Intelectuais Indígenas E a Construção Da Universidade Pluriétnica No Brasil Povos Indígenas E Os Novos Contornos Do Programa De Educação Tutorial/Conexões De Saberes

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Intelectuais Indígenas E a Construção Da Universidade Pluriétnica No Brasil Povos Indígenas E Os Novos Contornos Do Programa De Educação Tutorial/Conexões De Saberes Intelectuais indígenas e a construção da universidade pluriétnica no Brasil Povos indígenas e os novos contornos do Programa de Educação Tutorial/Conexões de Saberes Ana Elisa de Castro Freitas (organizadora) Rio de Janeiro, 2015 © Ana Elisa de Castro Freitas. Todos os direitos reservados aos autores. É proibida a reprodução ou transmissão desta obra, ou parte dela, por qualquer meio, sem a prévia autorização dos editores. Impresso no Brasil. ISBN: 978-85-7650-488-7 (recurso eletrônico) Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (http://www.laced.etc.br) SEE/Departamento de Antropologia Museu Nacional/UFRJ Quinta da Boa Vista, s/n. – São Cristóvão – Rio de Janeiro – Brasil Cep: 20940-040 Coordenação Editorial da Série Antonio Carlos de Souza Lima Projeto gráfi co e capa Andréia Resende Revisão Elisa Sankuevitz Este livro foi integralmente fi nanciado, em sua editoração e impressão, pelo projeto A Educação Superior de Indígenas no Brasil: avaliação, debate, qualifi cação, desenvolvido, no âmbito do Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento (LACED)/Setor de Etnologia/ Departamento de Antropologia/Museu Nacional-UFRJ, com recursos da Fundação Ford (Doação nº 1110-1278), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico (CNPq), por meio do Edital Universal 14/2011 (Processo nº 482199/2011-3), e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), como Bolsa Cientistas do Nosso Estado para o projeto Intelectuais indígenas e formação de estado no Brasil contemporâneo: pesquisa e intervenção sobre a educação superior de indígenas no Brasil, (Processo E-26/102.926/2011), todos sob a coordenação de Antonio Carlos de Souza Lima. Disponível para download gratuito em: http://www.laced.etc.br/livros À venda em versão impressa no site da Editora E-papers: http://www.e-papers.com.br Rua Mariz e Barros, 72, sala 202 Praça da Bandeira – Rio de Janeiro – Brasil CEP 20.270-006 CIP-Brasil. Catalogação na Fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livro, RJ I48 Intelectuais indígenas e a construção da universidade pluriétnica no Brasil [recurso eletrônico]: povos indígenas e os novos contornos do programa de educação tutorial/ conexões de saberes / organização Ana Elisa de Castro Freitas. - 1. ed. - Rio de Janeiro : E-papers, 2015. recurso digital (Abrindo trilhas ; 4) Formato: epdf Requisitos do sistema: adobe acrobat reader Modo de acesso: world wide web Inclui bibliografi a ISBN 978-85-7650-488-7 (recurso eletrônico) 1. Índios da América do Sul - Brasil. 2. Educação. 3. Livros eletrônicos. I. Freitas, Ana Elisa de Castro. II. Série. 15-23846 CDD: 980.41 CDU: 94(=87)(81) Sumário Prefácio 7 Antonio Carlos de Souza Lima Apresentação 9 Ana Elisa de Castro Freitas Notas de gestão 19 André Lázaro Estudantes e conhecimentos indígenas na universidade 29 A Experiência do PET-Intercultural na Universidade Federal de Roraima 41 PET-Indígena NEAI/UFT – Conectando Conhecimentos 55 O futebol entre mulheres indígenas Sateré na comunidade Gavião 71 O PET-Indígena da Universidade Federal do Amapá/Unifap 85 O PET no curso de Educação Intercultural da UFG 91 PET-Indígena Potiguara da Paraíba 107 PET-Indígena Potiguara 119 Formação para a docência indígena e as experiências do PET-Indígena da UFPE 131 PET-Comunidades Indígenas na UFBA 143 Estudantes indígenas nas universidades brasileiras 157 Programa de Educação Tutorial Conexões dos Saberes/ Indígena da Universidade Federal de Minas Gerais 171 A Educação Tutorial no Grupo PET-Indígena Ações em Saúde da UFSCar 181 A Universidade à luz do olhar indígena 195 O Grupo PET-Saberes Indígenas 213 A experiência do Grupo PET-Litoral Indígena na Universidade Federal do Paraná 227 Impacto do cultivo da soja transgênica nas Terras Indígenas/ TIs da região Norte do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil 237 O “Bem Viver” Kaingang e seus desafios 251 Memórias e refl exões acadêmicas de dois jovens universitários indígenas no PET-Litoral Indígena/UFPR 273 PET-Indígena Ñande Reko UFSM 279 Nosso modo de ser 297 Prefácio Antonio Carlos de Souza Lima Laced/Museu Nacional/UFRJ Intelectuais indígenas e a construção da universidade pluriétnica no Bra- sil nos apresenta às experiências dos programas de educação tutorial indígena desenvolvidos a partir do Edital 09/2010/MEC, que abria uma orientação específi ca aos indígenas. Articulava assim o “Programa de Educação Tutorial”, largamente conhecido e implantado com sucesso em inúmeras universidades, com o “Programa Conexões de Saberes”, criado a partir da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (e desde 