Pensamento, Legado Político E Social Do Líder Trabalhista Gaúcho-Leonel Brizola Noite- Porto Alegre -24-06-2014

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Pensamento, Legado Político E Social Do Líder Trabalhista Gaúcho-Leonel Brizola Noite- Porto Alegre -24-06-2014 DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA Pensamento, legado político e social do líder trabalhista gaúcho-Leonel Brizola Noite- Porto Alegre -24-06-2014 A SRA. MESTRA DE CERIMÔNIAS – Boa tarde a todos! Dando continuidade aos trabalhos do seminário Pensamento, Legado Político e Social do Líder Trabalhista Gaúcho, Leonel de Moura Brizola, teremos a apresentação do terceiro painel, que tem como tema Reforma Agrária: de Brizola aos Nossos Dias, Uma Luta Sempre Atual. Convidamos para compor a mesa: como mediador, o jornalista e escritor Elmar Bones; como painelistas, o economista e ativista social João Pedro Stédile e o arquiteto e primeiro coordenador-chefe do Instituto Gaúcho de Reforma Agrária, Paulo Alberto Schmidt. Passamos a coordenação dos trabalhos ao jornalista Elmar Bones. O SR. MEDIADOR (Elmar Bones) – Boa tarde a todos! Em nome da Assembleia Legislativa, agradeço a presença das senhoras e dos senhores e, de modo especial, dos nossos debatedores João Pedro Stédile e Paulo Alberto Schmidt. Reforma agrária já foi definida como a mãe de todas as reformas, não só pela importância que tem em si, mas pelo fator simbólico e pelo que ela tem produzido de luta política em nosso País, apesar dos resultados concretos não serem muito animadores. O Brizola foi um pioneiro. Num momento em que nem a legislação fundiária existia, ele foi um visionário nesse sentido. O impressionante é que, da experiência pioneira do Banhado do Colégio para cá, temos quase 60 anos. Segundo muitos historiadores, a reforma agrária foi um dos fatores fundamentais da queda do presidente João Goulart na hora em que ele se decidiu por avançar com as reformas e começou inclusive um processo de desapropriação de áreas públicas. O seu governo praticamente perdeu a sustentabilidade. Combinada essa questão da reforma agrária com uma outra medida fundamental que o presidente tomou, que foi uma legislação para regular a remessa de lucro das empresas estrangeiras, juntaram-se interesses concretos do latifúndio nacional com o interesse das empresas multinacionais. Realmente, hoje ainda estamos tentando avaliar, analisar e aprender com isso que aconteceu. 1 DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA Pensamento, legado político e social do líder trabalhista gaúcho-Leonel Brizola Noite- Porto Alegre -24-06-2014 A reforma agrária era uma demanda naquele momento tão ampla no bojo de todas as reformas que mesmo a ditadura teve de criar uma espécie de arremedo com o Estatuto da Terra, sinalizando ou apontando uma preocupação com a questão da concentração da propriedade de terra no nosso País, que é um dos nossos problemas estruturais. A ditadura simplesmente fez um jogo de cena, muito pouca coisa aconteceu. E a reforma agrária volta à tona, volta ao nosso cardápio político pelos movimentos sociais, especialmente pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, do qual João Pedro Stédile é um dos líderes. Então, não tivemos a reforma agrária. Esse problema é sistematicamente escamoteado, um tema que não tem entrada na mídia, um tema marginal, que é abordado somente quando há ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e geralmente de forma negativa, condenatória. A discussão desse problema, do ponto de vista dos meios de comunicação do Brasil, é como se fosse superada. Para não me alongar muito, estamos tratando aqui de um tema essencial para a vida política e econômica do Brasil, um tema que tem muito pouco espaço, que é muito pouco discutido hoje. Essa postura dos meios de comunicação dá a entender que ele é um tema superado, quando, na verdade, é um tema central da nossa vida política, social e econômica. Primeiramente, passarei a palavra ao professor Paulo Alberto Schimidt, que tem uma longa história de pioneirismo nessa questão da reforma agrária, trabalhou com Leonel Brizola durante todo o seu governo. Depois, nessa mesma área, participou do governo do presidente Goulart e, mesmo depois da redemocratização, quando Brizola foi governador do Rio de Janeiro, ele foi chamado para integrar o seu secretariado nessa mesma área, numa secretaria que cuidava de assuntos fundiários. Não sei bem o que Brizola pretendia com reforma agrária no Rio de Janeiro, mas isso sinaliza uma preocupação constante e que não se abateu no ânimo de Brizola ao longo dos anos. Concedo a palavra ao professor Paulo Alberto Schimidt. O SR. PAULO ALBERTO SCHIMIDT – Como o nosso mediador disse, tenho uma longa trajetória nesse campo de reforma agrária. E mais: tenho o privilégio de ter convivido com Brizola desde a faculdade. Quando ele frequentava o terceiro ano da Faculdade de Engenharia da Universidade do Rio Grande do Sul, eu 2 DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA Pensamento, legado político e social do líder trabalhista gaúcho-Leonel Brizola Noite- Porto Alegre -24-06-2014 entrava para o primeiro ano e já trabalhava no centro acadêmico, porque