Prêmio Vitor Mateus Teixeira

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Prêmio Vitor Mateus Teixeira PRÊMIO VITOR MATEUS TEIXEIRA VENCEDORES 2011 PPPORTO ALEGRE 2011 Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul Palácio Farroupilha - Praça Marechal Deodoro, 101 Porto Alegre, RS – CEP 90010-300 - Brasil Fone: (51) 3210 2000 http://www.al.rs.gov.br Dados Internacionais de catalogação na fonte (CIP – Brasil) R585p Rio Grande do Sul. Assembleia Legislativa PrêmioVitor Mateus Teixeira : vencedores 2011 / Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul ; organização Divisão de Biblioteca. --. Porto Alegre: CORAG, 2011. --. 74 p. : il. Contém dados biográficos. 1. Prêmio artístico. I. Título. II. Teixeira, Vitor Mateus. CDU 869.0(816.5) CDU: edição média em língua portuguesa Biblioteca Borges de Medeiros/ ALRS Sônia D. Santos Brambilla CRB-10/1679 Projeto: Divisão de Prêmios - DRPAC/ALRS Realização: Departamento de Relações Públicas e Atividades Cultu- rais - DRPAC / ALRS Capa: Vanessa Thalheimer Revisão: Divisão de Prêmios / DRPAC Organização: Divisão de Biblioteca / DRPAC As fotografias e os textos sobre os premiados foram cedidos pelos biografados. Impressão: Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas - CORAG ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL MESA 2011 PRESIDENTE: Dep. Adão Villaverde - PT 1º VICE-PRESIDENTE: Dep. José Sperotto - PTB 2º VICE-PRESIDENTE: Dep. Frederico Antunes - PP 1º SECRETÁRIO: Dep. Alexandre Postal - PMDB 2º SECRETÁRIO: Dep. Alceu Barbosa - PDT 3a SECRETÁRIA: Dep. Zilá Breitenbach - PSDB 4º SECRETÁRIO: Dep. Catarina Paladini - PSB 1º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Valdeci Oliveira 2º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Luciano Azevedo 3º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Raul Carrion 4º SUPLENTE DE SECRETÁRIO - Paulo Borges Superintendência Geral Superintendente: Ricardo Arend Haesbaert Superintendência de Comunicação Social e Relações Institucionais Superintendente: André Luiz Simas Pereira Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais (DRPAC) Diretor: Luiz Carlos Barbosa da Silva Divisão de Prêmios / DRPAC Coordenador: Flávio Dalbosco de Oliveira SUMÁRIO Apresentação 7 Vida e Obra de Teixeirinha 9 Cronologia 14 Imagens de Teixeirinha 17 Vencedores do Prêmio Vitor Mateus Teixeira 23 Documentos do Prêmio Vitor Mateus Teixeira 67 Resolução nº 2.708 de 19 de agosto de 1997 69 Resolução de Mesa nº 1.073 de 19 de outubro de 2011 71 Comissão Julgadora 73 APRESENTAÇÃO O Prêmio Vitor Mateus Teixeira, Teixeirinha, chega à sexta edição como uma iniciativa consolidada que demonstra a relação do Parlamento gaúcho também com a área da cultura, especialmente com o segmento da música. Afinal, a Assembleia Legislativa é dotada de um teatro, o Dante Barone, e desenvolve há 18 anos o projeto musical Sarau no Solar. Essas atividades reforçam a tradição da Assembleia, que vem dos anos 70, de abrigar a produção artística do Estado. Mais que um Prêmio, o Vitor Mateus Teixeira configura duas ações importantes do Legislativo estadual. De um lado, é um incentivo aos instrumentistas, compositores, cantores, declamadores, grupos folclóricos e bandas do Rio Grande do Sul. Desejamos que sigam criando e recriando nossa expressão musical, tão diversa e tão rica em gêneros e estilos. E de outro, institucionaliza o reconhecimento popular de Teixeirinha, um artista pioneiro não só na música mas também no cinema, que atraiu a audiência do público gaúcho e brasileiro no tempo em que só o rádio era um veículo de comunicação verdadeiramente dinâmico. Ao prestar homenagem a Teixeirinha e distinguir esses artistas, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul reitera que o fazer político requer sensibilidade e uma visão pluridimensional do ser humano que, afinal de contas, deve ser o centro das motivações e das consequências de nossa atividade. Deputado Adão Villaverde Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul 7 VIDA E OBRA DE TEIXEIRINHA TRIBUTO A TEIXEIRINHA Havia um tempo sem Internet, quando a TV recém prosperava no Brasil e a comunicação tinha na distância seu maior obstáculo. Foi nesta época, pelas ondas do rádio, na cidade de Passo Fundo, que a voz de Vitor Mateus Teixeira, o Teixeirinha, alcançou o país. O cantor, músico e compositor e mais tarde ator e cineasta, embora nascido em Rolante, em 3 de março de 1927, adotou Passo Fundo, antiga paragem de tropeiros paulistas no planalto médio do Rio Grande do Sul, como se fosse o seu rincão natal, celebrando o município como símbolo do Rio Grande do Sul e do povo gaúcho. “Me perguntaram se eu sou gaúcho/ E tá na cara repare o meu jeito/ Sou gaúcho do Rio Grande lá de Passo Fundo / Trato todo mundo com o maior respeito/ Mas se alguém me pisar no pala/ O meu revólver fala/ E o bochincho tá feito/...” Ao entoar versos simples como na letra da música “Gaúcho de Passo Fundo”, com acentuado ufanismo e ultrapassando os limites da música regional propriamente gaúcha, Teixeirinha transformou-se em um fenômeno da comunicação de massas, extrapolando