Patrícia Wazlawick Música E Vida Em Criação: Dialogia E
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PATRÍCIA WAZLAWICK MÚSICA E VIDA EM CRIAÇÃO: DIALOGIA E EST(ÉTICA) A MÚSICA DE UM DUO DE VIOLÕES FLORIAÓPOLIS 2010 2 UIVERSIDADE FEDERAL DE SATA CATARIA CETRO DE FILOSOFIA E CIÊCIAS HUMAAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA CURSO DE DOUTORADO MÚSICA E VIDA EM CRIAÇÃO: DIALOGIA E EST(ÉTICA) A MÚSICA DE UM DUO DE VIOLÕES FLORIAÓPOLIS 2010 3 PATRÍCIA WAZLAWICK MÚSICA E VIDA EM CRIAÇÃO: DIALOGIA E EST(ÉTICA) A MÚSICA DE UM DUO DE VIOLÕES Tese apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Doutor em Psicologia, Programa de Pós- Graduação em Psicologia, Curso de Doutorado, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Orientador: Profª Drª Kátia Maheirie FLORIAÓPOLIS 2010 4 TERMO DE APROVAÇÃO 5 AGRADECIMETOS Estava a pouco terminando algumas correções neste texto de pesquisa, enquanto ouvia o CD Duofel plays The Beatles , quando a música In My Life , de Lennon & McCartney, (re)criada ( festa de renovação no grande tempo, como diria Bakhtin... ) pelos dois violões deste duo me capturou a atenção. Esta foi uma das músicas das que mais gostei até hoje em minha vida. Lembro que com 16 anos, quando a conheci, apresentada por um amigo de adolescência, eu com ela me encantei. Eu estudava e tocava piano na época, então, numa noite em que estava sozinha em casa, morava com minha família, passei horas e horas tirando de ouvido sua harmonia e melodia para tocá-la por mim mesma... E tanto a toquei no piano. Naqueles primeiros momentos eu não entendia muito bem sua letra cantada em inglês, mas o seu todo musical era o que mais contava para mim. Era uma emoção tamanha... Depois eu vim a ler e traduzir sua letra, a qual achei muito bonita, e que muito dizia para mim também. Hoje, depois de 15 anos daquele momento (que se passaram corridos demais), ao estar terminando esta tese de doutorado, eu me deparo novamente com esta música, não na versão dos Beatles, mas (re)criada por outros músicos – brasileiros! E In My Life significa muito... Significa agradecer a tantas pessoas que em minha vida passaram, estiveram presentes, marcaram momentos, situações, fatos, acontecimentos e que contribuíram, sempre em tantas relações, para me tornar a pessoa que hoje sou. As histórias não se separam, mas se eu for separá-las, em minha história de vida como um todo são pessoas como meus pais, Rudi e Cleusa Wazlawick, que incentivaram sempre em todas as minhas decisões, que me mostraram a responsabilidade de cada ação, e que me disseram: “Vá em frente”! E que muito me ajudaram financeiramente. Na história de relação com a música são meus professores, de teclado, de piano, de canto, de violão, de coral, de história da música, de percepção musical, de teoria-leitura-escrita da música, seja nas escolas particulares de música onde estudei no Rio Grande do Sul, seja na faculdade de musicoterapia em Curitiba-PR. Muita coisa aprendi com tantos! Na faculdade de musicoterapia, além de tudo, aprendi a gostar e me encantei muito com a(s) psicologia(s). Ali alguns professores foram muito significativos, entre eles Carmen Spanhol, com quem muito aprendi, depois também profissionalmente. Foi com o grande incentivo dela que comecei, em parceria a ela mesma e à colega Alyne Mizutani, os trabalhos profissionais de musicoterapia e educação musical no Instituto ConSer, onde montamos uma escola de música, uma escola 6 viva! Que, no arco de 5 anos, ao começar com nenhum aluno, já contava com mais de 100 alunos de música nos mais diversos instrumentos e atividades musicais. Estes primeiros trajetos da psicologia na faculdade em musicoterapia me levaram ao Mestrado em Psicologia, da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba-PR, onde encontrei a querida Professora Drª Denise de Camargo, minha orientadora. Ela me incentivou muito nas discussões e interfaces entre música-musicoterapia-psicologia, sempre aberta a aprender e conhecer a área de onde eu vinha. Foi por meio dela que conheci e cheguei ao Doutorado em psicologia na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis-SC, para então conhecer a Profª Drª Kátia Maheirie, minha atual orientadora, a quem dedico agradecimento especial, por tudo!!! Com Kátia uma nova fase se iniciava, onde muito eu me identifiquei, aprendi e ajudei a construir pesquisas, projetos, estudos, junto também à Profª Drª Andrea Zanella, incansáveis nas discussões e produção de conhecimentos sobre a arte, a atividade criadora, relação estética, objetivações estéticas nas mais diversas linguagens, e a constituição do sujeito. Ali junto a elas e ao NUPRA tive espaço para continuar pesquisando minha temática musical. Foram, sem dúvida, quatro anos de muito aprendizado, produção de conhecimento, vivência acadêmica, e tantos enriquecimentos como pessoa e profissional. Iniciando