Concelho De Boticas Com Excepção Da Freguesia De Sapiãos, a Fonte Utilizada Na Recolha De Dados Foi
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Projecto de Investigação Estudos de Produção Literária Transmontano-Duriense Número do Projecto: POCI/V.5/A049/2005 (Medida V.5 - Acção V.5.1) Concelho de Boticas Com excepção da freguesia de Sapiãos, a fonte utilizada na recolha de dados foi http://www.cm-boticas.espigueiro.pt Boticas é uma vila portuguesa no Distrito de Vila Real, Região Norte e subregião do Alto Trás-os-Montes, com cerca de 1 100 habitantes. É sede de um município com 322,41 km² de área e 5 935 habitantes (2006), subdividido em 16 freguesias. O município é limitado a oeste e noroeste pelo município de Montalegre, a leste por Chaves, a sueste por Vila Pouca de Aguiar, a sul por Ribeira de Pena e a sudoeste por Cabeceiras de Basto. O concelho foi criado em 1836 por desmembramento de Montalegre. As freguesias de Boticas são as seguintes: Alturas do Barroso; Ardãos; Beça; Bobadela; Boticas; Cerdedo; Codessoso; Covas do Barroso; Curros; Dornelas; Fiães do Tâmega; Granja; Pinho; São Salvador de Viveiro; Sapiãos; Vilar. O concelho de Boticas está situado na parte noroeste de Portugal, província de Trás-os-Montes, Distrito de Vila Real. Criado no âmbito da reforma administrativa de 1836, o actual concelho de Boticas corresponde a uma parte da antiga terra do Barroso à qual deu o nome, pois é na sua área geográfica que existe a serra do Barroso e as povoações de Alturas do Barroso e Covas do Barroso, divisão administrativa e territorial que até então incorporava também o actual concelho de Montalegre e o extinto concelho de Ruivães, este hoje parte do concelho de Vieira do Minho. A Vila de Boticas, então já lugar central, é, desde a criação do Concelho, a sede do Município. O concelho de Boticas é limitado a Norte pelo concelho de Montalegre, a nascente pelo concelho de Chaves, a Sul pelo Concelho de Vila Pouca de Aguiar e a poente pelos Concelhos de Montalegre e Cabeceiras de Basto. A sua área é de 314,88 Km2, tendo cerca de 10 mil habitantes em 3.986 fogos distribuídos por 16 freguesias e num total de 52 povoações. Boticas assenta essencialmente numa vasta superfície planáltica, onde a serra do Barroso ou Alturas, se orienta a NE e SW em 1279m, no seu ponto mais alto. No entanto, o desnível entre as cotas extremas, 1279m e 225m em Fiães do Tâmega, junto ao rio Tâmega, é bastante considerável (1054m), pelo que é possível dentro do concelho conjugar vários tipos de paisagem, que vão desde a alta montanha granítica pobre em vegetação e rica em grandes penedias, passando pelos verdes vales cobertos por prados de lameiro. Oferece também áreas consideráveis de bosque onde as espécies dominantes autóctones são o carvalho roble e o carvalho negral nas zonas de maior altitude e o vidoeiro nas zonas de menor altitude, nas linhas de água é frequente o aparecimento do amieiro e salgueiro. Para além da paisagem própria do relevo do concelho, é ainda possível uma vasta e alargada visão para as serras de Cenábria, Larouco, Gerês, Cabreira e Marão, Oferecendo assim uma rara imensidão de horizonte, por vezes entrecortado pelas águas da barragem do Alto Rabagão. Estas serras que cercam e dominam a região impuseram-lhe sérios condicionalismos de acessibilidade e comunicação, hoje ultrapassados. Boticas encontra-se por rede viária, sensivelmente à mesma distância de Madrid e Lisboa e perto de grandes cidades como Orense, Vigo, Santiago de Compostela, Vila Real, Braga e Porto. Também no que diz respeito a água o concelho é rico e atrai um número considerável de pescadores, sendo atravessado pelos rios Beça, Covas, Terva e Tâmega, além de um enorme número de ribeiras e corgas. Com base nos Livros de Linhagens (Livro Velho 3), Título XXX.º, página 107; na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, página 313 do 4º volume; no Armorial Lusitano, página 88; e no Historial do Apelido de Família do CAPB, o apelido "Barroso", de raiz toponímica, teve a sua origem nas Terras de Barroso, em Trás-os- Montes. O primeiro que o usou, e que provinha da antiga linhagem dos Guedeões, retirou-o de uma torre no lugar de "Sipiões", naquela região, da qual foi Senhor. Foi ele D. Egas Gomes Barroso, filho de D. Gomes Mendes Guedeão e de sua mulher D. Chamôa Mendes de Sousa, ambos tratados no Nobilário do Conde D. Pedro, filho de D. Dinis, onde se vê ainda ser neto de D. Gueda, o Velho. Foi D. Egas rico-homem dos Reis D. Sancho II e D. Afonso III, tendo ido em 1247, durante o reinado deste último soberano, ao cerco de Sevilha, em auxílio do Rei D. Fernando, o Santo, de Castela. Dos dois filhos de D. Egas vêm duas distintas linhagens: a dos Bastos, descendentes de seu filho segundo, D. Gomes Viegas de Basto, e os Barroso, provenientes do casamento do primogénito Gonçalo