil. de Paleontolo- Aptian of the Sergipe-Alagoas gia. Livro de Resumos p.180-181. Basin, Northeastern Brazil. Bo- Góes, A. M., Rossetti, D. F. 2001. Gê- letim do Museu Nacional, 51:1- nese da Bacia de São Luís-Grajaú, 14. Meio-Norte do Brasil. O Cretáceo Gallo, V., Coelho, P. M. 2008. First na Bacia de São Luís-Grajaú p. occurrence of an aulopiform fish 15-29. in the Barremian of the Sergipe- Gottfried M. D., Rogers R. R., Rogers Alagoas Basin, northeastern Bra- K. C., 2004. First record of Late zil. In: Arratia, G., Schultze, H.- Cretaceous coelacanths from P., Wilson, M. V. H. (Eds.) Meso- Madagascar. Recent Adv Orig zoic Fishes 4 - Homology and Early Radiat Vertebr:697-691. Phylogeny. Verlag Dr. Friederich Johanson, Z., Long, J. A., Talent, J. A., Pfeil, München p.351-371. Janvier, P., Warren, J. W. 2006. Gallo, V., Carvalho, M. S. S. D., San- Oldest coelacanth, from the Early tos, H. R. S. 2010. New occur- of Australia. Biology rence of Mawsoniidae (Sarcopte- letters, 2:443-446. rygii, Actinistia) in the Morro do Jordan, D.S. & Branner, J.C. 1908. The Chaves Formation, lower creta- Cretaceous fishes of Ceara, Bra- ceous of the Sergipe-Alagoas ba- zil. Smithsonian Miscellaneous sin, northeastern Brazil. Boletim Collection, Washington, 52 (Quart do Museu Paraense Emílio Goeldi Issue), 5(1): 1-29. Ciências Naturais, 2:195-205. Leonardi, G., Spezzamonte, M. 1994. Gallo, V., Figueiredo, F. J., Carvalho, New tracksites (Dino- M. S. S. 2012. Síntese da paleoic- sauria:Theropoda and Ornithopo- tiofauna marinha das bacias cos- da) from the Lower Cretaceous of teiras do Brasil e comentários so- the Ceará, Brazil. Studi Trentinidi bre a paleoictiofauna cronocorre- Scienze Naturali. Acta Geologica, lata da margem oeste da África. 69:61-70. In: Gallo V., Silva, H.M.A., Brito, Lima, E. A. M., Leite, J. F. 1978. Proje- P.M. Figueiredo, F.J. (Eds) Pale- to estudo global dos recursos Mi- ontologia de Vertebrados: Rela- nerais da Bacia sedimentar do ções entre América do Sul e Áfri- Parnaíba. Integração geológico- ca. Editora Interciência p.175- metalogenética. DNPM - CPRM, 206. Recife, 16:413. Gallo, V., Silva, H. M. A., Petra, R., Lima, M. R., Campos, D. de A. 1980. Ramos, R. R. C., Massa, R. S., Palinologia dos folhelhos da Fa-

113 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE...

