As Qualidades Dos Programas De Televisao

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As Qualidades Dos Programas De Televisao UNIVERSIDADE COMPLUTENSE DE MADRID FACULDADE DE CIENCIAS DE LA INFORMACIÓN INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA - ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DOUTORAMENTO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL Tesina As qualidades dos programas de televisão preferidos pelos espectadores portugueses. Autor Paulo Barbosa Orientador Professor Doutor Francisco Costa Pereira Data 9 de Julho de 2003 2 ABSTRACT Este é um estudo exploratório que tem como objectivo identificar se as características que estão presentes nos programas da serie Big Brother reforçam ou contradizem as qualidades dos programas de televisão narrativos mais preferidos pelos telespectadores portugueses. Este objectivo implica que seja necessário, no contexto desta investigação, encontrar solução para três problemas. 1º Criar um método que permita detectar objectivamente as diferenças intrínsecas e extrínsecas entre dois textos audiovisuais. 2º Identificar e quantificar quais são as diferenças objectivas, entre os programas de televisão narrativos mais e menos preferidos pelos telespectadores. 3º Identificar e quantificar objectivamente as diferenças do programa Big Brother em relação às características dos programas narrativos preferidos pelos espectadores . O método usado para este estudo baseou-se em análises comparativas entre características de programas de alta quota de audiência, programas de baixa quota de audiência e programas da série Big Brother famosos II. No contexto desta investigação analisou-se uma amostra de dez programas portadores de narrativa no universo de quatro canais portugueses com difusão nacional hertziana em sinal aberto entre os dias 17 e 30 de dezembro de 2002 no horário das 20:45 às 0:16 horas. Os resultados mais relevantes apontam para que as características que melhor caracterizam a diferença entre programas mais e menos preferidos pelos espectadores dentro do mesmo horário de emissão são: - O hábito e ou fidelidade dos espectadores ao canal medido através do indicador da quota (share) de audiência mensal média do canal. - Programas que na semana anterior à sua exibição ocuparam um grande espaço nos meios de comunicação. - O idioma da linguagem verbal usado no programa sendo que quando o programa é falado e escrito em português têm maior quota de audiência. 3 - Programas em que os personagens falam mas não se mexem associado ao facto de haver uma elevada frequência de planos fixos. - Programas com frequência elevada da presença de música na banda sonora. Tendo em conta estas cinco características verificamos que o programa BB COMPACTO é mais “forte” do que a media dos programas de alta quota de audiência no que diz respeito à área que o programa ocupa nos meios de comunicação. Tem valores semelhantes no que diz respeito ao idioma falado e escrito e à frequência de uso de planos fixos. O programa BB COMPACTO contraria negativamente os valores observados nos programas mais preferidos pelos espectadores porque tem um índice de acção física muito superior. O programa BB DIRECTO consegue valores mais altos do que a média dos programas mais preferidos na área ocupada nos meios de comunicação, na frequência de uso de planos fixos e no facto de ter um índice de acção inferior, sendo que esta variável tem correlação negativa com a quota de audiência. A única qualidade em que o programa BB DIRECTO contraria a tendência dos programas mais preferidos pelos espectadores é ter uma menor frequência da presença de musica na banda sonora. 4 Índice 1. INTRODUÇÃO. ...................................................................................................... 8 2. QUADRO TEÓRICO. ........................................................................................... 15 O objectivo do estudo............................................................................................. 16 A relevância desta investigação. ............................................................................ 18 2.1 Definição de qualidade. ........................................................................................ 21 2.1.1 Definição filosófica de qualidade.................................................................. 21 2.1.1.1 Ontologia. ............................................................................................... 21 2.1.1.2 Axiologia. ............................................................................................... 21 2.1.1.3 Valores hedonísticos – prazer / dor. ....................................................... 22 2.1.1.4 Valores morais cristãos – Bem / Mal. .................................................... 24 2.1.1.5 Valores estéticos – Belo / Feio. .............................................................. 