As Memórias Do Quilombo Dos Palmares Nas Alagoas Oitocentista

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

As Memórias Do Quilombo Dos Palmares Nas Alagoas Oitocentista As Memórias do Quilombo dos Palmares nas Alagoas Oitocentista Danilo Luiz Marques1 Resumo: Objetivamos, nesta comunicação, discutir a batalha de memórias em torno do Quilombo dos Palmares ocorrida nas Alagoas oitocentista. O Quilombo mais emblemático do período colonial brasileiro, foi formado em fins do século XVI, tendo seu auge ao longo da segunda metade do século XVII, resistindo por mais de um século às tentativas de invasão e destruição. Após cerca de vinte expedições sem sucessos no plano de exterminar Palmares, o governador da Capitania de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, contratou o bandeirante Domingos Jorge Velho. Suas forças, bem armadas e municiadas, invadiram o Quilombo e assassinaram o líder Zumbi em 1695. O Quilombo, apesar de findada a guerra no século XVII, tem uma forte relação com a história da formação da Província de Alagoas no século XIX. O espaço alagoano foi formado à “sombra” da simbologia de Palmares, as elites se utilizaram de um discurso negativo em relação aos aquilombados da Serra da Barriga, algo reforçado na memória local através de uma educação oficial que vangloriava a vitória das forças contrárias aos quilombos. As autoridades alagoanas temiam que outro “Palmares” voltasse a existir, o temor aumentou com as notícias que circulavam em todo o Brasil acerca dos ocorridos no Haiti entre 1791 e 1804 e das Revoltas dos Malês na Bahia. Este “medo” existiu na mentalidade das elites alagoanas até o fim dos oitocentos, algo que pode ser constatado através dos relatórios provinciais, documentação policial e os códigos de posturas municipais. Em contrapartida, ocorreu a formação de uma identidade negra da quilombagem, a qual arraigava um ideário de liberdade vinculado à memória do Quilombo de forma positiva na mentalidade popular, tendo o “Auto do Quilombo” como uma das práticas culturais que realçavam esta memória. Palavras-chave: Memória, História, Escravidão, Decolonialidade. Palmares, o Quilombo mais emblemático do período colonial brasileiro, foi formado em fins do século XVI, tendo o seu auge ao longo da segunda metade do século XVII, resistindo por mais de um século às tentativas de invasão e destruição. Após cerca de vinte expedições sem sucesso no plano de exterminar Palmares, o governo da Capitania de Pernambuco contratou as tropas do bandeirante Domingos Jorge Velho, suas forças, bem armadas e municiadas, invadiram o Quilombo e assassinaram o líder Zumbi em 1695. O Quilombo, apesar de findada a guerra no século XVII, tem uma forte relação com a história da formação da Província de Alagoas no século XIX. O espaço alagoano foi formado à “sombra” da simbologia de Palmares, as elites se utilizaram de um discurso negativo em relação aos aquilombados da Serra da Barriga, algo reforçado na memória local através de uma educação oficial que vangloriava a vitória das forças contrárias aos quilombos. O Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano (antigo IAGA e atual IHGAL) teve uma participação ativa nesse processo, publicando em suas 1 Doutorando em História Social pela PUC-SP, bolsista pela CAPES. [email protected] revistas artigos que marginalizavam os palmarinos. As autoridades alagoanas temiam que outro “Palmares” voltasse a existir, o temor aumentou com as notícias que circulavam em todo o Brasil acerca dos ocorridos no Haiti entre 1791 e 1804 que desencadearam em uma revolução escrava e das Revoltas dos Malês na Bahia na primeira metade do século XIX. Esse “medo” existiu na mentalidade das elites alagoanas até o fim dos oitocentos, algo que pode ser constatado através dos relatórios provinciais, documentação policial e códigos de posturas municipais. Em