zenda Muzinho, Floriano, Piauí. dres: The Paleontological Associ- Geodiversitas, 11:149-154. ation, Londres, 111-115p. Maffizzoni, A. F. 1998. A Coelacanthia Mawson, J., 1913. Notes on the Creta- of the Brazilian Eoaptian. Associ- ceous Formation of Bahia, Brazil. ación Paleontológica del Golfo Geological Magazine, 10:356- San Jorge; Correlaciones del me- 361. sozoico em El Atlantico Sur. Co- Mawson, J., Woodward, A. S. 1907. On modoro Rivadavia, Boletim 2, the cretaceous formation of Bahia Ano 1, p.19-20. (Brazil) and on vertebrate fossils Maffizzoni, A. F. 2000. Paleoictiofauna collected therein. Quarterly Jour- da Formação Coqueiro Seco, Ap- nal of the Geological Society, tiano Inferior do estado de Alago- 63:128-139. as, Nordeste do Brasil. Tese de Medeiros, M. A. 2001. A Laje do Co- Doutorado em Geociências, Pós- ringa (Ilha do Cajual, Bacia de graduação em Geociências. São Luís, Baía de São Marcos, UFRGS.149p. MA): Conteúdo fossilífero, bioes- Maffizzoni, A. F. 2002. Alguns aspec- tratonomia, diagênese e implica- tos da paleictiofalna e do paleo- ções na paleobiogeografia do Me- ambiente de Aptiano Inferior da socretáceo do nordeste brasileiro. bacia de Sergipe-Alagoas. Arqui- Tese de Doutorado, pós- vos do Museu Nacional. 3:121. graduação em Geologia, Instituto Magnavita L., Destro, N., Carvalho, M. de Geociências - Universidade S. S., Milhomem P. S., Souza- Federal do Rio Grande do Sul, Lima, W. 2003. Bacias Sedimen- 107p. tares Brasileiras. Fundação Pale- Medeiros, M. A., Carvalho, M. S. S., ontológica Phoenix. 5:52. Marques-da-Silva, M. A., Pereira, Maisey, J. G. 1986. Coelacanths from A.A., Araújo, M. N., Ferreira, N. the Lower Cretaceous of Brazil. N., Vilas-Bôas, I. 2011. O Senhor American Museum Novitates, dos rios: Mawsonia gigas (Maw- 2866: 4-9. soniidae) do Cenomaniano do Maisey, J. G. 1991a. Santana fossils: an Maranhão, Brasil. In: Carvalho, I. illustrated atlas. Tropical Fish S., Srivastava, N. K., Strohschoen, Hobbyist Publications, New Jer- O. Lana, C. C. (eds.) Paleontolo- sey, 459p. gia: cenários de vida, 4:575-583. Maisey, J. G. 1991b. Axelrodichthys. Medeiros, M. A., Lindoso, R. M., Men- In: Maisey, J.G (Ed.) Santana des, I. D., Carvalho, I. S. 2014. Fossils. An illustrated Atlas. TFH The cretaceous (Cenomanian) Publications Inc., p.303-315. continental record of the laje do Malabarba, M. C., Garcia, A. J. V. coringa flagstone (Alcântara for- 2000. Actinistian remains from mation), northeastern south Amer- the Lowermost Cretaceous of the ica. Journal of South American Araripe Basin, Northeastern Bra- Earth Sciences, 53: 50-58. zil. Comumunicações do Museu Medeiros, M. A., Schultz, C. L. 2001. de Ciências e Tecnologia da Pon- Uma paleocomunidade de verte- tifícia Universidade Católica do brados do Cretáceo Médio, Bacia Rio Grande do Sul, 13:177-199. de São Luís. In: Rossetti, D. F., Martill, D. M. 1993. Fossils of the San- Góes, A. M., Truckenbrodt, W. tana and Crato Formations, Brazil. (eds.) O Cretáceo na Bacia de São Field Guides to Fossils, n 5. Lon- Luís – Grajaú, MPGE, 209-221.

