O Sopapo E O Cabobu
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE ARTES DEPARTAMENTO DE MÚSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA MESTRADO E DOUTORADO Mario de Souza Maia O SOPAPO E O CABOBU ETNOGRAFIA DE UMA TRADIÇÃO PERCUSSIVA NO EXTREMO SUL DO BRASIL Porto Alegre, agosto de 2008 MARIO DE SOUZA MAIA O SOPAPO E O CABOBU ETNOGRAFIA DE UMA TRADIÇÃO PERCUSSIVA NO EXTREMO SUL DO BRASIL Tese apresentada para a obtenção do título de Doutor em Música junto ao Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na área de concentração em Etnomusicologia. Orientadora: Profª. Drª. Maria Elizabeth Lucas Porto Alegre, agosto de 2008 Mario de Souza Maia O SOPAPO E O CABOBU ETNOGRAFIA DE UMA TRADIÇÃO PERCUSSIVA NO EXTREMO SUL DO BRASIL Tese apresentada para a obtenção do título de Doutor em Música junto ao Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na área de concentração em Etnomusicologia. Banca Examinadora: _________________________________________________ Doutor Werner Ewald Faculdades EST _________________________________________________ Doutor Ruben George Oliven Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. ________________________________________________ Doutora Jusamara Souza Departamento de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. RESUMO: Esta pesquisa aborda, pelo método etnográfico, o Sopapo, um gênero de tambor de grandes dimensões existente nas cidades de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre, sua sonoridade e presença nos universos do carnaval e música popular. Este instrumento, produto da reconstrução diaspórica dos escravos trabalhadores nas Charqueadas em Pelotas, no século XIX, foi amplamente usado a partir da década de 1950 em escolas de samba nestas três cidades. Com a realização do festival de música chamado CABOBU, ocorrido em Pelotas no ano 2000, foi apresentado o ritmo cabobu, num processo de (re)invenção de uma tradição percussiva. Assim, artistas e grupos musicais do universo da música popular e da dança afro se apropriaram do instrumento, ressemantizando sua sonoridade e conferindo status diferenciado ao Sopapo, como elemento identitário e ideológico. Utilizando as categorias e falas dos colaboradores, esta pesquisa apresenta uma etnografia da cultura musical destes universos – o carnaval, a música popular e a dança afro, observando os repertórios, os instrumentistas e suas performances, tendo como fio condutor o Sopapo. ABSTRACT: This research intends to approach, using an ethnographic method, the Sopapo, a kind of drum with big dimensions used in the cities of Rio Grande, Pelotas and Porto Alegre, its sonority and presence in the carnaval, afro dance, and popular music universes. This instrument, a product of the diasporic reconstruction of the slave workers in the Charqueadas in Pelotas, in the XIX century, has been largely used since the 1950s in samba academies in the cities mentioned previoulsy. When a music festival called CABOBU took place in Pelotas in 2000, the rhythm cabobu was introduced, in a process of (re)invention of a percussive tradition. In this way, artists and music groups of the universes of popular music and afro dance assumed the instrument, giving a new meaning to its sonority and giving the Sopapo a new status, as an element of identity and ideology. Using the folk evaluation and discourse of the collaborators, this research intends to present an ethnography of the musical culture of these universes – carnaval, popular music and afro dance -, observing the repertories, the players and their performances, with the Sopapo as a reference. Palavras-chave: Etnomusicologia. Diáspora africana. Percussão. Tambores. Dança afro. Carnaval. Música Popular. Rio Grande do Sul. LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Figura 1 – Mapa com as rotas do Atlântico Negro. Desenho de Carolina M. Marchese, 2008 ...................................................... 61 Figura 2 – A Pelota. Aquarela de H. J. Wendroth ................................................................ 62 Figura 3 - Passo dos Negros, Pelotas. Pintura de J. B. Debret ....................................... 63 Figura 4 – Dança de Negros. Aquarela de H. J. Wendroth ............................................ 64 Figura 5 - Tambú de Rio Claro. Foto de R. Copriva Jr. .................................................. 64 Figura 6 - Giba Giba autografando a letra de CABOBU. Foto de Mario Maia, 2004 ... 75 Figura 7 – Diagrama - Percursos do Sopapo ................................................... ............... 76 Figura 8 - Mestre Baptista – Foto de Mario Maia, 2004 ................................................. 80 Figura 9 - Sopapos. Foto de Luis Fernando Recuero, 2004 ............................................ 