contrapartida, ocorreu a formação de uma identidade negra da quilombagem, a qual arraigava um ideário de liberdade vinculado à memória do Quilombo de forma positiva na mentalidade popular (SANTOS, 2013, pp. 7-33), tendo, segundo alguns folcloristas, o “Auto do Quilombo” como uma das práticas culturais que realçavam essa memória. Propomos nesta comunicação, refletir como se configurou na sociedade alagoana do século XIX a memória entorno do episódio de Palmares, para isso, utilizaremos como fonte documental os artigos sobre Palmares existentes na revista do Instituto Arqueológico e Geográfico de Alagoas (IAGA), e a bibliografia existente em torno da prática cultural Quilombo. O IAGA, um dos primeiros institutos históricos do país, foi fundado em dezembro de 1869, alguns de seus fins eram: coligir, trasladar, verificar e publicar documentos e tradições históricas da Província; descrever os monumentos antigos e conservá-los; examinar e assinalar os vestígios existentes em lugares notáveis, promovendo a coleção de monumentos e inscrições, que perpetuassem a lembrança de fatos acontecidos; obter e conservar fotografias e desenhos de monumentos que possam ter qualquer valor histórico; estudar a geografia da Província2. O primeiro volume de sua revista seria lançado em 1872, tendo como artigo inicial a Chronica do Penedo, de José Prospero Jehovan da Silva Caroatá. Segundo o próprio autor, o texto seria “um tributo de amor à terra Natal” (CAROATÁ. 1872, pp. 02-07), onde faz uma breve descrição da história da Província de Alagoas, passando pelos temas do povoamento, fundações das vilas e cidades, ocupação holandesa, e a Guerra de Palmares, descrita da seguinte maneira: Este quilombo, que já em tempos dos hollandezes causava muitos damnos, augmentando com o correr dos anos prodigiosamente o número de seus habitantes, chegou a constituir-se um inimigo terrivel nesta parte da capitania; opprimiam os pretos com frequentes insolências e latrocínios os moradores de Penedo e de outros povoados, assim como os do centro. [...] Fortificados no alto d’uma montanha, onde plantaram muitas palmeiras ao sitio, poderam triumphar durante cincoenta anos dos assaltos repetidos que os povos eram forçados a dar-lhes. [...] Mas em 1695 reunindo- se os povos de Penedo, Alagoas, S. Miguel, Porto Calvo e Pernambuco, em numero de mais de mil e quinhentos homens, fizeram um rigoroso sitio nos palmares e 2 Informações contidas na apresentação da primeira edição da Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano. Número 1, dezembro de 1872. conseguiram extinguir o quilombo, depois de arrombadas as portas da estacada. O chefe dos negros chamado Zumbi e seus principaes companheiros, vendo-se perdidos, suicidaram-se, atirando-se do cimo de um rochedo alcantilado (CAROATÁ. 1872, pp. 02-07). A tida como, “história oficial”, constituída pelo Instituto Arqueológico e Geográfico de Alagoas, visava criminalizar os aquilombados de Palmares e vangloriar as ações dos bandeirantes que destruíram o Quilombo. O IAGA, juntamente com os institutos históricos brasileiro e pernambucano, publicaram artigos e documentos sobre o Quilombo dos Palmares, onde prevaleciam imagens que anulavam a importância do Quilombo para a sociedade do século XIX, referendando brevemente as conquistas das tropas coloniais. A historiadora Andressa Merces Barbosa dos Reis, documentou a existência de três artigos envolvendo a temática de Palmares na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB - (REIS, 2004, pp. 46-55), dentre eles, destacamos o Memória dos feitos que se deram durante os primeiros annos de guerra com os negros quilombolas dos Palmares, seu destroço e paz aceita em junho de 1678, de autoria do alagoano Pedro Paulino da Fonseca. Nessa publicação, encontramos uma narrativa que visava caracterizar os aquilombados de Palmares como