114 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. Medeiros, M. A., Schultz, C. L. 2002. A sença do gênero Pseudofrene- fauna dinossauriana da Laje do lopsis Nathorst na bacia mesozói- Coringa, Cretáceo médio, Bacia ca de Lima Campos, estado do de São Luís. Arquivos do Museu Ceará, Brasil: In: XI Congre. Bra- Nacional, 3:155-162. sil. de Paleontologia, 1991. Bole- Melo, B. G. V., & Carvalho, I. S. 2017. tim de Resumos, SBP, p.115. A Fauna da Formação Brejo San- Neto, J. Q. 2005. Taxonomia, paleoeco- to, Neojurássico da Bacia do Ara- logia e correlação bioestratigráfica ripe, Brasil: Interpretações Paleo- de ostracodes não marinhos do ambientais. Anuário do Instituto Membro Morro do Chaves, For- de Geociências, 40(3): 62-74. mação Coqueiro Seco, Eoaptiano. Melo, R. S. P., Gallo, V., Figueiredo, F. Tese de Doutorado, Universidade J., Maffizzoni, A. 2001. A possi- de Brasília, 62 p. ble Elopomorph fish from the Passarinho. I. B., Figueiredo. A. E. Q., Coqueiro Seco Formation, Early Fortier, D. C. 2017. Paleofauna da Aptian of the Sergipe-Alagoas Formação Malhada Vermelha, Basin. In: XVI Cong. Brasil. Pa- Bacia de Lima Campos, Cretáceo leontologia. Boletim de Resumos, Inferior, Ceará, Brasil. Revista p. 134. nordestina de zoologia, 10:7-12. Menor, E. A., Cavalcanti, V. M. M., Paz, J. D. S., Rossetti, D. F., 2005. Sena, R. B. 1993. Os eventos eva- Linking lacustrine cycles with poríticos da formação Santana, syn-sedimentary tectonic epi- bacia do Araripe, Nordeste do sodes: an example from the Codó brasil. Revista de Geologia, 6, 93- Formation (late Aptian), north- 102. eastern Brazil. Geology Magazi- Miguel, R., Gallo, V. 2009. Paleoictio- ne, 142:269-285. fauna da Formação Morro do Petri, S., Fúlfaro, V. J. 1988. Geologia Chaves (Bacia de Sergipe- do Brasil. São Paulo, Universida- Alagoas) e sua correlação com o de de São Pauolo, 631 p. Barremiano-Aptiano das bacias do Petri, S. 1983. Brazilian Cretaceus nordeste do Brasil e noroeste da Paleoclimates: Evidence From África. Congre. Brasil. de Paleon- Clay-minerals, Sedimentar Struc- tologia, 2009. Livro de Resumos tures and Palunomorphs. Revista 21: 201. Brsileira de Geociências, 13 (4): Miguel, R., Gallo, V., Morrone, J. J. 215-222, Brasil. 2014. Distributional patterns of Pinheiro, F. L., Figueiredo, A. E. Q., Mawsoniidae (Sarcopterygii: Ac- Dentzien-Dias, P. C., Fortier, D. tinistia). Anais da Academia Bra- C., Schultz, C. L., Viana, M. S. S. sileira de Ciências 86:159-170. 2013. Planohybodus marki sp. Milani, E. J. (coord.). 2007. Cartas Es- nov., a new fresh water hybodon- tratigráficas. Boletim de Geociên- tid shark from the Early Creta- cias da Petrobras, 573p. ceous of northeastern Brazil. Cre- Milhomem, P. S., Maman, E. J., olivei- taceous Research, 41:210-216. ra, F. M., Carvalho, M. S., Lima, Pinheiro, F. L., Figueiredo, A. E. Q., W. S. 2003. Bacias sedimentares Fortier, D. C., Schultz, C. L. brasileiras: Bacia do recôncavo. 2008. Tubarões no sertão: a ocor- Fundação Paleontológica Phoenix, rência do gênero Planohybodus 5(51). (Chondrichthyes, Hybodontidae) Mussa, D., Babinski, M. E. C. B. O., na Bacia de Lima Campos, Ceará, Dino, R., Arai, M. 1991. A pre- Nordeste do Brasil. In: Reunião

