Universidade Federal Da Paraíba Centro De Ciências Humanas Letras E Artes Departamento De Letras Clássicas E Vernáculas Licenciatura Em Língua Portuguesa
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS LETRAS E ARTES DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA MARCELA VIANA DE SOUZA O CONCURSO DE MISS BRASIL 2017 E A IDENTIDADE DA MULHER NEGRA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE O CORPO E SEUS MODOS DISCIPLINARES João Pessoa 2018 MARCELA VIANA DE SOUZA O CONCURSO DE MISS BRASIL 2017 E A IDENTIDADE DA MULHER NEGRA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE O CORPO E SEUS MODOS DISCIPLINARES Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal da Paraíba, como pré-requisito para obtenção do título de Licenciada em Letras Português, sob orientação da Profa. Dra. Edjane Gomes de Assis. João Pessoa 2018 Catalogação na publicação Seção de Catalogação e Classificação S729c Souza, Marcela Viana de. O concurso de Miss Brasil 2017 e a identidade da mulher negra no Brasil: Uma análise discursiva sobre o corpo e seus modos disciplinares / Marcela Viana de Souza. - João Pessoa, 2018. 68 f. : il. Orientação: Edjane Gomes de Assis. Monografia (Graduação) - UFPB/CCHLA. 1. Miss Brasil 2017. 2. Corpo. 3. Sujeito. 4. Disciplina. I. Assis, Edjane Gomes de. II. Título. UFPB/CCHLA MARCELA VIANA DE SOUZA O CONCURSO DE MISS BRASIL 2017 E A IDENTIDADE DA MULHER NEGRA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE O CORPO E SEUS MODOS DISCIPLINARES. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal da Paraíba, como pré-requisito para obtenção do título de Licenciada em Letras Português, sob orientação da Profa. Dra. Edjane Gomes de Assis. Aprovado em: ____/____/_____ Banca Examinadora _____________________________________________ Profa. Dra. Edjane Gomes de Assis (Orientadora/UFPB) ___________________________________________ Profa. Dra. Amanda Batista Braga (Examinadora/UFPB) _________________________________________ Profa. Dra. Edileide de Souza Godoi (Examinadora/UFPB) ________________________________________ Prof. Dr. Pedro Farias Francelino (Suplente/UFPB) João Pessoa 2018 À Raimunda Emiliano Viana de Souza e a José Antônio Carvalho de Souza! À Mãe Véia! A Deus! AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter permitido eu chegar até aqui, por nunca ter me faltado ao longo da minha caminhada. À minha mãe, Raimunda Emiliano, por ser o meu maior exemplo de garra e perseverança e por sempre me incentivar a lutar pelos meus objetivos e me apoiar independente de tudo. A palavra amor se esgota na senhora. Ao meu pai, José Antônio, o homem que mais admiro nesta vida e que sempre me incentivou a ler e a estudar. Aos meus irmãos, Júlia e Lucas, que amo incondicionalmente. Ao meu esposo, Jefferson Luiz Germano, por me apoiar nas minhas decisões “malucas”, por sempre ter uma palavra de conforto e um ombro amigo, obrigada por despertar sempre o melhor de mim, e me mostrar o verdadeiro sentido da palavra “companheiro”, a você o meu eterno amor e gratidão. Te Amo! À minha turma amada, por sempre buscarmos ajudar uns aos outros em meio às adversidades encontradas ao longo desses quatro anos e meio. À minha amiga, Joyce Henrique, obrigada por todos os ensinamentos de fonética e análise sintática e pelas palavras de conforto que não foram poucas. Meu muito obrigada! À Thainá da Costa Lima, por me apresentar os estudos feministas e me mostrar uma nova forma de enxergar o mundo. À minha Orientadora, Edjane Gomes de Assis, por toda paciência e dedicação em sanar minhas incessantes dúvidas, por ter me dado a primeira oportunidade de entrar em uma sala de aula e participar do projeto de extensão que contribuiu imensamente na minha formação como professora. Obrigada também por me guiar divinamente nos árduos caminhos acadêmicos. Minha eterna gratidão! À professora Ana Cristina de Sousa Aldrigue, por não me deixar desistir do curso de Letras no primeiro período e me mostrar que adversidades maiores viriam. À Amanda Braga, por todas as contribuições acadêmicas que me foram feitas nas reuniões do nosso grupo de pesquisa. E por ter aceitado participar da minha banca examinadora. Gratidão! Ao nosso grupo de pesquisa, Observatório do Discurso, grata por todas as discussões que contribuíram para concretização desse trabalho. Aos professores Pedro Francelino e Edileide Godoi por todos os ensinamentos durante a minha graduação, e por estarem presentes nesse momento tão importante da minha vida. Ao PROLICEN (Programa de Licenciaturas) e a todas as professoras e as escolas que me acolheram e contribuíram tanto para o meu amadurecimento no campo profissional como no pessoal. Vozes-Mulheres A voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio. ecoou lamentos de uma infância perdida. A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos-donos