MICROCONTOS E OUTRAS MICROFORMAS Alguns Ensaios

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MICROCONTOS E OUTRAS MICROFORMAS Alguns Ensaios CORE Metadata, citation and similar papers at core.ac.uk Provided by Universidade do Minho: RepositoriUM MICROCONTOS E OUTRAS MICROFORMAS Alguns ensaios MMicrocontos.indbicrocontos.indb 1 226-09-20126-09-2012 119:33:529:33:52 MMicrocontos.indbicrocontos.indb 2 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 MICROCONTOS E OUTRAS MICROFORMAS Alguns ensaios ORGANIZADORES Cristina Álvares e Maria Eduarda Keating MMicrocontos.indbicrocontos.indb 3 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 MMicrocontos.indbicrocontos.indb 4 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 ÍNDICE 7 Introdução 11 “La coz de la mula”. Fronteras genéricas en Historias mínimas de Javier Tomeo Anna Sawicka 23 El título en la minifi cción de José María Merino. Ensayo de una tipología Begoña Díez Sanz 45 Nouveaux genres littéraires urbains. Les nouvelles en trois lignes contemporaines au sein des micronouvelles Cristina Álvares 59 Representaciones del Proceso en la microfi cción argentina contemporánea Émilie Delafosse 73 A ascensão do microconto brasileiro no início do século XXI Fabrina Martinez de Souza e Rauer Ribeiro Rodrigues MMicrocontos.indbicrocontos.indb 5 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 81 Macrocities/Microstories: A Brave New Digital World Gilles Bonnet 95 “A minha gata morreu. Agora já me posso suicidar”: microformas de Adília Lopes Gonçalo Duarte 109 Forme brève et nostalgie du récit dans L’autofi ctif d’Éric Chevillard Guillaume Bellon 131 Microcuento – Speed Dating literario Paulina Nalewajko 139 “Uma macieira que dá laranjas”: a microfi cção de Rui Manuel Amaral Rita Patrício 149 From Flash Fiction to Nano-Literature Ziva Ben-Porat MMicrocontos.indbicrocontos.indb 6 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 INTRODUÇÃO A GENERALIZAÇÃO DOS NOVOS MEDIA (INTERNET, videogames, DVD, etc.) e de 7 novos suportes físicos para a escrita (ecrãs de telemóvel e de compu- tador, Twitter) desencadeou um vasto desenvolvimento da produção e INTRODUÇÃO de circulação de histórias, criando ao mesmo tempo novos constrangi- mentos físicos e novas “linguagens” que vieram modifi car as formas e os géneros literários tradicionais (romances, novelas, contos). As novas práticas materiais de produção textual permitiram a criação de formas narrativas minúsculas que circulam em livro e na imprensa escrita, mas também em blogs, e-books e telemóveis (literatura digital). Daí a reativação da criação e do consumo de narrativas breves e ultrabreves, que surgiram há cerca de cem anos no contexto do modernismo, das vanguardas e da cultura de massas. Organizado no âmbito do projeto de investigação Mutações do conto nas sociedades urbanas contemporâneas: exuberância e minimalismo, fi nanciado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, o Simpósio Internacional Microcontos e outras microformas reuniu no Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho, em Braga, nos dias 6 e 7 de outubro de 2011, especialistas e estudiosos de micronar- rativas em português, francês, espanhol e inglês. Vindos de Espanha, França, Brasil, Polónia, Tunísia, Israel e, obviamente, Portugal, deba- teram um conjunto de questões levantadas pelos microcontos, com o MMicrocontos.indbicrocontos.indb 7 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 objetivo de identifi car e analisar os novos ou renovados regimes de escrita e de leitura que estão em jogo nas narrativas hiperbreves. O simpósio constituiu um espaço de diálogo onde se encontraram dife- rentes perceções deste fenómeno, solidárias de artes, media e projetos vários, que determinam aceções heterogéneas do termo. Ao compilar, das intervenções apresentadas no Simpósio, aquelas que se debruçam sobre micronarrativas literárias, esta publicação resulta de um deli- neamento que salienta, no seio das microformas, o valor intrínseco e o alcance representativo do objeto literário. Reconhecendo a insufi ciência de uma defi nição quantitativa em número de palavras ou caracteres, os estudiosos dos microcontos tentam isolar os elementos capazes de fundamentar uma defi nição conceptual, trabalho que é realizado no âmbito do debate sobre a autonomia do género. Esta problemática convoca as questões, frequen- temente associadas, da transgeneracidade e da narratividade. Muitas intervenções abordam a relação do microconto com outras formas, 8 textos e géneros literários. Como seria de esperar, o conto merece particular relevo num colóquio organizado no âmbito de um projeto MICROCONTOS especialmente interessado nas confi gurações da relação do microconto E OUTRAS MICROFORMAS ao conto. São também analisadas as conexões do microconto, ou melhor, da micronouvelle, com outras microformas, incluindo headlines e faits divers. Tais relações registam a dimensão transsemiótica e intermedial das micronarrativas, nomeadamente em formato digital. Para lá da diversidade das obras e dos autores e das perspetivas de análise, as intervenções no simpósio Microcontos e outras microformas apontam determinadas características recorrentes desta forma ou género: o minimalismo, a instantaneidade, o carácter experimental, o(s) hibridismo(s), a intervenção do leitor (interativa ou não) e, aquela que é talvez a mais saliente: o impacto, o choque, o coice – impacto sobre o leitor, choque representado ou signifi cado, coice de mula que denega a urbanidade dos microcontos. Agradecemos a todos os participantes a elevada qualidade dos tra- balhos apresentados e o participativo debate que nos proporcionaram. Um agradecimento especial à Professora Ziva Ben-Porat, consultora deste projeto, pelas suas estimulantes e perspicazes observações. Agradecemos, ainda, ao Centro de Estudos Humanísticos, instituição MMicrocontos.indbicrocontos.indb 8 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 de acolhimento deste projeto, e à sua diretora, Professora Ana Gabriela Macedo, pelo apoio constante à realização deste evento. Cristina Álvares Maria Eduarda Keating Universidade do Minho, maio de 2012 9 INTRODUÇÃO MMicrocontos.indbicrocontos.indb 9 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 MMicrocontos.indbicrocontos.indb 1100 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 “LA COZ DE LA MULA”. FRONTERAS GENÉRICAS EN HISTORIAS MÍNIMAS [1] DE JAVIER TOMEO Anna Sawicka UNIVERSIDAD JAGUELÓNICA Introducción 11 CONTRA LA EXHAUSTIVIDAD LENTA Y GENEROSA DE LOS GÉNEROS LARGOS, la “LA COZ DE LA MULA”. FRONTERAS GENÉRICAS forma breve opone el impacto: la luz del relámpago frente a las alter- EN HISTORIAS MÍNIMAS DE nancias interminables de sol y luna, propias de dramas, novelas y JAVIER TOMEO poemas. Tomeo caracteriza el impacto del modo siguiente: “La coz de Anna Sawicka la mula es mucho más fuerte y peligrosa que la coz del caballo. Hace más efecto. Es peor la coz de la mula porque está más concentrada, porque su pata es más corta” (Tomeo, 1997: 3). Luego Tomeo declara, siguiendo la misma estrategia argumenta- tiva: “...yo no pretendo nada más que impactar con lo que tengo que decir...” (ibidem). Producir el impacto es un privilegio de obras breves, independientemente del género al cual pertenecen, siempre cuando reúnen cuatro condiciones necesarias: intensidad, concentración, rapidez y brevedad. El impacto es como una explosión que produce de golpe gran cantidad de luz que alumbra al destinatario, y al mismo tiempo le revela la otra cara de la realidad (Sawicka, 2011: 108). Consciente del poder del impacto, Javier Tomeo utiliza esta estrate- gia en varias obras suyas. La que más a menudo ha llamado la atención 1 Esta obra se publicó en Polonia en 2009 (Tomeo, 2009). MMicrocontos.indbicrocontos.indb 1111 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 de la crítica (Andrés-Suárez, 1994; Calvo Carilla, 2008; Valls, 2008), por su carácter ambiguo, es la antología Historias mínimas (Tomeo, 1996). Últimamente fue comentada por Irene Andrés-Suárez en un estudio titulado “La obra breve de Javier Tomeo” (Andrés-Suárez, 2010), como ejemplo de mestizaje genérico. Las fronteras génericas borrosas de las piezas que reúne este volumen permiten interpretarlas como género híbrido: ni dramático, ni narrativo. Irene Andrés-Suárez coincide con varios críticos (Calvo Carilla, 2008; Valls, 2008) en llamar “microrre- latos” (o: “microrrelatos de estructura teatral”) a las obras dialogadas que contiene dicha antología, aunque también las caracteriza como “dramas condensados”, “minipiezas teatrales de carácter narrativo” o, más neutralmente, “microfi cciones”. Es harto signifi cativa esta abun- dancia terminológica. Echa una nueva luz sobre las fronteras genéricas movedizas. Preguntado por la califi cación de estas “historias”, el autor de las mismas vacila. Las llama “textos” o “pequeños poemas en prosa que no pasan por una etapa del argumento” (Tomeo, 1997: 4). En una 12 ocasión los bautiza con el nombre de “microteatro psicopático” (Tomeo, 1996: 8); en otra: “textos que, originalmente, no fueron escritos para la MICROCONTOS escena” (Bokos, 1997). E OUTRAS MICROFORMAS 1. Historias mínimas como microcuentos Se puede aducir varios argumentos contra la califi cación genérica de minifi cciones tomeanas como “microdramas”. Enumeremos los más importantes. 1.1. Primero No corresponde a estas piezas ningún lugar consagrado por la tradición en la práctica teatral, por su reducida extensión. Destinados a repre- sentarse en mucho menos de una hora, incluso en pocos minutos (en YouTube la “historia” XXI dura 1.24; XXII: 1.49; XXXIV: 4.43; XXXVIII: 9.46), se resisten a un montaje teatral en condiciones normales. Contraargumento: a pesar de “la evidente difi cultad de encon- trar un espacio apropiado para su desarrollo en escena” (Peral Vega, MMicrocontos.indbicrocontos.indb 1122 226-09-20126-09-2012 119:33:539:33:53 2008: 1267), algunas microfi cciones tomeanas fueron escenifi cadas como piezas independientes. Nuevos medios, tales como la televisión o Internet [2] ofrecen, entre “anuncios publicitarios, cortos cinemato- gráfi cos y tráilers” (Ródenas de Moya, 2008: 8), un espacio propicio para todo tipo de experimentos visuales, sin la necesidad de reunir en el mismo lugar y a la misma hora un público sufi cientemente numeroso para que el espectáculo breve pueda funcionar. El único defecto de este tipo de realización es su carácter efímero. En cuanto a la recepción, ésta se convierte en un acto solitario, cuyo carácter no difi ere esen- cialmente de un acto de lectura.
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