o “outro”, o inimigo, tendo um perfil semelhante aos textos da Revista do IAGA, não por coincidência, Pedro Paulino da Fonseca era sócio do IAGA. A tradição dessa narrativa que buscava colocar o Quilombo “como o outro, o inimigo” vem da escrita dos cronistas coloniais contemporâneos ao período da Guerra de Palmares; este pensamento servia como subterfúgio para unir a sociedade colonial contra os palmarinos, tornando-os um inimigo comum para a população. Em dezembro de 1875, o Instituto lançaria o volume 7 de sua Revista, onde o tema de Palmares vai aparecer novamente. O artigo Narração de Alguns Sucessos Relativos a Guerra dos Palmares de 1668 a 1680, assinado por José Francisco Dias Cabral, procurou enaltecer as ações das expedições anteriores as de Domingos Jorge Velho, para este autor: Das crises tormentuosas que aflingirão a capitania de Pernambuco, nenhuma deixou de si tão escassas recordações, tão escondidas notas, como a sublevação dos escravos foragidos na espessura das matas, constituindo o núcleo d’aquella resistência a que a história chamou de Palmares (CABRAL. 1875, pp. 165-171). Além desses dois artigos datados da segunda metade do século XIX, podemos encontrar menção a Palmares no Apontamentos para a História da Pátria de João Francisco Peixoto Duarte em 1872 e no Subsídios e documentos acerca do notável Quilombo dos Palmares, de Francisco Izidoro Rodrigues da Costa publicado em 19013. Ambos são exemplos de uma história oficial sobre a Guerra dos Palmares e refletem parte das mentalidades dos grupos dominantes em Alagoas. Deve-se salientar que os membros dos institutos históricos regionais eram pessoas da aristocracia local empenhados em dar relevância nacional aos temas históricos das Províncias. Em Alagoas, os autores que escreveram sobre Palmares ocupavam altos postos no IAGA, como os de presidentes, e também na sociedade, como por exemplo, juízes de direito (REIS, 2004, p.55). Sobre a escrita da história nas Alagoas oitocentistas, Irineia M. Franco dos Santos expõe que as elites políticas e proprietária de terras tiveram um
Recommended publications
  • Bandeiras E Bandeirantes De São Paulo
    BANDEIRAS E BANDEIRANTES DE SÃO PAULO Serie 5.ª B R A S I L I A. N A Vol. 181 BIBLIOTHECA PEDAGOGICA BRASILEIRA CARVALHO FRANCO BANDEIRAS e BANDEIRANTES de S A O PAUL O COMPANHIA EDITORA NACIONAL 8Ão PAULO - Rio DE JANEIRO - ·RECIFE - PoRTo ALBGRB 1 9 4 O .. Estes vivem nas nossas memorias e viverão animados da eternidade da sua fama. FRANCISCO JosÉ FREIRE - ARTE POETICA • • •.. • Não é ainda possivel uma synthese sobre a historia das bandeiras e dos bandeirantes de São Paulo, porque ella ainda se encontra no periodo preparatorio das monographias. Assim, Affonso de Taunay vem escrevendo o que elle modestamente denomina "estudo de milhares e milhares de documentos", forman­ do já sete tomos da sua formidavel "Historia Geral das Bandeiras Paulistas". Pois bem, to­ do esse esforço de critica e selecção que perdu­ ra ha mais de um decennio, deu em resultado alcançar o grande historiador apenas o final do cyclo escravagista. Este nosso trabalho é pois ainda um sim­ ples ensaio sobre a acção extensiva dos ban­ deirantes paulistas, buscando contribuir pa­ ra a sua historia systematizada. A documen­ tação e a bibliographia consultadas para sua formação, foi consideravel. Citaremos no final, apenas a que consta da nossa livraria, dando ao leitor uma idéia nítida da immensidão da · taréfa. E como se constatará preferimos accen­ tuar algumas dessas fontes, no proprio decor- • _.... rer da exposição, por. sêrmos avessos -em-ex-. tremo ás notas intêrcaladas no te~tº·; • Aproveitamos bastante da documentação já publicada, principalmente a do Archivo Publico do Estado. Assim, o nosso ensaio vem esclarecer um ou outro ponto obscuro da historia bandeirante e lembrar outros, ainda não estudados.