Viegas Barroso com D. Maria Fernandes de Lima. Destes ficou vasta geração, a qual manteve o uso do apelido, muitas vezes até por linha feminina. Fixando-se na região de Braga e Barcelos vieram a ser Senhores e administradores de bons Vínculos e Morgados, como os das Quintas da Falperra, do Eixidio, de Oleiros, ou de S. Jorge, que tinha Capela em S. Francisco, no Porto. As armas usadas por esta família são: de vermelho, cinco leões de púrpura, armados e linguados de ouro, cada um carregado de três ou de duas faixas também de ouro. As armas e a bandeira do concelho de Boticas, são, de acordo com o parecer da Associação dos Arqueólogos Portugueses, de prata, com uma abelha de negro realçada a ouro, acompanhada de quatro espigas de trigo verde, cruzadas em ponta e atadas de vermelho. Coroa mural de quatro torres. Bandeira azul. Património e Arqueologia no concelho O Guerreiro consiste num monólito antropomórfico esculpido, erecto e em posição de parada. Foi encontrado, juntamente com outro exemplar semelhante, provavelmente no sec. XVIII (tendo sido posteriormente encontradas, já no século XX, mais duas estátuas acéfalas) no grande castro do Lesenho, a altitude de 1075 metros, em Campos, Freguesia de S. Salvador de Viveiro e Concelho de Boticas, considerado o mais importante castro lusitano em Portugal e já classificado como imóvel de interesse público (D.R. n.º 29/90 de 17 de Julho). Este Guerreiro apresenta-se vestido com "sagum" (saio exuberantemente decorado com motivos geométricos de círculos concêntricos encadeados e axadrezados), com decote em V e manga curta, cingido por um cinturão com quatro nervuras paralelas. A cabeça é proporcionada, exibindo um cabelo curto e deixando livres as orelhas, barba e bigode. Ostenta as seguintes armas: "caetra" redonda e plana (típico escudo redondo), com umbo, com decorações do tipo "labirinto", que segura na mão esquerda com correias cruzadas no antebraço, e na mão direita empunha um punhal triangular curto, com pomo discoidal, introduzido numa bainha com o conto de perfil circular e linhas transversais de possíveis travessas. Usa no pescoço um torque (peça de ourivesaria típica nos guerreiros da época), com aro aberto e em cada braço, uma "víria" de três toros (espécie de pulseira). O Guerreiro Calaico ou Castrejo é o expoente máximo da Arqueologia Nacional e representa a imagem da Divindade e o carácter guerreiro das civilizações castrejas que habitaram a nossa região. As quatro estátuas de Guerreiros Calaicos ou Castrejos que apareceram no imponente Castro do Lesenho encontram-se actualmente em Lisboa, no Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia; as duas que se encontraram em melhor estado de conservação são um verdadeiro "ex-libris" do referido Museu. Alturas do Barroso tem32,68 km² de área e 444 habitantes (2001). Casas em Vilarinho Seco Pormenor da igreja de Santa Maria Madalena Igreja Paroquial Santa Maria Madalena: Igreja de planta simples, composta apenas por uma nave e sacristia. A fachada principal é constituída por portal de forma rectangular encimado por óculo redondo sobrepujado por campanário com dois rasgos sineiros coroados por dois pináculos e uma cruz. Interiormente a sua riqueza ornamental é soberba. É Barroca a porta da Sacristia em castanho com grandes almofadas pintadas. O espaço envolvente da igreja, o adro, serviu durante muitos anos de cemitério, encontrando-se o piso todo lajeado com tampas de sepulturas com datas, cruzes e outros sinais. Ardãos tem 22,41 km² de área e 311 habitantes (2001). Igreja de Ardãos Cruzeiro de Ardãos Fonte de Mergulho Como monumento mais imponente desta freguesia destaca-se, além da Igreja paroquial de Ardãos, a magnifica Capela de Santo António, capela com galilé, portal principal de arco perfeito, encimado por inscrições e data de 1584. O altar-mor possui um retábulo de talha dourada renascença e duas míssulas de granito de cada lado. Beça tem 30,01 km² de área e 1 031 habitantes (2001). Capela de Carvalhelhos Castro de Carvalhelhos A imponência arquitectónica desta freguesia fica bem demonstrada quando nos deparamos com a Igreja Paroquial de Beça - São Bartolomeu, Igreja Românica, podendo enquadrar-se a sua construção no século XIII ou XIV. Fica fora da povoação, junto do cemitério. Tem uma área coberta de 132 metros quadrados. O chão está lajeado com 49 tampas de sepulturas. A cornija é ornada de modilhões simples. A fachada tem na portada um esplêndido arco romano que está encimado por uma torre sineira para dois sinos e, a coroá-la, uma cruz Grega adornada a toda a volta. É a família portuguesa deste nome um ramo dos Baeza de Espanha, pelo que se trata de uma designação com raízes toponímicas. No tempo do Rei D. Fernando I fixou-se em Portugal Juan Alfonso de Baeza, que daquele soberano recebeu as vilas de Alter do Chão e do Vimieiro.