25 2.1.1.6 A Axiologia e a crítica. .......................................................................... 28 2.1.2 Qualidade da Conformidade ou qualidade referente a um requisito do produto. .................................................................................................................. 28 2.1.2.1 Qualidades primárias / intrínsecas. ........................................................ 29 2.1.2.2 Qualidades secundárias / atribuídas / extrínsecas. ................................. 29 2.1.2.3 A fixação das normas. ............................................................................ 29 2.1.3 Definição de qualidade para o marketing...................................................... 30 2.1.3.1 Defensores do Enfoque no cliente.......................................................... 31 2.1.4 Definição da qualidade para a gestão. ........................................................... 32 2.1.4.1 Qualidade Total - A qualidade dos produtos e dos processos. ............... 33 2.1.4.2 A Qualidade passa a incidir sobre produto, processo, ambiente, clientes externos e internos da organização. ................................................................... 35 2.1.4.3 A importância do Índice de satisfação do cliente................................... 35 2.1.4.4 Implicação do uso do conceito de qualidade total na televisão e cinema. ............................................................................................................................ 36 2.1.5 Conclusão sobre o conceito de qualidade e satisfação. ................................. 37 2.2 Definição do objecto de comunicação “programa de televisão narrativo”. ......... 39 2.2.1 O programa de televisão é uma linguagem e um suporte de diferentes linguagens. ............................................................................................................. 40 2.2.2 A coerência da linguagem cinematográfica. ................................................. 45 2.2.3 As unidades ou elementos da linguagem cinematográfica. .......................... 47 5 2.2.4 A gramática do texto audiovisual linear........................................................ 50 2.2.4.1 A mise-en-scène, sintaxe espacial. ......................................................... 51 2.2.4.2 A Montagem, sintaxe temporal. ............................................................. 56 2.2.4.3 Conclusão sobre a gramática do texto audiovisual. ............................... 60 2.2.5 A diferença entre o texto, a história e a narração da história. ...................... 61 2.2.5.1 Conclusão sobre história e narrativa. ..................................................... 67 2.2.6 As diferenças industriais, de formatos e de uso do cinema e da televisão. ... 69 2.2.7 Os géneros dos programas de televisão. ....................................................... 74 2.2.7.1 As origens históricas do Reality show. ................................................... 82 2.2.7.2 O formato do programa Big Brother . ..................................................... 85 2.2.7.3 A estrutura narrativa do Big Brother ...................................................... 88 2.2.7.4 Os usos sociais do reality show. ............................................................. 90 2.2.7.5 As qualidades financeiras do reality show. ............................................ 91 2.2.7.6 Conclusão sobre os géneros. .................................................................. 94 2.3 Audiência, apreciação e satisfação no contexto dos estudos sobre televisão. ..... 95 2.3.1 A escolha, apreciação e satisfação do espectador. ........................................ 98 2.3.1.1 Juízos de valor centrados no Emissor da narrativa. ............................. 100 2.3.1.2 Juízos de valor Centrados no filme. ..................................................... 102 2.3.1.3 Juízos de valor centrados na recepção do programa de televisão ou filme. ................................................................................................................ 112 2.3.1.4 Referência histórica aos estudos de audiência de cinema. ................... 113 2.3.1.5 Quem e quantos são os espectadores de televisão. .............................. 118 2.3.1.6 As necessidades e gratificações proporcionadas pelo cinema e a televisão............................................................................................................ 120 2.3.1.7 O problema da teoria funcionalista dos usos e gratificações. .............. 126 2.3.1.8 Como é que o espectador selecciona os filmes que quer ver. .............. 134 2.3.1.9 A escolha condicionada pelo “acontecimento mediático”. .................. 136 2.3.1.10 Em que medida a agenda setting contribui para identificar os acontecimentos mediáticos............................................................................... 138 2.3.1.11
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