    [Show full text]
  • 1995,Brazil's Zumbi Year, Reflections on a Tricentennial Commemoration
    1995,Brazil’s Zumbi Year, Reflections on a Tricentennial Commemoration Richard Marin To cite this version: Richard Marin. 1995,Brazil’s Zumbi Year, Reflections on a Tricentennial Commemoration. 2017. hal-01587357 HAL Id: hal-01587357 https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-01587357 Preprint submitted on 10 Mar 2019 HAL is a multi-disciplinary open access L’archive ouverte pluridisciplinaire HAL, est archive for the deposit and dissemination of sci- destinée au dépôt et à la diffusion de documents entific research documents, whether they are pub- scientifiques de niveau recherche, publiés ou non, lished or not. The documents may come from émanant des établissements d’enseignement et de teaching and research institutions in France or recherche français ou étrangers, des laboratoires abroad, or from public or private research centers. publics ou privés. Richard Marin 1995, BRAZIL’S ZUMBI YEAR: REFLECTIONS ON A TRICENTENNIAL COMMEMORATION In 1995, the Brazilian commemorations in honor of the tricentennial of the death of Zumbi, the legendary leader of the large maroon community of Palmares, took on every appearance of a genuine social phenomenon. The Black Movement and part of Brazilian civil society, but also the public authorities, each in different ways, were all committed to marking the event with exceptional grandeur. This article advances a perspective on this commemorative year as an important step in promoting the "Black question" along with Afro-Brazilian identity. After describing the 1995 commemorations, we aim to show how they represented the culmination of already-existing movements that had been at work in the depths of Brazilian society. We will finish by considering the period following the events of 1995, during which "the Black question" becomes truly central to debates in Brazilians society.
    [Show full text]
  • Palmares: a Critical View on Its Sources Introduction
    Palmares: A Critical View on Its Sources Wim Hoogbergen (Utrecht) Introduction Every community has historical narratives that axe known by virtually everybody. In Brazil the account of the quilombo1 of Palmares is one of such stories. Palmares is already included in the history books for pri­ mary school. One of those books, Historia do Brasil (Primeiro Grau), by Osvaldo R. de Souza, for example, mentions that during the slav­ ery period many slaves escaped from their plantations. They established themselves in places where they were difficult to trace. In those locations, he writes, they formed quilombos. The most famous quilombo was P al­ mares, situated in a hilly region of the present federal state of Alagoas. The chefe of these runaway-slaves, he continues, was Ganga-Zumba, who after his dead was succeeded by his nephew Zumbi, the rei (king) of Pal­ mares. The runaway-slaves organized their own fives in their villages. They were active in agriculture and cattle-breeding and had workshops where clothes, shoes, nets, mats, and pots were made. For over sixty years these people succeeded in resisting their enemies. Eventually the bandeirante paulista2 Domingos Jorge Velho was successful in conquer­ ing the quilombo, however Zumbi could escape and continued to fight for another two years. Finally he too was killed. His head was cut off and taken to Recife, where it was displayed in the market-place. Zumbi has In a Portuguese article of 1987, included in the English translation in his 1992 book, Stuart Schwartz pays much attention to the use of the words quilombo and mucambo as designations for villages of runaway slaves.
    [Show full text]
  • REV. ARQUEOLOGIA N.º 17 (3R)6 26/4/07 11:39 Página 83
    REV. ARQUEOLOGIA N.º 17 (3R)6 26/4/07 11:39 Página 83 View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk brought to you by CORE provided by Revistes Catalanes amb Accés Obert POLITICAL ORGANIZATION AND RESISTANCE ON THE OTHER SIDE OF THE ATLANTIC:PALMARES, A MAROON EXPERIENCE IN SOUTH AMERICA PEDRO PAULO A FUNARI, Department of History, Campinas State University, Brazil, ALINE V. CARVALHO, Center for Studies and Environmental Research (Nepam), University of Campinas, KEY – WORDS: Brazil, seventeenth century maroon Kingdom (Palmares), political organization, archaeology and history. INTRODUCTION Africans controlled the sheer volume and ethnic origin of captives offered to Europeans, selling the slaves at prices they were able at least to manipulate. Africans involved in the slave trade were equal and un-coerced partners of metropolitan merchants and officials, and that the development of the slave trade enhanced African control and choice. If we are aware of the unbearable levels of barbarism associated with slavery in the New World, it is easy to understand the importance of runaway settlements. Negro resistance to slavery was the main feature of the history of Africans in the American colonies and slaves responded to exploitation by malingering, by poorly carrying out their tasks, by revolting or by escaping to runaway settlements. Considering that the lingua franca of the period was Latin, it was only too natural that they were called in the contemporary documents res publicae (polities), soon to be translated into modern languages as republics, repúblicas, républiques. Maroons, palenques, mocambos, qui- lombos were terms introduced somewhat later, usually with derogatory connotations.
