Canta Meu Povo: Uma Interpretação Histórica Sobre a Produção Musical De Teixeirinha (1959-1985)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA Canta meu povo: uma interpretação histórica sobre a produção musical de Teixeirinha (1959-1985) Francisco Alcides Cougo Junior Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito para obtenção do Grau de Mestre em História. PROFESSOR DOUTOR CESAR AUGUSTO BARCELLOS GUAZZELLI Orientador Porto Alegre Março de 2010 Canta meu povo: uma interpretação histórica sobre a produção musical de Teixeirinha (1959-1985) Francisco Alcides Cougo Junior Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito para obtenção do Grau de Mestre em História. Aprovada por: Prof. Dr. Cesar Augusto Barcellos Guazzelli (UFRGS) Prof. Dr. Alessander Mario Kerber (UFRGS) Prof. Dr. Enrique Serra Padrós (UFRGS) Prof. Dr. Rafael Rosa Hagemeyer (UDESC) Agradecimentos Sob quaisquer pontos de vista, um trabalho de História não se faz sozinho. Da elaboração dos projetos à localização e pesquisa nas fontes; da redação final ao apoio dos que conhecem os meandros do processo de produção historiográfica: sempre se trabalha em equipe. E quanto mais longe se vai, maior é o grupo de apoio. Mesmo correndo o risco de omitir alguém, considero justo nomear aqueles que foram fundamentais para que Canta meu povo chegasse às mãos do leitor. Agradeço, portanto: Aos fãs-pesquisadores de Teixeirinha, pelo material disponibilizado e pelas horas de discussão sobre o cantor, especialmente Alex Santos (Campo Brito, SE), Arnaldo José Guerreiro (Alcantarrilha, Portugal), Benedito Selles (Campinas, SP), Claudiomar de Oliveira (Camaquã, RS), Cristina Costa (São Bento do Una, PE), Fábio Monteiro (Santiago, RS), Jaison Dias (Uruguaiana, RS), Luiz Teixeira (Londrina, PR), Nilton José Tavares (Dois Irmãos, RS), Rozélia Baptista e Samuel dos Reis Garcia (Minas Gerais). Aos funcionários do arquivo da RBSTV (Porto Alegre), da Biblioteca Central da UFRGS (Porto Alegre), da Biblioteca da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS (Porto Alegre), da Biblioteca das Artes da UFRGS (Porto Alegre), da Bibliotheca Riograndense (Rio Grande), do Centro de Documentação Histórica Prof. Hugo Alberto Pereira Neves (Rio Grande), do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (Porto Alegre) e da TV UFRGS, pelos préstimos e paciência. Às colegas Ananda Simões, Caroline Silveira Bauer e ao colega Rafael Quinsani, pelos textos e dicas sobre como acessar determinadas fontes. Ao advogado e pesquisador Israel Lopes (São Borja, RS), pelas longas “charlas” virtuais, por todas as informações precisas de sempre, pelas fontes raríssimas disponibilizadas e pela amizade. À família de Teixeirinha, especialmente Elizabeth (Betha), Fátima, Márcia (Preta) e Margareth (filhas do cantor), Caroline (neta), Flávio Lima (sobrinho) e à mais simpática e prestativa figura desta pesquisa, dona Zoraida Lima Teixeira, viúva do artista, que permitiu repetidas invasões de sua privacidade e que me acolheu como se eu fosse “da casa” (inclusive com saborosos cafezinhos!). Sou muito grato, também, ao caseiro da mansão da Glória, Emílio Frasen, e ao colaborador da Fundação Vitor Mateus Teixeira, André Ilha. À três importantes entrevistados deste projeto: Angelo Bertiol, Antônio Augusto Fagundes (Nico) e Biaggio Baccarin (Brás), por seus relatos inigualáveis acerca da trajetória de Teixeirinha e pela simpatia com que receberam esta pesquisa. À Liane Teixeira, que intermediou com sucesso a mais difícil negociação deste projeto, a entrevista com sua mãe, Mary Terezinha, a qual acabou me recebendo em duas ocasiões, muito emocionada, para registrar um grande depoimento. Ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq), pela essencial bolsa de estudos que permitiu a migração deste papareia para Porto Alegre – cenário principal da História que é contada nas próximas páginas. Ao meu orientador, Cesar Augusto Barcellos Guazzelli, pela eficácia nas horas certas e, especialmente, pela fundamental liberdade de trabalho e criação. A todos os docentes e colegas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG, onde tudo começou) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas, principalmente, aos professores Alessander Kerber – pelos preciosos conselhos no Exame de Qualificação – e Enrique Serra Padrós, grande mestre, confidente, colaborador e amigo das horas certas e incertas, exemplo de coragem e respeito que levo para a vida. Aos meus amigos de estrada, de perto ou de longe. Em Porto Alegre: Bibiana Soldera Dias (Bibi), Daniela Conte (Dani), Icaro Bittencourt, Jaisson Silva, Lívia Harfuch e Márcio Blanco; em Rio Grande: Felipe Nóbrega, Gláucia Nabaes, Leandro da Costa Braz (Gordo) e o “irmão da casa ao lado”, Moisés Simões Moreira; pelo mundo: Cláudia Adriana Teixeira, Diego Rafael Morato de Oliveira (Carioca), Márcio Sônego (Alegretto) e Osvaldo André Oliveira; aos mestres de sempre: Jean Tiago Baptista, Gerson Wasen Fraga (Dindão) e Vanderlise Machado Barão (Vander). À Nicole Isabel dos Reis, grande amiga e parceira de trabalho. Sem seus conselhos, “puxões de orelha” e revisões nos meus textos, esta dissertação não teria existido. Mil gracias! Aos meus familiares, especialmente Francisco Alcides Cougo e Ivanilda Rodrigues Cougo, meus maiores exemplos, apoiadores e amigos, a quem devo absolutamente tudo o que tenho e sou. E, finalmente, a todos os artistas da música; de Carlos Gardel à Teixeirinha, de Elvis Presley à Edith Piaf, de Alfredo Zitarrosa à Soledad Pastorutti. Sem estas e outras milhares de vozes, este trabalho não teria o mesmo “sabor”. A eles e a todos os seus fãs, dedico as páginas a seguir. Se eles não existissem, Canta meu povo não teria sentido. Êle é baixinho, gordinho e está longe de ser um “pão”. Quando pega da viola, suas músicas falam de milongas, rasqueados, rancheiras e desafios. Não manda ninguém para o inferno, mas é bem possível que seus discos sejam tocados até lá. Porque Teixeirinha é cantor da intimidade dos Estados Unidos, Espanha, Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Portugal e Colônias. Senhoras e senhores, fiquem sabendo: o gaúcho Teixeirinha é o cantor que mais vende discos no Brasil e fora dêle – já deixou longe a casa dos quatro milhões. Só uma sua música – “Coração de Luto” – tem carreira igual aos sucessos de Frank Sinatra, com dois milhões de cópias vendidas por aí. O que qualquer outro cantor brasileiro nunca conseguiu e talvez nunca consiga. (O Cruzeiro) Resumo O presente trabalho aborda, sob a perspectiva historiográfica, a produção musical do compositor e cantor Teixeirinha (Vitor Mateus Teixeira, 1927-1985), durante seus vinte e seis anos de atuação no mercado fonográfico. Ao longo de cinco capítulos, procura-se analisar o cancioneiro de Teixeirinha em suas mais diversas facetas: as influências que lhe moldaram, o tipo de mensagem que transmitiam, que críticas sofriam, como serviram de manifesto por parte de determinadas camadas sociais em momentos históricos brasileiros e como tais composições foram tratadas no Estado em que foram gestadas, o Rio Grande do Sul. Dentre as principais questões presentes, destacam-se, ainda, aquelas que dizem respeito à mensagem das gravações de Teixeirinha, a relação entre a obra e o contexto histórico e a origem social do público e do cantor. A pesquisa utilizou-se dos fonogramas lançados pelo artista entre os anos de 1959 a 1985, além de material de imprensa, fotografias, imagens em vídeo, capas e contracapas de discos, filmes e depoimentos, todos colhidos em cerca de seis anos de coleta. Abstract The present work approaches, in a historiographic perspective, the musical production of the composer and singer Teixeirinha (Vitor Mateus Teixeira, 1927-1985), during the 26 years in which he was active in the phonographic market. Throughout five chapters, Teixeirinha‟s songs are analyzed in its most diverse aspects: the influences that shaped them, the kind of message they transmitted, the criticisms they endured, how they became a form of manifestos from certain social extracts in historical moments in Brazil, and how such compositions were treated in Rio Grande do Sul, the state in which they were created. Among the main questions, are those related to the messages in Teixeirinha‟s recordings, the relation between the work and the historical context, and the social origins of the public and of the singer. This research made use of the tracks released by the artist between 1959 and 1985, press material, photographs, videos, album covers, movies and interviews, collected during a period of six years. Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 10 CAPÍTULO I – SOU QUEM SOU .................................................................................................... 27 HOMEM DE ANTIGAMENTE ....................................................................................................... 30 ATENÇÃO: GRAVANDO! ............................................................................................................... 40 ENTRE OS “CAFONAS” .................................................................................................................. 47 A PINTURA E A MOLDURA .......................................................................................................... 52 ESTABELECIDOS VERSUS OUTSIDERS ....................................................................................