88 Figura 10a, 10b, 10c e 10d - Esquema construtivo de um Sopapo. Desenhos de Rogério Gutierrez ........................................ 89 Figura 11 – Pele de cavalo. Foto de Mario Maia, 2006 .................................................. 91 Figura 12 – Diagrama - ‘Seqüência de cruz’ do empaxamento ...................................... 92 Figura 13 – Detalhe do couro empaxado. Foto de Lauro Maia, 2006 ............................ 92 Figura 14 – Parafusos de tensão. Foto de Mario Maia, 2006 .......................................... 93 Figura 15 – Fechamento do Sopapo. Foto de Mario Maia, 2006 .................................... 93 Figura 16 – Detalhe da gravata. Foto de Mario Maia, 2006 ........................................... 93 Figura 17 – Detalhe do aro interno. Foto de Mario Maia, 2006 ..................................... 94 Figura 18 – Desfile dos blocos burlescos. Foto de Mario Maia, 2006 ........................... 131 Figura 19 – Desfile dos blocos burlescos. Foto de Mario Maia, 2006 ........................... 131 Figura 20 – Bloco Burlesco Bafo da Onça. Foto de Mario Maia, 2006 ......................... 132 Figura 21 – Foliões fantasiados de mulheres. Foto de Moizés Vasconcellos, 2006 ....... 132 Figura 22 – Bloco Burlesco Bruxa da Várzea. Foto de Mario Maia, 2006 ..................... 132 Figura 23 - Passarela oficial do carnaval de Pelotas. Foto de Erich Macias, 2004 ......... 133 Figura 24 – Homem fantasiado de mulher. Foto de Fatima Maia, 2006 ........................ 133 Figura 25 – Croqui da passarela do carnaval de 2006. Desenho de Carolina M. Marchese, 2008 ................................................... 134 Figura 26 – Sopapeiro. Foto de Mario Maia, 2008 ......................................................... 136 Figura 27 - Sopapeiro. Foto de Mario Maia, 2008 .......................................................... 137 Figura 28 - O povo atrás da “Bruxa”. Foto Mario Maia, 2008 ....................................... 138 Figura 29 – Desfile do grupo principal. Foto de Moizés Vasconcellos, 2006 ................ 142 Figura 30 – Carro abre alas da Acadêmicos da Saúde. Foto de Erich Macias, 2004 ...... 145 Figuras 31a e 31 b – Percutindo Sopapo. Fotos de Moizés Vasconcellos, 2005 ............ 146 Figura 32 – Naipe das cuícas. Foto de Erich Macias, 2004 ............................................ 146 Figura 33 – Vista geral da bateria. Foto de Erich Macias, 2004 ..................................... 146 Figura 34 – Sopapeiro ‘Xavante’. Foto de Moizés Vasconcellos, 2005 ......................... 147 Figura 35 – Carro abre alas da Telles. Foto de Erich Macias, 2004 ............................... 148 Figuras 36a, 36b, 36c e 36d – Comissão de frente da Telles. Foto de Erich Macias, 2004 ........................................... 149 Figura 37 – Mestre Baptista. Foto de Erich Macias, 2004 .............................................. 150 Figura 38 – Auxiliar do Mestre Baptista. Foto de Erich Macias, 2004 .......................... 150 Figura 39 – Geral da bateria. Foto de Erich Macias, 2004 ............................................. 150 Figura 40 – Mestre Sala e Porta Bandeira da Academia do Samba. Foto de Erich Macias, 2004 ......................................................................... 153 Figura 41 – Os instrumentos de Mestre Baptista. Foto de Mario Maia, 2004 ................ 159 Figura 42 – Mulheres tocando ‘ferrinhos’. Foto de Erich Macias, 2004 ........................ 160 Figura 43 – Quadra de ensaio da Escola de Samba General Telles. Foto de Mario Maia, 2006 ........................................................................... 165 Figura 44 – Sala da bateria. Foto de Mario Maia, 2006 .................................................. 166 Figura 45 – Sala da diretoria e copa. Foto de Mario Maia, 2006 .................................... 166 Figura 46 – Ensaio da bateria. Foto de Fernando Zago, 2006 ........................................ 167 Figura 47 – Placa que homenageia importantes percussionistas da escola. Foto Mario Maia, 2008 ................................................................................ 167 Figura 48 – Sala de instrumentos. Foto Mario Maia, 2008 ...................................................... 167 Figura 49 – Sala de instrumentos. Foto Mario Maia, 2008 ...................................................... 168 Figura 50 – Com Jorge. Foto de Fernando Zago, 2006 .................................................. 179 Figura 51 – Pai e filho. Foto de Fernando Zago, 2006 ................................................... 184 Figura 52 – Treme-terra. Foto de Mario Maia, 2006 ...................................................... 185 Figura 53 – O compensado. Foto de Mario Maia, 2006 ................................................. 188 Figura 54 – O desenho.