Televisão, Campanha Eleitoral E Pluralismo
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UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE LETRAS TELEVISÃO, CAMPANHA ELEITORAL E PLURALISMO AS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA RTP, SIC E TVI Tese de Dissertação de Mestrado em Cultura e Comunicação Variante Jornalismo Político. Trabalho efectuado sob a orientação do: PROFESSOR DOUTOR RICARDO JORGE PINTO. SANDRA SÁ COUTO 1 ÍNDICE INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 5 CAPÍTULO I A TELEVISÃO, OS POLÍTICOS E A CAMPANHA .................................................... 9 1- A informação televisiva ............................................................................................. 10 2- Os políticos e a televisão ............................................................................................ 13 3- A campanha eleitoral .................................................................................................. 16 3.1- O show mediático .................................................................................................... 18 3.2- O jogo político ......................................................................................................... 20 3.3- Escravos do Soundbite ............................................................................................ 25 3.4- Escravos do directo ................................................................................................. 27 CAPÍTULO II O PLURALISMO NA CAMPANHA ELEITORAL ..................................................... 30 1- O que diz a lei ............................................................................................................ 31 2- Os exemplos inglês e francês ..................................................................................... 36 CAPÍTULO III AS PRESIDENCIAIS DE 2006 ..................................................................................... 43 1- O mapa político .......................................................................................................... 44 2- O Verão Quente de 2005 ............................................................................................ 46 3- A Eleição .................................................................................................................... 48 CAPÍTULO IV A TELEVISÃO EM 2006 .............................................................................................. 50 1- A informação como campo de batalha ....................................................................... 51 2- A liderança da SIC ..................................................................................................... 54 3- Os reality shows como motor de audiência ................................................................ 55 4- Da crise no Serviço Público à liderança da TVI ........................................................ 56 CAPÍTULO V 2 AS PRESIDENCIAIS DE 2006 NA RTP, SIC E TVI ................................................... 60 1- Objectivos e metodologia ........................................................................................... 62 2- O tempo da campanha eleitoral no noticiário da noite ............................................... 63 2- A hierarquia no alinhamento ...................................................................................... 70 3- Os candidatos ............................................................................................................. 73 4- O protagonista ............................................................................................................ 77 5- Quem entra primeiro .................................................................................................. 82 6- Os directos da campanha ............................................................................................ 86 7- Soundbites .................................................................................................................. 91 8- Intervenção dos candidatos nos directos .................................................................... 95 9- Os temas da campanha ............................................................................................. 100 10- As entrevistas nos noticiários da noite ................................................................... 106 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 109 BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 113 APÊNDICES Entrevista a Luís Marinho, Director de Informação da RTP ........................................ 117 Entrevista a Luís Marinho, Director de Informação da RTP ........................................ 118 Entrevista a Vítor Gonçalves, Editor de Política Nacional da RTP ............................. 122 Entrevista a Ricardo Costa, Director-adjunto da SIC ................................................... 126 Entrevista a Raquel Alexandra, Editora de Política Nacional da SIC .......................... 130 Entrevista a Mário Moura, Director de Informação da TVI ......................................... 133 3 AGRADECIMENTOS Chegar ao fim de um trabalho como este é sempre sinónimo de vontade de recomeçar e fazer melhor. Agora que esta tese de dissertação chega ao fim há que reconhecer que ela não seria nunca possível sem a ajuda de muitos. Ao meu orientador, Prof. Doutor Ricardo Jorge Pinto, agradeço a ajuda para encontrar o caminho que tinha de percorrer, as leituras recomendadas, as pistas para desenvolver e a grande paciência para ajudar uma jornalista sem horários, nem método. Á Dra. Helena Lima, o impulso fundamental para este trabalho. Foi ela que me fez despertar de novo para a formação académica ao organizar a Pós-graduação em Jornalismo Político que me levou à fase seguinte, o Mestrado em Cultura e Comunicação. Obrigada, Helena, pela tua amizade, por teres acreditado em mim e pelos inúmeros telefonemas que atendeste nas fases de entusiasmo ou angústia durante a elaboração desta tese. À Prof. Doutora Felisbela Lopes devo longas conversas sobre o Jornalismo, a Política e a forma de abordar ambos os campos. Ainda os candidatos se perfilavam e já ambas acompanhávamos com entusiasmo a corrida para as presidenciais. Este estudo é também fruto da disponibilidade dos responsáveis pela informação da RTP, SIC e TVI no esclarecimento do trabalho por eles desenvolvido durante as eleições. Sem as explicações de Luís Marinho, Ricardo Costa, Mário Moura, Vítor Gonçalves e Raquel Alexandra não era possível desenvolvê-lo. À Maria Cerqueira, agradeço a longa amizade e companheirismo no trabalho desenvolvido todos os dias e nesta aventura que nunca nenhuma de nós imaginou ser tão árdua. Ao Hugo Correia, meu antigo aluno e promissor jornalista, a ajuda na elaboração dos gráficos. Por último, mas sempre em primeiro, aos meus pais, ao Paulo e ao Miguel. 4 INTRODUÇÃO Políticos e jornalistas encontram-se todos os dias no terreno. A mensagem política torna-se mais eficaz quanto mais é difundida nos órgãos de comunicação social. A apresentação de uma medida do governo, um debate parlamentar ou uma conferência de imprensa de um líder da oposição tem como alvo um país. É por isso nos olhos de um leitor que folheia um jornal, no ouvinte da rádio que acompanha as palavras dos políticos mas, acima de tudo, no telespectador que vê e ouve a mensagem que os candidatos se concentram quando chega a hora decisiva. A campanha eleitoral é o expoente máximo da emoção na política. Palco de luta entre os candidatos que jogam tudo numa eleição mas também palco das câmaras de televisão que apontam os holofotes aos candidatos e brilham nos directos das noites eleitorais. Os especialistas em comunicação política sabem que uma campanha se faz sobretudo para a imagem. Uns segundos do candidato a dançar com os apoiantes, milhares de bandeiras que se agitam num comício, a frase certa emitida em directo no noticiário televisivo em prime-time são os momentos que o telespectador vai apreender da campanha eleitoral. Fonte principal de informação dos cidadãos, é muitas vezes em função do que passa a televisão que se pode decidir um voto. Não seria nunca por acaso que o apelo à mobilização e ao voto daqueles que ainda não decidiram é feito com os olhos postos nas câmaras de televisão independentemente dos apoiantes que decidiram deslocar-se aos locais dos comícios. Os eventos são organizados cuidadosamente para que os momentos altos coincidam com a hora dos jornais televisivos com especial incidência para os telejornais das oito da noite, afinal aqueles que juntam mais telespectadores à volta da televisão. As campanhas eleitorais são também o expoente máximo do jornalismo político. A cobertura do acontecimento é planeada cuidadosamente pelos órgãos de comunicação social. Sujeitos à agenda dos candidatos os media enviam para o terreno jornalistas, repórteres de imagem, fotojornalistas e meios técnicos para fazerem chegar as notícias às redacções. Em cada jornal, agência, rádio ou estação de televisão programam-se espaços para a campanha e diferentes abordagens do que se passa no terreno político. A cada uma destas equipas está entregue o trabalho de contar a história e as «estórias» de uma campanha eleitoral. Se, como defende Francisco Rui Cádima, (2002, p. 75) “No passado, o poder tinha a palavra. Hoje, a história é discurso, e a palavra tem o poder. No 5 limite poder-se-ia dizer que o que resta de histórico na História é o sujeito da enunciação – o historiador