2011 também de Inclusão, Secadi), voltado a rela- cionar a universidade com as comunidades de proveniência dos alunos com o objetivo de promover as trocas de saberes, experiências e deman- das.1 A proposta era fecundar a relação entre ensino, pesquisa e exten- são, propiciando-a por meio do diálogo com as aldeias, de modo a se contrapor à tendência etnocêntrica do ensino superior no Brasil. O “PET-Indígena” está entre as diversas ações de governo que nos mostram que tanto (por uns e em certos termos) e tão pouco (por ou- tros) foi feito no sentido de uma política governamental direcionada ao ensino superior de indígenas no Brasil ao longo da primeira década do século XXI. Esse esforço marcou-se pela permanente demanda indígena 1 Para as páginas do MEC, onde esses programas estão apresentados, ver: <http://portal. mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12223&ativo=481&Item id=480> para o PET, e <http://portal.mec.gov.br/index.php?Itemid=714&id=12360&opt ion=com_content&view=article> para o Conexões de Saberes. Acesso em: 21 fev. 2015. 7 por acesso à universidade (à graduação e à pós-graduação), pelo engaja- mento de atores sociais – professores universitários, técnicos e gestores governamentais, organizações indígenas, ONGs, fundações fi lantrópi- cas, sociedades científi cas – na militância e no trabalho contínuo em prol da consecução dessas demandas. Do outro lado, nesse mesmo período, pudemos ver a ausência de orientações administrativas consistentes, a omissão sistemática e consciente de setores do MEC ou de suas autar- quias (a Secretaria de Educação Superior, a Coordenação de Aperfeiço- amento do Pessoal do Ensino Superior, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e, em um dado período, de 2011/2012, a própria Secadi), isso sem falar em setores das próprias universidades. O inegável, no entanto, é que a presença de indígenas no ensino su- perior se ampliou signifi cativamente e que dela precisamos estar cons- cientes, de modo que possamos refl etir acerca do que tem acontecido, corrigir rotas e propor novos caminhos de utilidade e signifi cado para os povos indígenas. Só assim será possível vencer integralmente a me- diação tutelar pela via do monopólio de certos saberes e transformar efetivamente as estruturas de reprodução do poder, dentre elas a própria universidade, que sustentam discursos e práticas anti-indígenas. O livro conta com a participação dos implementadores dos grupos tutoriais, uma excelente introdução da organizadora Ana Elisa de Cas- tro Freitas, além de uma preciosa análise histórica do contexto de im- plementação do PET-Indígena. Mas sua maior importância reside em marcar-se pela presença e fala dos estudantes indígenas participantes dos programas nas diversas universidades que os implementaram, com suas próprias análises so bre o vivenciado. Assim fazendo, demonstra- -nos o sucesso obtido contra muitas incertezas e dá-nos a dimensão dos caminhos a perseguir. É indiscutivelmente um documento essencial de mais de uma década de lutas, conquistas e avanços. 8 Intelectuais indígenas e a construção da universidade pluriétnica no Brasil Apresentação Um panorama da institucionalização dos Grupos PET-Indígenas nas universidades e institutos federais por meio do Programa de Educação Tutorial/Conexões de Saberes do Ministério da Educação no Brasil1 Ana Elisa de Castro Freitas2 Em 2010 o Ministério da Educação/MEC publicou o Edital 09/2010 possibilitando às universidades e institutos federais brasileiros a criação de novos grupos de educação tutorial em nível de graduação. Neste Edi- tal, uma modalidade inovadora de educação tutorial foi instituída pelo MEC: partindo de uma articulação do Programa de Educação Tutorial com o Programa Conexões de Saberes, foi prevista a organização de grupos direcionados exclusivamente à formação de estudantes universi- tários indígenas. Com esta política, se estabeleceu um plano de institucionalização en- tão inédito no que se refere à educação superior para indígenas no Brasil. Dezessete grupos de educação tutorial indígenas foram constituídos em universidades e institutos federais nas cinco regiões do país. Em interfa- ce com distintas territorialidades, culturas e fronteiras de contato, estes grupos confi guram novos espaços dialógicos de produção intelectual in- dígena no cenário universitário, ainda pouco conhecidos. 1 Este texto é fruto da revisão e ampliação de trabalho, originalmente, apresentado no Grupo de Trabalho “Novas fronteiras do fazer antropológico: diálogos entre pesqui- sadores, consultores e gestores das políticas indigenistas de educação”. 29a Reunião Brasileira de Antropologia, 03 e 06 de agosto de 2014, Natal/RN (FREITAS, 2014). 2 Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ UFRGS, professora no Setor Litoral da Universidade Federal do Paraná/UFPR, tutora do Grupo PET Litoral Indígena na UFPR. 9 Partindo da experiência de tutoria no Grupo
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