de tudo. A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta no fundo das cozinhas alheias debaixo das trouxas roupagens sujas dos brancos pelo caminho empoeirado rumo à favela. A minha voz ainda ecoa versos perplexos com rimas de sangue e fome. A voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes recolhe em si as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas. A voz de minha filha recolhe em si a fala e o ato. O ontem – o hoje – o agora. Na voz de minha filha se fará ouvir a ressonância o eco da vida-liberdade. Conceição Evaristo RESUMO O presente trabalho está fundamentado nos pressupostos da Análise do Discurso francesa mediante contribuições de teóricos como Pêcheux (1999), Foucault (2014), Courtine (2013), e nos estudos culturais como Hall (2004) e Baumam (2001), bem como outros teóricos relevantes para nossa análise. Sabemos que as identidades dos sujeitos estão sempre passando por processos de transformação, assim como os padrões de beleza que são constantemente atualizados e ressignificados no tempo histórico, ou seja, eles em sua dinamicidade tornam-se líquidos e consequentemente instáveis. Sendo assim, a presente pesquisa é de natureza qualitativa e interpretativa e de objetivos exploratórios, pois tomamos como corpus o regulamento do concurso Miss Brasil denominado como “Manual de Operações e ética”, com a finalidade de analisar os processos de discursivização materializados no concurso de Miss Brasil Be Emotion 2017 que elegeu a modelo negra, Monalysa Alcântara em busca de observar como a imagem da Miss negra se constitui a partir dos processos de subjetivação ordenados pelo regulamento do concurso. Não queremos negar aqui o mérito da vitória de Monalysa Alcântara, pois sabemos que seu êxito compreende um dos resultados de uma condição de produção na qual se luta por uma maior representatividade da mulher negra em vários campos de atuação, tanto nos concursos de beleza como na mídia televisiva (fugindo das representações padrões como: a escrava, a mulata estereotipada e hipersexualizada ou da doméstica), mas também no esporte, nas artes, nas universidades e na música. No entanto, o regulamento do concurso, que é um mecanismo disciplinar, tende a explicitar uma regularidade na padronização dos corpos para tornar a competição mais “justa” para todas as candidatas. Tal tentativa já denota uma vontade de verdade em passar para o público, tanto nacional como internacional, uma falsa ilusão de que nos assemelhamos ao padrão de beleza europeu. Mesmo apresentando uma “nova” concepção de Miss, seu regulamento só corrobora para a disseminação de uma reprodução do sujeito das edições passadas, pois continua com as mesmas concepções de corpo “ideal” e autorizado para participar da seleção. Portanto, consideramos que Monalysa Alcântara aparece no concurso mediante uma docilização, um sujeito disciplinado, um “produto” que serve para alimentar a indústria da beleza. Palavras chaves: Miss Brasil 2017. Corpo. Sujeito. Disciplina. ABSTRACT This current paper is based on the assumptions of the french discourse analysis, throught the contributions of authors, such as Pêcheux (1999), Foucault (2014), Courtine (2013) and the cultural studies, such as Hall (2004) and Bauman (2001), as well as other relevant scholars to our analysis. Our goals are analyse the process of “discursivization” materialized in the contest “Miss Brazil Be Emotion 2017”, which elected the model black, Monalysa Alcântara in search observed how the image of the Miss Monalysa Alcântara constitutes itself in the process of subjective reasoning, in which she had to undergo to enter speech order, proposed by the regulation. It is known that the subject identities are permanently passing throught a transformation process, as well as the beauty standarts are constantly up-to-date and often with new meanings within the historical times, in other words, are liquid and unstable. This paper is characterized as a qualitative and interpretive research. We have taken as the corpus, the intern regulations of the contest Miss Brazil, named as “Operations and Ethics Manual”. We do not wish to denied the achievement of Monalysa Alcântara, because we know that her success consist on the results of certain production conditions, in which stands for a larger representation of black women in various fields, both in beauty competitions and television media (escaping from the common representations like: the slave role and the hypersexualized and inferior characters), but as well as in sports, arts, universities and music. Althought the competition rules, which is a disciplinary mechanism, tends to make explicit a regularity in the standardization of body shapes, to make the competition more “even” to all candidates. Such attempt tries to persuade the public, both national and international, by making it up