    [Show full text]
  • Palmares and Cucaú: Political Dimensions of a Maroon Community in Late Seventeenth-Century Brazil(*)
    The 12th Annual Gilder Lehrman Center International Conference at Yale University Co-sponsored with the Council on Latin American and Iberian Studies at Yale American Counterpoint: New Approaches to Slavery and Abolition in Brazil October 29-30, 2010 Yale University New Haven, Connecticut Palmares and Cucaú: Political Dimensions of a Maroon Community in Late Seventeenth-century Brazil(*) Silvia Hunold Lara, UNICAMP, Brazil Available online at http://www.yale.edu/glc/brazil/papers/lara-paper.pdf © Do not cite or circulate without the author’s permission Brazilian historians have not paid much attention to the history of maroon communities. Until quite recently, these groupings of fugitive slaves were seen as political and social spaces completely “outside” the world of slavery: the fugitives sought isolation in the forest, distancing themselves from the farms and sugar mills to protect the freedom they had achieved, and only returned to the farm and fields if they were recaptured. Exalting the actions of resistance against slavery, Brazilian historiography in the last 100 years privileged above all the study of the big maroon communities, highlighting the most combative leaders. Since the 1990s, however, some historians have shown that, in many cases, the maroon communities engaged in commerce with local warehouses or frequented the forests around the closest farms. Beyond the obvious economic implications, these exchanges and contacts constituted the base of some strategies of political and military defense of the fugitives and their important ties with the world of the slaves1. In recent years, studies have (*) My research on Palmares counts on the support of a Productivity Scholarship in Research from the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ (National Counsel of Technological and Scientific Development) and is also part of a Thematic Project financed by the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (Foundation for Support for Research from the State of São Paulo).
    [Show full text]
  • O QUILOMBO DOS PALMARES ~E Livro Foi Publicado, Em 1946, Sob O Título Guerras De Los Palmares, Como O Vol
    ... ,,,, -_.,..-.. .... ...,.._,;, ........._ .. _,-...... ... ..,., ........ ........._ -·.. ' O QUILOMBO DOS PALMARES ~e livro foi publicado, em 1946, sob o título Guerras de los Palmares, como o vol. 21 da coleção Tierra Firme, do Fondo de Cultura Económica, do México, cm tradução de Tomás Muiíoz Molina. ~ ,;. "" t i. -'Y' • /}: , · , e1 e e ú t> '1 LDd , J.;-c-. ')'-'--.P.~ : J S f: J i: .,.) - 1" Exemplar N'! 057S 1958 Obra executada na., oflcln,u da São Paulo Editora S/A. - Slo Paulo, Brull BIBLIOTECA PEDAGÓGICA BRASILEIRA SÉRIE 5.ª * B R A S I L I A N A * VoL. 302 EDISON CARNEIRO -.~ * \. ),. O QUILOMBO dos PALMARES 2.ª EDIÇÃO (Revista) COMPANHIA EDITORA NACIONAL ·' SÃO PAUL O DO AUTOR Religiõer Negras - Civilização Brasileira, S/A. - Rio de Janeiro, 1936. Castro Alves - Liv. Jos~ Olympio - Rio de Ja­ neiro, 1937. Negros Bântus - Civilização Brasileira, S/A. - Rio de Janeiro, 1937. Trajetória de Castro Alves - Editorial Vitória - Rio de Janeiro, 1947. - 2.ª ed., Editorial Andes - Rio de Janeiro, 1958. O Quilombo dos Palmares - Editôra Brasiliense - São Paulo, 1947. Candomblés da Bahia - Edição do Museu do Es­ tado, Bahia, 1948. - 2.ª ed., Editorial Andes - Rio de Janeiro, 1954. Dinâmica do Folclore - Rio de Janeiro, 1950. Antologia do Negro Brasileiro - Editôra Globo - Pôno Alegre, 1950. A Linguagem Popular da Bahia - Rio de Janeiro, 1951. A Cidade do Salvador - Organização Simões - Rio de Janeiro, 1954. O Folclore Nacional (bibliografia) - Editôra Souza - Rio de Janeiro, 1954. Pesquisa de Folclore - Edição da Comissão Na­ cional de Folclore, 1955. A Conquista da Amawnia - Edição do Ministério da Viação e Obras Públicas (Coleção Mauá), 1956.