sou um animal meio político, acho que já nasci com esse vezo da política executiva, da política de planejamento e execução, e não da política da tribuna, que respeito, mas não é o meu vezo. Lá conheci Brizola, aquele homem com uma aura – como ouvi alguém dizer hoje de manhã – magnífica. Um homem que tinha um magnetismo pessoal impressionante. Eu era garoto, vindo lá de Cruz Alta com as dificuldades normais do estudante do interior, tentando sobreviver em Porto Alegre. Éramos três irmãos que o pai tentava sustentar dignamente lá em Cruz Alta com os meios que possuía. E eu ouvia Brizola falar. Ele tinha feito seus preparatórios à noite no Júlio de Castilhos, onde já tinha iniciado sua vida política, já tinha se metido no centro acadêmico e estava fazendo uma carreira política estudantil. Na Faculdade de Engenharia eu conheci esse cara. Como eu tinha conseguido um lugar no centro acadêmico, porque um colega mais velho, já bem adiantado, Antônio Frisina, conseguiu-me uma fiança, eu adquiria material de desenho, esquadros e coisas desse tipo que o engenheiro e o arquiteto usavam muito. Hoje não usam mais porque o computador faz quase tudo, mas naquela época havia toda aquela parafernália instrumental e era cara. Com esse aval do Frisina, uma firma de Porto Alegre me fornecia o material em consignação, e eu repassava aos colegas com pequeno lucro para a minha sobrevivência. Nessa época, em 46, Brizola se candidata a deputado. O Partido Trabalhista o indicou como candidato a deputado estadual, praticamente, sem recursos. Imaginem. Aliás, ele sempre teve muita dificuldade de recursos. E ele me levou, um dia, seu primeiro manifesto de campanha. Estou relatando isso porque me parece importante compreendermos por que Brizola se tornou o que se tornou. Por que ele se tornou ‘inimigo’, entre aspas. Infelizmente, na minha ignorância e infantilidade não guardei nenhum exemplar daquele primeiro manifesto. Se alguém tiver recebido – quem sabe o Fontourinha tenha um em seus alfarrábios – verá que ele fundamentalmente estabelecia um comparativo entre as dificuldades do estudante civil e as vantagens do estudante militar. O estudante civil sobrevivia com todas as dificuldades. Eu, por exemplo, morava numa pensão – e não era privilégio meu, era a norma; até hoje creio que acontecem coisas desse tipo –, sendo que éramos cinco em um quarto. Os outros quatro eram empregados do comércio. Eram pessoas mais velhas, e eu era aquele guri meio apavorado, chegado do interior e ainda meio assustado com o que estava acontecendo. 3 DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA Pensamento, legado político e social do líder trabalhista gaúcho-Leonel Brizola Noite- Porto Alegre -24-06-2014 O Brizola relatou isso porque passou pela mesma situação. Foi até pior para ele, porque eu não precisei engraxar sapatos nem ser ascensorista, e ele precisou. Nesse manifesto, então, ele falava dessas dificuldades e de outras ainda piores. Quando você se formava, por exemplo, onde podia trabalhar, com quem, de que jeito? Você não era prestigiado. Junto a esse relato, vinha o referente ao estudante militar, que na época frequentava a antiga Escola de Cadetes, como era chamada. O estudante militar tinha casa, comida, roupa – roupa lavada, inclusive. Ele tinha todas as benesses e muito mais. Formava-se e já estava empregado pelo resto da vida, com benesses para a família. Ao estabelecer esse contraste e, como tônica de sua campanha, a preocupação com o problema da educação – estava preocupado com os estudantes –, ele granjeou a inimizade da área militar. Esta passou a vê-lo como inimigo, e daí para frente ficou esse estigma em Brizola. Eu gostaria, se vocês me permitissem, de dizer que Brizola está acima de partidos. A personalidade Brizola está acima de partidos, e sempre esteve. Aliás, com Getúlio ocorreu o mesmo, porque ele criou o PSD e, logo depois, o PTB. Criou um partido dito de direita e, logo em seguida, um de esquerda, visando a equilibrar a situação com o conhecimento que possuía. Brizola, por sua vez, tem origem em Getúlio. Uma outra coisa importante que encontrei nos meus estudos, nas minhas pesquisas, é que um dos primeiros atos de Getúlio Vargas foi criar, já em 1930, no ano em que assumiu, uma secretaria de negócios de educação e saúde. Isso foi feito em seu primeiro ano de administração. Esse exemplo de Getúlio respingou em Brizola, em cima das dificuldades que ele teve de vida para conseguir estudar. Daí é que se formou esse homem. Quando deputado nesta Casa, o primeiro projeto apresentado por Brizola foi para que os estudantes empregados tivessem abonadas as suas faltas no caso de terem que prestar exames. A proposta foi aprovada. Antes não havia esse direito. Vejam, portanto, que tudo se voltava para a questão educacional. Eu pediria a vocês licença para ler, porque tenho muito medo de falar das pessoas e dizer algumas impropriedades. Acredito que, lendo, o texto que li torna-se um documento. Isso tem base em nossa longa convivência, porque trabalhamos juntos. Brizola, quando governador, convidou-me para atuar no setor de planejamento da Comissão Estadual de Prédios Escolares.
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