115 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE... da Sociedade Brasilileira P. o Est. nhos do Membro Morro do Cha- de Elasmobrânquios, 2008. Livro ves, Formação Coqueiro Seco, de programação e resumos, p.33. Eoaptiano, Bacia de Alagoas, NE- Pinheiro, F. L., Figueiredo, A. E. Q., Brasil M.S. thesis, Universidade Fortier, D. C., Viana, M. S. S., de Brasília, Distrito Federal, 62 p. Schultz, C.L. 2011. Fauna de ver- Ramos, M. I. F., Rossetti, D. F., Paz, J. tebrados Eocretácicos de um aflo- D. S. 2006. Caracterização e sig- ramento da Bacia de Lima Cam- nificado paleoambiental da fauna pos, Ceará, Brasil. Revista Brasi- de ostracodes da Formação Codó leira de Paleontologia, 14: 189- (Neoaptiano), leste da bacia de 198. Grajaú, MA, Brasil. Revista Bra- Pinheiro, F. L., Tomme, M. P. A. V., sileira de Paleontologia, 9:339- Figueiredo, A. E. Q., Fortier, D. 348. C., Porto, V. B. 2007. A possible Riff, D. 2003. Descrição morfológica do new hybodont shark from the crânio e mandíbula de Stratioto- Iguatu Group, Ceará, northeast suchus maxhechti (Crocodylo- Brazil.In: XX Congresso Brasili- morpha, Cretáceo Superior do leiro de Palaleontologia. Anais, Brasil) e seu posicionamento filo- p.22. genético. Dissertação de Mestra- Ponte, F. C., 1992. Sistemas deposicio- do, Universidade Federal do rio nais na Bacia do Araripe, nordeste de Janeiro. do Brasil. Simpósio sobre as Ba- Rocha, D. E. G. A. 2007. Comporta- cias Cretácicas Brasileiras, 2, 81- mento das bacias sedimentares da 84. região semi-árida do Nordeste Ponte-filho, F.C. 1994. Sistemas brasileiro. Hidrogeologia da Bacia deposicionais nas bacias sedimentar do Jatobá: Sistema sedimentares do iguatu: Estado Aqüífero Tacaratu/Inajá. do ceará. In: simpósio sobre o UFPE/CPRM/FINEP, 26p. cretáceo do brasil, 3, rio claro, Santos, N. L. 2011. Estudo dos sedi- 1994, boletim, unesp p.141-146. mentos de fluxos gravitacionais Ponte, F. C., Dino, R., Arai, M., Silva- da formação Maracangalha (Eo- Telles Jr, A. C. 1990. Geologia cretácei). Bom Despacho, NE da das Bacias Sedimentares do Igua- Ilha de Itaparica, Bahia, Brasil. tú, no Estado do Ceará. Petrobrás- Monografia apresentada ao curso Cenpes-Divex-Sebipe Relatório de Geologia do Instituto de Geo- interno, Ceará, 27p. ciências, Universidade Federal da Price, L. I. 1947. Sedimentos mesozói- Bahia. 83p. cos na baía de São Marcos, estado Santos, B. P. S. 2013. Levantamento de do Maranhão. Brasil. Divisão de afloramentos fossilíferos na Ilha Geologia e Mineralogia, Notas de Itaparica, Bacia do Recôncavo preliminares e estudos, Rio de Ja- da Bahia. Monografia. Bacharela- neiro, 40:1-7. do em Biologia - UFRB. 34p. Price, L. I. 1960. Dentes de Theropoda Santos, R. da S. 1953. Lepidotídeos do num testemunho de sondagem no Cretáceo da Ilha de Itaparica, es- estado do Amazonas. Anais da tado da Bahia. Brasil. Divisão de Academia Brasileira de Ciências, Geologia e Mineralogia, Boletim. 32:79-84. 145: 26. Queiroz Neto, J. 2005. Taxonomia, pa- Santos, M. E. C. M., Carvalho, M. S. S. leoecologia e correlação bioestra- 2009. Paleontologia das Bacias do tigráfica de ostracodes não mari- Parnaíba, Grajaú e São Luís – Re-