    [Show full text]
  • Revisitar Palmares: Histórias De Um Mocambo Do Brasil Colonial Trashumante
    Trashumante. Revista Americana de Historia Social ISSN: 2322-9381 ISSN: 2322-9675 Universidad de Antioquia Viotti, Ana Carolina Revisitar Palmares: histórias de um mocambo do Brasil colonial Trashumante. Revista Americana de Historia Social, núm. 10, 2017, Julho-Dezembro, pp. 078-099 Universidad de Antioquia DOI: 10.17533/udea.trahs.n10a05 Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=455656700005 Como citar este artigo Número completo Sistema de Informação Científica Redalyc Mais informações do artigo Rede de Revistas Científicas da América Latina e do Caribe, Espanha e Portugal Site da revista em redalyc.org Sem fins lucrativos acadêmica projeto, desenvolvido no âmbito da iniciativa acesso aberto Revisitar Palmares: histórias de um mocambo do Brasil colonial Revisitar Palmares: histórias de um mocambo do Brasil colonial Resumo: Neste artigo, o leitor é convidado a palmilhar, mais uma vez, pelos caminhos e os percalços narrativos sobre o mais conhecido dos mocambos de escravos do Brasil, o Quilombo dos Palmares. A partir dos relatos coetâneos — cartas, relatos de viagem e documentos administrativos — o caráter exemplar da destruição do ajuntamento de escravos será apresentado, ressaltando as vicissitudes e nuances mais marcantes nas diversas notícias registradas sobre o mocambo. Complementarmente, cotejar-se-á algumas das tendências e leituras historiográficas sobre o longevo ajuntamento de escravos, o que permitirá apresentar, em linhas gerais, leituras plurais sobre Palmares. Palavras-chave: mocambos, quilombos, Palmares, Brasil colonial, rebeliões de escravos. Volver a Palmares: historias de un “mocambo” del Brasil colonial Resumen: En este artículo, se invita al lector a caminar, una vez más, por los caminos y las narrativas sobre el más conocido “mocambo” de esclavos en Brasil, Palmares.
    [Show full text]
  • “Acreditaram Tel-Os Destruído; Enfim Eles Permaneceram Incomodando E Rapinando”: As Narrativas Sobre Palmares Na Revista Do IAGA (1872-1901)
    1 “Acreditaram tel-os destruído; enfim eles permaneceram incomodando e rapinando”: as narrativas sobre Palmares na Revista do IAGA (1872-1901) DANILO LUIZ MARQUES* Introdução Palmares, o Quilombo mais emblemático do período colonial brasileiro, localizado nos atuais territórios de Alagoas e Pernambuco, foi formado em fins do século XVI1, tendo o seu auge ao longo da segunda metade do século XVII, resistindo por mais de um século às tentativas de invasão e destruição. Imersos em uma suposta crise da economia açucareira e preocupados com a ideia de prosperidade da pecuária, a hegemonia senhorial concebia Palmares como um obstáculo para a interiorização dos rebanhos, constituindo um atrativo para a fuga de escravos (REIS, 2004: 30), deste modo, buscou fazer investidas com o objetivo de exterminar o Quilombo. Após cerca de vinte expedições sem sucessos no plano de exterminar Palmares, o governo da Capitania de Pernambuco intensificou as forças de extermínio, contando com tropas locais e de bandeirantes bem armadas e municiadas, invadiram o Quilombo e assassinaram o líder Zumbi em 1695. O Quilombo dos Palmares, apesar de findada a guerra no século XVII, simbolizou um “medo” para a hegemonia escravista, “havia muito receio na continuidade de Palmares no século XVIII, uma quase certeza de que as batalhas de destruição do mocambo do Macaco e a morte de seus líderes ainda não era o fim” (GOMES, 2011: 28). Em 1763, o vice-rei conde de Assumar alertou para um suposto perigo de surgir “outro Palmares” em Minas Gerais. Já no Rio de Janeiro, em 1792, com medo de mocambos, as autoridades argumentavam que poderia surgir um “novo Palmares” (GOMES, 2011: 83), sendo necessário perseguir os fugitivos a todo custo.