com Denise de Camargo, e junto à Kátia e Andréa eu descobri e continuo até hoje estudando Vygotski e Bakhtin, dois grandes autores dentre os quais teço este trabalho. De forma especial, agradeço aos parceiros-sujeitos de pesquisa, por todos os momentos musicais e de encontros de vida, marcantes para a produção desta tese, Glauber Carvalho e Marcio Silva, dois grandes músicos, que têm ainda o mundo e a vida pela frente! Agradeço também à CAPES, pelos 24 meses de bolsa de pesquisa. Em minhas idas e vindas, sempre transitando pela região sul do Brasil, estão presentes todas as pessoas que fazem parte de um grande espaço de aprendizagem, o Centro Internacional de Arte e Cultura Recanto Maestro, e os grandes aprendizados de vida, qualificação, conhecimento, saber, criatividade, inovação, e busca de crescimento e realização humana que ali existe, entre as quais Soraia Schutel, Paula Bazzo, Gabriela Rockenbach de Oliveira, Any Regina Rothmann, Claudia Montenegro, agradeço por todos os incentivos de fazer o meu caminho, com quem muito aprendo. Entre tantas outras pessoas, não posso deixar de mencionar as parcerias e colaborações de Luciana dos Santos (do Instituto ConSer, Curitiba) – pela amizade de todas as horas e grande parceria profissional; Alyne Mizutani (colega de faculdade e parceira de trabalho, 7 que hoje está na Itália) – amiga de longa data, por todos os momentos vividos, compartilhados, musicados; Luciana Schmidt (colega de doutorado) – por todas as inspirações e trocas teóricas em relação às artes, Vygotski, música; Jaison Hinkel (grande amigo de mestrado- doutorado, da psicologia e que pesquisa e atua também na área da música) – por todas as conversas, discussões prazerosas sobre música, por toda a amizade e aqueles almoços no RU da UFSC...; Carin Brizola (revisora de português deste texto de pesquisa, que muito contribuiu, não precisa nem dizer). Todos os colegas da turma do doutorado, pelos momentos vividos, pelas avaliações dos projetos uns dos outros, pelas enormes contribuições: Almir, Deise, André, Mário, Marivete. Aos professores do curso de doutorado em psicologia da UFSC, em especial ao Prof. Dr. Kleber Prado Filho, por suas aulas apaixonantes de fundamentos históricos e epistemológicos da psicologia, e todas suas valiosas contribuições na construção desse projeto de pesquisa. À amiga e parceiríssima Graziele Zonta, por todo companheirismo e pelas várias noites que dormi em sua casa, em Florianópolis, durante as aulas do doutorado! À Lucinha, pelas várias idas e vindas no percurso Curitiba- Florianópolis, de ônibus, de carro... A todos enfim, que estiveram e estão presente, de uma forma ou de outra, na construção, objetivação e realização deste projeto, que é, antes de tudo, um projeto de vida! …There are places I remember all my life, though some have changed Some forever, not for better, some have gone and some remain All these places had their moments, with lovers and friends I still can recall Some are dead and some are living… In my life I've loved them all… Muito obrigada! 8 “Bergson (2006) salienta que tudo na vida é resultado de uma ação criadora. Imagine você todo o processo de criação implícito para que uma maçã se torne uma maçã e uma árvore cresça sem deixar de ser semente. ada permanece o mesmo, transforma-se, dura, perdura, por meio de elaborados mo(vi)mentos” (Furtado, 2010, p. 172). “O que me surpreende é o fato de que, em nossa sociedade, a arte se tenha transformado em algo relacionado apenas a objetos e não a indivíduos ou à vida; que a arte seja algo especializado ou feita por especialistas que são artistas. Entretanto, não poderia a vida de todos se transformar numa obra de arte? Por que deveria uma lâmpada ou uma casa ser um objeto de arte, e não a nossa vida?” (Michel Foucault, 1995). “Resta ainda, para que se fique consequente com o princípio estético que estaria em ação no conjunto social, que não mais se separe a arte da vida ou, antes, para retomar uma fórmula comum, que a vida seja vivida, conscientemente ou não, como uma obra de arte” (Michel Maffesoli, 2005, p. 150). 9 Sumário RESUMO ............................................................................... 13 ABSTRACT ........................................................................... 15 1 INTRODUÇÃO .................................................................. 17 2 DIÁLOGOS ENTRE SUJEITO(S), ATIVIDADE CRIADORA E MÚSICA(S) .................................................. 33 2.1 CRIAR .......................................................................... 33 2.1.1 Um prelúdio à criação ........................................... 33 2.1.2 Atividade Criadora e Processos de Criação – Ideias de Vygotski .................................................................... 39 2.1.3 Processo de criação: um processo triádico e dialógico – Compondo junto às ideias