116 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. constituições Paleobiológicas. 2011. Paleoictiofauna da Forma- CPRM, Rio de Janeiro, 215p. ção Aliança (Jurássico Superior), Saint-Seine P. 1950. Contribution à Bacia de Jatobá, Nordeste do Bra- l’étude des vertébrés fossiles du sil. In: Carvalho, I.S., Srivastava, Congo Belge. Ann Mus R Belge, N.K., Strohschoen, O. Lana, C.C. Terv Sci Géol 5: 1-32. Paleontologia: cenários de vida. Saint-Seine, P. de. 1955. Poissons Interciência p.595-608. fossiles de l'éage de Stanleyville Silva, M. C., Lima Filho, M., Viana, M. (Congo Belge). Première partie; la S. S., Ribeiro, A. M., Ferigolo, J., faune des argiles e schistes Goin, F. 2004. Contribuição Pale- bitumineux. Annales du Musée ontológica sobre o Jurássico Su- Royal du Congo Bélgica, Séie 8, perior da Bacia do Araripe, Nor- Sciences Gélogiques. 14 :1-126. deste do Brasil. Boletim da Socie- Saraiva, A. A. F. 2008. Caracterização dade Brasileira de Paleontologia Paleontologia e paleoceanografia p.65. da Formação Romualdo-Bacia Silva, M. C., Viana, M. S. S., Ribeiro, Sedimentar Do Araripe. Tese de A. M., Ferigolo, J., Goin, F., Lima Doutorado, Pós-graduação em Filho, M. 2005. Distribuição e Geociências, UFPE.11p. Abundância Fossilífera da Parte Schultze, H-P. 1993. Osteichthyes: Sar- Superior da Formação Brejo San- copterygii. In: Benton. M.J. (Ed.) to, Neojurássico da Bacia do Ara- The Fossil Record. Chapman & ripe. In: XIX Congresso Brasileiro Hall p.63. de Paleontologia e VI Congresso Schultze, H-P. 2004. Mesozoic sarcopte- Latino-Americano de Paleontolo- rygians. In: Arratia, G. Wilson gia, Aracaju-SE. Boletim de Re- M.V.H., Cloutier, R. (Eds), Re- sumos. cent advances in the origin and Smith, J. L. B. 1956. Old fourlegs: the early radiation of vertebrates. Ver- story of the coelacanth. London: lag Dr. Friedrich p.463-492. Longmans, Green And Co., Lon- Seilacher, A. W-E. R., Franz W. 1985. don, 260p. Sedimentological, ecological and Souza-Lima, W., Andrade, E. D. J., temporal patterns of fossil La- Bengtson, P., Galm, P. C. 2002. A gerstätten. Phiosophical Transac- Bacia de Sergipe-Alagoas: evolu- tions of the Royal Society of Lon- ção geológica, estratigráfica e don, 311.1148. conteúdo fóssil. Aracaju: Funda- Silva, M. C. D. 2012. Paleovertebrados ção Paleontológica Phoenix, 34p. da Formação Aliança, Jurássico Srivastava, A. K. 1990. Plant fossil as- Superior da Bacia de Jatobá, Nor- semblages from the Barakar For- deste do Brasil. Tese de disserta- mation of Raniganj Coalfield, In- ção Doutorado, Pós-graduação em dia. Palaeonbotanist. 39(3):281- geociências - UFPE. 163p. 302. Silva, M. C., Barreto, A. M. F., Olivei- Tabaste, N. 1963. Étude de restes de ra, E. V., Ruano, R., Rocha, T. poissonsdu Crétacé Saharien. Mé- 2010. Vertebrados da Formação langes Ichthyologiques à lame- Aliança, Bacia de Jatobá, Nordes- moire d’Achille Valenciennes. te do Brasil. In: VII Simpósio de Mémoire de l’Institut Fondamen- Paleontologia de Vertebrados, tal d’Afrique Noire, Mélanges 2010. Boletim de Resumos p.59. Ichthyologiques, 68:437-485. Silva, M. C., Carvalho, M. S. S., Barre- Tinoco, I. M., Mabesoone, J. M. 1975. to, A. M. F., Carvalho, I. S. C. Observações paleoecológicas so-

117 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