    [Show full text]
  • O Devassamento Do Piauí
    O DEVASSAMENTO DO PIAUÍ BRASILIANA érie 6.• Vol. S66 * BIBLIQTllCA PllDAGÓGICA B~ASILlll~A * BARBOSA LIMA SOBRINHO .) DEVASSAMENTO DO PIAUÍ * >MPANHIA EDITORA NACIONAL Paulo - Rio da Jueiro - Recife - Bahia - fará - Põrto Alegril 'r , ... 1 P~. """ ... ,i~ , r1 r-_ o , . ... ' ,,.i..:, V •, . ' ._) °'l ,__,- ,1 C .,; ' S' IMPRESSO NOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL Pl'inted ln the United States ot Brazll APnNDICE Nota I - Luís de Melo . .. 155 II - Rio João de Lisboa . 156 III - Viagem entre o Maranhão e o Piauí . • . '' 157 IV - O Sumidouro do Rio São Francisco . 159 " V - Os feitos da Casa da Tôrre, na guerra contra os holandeses •...... ................... 161 VI - A Narrativa de Frei Martin de Nantes : ... 163 VII - O famoso documento de Pereira da Costa . 166 " VIII - Um outro Domingos Jorge Velho . l70 IX - De São ~aulo para os Palmares . 171 X - Localização da Sesmaria de Domingos Jorge Velho ....... ...... .. ...• . •. ..... ... .. .. 177 1 N DICE Capítulo I - O Descobrimento do Piauí ........... 7 II - A Conquista do S. Francisco ....... 25 " III - A Expansão da Pecuária ..... ...... 41 \ T IV - Domingos Afonso Sertão ............ 50 H 61 ,. V - Domingos Jorge Velho .............. VI - A Lição de iVarnhagen ............. .. 74 ,, VII - Guerra do Açu ...................... 86 VIII - O Piauí em Fins do Século XVII . 95 ",, IX - A Conquista do Poti ............... 111 X - Sesmeiros e Povoadores .... ........ 129 CAPÍTULO I O DESCOBRIMENTO DO PIAU1 O litoral piauiense, ao tempo das primeiras capi­ tanias, fôra incluído na donataria de João de Barros e seus sócios Aires da Cunha e Fernando Alvares de Andrade. tste último recebeu, na partilha entre os condôminos, o território compreendido entre o rio da Cruz e a ponta de Todos os Santos.
    [Show full text]
  • Zumbi Dos Palmares
    ZUMBI DOS PALMARES Apostila para os Educadores da Expo. “Zumbi: a guerra do povo negro” SESC-Vila Mariana Renato Araújo, Nov. 2015 Zumbi dos Palmares no Núcleo de História e Memória – Museu Afro Brasil, 2015 O presente texto tem por objetivo abarcar de modo geral os contextos sócio-políticos, históricos e culturais que envolveram os quilombos de Palmares. Redigido inicialmente como texto introdutório sobre a história de Palmares para os educadores da Exposição “Zumbi: a guerra do povo negro” do SESC Vila Mariana, esta apostila está estruturada da seguinte forma: 1.1 Preâmbulo: destaques da vida sócio-cultural de Palmares; 1.2. Principais tipos de Engenhos: descrição de moendas, engenhos e caldeiras da época, de acordo com fontes que podem ser consultadas de forma online. 2.0. Introdução: apresentação do tema, origem de Palmares e o contexto sócio-econômico. 3.0. As Batalhas por Palmares: síntese das principais investidas do mundo do engenho luso-brasileiro contra Palmares, das primeiras às últimas guerras. 4.0. Resumo Cronológico: recuperação cronológica dos principais acontecimentos em torno de Palmares. 5.0. Bibliografia: principais textos para informações básicas sobre Zumbi e a respeito de Palmares. 1.1. PREÂMBULO - Tipos de armas usadas em Palmares – espada, escudo, lança curta ou longa, arco e flecha e como armas de fogo mosquetes e pistolas. - Tipos de cultivos em Palmares: mandioca, feijão, milho, batata, legumes e cana-de- açúcar para consumo próprio e para a produção de melado. - Plantas e frutos nativos da região de Palmares: abacates, araçás, ingás, buritis, pitangas, graviolas - Vida social de Palmares – embora o quilombo de Palmares tenha sido identificado algumas vezes como uma “república”, não se pode confundir com o termo em sua exatidão.