inclusive as fronteiras nacionais, com apresentações em países da América do Sul, nos Estados Unidos e no Canadá, além de discos lançados em países de língua portuguesa. O professor e historiador passo-fundense Ney Eduardo Possapp d’Avila, estudioso da história do município com vários livros publicados, lembra-se da chegada de Teixeirinha na cidade, em meados dos anos 50. “Ele andava por aí com o violão e tinha um tiro ao alvo onde hoje se localiza o shopping Bella Citta. Alugávamos as espingardas dele para as quermesses que a gente fazia para arrecadar dinheiro para o grêmio estudantil”, detalha. Teixeirinha em Paris Segundo o historiador Ney d’Avila, diziam que Teixeirinha era de Soledade porque sua principal música na época era “Xote de Soledade”. Na verdade, o artista já havia passado por Santa Maria e Rio Pardo, onde teve um programa de rádio. “Ele tinha sido operador de máquinas do DAER, mas quando chegou aqui já vivia da música e do tiro ao alvo”. Recorda ainda que um programa de Teixeirinha teria sido recusado na Rádio Carazinho, mas na Rádio Passo Fundo conseguiu um espaço. 11 Em Passo Fundo, segundo o advogado e escritor Israel Lopes, no livro Teixeirinha, O Gaúcho do Rio Grande (2007): “Teixeirinha cantava em teatros, circos e parques de diversões que apareciam na cidade, ganhando cachê. Apresentava diariamente o programa “Entardecer no Rio Grande”, das 17h30 às 18 horas, na Rádio Municipal”. Mas Teixeirinha venceu barreiras e conquistou uma projeção surpreendente, conforme mencionou o professor D’Ávila: “Em 1959, quando fui em um congresso de estudantes no Rio de Janeiro, ao dizer que era de Passo Fundo, o pessoal logo associou: Ah! Terra do Teixeirinha”. Anos mais tarde, na sua temporada de 17 anos na Europa, o historiador admirou-se em uma feira de discos usados nos arredores de Paris. “Encontrei uns dois ou três discos do Teixeirinha, perguntei quem comprava e o sujeito respondeu que os imigrantes portugueses viviam pedindo os discos deste tal de Teixeirinha”, relata. Mais recentemente, lendo a biografia do líder dos seringueiros Chico Mendes, outra surpresa. “Há um trecho sobre o trabalho na floresta, onde diz que levava um radinho toca-fita e escutava as músicas de Teixeirinha”, indica d’Avila. A Porta da Chanteclair “Coração de Luto”, inicialmente gravada em 1960 em disco de 78 rotações, vendeu mais de 1 milhão de cópias. Há quase 50 anos deste sucesso, o repertório do autor de “Saudades de Passo Fundo”, “Tropeiro Velho”, “Tordilho Negro” e “Querência Amada”, para citar algu- mas músicas de seu acervo de 1.200 composições – está sedimentado no imaginário popular, particularmente no Interior do Estado. Mas esse êxito teve na origem o apelo de um tal de Dionísio. Segundo Israel Lopes, no livro citado, “eram cartas e mais cartas que Teixeirinha recebia em seu programa de rádio, todas pedindo que fosse gravar. Conta o Pe. Antônio da Gruta que foi o vendedor paulista Dionísio de Souza, que mais tarde batizou a filha de Teixeirinha, Elizabeth, quem conversou com o pessoal da Chantecler, encaminhando-o para gra- var”. Conforme Elizabeth Teixeira, advogada e diretora da Fundação Vitor Mateus Teixeira, “o próprio Teixeirinha, em entrevista à RBS TV em 1985, contou que conheceu, em 1959, Dionísio, um paulista mas- cate, vendedor de imagens de santos, de passagem por Passo Fundo, que o levou até São Paulo, de trem (“Maria-fumaça”)”. 12 A Chantecler, através do Palmeira, na época diretor artístico da gravadora, foi quem produziu o disco de 78 rpm, contendo de um lado o Xote Soledade e do outro Briga no Batizado, lançado em 1959. Ainda neste ano, Teixeirinha, segundo Lopes, “viajou à Capital paulista e gravou o segundo disco de 78, lançado em novembro de 1959, com a canção Cinzeiro Amigo e a rancheira Tiro de Laço. Deixou gravado mais dois discos. Um deles, com Milonga da Fronteira e a valsa Velha Estância, teve lançamento em dezembro de 1959. O outro, com o xote Gaúcho de Passo Fundo e a toada-milonga Coração de Luto, foi lançado em junho de 1960, de acordo com Santos Barbalho, Severiano e Azevedo (1982)”. Tributo ao Artista Passo Fundo tornou-se o pólo mais importante da Região Norte do Estado. Mas a comunidade local não esqueceu o protagonista desta história que atravessou os anos 60 e 70 e, como se diria em fala gauchesca, deixou o pago em 4 de dezembro de 1985. Prova disto é que quatro anos após falecer, sua figura foi imortalizada em uma escul- tura no canteiro central da Avenida Brasil Oeste, no centro de Passo Fundo, que leva o nome de Praça Vitor Mateus Teixeira. Na base da escultura realizada por Paulo Siqueira está gravado no bronze mais um verso de Teixeirinha alusivo ao município: “Para ver as prendas mais lindas do mundo/ Chego a Passo Fundo no cantar do galo”. Vitor Mateus Teixeira expressa singularmente a história de um artista popular bem-sucedido, com mais de 700 músicas gravadas em 64 LPs em vinil, 22 discos de 78 rpm (de julho de 1959 a junho de 1964), e compactos duplos – vinis de 15 cm de diâmetro com duas músicas de cada lado.
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