OS MAWSONIÍDEOS DAS BACIAS SEDIMENTARES DO NORDESTE... bre as bacias mesozóicas de Igua- Tocantins, Brasil. Comunicações tu, Rio do Peixe e intermediárias. do Museu de Ciências da PU- In: Sim. Geol. Nordeste, 95-107. CRS.: Série Zoologia, 19, 39p. Vicalvi, M. A., Ferreira, C.S., Carvalho, Woodward, A. S. 1888. Notes on some I. S., Anjos, S. M. 1993. Fragmen- vertebrate fossils from the prov- tos de ovos de dinossauros na ince of Bahia, collected by Joseph Formação Itapecuru, Maranhão: Mawson. Annals. Magazine of Uma discussão. Anais da Acade- Natural History, 2:132-136. mia Brasileira de Ciências, 65:18- Woodward, A. S. 1891. Evidence of the 18. occurrence of Pterosaurians and Vogel, M. A. C. 1976a. Sobre um se- Plesiosaurians in the Cretaceous mionotídeo da bacia de Iguatu - of Brazil, discovered by Joseph CE. Anuário do Instituto de Geo- Mawson. Annals and Magazine of ciências, 16:29-29. Natural History. 8:314-317. Vogel, M. A. C. 1976b. Contribuição à Woodward, A. S. 1896. On the quadrate paleontologia da Bacia de Iguatu, bone of gigantic Pterodactyl, dis- CE. In: XXVII SBG, Congresso covered by Joseph Mawson in the Brasileiro de Geologia, 1976. Re- Cretaceous of Bahia. Annals and sumos dos Trabalhos, p384. Magazine of Natural History, Weiler, W. 1935. Ergebnisse der For- London, 17:255-257. schungsreisen Prof. E. Stromers in Woodward, A. S. 1907. On some Fossil den Wu¨sten Aegyptens. II Wir- Fishes discovery by Prof. Ennes beltierreste der Baharije-Stufe de Souza in the Cretaceous For- (unterstesCenoman). 16. Neue mation at Ilhéus (State of Bahia), Untersuchungenan den Brazil. Quarterly Journal of The Fischresten. Abhandlungen der Geological Society, 63:358-362. Bayerischen Akademie der Wis- Woodward, A. S. 1908. On some Fossil senschaften, Mathematisch- Fishes discovered by Prof. Ennes Naturwissenschaftliche Abteilung, de Souza in the Cretaceous For- 32:1-57. mation at Ilhéos (State of Bahia), Wenz, S. 1975. Un nouveau Coela- Brazil. Quarterly Journal of the canthide du Crétace Inférieurdu Geological Society, 64:358-362. Niger, remarques surlafusiondes Yabumoto, Y. 2002. A new coelacanth os dermiques. In: CNRS CCXVIII from the Early Cretaceous of Bra- Colloques Internationaux de Cen- zil. Paleontological Research, tre Nationalecherche Scientifique, 6:343-350. Paris, 1973. Problèmesactuels de Yabumoto, Y. 2008. A new Mesozoic Paleontologie EvolutiondesVerté- Coelacanth from Brazil (Sarcopte- brés p.175-190. rygii, Actianistia) Paleontogical Wenz, S. 1981. Um Coelacanthe géant Research, 12:329-343. Mawsonia lavocati Tabaste, de Yabumoto Y, Uyeno T. 2005. New ma- Albien-base du Cénomaniendusud terials of a Cretaceous coelacanth, Marocain. Annales de Mawsonia lavocati Tabaste from Paléontologie (Vertébrés). France, Morocco. Bull Natn Sci Mus To- 1-20. kyo Ser C. 31:39–49. Weiss, F., Oliveira, S. G. 2006. Nota Yabumoto, Y., Brito, P. M. 2013. The científica sobre a ocorrência de second record of a Mawsoniid celacanto (Sarcopterygii: Actinis- coelacanth from the Lower Creta- tia) na Formação Pedra de Fogo, ceous Crato Formation, Araripe Permiano da Bacia do Parnaíba, Basin, northeastern Brazil, with

118 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos

Rizoaldo do Espírito Santo Barbosa et al. comments on the development of V Global Diversity and Evolution, coelacanths. In: Mesozoic Fishes p.489-497.

119 Estudos Geológicos Vol. 29(1) https://periodicos.ufpe.br/revistas/estudosgeologicos