    [Show full text]
  • The Palmares Quilombo, a Maroon Settlement in 17Th Century Brazil
    March 2007 Newsletter Archeological Perspectives of Palmares: A Maroon Settlement in 17th century Brazil. By Aline Vieira de Carvalho[1] Abstract: The goal of the current paper is to analyze several interpretations made by analysts with the human sciences, especially by historical archeologist, about the Palmares Quilombo, a maroon settlement in 17th century Brazil. Presented with a multiplicity of views of this quilombo, one can conclude that there is no consensus in historical studies of this past community and culture, and, most importantly, that choosing and celebrating one of the historical accounts over others entails certain political positions. Keywords: Palmares Quilombo, Historiography, Historical Archeology, Identities, and Politics. Introducing the Object of the Research: The Constitution of the Palmares Quilombo In order to understand the constitution of the Palmares Quilombo, a maroon settlement in 17th century Brazil, it is necessary to consider the period of the maritime expansion undertaken by Portugal in order to search for new routes to the Indies in the 15th century. In 1415, the Portuguese overtook the island of Ceuta and initiated a process of colonial expansion into Africa. In the following decades, they expanded their control across South Atlantic and arrived at the land that is known today as the country of Brazil. During the second half of the 16th century and beginning of the 17th century, when the commerce with the Indies proved to be unprofitable to the Europeans, the Portuguese implemented a new type of commodity production in the newly discovered lands: sugar cane. 1 Many sugar mills that used the labor of enslaved Africans and local Indians were set up in the Brazilian coast of Bahia and Pernambuco.
    [Show full text]
  • Pelo Bem De Meus Serviços, Rogo-Lhe Está Mercê: a Influência Da Guerra De Palmares Na
    1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DIMAS BEZERRA MARQUES Pelo bem de meus serviços, rogo-lhe está mercê A influência da guerra de Palmares na distribuição de mercês (Capitania de Pernambuco, 1660-1778) Maceió 2014 2 DIMAS BEZERRA MARQUES Pelo bem de meus serviços, rogo-lhe está mercê A influência da guerra de Palmares na distribuição de mercês (Capitania de Pernambuco, 1660-1778) Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Alagoas, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em História. Orientador(a): Prof. Dr. Antonio Filipe Pereira Caetano Maceió 2014 3 Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca Central Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecário Responsável: Valter dos Santos Andrade M357p Marques, Dimas Bezerra. Pelo bem de meus serviços, rogo-lhe esta mercê: a influência da Guerra de Palmares na distribuição de mercês (Capitania de Pernambuco, 1660-1778) / Dimas Bezerra Marques. – Maceió, 2014. 145 f. Orientador: Antonio Filipe Pereira Caetano. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Alagoas. Instituto de Ciências humanas, Comunicação e Artes. Programa de Pós-Graduação em História. Maceió, 2014. Bibliografia: f. 123-135. Anexos: f. 136-145. 1. Elites (Ciências sociais). 2. Pernambuco – História, 1660-1778. 3. Alagoas – História. 4. Palmares – Historia. 5. Paulistas. 6. Mercês. I. Título. CDU: 981.027 4 5 A meus pais, Fábio e Rosana, a minha princesa Aline e aos meus amigos do GEAC... 6 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, aos meus pais, Fábio e Rosana, pelo amor, carinho e apoio.
    [Show full text]